Você está na página 1de 56

Arnóbio Marques de Almeida Júnior

P LUR I Governador do Estado do Acre

BU
N EC L U CE

S I
Carlos César Correia de Messias

M PAR
Vice-Governador do Estado do Acre

03
6-

19
-1

8
-
90
2
15 - 6 - 1962
24
- 1
Fábio Vaz de Lima
Secretário de Estado de Governo
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE Carlos Alberto Ferreira de Araújo
Secretário de Estado de Articulação Institucional
Antonio Carlos da Ressurreição Xavier
Coordenador da área de Inclusão Social do Governo do Estado
Júlia Feitosa
Assessora de Gabinete do Governador
Gilberto do Carmo Lopes Siqueira
Secretario de Estado de Planejamento - SEPLAN
Nilton Luiz Cosson Mota
Secretário de Estado de Extensão Agroflorestal e
Produção Familiar - SEAPROF
Mauro Jorge Ribeiro
Secretário de Estado de Agropecuária - SEAP
Carlos Ovídio Duarte Rocha
Secretário de Estado de Floresta - SEF
Eufran Ferreira do Amaral
Secretário de Estado de Meio Ambiente - SEMA
Cleísa Brasil da Cunha Cartaxo
Zona de Atendimento Presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre - IMAC
Prioritário da BR 364 Felismar Mesquita Moreira
Diretor do Instituto de Terras do Acre - ITERACRE
Bases Estratégicas de Desenvolvimento Territorial Paulo Roberto Viana de Araújo
do trecho Manuel Urbano - Feijó Diretor Presidente do Instituto de Defesa
Agropecuária e Florestal do Estado do Acre - IDAF

João César Dotto


Secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia - SDCT
Diretor Presidente da Fundação de Tecnologia do Estado
do Acre - FUNTAC

Irailton Lima de Souza


Diretor-presidente do Instituto Estadual de Desenvolvimento de
Educação Profissional Dom Moacir Grechi - IDM
Francisco da Silva Pianko
Assessor Especial dos Povos Indígenas - AEPI
Maria Corrêa da Silva
Secretária de Estado de Educação - SEE
Osvaldo de Souza Leal Junior
Secretario de Estado de Saúde - SESACRE
Marcus Alexandre Médice Aguiar
Diretor do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, Hidrovias
e Infraestrutura Aeroportuária - DERACRE
Laura Keiko Sakai Okamura
Secretária de Estado de Desenvolvimento para Segurança Social -
SEDSS
Maria de Nazareth Mello de Araújo Lambert
Procuradora Geral do Estado - PGE
Rio Branco – AC Márcia Regina de Souza Pereira
Secretária de Estado de Segurança Pública - SESP
Agosto, 2009
Rodrigo Fernandes das Neves
Procurador de Meio Ambiente do Estado - PGE
Cassiano Figueira Marques de Oliveira
Secretaria de Estado de Esporte, Turismo e Lazer - SETUL

5
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

Equipe de Sistematização e Revisão Técnica Colaboradores

Antonio William Flores de Melo Instituto de Terras do Acre - ITERACRE


Carlos Valério A. Gomes Cledson de Freitas Sobrinho
Edson Alves de Araújo Ialey Azevedo da Silva
Rodrigo da Silva Guedes
Eufran Ferreira do Amaral
Sebastião Fernando Ferreira Lima
Eugênio de Sousa Pantoja Walderlins Moreira Maia
Jakeline Bezerra Pinheiro
Sebastião Fernando Ferreira Lima Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar - SEAPROF
Altemar Pereira da Silva
Luiz Augusto Azevedo
José Francisco de Albuquerque Filho
Ronei Sant'Ana de Menezes
Tony John de Oliveira
Equipe de Elaboração
Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA Secretaria de Estado de Educação - SEE
Antônio Trindade Bandeira da Silva Moura
Josenir de Araújo Calixto
Adriano Alex Santos e Rosário
Joseph Junior Gomes de Lima
Antonio Willian Flores de Melo
Átila de Araújo Magalhães Secretaria de Estado de Saúde - SESACRE
Carlos Valério A. Gomes Irã Geraldo Paes Leme
Dalila Pereira Pontes
Carolina Jambo Gama
Claudenir Maria Ferreira da Rocha Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura
Conceição Marques de Souza Aeroportuária - DERACRE
Dionísio Soares Antônio Luiz Rocha
Suzana de Farias Silva
Edson Alves de Araújo
Eufran Ferreira do Amaral Assessoria Especial dos Povos Indígenas - AEPI
Eugênio de Sousa Pantoja Marcelo Iglesias Piedrafita
Francilino Monteiro e Silva
Instituto de Meio Ambiente do Acre - IMAC
Helenne Silva de Albuquerque
Joel Ferreira do Nascimento
Jakeline Bezerra Pinheiro
Janaina Silva de Almeida Secretaria de Estado de Esporte, Turismo e Lazer - SETUL
Jucélia Araújo da Silva Ediza Pinheiro de Melo
Suely de Souza Melo da Costa
Madeleine Maia da Luz Gomes
Marcelo de Oliveira Latuf Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre - IDAF
Maria Antônia Zabala de Almeida Joelma Silva da Paz
Maria Marli Ferreira da Silva José Barbosa Diógenes
Marília Lima Guerreiro
Instituto Estadual de Desenvolvimento de Educação Profissional Dom Moacir
Marta Nogueira Azevedo Grechi - IDM
Maria Aparecida de Oliveira Azevedo Lopes Edemilson Pereira dos Santos
Mavi de Souza
Secretária de Estado de Desenvolvimento para Segurança Social - SEDSS
Nadir Dantas
Mariana de Paiva Antônio
Naika Andrea Silva Teixeira Thales Bessa Lopes
Nilson Gomes Bardales
Ricardo Melo de Souza Instituto de Administração Penitenciária - IAPEN
Sara Maria Viana Melo Amábile Silva
Sarah Zaire Lima
Sebastião Freitas da Silva Secretaria Estadual de Florestas - SEF
Michele de Azevedo Pinto
Silvana Maria Lessa de Souza
Marky Brito

ABREVIATURAS

BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento ITERACRE - Instituto de Terras do Acre


COMDEMA - Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
ELETROACRE - Empresa de Eletricidade do Acre MPE - Ministério Público Estadual
EIA - Estudo de Impacto Ambiental UGAI - Unidade de Gestão Ambiental Integrada
IMAC - Instituto de Meio Ambiente do Acre SEPLAN - Secretaria de Estado de Planejamento
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364


GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
5.4. Conflitos Socioambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
5.4.1. Diversos conflitos relacionados ao uso . . . . . . . . . .
2.Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
de recursos naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.Contextos e Princípios para o Planejamento Territorial. . . 08
5.4.2. Conflitos sócio-ambientais iminentes . . . . . . . . . . 27
3.1. Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre . . .
6. Características Socioeconômicas . . . . . . . . . . . . . . . 28
diretrizes para o ordenamento territorial no
trecho entre Manuel Urbano e Feijó . . . . . . . . . . . . . . . . 09 6.1. Tendências de Ocupação da Rodovia BR - 364 . . . . . . . . 28

3.2. O Ordenamento Territorial Local - OTL . . . . . . . . . . . . . . 10 6.2 Caracterização Socioeconômica dos Municípios. . . . . . . 29

3.3. Planos, Programas e Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 6.2.1 Educação nos municípios de influência . . . . . . . . . 30

3.3.1. Programa de Desenvolvimento Sustentável . . . . . . . 6.2.1.1 O Perfil da Educação Local . . . . . . . . . . . . . . . 31


do Acre (BID) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 6.3 Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3.2. Programa Estadual de Florestas Públicas . . . . . . . 11 6.3.1 O Perfil da Saúde Local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4. Características Gerais das áreas de influência da . . . . . . . 6.3.1.2 O perfil da Saúde nas Aldeias Indígenas locais33
BR entre Sena Madureira - Feijó . . . . . . . . . . . . . . . . 12 6.4. Aspectos de Infraestrutura dos municípios da
4.1. Características Biofísicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 área de influência da BR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1.1. Geologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 6.4.1. Santa Rosa do Purus. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1.1.1. Formação Solimões (TNs) . . . . . . . . . . . . . . . 13 6.4.1.1. Saneamento Básico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1.1.1.1. Formação Solimões: potencial de uso . . . . 13 6.4.1.2 Infraestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1.1.2. Terraços holocênicos (QHt) . . . . . . . . . . . . . 13 6.4.2. Manoel Urbano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.1.3. Terraços pleistocênicos (QPt). . . . . . . . . . . . 13 6.4.2.1 Saneamento Básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.1.4. Depósitos aluvionares (QHa) . . . . . . . . . . . . . 13 6.4.2.2 Infraestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.1.5. Terraços holocênicos e pleistocênicos. . . . . . 13 6.4.3. Sena Madureira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.1.6. Coluviões Holocênicos . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 6.4.3.1. Saneamento Básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.2. Geomorfologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 6.4.3.2 Infraestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.2.1. Planície Amazônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 6.5 Emprego e Renda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.1.2.2. Depressão do Juruá-Iaco . . . . . . . . . . . . . . . 15 6.5.1 Manuel Urbano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.1.2.3. Depressão do Iaco-Acre . . . . . . . . . . . . . . . . 15 6.5.2 Santa Rosa do Purus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.1.3. Pedologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 6.5.3 Sena Madureira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1.3.1. Cambissolos Vérticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 6.5.4 Feijó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.3.2. Luvissolos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 6.6 Indicadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.3.3. Vertissolos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 6.6.1 Índice de IDH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.3.4. Gleissolos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 6.6.2 ISMAC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.4. Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 6.6.3 IDF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.4.1.Floresta Densa + . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.7 Potencial Econômico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Floresta Aberta com Palmeira . . . . . . . . . . . . 17 6.7.1 Florestal Madeireiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.4.2.Floresta Aberta com Palmeiras. . . . . . . . . . . . 17 6.7.2 Florestal não Madeireiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.4.3.Floresta Aberta com Palmeira + . . . . . . . . . . . . . 6.7.3 Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Floresta Aberta com Bambu . . . . . . . . . . . . . . 17 6.7.4. Turístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.1.4.4. Floresta Aluvial Aberta com Palmeira. . . . . . . 17 6.8 Ações da Sociedade Civil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.1.5. Clima. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 7.Plano de Ação para o Desenvolvimento Territorial . . . . . . .
4.1.6. Biodiversidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 da BR trecho Sena Maureira - Feijó . . . . . . . . . . . . . . 42
4.1.7. Unidades de Paisagem Biofísicas . . . . . . . . . . . . . 19 7.1. O processo de elaboração do Plano de
4.1.8. Hidrografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Ordenamento Territorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.1.9. Fragilidade Natural Potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 7.2. Estrutura de Governança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5. Aspectos Legais, Institucionais, Fundiários e Conflitos . . 22 7.2.1. Área de influência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5.1. Aspectos jurídico-institucionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 7.3. Indicativos e plano de ação para a ZAP – BR . . . . . . . . . . 44
5.2. Desafios Legais para o Ordenamento Territorial do Trecho . 7.3.1 Proposta de planejamento de ação integrada . . . . 44
Manuel Urbano-Feijó. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 7.3.2. A UGAI como ferramenta de execução de
5.3. Estrutura Fundiária (áreas arrecadadas, discriminadas) . 24 ação integrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.3.1. Áreas com definição de uso instituído . . . . . . . . . . . 8. Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
(PAS, TIs, UCs). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 9. Referencia Bibliográficas e Literatura Consultada . . . . . 52

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL


ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

Vista aérea da cidade de Feijó - AC


A P R E S E N T A Ç Ã O
Na década de setenta em um contexto Cruzeiro do Sul- Rio Branco, para evitar o selhos de meio ambiente, ciência e tecno-
de amplos programas de infraestrutura incremento do desmatamento e a especu- logia, florestal e de desenvolvimento rural
fomentado pelos Governos Militares lação imobiliária, com previsão da conclu- e florestal sustentável, além das consul-
que as rodovias 317 e 364 foram aber- são até final de 2010. tas públicas municipais) que garantem o
tas no Acre objetivando promover a inte- desenvolvimento e aplicação de mecanis-
Neste contexto, visando evitar o ciclo his-
gração nacional. mos de controle, monitoramento e fiscali-
tórico de “rodovias = desmatamento”, o
zação, bem como a institucionalização e
Contestando a falta de mitigação dos governo estadual desenvolveu um Plano
aplicação da legislação ambiental associ-
impactos ambientais e de uma estraté- de Ordenamento Territorial da BR 364 no
adas ao desenvolvimento e consolidação
gia de inclusão socioeconômica nos pro- Trecho Manuel Ubrano - Feijó, integrado
de práticas sustentáveis, essenciais para
jetos de abertura de rodovias que os às ações já realizadas no Trecho Cruzeiro
a consolidação das políticas sócio-
seringueiros do Acre, na busca de man- do Sul-Tarauacá e visando conciliar os
ambientais do Estado.
ter seus diretos a terra e manutenção de interesses de integração regional com con-
seus modos tradicionais de subsistên- servação de recursos naturais e melhori- A elaboração e implementação de OTL
cia, organizaram um processo de resis- as das condições socioeconômicas das numa determinada região se constituem
tência que conduziu a um conflito direto populações locais. em estratégias para a concepção de pla-
com grupos de grandes fazendeiros nos de desenvolvimento local, dotando os
Além de possuir uma estreita relação com
recém chegados na região. gestores e a sociedade de base técnica
as políticas federais de planejamento regi-
para a implementação de políticas públi-
Nos últimos dez anos o modelo de resis- onal e controle do desmatamento, este
cas visando ordenar o território.
tência de populações locais, que culmi- plano está integrado a diversas políticas
nou com a morte do líder seringueiro estaduais de gestão ambiental e territori- O ZEE do Acre Fase II delimitou parte da
Chico Mendes, serviu de base para a for- al. A partir de 1999, o governo do Acre lan- área de influência da BR 364, trecho
mulação de novas políticas regionais de çou as bases de uma política de constru- Manuel Urbano - Feijó, dentro da Zona 3.
desenvolvimento para o Estado, constru- ção participativa de seu modelo de gestão Esta Zona é indicada como prioritária
indo as bases das últimas três gestões do e planejamento territorial - o Zoneamento para o ordenamento territorial e necessita
Governo Estadual que tem efetivamente Ecológico-Econômico (ZEE). O ZEE forne- de um detalhamento de sua base de
conduzido um processo de integração ce as bases gerais, e o ordenamento terri- conhecimento em função de suas condi-
estadual pautado na pavimentação de torial local (OTL) faz uma leitura especifica ções biofísicas e sociais para garantir um
rodovias, ramais tronco e utilização de de determinada área fornecendo subsídi- uso sustentável da região.
transporte múltiplo, ou seja, envolvendo os mais detalhados para a construção de
O Plano de Ação para o Ordenamento da
mais de uma modalidade. planos de ordenamento territorial.
BR 364 trecho Manuel Urbano - Feijó con-
O asfaltamento da BR-364 tornou-se uma Esse processo vem sendo consolidado textualiza e integra Programas chaves que
obra estratégica para o desenvolvimento através dos fóruns de participação social dão suportes as ações de gestão ambien-
local e vem sendo realizado no sentido de (Comissão Coordenadora do ZEE e os co tal na área de influencia das mesmas.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

4
Vista aérea da cidade de Manuel Urbano - AC

A P R E S E N T A Ç Ã O

Entre estes se destaca o Programa de 364 que possui a maior parte formada desordenada e a especulação crescente
Desenvolvimento Sustentável do Acre pela zona 3 do ZEE e tem como objetivo a da terra; (III) dar o suporte para a imple-
com o objetivo de modernizar a capaci- destinação para criação de novas unida- mentação de políticas públicas para o
dade da gestão ambiental do Estado, e o des de conservação e projetos de assen- desenvolvimento sustentável da região.
Programa Estadual de Florestas Públicas tamentos diferenciados;
Atualmente existem duas Unidades de
de Produção, com o objetivo de garantir a A fim de implementar políticas públicas, o Gestão Ambiental Integrada (UGAI) insta-
manutenção de maciços florestais em atual Governo do Estado (2007-2010) prio- ladas ao longo da BR-364 entre os rios
áreas de grande pressão (estradas em rizou em seu planejamento a consolida- Acuraua e Liberdade, as quais têm dado
processo de pavimentação), a geração ção de uma economia limpa, justa e com- apoio na gestão do complexo de Florestas
de emprego e renda às populações loca- petitiva com base florestal, a garantia de Estaduais criadas como salvaguarda para
is e aos municípios de áreas de influenci- serviços básicos de qualidade para todos o financiamento da pavimentação da BR.
as da BR 364. e o empoderamento comunitário. Na ZAP BR será construída uma terceira
O passo seguinte para a construção do Para implantar e consolidar essas políti- UGAI, localizada à margem direita do Rio
plano foi a definição de áreas prioritárias cas, os serviços ofertados pelas institui- Jurupari, com objetivos ampliados que
onde serão realizados os trabalhos inte- ções de governo com foco na produção, serão também direcionados para as
grados de detalhamento da base de infraestrutura, educação, saúde e assis- outras duas já criadas.
dados; essas áreas estão sendo denomi- tência social serão oferecidos, de foirma As ações de ordenamento territorial ao
nadas de Zonas de Atendimento integrada e, em alguns casos, ampliados longo da BR 364 materializam a política
Prioritários (ZAPs). Neste sentido, a ZAP é para promover o desenvolvimento regio- de desenvolvimento regional sustentável
definida como uma área que possui alta nal sustentável da Zona de Atendimento adotada pelo Estado do Acre. A integração
vulnerabilidade ambiental associada com Prioritário da BR. das ações e a magnitude do seu alcance
o baixo potencial social, ou seja, alto índi- Como uma estratégia de suporte estrutu- indicam o objetivo claro do Estado em pro-
ce de analfabetismo, reduzida capacida- ral para integração de planejamento e mover o desenvolvimento com inclusão
de de organização, condições sanitárias e implementação de diversas ações gover- social e redução da pobreza, enfrentar
de saúde precárias, assim definidas pelos namentais no eixo da BR 364 foram cri- conflitos históricos pela posse da terra
estudos do ZEE, complementados com das as Unidades de Gestão Ambiental possibilitando acesso a todos os grupos
informações primárias. A ZAP BR é uma Integrada – UGAIS, cuja finalidade princi- sem distinção, e buscar formas viáveis e
das Zonas de Atendimento Prioritárias pal é dar suporte para ações integradas justas de promover o desenvolvimento
que se encontram na Área de das secretarias do Governo do Estado. Em com conservação ambiental. Ao fazer o
Ordenamento Territorial da BR 364 e pre- linhas gerais as UGAIs objetivam: (I) mini- Ordenamento Territorial da BR 364 no tre-
dominantemente possui áreas pertencen- mizar os impactos ambientais causados cho Manuel Urbano e Feijó, o Acre dará
tes a Zona 1 do ZEE. A ZAP BR está conti- pelo asfaltamento da BR 364; (II) conter o mais um passo rumo a se tornar o melhor
da na de ordenamento territorial da BR avanço do desmatamento, a ocupação lugar pra se viver na Amazônia.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

5
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

Feijó

Manuel Urbano

Distribuição da área de Ordenamento Terriotiral (verde calro) e da Zona de


Figura 1.
Atendimento Prioritário (amarelo claro)

1. INTRODUÇÃO
Em meados da década de 70, durante diversidade cultural, utilização eficiente Neste sentido, o ZEE do Acre, instituí-
os anos 80 e parte dos anos 90, o e duradoura dos recursos naturais, do pela Lei 1.904/2007 delimitou parte
estado do Acre, em razão da ocupação viabilidade econômica das atividades da área de influência da BR 364, trecho
desordenada e de uma política de produtivas, conservação do patrimônio Manuel Urbano-Feijó, dentro da Zona
desenvolvimento não compatível com a natural e a consolidação de um estado 3 (Áreas prioritárias para o ordena-
realidade Amazônica que se democrático, transparente e eficiente, mento territorial).
concentrava exclusivamente em atuando em prol do verdadeiro
Esta Zona mesmo sendo composta por
aspectos desenvolvimentistas, sofreu interesse público.
áreas ainda não ordenadas e em
impactos significativos com relação a A partir dos novos conhecimentos processo de definição de uso é indicada
sua estrutura social, econômica, acumulados e com objetivo principal de como prioritária para o uso sustentável
política e ambiental. Esses impactos não repetir os erros que resultaram em e necessita de um ordenamento
ocorreram em razão da abertura e grandes impactos ambientais ocorridos específico em função de suas condições
pavimentação das rodovias BRs 364 e com a pavimentação das grandes
317, principais vias de acesso para o biogeofísicas e sociais.
rodovias no País, o Governo do Acre,
escoamento da produção e integração inicia um processo de planejamento A ZAP BR compreende o perímetro de 5
entre o Acre e os demais estados da para promover o ordenamento km de cada lado da BR 364 no trecho
Amazônia e do centro sul. territorial das áreas de influência das entre Manuel Urbano-Feijó, perfazendo
A partir de 1999, o Acre tem avançado rodovias federais (BRs 317 e 364) e uma área de aproximadamente 120.071
consideravelmente na Gestão rodovias estaduais. ha, doravante denominada como sendo
Ambiental e Territorial, com destaque de influência direta e em que vivem
Uma das metas do atual Governo é aproximadamente 400 famílias com
na construção participativa de seus concluir até o ano de 2010 a pavimenta-
instrumentos como o Zoneamento base na agricultura familiar.
ção asfáltica da BR 364, no trecho
Ecológico-Econômico - ZEE e o compreendido entre os municípios de Área de Ordenamento Territorial da BR
Ordenamento Territorial Local (OTL). Feijó e Sena Madureira. Os recursos compreende cerca de 1.140.000 ha cuja
Esse processo vem sendo consolidado financeiros investidos na referida obra maior parte é formada pela zona 3 do
através dos fóruns de participação somam o montante de R$ 516,5 ZEE Fase II e tem como objetivo a
social que garantem o desenvolvimento milhões, em que consta a pavimentação destinação para criação de novas
e aplicação de mecanismos de controle, asfáltica de 224 quilômetros da rodovia. unidades de conservação e projetos de
monitoramento e fiscalização; bem Segundo dados do Departamento assentamentos diferenciados.
como a institucionalização e aplicação Estadual de Estradas e Rodagens do
da legislação ambiental, essenciais para Este documento aborda características
Acre - DERACRE, em 2007 cerca de 18 socioambientais da área de influência da
a consolidação das políticas de meio mil pessoas utilizaram a rodovia, sendo
ambiente do Estado. BR 364, trecho Manuel Urbano-Feijó.. Ao
registrado o tráfego de 192 ônibus, 590 final, delineia-se uma proposta estraté-
O Estado do Acre tem adotado estraté- motos, 3.036 carros de passeio e 1.410 gica cujo objetivo é construir o ordena-
gias de desenvolvimento regional caminhões. Além disso, possibilitou o mento territorial da área de influência
pautado no combate à pobreza, escoamento de aproximadamente da BR 364, estratificada no trecho
inclusão socioambiental, respeito à 57.343 toneladas de produtos. Manuel Urbano-Feijó.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

6
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

2. OBJETIVOS
Com a construção do ordenamento territorial da área da
rodovia BR 364 – Trecho Manuel Urbano-Feijó. vários objetivos
deverão ser alcançados, dentre eles destacam-se:
BR 364 - trecho Manuel Urbano - Feijó-AC

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

7
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

Placa de estrada na entrada da ZAP-BR - Manuel Urbano - AC


3. Contextos e Princípios para o Planejamento Territorial
A Amazônia brasileira detém a maior porção paradoxal, o acesso, uso e controle sobre são dificultadas pela baixa densidade
de florestas tropicais do mundo, que se recursos naturais continuarão a ser demográfica, associadas à precariedade do
constitui na maior biodiversidade biológica e altamente contestados entre os principais sistema de transporte terrestre, o que
de recursos hídricos do planeta. Por tais agentes de desmatamento atuantes na condiciona o uso das hidrovias e do
riquezas a Amazônia tem recebido bastante Amazônia e as populações tradicionais. transporte aéreo como principais
atenção nacional e internacional nas ultimas alternativas de acesso.
décadas, e novas dimensões de sua A contínua expansão da fronteira agrícola
importância tem emergido com a recente que resulta na conversão florestal para A densa localização das terras arrecadadas
agenda de mudanças climáticas globais. agricultura e/ou pastagens é a principal pelo INCRA na região Amazônica encontra-
fonte de conflitos na região, tornando-se se ao longo das rodovias federais, que se
Visões e alternativas de desenvolvimento uma questão chave nas disputas entre caracterizam como fortes vetores de
para a Amazônia têm sido concebidas sob diversos atores na região. As configurações transformação do território. Neste contexto,
distintas óticas. Muitas das políticas das terras públicas na região evidenciam políticas de ordenamento territorial ao
propostas e/ou executadas baseiam-se em áreas de sobreposições de categorias de uso, longo dessas regiões tornam-se cada vez
práticas predatórias de uso de recursos de funções, de objetivos, de jurisdições e de mais um mecanismo de governança
naturais; outras, no entanto, buscam a gestões diferenciadas, que indicam socioambiental, valorizando uma política de
valorização e preservação de sua riqueza potenciais conflitos. A garantia da presença reforma agrária, preservação ambiental e
biológica e sócio-cultural. Neste contexto do Estado e a vivificação da faixa de fronteira respeito às populações tradicionais locais.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

8
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

3.1.
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO ESTADO DO ACRE

DIRETRIZES PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL NO TRECHO ENTRE MANUEL URBANO E FEIJÓ

No Acre, o ZEE tem assumido papel A Zona 1 ocupa aproximadamente 24,7% do Zona estão inclusos ambientes de várzeas e
fundamental na construção do desenvolvi- território acreano e se constitui de áreas de áreas adjacentes de terra firme das bacias
mento regional sustentável. Trata-se de um influência direta das rodovias federais (BRs dos principais rios e seus afluentes, onde se
diagnóstico com diferentes visões do 364 e 317) e estaduais (AC-040, 010, 090) e concentram as comunidades ribeirinhas
território e mostra um pacto de futuro na regiões fronteiriças com atividades No artigo 21 da Lei n0 1.904 de 5 de janeiro
relação entre a sociedade e os recursos agropecuárias e madeireiras. São áreas de 2007 (Lei do ZEE), fica ainda instituído a
naturais, que permite vislumbrar um ocupadas pela agricultura familiar em Subzona 3.1 que “são áreas com ordena-
cenário consolidado de políticas públicas Projetos de Assentamento, pequenos mento territorial indefinido que, após
com bases sustentáveis. produtores em posses, médios e grandes realização de estudos e levantamentos,
O Mapa de Gestão Territorial do Estado do pecuaristas e áreas florestais de grandes poderão ser destinadas à criação de novas
Acre, escala 1:250.000, é resultante dos seringais. Nessa zona, parte das áreas se unidades de conservação, criação de novas
trabalhos da fase II do ZEE-AC, que possibili- encontra com situação fundiária indefinida terras indígenas, criação de novos projetos
ta a identificação das potencialidades e ou não está inserida no cadastro georrefe- de assentamentos diferenciados e
limitações sociais, culturais, econômicas e renciado do INCRA. Ainda se incluem as reconhecimento de áreas privadas”. Já o
ambientais. Estabelece as zonas do território áreas de Reserva Legal e Áreas de Art. 22, estabelece a Subzona 3.2 que “são
acreano e as diretrizes de gestão de áreas já Preservação Permanente com a maior áreas caracterizadas por ambiente de
destinadas a exemplos de assentamentos proporção de propriedades com passivo várzea e áreas adjacentes de terra firme das
humanos, propriedades rurais, unidades de ambiental florestal. bacias dos principais rios do Estado - Juruá,
conservação e terras indígenas, levando em A Zona 2 ocupa 49,5% do território acreano e Tarauacá, Envira, Purus, Iaco e Acre e de
conta suas características especificas. O se constitui de áreas protegidas na forma de seus afluentes, com baixa densidade
Mapa de Gestão Territorial também fornece unidades de conservação de proteção demográfica, já ocupada por populações
subsídios para a tomada de decisão sobre integral, de uso sustentável e terras ribeirinhas em colocações e comunidades,
espaços territoriais ainda sem destinação indígenas, além dessas áreas foram inseridos com potencial para manejo de recursos
específica, priorizando áreas em situação de projetos de assentamento diferenciados pesqueiros, manejo florestal de uso
maior risco em termos de conflitos sociais (Projetos de Desenvolvimento Sustentável- múltiplo, sistemas de produção agrícola,
sobre o acesso aos recursos naturais e PDS, Projeto de Assentamento Florestal-PAF agroflorestais e criação de animais em
problemas de degradação ambiental. e Projetos de Assentamento Agroextrativista- locais restritos”.
Assim foram definidas quatro Zonas de PAE), uma vez que, a população desta zona é A Zona 4 ocupa 0,2% do território acreano, e
Gestão do Território Acreano, a saber: extrativista e predomina o uso sustentável constitui-se nas áreas urbanas dos vinte e
dos recursos naturais. dois municípios do Acre. As áreas urbanas,
Zona 1 – Consolidação de Sistemas de
A Zona 3 ocupa 26,2% do território acreano em sua maioria, carecem de planejamento,
Produção Sustentável;
e se constitui de áreas com situação inclusive no mapeamento de áreas de
Zona 2 – Uso Sustentável dos Recursos fundiária indefinida. São áreas propícias vulnerabilidade ambiental e implantação de
Naturais e Proteção Ambiental; para criação de novas unidades de conserva- planos diretores municipais, assim como
Zona 3 – Áreas Prioritárias para ção, terras indígenas, projetos de assenta- saneamento básico e outras obras de
Ordenamento Territorial e mentos, e para consolidação de proprieda- infraestrutura. A estratificação das vinte e
des particulares indicadas e legalmente duas cidades em subzonas tem como critério
Zona 4 – Cidades do Acre. reconhecidas. Nas áreas pertencentes a esta sua inserção nas sub-bacias hidrográficas.

Analisando o mapa de gestão no


trecho da BR 364 entre os
municípios de Manuel Urbano e
Feijó, verifica-se que a maior parte
da área de influencia da BR está
inserida nas Zonas 1 e 3 (Figura 2). Feijó

Zona 1

Zona 3 Manuel Urbano

Uni. de Gestão Hectares %


Zona 1 334.820,23 29,36
Zona 3 805.665,89 70,64
Total 1.140.486,12 100,00

Distribuição das Zonas do ZEE na área de influência da BR 364, trecho Manuel Urbano-Feijó.
Figura 2.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

9
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

3.2. O ORDENAMENTO TERRITORIAL LOCAL - OTL

O Ordenamento Territorial Local – OTL está embora todo o Estado seja objeto do ZEE de ampliação considerável das demandas
vinculado às diretrizes do ZEE e se constitui Fase II, faz-se necessário estabelecer socioeconômicas já existentes e dos conflitos
em um importante instrumento para a alguns critérios para verticalização de sócio-ambientais, considerando que a
racionalização da ocupação dos espaços e estudos e realização de Ordenamentos estrada atravessa áreas de grande diversida-
redirecionamento das atividades. Territoriais Locais em áreas prioritárias. de biológica e alta vulnerabilidade ambiental.

Desta forma, a elaboração e a implementa- O trecho da BR 364 que liga os municípios de Desta forma o OTL contemplará soluções
ção do OTL numa determinada região deve Feijó e Sena Madureira, é caracterizado, para esses conflitos , elaborando cenários
ser entendido como subsídio a estratégias segundo o Estudo de Impacto Ambiental futuros e contribuindo para a base de
e ações para a concepção de planos de (STCP, 2005), pelo predomínio de alteração construção do Plano de Desenvolvimento
desenvolvimento local, dotando o gestor e ambiental, principalmente pela ocupação de Territorial, assim também como a
a sociedade de base técnica para a grandes fazendas e pela ocupação irregular e pactuação das demandas locais para
implementação de políticas públicas desordenada ao longo da BR. Assim com a elaboração das políticas de desenvolvi-
visando à ordenação do território, pois pavimentação da rodovia se tem a tendência mento territorial.

OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS ORIUNDOS COM A REALIZAÇÃO DESTE ORDENAMENTO SÃO:

a) Planejamento participativo entre a sociedade e as instituições que atuam na região;

As etapas para sua realização


consistem basicamente na sensibi-
lização dos atores locais, na
elaboração do diagnóstico, onde
aqui se inserem as oficinas partici-
pativas com as comunidades locais,
no prognóstico incluindo a elabora-
ção de cenários futuros e, a
construção do Plano de
Ordenamento Territorial de cada
Município e sua pactuação.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

10
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

3.3. PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS


3.3.1.

Em 23 de junho de 2002, o Governo do Acre Transferência de Tecnologia, Pró-Florestania, da infraestrutura rodoviária (asfaltamento da
assinou contrato com o Banco Interamericano Manejo Florestal e Capacitação. Isso tem BR-317 e obras de pavimentação na BR-364),
de Desenvolvimento – BID para o financiamen- contribuído para a redução das taxas anuais de ampliação do crédito rural (de 89 a 98 cerca de
to do Programa de Desenvolvimento desmatamento e queimadas, caminhando na R$ 56,4 milhões e de 99 a 2006 mais de R$
Sustentável do Acre no valor de US$ 108 direção de uma maior valorização da floresta 314,5 milhões, um aumento de 600 %). Além
milhões de dólares, sendo 64,8 milhões de como ativo para o manejo florestal. disso, destaca-se o crescimento do rebanho
contribuição do BID e 43,2 milhões de bovino no mesmo período em 416 % (de 900
A redução das taxas anuais de desmatamento é
contrapartida do Estado. mil reses para 2,4 milhões) e crescimento da
um dos principais parâmetros para medir o
população rural em 14,9% (mais de 24 mil
O objetivo geral do Programa é melhorar a impacto ambiental de políticas publicas para a
pessoas buscaram a área rural). Mesmo com
qualidade de vida da população e preservar o Amazônia. Reduzir as taxas de desmatamento
este incremento econômico, a interferência no
patrimônio natural do Estado do Acre a longo no Estado é um dos objetivos principais a ser
ritmo do desmatamento foi menor que em
prazo. O Programa tem três objetivos alcançado pelo Programa de Desenvolvimento
outros estados da Amazônia.
específicos: (i) modernizar a capacidade da Sustentável do Acre. No entanto, é preciso
gestão ambiental do Estado e assegurar o uso esclarecer que, para realizar uma avaliação Além de todas essas ações, foram criados
eficiente dos recursos naturais; (ii) aumentar a mais precisa, deve-se levar em consideração planos de desenvolvimento sustentável para as
taxa de crescimento do setor agrosilvopastoril e não o valor bruto de desmatamento, mas o áreas de abrangência das estradas pavimenta-
gerar emprego; e (iii) reduzir os custos de valor do incremento anual e compará-lo com a das, ampliando-se em 105% as áreas de UCs
transporte e aumentar o acesso à eletrificação média da Amazônia e a média histórica no entre 2002 e 2007, resultando num incremento
rural no Acre. território acreano. O incremento do desmata- de 2,7 milhões de hectares na área de
mento no Acre, nos últimos quatro anos, foi conservação. Cuja maior parte foi designada
O Programa está estruturado em três
abaixo da média da região. Tanto é assim que a como Florestas Públicas Estaduais.
Componentes: Gestão Sustentável e
contribuição do Acre no desmatamento da
Conservação dos Recursos Naturais, Apoio e No âmbito social, embora não haja uma
região Amazônica é de apenas 3%.
Promoção do Desenvolvimento Produtivo avaliação detalhada que possa indicar os
Sustentável e Emprego e Infraestrutura Pública A média baixa no ritmo do incremento do impactos diretos do Programa, no geral a
de Desenvolvimento. Cada Componente está desmatamento do Acre é ainda mais população beneficiada teve significativa
dividido em subcomponentes que são significativa (0,40 % - média anual nos últimos melhoria da qualidade de vida. Isso é
executados pelos órgãos governamentais com quatro anos e em 2009 se teve a menor taxa resultante das ações realizadas, como a
responsabilidade temática nas ações previstas. dos últimos nove anos), se levarmos em garantia da posse da terra, assistência técnica
Os subcomponentes estão associados à consideração que neste mesmo período, para implantação de sistemas agroflorestais,
Regularização Fundiária, Criação de Unidades ocorreu um dos maiores investimentos inserção do manejo florestal comunitário e
de Conservação, Gestão Ambiental, Geração e públicos de toda a história, com melhoramento melhoria do acesso a bens e serviços.

3.3.2.

A floresta é uma referência importante para localização reflete a expectativa de redução mil hectares. O complexo é constituído por
o desenvolvimento econômico no Acre. O dos impactos causados pela abertura e três Florestas públicas, a saber: Floresta do
Programa Estadual de Florestas Públicas de pavimentação das rodovias no Estado. Rio Liberdade (Decreto nº 9.716), do Mogno
Produção desempenha um papel estratégi- (Decreto nº 9.717) e do Rio Gregório
A Floresta Estadual do Antimary – FEA
co no Estado, pois garante a manutenção de (Decreto nº 9.718). A área total foi dividida
engloba parte do município do Bujari e do
maciços florestais em áreas de grande em três florestas distintas para evitar que
município de Sena Madureira, sendo criada,
pressão (estradas em processo de pavimen- problemas fundiários inviabilizassem a
através do Decreto nº 46, de 07 de fevereiro
tação), a geração de emprego e renda às criação e gestão das mesmas.
de 1997. O Conselho da unidade é
populações locais e aos municípios
Consultivo criado em 23 de setembro de As Florestas Estaduais do Complexo do
economicamente fragilizados. O programa é
2004, pelo Decreto do Governo do Estado Gregório foram criadas para atender ao
gerido pela Secretaria de Florestas - SEF, que
do Acre n° 10.808. O Plano de Manejo da primeiro componente do Programa de
foi criada exclusivamente para realizar
unidade já foi elaborado e encontra-se em Desenvolvimento Sustentável do Acre
ações estruturais e de fomento ao fortaleci-
fase de análise pelo Conselho Consultivo, financiado pelo Banco Interamericano de
mento da atividade econômica florestal, sob
faltam apenas definições quanto às Desenvolvimento, visando reduzir os
bases sustentáveis.
diretrizes referentes à realização de potenciais impactos negativos decorrentes do
Nesse contexto foram criadas no estado 4 pesquisas na área. A unidade tem sido um asfaltamento da BR 364, sobre a estrutura
(quatro) florestas públicas ao longo da BR – laboratório onde estão sendo investigadas e fundiária, sobre os recursos naturais e
364, que objetivam frear o desmatamento testadas diferentes soluções para a deterioração da qualidade ambiental da
em áreas propensas a tais atividades, garantir implementação do programa estadual de região. O órgão gestor está finalizando a
o uso racional e sustentado dos recursos Florestas Públicas com o processo de formação do Conselho da unidade que é
florestais do estado, o suprimento de matéria certificação florestal (garantia de origem da Consultivo, já tendo definido as instituições
prima madeireira combatendo a retirada madeira em bases sustentáveis). para a composição. O Plano de Manejo já foi
ilegal, combater a grilagem de terras públicas, elaborado, porém ainda não foi analisado
além de aumentar o controle e o retorno No ano de 2003 foi criado o complexo de visto que o Conselho Consultivo ainda está
social da atividade florestal. Assim, sua florestas do Gregório com área total de 480 em fase de formação.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

11
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

Rio Envira - Feijó - AC


Ocorrências de unidades geológicas na área
4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS de influência do ordenamento territorial da
BR 364, Estado do Acre
ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA BR Tabela 1.

ENTRE MANUEL URBANO - FEIJÓ


4.1. CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS
4.1.1. GEOLOGIA

As ocorrências geológicas na área de estu-


do são em sua maioria do litotipo
Formação Solimões com o equivalente a
1.962,97 km2, representando um total de
86,2%, seguido da unidade Aluviões,
Terraços Holocênicos e Pleistocênicos,
com respectivamente, 157,23 km2,
144,42 km2 e 1,75 km2 (Figura 3).

Apresentam-se os valores em áreas e em


porcentagens para as unidades geológicas
com ocorrência na área de influência da
BR-364 (Tabela 1).

As características estudadas na área de


ordenamento territorial foram expandi-
das até a sede do Municicípio de Feijo e à
sede do município de Sena Madureira em
função de ser uma área de influência indi-
reta e de integração com a Zona Especial
de Desenvolvimento.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

12
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

Estas unidades possuem como principais características descritas a seguir:

Formação Solimões (TNs) reços (joalheria). Dessa forma, por ser o Acre Depósitos aluvionares (QHa)
4.1.1.1. um local carente de matéria prima, torna-se 4.1.1.4.

A Formação Solimões é a mais extensa das útil uma melhor investigação sobre a ocorrên- As acumulações mais expressivas ocorrem
unidades litoestratigráficas do Acre, esten- cia de gipsita e seu volume exploratório, em nas planícies dos rios maiores, sobretudo
dendo-se além fronteira para os territórios especial na área prioritária para o ordena- daqueles com cursos meândricos e sinuosos.
peruano e boliviano. Encontra-se, em algu- mento territorial no eixo da BR 364. Os sedimentos apresentam características
mas partes no lado leste, encoberta pelas O mesmo ocorre com as argilas. Alguns tes- gerais semelhantes e constituem depósitos
coberturas detrito-lateríticas pleistocênicas, tes realizados pelo IPT (Instituto de de canal, incluindo depósitos de barra em
expondo-se nas áreas próximas aos vales. Pesquisas Tecnológicas) indicam boa quali- pontal e os depósitos residuais de canal e de
dade. Acredita-se aqui, pela característica transbordamento.
A seqüência litológica constitui-se de argili- litológica da Formação Solimões haver um Nos depósitos de canal, que formam praias
tos sílticos cinza a esverdeados; siltitos argi- volume compatível para exploração (ressal- de extensão variável, ocorrem areias quart-
losos, localmente com concreções e lentes ta-se a necessidade de melhor avaliação des- zosas de granulação fina a grosseira. Os
calcárias, concreções gipsíferas e limoníticas, ses depósitos através de prospecção e de depósitos de transbordamento são constitu-
e níveis ou lentes com matéria vegetal carbo- definições de parâmetros para controle e ídos por silte e argila com granulometria
nizada (turfa e linhito) em geral fossilíferos. recuperação do meio ambiente), em função decrescente da base para o topo. Nas seções
Intercalados ou sobrepostos aos pelitos ocor- da fonte energética disponível na região e da
basais são encontradas comumente areias
rem arenitos finos a grosseiros. Em determi- demanda do mercado consumidor (colabo-
quartzosas fina, porcentagem variável de
nadas áreas, predominam sobre os pelitos, raria em parte com a diminuição de matéria
argila e presença freqüente de muscovita e
permitindo sua individualização. Esses litoti- vinda de outros estados).
minerais pesados.
pos dispõem-se em seqüências cíclicas, típi-
Terraços holocênicos (QHt) Os sedimentos sílticos e argilosos sempre
cas de ambiente continental fluvial e flúvio- 4.1.1.2.
sucedem as areias da base, apresentando-se
lacustre, com fácies de leque aluvial. Esses depósitos mostram características típi- maciços ou finamente laminados.
Maia et al. (1977), com base em seu conteú- cas de depósitos de planície fluvial, isto é, são Comumente incluem restos vegetais de tron-
constituídos por cascalhos lenticulares de
do fossilífero, estabeleceram o intervalo de cos e folhas parcialmente carbonizados.
fundo de canal, areias quartzosas inconsoli-
idade Mioceno-Plioceno. Latrubesse et al. dadas de barra em pontal e siltes e argilas de
(1994) admitiram para Formação Solimões Terraços holocênicos e pleistocênicos
transbordamento. Ocorrem ao longo das prin- 4.1.1.5.
um único ciclo deposicional contínuo, por cipais drenagens.
meio de leques gigantes, durante o Em determinados locais do Estado, as unida-
Mioceno Superior e o Plioceno, (idade cor- Terraços pleistocênicos (QPt) des de terraços apresentam grande volume
relacionada à da fauna abundante e variada 4.1.1.3. de areia. Nos municípios do Baixo e Alto Acre
de grandes mamíferos). As antigas planícies de inundação, atualmen- são amplamente exploradas e tais atividades
te definidas como superfícies aplainadas e são regularizadas e fiscalizadas pelo IMAC, ou
4.1.1.1.1
possivelmente escalonadas, as quais repre- estão em processo de regularização. Há reti-
Formação Solimões: potencial de uso rada regular de areia também em Feijó,
sentam aluviões antigos, foram individualiza-
As principais potencialidades no estado, den- das sob a designação Aluviões, Indiferen- Tarauacá e Manoel Urbano.
tro da Formação Solimões são a gipsita e argi- ciadas, por Silva et al. (1976). No presente tra- Mais uma vez ressalta-se que toda exploração
las. Ocorrências de gipsita e de argilas têm balho esses depósitos foram designados deve ser sustentada por avaliações prelimina-
sido descritas desde os primeiros trabalhos Terraços pleistocênicos. res onde se verificam a disponibilidade do
de reconhecimento geológico na região.
São constituídos por argilas, siltes e areias, às recurso, a possibilidade de extração, a relação
Quanto à forma de ocorrência, são conheci- vezes maciços, de colorações avermelhadas, custo-benefício e, principalmente, os impac-
das três variedades de gipsita: a selenita, a depositados em terraços fluviais antigos e tos gerados no ambiente por conta da explo-
gipsita fibrosa (a mais freqüente e economi- rampas terraços. Localmente englobam inter- ração. Em Sena Madureira, por exemplo,
camente importante) e o alabastro. A gipsita calações lenticulares de argilitos e conglome- houve retirada direta das praias no Rio Iaco
do Acre é do tipo selenita e ocorrem predo- rados. Conglomerados com seixos de material sem a percepção de que a atividade promo-
minantemente na calha dos rios Purus, carbonático e quantidade expressiva de fauna via acréscimo de movimento de massa, tor-
Chandless e Iaco, nas imediações de Sena fóssil pleistocênica são encontrados na região nando as áreas altamente instáveis do ponto
Madureira e Manuel Urbano, além de ocor- do Alto Juruá. Nas rampas-terraços inclui sedi- de vista geotécnico, além de causar degrada-
rências menores nas proximidades de mentos colúvio-aluviais areno-argilosos, pro- ção ambiental.
Marechal Thaumaturgo. vavelmente depositados em condições paleo-
hidrológicas distintas das atuais, relacionadas Coluviões Holocênicos
Nas descrições são destacadas as pequenas 4.1.1.6.
espessuras de suas exposições e inibidas ini- às variações climáticas.
Em geral, os colúvios são fontes importantes
ciativas exploratórias, entretanto, cabe ser Mostram uma distribuição descontínua, repre- de recursos minerais. Na Amazônia, são
ressaltado aqui os múltiplos usos desse mine- sentando diferentes comportamentos dos importantes fontes de ouro e quartzo.
ral: a gipsita é consumida sob as formas meios deposicionais, provavelmente ocasiona-
bruta e beneficiada. Sob a forma bruta é uti- dos por diferentes fatores, tais como: oscila- No Acre há uma ocorrência restrita desse tipo
lizada pelos setores cimenteiro e agrícola. ções climáticas, movimentos eustáticos, ou de depósito no oeste do Estado. É possível a
mesmo a ação de algum evento de caráter tec- ocorrência de mineralizações nessa região em
Sob a forma beneficiada, denominada gesso, tônico, inclusive de basculamento local. No pre- função dos litotipos presentes (Grupo Acre) e
é utilizada predominantemente pela indús- sente trabalho estes depósitos estão diferenci- os colúvios seriam disseminadores e ao
tria da construção civil na forma de pré- ados dos terraços holocênicos devido princi- mesmo tempo concentradores desses minéri-
moldados, em revestimento de paredes e palmente à sua dissecação por drenagem de os. Entretanto, localizam-se numa área de pro-
como elemento de decoração arquitetônica primeira e segunda ordem e pela presença de teção integral (Parque Nacional da Serra do
e, subordinadamente, pelos setores cera- raros meandros colmatados, os quais são mais Divisor), o que inviabiliza a retomada de pros-
mista, odontológico, médico e de ad abundantes nos terraços holocênicos. pecção e de possíveis exploração.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

13
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

4.1.2.
GEOMORFOLOGIA

Para fins de zoneamento, a avaliação do


relevo reporta-se, principalmente, ao seu
uso, e para tanto, não basta a caracterização
da forma, mas também do grau de disseca-
ção, o que se dá em função basicamente do
grau de aprofundamento das incisões nos Feijó

modelados e da densidade da drenagem.


A geomorfologia, portanto, apresenta e
descreve as formas do relevo e a sua
configuração superficial. O Estado do Acre
mostra-se dividido em nove unidades Amazonas
geomorfológicas Manuel Urbano
Limites Municipais
Na área de influência direta, de acordo com Trecho da BR364 de interesse
os dados do ZEE, são encontradas três Legenda
unidades: Depressão do Juruá-Iaco, Massa d´água
Depressão do Iaco - Acre - Modelo de dissecação tabular
Depressão Iaco-Acre e Planície Amazônica.
Depressão do Juruá - Iaco - Modelo de dissecação aguda
Houve a subdivisão destas unidades, Depressão Juruá - Iaco - Modelo de dissecação convexa
conforme pode ser visualizado por meio da Planície Amazônica - Modelo de acumulação em planície e terraço fluvial
Figura 4 e da Tabela 2. Planície Amazônica - Modelo de acumulação em terraço fluvial
As ocorrências são em sua maioria da Planície Amazônica - Modelo de acumulação fluvial
0 10 20 40 60 80
unidade geomorfológica Depressão Juruá – Manchas Urbanas
Iaco – Modelado de dissecação convexa com
o equivalente a 1.507,3 km2, representando
Unidades geomorfológicas para a área de influência de 5 km de raio da BR-364 (Trecho
um total de 66,5%, seguido das unidades
geomorfológicas Depressão Juruá – Iaco – Sena Madureira – Feijó) Figura 4.
Modelado de dissecação aguda (455,6 km2),
Planície Amazônica – Modelado de
acumulação em terraço fluvial (144,4 km2), Subdivisões das unidades geomorfológicas na área de influência de 5 km de raio da
Planície Amazônica – Modelado de BR-364 (Trecho Sena Madureira – Feijó)
acumulação fluvial (127,7 km2), Planície Tabela 2.
Amazônica – Modelado de acumulação em
Unidades Geomorfológicas Área (km2) %
planície e terraço fluvial (29,5 km2) e
Depressão Iaco – Acre – Modelado de
dissecação tabular (1,8 km2). Depressão do Iaco - Acre - Modelado de dissecação tabular 1,75 0,1

A seguir tem-se um maior detalhamento das Depressão do Juruá - Iaco - Modelado de dissecação aguda 455,62 20,1
unidades geomorfológicas encontradas
nesta área. Depressão do Juruá - Iaco - Modelado de dissecação convexa 1.507,34 66,5

Planície Amazônica - Modelado de acumulação em planície e terraço fluvial 29,53 1,3


Planície Amazônica
Planície Amazônica - Modelado de acumulação em terraço fluvial 144,42 6,4
4.1.2.1.
Unidade com altitudes variando entre 30 e Planície Amazônica - Modelado de acumulação fluvial 127,71 5,6
100m, situada ao longo dos principais rios
da área de estudo. O processo de formação Total 2.266,36 100,0
da planície amazônica se dá por colmata-
gem de sedimentos em suspensão e
construção de planícies e terraços das, localmente intercaladas por concre- Aptf: acumulação em planícies e terraços
orientada por ajustes tectônicos e ções ferruginosas, e concentrações fluviais. São áreas planas resultantes
acelerada por evolução de meandros. Os orgânicas, onde ocorrem Neossolos de diferentes acumulações fluviais,
padrões de drenagem nela presentes são o Flúvicos, Luvissolos Hipocrômicos, periódica ou permanentemente
meândrico e o anastomosado, indicando Gleissolos Melânicos, Argissolos Vermelho- inundadas, comportando meandros
ajuste hidrodinâmico em áreas rebaixadas. Amarelo e Amarelo e Plintossolos Háplicos. abandonados e diques fluviais com
Apresenta-se, na área em questão, em diferentes orientações, ligadas com
É caracterizada por vários níveis de terraços e
quatro categorias distintas e dentro delas, ou sem ruptura de declive a patamar
as várzeas recentes contêm diques e
há ainda uma compartimentação em mais elevado. Ocorrem nos vales com
paleocanais, lagos de meandro e de
função do grau de dissecação: preenchimento aluvial contento
barramento, bacias de decantação, furos,
material fino a grosseiro, pleistocêni-
canais anastomosados e trechos de talvegues Atf: acumulação em terraço fluvial. São
cos e holocênicos.
retilinizados por fatores estruturais. acumulações de forma plana,
O contato desta unidade com as demais é apresentando ruptura de declive em
Af: acumulação em planície fluvial. Áreas
em geral gradual, mas com ressaltos nítidos relação ao leito do rio e às várzeas
planas resultantes de acumulação
nos contatos das planícies com as formas de recentes situadas em nível inferior,
fluvial sujeitas a inundações periódi-
dissecação mais intensas das unidades entalhadas devido à variação
cas, incluindo as várzeas atuais,
vizinhas. Já os contatos com os terraços donível de base.
podendo conter lagos de meandros,
mais antigos podem ser disfarçados. Sua Ocorrem nos vales contendo aluviões furos e diques aluviais paralelos ao
composição é de níveis de argilas, siltes e finos a grosseiros, pleistocênicos e leito atual do rio. Ocorrem nos vales
areias muito finas a grosseiras, estratifica- holocênicos. com preenchimento aluvial.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

14
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

Depressão do Juruá-Iaco variam de medianos a fortes. Seus conta- vel truncamento pela pediplanação pós-
4.1.2.2
tos são graduais, de um modo geral, e por terciária, podendo ter sofrido tectônica de
Esta unidade apresenta altitude variável diferença altimétrica, mas sem gerar linha soerguimento relacionada à reativação do
entre 150 a 300m. Trata-se de uma área de ruptura marcante com as depressões Arco de Iquitos. Posteriormente foi disse-
nivelada por pediplanação pós-terciária e do Purus - Juruá e do Iaco - Acre. Em ter- cada pela drenagem atual.
provavelmente afetada por neotectônica mos sedimentológicos há domínio dos
tardia. A erosão descaracterizou o aplaina- sedimentos síltico-argilo-arenosos, com
Compreende uma superfície muito disseca-
mento resultando em modelados de disse- presença de material carbonático da
Formação Solimões. da e com declives muito expressivos. As
cação. Sua principal característica é a de
apresentar-se como uma superfície disseca- áreas de topo aguçado com declives fortes
Depressão do Iaco-Acre
da com elevada densidade de drenagem de 4.1.2.3. e as de topo convexo com declives media-
primeira ordem e padrão dendrítico. Unidade com altitude variando entre 160 e nos refletem a presença de fácies arenosa
Apresentam modelados de topos conve- 350m, com padrão de drenagem dendríti- da Formação Solimões. De um modo geral,
xos, por vezes aguçados, com declives que co. Admite-se para sua formação um possÍ- o contato é gradacional.

4.1.3 PEDOLOGIA
Com o objetivo de conhecer os principais
tipos de solos que ocorrem entre os muni-
cípios de Feijó e Manoel Urbano, foi elabo-
rado um mapa pedológico em escala
1:250.000 a partir de uma faixa de 25 km,
materializada de um lado e outro da BR 364
que liga os municípios supracitados.
O polígono resultante da área em estudo 1,4
0,6
(25 km), tem 1.193.646,6 hectares, que cor-
responde a 7,3% do novo território acrea-
ua

os

os

os

os
lo

lo

lo
no, e engloba toda área de influência direta
ol

ol

ol

ol
ág

so

so

so
ss

ss

ss

ss

os

tis

vis
to

gi

ei

bi
o

Ne

r
e parte da indireta da BR 364, ao longo do

Lu
in

Ar

Gl

m
Ve
lh

Pl

Ca
pe
Es

trecho que liga Sena Madureira a Feijó.


A área de estudo se caracteriza pela pre- Distribuição e quantificação (%) de solos existentes na área de influência
sença de solos com argilas ativas e quimica- da BR 364 que liga os municípios de Feijó e Manoel Urbano.
Figura5.
mente férteis, imprimindo a região poten-
cial agroflorestal, entretanto, técnicas de
manejo devem ser bem desenvolvidas evi- Distribuição e classificação das classes em maiores níveis categóricos na
tando assim problemas de ordem física irre- área de estudo entre os municípios de Feijó e Manoel Urbano
Tabela 3.
versíveis, principalmente erosão e perdas
de solo via escoamento superficial, em fun-
1º Componente Classes de solos Hectares %
ção de que predominam solos rasos e com
morfologia de difícil manejo.
Unidade de Mapeamento

RUve1 NEOSSOLO FLÚVICO Tb Eutrófico típico NEOSSOLO 32.207,9 2,8


Na regional do Tarauacá/ Envira, assim PAva1 ARGISSOLO AMARELO Tb Alumínico ARGISSOLO 15.906,5 1,4
como na regional do Purus, os solos são
muito férteis e também apresentam argila TPo3 LUVISSOLO HIPOCRÔMICO Órtico LUVISSOLO 303.546,0 26,0
de alta atividade (Ta), porém com relevo TPo5 LUVISSOLO HIPOCRÔMICO Órtico LUVISSOLO 20.939,1 1,8
mais acidentado.
GMe4 GLEISSOLO MELÂNICO Eutrófico e Distrófico GLEISSOLO 5.627,3 0,5
Os LUVISSOLOS como os VERTISSOLOS
GMe5 GLEISSOLO MELÃNICO Eutrófico e Distrófico GLEISSOLO 10.853,8 0,9
foram estudados recentemente no Estado
e se destacam pelo alto potencial agrícola Gme GLEISSOLO MELÂNICO Eutrófico GLEISSOLO 33.373,8 2,9
(Amaral et al., 2001), porém em função de PVAba2 ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Tb Alumínico ARGISSOLO 4.072,4 0,3
suas condições físicas são recomendados
para práticas agroflorestais que condicio- CXve2 CAMBISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico CAMBISSOLO 11.047,9 0,9
nem menor movimentação dos solos. CXve4 CAMBISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico CAMBISSOLO 114.399,2 9,8
Desta forma a área de estudo apresen- CXve5 CAMBISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico CAMBISSOLO 255.291,0 21,9
ta o domínio dos Cambissolos Vérticos,
FXe4 PLINTOSSOLO HÁPLICO Eutrófico PLINTOSSOLO 16.864,2 1,4
seguidos pelos Luvissolos e Vertissolos.
E, em menores proporções os PVAe3 ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Eutrófico plíntico ARGISSOLO 13.434,0 1,2
Gleissolos, Argissolos, Neossolos e
VCo VERTISSOLO CROMADO órtico típico VERTISSOLO 146.476,5 12,5
Plintossolos (Figura5).
CXve7 CAMBISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico vértico CAMBISSOLO 176.762,0 15,1
Em níveis categóricos mais avançados a
Tabela 3 apresenta as quantificações de TOTAL 1.167.232,0 100,0
cada categoria de solos existente na ?O Espelho de água ocupa 0,6 % da área de estudo.
área de estudo.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

15
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

A Figura 6 mostra a distribuição dos


tipos de solos dentro de cada nível
categórico que compõem cada
ordem de solo.

CXve2 PAva1

CXve4 PVAba2

CXve5 PVAe3

CXve7 RUve1
FXe4 TPo3

GMe4 TPo5

GMe5 VCo

Gme Água
0 130 260 520 780
km

Mapa de solos da área da zona de influência da BR 364 no sentido Manuel


Urbano Feijó, Acre. Figura 6

A seguir são descritas as principais características dos solos que se desenvolvem na área de estudo.

Cambissolos Vérticos profundos, conferindo-lhes relativo grau de Gleissolos


4.1.3.1. susceptibilidade à erosão, o que, aliado ao
São solos mal drenados ou imperfeitamente fato de apresentarem drenagem deficiente, São solos minerais hidromórficos com hori-
drenados com horizonte B incipiente, com restringe seu uso agrícola, apesar da elevada zonte diagnóstico glei abaixo do horizonte
elevada saturação de bases, devido fertilidade natural (Amaral et al., 2005). superficial (A ou H com menos de 40 cm) e
principalmente a presença de Ca e Mg, com cores redução (normalmente cinzentos ou
teores nulos ou muito baixos de alumínio Vertissolos azulados) em decorrência da presença de
trocável, apresenta fendas no perfil e 4.1.3.3. ferro em sua forma reduzida (Fe 2+ ).
sequência de horizontes A, Biv e C. A De um modo geral ocorrem em altitudes
mineralogia dominante desses solos é médias de 170 m, estando restritos à uma São mal ou muito mal drenados, encharca-
geralmente constituída por minerais grande mancha que ocorre entre os dos, ocorrendo em áreas baixas com textura
primários e minerais silicatados com município de Sena Madureira e Manuel de média a muito argilosa, argila de
estrutura 2:1 o que lhes confere a caracterís- Urbano e nas cabeceiras do rio Iaco. atividade baixa ou alta, saturação de bases
tica diagnóstica de argila de atividade alta. normalmente baixa.
São solos rasos, imperfeitamente drenados,
As principais limitações decorrem das más com horizonte superficial do tipo A As principais limitações ao uso agrícola
condições físicas que conferem aos solos moderado. As cores no horizonte A têm decorrem da má drenagem, com presença
uma lenta permeabilidade que aliada a baixa matiz 7,5YR, ou seja, colorações brunadas, de lençol freático alto e dos riscos de
condutividade hidráulica e grande plasticida- com valor 5 e croma 2. O escurecimento inundação que são freqüentes
de e pegajosidade quando molhados superficial é em razão dos maiores teores de
dificulta o manejo, sobretudo quanto ao uso A drenagem é imprescindível para torná-los
matéria orgânica. A consistência a seco é aptos à utilização agrícola com um maior
de implementos agrícolas. Quando secos extremamente dura.
tornam-se extremamente duros e fendi- número de culturas ou o uso de espécies
lham-se prejudicando o sistema radicular A textura do horizonte A geralmente é argila adaptadas ao excesso de umidade. Há
das plantas. Em decorrência dessas siltosa e o horizonte C apresenta cores no limitações também ao emprego de
características os Cambissolos Vérticos são mesmo matiz do horizonte A, porém com máquinas agrícolas, sobretudo nos solos
muito susceptíveis à erosão e requerem um valores mais altos e cromas mais altos, que com argila de atividade alta.
manejo cuidadoso, com práticas de lhe confere colorações mais acinzentadas. A Após drenagem e correção das deficiênci-
conservação dos solos. estrutura é maciça que se desfaz em forte as químicas, sobretudo nos solos álicos e
pequenos a médios blocos angulares e
distróficos, prestam-se para pastagens,
Luvissolos subangulares o que evidencia o forte
capineiras e diversas culturas, principal-
4.1.3.2. processo de expansão e contração.
mente cana-de-açúcar, banana e
Conceitualmente são solos que apresentam Apresenta elevada restrição de uso, o que olericultura.
argila de alta atividade, caráter eutrófico (V > pode ser comprovada pela baixa diversidade
50%), além da presença de horizonte B de uso, a qual se restringe a pastagens Em áreas próximas aos grandes centros
textural. Estão normalmente associados a extensivas, mesmo nos projetos de consumidores, estes solos podem ser usados
relevo mais movimentado e a solos pouco assentamentos (Amaral et al., 2005). intensivamente com olericultura.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

16
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

4.1.4. VEGETAÇÃO

As formações florestais existentes entre os tre- Floresta Aberta com Palmeiras losa (Mart & Eichl.)); açacú (Hura crepitans
chos da BR-364 entre Sena Madureira e Feijó 4.1.4.2. L.); apuí (Ficus sp.); cumarú-cetim (Apuleia
numa faixa de 20 km do eixo da BR, são carac- Ocorrem algumas manchas desse tipo de vege- leiocarpa (Vog.) Macbr); cumarú-ferro (Dip-
terizadas pela ocorrência de uma mistura de tação entre os Municípios de Sena Madureira terys férrea Ducke); fava-branca (Piptadenia
fisionomias das mais variadas, entre elas e Manuel Urbano, porém nos trechos compre- sp.); freijó (Cordia alliodora (R.F) Chaw.);
pode-se observar a presença de áreas de flo- endidos entre Manuel Urbano e Feijó, sua den- jacareúba (Calophyllum brasiliense Camb.);
restas abertas (dossel aberto) com forte con- sidade aumenta. louro-branco (Ocotea sp.); maparajuba (Pou-
centração de bambu em consonância com pal- teria sp.); mata-matá (Eschweilera sp.); mula-
meiras e, em menor proporção, pequena man- Esta fisionomia tem como característica a pre- teiro (Calycophyllum spruceanum Benth);
chas de floresta densa. sença de um dossel aberto composto por pal- pau-d'arco amarelo (Tabebuia serratifolia
meiras, cipós e uma baixa incidência de espé-
(Vahl.) Nichols); samaúma-mirim (Ceiba sp.).
As florestas de palmeiras ocorrem normal- cies arbóreas. Entre as espécies de palmeiras
mente nas áreas próximas aos igarapés, aonde encontradas nestes ambientes se apresentam: A densidade para todos os indivíduos que com-
pode ser observada também uma presença mururu (A.murumuru Mart); tucumã (Astro- põem esta tipologia florestal com DAP de 20
marcante de cipós de varias espécies. caryum sp.); uricuri (A.excelsa); açaí (E.olerace- cm e 40 cm é de 146, 5 ind./ha e 48 ind./ha
ae); marajá (Bactris maior respectivamente. A volumetria, por sua vez,
Abaixo segue uma descrição sucinta das princi- equivale a 162,5 m3/ha e 119,3 m3/ha para os
acq.); pupunha brava (Guilielma macrocarpa
pais tipologias florestais existentes no trecho respectivos DAPs.
Hub.); jací (A.wallissii Huber); inajá (Maximilia-
entre Feijó e Sena Madureira:
na regia Mart.); jarina (P.macrocarpa R.e p.).
Nas áreas baixas e margem de igarapés ocorre
Floresta Densa + Floresta uma maior concentrada de Paxiubinha (Iriar- Floresta Aluvial Aberta com Palmeira
Aberta com Palmeira tea sp.). Já no sub-bosque é encontradas espé- 4.1.4.4.
4.1.4.1. cies como a bananeira brava (Phenakosper-
mum guianensis). No trecho da BR 364 entre Sena Madureira e
Essa tipologia florestal, no trecho entre Sena Manuel Urbano a tipologia característica é de
Madureira e Manuel Urbano, ocorre em No estrato arbóreo as espécies encontradas
Floresta Aberta com Palmeiras e Floresta
pequenas proporções se misturando com são: acapu (Minquartia sp.); amarelão (Aspi-
dosperma vargasii A.DC.); aroeira(Astronium Aberta com Bambu.
floresta Aberta com Palmeiras e floresta
Aluvial Aberta com Palmeiras, ocorrendo lecointei Ducke); botijão (Cavanillesia sp.); cajá O aspecto desta fisionomia florestal se carac-
uma concentração acentuada nas (Spondias lútea Linn.); catuaba amarela teriza por um dossel aberto com a presença
proximidades de Feijó. (Qualea tesmannii Milldbr.); caucho (Castilla das espécies de palmeiras: ubim galope (Ge-
ulei warb.); cedro vermelho (Cedrela odorata noma sp.); açaí (E.oleraceae); patauá (O.ba-
Essa formação florestal apresenta-se com os
L.); coaçú (Coccoloba paniculata Meissn); taua); murmurú (A.murumuru); paxiubão
três estratos bem definidos, onde é possível
cumarú-cetim (Apuleia leiocarpa (Iriartea exorrhiza Mart.); jarina (P.macrocar-
verificar um dossel aberto com indivíduos
(Vog.)Macbr.); Maçaranduba (Manikara pa R. e p.); paxiubinha (Iriartea sp.); bacaba
emergentes com altura aproximada de 35 a 40
huberi (Duke) Standl); Pirarara (Metrodoria (O.distichus Mart.); marajá da terra firme
metros, o estrato intermediário é normalmen-
flavida K. Krause) e tauari (Couratari macros- (Bactris maior Jacq.).
te fechado com uma predominância da espé-
perma).
cie Breu Vermelho (Tetragastris altissima O seu sub-bosque é muito denso com bastan-
(Aubl.) Swart.), já o estrato inferior é composto No que diz respeito à abundância e a volume- tes cipós, surgindo em alguns pontos, uma
por um aspecto limpo. tria a partir dos diâmetros 20 cm e 40 cm exis- acentuada presença de pacavira (espécie de
te uma média de 139,3 ind./ha, 39,8 ind./ha e
Entre as espécies freqüentemente encontra- bananeira brava), cuja identificação cientifica
135,3m3/ha, 95,4m3/ha, respectivamente,
das estão: ubim galope (Genoma sp.); açaís ainda não realizada.
para todos os indivíduos.
(Euterpe sp.); marajá (Bactris maior Jacq.); Neste ambiente, a seringueira (Hevea brasili-
bacaba (Oenocarpus distichus Mart.); Inajá ensis Muel. Arg.) teve uma concentração de
(Maximiliana regia Mart); patauá (O. bataua Floresta Aberta com Palmeira + indivíduos superior as demais fisionomias
Mart.); paxiubão (Iriartea exorrhiza Mart.); Floresta Aberta com Bambu amostrada.
marajá-açu (Bactris sp). 4.1.4.3.
Em se tratando de espécies arbóreas visuali-
Já as espécies arbóreas que se distribuem
Essa formação florestal predomina sobre as zadas, estas consistem em: breu vermelho
dentro desta tipologia é possível verificar a
demais ao longo da BR-364 no percurso de (Tetragastris altissima (Aubl.) Swart.); casta-
presença das seguintes espécies: Angelim
Sena Madureira até Feijó, se misturando com nheiras (B.excelsa H.B.K.); cedro vermelho
(Hymeubnolobium sp.); breu vermelho (T.
Florestas Abertas com Palmeiras e nas proxi- (C. odorata L.); cerejeira (T.acreana Ducke);
altíssima (Aubl.) Swart.); castanheira (Bert-
midades de Feijó com florestas densas. copaíba-branca (Copaifera sp.); fava arapari
holletia excelsa H.B.K.); cerejeira (Torresea
acreana Ducke); cumaru-cetim (Apuleia leio- (Macrolobium acaciaefolim Benth); itaúba
As características desta fisionomia florestal
carpa (vog.)Macbr); cedro vermelho (Cedre- (Mezilaurus itauba (Meissn) Taub); mamalu
são marcadas pela dominância das florestas
la odorata L.); ipê (Tabebuia sp.); itaúba (Me- (Callycophyllum acreanum); mata-matá
abertas com palmeiras, onde podemos
zilaurus itauba (Meissn) Taub); jutaí (Hyme- (Eschweilera sp.); pereiro (Aspidosperma
encontrar espécies como: buriti (M.flexuosa
naea parvifolia Huber); Louro (Ocotea spp.); macrocarpon Mart); samaúma barriguda
L.f.); paxiúba (I.exorrhiza Mart.); açaí (Euter-
Maçaranduba (Manikara huberi (Duke) (Chorisia speciosa); seringueira (H. brasilien-
pe sp.); patauá (O.bataua Mart.); uricuri (A.
Standl); mata-matá (Eschweilera sp); samaú- sis Muel.Arg.); ucuúba (Virola sp.).
pharelata Mart.) e babaçú (Orbygnia sp.).
ma branca (Ceiba pentandra Gaerth); serin-
Apesar de ser uma floresta dominada por Com relação à densidade e volumetria
gueira (Hevea Brasiliensis Muel.Arg.).
palmeiras, existem pequenas manchas de das espécies analisada, estas correspon-
Nesta formação florestal, foi conferida uma bambus, podendo ocorrer até áreas com flo- dem para os DAPs de 20 cm e 40 cm aos
abundância para todas as árvores de 173 resta densa. As espécies arbóreas dominan- valores respectivos de 153,3 ind./ha e
ind./ha e 50,5 ind./ha, para os respectivos tes observadas nesses ambientes são basica- 37,5 ind./ha e 129,7m3/ha e 84,87m3/ha
DAPs de 20 cm e 40 cm. mente: abiorana-branca (Micropholis venu- para todas as árvores.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

17
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

4.1.5. CLIMA
Tendo em vista a ausência de informações O clima é do tipo equatorial quente e úmido, Os valores de pressão atmosférica apresen-
específicas sobre clima relativas ao caracterizado por altas temperaturas, tam pouca variação sazonal, com 992,4 mb
trecho Manuel Urbano - Feijó, trabalhou- elevados índices de precipitação pluviomé- na época chuvosa e 995,4 no ápice do
se aqui com os dados disponibilizados trica e alta umidade relativa do ar. A período chuvoso. Esses valores altos durante
para todo o Estado do Acre, concentran- temperatura da região em questão varia de o período seco justificam-se (Duarte, 2006)
do-se, porém, na região situada entre 24,5 a 24,7ºC, o que caracteriza esta área devido o fato de a temperatura mínima ficar
esses dois municípios acreanos, tendo como uma das mais amenas do Estado. acima dos 13 – 15°C, em função da falta de
como base as informações contidas no condições adequadas de pressão para que as
A precipitação varia aproximadamente
ZEE – Fase I e de outro autores. frentes frias mais intensas cheguem até o
entre 1.877 e 2.292 mm anuais e tende a
leste do Acre.
O Estado como um todo tem um clima aumentar no sentido Sudeste-Noroeste.
quente e úmido com duas estações: seca e Na maior parte do Estado, as precipita- Os ventos preponderantes variam em
chuvosa. A estação seca estende-se de maio ções são abundantes sem uma nítida função da estação do ano. Durante a
a outubro. A estação chuvosa, o inverno, estação seca. estação seca predominam os ventos
caracteriza-se por chuvas constantes, vindos sul, sudeste e leste e na estação
Os meses menos chuvosos são junho, chuvosa predominam os ventos vindos do
prolongando-se de novembro a abril. Na
julho e agosto. norte e nordeste (Duarte, 2006).
estação seca, são comuns as “friagens”,
fenômeno efêmero, porém muito comum na A umidade relativa média mensal varia Com relação a velocidade dos ventos
região. Os totais pluviométricos anuais em função das duas estações do ano. Ao embora a média esteja entre 2 e 3 m/s,
variam entre 1600 mm e 2750 mm anuais e longo do ano os valores variam entre 80,5 existe uma grande variabilidade nos
tendem a aumentar no sentido Sudeste - e 87,9%. Durante a época chuvosa a dados. De qualquer forma, mesmo com
Noroeste. Na maior parte do Estado, as umidade relativa do ar se mantém essa variabilidade os ventos são fracos.
precipitações são abundantes sem uma elevada, em torno de 88%, com oscilação Entretanto, há a ocorrência de ventos que
nítida estação seca. diária entre 55 e 98%, já durante o podem atingir entre 20 e 30 m/s, em
período seco a média é mais baixa, em temporais de curta duração.
Os meses menos chuvosos são junho,
torno de 80%, com oscilação diária de 50
julho e agosto. A principal característica Com base nesses dados constata-se que
a 87% (Duarte, 2006).
da pluviosidade no Estado é a diminuição as variáveis meteorológicas estão
progressiva da intensidade do período Durante os meses de agosto e setembro relacionadas com as estações seca e
seco no sentido Sudeste - Noroeste, com quando ocorrem as temperaturas máximas, chuvosa do ano, atingindo seus valores
três meses secos no setor Sudeste e a evaporação também é máxima, alcançan- máximos e mínimos, coincidindo com o
menos de um no Noroeste. do valores entre 4 e 5 mm/d (Duarte, 2006). ápice destas estações.

4.1.6. BIODIVERSIDADE

Biodiversidade é um termo que diz do ano de 2007, com início da implemen- recursos naturais. Com base neste
respeito à riqueza natural da biosfera, às tação do ZEE. panorama e com a abertura de novas
espécies animais e vegetais, terrestres e fronteiras advindas com a melhoria da
aquáticas. A fragilidade de alguns Este instrumento ordena as forma de uso malha rodoviária do estado, os trechos
ecossistemas frente às crescentes da terra no território Acreano, visando à entre as cidades de Sena Madureira,
mudanças impostas por inúmeros fatores conservação e sustentabilidade dos Manuel Urbano e Feijó recebem uma
tem contribuído para a extinção de várias recursos naturais encontrados no estado, atenção. Podem-se enumerar cinco
espécies em decorrência das alterações buscando orientar e mitigar de forma pontos que tornam estas áreas especiais
antrópicas. Para o estado do Acre, tem-se mais coerente possível as ações antrópi- no tocante ao uso ordenado da biodiver-
um novo panorama desenhado a partir cas voltadas para a explotação sobre os sidade nesta região:

(i) Esses trechos são banhados por duas bacias hidrográficas, a do rio Purus (e seus afluentes) e bacia dos rios Tarauacá-
Envirá (e seus afluentes), sendo estes de fundamental importância, no tocante a segurança alimentar das popula-
ções tradicionais que habitam as suas margens;

(ii) Por serem formadas por rios de grande porte, estes passam a funcionar como barreiras geográficas para várias espécies,
podendo delimitar inclusive a distribuição de subespécies (Haffer, 1969, 1992; Peres et al., 1996), o que torna a criação
de novas Unidades de Conservação uma medida prioritária para a região, sendo que estas devem contemplar os
interflúvios destes grandes rios. Destacamos aqui em especial o grupo de peixe, são ocorrentes 119 gêneros ao longo do
trecho, recebendo destaque o Pirarucu (Arapaima gigas) que vem sendo manejada nos lagos próximos a cidade de
Manoel Urbano. Outras espécies ainda não exploradas que merecem destaque são as espécies com potencial ornamen-
tal, destacamos aqui: Aruanã (Osteoglossum bicirrhosum), Coridoras(Corydoras sp.) e Arraias (Potamotrygon sp.), este
como mercado em ampla ascensão.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

18
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

(iii) Os dados oriundos da flora para está região são escassos, sendo que a região da Bacia do Purus é a grande lacuna no
conhecimento florístico e da diversidade arbórea. Apesar da lacuna as regiões apresentam-se promissoras em relação a
novas ocorrências de endemismos e de espécies novas. No período de 1991 a 1998, treze taxa foram considerados os
primeiros registros para o Brasil, apesar das lacunas existentes na bacia do Purus, em apenas três anos, quatro desses novos
registros, foram documentados nas microbacias desse rio, confirmando assim a importância dessa região (Silveira, 2003)

(iv) Quanto à ocorrência de espécies vulneráveis ou ameaçadas de extinção na lista de UICN, para estas regiões são descritas
pelo menos quatro espécies de mamíferos. Sendo uma espécie quase ameaçada (Puma concolor - onça vermelha) e três
descritos como vulneráveis (Ateles chamek - macaco preto; Tapirus terrestris - anta e Trichechus inunguis – Peixe boi).
Está ultima espécie descrita como vulnerável, foi relatada para o rio Iaco (Martins, 1993). Informações mais recentes
obtidas junto à colônia de pescadores do município de Feijó apontaram para ocorrência dessa espécie na região do Rio
Jurupari, que já foi confirmado com evidências secundárias, como esqueletos encontrados e áreas de alimentação. Em
se observando espécimes, será o segundo registro para o estado, o que corrobora ainda mais a importância da região no
contexto da biodiversidade Acreana. Estão inclusos nesta lista de espécies vulneráveis, duas espécies de tracajás -
Podocnemis unifilis e Podocnemis expansa e uma espécie de jabuti – Geochelone denticulato. São encontrados ainda
duas espécies de aves, Harpia harpyja – gavião real e Morphnus guianensis – uiraçú, todas listadas e de ocorrência nos
trechos entre as cidades de Sena Madureira -Manoel Urbano - Feijó.

(v) Por fim destacamos o alto valor biológico dos trechos, sendo os mesmos classificados durantes as fases do ZEE-Acre,
como Áreas de Alto e Médio Valor Biológico, o que aumenta a necessidade de se estabelecerem novas áreas de
pesquisa e monitoramento. Análises em andamento do banco de dados do ZEE-Acre, apontam para números
expressivos, podendo ser citado a alta riqueza de aves e peixes na região, um total de 102 gêneros de aves, distribuí-
dos em 123 espécies, para peixes o numero de gêneros chega a 119, com o total de espécies ainda em estudo.

(vi) Acredita-se que os trechos aqui citados carecem um olhar diferenciado. Por muitas décadas os trechos entre as cidades
de Sena Madureira-Manoel Urbano e Feijó, sofreram com o isolamento dos períodos mais chuvosos, o que de certa
forma permitia uma maior capacidade de resiliência no tocante as depleções na fauna e flora, o que ao mesmo tempo
parecia ser um ponto positivo (falta de acesso nos períodos chuvosos), também se tornou um ponto negativo tendo em
vista que a mesma dificuldade de acesso tornou os trechos umas das principais lacunas para a biodiversidade do estado.

4.1.7.
UNIDADES DE PAISAGEM BIOFÍSICAS
As Unidades de Paisagens Biofísicas (UPB) Iaco com Predomínio de Cambissolo ocorrência é a da Formação Solimões,
correspondem a unidades territoriais das Háplico eutróico e sob Floresta Aberta situada na Depressão do Iaco-Acre, com
associações de geoformas com as litoestru- com Palmeira + Floresta Aberta com predomínio de Cambissolo Háplico eutrófico
turas e com as associações de solos e, Bambu + Floresta Densa, e da Regional e sob Floresta Aberta com Bambu + Floresta
destas, com as Sub-Formações vegetais. Acre- Purus, que apresenta uma Aberta com Palmeira (Acre, 2006).
diversidade de 206 unidades de paisagens Na Tabela 4 encontra-se detalhado os
Estas unidades de paisagem não são
biofísicas, sendo que a Unidade de indicadores das UPBs para os municípios
espaços artificiais, obtidos pelo
Paisagem Biofísica de maior da área de estudo.
cruzamento de diversos temas, mas
refletem unidades naturais, resultantes da
combinação de variáveis físicas e bióticas Demonstrativo dos índices biofísicos das Unidades Biofísicas encontradas nos
municípios da área de influência direta e indireta da BR 364
A combinação das variáveis, determinadas Tabela 4.
por processos climáticos, geológicos,
geomorfológicos, pedológicos, Municípios Área km² População Unidades IDP1 IDPOP2 IDFlo
(2004)
hidrológicos e biológicos, resulta numa
homogeneidade fisionômica, passível de
delimitação (Acre, 2006). Feijó 27.964 35.713 99 3,5 2,77 3,68

No caso das UPBs encontradas nas áreas


de influência do trecho da BR-364, Manuel Urbano 8.190 7.152 74 9,0 10,35 9,19
compreendido entre os municípios de
Sena Madureira e Feijó que fazem parte
das regionais de desenvolvimento Sena Madureira 23.732 31.530 149 6,3 4,73 6,57
Tarauacá/Envira, que apresenta uma
diversidade de 218 unidades de paisagens
biofísicas, sendo que a Unidade de 1. IDP= índice de diversidade de paisagem (IDP=Diversidade/área * 1000). Fonte: ZEE/AC, 2006.
Paisagem Biofísica que tem maior
2 Índice de Diversidade relacionado com a população. 3 e Índice de Diversidade relacionado com o
ocorrência nessa área são as da Formação remanescente florestal dos Municípios da área de influencia.
Solimões, situada na Depressão do Juruá

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

19
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

4.1.8.
HIDROGRAFIA
Estudos hidrométricos e hidrológicos, A área de influência da BR - 364 é constituí- nascentes e a BR-364; e – Rio Envira: entre
realizados pela Coordenadoria Estadual de da de inúmeros corpos d'água sendo os suas nascentes e a confluência com o
Defesa Civil – CEDEC (2003) reportam as principais o Rio Caeté, Rio Purus, Igarapé igarapé Preto e entre o igarapé Paraná do
seguintes informações referentes aos Macapá, Ig. Juruti, Ig. Jurupari e Ig. Ouro e a cidade de Feijó.
principais rios navegáveis nas áreas de Macipira,– Rio Alto Jurupari: entre suas
influências do trecho da BR-364 envolven-
R

do os municípios de Sena Madureira,


Manoel Urbano e Feijó.(confira no quadro
da próxima página):

De acordo com Latrubesse (2002), a 1


vegetação componente da bacia hidrográ-
fica do Rio Purus com base em interpreta- 3
ções das imagens de satélite, foi classifica-
da em unidades morfo-vegetacionais:
Floresta de Meandros Abandonados 1 2
Colmatados, Floresta na Planície de
Meandros Ativos, Floresta de Terraço 4 4
Baixo, Floresta em Terraço Alto, Floresta
Densa em Planície Dissecada.
5
A distribuição destas cinco unidades
2
3
morfo-vegetacionais propostas por 5
D

Latrubesse (2002) mostram evidências 6


claras da intensa dinâmica fluvial que
contribui ao longo do tempo na geração de 6
inúmeros meandros abandonados, em
3 I

áreas próximas aos meandros ativos em


trechos pouco sinuosos do curso do rio, Legenda

denominado Barras Laterais, ocorre a 1. Igarapé Consul 1. Rio Envira


deposição de sedimentos arenosos na 2. Igarapé Diabinho 2. Rio Jurutipari
3. Igarapé Macipira 3. Rio Purus
margem do rio, o que leva à formação de
4. Igarapé Maracajú 4. Rio Moaco
um ambiente propício à colonização por 5. Igarapé dos Doidos 5. Rio Macapá
plantas no período de verão, semelhante 6. Igarapé Bom Jardim 6. Rio Paissandu 0 130 260 520 780
km
ao processo que ocorre na baixa ponta dos
Meandros Ativos. Mapa de solos da área da zona de influência da BR 364 no sentido Manoel Figura 8
Urbano - Feijó, Acre.
Em meio ao Terraço Baixo, é comum a
ocorrência de meandros abandonados em
diferentes estágios de colmatagem. Essas i. Rio Iaco em Sena Madureira-AC
“ilhas” de vegetação típica de meandros Calado Máximo meses de dezembro a abril com cotas entre
abandonados, facilmente identificáveis 9,20 metros a 14,50 metros;
nas imagens de satélite (Landsat TM5, Calado Médio meses de maio a julho, com cotas entre
Bandas 2,3,4) como “manchas” ou 14,50 metros a 1,30 metros;
“cicatrizes” de cor verde clara, acentuam o Calado Mínimo meses de agosto a novembro, com cotas entre
padrão de mosaico que configura a 1,30 metros a 9,20 metros;
distribuição dessas unidades. A dinâmica Cota de Transbordamento 15,20 metros;
fluvial dos rios perenes e temporários que – A vazão média do Rio Iaco em Sena Madureira é de 231 m³/s.
envolvem a região de estudo influencia
ii. Rio Purus em Manoel Urbano-AC
significativamente na vegetação das
planícies de inundações e em terraços. Calado Máximo meses de dezembro a abril com cotas entre
8,30 metros a 15,00 metros;
A alta potencialidade da dinâmica fluvial Calado Médio meses de maio a julho, com cotas variando entre
do rio Purus de acordo com Latrubesse 15,00 metros a 4,00 metros;
(2002) exerce um controle na dinâmica de Calado Mínimo meses de agosto a novembro, com cotas entre
crescimento e distribuição da vegetação 4,00 metros a 8,30 metros;
existente, tornando instável o processo – A vazão média do Rio Purus em Manoel Urbano é de 909 m³/s;
regenerativo da vegetação.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

20
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

4.1.9. FRAGILIDADE NATURAL POTENCIAL

O mapeamento da fragilidade ambiental alteração ambiental ou perturbação formulado considerando todos os fatores
permite avaliar as potencialidades do meio potencial) e resiliência (a capacidade do juntos. A área do trecho entre Sena
ambiente de forma integrada, compatibili- sistema de retornar a uma condição de Madureira e Feijó é considerada de
zando suas características naturais com equilíbrio após modificações consideráve- vulnerabilidade alta a média-alta.
suas restrições. is). A resiliência é medida pelo tempo
Nos locais de alta vulnerabilidade a estabili-
necessário para o sistema retornar a
Em parte porque questões ambientais dade do solo é decisiva na intensidade dos
condição original. Quanto maior o tempo
complexas são mais facilmente compreen- fenômenos de escoamento superficial.
menor a resiliência.
didas quando a análise do problema é
O estudo de vulnerabilidade considera cinco Nessas áreas, o uso agronômico indicado é
realizado de forma holística, integradora –
temas principais específicos: Clima, o marginal e o critério de uso da área deve
“visão segundo a qual, todas as entidades
Geologia, Geomorfologia, Vegetação e Solos. ser mais de conservar e proteger os
físicas e biológicas formam um único
recursos naturais, principalmente nas áreas
sistema, interagente e unificado e,
O Clima oferece informações próximas a cursos d'água.
qualquer sistema completo é maior do que
a soma das partes componentes”. sobre a chuva. O trecho também detém áreas moderada-
mente vulneráveis, as quais representam
A metodologia fundamenta-se no princípio A Geologia oferece informações
grandes regiões inundadas periodicamente.
de que a natureza apresenta funcionalida- relativas à composição e grau de
de intrínseca entre seus componentes coesão das rochas Estas áreas são altamente sensíveis a
físicos e bióticos. A Geomorfologia oferece distúrbios ambientais, nas quais o
informações relativas à amplitude, equilíbrio natural é rapidamente alterado
Os procedimentos operacionais para a sua
declividade e grau de dissecação e a resiliência do sistema é baixa. O uso
construção exigem estudos básicos do
que caracterizam o relevo; agronômico é restrito. A agricultura
relevo, solo, geologia, clima, uso da terra e
ribeirinha já existente e atividades
cobertura vegetal. Posteriormente, essas
Os Solos são caracterizados pela extrativistas constituem o maior grau de
informações são analisadas de forma
sua maturidade. alteração admissível.
integrada gerando um produto síntese que
expressa os diferentes graus de fragilidade Considerando o atual volume de
que o ambiente possui em função de suas Solos mais maduros indicam pouca incentivos que esta região está
características. vulnerabilidade a processos erosivos e por recebendo, principalmente no que ser
fim, a cobertura vegetal que protege a refere à pavimentação da BR, o
Dessa forma, para compreender a unidade de paisagem dos efeitos dos ordenamento territorial, incentivando e
fragilidade ou vulnerabilidade ambiental é processos de erosão. estabelecendo o correto uso e ocupação
necessário ter como base dois conceitos
Cada tema foi tratado em separado e um do solo, torna-se urgente, tendo em vista
ecológicos importantes: resistência (a
ranking de vulnerabilidade (alta, o rápido incremento populacional
capacidade de um sistema suportar
média/alta, média, média/baixa e baixa) foi potencial para a região.
variações quando submetido a uma
Placa de estrada - BR 364, saída da ZAP-BR - Feijó - AC

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

21
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

Leis estaduais que regulamentam questões sobre o tema


ambiental no Acre. Tabela 5.

Nº /DATA EMENTA

LEI. 851/86 Cria o Instituto de Meio Ambiente do Acre

LEI 871/87 Cria a Fundação de Tecnologia do Estado

LEI 1.022/92 Cria o SEMACT e o CEMACT

LEI 1.116/94 Dispõe sobre produção, armazenamento e des-


tino final de AGROTÓXICO no Estado do Acre

LEI 1.117/94 Dispõe sobre a POLITICA AMBIENTAL do Estado do Acre

DEC. 720/94 Instala o Pelotão Florestal do Estado do Acre

DECRETO Cria o Comitê de Queimadas e Prevenções as


07/98 queimadas e incentivos do Estado do Acre

DECRETO Institui o Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-


503/99 Econômico do Estado do Acre e dá outras providências
Barracões - Manuel Urbano - AC

DECRETO Institui a Comissão de Educação Ambiental do Estado do


2.242/00 Acre e dá outras providências

LEI 1426/01 Dispõe sobre a preservação e conservação das florestas do Es-


tado, institui o Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas.

LEI 1500/03 "Institui a Política Estadual de Recursos Hídricos, cria o siste


ma Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos do
Estado do Acre, dispõe sobre infrações e penalidades aplicá
veis e dá outras providências".

5. ASPECTOS LEGAIS, INSTITUCIONAIS,


FUNDIÁRIOS E CONFLITOS
5.1. ASPECTOS JURÍDICO-INSTITUCIONAIS
A Legislação Ambiental brasileira é conside- (Lei n.º 4.504/64), em seu artigo 43, complementares, resoluções, decretos e
rada uma das mais avançadas do mundo. determina que “o Instituto Brasileiro de portarias. Conforme pode ser verificado na
A Constituição Federal de 1988 dedicou um Reforma Agrária promoverá a realização de Tabela 5, o estado ao longo dos anos tem
capítulo inteiro ao meio ambiente, com um estudos para o zoneamento do país em ampliado sua base jurídica-institucional
regramento moderno e inovador do direito regiões homogêneas do ponto de vista visando o fortalecimento de sua política
de propriedade, agora condicionado por socioeconômico e das características da ambiental. Um dos passos chaves para essa
vários princípios, entre os quais se inclui a estrutura agrária...”. estruturação foi a Lei 1.904 de junho de
proteção ao meio ambiente. 2007 que estabelce o ZEE estadual e norteia
A Lei n.º 8.171/91, que dispõe sobre a
A Constituição do Estado do Acre incorpora política agrícola, trata, em seu artigo 19, o ordenamento territorial acreano.
também o tema ambiental, espelhando, em sobre zoneamento agroecológico. A Lei n.º No caso específico, considerando que a BR
um momento ou outro, o tratamento 6.938/81, estabelece o ZEE como um dos 364, no trecho Sena Madureira-Feijó
conferido pela Constituição Federal. instrumentos da Política Nacional do Meio integra a Zona 3, a Lei do ZEE, estabelece
Com relação ao Ordenamento territorial, a Ambiente e o Decreto n.º 4.297, de 10 de em seu Art. 20. que esta Zona “é composta
Constituição Federal, no seu art. 21, inciso julho de 2002, que regulamenta o artigo 9º, por áreas ainda não ordenadas, em
IX, dispõe que é competência da União II, estabelecendo seus critérios.
processo de definição de uso, prioritárias
“elaborar e executar planos nacionais e para o ordenamento territorial com
Até o ano de 2004, o estado possuía cerca
regionais de ordenação do território e de indicação ao uso sustentável dos recursos
166 (cento e sessenta e seis) normas
desenvolvimento econômico e social”. naturais e, ainda, por áreas de produção
relacionadas diretas ou indiretamente ao
Neste mesmo sentido o Estatuto da Terra meio ambiente, entre leis, leis ribeirinha já estabelecidas.”

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

22
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

Para a implementação destes instrumen- (i) Procuradoria Especializada de Meio Ambiente - promove a construção de políticas
tos o Estado possui um arranjo Jurídico- públicas ambientais em conjunto com a sociedade e órgãos governamentais. Trata,
Legislativo Ambiental sólido tanto para portanto, das questões ambientais do Estado, oficiando nos procedimentos administrati-
contribuir na formulação da política vos e/ou judiciais que tratem da preservação do meio ambiente. Ela é uma Especializada
quanto para a fiscalização e controle. que trata única e exclusivamente da preservação do meio ambiente acreano, em meio à
Neste sentido, o Estado do Acre possui o Amazônia brasileira e toda a sua biodiversidade. Além disso, é pró-ativa na gestão da
seguinte arranjo institucional e suas preservação dos recursos naturais transfronteiriços, como é o caso do rio Acre, que
atribuições relacionado à questão envolve três países: Brasil, Bolívia e Peru, como sua atuação é no âmbito estadual, não há
jurídico-ambiental: uma ação focada no trecho Sena Madureira-Feijó.

(ii) O Ministério Público Estadual conta com: a) Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente,
Conflitos Agrários, Urbanismo e do Patrimônio Histórico e Cultural do Ministério Público do
Estado do Acre. A Coordenadoria é um Órgão de Execução e de Apoio Operacional que visa à
coordenação da atuação dos demais Órgãos de Execução das áreas afins em todo o Estado do
Acre, tem como objetivo a implementação de planos, programas e metas que visem integrar,
estimular e aprimorar a atuação dos órgãos de execução na área ambiental, de habitação e
urbanismo e de conflitos agrários. b) Promotoria Especializada de Defesa do Meio Ambiente -
com atribuições na bacia do Rio Acre, fiscaliza a aplicação da legislação ambiental e defende os
interesses sociais relacionados ao Meio Ambiente. c) Na áreas do trecho Sena Madureira-Feijó,
o Ministério Público possui Promotoria em Sena Madureira com atuação em Manuel Urbano e
Santa Rosa do Purus e as Promotorias do Vale do Tarauacá-Envira, com atuação nos
Municípios de Tarauacá, Feijó e Jordão.

(iii) O Judiciário possui Comarcas nos Municípios de Sena Madureira, Manuel Urbano e Feijó, além
dos outros municípios.

(iv) Instituto de Meio Ambiente do Acre possui a Procuradoria Jurídica que tem como principais
atribuições, prestar assistência jurídica direta e imediata ao Presidente, nas atribuições que lhe
incumbe o cargo;– fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos pactos e dos demais atos
normativos a ser uniformemente seguidos em sua área de atuação e coordenação, quando
não houver orientação normativa da Procuradoria Geral do Estado; emitir pareceres jurídicos
sobre as questões, dúvidas ou conflitos submetidos ao Presidente, em matérias relativas à sua
competência; lavrar Autos de Infração, Termos de Embargo, de Interdição, de Apreensão, de
Inutilização, de Suspensão e de Demolição; opinar sobre atos a serem submetidos ao
Presidente, com vistas à vinculação administrativa; estudar e redigir contratos e/ou instrumen-
tos congêneres; elaborar minutas de projetos de leis, decretos e, sempre que necessário,
outros atos normativos expedidos pelo Presidente; promover a execução fiscal dos autuados
por infração ambiental; e representar e assessorar o IMAC em ações e questões jurídicas
relacionadas ao licenciamento, monitoramento e fiscalização das atividades produtivas que
utilizam recursos naturais. A atuação da procuradoria praticamente acompanha as ações do
IMAC, neste sentido, destaca-se a presença dos agentes ambientais nas Unidades de Gestão
Ambiental (UGAIs) ao longo da BR-364.

(v) A Polícia Militar dispõe do Pelotão Florestal composto por 14 Policiais Militares, não somente
com atuação específica na área, atendendo também as demandas da capital Rio Branco e
poucas atuações nos municípios de Sena Madureira e Manuel urbano.

5.2.
DESAFIOS LEGAIS PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL
DO TRECHO MANUEL URBANO-FEIJÓ
A ocupação desordenada ao longo de passivo ambiental florestal. A grilagem de ordenadas, o processo de ordenamento
rodovias gera uma série de conflitos sócio- terras, presença de posses ilegais, uso territorial requer uma descentralização
ambientais quando não deriva de um inadequado do solo, explorações ilegais que permita articular os propósitos
planejamento político estratégico que dos recursos florestais entre outros, estabelecidos nacionalmente com as
direcione ao ordenamento territorial trazem prejuízos e impactos ao meio necessidades e realidades regionais e
viável e adequado. ambiente, à economia local e às relações levantar as informações relevantes para
sociais. esse processo, o que se expressa pela
A iniciativa do Governo do Estado em
promover um processo de ordenamento Considerando que o ordenamento participação das organizações governa-
territorial da Rodovia BR 364 é um territorial implica um envolvimento tanto mentais e da sociedade civil que atuam em
exemplo de que o planejamento é a dos gestores estatais quanto da sociedade um dado território. Neste sentido, tanto
melhor forma de se evitar a ocupação local, tendo em vista que nele se realizam uma política de descentralização da gestão
caótica, cujos principais desafios legais ações de curto, médio e longo prazo que ambiental e territorial quanto um plano de
estão relacionados principalmente com a devem integrar-se às particularidades das fortalecimento das políticas ambientais
regularização fundiária e resolução do diferentes áreas a serem tornan-se fundamentais.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

23
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

5.3.
ESTRUTURA FUNDIÁRIA (ÁREAS ARRECADADAS, DISCRIMINADAS)

No Estado do Acre, a questão fundiária de suas terras destinadas a Projetos de discriminadas totalizam 6,62% da superfície
apresenta um nível particular de Assentamento e a Áreas Naturais estadual. Juntas, essas denominações
complexidade resultante de fatores Protegidas (unidades de Conservação e somam 44,53% das terras estaduais.
históricos relacionados à incorporação ao Terras Indígenas).
Brasil de território anteriormente O trecho da BR 364 atualmente em
pertencente à Bolívia e, especialmente, ao As terras em discriminação sob judice pavimentação e foco deste texto,
fato de terem sido reconhecidos os títulos apresentam 2,5% da superfície estadual, compreende os municípios de Sena
expedidos por diferentes administrações enquanto as Terras Públicas não destinadas Madureira, Manoel Urbano e Feijó, os
nacionais e internacionais como o governo representam apenas 3,2%. As terras quais integram as regionais do Purus e
do Estado do Amazonas, as Repúblicas da Dominiais (lotes titulados e a titular) Tarauacá/Envira. Dentre os aspectos
Bolívia e do Peru e o ex-Estado constituem 1,27% da superfície do Estado. relacionados à estrutura fundiária, foram
Independente do Acre. De acordo com Os imóveis rurais sob domínio de levantadas informações que serão
dados apresentados no ZEE-AC (Acre, particulares compreendem 30,95% das apresentadas nas Tabelas 6,7,8 e 9,
2006), o Estado do Acre apresenta 55,5% terras do Estado. E as áreas a serem listadas a seguir:

Terras discriminadas pelo INCRA – 1999


Tabela 6

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

24
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

Tabela 7.
Os projetos fundiários apresentados na Projetos de colonização e assentamentos extrativistas por
tabela abaixo já passaram por todo o município - 1999/2004
processo de ordenamento do INCRA, onde
se executa a discriminação, a arrecadação Municípios Projetos Área (ha) Capacidade Famílias
e a regularização de ocupação das terras. (Fam.) Assentadas
Sena Madureira P.C Boa Esperança 275.646 2.756 1.395
P.A.E Riozinho 35.896 120 120
P.A Favo de Mel 11.405 213 180
P.A Oriente 5.650 108 90
P.A Rápido 32.157 659 545

Manoel Urbano P.A Nazaré 7.154 157 157


P.A Liberdade 27.393 273 273
P.F Aleluia 18.300 155 50

Feijó P.A Amena 1.900 19 19


P.A Envira 5.380 250 250
P.E Pólo Agroflorestal -
Feijó 4. 5.
19 19
P.A Berlim Recreio - 550 550
Seringal Boa Vista ND ND ND
Seringal Miraflor/Rio ND ND ND
Jurupari
Seringal Curralinho - 120 120
Seringal Alto Envira ND ND ND
Seringal São Domingos ND ND ND
Seringal Vista Alegre ND 90 90

Fonte: EIA/RIMA BR 364, trecho Sena Madureira Feijó/2005.

Tabela 8.
Segundo informações obtidas no Estudo Terras indígenas presentes na área de influência indireta da BR
de Impacto Ambiental - EIA, para esse 364, trecho Sena Madureira - Feijó.
trecho da BR 364, mais precisamente na
área de Influência Indireta, ocorrem 13
Município de Terra Indígena População Situação Jurídica
terras indígenas, sendo que a maioria
referência (habitantes)
apresenta-se demarcadas ou em fase de
demarcação. O traçado da rodovia não Sena Madureira/ Mamoadate 1.123 Regularizada
atravessa nenhuma das terras indígenas Assis Brasil Cabeceira do Rio Acre 229 Regularizada
identificadas no estudo. Jaminawá do Rio Caeté 70 Confirmada

Jaminawá da Colocação Confirmada


Estado do São Paulino
Amazonas 46
Jaminawá da Colocação
Caiapucá 80 Confirmada

Manoel Urbano Alto Rio Purus 310 Registrada

Feijó Kaxinawá Igarapé do Caucho 404 Regularizada


Kaxinawá do Rio Humaitá 255 Regularizada
Kaxinawá Nova Olinda 150 Registrada
Kulina do Igarapé do Pau 96 Declarada
Kulina do Rio Envira 235 Regularizada
Riozinho do Alto Envira ---- A identificar
Katukina Kaxinawá Regularizada
Shanenawa 458
Kaxinawa 509

Fonte: EIA/RIMA BR 364, trecho Sena Madureira Feijó/2005.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

25
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

Na área de influência indireta da BR 364 no tre-


cho de Sena Madureira – Feijó, existem 7 (sete) Tabela de unidades de conservação por município na área de
Unidades de Conservação, sendo 05 (cinco) influência da BR 364, trecho Sena Madureira - Feijó. Tabela 9.
federais e 02 (duas) estaduais (Tabela 9). Unidade de
Município Área (ha) Categoria
Conservação
O Instituto de Terras do Acre - ITERACRE inici-
ou no ano de 2007, um levantamento ao
Assis Brasil e Sena Madureira Estação Ecológica do Rio 77.500 Uso Indireto
longo da BR 364, no trecho co e propmpreen-
Acre
dido entre o município de Manuel Urbano e
Feijó, visando identificar os ocupantesrietári- Sena Madureira, Manoel Parque Estadual 670.135 Uso Indireto
os dos imóveis existentes. Urbano e Santa Rosa do Purus Chandless
Nesse levantamento já foram identificadas 297 Sena Madureira Floresta Nacional do 173.475 Uso Direto
(duzentas e noventa e sete) famílias moradoras Macauã
de áreas particulares ou não discriminadas.
Sena Madureira Floresta Nacional de São 21.600 Uso Direto
Ressalta-se que os dados apresentados para Francisco
as terras discriminadas são secundários uma
vez que as informações foram obtidas na sede Feijó e Santa Rosa do Purus Floresta Nacional de 230.257 Uso Direto
do INCRA no município de Rio Branco, pois o Santa Rosa do Purus
mesmo está realizando trabalho semelhante
ao do ITERACRE. Bujari e Sena Madureira Floresta Estadual do 66.198 Uso Direto
Antimary
Porém os dados ainda estão sendo sistemati-
zados no núcleo do INCRA, no município de Sena Madureira e Manoel Reserva Extrativista 750.795 Uso Direto
Sena Madureira. Os projetos de assentamen- Urbano Cazumbá-Iracema
to do INCRA não foram incluídos no respecti-
Fonte: EIA/RIMA BR 364, trecho entre Sena Madureira e Feijó/2005.
vo levantamento.

5.3.1.
ÁREAS COM DEFINIÇÃO DE USO INSTITUÍDO (PAS, TIS, UCS)

Tendo como parâmetro de referência os famílias assentadas. Em Feijó encontramos Indígena Jaminawa, parte da Terra Indígena
municípios localizados ao longo da BR os projetos de assentamento Amena, Berlim Mamoadate que possui uma área total de
364, Sena Madureira e Feijó, encontra- Recreio, Envira e PE Pólo Agroflorestal Feijó, 313.647,00 ha e divide-se entre os municípi-
mos os municípios de Manoel Urbano e com uma extensão total de 32. 738,72 ha e os Sena Madureira e Assis Brasil, ocupada
Santa Rosa do Purus, totalizando 4 757 famílias assentadas. pelo Povo Manchineri e Jaminawa. No
municípios envolvidos no processo de município de Feijó encontra-se o número de
Encontra-se ainda nesta região diversas Terras Indígenas deste trecho. Dentre elas
ordenamento territorial da ZAP-BR.
unidades de conservação nas categorias estão a Terra Indígena Jaminawa do Envira
Em Manoel Urbano há na área rural os usos sustentável e proteção integral. Um com uma extensão de 80.618,00 ocupada
projetos de assentamento Nazaré, exemplo é o Parque Estadual Chandless pelo Povo Indígena Kulina e Ashaninka, Terra
Liberdade, Castelo e PAR Aleluia que somam (unidade de proteção integral) que tem ao Indígena Kampa Ashaninka Isolado do Rio
uma área de 54.367,8 ha com um total de todo 695.303 hectares de área de conserva- Envira com uma área de 232.795,00 ha
443 famílias assentadas. Já no município de ção abrangendo os municípios de Manuel ocupada pelos Povos indígena Ashaninka e
Santa Rosa do Purus há apenas um projeto Urbano, Sena Madureira e Santa Rosa do isolados, Terra Indígena Katukina/kaxinawa
de assentamento, o PA Santa Rosa com uma Purus. A Reserva Extrativista Cazumbá – com uma área de 23.277,00 ocupada pelo
área de 37.460,0 ha com 83 famílias Iracema (unidade de uso sustentável) com Povo Indígena Shanenawa e Kaxinawa, Terra
assentadas. Em Sena Madureira, temos os uma área de 733.608 ha e a Floresta Indígena Kaxinawa do Rio Humaitá com
projetos de assentamos Favo de Mel, Estadual Antimary, com extensão de áreas de 127.383,56 ha ocupada pelo Povos
Oriente, Joaquim de Matos, Uirapuru, João 45.638,6 ha. Em Sena Madureira encontra- Indígena Kaxinawa e Kulina, Terra Indígena
Batista, Boa Esperança, Mário Lobão, PAE se a Terra Indígena Jaminawa do Rio Caeté Kaxinawa Nova Olinda com uma área de
Riozinho, PAE Providência Capital, PAE com uma área de 9.878,48 ha, ocupada pelo 27.533,40 ha ocupada pelo Povo Indígena
Valencia e PE Pólo Agroflorestal Elias Povo Jaminawa, a Terra Indígena Jaminawa Kaxinawa, Terra Indígena Kulina do Rio
Moreira que somando representam uma do Guajará que esta em processo de Envira com área de 84.364,61 ha ocupada
extensão de 138.163,2 ha, com 1.934 identificação e também é ocupada pelo Povo pelo Povo Indígena Kulina.

5.4.
CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS
A partir da segunda metade dos anos oiten- nessa época dos conflitos socioambientais cadamente agrário e desigual, essa nova ori-
ta, os programas de zoneamento ecológico- na Amazônia que chamaram a atenção da entação das estratégias públicas para o meio
econômico (ZEE) da região amazônica surgi- opinião pública nacional e internacional. rural se caracteriza, fundamentalmente, pela
ram, em grande medida, como respostas ofi- consolidação do mercado como único regu-
A partir da metade dos anos 90 comparece lador socioeconômico, pela difusão de for-
ciais a problemas de ocupação "desordena- em cena a formulação de uma nova política mas de participação social no processo de
da" de espaços territoriais, envolvendo con- pública para o meio rural brasileiro. Mistura tomada de decisões e pelo deliberado ata-
flitos entre diferentes grupos da sociedade de diversas recomendações feitas pelo que aos movimentos sociais rurais reivindi-
sobre o acesso e a utilização dos recursos Banco Mundial, da filosofia das políticas rura- catórios envolvidos no interior do conflito
naturais. O assassinato de Chico Mendes, em is da União Européia e da especificidade de em torno da luta pela terra e pela Reforma
dezembro de 1988, foi um caso exemplar um meio rural brasileiro que continua mar- Agrária. Abordar a relação entre o consenso

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

26
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

5.4.1. DIVERSOS CONFLITOS RELACIONADOS AO USO DE RECURSOS NATURAIS

Em muitos casos, uma atividade preliminar minimizados visto que um resultado prático utilização de recursos naturais e em muitos
praticada por grandes proprietários é a desses conflitos foi a criação do modelo de casos do não enquadramento desses na
exploração madeireira, geralmente através Reservas Extrativista, que resolveu parte dos legislação. Outra fonte de conflitos entre
da contratação de terceiros (empresas problemas fundiários. instituições governamentais e populações
madeireiras). A exploração madeireira, da rurais é a questão do licenciamento
Outra forma de conflito tem acontecido em
forma como é tradicionalmente realizada, ambiental para desmate e queima e a
projetos de colonização tradicionais
tende a comprometer as atividades utilização de recursos pesqueiros, envolven-
estabelecidos pelas políticas de reforma
produtivas de posseiros, especialmente no do comunidades ribeirinhas e pescadores
agrária, devido a desistência dos assentados
caso do extrativismo vegetal praticado em profissionais licenciados. Na medida em que
causada pela falta de apoio para o seu
áreas mais extensas. Por tal essa prática posseiros que ocupam terras em grandes
estabelecimento na terra. Neste caso a
predatória de extração madeireira tem sido propriedades não possuem documentos
tendência é que esses ex-assentados
uma fonte de conflito envolvendo seringuei- fundiários expedidos pelo INCRA, estes têm
busquem terras em lugares mais isolados,
ros, grandes proprietários de terra, e ficado impedidos de licenciar atividades de
muitas vezes adentrando em áreas de
populações indígenas. conservação ambiental ou em terras desmatamento e de queimada para seus
ocupadas por populações tradicionais. roçados. Isso é fato gerador de conflitos
Desde os anos setenta, uma prática comum históricos entre órgãos ambientais de
em grandes propriedades, geralmente como Outros casos acontecem em áreas onde o
INCRA não realizou a demarcação e o fiscalização e posseiros. Ainda no contexto
etapa posterior à retirada de madeira de da licença ambiental, a utilização de recursos
maior valor econômico, tem sido a conver- assentamento, o que provoca conflitos
envolvendo diversos tipos de posseiros pesqueiros, envolvendo comunidades
são de áreas florestadas em pastagens. ribeirinhas e pescadores profissionais
(agricultores, desempregados de áreas
Quando estas áreas já são ocupadas por também é fonte geradora de conflitos. Isso
urbanas e populações extrativistas).
populações extrativistas e/ou por outros porque os ribeirinhos sentem seus direitos e
posseiros, cria-se uma situação de conflito. A partir do momento em que os governos hábitos de pesca violados pelos pescadores
Trata-se do tipo de conflito socioambiental têm colocado esforços para fazer cumprir a licenciados, já que estes acionam o seu
que resultou nos "empates" realizados por legislação ambiental e buscado alternativas direito por meio da legalidade que lhes é
seringueiros, objetivando impedir, de forma econômicas, têm aparecido pontos de conferida pela licença concedida. A caça e
não-violenta, o desmatamento e a conse- conflitos de interesses entre populações pesca também são fontes de conflito
qüente expulsão de suas colocações. Tais rurais e instituições governamentais. Parte principalmente por que ocorrem de forma
conflitos no Acre, no contexto atual são desses conflitos é resultante da forma de ilegal em áreas protegidas.

5.4.2. CONFLITOS SÓCIO-AMBIENTAIS IMINENTES


Em função das exigências da nova Lei de que, tendo comprado lotes em projetos de agravamento de vários problemas sócio-
Crimes Ambientais, há uma tendência de assentamento, não podem ser reconhecidos ambientais em sua área de abrangência,
aumento nas multas aplicadas por desrespe- pelo INCRA e, portanto, estão impossibilita- especialmente se não forem adotadas
ito à legislação ambiental. No que se refere dos de licenciarem derrubadas e queimadas. medidas estratégicas de gestão territorial
ao desmatamento, existem diversos atores para evitar conflitos fundiários, exploração
em situações de irregularidade, incluindo: a) A pavimentação da rodovia BR-364 no madeireira não-sustentável, práticas
proprietários que já derrubaram florestas trecho Feijó e Sena Madureira, não agropecuárias que resultam na degradação
que deveriam ser protegidas sob a forma de obstante os seus enormes benefícios do solo, poluição de recursos hídricos, caça
Reserva Legal e de Áreas de Preservação potenciais para a sociedade acreana, e pesca predatórias, pressões sobre terras
Permanente; b) proprietários "informais" poderá contribuir para o surgimento e indígenas e unidades de conservação.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

27
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

Porto no rio Envira - Feijó - AC


6. CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS
6.1. TENDÊNCIAS DE OCUPAÇÃO DA RODOVIA BR – 364

Na Amazônia Brasileira, a maior parte do sistema orientado no sentido de assentar durante a execução do programa PIN. No
desmatamento ocorre na área de 50 km a migrantes com “know how” agrícola, com entanto, é importante salientar que, com
partir das estradas (Alves, 2001). A análise pequenos capitais, oriundos principal- o término das obras de pavimentação da
do processo recente de ocupação e desen- mente de estados do Sul do país. BR 364, sejam implementados e
volvimento do Estado do Acre no período consolidados programas que garantam
de 1975 – 2000 mostram o desmatamento Hoje, no Acre vive-se um modelo de efetivamente a conservação dos recursos
como parte integrante do modelo de desenvolvimento norteado pelos naturais com a elaboração e execução de
desenvolvimento e ocupação da época princípios da florestania, valorizando o ações propostas pelo Zoneamento
baseado na agropecuária, principalmente capital social e ambiental da região. Com Ecológico-Econômico para a Zona 1 que
na região leste do Estado ao longo das BR isto busca-se desenvolver novos princípios engloba as BRs 317 e 364, tendo como
364 e 317, onde estão localizados os mais para pavimentação de rodovias, transfor- foco o ordenamento territorial, a
antigos projetos agropecuários. mando-as em estruturas propulsoras de propriedade rural e o empoderamento
desenvolvimento baseados em ordena- para desenvolvimento socioambiental das
O desmatamento no Acre tem como mento territorial e de ocupação com vistas comunidades do Estado.
principais responsáveis a agricultura a mitigar os potenciais impactos ambien-
realizada em sua maior parte por tais e promover o desenvolvimento O desafio também será o de garantir um
pequenos produtores em assentamentos equitativo com bases sustentáveis. processo de ocupação e desenvolvimento
do INCRA, a pecuária realizada principal- que traga benefícios para as populações
mente nas grandes e médias propriedades A Rodovia BR-364 no trecho entre os regionais e que ocorra dentro de uma
e a exploração madeireira. municípios de Sena Madureira e Feijó estratégia de desenvolvimento sustentá-
deve ser um caminho para o vel que resulte na adequada utilização dos
O Governo Federal criou na década de 70, desenvolvimento sustentável nas recursos naturais e a conservação dos
o Programa de Integração Nacional – PIN, regionais do Purus e Tarauacá-Envira, ecossistemas, garantindo assim, a
com o slogan “Integrar para não Entregar”, diferente do que ocorreu durante o equidade socioambiental entre as
onde através da colonização, se inicia um processo de ocupação do leste do Estado regionais do estado.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

28
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

6.2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS


Segundo dados do censo demográfico do
IBGE/2000, os municípios de Sena
Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa AMAZONAS
do Purus integram a Regional do Purus, a Tarauacá Feijó
qual apresenta uma população
aproximada de 39.000 habitantes.

Essa regional está na área de influencia


Manuel Urbano
direta e indireta da denominada Zona de
Atendimento Prioritário da BR (ZAP-BR). Jordão
Sena Madureira
Santa Rosa do Purus
Já o município de Feijó, faz parte da
Regional Tarauacá/Envira que abrange
Bujari
igualmente,os três municípios, com
população aproximada de 60.000
habitantes.
Rio Branco

O mapa ao lado apresenta a localização PERU


Xapuri
dos municípios pertencentes a estas
Assis Brasil Brasiléia
regionais (Figura 9) Abaixo segue uma
descrição sucinta do histórico de criação e
localização: Eixo da BR 364 e área de influência nos vários municípios da região
Figura 9

Sena Madureira Manuel Urbano Santa Rosa do Purus Feijó


Criado em 1912 pelo Decreto O município foi criado em 1976 O município foi fundado, em Em 21 de dezembro de 1938,
Federal nº 9.831, o município através da Lei Nº 599 de 14 de 28 de abril de 1992 pela lei nº através do decreto Nº 968 a
funcionou como capital do maio desmembrado do 1.028. Está localizado na vila denominada Feijó, foi ele-
Acre no período de 1913 a Município de Sena Madureira. região central do Estado do vada à categoria de municí-
1915. Em 1920 perdeu sua posi- Seu nome é em homenagem a Acre, tendo como limites os pio de mesmo nome, com ter-
ção, ficando apenas como sede Manuel Urbano da Encarnação, municípios de Feijó em toda ras desmembradas dos muni-
do município. Localiza-se às navegador do rio Purus, do sécu- a região oeste, Manuel cípios de Sena Madureira e
margens do Rio Iaco, faz fron- lo XIX. Está situado a margem Urbano na parte norte e leste Tarauacá. Sua população é de
teira com o Peru, divisa com o esquerda do rio Purus, limita-se e ao sul o município faz fron- 31.288 habitantes, possui
Estado do Amazonas e com os com o Estado do Amazonas e os teira com o território perua- uma área de 27.763,80 km²,
municípios de Manuel Urbano, municípios de Sena Madureira, no. Está localizado na mar- apresenta densidade demo-
Santa Rosa, Bujari, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Feijó e faz gem direita do Rio Purus gráfica de 1,17 hab/km²,
Assis Brasil, Xapuri e Brasiléia. fronteira com a República do cujas nascentes se encon- sendo o terceiro município
Tem acesso terrestre as cida- Peru. Possui uma área de tram também no território mais populoso do estado e o
des de Rio Branco (145 km) e 10.635,30 km2, equivalendo peruano. Possui uma área de segundo maior em extensão.
Manuel Urbano (74 km) pela 6,47% da área total do Estado. 614.026,44 km², e uma popu- L i m i ta a o n o r te co m o
BR-364. Em relação à densida- Com uma população estimada lação de 3.948 habitantes, Amazonas, ao sul com o Peru,
de demográfica, os dados apre- em 7.700 habitantes e uma den- sendo 2.523 distribuídos na a leste com os municípios de
sentados informam um total sidade demográfica de 0,67 zona rural e 1.425 na zona Santa Rosa do Purus e
de 29.420 habitantes residen- hab/km², que é extremamente urbana. Há no município uma Manoel Urbano e a oeste
tes, distribuídos em uma área baixa quando comparada ao concentração de indígenas com os municípios de
de 23. 731,74 km2, equivalen- Estado, a saber 3,75 hab/km². A (cerca de 60%) das etnias Tarauacá e Jordão.
do a 14,45 % da área total do cidade fica distante da capital Jaminauwá, Kulina e
Estado, com uma densidade aproximadamente a 215 km e Kaxinauwá.
demográfica de 1,4 hab/km². 84 km de Sena Madureira.

Uma série de outras características socioe- ciando aproximadamente 1.000 famílias e o num total de 300 crianças (220 do meio
conômicas podem ser discutidas para a Programa de Erradicação do Trabalho urbano e 80 do meio rural). No município
área de influencia da BR 364, no trecho Infantil – PETI, beneficiando aproximada- de Feijó são 1.388 famílias atendidas pelo
entre Sena Madureira e Feijó. Em relação mente 700 famílias (1.100 crianças). Em Bolsa-Escola e 187 famílias beneficiadas
aos programas sociais em Sena Madureira Manoel Urbano, o Programa Bolsa-Escola pelo PETI, atendendo a 350 crianças.
destacam-se: Programa Bolsa-Escola, está atendendo a 643 famílias e o PETI, des-
extensivo a crianças de 7 a 14 anos, benef tinando-se ao atendimento de 175 famílias, Mesmo nas áreas urbanas desses municípios

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

29
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

não há predomínio de um padrão habitacio- O gado destina-se majoritariamente para o uma parcela importante da economia local,
nal, mas a somatória de elementos culturais corte, no entanto, os municípios possuem empregando boa parte da mão-de-obra no
presentes na região geram construções em uma produção leiteira significativa. O reba- comércio, com atividades variadas, com lojas
alvenaria, madeira, outros materiais, varian- nho suíno apresenta-se expressivo, alcan- de eletrodomésticos, farmácias, drogarias,
do muito de acordo com os recursos finance- çando em Sena Madureira, 11.955 cabeças – confecções, calçados, material de constru-
iros e materiais disponíveis para a população. 3.326 cabeças em Manoel Urbano e 44.736 ção, combustíveis, açougues, lanchonetes,
cabeças em Feijó, representando 61% de restaurantes, e oficinas.
Na zona rural, as moradias dos colonos,
todo o plantel da região. Já a produção de
seringueiros e ribeirinhos, são edificadas Em relação à infraestrutura para armazena-
aves, alcançou um total de 67.838 cabeças,
com materiais retirados da própria floresta mento Sena Madureira dispõe de três arma-
com maior representatividade em Feijó, com
com utilização de mão-de-obra própria ou zéns com capacidade total de 3.600 toneladas,
59% do total.
de parentes e amigos. Essas construções se seguida de Feijó que conta com dois armazéns
assemelham àquelas construídas nos assen- Como principal produto extrativista da com capacidade de 1.400 toneladas.
tamentos, com divisórias para o quarto do região a borracha tem alcançado participa-
Sena Madureira é o único município integra-
casal, para a cozinha, não possuindo, na gran- ção efetiva na produção dos municípios, par-
do todo o ano com a capital, por meio da BR-
de maioria, sanitários, banheiros internos ou ticularmente, após a concessão de subsídios
364, (pavimentada em todo o seu percurso
externos. governamentais para o aumento da produti-
de 145 km) que também interliga o Estado às
vidade, reaquecendo o mercado regional.
As condições de higiene e saneamento bási- demais regiões do país. O transporte aéreo
Com a mudança de política do setor, muitos
co na zona rural são precárias, não há água ocorre por pista de pouso do tipo aeródro-
dos seringueiros que haviam deixado as flo-
tratada e nem qualquer tipo de orientação mo sendo um elemento fundamental para o
restas, acabaram voltando, estabelecendo-
sobre os usos mais adequados desta, sanitá- desenvolvimento socioeconômico local já
se novamente em seringais da região.
rios, destinação do lixo, usos do entorno da que diminui a grande distância e dificuldades
moradia, cuidados com animais, alimenta- O setor de transformação industrial está de acesso do município. Em relação ao siste-
ção, contaminação e doenças, etc. representado em atividades concentradas ma hidroviário da região, levando em consi-
em Sena Madureira, preponderantemente, deração a existência de rios perenes e nave-
As atividades de lazer nos municípios estão
nos setores madeireiro e cerâmico/oleiro. A gáveis, há grande potencial de utilização den-
relacionadas às festas anuais, bailes de final
grande maioria dos estabelecimentos indus- tro do sistema de transporte local destacan-
de semana, jogos de futebol, moto cross, pas-
triais é caracterizada como micro e peque- do-se os rios Envira, Purus e Iaco, na área de
seios, festival de música. Em relação às
nas empresas. Em 2001, havia 44 empresas influência direta e indireta.
opções de turismo, destacam-se: Praia de
ligadas à indústria de transformação e da
Mangueira, em Feijó, com atividades artísti- A energia elétrica nos três municípios é gera-
construção civil. Para o mesmo período, de
cas, desportivas, ou em Sena Madureira, no da pela empresa GUASCOR com uso de óleo
acordo com dados da prefeitura municipal
roteiro de visita religiosa “Capela In combustível e distribuída pela Empresa de
de Manoel Urbano, havia 07 (sete) indústri-
Memorium Giocondo Maria Grotti”, além das Eletricidade do Acre - ELETROACRE.
as instaladas no município, sendo 04 (qua-
atividades de pesca, banho, etc.
tro) serrarias, 02 (duas) moveleiras e 01 Sena Madureira e Feijó dispõem de 02 esta-
A produção agrícola abrange o cultivo do (uma) no ramo de panificação. Em Feijó, há ções de rádio em AM, 04 repetidoras de tele-
arroz, feijão, milho e mandioca, que são cul- o predomínio da indústria oleira, uma das visão transmitindo sinais das redes TV ACRE,
turas destinadas para a alimentação básica grandes responsáveis pelo emprego e renda TV UNIÃO, Televisão Independente de São
da população local. A mão-de-obra é quase no município, seguido dos serviços públicos José e Assessoria de Comunicação Social e
que exclusivamente familiar, contando com e do comércio, do processamento da madei- Prefeitura Municipal de Feijó. A Empresa
recursos financeiros e materiais, reduzidos. ra, serrarias, movelarias, marcenarias, cerâ- Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT
O apoio técnico não existe para atender micas, panificadoras, beneficiadoras de mantém agências em operação nos três
toda a demanda na maioria dos municípios arroz e torrefação de café. municípios. Já em relação à imprensa escrita
estando restrito à Sena Madureira ou Feijó. somente Sena Madureira e Feijó, recebem
O setor terciário nos municípios que com-
O excedente da produção é comercializado remessas regulares dos principais jornais de
preende o trecho da ZAP-BR responde por
na própria região. circulação no estado.

6.2.1 EDUCAÇÃO NOS MUNICÍPIOS DE INFLUÊNCIA

Os Investimentos na Educação se constitu- cultura, assistência social e saúde. entre 7 e 16 anos, coordenados por
em em prioridade na atual gestão do É fato conhecido que o Estado tem professores em nível de magistério, atuando
governo do Estado do Acre. De acordo com procurado empregar ações bem planejadas em sala de aula no período matutino,
o instituto PNBE de Desenvolvimento para garantir o bom desempenho dos responsáveis pela educação dos alunos
Social, em visita ao Estado, constatou de alunos, ações essas desenvolvidas em todas (processo de alfabetização), organização de
acordo com o IDEB – Índice de as escolas do Estado, inclusive as localizadas material didático, limpeza e preparo de
Desenvolvimento da Educação Básica – que nos municípios de Sena Madureira, Manuel merenda diária. Vale ressaltar que as
mede a qualidade do ensino, que o Estado Urbano, Santa Rosa e Feijó, municípios escolas rurais da região passam por grandes
do Acre se sobressai sobre os outros contidos nas áreas de influência direta e transtornos devido ao isolamento a que são
estados da região Norte do Brasil. indireta da Rodovia 364. submetidos no período de inverno. Não há
Algumas das ações empregadas para infraestrutura adequada, água potável,
Apesar dos esforços governamentais ainda
garantir a qualidade de Ensino do Estado energia elétrica, material didático
existe uma grande lacuna especialmente nas
baseia-se em métodos de ensino integra- condizente com a realidade sociocultural da
áreas rurais de influência da BR. O sistema
do, planejamento de ensino com participa- população e merenda suficiente. Nas
educacional existente destaca-se pela
ção dos pais, avaliações regulares, unidades educacionais localizadas em áreas
presença de escolas rurais municipais
estímulo a leitura, atenção especial ao de assentamento, as condições de
destinadas ao ensino fundamental (1ª a 4ª
aluno, atividades extraclasses, esportes, isolamento são ainda mais severas, em face
séries – turmas multisseriadas), com alunos
da precariedade dos ramais de acesso.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

30
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

6.2.1.1 O PERFIL DA EDUCAÇÃO LOCAL

Conforme dados levantados pela Secretaria 120


de Educação Estadual são exatamente 170 103
escolas localizadas na Zona Rural e Urbana 100
desses municípios, conforme mostra a
80
Figura 10 abaixo. .
Essas escolas desempenham função social 60
49
importante incorporando qualidade e o
40
desenvolvimento de competências que
contribuam para o processo de ensino- 20
9 9
aprendizagem.
0
Essas trabalham com o aluno principalmen- Sena madureira Manuel Urabno Santa Rosa Feijó
te com questões como o tempo de vida na
escola, a permanência do aluno na escola, Número de escolas situadas na Zona Rural e Urbana dos municípios de
a gestão democrática, a participação do Sena Madureira, Manuel Urbano, Santa Rosa e Feijó.
corpo discente na vida escolar, o sistema Fonte : SEE, 2006 Figura 10.
de avaliação local, a qualidade dos
trabalhadores em educação, a formação do
dirigente escolar, o número de alunos por
50%
série, o material pedagógico disponível,
25,40%
dentre outros. 25%
Os alunos das cidades de Sena Madureira, 18,10%
20% 18%
Manoel Urbano, Santa Rosa e Feijó são 16,20%
trabalhados de maneira a se envolver com a 15%
escola e vice-versa. Estes municípios
trabalham com professores de vários níveis 10%
de escolaridades. No geral, a maioria dos
5%
professores não possuem formação
especifica condizente com suas disciplinas 0%
em sala de aula, ainda foi verificado que Sena madureira Manuel Urabno Santa Rosa Feijó
apenas Sena Madureira e Santa Rosa
apresentam em seus quadros docentes com Taxa de Reprovação – Ensino Fundamental 2006 – Urbano/Rural
licenciatura plena. Fonte : SEE, 2006 Figura 11.

A tendência é que esse quadro sofra


alteração em curto prazo, com a atuação do
6%
governo por meio de parcerias com a
5,0%
Universidade Federal do Acre – UFAC para 5%
capacitação de profissionais da rede
estadual de ensino. Esses programas 4% 3,6%
buscam a valorização dos profissionais de 3,0%
3%
educação com investimentos na sua
formação e qualificação, permitindo a estes 2%
a oportunidade de melhorar sua vida
profissional e a qualidade da educação que 1%
oferecem ao estado. 0,0%
0%
A implantação de um ensino de qualidade Sena madureira Manuel Urabno Santa Rosa Feijó
tem exigido do sistema público esforço
redobrado no sentido de adotar medidas Taxa de Abandono – Ensino Médio 2006 - Urbano/Rural
que garantam a qualidade da gestão, Fonte : SEE, 2006 Figura 12.

visando assegurar uma melhor educação


pública para todos. Esse processo tem
envolvido o aluno em atividades extra classe 18%
para complementar o nível de escolarização. 16%
16%
Em conseqüência deste processo os índices
de aprovação têm melhorado no estado. 14%
Isso porque a taxa de reprovação vêm sendo
12% 8,8%
trabalhada nesses municípios com a
formação continuada de docentes, 7,4%
8%
investimentos e programas que aumente a
permanência dos alunos na escola, 4%
2,8%
diminuindo a evasão escolar e aumente a
inclusão social em todos os níveis de ensino 0%
Sena madureira Manuel Urabno Santa Rosa Feijó
(Figura 11 e 12).
Apesar de todos os esforços do governo Taxa de Abandono – Ensino Fundamental 2006
ainda existem alunos que abandonam seus Fonte : SEE, 2006 Figura 13.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

31
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

estudos, tanto em escolas da zona rural,


quanto urbana (Figura 13 e 14). Com essa 35%
constatação o Governo vem definindo 32.0%
critérios para que esse índice diminua, com 30%
propostas de melhoria da qualificação de seus
profissionais para melhor atender as 25%
necessidades educacionais nas séries iniciais.
20% 16.6%
Assim, constatam-se na área educacional 16,0%
várias mudanças e um ensino de melhor 15%
qualidade. Tais mudanças são fruto de
trabalhos intensificados na ideologia do 10%
ensino e no aumento de cursos de formação
continuada para professores. O ensino, tanto 5%
0,0%
na zona rural quanto urbana, continua 0%
apoiando-se na adaptação à realidade dos Sena madureira Manuel Urabno Santa Rosa Feijó
alunos, para que seja mais atraente e
produzam novos alunos e professores Taxa de Abandono – Ensino Médio 2006
capacitados, providos de uma visão crítica e Fonte : SEE, 2006 Figura 13.
de uma olhar transformador da sociedade.

6.3
SAÚDE
Levantamentos relacionados à saúde pública média nacional que em 1996 era de 3,10 lei- de saúde são insatisfatórias. Há problemas
informam que em 2002, o município de Sena tos/1.000 habitantes. Em Manoel Urbano, com a higiene pessoal e sanitária, com o uso
Madureira disponibilizava 58 leitos convenia- havia 24 leitos conveniados com o SUS, numa da água, nutrição inadequada, ausência de
dos com o SUS, numa relação de 1,97 lei- relação de 3,76 leitos/1.000 habitantes, campanhas e programas efetivos de saúde
tos/1.000 habitantes. muito próxima do índice preconizado como pública que trabalhem a conscientização da
satisfatório pela OMS. Já em Feijó, são apenas população local, falta de pessoal qualificado,
A partir da análise da relação existente entre
46 leitos disponíveis pelo SUS, compondo, o que contribuiu significativamente para o
os leitos hospitalares ofertados por 1.000
portanto, uma relação de 1,72 leitos/1.000 agravamento do quadro da mortalidade
habitantes, constata-se que o município está
habitantes, também abaixo do preconizado. infantil e materna na região.
abaixo do índice descrito como satisfatório
pela Organização Mundial de Saúde - OMS, Todo esse quadro demonstra que ao longo Abaixo se mostra uma descrição das estru-
de 4,0 leitos/1.000 habitantes e abaixo da do trecho da chamada ZAP-BR, as condições turas de saúde nos municípios.

6.3.1 O PERFIL DA SAÚDE LOCAL

MUNICÍPIO DE FEIJÓ

Na área da Saúde, o município de Feijó que o previsto e orçado era em torno de ponderante na qualidade de vida das pesso-
pode se considerar como privilegiado pois 146.291 atendimentos. (MS/SE/Datasus). O as já que a ausência do mesmo está relacio-
conta atualmente com a seguinte estrutura quantitativo de internações chegou ao mon- nada a inúmeros problemas de saúde, a rede
no campo hospitalar: 01 Hospital Geral de tante de 1.111 casos, segundo a fonte do apresenta uma certa defasagem de capaci-
competência administrativa do Estado com SUS ( MS/SE/Datasus). A cobertura vacinal, dade de atendimento.
atendimento ambulatorial, internação, tanto infantil quanto para adultos e idosos,
A rede pública de abastecimento de Água
SADT e urgência/emergência e capacidade no ano de 2006, apresenta índices próximos
tem cobertura de cerca de 4,9% da popula-
instalada de 46 leitos e todos os demais aos 100% de cobertura e nenhum índice abai-
ção, estando o restante da população 76,9%
espaços físicos e setores de um Hospital de xo de 48,2%, no entanto esses resultados
descoberta, obtendo água de poços ou nas-
médio porte. Possui ainda 07 Postos de não devem ser entendidos como ideais, con-
centes no próprio local de moradia, cerca de
Saúde, 01 Unidade de Apoio Diagnose e siderando ser o ideal para qualquer tipo de
18,2 % dessa população tem outras formas
Terapia(SADT ISOLADO), 01 Unidade de vacina a cobertura total, o que nem sempre
de acesso. No que diz respeito a Instalação
Vigilância em Saúde e 05 Centros de é possivel pelas condições adversas da logís-
Sanitária apenas 2,4% da população é benfici-
Saúde/Unidade Básica (Programa Saúde da tica no Município em diagnóstico.
ada com Rede Geral de Esgoto; 9,2%, utiliza
Família). ( Datasus, 2008).
As informações sobre nascimentos apresen- fossa séptica para o destino de seus dejetos,
Em relação aos recursos humanos com for- tam um número de 823 nascidos vivos, o estando 18,4% dos cidadãos do município uti-
mação superior há segundo dados da secre- que perfaz uma taxa bruta de Natalidade lizando instalações rudimentares (conhecidas
taria de saúde 09 Médicos, 03 Odontólogos, anual de 21,5%, com relação a população do na região como privadas) para o mesmo fim.
06 Enfermeiros entre outros profissionais Município. Desse total de nascimentos Um expressivo percentual de 70% não usufrui
para manutenção e funcionamento da infra- vivos, a fonte apresenta um total de 23 óbi- de nehum tipo de instalaçaõ sanitária.
estrutura indicada. tos infantís no ano em tela, o que representa
Para os resíduos (coleta e destinação do Lixo)
um percentual da ordem de 20,0%. A taxa de
No tocante ao quantitativo de atendimentos apenas 18,4% do material é coletado pelo
mortalidade infantil chega a 20,0%, num
em Procedimentos de Atenção Básica cober- poder público, sendo cerca de 20,3% queima-
total geral de óbitos no referido ano da
tas pelo SUS no ano de 2006, o Município do nas propriedades e um percentual de
ordem de 115 (Datasus, 2005).
apresentou um quantitativo real de atendi- 0,9% é enterrado nas propriedades. São dei-
mento de 147.433, havendo um incremento Quanto ao Saneamento no municipio de fei- xados (jogados) a céu aberto 53,2% nas pro-
de 1.142 atendimentos no referido ano visto jó, considerando que este tem um papel pr priedades rurais e quintais urbanos, e 7,1%

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

32
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

tem outro destino (IBGE/Censos número de 3.679 pessoas atendidas através demonstra a ncessidade de ampliação dos
Demográficos-2000; Datasus, 2005). do PACS e 10.501 pessoas atendidas pelo mesmos, sendo que o custeio anual dessas
PSF, representando um percentual de cober- ações de saúde, representou um volume de
A respeito dos Indicadores da Atenção Básica,
tura dos dois Programas da ordem de apenas transferências Federais e pagamentos de apro-
a fonte é o SIAB, e o ano dos dados e infor-
maçãoes é tambem 2006, e apresenta um 34,8% da população total do Município, o que ximadamente cinco milhoes de reais.

MUNICÍPIO DE SANTA ROSA DO PURUS

Na área da Saúde, o município de Santa Rosa mentos previsto e orçado para o referido dia sem qualquer avaliação e tratamento. O
conta atualmente com a seguinte estrutura ano, significando um custo de aproximada- restante acessa de outras formas. As instala-
no campo hospitalar: Apenas 01 Unidade mente dezesseis mil reais. ções sanitárias em sua maioria são precárias,
Mista de Saúde (com uma capacidade insta- com modelos rudimentares (cerca de 8,6% da
lada de apenas 16 leitos), Centro de Saúde As informações sobre nascimentos apresen- população) e somente 5,4% utiliza fossa sép-
Paulo Alcione Marques. Quanto aos recur- tam um número de 128 nascidos vivos, o tica. A grande maioria, cerca de 86% não usu-
sos humanos ainda que deficitários, há 04 que perfaz uma taxa bruta de Natalidade frui de nehum tipo de instalação sanitária.
médicos, 02 dentistas, 05 enfermeiros, 21 anual de 37,7%, com relação a população do
auxiliares, 30 servidores de apoio e 07 servi- Município (fonte MS/SE/Datasus, 2005). A A maior parte do lixo 76,5% é depositado a
dores da esfera administrati- taxa de mortalidade infantil não chega a céu aberto nas propriedades rurais e quinta-
va.(Fonte:Secretário de Saúde do 7,0%, representando um total de 8 óbitos is urbanos. Cerca de 1,0 % queimado nas pro-
Município). Os equipamentos para suporte infantís para o ano de 2005. priedades e apenas 2% tem outro destino. A
externo são: 01 ambulância, 02 motos e 04 cobertura de coleta chega ao montante de
A cobertura vacinal, tanto infantil quanto para 20,5% sendo destinados ao lixão, sem
voadeiras com motor, imprescindíveis nos adultos e idosos no ano de 2006, apresenta
deslocamentos por rios e igarapés. Quanto nenhum processo de seleção ou tratamento.
índices próximos aos 100% de cobertura e (Fonte:IBGE/Censos Demográficos-2000).
as internações nos quantitativos e tipos, con- nenhum índice abaixo de 53,2%, no entanto
forme a fonte do SUS, não houve nehuma esses resultados não devem ser entendidos A respeito dos Indicadores da Atenção
internação, fato este que provavelmente como plenos, tendo em vista o número da Básica, a fonte é o SIAB, e o ano dos dados e
pode indicar que no ano de 2006, a Unidade população do Município que é pequeno. informaçãoes é tambem 2006, e apresenta
Mista de Saúde do Município ainda não con- um número de 1.567 pessoas atendidas atra-
tava com capacidade de leitos instaladas e Mesmo com baixa concentração populacio- vés do PASF, representando um percentual
que as situações de maior complexidade nal o municipio apresenta problemas graves de cobertura do Programa da ordem de
eram encaminhadas para Manoel Urbano, de saneamento básico. Quanto ao abasteci- 43,7% da população total do Município.
Sena Madureira ou Rio Branco. O quantitati- mento de agua pela rede pública apenas Sendo que o custeio anual dessas ações de
vo de atendimentos em Procedimentos de 19,1% da população é atendida com agua tra- saúde, representou um volume de transfe-
Atenção Básica cobertas pelo SUS no ano de tada, enquanto que 70,2% utiliza água de rências Federais e pagamentos de aproxima-
2006, foi superior ao valor de 15.545 atend poços ou nascentes do próprio local de mor damente dois milhoes e seiscentos mil reais.

MUNICÍPIO DE MANUEL URBANO

Na área de Saúde, Manoel Urbano conta atu- Procedimentos Especializados por habitante chega a 50,2%; outras formas de obtenção
almente com 01 unidade Municipal e quatro é (5,88%) (Fonte: SIH/SUS0). A cobertura de água chega a 14,5%. Quanto as instala-
unidades Estaduais num total 05 unidades vacinal no ano de 2006, é considerada regu- ções Sanitárias cerca de 1,4% da população é
de Saúde. Uma delas é a Unidade Mista de lar, visto que cobriu 100% da população atendida pela rede geral de esgoto.
vigilância em saúde, duas são centros de infantil até um ano (Fonte: SI/PNI/2006).
saúde de unidade básica, dois centros de A fossa séptica atende a 0,2% dos habitantes
Saúde (Inácio Ribeiro da Silva e Josefa O índice de atendimento no ano de 2006, de do município estando a fossa rudimentar
Nunes). Juntos disponibilizam 17 leitos para acordo com informações disponibilizadas pelo como a principal opção de destinação do
internações diversas. Ministério da Saúde, foi de 6.353 habitantes esgoto, cobrindo 29,1%, outros 11,5% utili-
cobertos pelo programa da família. zam outro meio de eliminação, e 57,8% não
O Município conta ainda com uma unidade possuem qualquer tipo de atendimento.
móvel fluvial de atendimento médico, desti- A População coberta pelo programa alcan-
nada às comunidades ribeirinhas que devido çou em 2006, 81,0% do total de habitantes O lixo é coletado no município em torno de
a grande distância de suas propriedades do do Município. As condições de Saneamento, 20,8% das habitações, cerca de 31,4% pro-
centro urbano não utilizam esse atendimen- segundo o IBGE ainda é deficitária, com a movem a queima do lixo nas propriedades e
to de saúde. rede pública de abastecimento de água aten- 0,3% enterram. Outros 43,7% eliminam o
dendo cerca de 35,3% da população. lixo em local não apropriado e 3,8% dão
Segundo a SIA/SUS/2006, o número de
Quando o abastecimento acontece por poço outro destino ao lixo que produzem (Fon-
Procedimentos Médicos básicos aprovados
ou nascente na propriedade, esse valor te:IBGE/censos Demográficos 2000).
por habitante foi de (0,5%) e os

6.3.1.2
O PERFIL DA SAÚDE NAS ALDEIAS INDÍGENAS LOCAIS

O cidadão Indígena tem pleno direito de acesso vo, só no ano de 2007 foi de aproximadamente citados, as obras, os equipamentos e insumos
ao Sistema Único de Saúde – SUS como qual- dois milhões e quatrocentos mil reais, benefici- beneficiam no total 19 terras indigenas, tendo
quer cidadão Brasileiro. Uma diferença legal é ando diretamente 38 Aldeias no Estado como benefícios diretos para 04 Aldeias nos municipi-
que a Saúde Indígena passou a ser de compe- um todo e Sul do Amazonas, no que tange a os de Feijó, atendendo as etnias Ashaninka,
tência da Fundação Nacional de Saúde – obras e equipamentos de Infraestrutura e sane- Kaxinawá, Kulina e Shanenawá; 04 Aldeias no
FUNASA. Importantes avanços nesta área ocor- amento(SIAF, 2008). Desse montante 50%, se municipio de Santa Rosa do Purus atendendo
reram, implicando numa melhoria tanto no voltam para a área de influencia direta e indire- as etinias Kaxinawá; Kulina e Jaminawá e 02
abastecimento da água quanto das condições ta da BR-364, apresentada para o processo de aldeias no municipio de Manuel Urbano (Fonte-
sanitárias. O montante de recursos é significat ordenamento por este plano. Nos 4 municipios FUNAI 2005- ZEE – Fase II).

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

33
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

6.4.
ASPECTOS DE INFRAESTRUTURA DOS MUNICÍPIOS DA
ÁREA DE INFLUÊNCIA DA BR 364

6.4.1. SANTA ROSA DO PURUS


A iniciativa de criar o município teve início na construção do município, sendo tomadas as prefeitura e da câmara de vereadores que,
gestão do ex-Governador Nabor Teles da providências para sua ocupação, para isso além de ser o centro do poder também
Rocha Junior (1983-1986), que observou a comunidade ribeirinha das margens do Rio abrigava os primeiros moradores.
necessidade de “defender as terras Purus, e seus afluentes, além de interessa-
As primeiras casas construídas para os
acreanas”, porque havia um trânsito livre de dos dos municípios vizinhos, como Manuel
moradores pioneiros eram divididas para
peruanos nesta porção do Estado. Porém a Urbano e Sena Madureira, foram levados
duas famílias e as ruas foram abertas pelos
iniciativa não foi concretizada. Somente com para ocuparem a cidade de Santa Rosa do
próprios moradores, com enxadas, terçados
a gestão do ex-Governador Edmundo Pinto Purus. Estes tiveram seus títulos eleitorais
e carros de mão.
de Almeida Neto (1990-1992), a área foi transferidos para o novo município e
transformada em município, juntamente participaram da primeira eleição para os Esse município tem conquistado ao longo
com outras sete localidades no Estado, poderes executivos e legislativos. Ao final do dos últimos oito anos, serviços básicos e
através de plebiscito. Para a realização do processo a população constituída de apenas passou a ter escolas, posto de saúde,
plebiscito as autoridades reuniram os 119 habitantes aproximadamente elegeu o cartório, prédios do poder público mais
ribeirinhos ao longo do Rio Purus, bem como prefeito, vice-prefeito e oito vereadores. organizado, unidades de representação da
pessoas interessadas nos municípios de Sena Porém como a cidade não apresentava Polícia Federal, Prefeitura, Câmara de
Madureira e Manuel Urbano para participar condições de abrigar os novos cidadãos, Vereadores, Secretarias de Educação, Saúde,
da votação e fundar a cidade de Santa Rosa todos tiveram que retornar aos seus lugares Agricultura, Meio Ambiente, Obras,
do Purus. Como não havia nenhuma de origem. Somente em 1993, o ano Secretaria Indígena, Centro Integrado de
infraestrutura na área, foi construído um seguinte às eleições, houve uma movimenta- Segurança Pública e um Centro de Cultura e
Paiol numa colônia próximo de onde hoje ção para a ocupação da área, os políticos Florestania. Sua infraestrutura conta com os
esta a sede do município, para que fossem eleitos começaram a providenciar a serviços básicos de eletricidade, estação de
instaladas as urnas de votação. Apurados os construção de infraestrutura e urbanização tratamento de água do DEAS e serviço de
votos estava dado o passo inicial de da cidade. Foram construídos os prédios da telefonia.

SANEAMENTO BÁSICO 6.4.1.1. INFRAESTRUTURA 6.4.1.1.


6.4.1.2
Em geral no Estado do Acre, as taxas de Energia A cidade possui uma usina geradora de energia de motor á diesel, com uma
atendimentos municipais atestam um déficit potência de 450 kVA. A energia é fornecida pela Eletroacre/Guascor, que
muito grande na cobertura desse serviço. atendem em média 311 famílias/consumidores na zona urbana. Até “o
Para os municípios do eixo da BR 364, foco presente, a zona rural ainda não foi contemplada com o Programa do
deste documento, o saneamento básico se Governo Federal 'Luz para Todos e Luz para todos”. Porém três (03) comuni-
restringe a disposição de esgotos, abasteci- dades foram beneficiadas com o Programa de Energia nas Comunidades
mento de água e coleta de lixo: Rurais e Florestais – PRODEEM.
Rede coletora de esgoto - município de Comunicação O município conta com o serviço de telefones fixos (110), telefones públi-
Santa Rosa do Purus não possui esse serviço. cos/orelhão (10) telefonia celular todos com cobertura da Brasil Telecom; o
As moradias em sua maioria são construídas acesso à internet é via rádio da Brasil Telecom e, possui também serviços de
em madeira, as residências em que há correios. Quanto à emissora de rádio não existe, porém a rádio mais ouvida
banheiros com maior organização, o esgoto pela população é a Difusora Acreana.
doméstico é destinado para fossas sépticas, Transporte A principal via de acesso ao município dar-se através do transporte fluvial,
e naquelas menos estruturadas há as tendo como principal rio o Purus. Como no restante do Estado às atividades
“privadas” nas quais os resíduos ficam em são realizadas em atracadouros naturais dos barrancos dos rios, que conta com
contato com o solo, sendo fonte de 02 escadarias. O transporte fluvial é feito por embarcações de diferentes
contaminação e transmissão de doenças; calados e capacidades que se ajustam ás condições climáticas. No período
Tratamento de Água – no abastecimento de seco/verão amazônico, a via fluvial do trecho de Santa Rosa a Boca do Acre
água a população recorre diretamente às comporta embarcações com capacidade que variam de 4 a 10 t, já no período
fontes próprias de água como poços, chuvoso a capacidade varia de 30 a 400 t. Em relação ao transporte terrestre
igarapés, cacimbas ou diretamente do rio não existe via de acesso ao município ficando o mesmo isolado dos demais,
Purus. No entanto já existe no município existindo, porém uma frota de 28 carros que circulam na cidade. No transpor-
uma estação de tratamento de água do DEAS te aéreo, o município conta ainda com uma pequena pista de pouso, medindo
que abastece cerca de 300 famílias em uma 600 m x 25 m, com cobertura de grama, a situação da pista é considerada
extensão de 6 mil metros de rede; regular de acordo com o Comando da INFRAERO. Oferecendo condição de
pouso e decolagem para aeronaves do tipo monomotor e bimotor. Esse serviço
Coleta de Lixo – atualmente a coleta de lixo é é prestado por uma única empresa de táxi aéreo com previsão de um único vôo
realizada uma vez por semana, por um único por dia ou na dependência da existência de passageiros. Há uma ordem de
caminhão da prefeitura, que também é serviço da Infraero para realizar melhorias como o aumento do tamanho e
utilizado para desenvolver outras atividades. asfaltamento da atual pista para que a mesma comporte aviões de maior porte
Não há um processo de coleta seletiva e para facilitar o transporte para o município.
nenhum tipo de tratamento do lixo que é
depositado a céu aberto, a pouco mais que 3 Hotéis O serviço de hotelaria e similares do município é servido por dois hotéis (Hotel
km da sede do município. Fronteira e Hospedaria Rocha).

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

34
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

6.4.2.
MANUEL URBANO
O município de Manoel Urbano ainda sofre com a falta de infraestrutura e saneamento básico, tanto na zona urbana quanto na zona rural.

SANEAMENTO BÁSICO INFRAESTRUTURA


6.4.2.1 6.4.2.2

Esgotamento sanitário: O município não Comunicação O município conta com o serviço de telefones fixos (176) e telefones públi-
possui rede coletora de esgoto, as cos/orelhão (23) telefonia celular todos com cobertura da Brasil Telecom; o
residências em que há banheiros mais acesso à internet é via rádio da Brasil Telecom e, possui também serviços de
organizados, o esgoto doméstico é correios. Quanto à emissora de rádio não existe, porém a rádio mais ouvida
destinado para fossas sépticas. É muito pela população é a Difusora Acreana.
comum também o uso das “privadas”.
Energia A cidade possui uma usina geradora de energia de motor á diesel, com uma
Tratamento de água: O Departamento de potência de 450 kVA. A energia é fornecida pela Eletroacre/Guascor, que
Estado de Água e Saneamento – DEAS está atendem em média 1.296 consumidores na zona urbana, enquanto a zona rural
presente no município, fornecendo água foi contemplada com o Programa Federal Luz para Todos, que atende
tratada para mais de 1.080 consumidores aproximadamente 408 famílias, e se não bastasse 12 comunidades foram
cadastrados no escritório local do DEAS. beneficiada com o Programa de Energia nas Comunidades Rurais e Florestais –
Apesar da existência de munícipes que ainda PRODEEM. Vale ressaltar que o município, ainda não foi contemplado com o
utilizam de água de procedência de poços ou Programa Luz para todos.
cacimba ou mesmo do rio Purus, sem Transporte A principal via de acesso ao município dar-se através do transporte rodoviário,
nenhum tratamento elementar. Hoje, o através da BR-364, que liga o município à Sena Madureira, ainda não oferece
DEAS dispõe de aproximadamente de 13.531 condições de tráfego no período invernoso que geralmente começa, com as
m de rede de abastecimento no município. primeiras chuvas de outubro e vai até o final de abril, condenando os morado-
res ao isolamento. Por outro lado o isolamento da região tem de certa forma,
Coleta dos resíduos sólidos domiciliares: A
preservado suas belezas naturais, embora apresente áreas devastadas, com
prefeitura municipal é responsável pela
eliminação da floresta natural. O transporte rodoviário somente é realizado na
coleta, transporte e destinação final dos
época de verão, com linhas de ônibus saindo diariamente pela BR-364, ligando
resíduos sólidos domiciliares. A coleta dos o município com outras localidades estaduais. O transporte fluvial é feito por
resíduos sólidos passa uma vez por semana, embarcações de diferentes calados e capacidades que se ajustam ás condições
em cada residência. A prefeitura municipal climáticas do rio Purus, geralmente é feito por balsas, batelões e pequenas
dispõe de apenas um caminhão para embarcações que liga ao município de Sena Madureira. Em relação ao
realizar o serviço de coleta. Não há processo transporte aéreo, o município conta ainda com um aeródromo, medindo 1.200
de coleta seletiva e nenhum tipo de m x 14 m, com cobertura de CBUQ (Concreto Betunioso usinado a quente), a
tratamento do lixo. Todos os resíduos situação da pista é considerada boa pelo pessoal da INFRAERO. Oferecendo
coletados têm como destinação final o lixão condição de pouso e decolagem para aeronaves do tipo monomotor e bimotor.
da cidade, não há aterro controlado ou Esse serviço é prestado por uma única empresa de táxi aéreo com previsão de
sanitário no município. um único vôo por dia ou na dependência da existência de passageiros.

6.4.3. SENA MADUREIRA


A cidade de Sena Madureira possui um pequeno centro comercial com os produtos, na maioria importados de Manaus-AM e Belém-PA,
que chegam em balsas de grande calado, proporcionando dessa forma um menor custo no fretamento.

SANEAMENTO BÁSICO 6.4.4.1


INFRAESTRUTURA 6.4.4.2

Esgotamento sanitário Coleta dos resíduos sólidos domiciliares Serviço de comunicação


O município não possui rede coletora de A prefeitura municipal é responsável pela O município conta com o serviço de
esgoto domiciliar, o esgoto doméstico é coleta, transporte e destinação final dos telefones fixos (783) e telefones públi-
destinado para fossas sépticas e “privadas”. resíduos sólidos domiciliares. A coleta dos cos/orelhão (100), na telefonia celular
resíduos sólidos passa em dias alternada operam todos operadores existente no
Tratamento de água Estado. Existe o serviço de internet, com
nos bairros.
O Departamento de Estado de Água e cobertura de provedores diversos, como
Saneamento – DEAS está presente no Não há processo de coleta seletiva e também, existe o serviço de correios.
nenhum tipo de tratamento do lixo. Todos Quanto à emissora de rádio existem duas
município, fornecendo água tratada para
os resíduos coletados têm como destinação emissoras de rádio FM.
mais de 3.517 consumidores cadastrados
no escritório local do DEAS. final o lixão da cidade, não há aterro Energia:
controlado ou sanitário no município. A energia é fornecida pela
Apesar da existência de munícipes que
Eletroacre/Guascor, que atendem em
ainda utilizam de água de poços ou cacimba
média 4.173 consumidores na zona
ou mesmo do Rio Iaco, sem nenhum urbana, enquanto a zona rural foi contem-
tratamento elementar. Hoje, o DEAS dispõe plada com o Programa Federal Luz para
de aproximadamente 64.984 m de rede de Todos, que atende aproximadamente
abastecimento no município. 1.061 famílias, com uma extensão de rede

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

35
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

de aproximadamente de 208,9 km de cabo pio à Cruzeiro do Sul e ao município de des ribeirinhas locais. Em relação ao trans-
de energia elétrica, O Programa de Energia Tarauacá, oferecendo condições de tráfego porte aéreo, o município conta ainda com
nas Comunidades Rurais e Florestais – durante o ano inteiro. O transporte rodoviá- um aeródromo, medindo 1.200 m x 14 m,
PRODEEM, também contemplou 6 rio é realizado com linhas de ônibus saindo com cobertura de CBUQ (Concreto
comunidades, rurais. O município, ainda três vezes por semana para os municípios Betunioso usinado a quente). A situação da
não foi beneficiado com o Programa Luz vizinhos (Cruzeiro do Sul e Tarauacá). O pista é considerada ótima pelo pessoal da
para todos. transporte fluvial é feito por embarcações de INFRAERO e a mesma oferecendo condições
diferentes calados e capacidades que se ajus- de pouso e decolagem para aeronaves do
Transporte: A principal via de acesso ao tam ás condições climáticas do rio Purus, tipo monomotor, bimotor e bandeirante.
município dar-se através do transporte rodo- geralmente é feito por batelões e pequenas Existe um único vôo por dia, a depender da
viário, através da BR-364, que liga o munic embarcações que liga a cidade as comunid existência de passageiros.

6.5
EMPREGO E RENDA
6.5.1.
EMPREGO E RENDA DO MUNICÍPIO DE MANUEL URBANO
A população residente no Município de soas, ou seja, 1.747 homens e 678 mulheres. rio médio de admissão no Município de
Manuel Urbano, na contagem 2007- IBGE é Isso significa que 261 pessoas (63 homens e Manuel Urbano nos meses de janeiro a julho
de 7.148 habitantes. Entretanto, para análise 198 mulheres) estavam desocupadas. de 2008 foi de R$ 617,50 no setor de comér-
de dados de população economicamente ati- cio e no setor de serviço de R$ 603,00.
va, dispomos apenas do Censo de 2000 – Segundo a Relação Anual de Informações
IBGE, no qual a população de Manuel Sociais - RAIS/2006/ do Ministério do As ocupações com maiores saldos, confor-
Urbano é de 6.374 habitantes e destes, 3.375 Trabalho Emprego e Renda - MTE, o número me o CAGED/MTE durante o mesmo perío-
são homens e 2.999 mulheres. de empregos formais em 31 de dezembro de do foi a de Gerente Comercial com salário
2006 era 179. Na administração pública havia médio de R$ 800,00 e Atendente Comercial
O referido Censo indica que a população eco- (agência postal) com R$ 603,00. As ocupa-
166 empregados (85 homens e 81 mulheres).
nomicamente ativa é de 2.686 pessoas
ções com menores saldos são as de
(1.810 homens e 876 mulheres). Entretanto, De acordo com o Cadastro Geral de Vendedor de comércio varejista com salário
população economicamente ativa que se Empregados e Desempregados do Ministério médio de R$ 435,00 e a de frentista com salá-
encontra ocupada é somente de 2.425 pe do Trabalho e Emprego - CAGED/MTE, o sal rio não especificado.

6.5.2.
EMPREGO E RENDA DO MUNICÍPIO DE SANTA ROSA DO PURUS
A população residente no Município de encontra ocupada é somente de 374 pesso- do Trabalho Emprego e Renda - MTE, o salá-
Santa Rosa do Purus, na contagem 2007- as, ou seja, 287 homens e 87 mulheres. Isso rio médio de empregos formais em 31 de
IBGE é de 3.948 habitantes. Entretanto, para significa que 14 pessoas (0 homens e 14 dezembro de 2006 no Município de Manuel
análise de dados de população economica- mulheres) estavam desocupadas. Urbano foi de R$ 1.095,04 na administração
mente ativa, dispomos apenas do Censo de pública e R$ 637,63 no setor de serviço.
2000 – IBGE, no qual a população residente Segundo a Relação Anual de Informações
em Manuel Urbano é de 2.246 habitantes e Sociais - RAIS/2006/ do Ministério do As ocupações com maiores estoques, con-
destes, 1.161 são homens e 1.083 mulheres. Trabalho Emprego e Renda - MTE, o número forme o TEM, durante o mesmo período
de empregos formais em 31 de dezembro de foi a de Supervisor Administrativo com
O referido Censo indica que a população 2006 era 83. Na administração pública havia salário médio de R$ 2.850,12; Professor
economicamente ativa é de 388 pessoas 82 empregados (61 homens e 82 mulheres). de nível médio no ensino fundamental
(287 homens, 101 mulheres). Entretanto, com R$ 1.194,29 e Auxiliar de escritório,
população economicamente ativa que se De acordo com a RAIS/2006/ do Ministério em geral com R$ 855,77.

6.5.3. EMPREGO E RENDA DO MUNICÍPIO DE SENA MADUREIRA


A população residente no Município de Sena 537 mulheres) estavam desocupadas. Construção civil; R$ 445,62 no comércio; R$
Madureira, na contagem 2007- IBGE é de 492,00 na atividade de Agropecuária e no
Segundo a Relação Anual de Informações
34.230 habitantes. Entretanto, para análise setor de serviço de R$ 455,32.
de dados de população economicamente ati- Sociais - RAIS/2006/ do Ministério do
va, dispomos apenas do Censo de 2000 – Trabalho Emprego e Renda - MTE, o núme- As ocupações com maiores saldos durante o
IBGE, no qual a população residente em ro de empregos formais em 31 de dezem- mesmo período, conforme o CAGED/TEM foi
Sena Madureira é de 29.420 habitantes e des- bro de 2006 era 1.262. Na administração de Trabalhador agropecuário com salário
tes, 15.283 são homens e 14.137 mulheres. pública havia 702 empregados (317 médio de R$ 472,86; Vendedor de comércio
homens e 385 mulheres). varejista com R$ 444,64; Auxiliar de contabi-
O referido Censo indica que a população lidade com R$415,00; Cozinheiro geral com
economicamente ativa é de 11.267 pes- De acordo com o Cadastro Geral de
R$ 421,67 e Auxiliar de escritório, em geral
soas (7.691 homens e 3.576 mulheres). Empregados e Desempregados do
com R$ 427,33.
Entretanto, população economicamen- Ministério do Trabalho e Emprego - CA
te ativa que se encontra ocupada é GED/MTE, o salário médio de admissão no As ocupações com menores saldos são as
somente de 10.289 pessoas, ou seja, Município de Sena Madureira nos meses de Trabalhador da pecuária (bovinos corte) com
7.250 homens e 3.039 mulheres. Isso sig- janeiro a agosto de 2008 foi de R$ 507,44 na salário médio de R$ 488,33 e a de Tropeiro
nifica que 978 pessoas (441 homens e Indústria de Transfor-mação; R$ 415,00 na com salário de R$415,00.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

36
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

6.5.4.
EMPREGO E RENDA DO MUNICÍPIO DE FEIJÓ

A população residente no Município de 659 mulheres) estavam desocupadas. R$ 440,20 na Indústria de Transformação e
Feijó, na contagem 2007- IBGE é de 31.288 R$ 397,50 Agropecuária.
Segundo a Relação Anual de Informações
habitantes. Entretanto, para análise de
Sociais - RAIS/2006/ do Ministério do As ocupações com maiores saldos, conforme
dados de população economicamente ativa,
Trabalho Emprego e Renda - MTE, o número o CAGED/MTE, durante o mesmo período foi
dispomos apenas do Censo de 2000 – IBGE,
de empregos formais em 31 de dezembro a de Operador de Caixa com salário médio
no qual a população de Feijó é de 27.078
de 2006 era 1.015. Na administração públi- de R$ 692,33; Vendedor de comércio varejis-
habitantes e destes, 13.703 são homens e
ca havia 696 empregados (316 homens e ta com R$ 439,60; Motorista de carro de pas-
13.375 mulheres.
380 mulheres). seio R$ 435,00; técnico em secretaria R$
A população economicamente ativa é de 397,50 e assistente Administrativo com R$
7.376 pessoas (5.355 homens e 2.021 De acordo com o Cadastro Geral de 380,00. As ocupações com menores saldos
mulheres). Entretanto, população econo- Empregados e Desempregados do Ministério são as de trabalhador de serviços de manu-
micamente ativa que se encontra ocupada do Trabalho e Emprego , o salário médio de tenção de edifícios e logradouros com salário
é somente de 6.039 pessoas, ou seja, admissão no Município de Feijó nos meses médio de R$ 433,25 e; Gari, Destilador de
4.677 homens e 1.362 mulheres. Isso sig- de janeiro a agosto de 2008 foi de R$ 511,20 madeira e Servente de obras com salários
nifica que 1.337 pessoas (678 homens e no setor de serviços; R$ 462,22 comércio; não especificados.

6.6. INDICADORES
6.6.1. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH)

O conceito de Desenvolvimento Humano é a


base do Relatório de Desenvolvimento Índice de desenvolvimento humano (IDH) para os municípios compreendi-
Humano (RDH), e também do Índice de dos entre Sena Madureira e Feijó
Desenvolvimento Humano (IDH). Ele parte Tabela 10.
do pressuposto de que para aferir o avanço
de uma população não se deve considerar IDH Dimensões do IDH (2000)
apenas a dimensão econômica, mas também
outras características sociais, culturais e 1991 2000 Val. % IDH-R IDH-L IDH-E
políticas que influenciam a qualidade da vida
humana (Sousa & Moraes, 2007). Feijó 0,496 0,541 8,93 0,468 0,682 0,472
O IDH é uma medida comparativa que
engloba quatro dimensões: expectativa de
Jordão 0,362 0,475 31,43 0,364 0,637 0,425
vida, taxa de alfabetização, taxa de matrícula
e PIB per capita. Este índice varia de 0 (zero)
Manoel Urbano 0,510 0,601 17,70 0,527 0,682 0,593
(em países com nenhum desenvolvimento
Sena Madureira 0,545 0,652 19,65 0,554 0,723 0,678
humano) até 1 (um) (países com desenvolvi-
mento humano total). Países com IDH de 0 a
Santa Rosa do Purus 0,452 0,525 15,99 0,409 0,637 0,528
0,499 têm desenvolvimento humano
considerado baixo, de 0,500 a 0,799 são
Tarauacá 0,493 0,604 22,45 0,528 0,682 0,601
considerados de médio desenvolvimento
humano e aqueles com IDH superior a 0,800
têm desenvolvimento humano considerado
alto (Sousa & Moraes, 2007). Nota: O IDH-E (Educação) é composto por dois indicadores: a taxa de alfabetização de
pessoas acima de 15 anos de idade e a taxa bruta de freqüência à escola.
É possível observar que os municípios
apresentados tiveram um aumento no seu O IDH-L (Longevidade) leva em conta a expectativa de vida no município.
IDH de 1991 em relação a 2000, sendo o
O IDH-R (Renda) utiliza como critério a renda municipal per capta.
município de Jordão o que apresentou
menor IDH e o de Sena Madureira, maior Fonte: Acre em números 2007-2008.
IDH no ano de 2000 (Tabela 10).

6.6.2. INDICADOR DE SUSTENTABILIDADE DOS MUNICÍPIOS DO ACRE (ISMAC)

Diferente dos outros Estados da Econômico tendo em vista ordenar a ocu- do de forma transparente para facilitar o
Amazônia, o Governo do Acre definiu de pação do seu território considerando as entendimento e a comunicação com os
forma clara para a sociedade acreana um fragilidades ambientais, potencial socioe- tomadores de decisão.
rumo em direção a uma política de uso sus- conômico e a riqueza cultural e política
Foram sistematizados, para os 22 municí-
tentável dos recursos naturais, com ênfase que caracteriza sua história (Acre, 2006).
pios, complementados com coletas de
no uso da floresta, com inserção social das
O sistema de indicadores de sustentabili- campo e organizados em categorias pró-
populações, principalmente aquelas histo-
dade que orientou o processo para a defi- prias e construídos seis grandes grupos de
ricamente ligadas com a floresta. O Estado
nição do Índice de Desenvolvimento variáveis: infraestrutura, demografia,
do Acre, desde 1999, vem elaborando uma
Sustentável do Acre (ISMAC) foi construí- intensidade de uso, social, economia e ocu-
proposta de Zoneamento Ecológico-

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

37
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

pação, posse e uso da terra, dos quais des-


tacaremos a seguir, apenas alguns municí- Indicador de sustentabilidade dos municípios do Acre (ISMAC).
Tabela 11.
pios que vão ser diretamente impactados
Município Infra- Demografia Intensidade Social Economia Ocupação ISMAC
pelo asfaltamento do trecho da BR 364 estrutura de uso da terra
entre Sena Madureira e Feijó (Acre, 2006).
Dentre os municípios listados, o que apre-
Feijó 0,054 0,561 0,422 0,288 0,013 0,526 0,3110
sentou menor índice foi Manoel Urbano e
o maior, o município de Feijó (Tabela 11). Jordão 0,044 0,271 0,400 0,354 0,000 0,284 0,2254
Manoel Urbano 0,037 0,077 0,406 0,353 0,001 0,272 0,1910

Sena Madureira 0,187 0,305 0,321 0,359 0,018 0,581 0,2952


Santa Rosa do 0,096 0,299 0,394 0,375 0,000 0,229 0,2322
Purus
Tarauacá 0,137 0,549 0,379 0,353 0,014 0,402 0,3055

Fonte: Acre, 2006 (ZEE fase II).

6.6.3. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO FAMILIAR (IDF)


O indicador mais usado para análises de (IDF), além de poder ser calculado para Para os municípios atingidos pela BR 364
desenvolvimento emprega a renda per cada família, foi construído de modo a ser no trecho Feijó – Sena Madureira, o que
capta como critério principal. Embora a insu- aditivamente agregável. De tal forma que apresentou menor IDF foi Jordão, e o que
ficiência de renda seja um importante indi- se pode, com base nele, não apenas obter o mostrou maior IDF foi Manoel Urbano
cador de pobreza, ele certamente não é o grau de desenvolvimento de bairros, muni- (Tabela 12).
único possível. A idéia de construir um indi- cípios ou países, mas também de grupos
cador que sintetize todas as dimensões rele- demográficos como negros, crianças, idosos Índice de desenvolvimento
vantes da pobreza é antiga e tomou verda- ou analfabetos. familiar (IDF). Tabela 12.
deiro impulso após a criação do Índice de
O IDF funciona através de um cadastro úni-
Desenvolvimento Humano (IDH) no início da Feijó 0, 4408
co, construído com base em três questioná-
década de 1990, entretanto, ele apresenta
rios distintos, que reúnem informações
deficiências largamente conhecidas e reco- Jordão 0, 4079
sobre o município, domicílio e cada um de
nhecidas (Sousa, 2005).
seus moradores (membros da família).
Manoel Urbano 0, 4637
Sendo o IDH comumente criticado pelo tra- Assim, a variedade de informações presen-
tamento bem superficial destinado ao tes neste instrumento de análise (de nature- Sena Madureira 0. 4376
desenvolvimento humano, ao incluir ape- za sócio-econômica, cadastral, e referente
nas três dimensões e quatro indicadores ao acesso a programas) permite avaliar as Santa Rosa do Purus 0, 4460
fez-se necessário o surgimento de um novo condições de vida de cada domicílio cadas-
indicador, o IDF, que expande consideravel- trado, como também do conjunto da popu- Tarauacá 0, 4408
mente a sua análise, de 4 indicadores para lação da cidade, município ou qualquer
48. O Índice de Desenvolvimento da Família região (Sousa, 2005). Fonte: http://www.sas.ac.gov.br/

6.7
POTENCIAL ECONÔMICO
6.7.1. POTENCIAL FLORESTAL MADEIREIRO

A legislação brasileira determina um ciclo de De acordo com os dados expostos na Produção anual levando em consideração
corte inicial mínimo de 25 anos e máximo Tabela 14 é possível afirmar que na as tipologias florestais
de 35 anos para as empresas explorarem área de estudo deste trabalho, apre- Tabela 13.
comercialmente as florestas amazônicas uti- senta um potencial madeireiro de TIPOLOGIA ESPÉCIES COMERCIAIS ESPÉCIES POTENCIAIS
lizando extração mecanizada. Para as comu- 26.061.796,36 m3 anual para as espé- FLORESTAL m3/anual m3/anual
nidades e/ou empresas que desejam realizar cies comerciais e 40.968.931,91m3
explorações sem o uso de maquinas, deter- anual de espécies potenciais. Isto FABD 1.440.614,39 2.209.248,91
mina-se um ciclo de corte de 10 anos. demonstra o alto potencial madeirei- FAB+FAP 8.157.847,97 12.398.931,01
ro existente nesta pequena área
Utilizando dados do Zoneamento Ecológico FAP-aluvial 526.896,27 1.203.042,14
quando comparado ao restante do
Econômico (2000) e do EIA/RIMA da BR 364 FAP 2.520.532,70 4.253.398,94
Estado do Acre. A exploração deste
entre os trechos de Sena Madureira e Feijó,
potencial representaria um aumento FAP+FD 1.544.491,82 2.274.251,71
chega-se aos seguintes aspectos importan-
na oferta de madeiras acreana para o
tes sobre o potencial madeireiro nesta área. FAP+FAB 10.651.603,24 16.858.364,53
mercado nacional e internacional e
Levando em consideração um ciclo de corte ainda contribui com a geração de cen- FD+FAP 1.219.808,96 1.771.694,68
inicial de 10 anos, a produtividade anual das tenas de empregos, ocasionando
TOTAL 26.061.795,36 40.968.931,91
tipologias florestais existentes ao longo deste assim uma contribuição no aqueci-
trecho, está demonstrada na Tabela 14. mento da economia acriana. Fonte: http://www.sas.ac.gov.br/

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

38
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

6.7.2. POTENCIAL FLORESTAL NÃO-MADEIREIRO

No Estado do Acre, entre inúmeros produtos


florestais não-madeireiros (PFNM), a borra-
cha e a castanha ocupam posição de desta-
que na cadeia extrativista e estão com sua Feijó AMAZONAS
Tarauacá
produção concentrada principalmente nas
reserva extrativistas.
O governo do Estado vem trabalhando espé-
cies estratégicas com diferentes potenciais Manuel Urbano
de mercado; para óleos e polpa: (Andiroba,
Jordão
Copaíba, Murmuru e Açaí); na categoria Sena Madureira
sementes, espécies com potencial para arte- Santa Rosa do Purus

sanato e reflorestamento como: Amarelão,


Bálsamo, Cedro Vermelho, Cerejeira, Açaí Bujari
Cumaru Ferro, Jarina, Jatobá, Tauari e Andiroba
outros. Outros produtos que apresentam
borracha
relevância no Estado em termos de geração Rio Branco
Castanha
de renda para comunidades locais são: açaí,
PERU
murmuru, andiroba, copaíba e diferentes Mumuru Xapuri
espécies de sementes. Sementes Assis Brasil Brasiléia

A seguir são apresentados os PFNM, de


registros de ocorrência para o trecho entre
Mapa de ocorrência de PFNM, para as regionais do Purus e Tarauacá/ Envira
os municípios de Sena Madureira e Feijó (Fi-
Figura 15.
gura 15).

Um dos produtos que recebem destaque São Francisco, Seringal Riozinho, Seringal São nômico e é muito procurado, na Amazônia e
para a área em questão é o Açaí, mais espe- José e P.A. Boa Esperança). em outros Estados. Os levantamentos de
cificamente para o município de Feijó, Essa densidade de copaíba revelam que a espé-
espécie ocorre em todas as Regionais do No ano de 2003 foram produzidas 722 tone-
cie existe em várias regiões do Acre, nos
Estado do Acre, preferencialmente em áreas ladas de frutos, envolvendo 400 famílias.
municípios de Sena Madureira, na Floresta
mais elevadas de florestas densas de terra fir- Uma palmeira produz 9,7 quilos de fru-
Nacional Macauã, na Reserva Extrativista
me. Apesar de não haver levantamentos tos/ano e o preço unitário por um quilo de
Chico Mendes; em Brasiléia, no PAE Santa
georreferenciados e as densidades não frutos é de R$ 0,50. Uma lata de 18 litros
Quitéria e Seringais da Resex Chico Mendes;
serem conhecidas para a região de Feijó (Re- equivale a 1.300 frutos (10,5 quilos) e um
em Assis Brasil, Seringais da Resex Chico
gional Tarauacá-Envira), sabe-se que a quan- litro de óleo custa R$ 10.
Mendes; de Feijó, na Comunidade do
tidade de açaizais existentes é alta, tanto A andiroba é uma árvore das mais cotadas Diabinho e do Km 25 da BR 364. A baixa den-
que o município comemora anualmente a em toda a Amazônia, devido à eficácia do sidade é uma característica ecológica da
“Festa do Açaí”. Há registros de ocorrência óleo (extraído da semente), por possuir pro- copaíba, considerada espécie rara (espécie
da espécie no município de Sena Madureira priedades medicinais com potencial comer- com menos de 1 indivíduo por hectare). No
(Floresta Nacional do Macauã, Seringal cial, destacando-se entre os óleos tradicio- entanto, foram registradas maiores densida-
Riozinho, Seringal São José, Floresta Nacional nais no Norte do país. Na indústria, o óleo é des na regional de Tarauacá/Envira (1,1 indi-
São Francisco e Projeto de Assentamento utilizado para manufatura de velas, xampus, víduo por hectare).
Boa Esperança e Seringais da Resex Chico sabonetes e repelentes. Com ocorrência em
Mendes). A produção estimada para o ano todas as Regionais do Acre, apresenta maior A comercialização de óleo de copaíba,
de 2003 foi de 564 toneladas de açaí no ano concentração em três regiões: região do Rio sementes de andiroba, sementes de murmu-
de 2003, gerando um valor de R$1.128.000 Gregório, localizada entre os municípios de ru, frutos de açaí, in natura pode gerar as
(1 tonelada = R$ 2.000). O mercado Cruzeiro do Sul e Tarauacá, com grande con- seguintes rendas: Regionais do Purus R$
para comercialização para outras regiões do centração e extensão da espécie; rio 0,40/há (Copaíba); em Tarauacá- Envira R$
Brasil encontra-se em franca expansão, prin- Jurupari, onde os indivíduos ocorrem desde 544,60/ha (Andiroba e Açaí);
cipalmente para a região Sul e Sudeste. o médio ao baixo rio; e no município de Quanto às sementes considera-se que todo
Porto Acre; município de Feijó (comunidade o Estado apresenta potencial para sua
Outra espécie com grande potencial econô-
do rio Diabinho e comunidade do km 25 da exploração. Em algumas áreas é possível
mico é o murmuru, no Estado do Acre há
BR-364). Uma árvore produz 1 litro de óleo encontrar todas as espécies citadas:
ocorrência de duas espécies: Astrocaryum
por ano. O preço do litro do óleo é de R$ 15. Amarelão, Bálsamo (R$ 40,00/ kg), Cedro
faranae e Astrocaryum ulei, apresentando
No ano de 2003 foram produzidas 15 tone-
maior abundância na Regional do Juruá. A (R$ 90,00/kg), Cerejeira (R$ 80,00/kg),
ladas de óleo e 15 toneladas de bagaço,
segunda é a mais comum nessa localidade e, Cumaru ferro (R$ 15,00/kg), Jarina (R$
envolvendo 14 famílias.
portanto, a mais explorada. Essa espécie 2,50/kg), Jatobá (R$ 15,00/kg),
pode ser encontrada em todas as Regionais A copaíba é um exemplo de recurso que Maçaranduba (R$ 15,00/ kg), Mogno (R$
do Estado, sendo que dos frutos de murmu- pode ser manejado dentro do conceito de 90,00/kg), Pau D'arco Amarelo (R$
ru é extraído óleo das sementes para fabrica- sustentabilidade, apresentando alternativa 120,00/kg), Samaúma (R$ 80,00/kg) e Tauari
ção de cosméticos em geral. Há registros de viável de diversificação dos produtos com (R$ 30,00/kg). Segundo dados cedidos pela
ocorrência de murmuru para os municípios potencial econômico. O óleo extraído do Fundação de Ciência e Tecnologia do Acre, a
de Feijó (Comunidade do rio Diabinho e do fuste utilizando o método do trato (manejo renda gerada por família em 2001, ano que
km 25 da BR-364), de Sena Madureira (Flo- sustentável) possui propriedades medicinais foi comercializado sementes florestais em
resta Nacional do Macauã, Floresta Nacional com grande potencial comercial e valor ec maior quantidade, foi de R$ 798,70.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

39
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

6.7.3.
POTENCIAL AGRÍCOLA
Conforme abordado no item sobre o conteú- serem implantadas na região devem estar to precisam de solos profundos e drenados
do pedológico da área de influência da BR adaptadas a condições de umidade mais pro- para desenvolverem-se a contento. No
364, no trecho compreendido entre Feijó e longada e sistema radicular mais superficial. entanto a experiência de campo e observa-
Sena Madureira as classes de solos que pre- Assim culturas como o café, seringueira, for- ções ao longo desse trecho da BR tem mos-
dominam na região são os Cambissolos rageiras não adaptadas (por exemplo, trado a ocorrência de palmeiras diversas
Vérticos, Luvissolos e Vertissolos. Em menor B.brizantha cv. Marandu) entre outras como o ouricuri, jaci entre outras, que
proporção destacam-se Gleissolos, Argissolos devem ser evitadas. demonstram estarem adaptadas as condi-
com caráter plíntico e Plintossolos. Isso deno- ções edafoclimáticas da região.
Neste caso recomenda-se a utilização de
ta que são solos de pequena profundidade
SAFs com plantas adaptadas a condições de O plantio de culturas alimentares como o
(baixo desenvolvimento pedogenético), pos-
anoxia (deficiência de oxigênio em decor- milho arroz e feijão é favorecido em razão
suem argilas de ativas e em muitas situações
rência do encharcamento e ocupação dos da ocorrência de solos com melhor fertilida-
de natureza eutrófica, seja em superfície ou
espaços porosos do solo) tais como o buriti, de natural. O plantio de mandioca, em mui-
em subsuperfície. As limitações destacam-se
açaí. A utilização de palmeiras como o tas situações não seria recomendado devido
pela dureza quando secos e expansivos e
dendê deve ser visto como potencial, pois a ao acúmulo de água e dificuldade no pro-
liguentos quando saturados por água.
região possui condições de pluviometria cesso de arranquio durante a estação de
Estes fatores evidenciam que as culturas a compatíveis (> 100 mm mensais), no entan- menor pluviosidade.

6.7.4. POTENCIAL TURÍSTICO


O Estado corresponde a 4% da área amazô- zonas rurais. Setor em plena expansão per- dos projetos, com efeitos negativos para o
nica brasileira e a 1,9% do território nacio- mite dinamizar as atividades econômicas tra- meio ambiente, a cultura e a atividade eco-
nal (IBGE, ITERACRE, 2006), Faz fronteiras dicionais e valorizar as especificidades cultu- nômica local.
internacionais com o Peru e a Bolívia e, rais locais, proporcionando oportunidades
Dentre as cinco regionais de desenvolvimen-
nacionais com os Estados de Rondônia e de emprego aos jovens nas zonas rurais e tra-
to do Estado do Acre, destacamos para a
do Amazonas, proporcionando a prática de vando ao mesmo tempo o êxodo rural.
caracterização do potencial turístico os muni-
turismo de aventura, ecológico, religioso,
A avaliação do potencial turístico constitui cípios da BR 364 que corresponde o trecho,
rural, de observação, histórico/cultural
uma excelente base de decisão para os Sena Madureira/Feijó, que tem um grande
dentre outros.
organismos de desenvolvimento, permitin- potencial para o desenvolvimento do turis-
O turismo sustentável pode ser uma alavan- do-lhes minimizar os riscos de investimen- mo ecológico, de lazer, de observação, histó-
ca para o desenvolvimento local de muitas tos e evitando um superdimensionamento rico/cultural e outras atividades.

SENA MADUREIRA 6.7.4.1.

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
CALENDÁRIO FESTIVO RESERVA EXTRATIVISTA DE CAZUMBÁ-IRACEMA: Criada em 2002, a área tem 750.794,70 hecta-
Novenário de Nossa Senhor res e abrange terras dos Municípios de Sena Madureira e Manoel Urbano. A reserva pretende
assegurar o uso sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis, protegendo os
1° a 30 de maio
meios de vida e preservando a cultura da população extrativista local. Habitada por comunidades
Enduro Desafio ribeirinhas que se dedicam entre outras atividades, à extração da borracha e coleta de castanha.
14 a 17 de junho
TERRA INDÍGENA MAMOADATE: Área de preservação com 313.647 hectares. Abrange as terras
Festival de Quadrilha dos Municípios de Sena Madureira e Assis Brasil, com cerca de 407 habitantes.
Junho
RESERVA EXTRATIVISTA CHICO MENDES: Criada em 1990, com 970.570 hectares de floresta tro-
Motocross pical aberta com bambus, palmeiras e cipós, abrange as terras dos Municípios de Assis Brasil,
22 a 23 de setembro Brasiléia, Capixaba, Xapuri, Sena Madureira e Rio Branco. O acesso é possível pela BR-317, exceto
Aniversário do Município no período chuvoso. Por via fluvial, através do rio Xapuri e seus afluentes, exceto no período da
25 de setembro seca. Pelo Município de Sena Madureira, através dos rios Iaco e Macauã e seus afluentes.
Cavalhada ESTAÇÃO ECOLÓGICA RIO ACRE: Área de preservação com 77.500 ha, foi criada em 1981 com o
25 de setembro a 03 de outubro objetivo de desenvolver projetos de pesquisa e preservar as nascentes do rio Acre. Abriga flores-
tas de palmeiras, bambus e embaúbas, além de fauna diversificada com jabutis, tartarugas, jaca-
Festa de Nossa Senhora da Conceição rés, sagüis, onças, capivaras, garças, entre outras espécies. Localiza-se nos municípios de Assis
08 de dezembro Brasil e Sena Madureira.
FLORESTA NACIONAL DE MACAUÃ: Área de preservação criada em 1998 com 173.475 ha, abran-
gendo as terras do Município de Sena Madureira.
FLORESTA ESTADUAL DO ANTIMARI: Área de preservação com 661,68 km², abrangendo os muni-
cípios de Rio Branco, Sena Madureira e Bujari. Possui exuberante flora e fauna rica em espécies.

MANOEL URBANO 6.7.4.2.

CALENDÁRIO FESTIVO ÁREAS DE PRESERVAÇÃO


Aniversário do Município 14 de maio RESERVA EXTRATIVISTA CAZUMBÁ-IRACEMA: Área de preservação criada em 2002, com área
de 750.794,70 hectares, que abrange terras dos Municípios de Sena Madureira e Manoel
Festival de Praia Agosto Urbano. Assegura o uso sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis, prote-
Festa da Padroeira Nossa Senhora da Penha gendo os meios de vida e a cultura da população extrativista local. Habitada por comunidades
ribeirinhas que se dedicam especialmente à extração da borracha e à coleta de castanha, entre
01 a 09 de setembro outras atividades auto-sustentáveis.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

40
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

SANTA ROSA DO PURUS 6.7.4.3. FEIJÓ 6.7.4.4.

Santa Rosa do Purus possui em sua região Tem potencial para desenvolver o turismo TERRAS INDÍGENAS
espécies de vegetais nobres e uma grande cultural, por está próximo de sete reservas
Kaxinawá do Rio Humaitá 127.383 ha
variedade de animais, alguns deles, em indígenas e o turismo de lazer, já que o rio
extinção, como a Onça Pintada,o Jacaré-Açú, Envira, afluente do rio Tarauacá, é palco da
Kampas Isolados do Rio Envira 245.800 ha
a Ararinha Azul, entre outros, potencializan- piracema, do festival de praia (praia da man-
do o local para o desenvolvimento de turis- gueira) e possui 810 km de
Katukina / Kaxinawá 23.474 ha
mo ecológico e de lazer no rio Santa Rosa
afluente do rio Purus fazendo limite entre CALENDÁRIO FESTIVO
Kulina do rio Envira 84.364 ha
Brasil e Peru. Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
CALENDÁRIO FESTIVO 16 de julho Kulina do Igarapé do Pau 44.050 ha
Aniversário da Cidade Festa do Açaí -
28 de abril Segunda semana de agosto Jaminawá / Envira 86.615 ha
Festa da Padroeira Santa Rosa de Lima Aniversário da Cidade Kaxinawá / Nova Olinda 27.533 ha
30 de agosto 21 de dezembro

6.7.3. AÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA


As políticas públicas estabelecidas no Acre locais na preservação desses recursos. As servação e das terras indígenas, além de
hoje têm suas raízes nos movimentos socia- organizações não-governamentais foram os seus esforços para levar educação e saúde
is de bases e outras formas de organização principais aportes dos movimentos sociais as populações rurais do estado.
da sociedade civil, que décadas atrás foram de base na procura por modelos alternati-
chave para contestar modelos de desenvol- vos de desenvolvimento no Estado. As Por tal, é importante que se identifique algu-
vimentos predatórios que não considera- ONGs contribuíram substancialmente para mas ações e projetos executados pelas
vam o valor de manutenção da floresta e preservação dos recursos florestais, demar- seguintes ONGs, ao longo da BR 364 para
não reconheciam o papel das populações cação e regularização de unidades de con- este processo de ordenamento (Tabela 15)

ENTIDADE FINS / INICIATIVAS ATUAIS ÁREA DE ATUAÇÃO

Conselho Fins: Representar os interesses específicos dos seringueiros e demais trabalhadores extrativistas e Jurupari – município de
Nacional de ribeirinhos da Amazônia; proteger o meio ambiente, especialmente na região amazônica; defender Feijó
Seringueiros - uma política da borracha e demais produtos extrativistas da Amazônia, que atenda aos interesses
CNS dos seringueiros e demais trabalhadores extrativistas da região, entre outros.
Iniciativas Atuais: apoio no processo de discussão comunitária acerca da proposta de criação da
Reserva Extrativista do Jurupari, protocolado no IBAMA pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Rodrigues Alves em 2006.

Organização dos Fins - Defender os direitos e interesses dos povos indígenas dos municípios de Tarauacá. Município de Tarauacá
Povos Indígenas Autonomia econômica das aldeias, preservação do conhecimento tradicional. TI Igarapé do Caucho
de Tarauacá e Iniciativas Atuais – Projeto de Vigilância e Fiscalização das TI de Tarauacá – PPTAL; Manutenção e TI Colônia 27
Jordão - OPITAR Monitoramento das atividades de fiscalização nas Tis; Projeto de Fortalecimento da Organização
dos Povos Indígenas de Tarauacá; Assembléia Geral; Viagens nas terras indígenas; Realização de
oficinas para construções de barcos; Realização curso de mecânica; Seminário nas terras indígenas;
diagnóstico participativo.

Comissão Pro- Fins - Educação escolar indígena, produção de materiais didáticos, capacitação de professores TI Katukina do Campinas,
Índio - CPI indígenas bilíngües e formação dos Agentes Agroflorestais Indígenas. TI Yawanawa do Rio
Iniciativas Atuais – Formação dos Agentes Agroflorestais Indígenas e professores. Gregório, Igarapé do
Caucho.

Fundação Amigos Fins - objetiva implantar obras sociais que possam colaborar de forma direta com a diminuição da Sena Madureira, rios
da Amazônia - desigualdade social no município de Sena Madureira e nos seus vizinhos no Estado do Acre. Iaco, Purus e Caeté
FUNAAM

WWF – Brasil Fins - é uma organização conservacionista dos recursos naturais, de iniciativa particular, de Reserva Extrativista
fomento socioambiental, de caráter científico, cultural, assistencial e filantrópico. Cazumbá – Iracema, esta
Iniciativas Atuais:Projeto Apoio à consolidação no Bloco Acre/Purus”, o qual prevê as seguintes localizada nos municípios
ações na Reserva Extrativista Cazumbá – Iracema; Elaboração e Divulgação do Plano de Manejo e de Sena Madureira e
Plano de Uso; Monitoramento e fiscalização da Reserva Extrativista Cazumbá Iracema e área de Manuel Urbano
entorno (norte);Apoio a formação e capacitação dos Agentes Ambientais Voluntários; Aquisição de encontra-se a 30 KM da
equipamentos para estruturação no apoio as atividades de monitoramento e fiscalização; BR 364
Elaboração do Plano de Manejo da copaíba; Curso de boas práticas de uso do óleo. Formação e
capacitação do Conselho da Unidade; Projeto Alto Purus – Manejo de Lagos; Apoio nas ações de
fiscalização e monitoramento, através da formação e capacitação dos Agentes Ambientais
Voluntários – AAVs. Apoio na manutenção da agenda de trabalho dos AAVs.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

41
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

Unidade de Gestão Integrada - UGAI Liberdade - AC


7. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO
TERRITORIAL DA BR TRECHO MANUEL URBANO - FEIJÓ
7.1.
O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE ORDENAMENTO TERRITORIAL

O processo de Ordenamento Territorial da abordando a problemática da posse da onal (Embrapa Acre, Embrapa Solos,
BR 364, no trecho entre Manuel Urbano e terra, da conversão, desmatamento e SEAPROF e SEMA) realizou uma viagem
Feijó, teve início a partir dos indicativos queima. Além disso, destacam-se algumas de correlação de solos e ambientes,
do Zoneamento Ecológico Econômico, que intervenções relevantes que subsidiaram com o intuito de subsidiar a elaboração
demandou a necessidade de realização da a construção deste documento, a saber: do Zoneamento para a cultura do
integração por meio da pavimentação dendê na área desmatada ao longo das
a) O ITERACRE levantou recentemente a
asfáltica da rodovia, entre a capital Rio BRs 364 e 317.
situação fundiária e socioambiental
Branco e a cidade de Cruzeiro do Sul.
das populações que moram ao longo da O objetivo era fornecer informações
Para que se tivessem todos os elementos BR 364 no trecho entre os municípios técnicas à assistência técnica e extensão
necessários para o OT houve um amplo de Feijó e Manuel Urbano e ao longo rural na condução da cultura do dendê
processo de levantamento e consolidação dos rios Envira e Jurupari. como forma de recuperar o passivo
de informações socioambientais da área, ambiental das propriedades e como
Este levantamento irá subsidiar o
cobrindo temas como distribuição, uma alternativa de produção na região;
processo de legalização das terras e a
localização e caracterização da população
condução de políticas públicas voltadas c) Em meados de março deste ano
local, caracterização do solo, hidrografia,
para as áreas de Educação, Saúde, representantes diversas Secretarias
vegetação, clima, unidades de conserva-
Produção Sustentável e InfraEstrutura; reuniram-se na SETUL para discutir
ção, terras indígenas, projetos de
uma proposta de estratégia de Governo
assentamento, assim como questões b) Em meados de 2008 uma equipe
para definição das ações integradas na
envolvendo conflitos pelo uso da terra, técnica multidisciplinar e interinstituci-
BR 364 para 2009 e 2010 com foco

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

42
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

7.2. ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DO PLANO


territorial nas UGAIS já existentes e na prioridades elencadas pelo Governo do ZEE-AC e das recomendações do Mapa de
nova unidade a ser construída no rio Acre e subsidiaram a construção do plano Gestão Fase II do ZEE e da Lei do ZEE do
Jurupari. Para tanto na área social com ações prioritárias para os anos de Estado do Acre o que lhe confere ampla
agruparam-se - SEDS, SEE, IDM, 2009 e 2010. discussão prévia.
SESACRE, SAI e SETUL; na área de O plano foi construído com base nas Nesta fase de implementação um outro
Produção/Infraestrutura – SEAPROF, diretrizes da Comissão Coordenadora do arranjo será consolidado:
SEF, IDAF, DERACRE e SETUL; na área de
meio ambiente – IMAC, ITERACRE e
SEMA. O encontro resultou na 1. Nível de Supervisão e Controle Social:
construção de uma agenda integrada
de ações contendo a instituição, os cuja função é definir as ações estratégicas e metas para cada ano, e supervisionar o
parceiros, o período, fonte, recursos e desenvolvimento das ações, assim como aprovar os relatórios de execução. Esta instância
será formada pelo coletivo dos 3 conselhos CEMACT, CFE e CDRFS.
responsável técnico pela ação.
Essas informações foram consolidadas
e constam no plano de ação para a BR 2. Normativo:
integrado a este documento;
cuja função é normatizar questões relativas aos aspectos legais necessários ao pleno
d) De maneira similar a agenda construída desenvolvimento das políticas e programas associados ao Plano. Esta responsabilidade
na SETUL, durante os três últimos será de cada conselho mencionado entriormente (CEMACT, CFE e CDRFS).
meses deste ano (março, abril e maio),
tem sido conduzidas reuniões pela
SEMA com representantes das 3. Operacional:
Secretarias das áreas de Saúde,
cuja função é operacionalizar as estratégias definidas a fim de alcançar os resultados
Educação, Produção Sustentável,
esperados do plano será realizada pelo quanto a redução de desmatamento e queimadas,
InfraEstrutura e Assistência Social no de valorização das Comitê Gestor da Política de Valorização do Ativo a qual envolve
sentido de filtrar e potencializar ações diversas secretarias do Governo do Estado e tem como finalidade coordenar e priorizar as
de governo voltadas para a região. ações de Governo relativas a Política de Valorização do Ativo Florestal.
Estas ações estão pautadas nas

Ações integradas e prioritárias na área de influência da BR 364 para o biênio 2009-2010

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

43
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

7.3.
ÁREA DE INFLUÊNCIA
A área de influência da proposta de
ordenamento se constitui da
área direta e indireta.

A área direta ocupa aproximadamente


120.070,97 ha e se constitui num
polígono que considera uma faixa de 5
km em cada margem da BR e definie e Feijó
Zona de Atendimento Prioritário.

Esta distância foi definida em razão dos


estudos do ITERACRE sobre as ocupa-
ções que indicou a presença de
comunidades numa ditância máxima de
5 km ao eixo da estrada.

A Área Indireta ou Área de Manuel Urbano


Ordenamento Territorial da BR
compreende cerca de 1.140.000 ha cuja
destinação será para criação de novas
unidades de conservação e projetos de
assentamentos diferenciados. A áres de
influência indireta é toda aquela que Área de influência direta e indireta da área de Ordenamento Territorial da BR
encontra-se localizada fora da área 364 – Trecho Manuel Urbano - Feijó (5km de cada lado da BR) Figura 15.
direta de influência (Figura 15).

7.4. INDICATIVOS E PLANO DE AÇÃO PARA A ZAP – BR


O Ordenamento Territorial é a regulação segundo uma visão estratégica, conside- visão territorial. Para isso optou-se por
das ações que têm impacto na distribuição rando as ofertas e restrições, mediante definir áreas prioritárias onde serão feitos
da população, das atividades produtivas, articulação institucional e negociação de os trabalhos integrados de detalhamento
dos espaços de conservação ambiental, múltiplos atores. A estratégia de ordena- da base de dados; essas áreas estão sendo
dos equipamentos e de suas tendências, mento territorial do Estado do Acre tem o denominadas de ZAP – Zonas de
assim como a delimitação de territórios, objetivo de aumentar o nível de detalhe da Atendimento Prioritário.

7.4.
PROPOSTA DE PLANEJAMENTO DE AÇÃO INTEGRADA

A área que compreende os trechos da BR assim definidas pelos estudos do ZEE. dução, infraestrutura, educação, saúde e
364 entre Manuel Urbano e Feijó foi deno- assistência social serão implantados e em
A fim de implementar políticas públicas
minada de ZAP-BR, que é a área foco para a alguns casos ampliados para promover o
que venham minimizar o quadro atual, o
ação de ordenamento. desenvolvimento sustentável da região.
Governo do Estado priorizou em seu pla-
Para definição da ZAP BR, diversos levanta- nejamento os seguintes eixos estratégicos Dentro desse contexto o ordenamento ter-
mentos foram realizados quanto às ques- para a região – gestão territorial para o ritorial da ZAP realizará o reenquadramen-
tões fundiárias, características culturais desenvolvimento sustentável, valorização to dos projetos de assentamento existentes
peculiares da região, qualidade das moradi- do ativo ambiental florestal, desenvolvi- para valorizar novas atividades e cadeias
as, características dos meios de transporte, mento produtivo de base agroflorestal em produtivas, promover a readequação da ati-
qualidade do solo, caracterização de uso do áreas alteradas, formação profissional e vidade agropecuária com ênfase na ativida-
solo, tipo de vegetação, caracterização dos capacitação para o desenvolvimento flo- de leiteira, a recuperação e o refloresta-
recursos hídricos, diagnostico da produção, restal e inclusão social para o empodera- mento para o manejo de produtos madeire-
distribuição da população e localização das mento comunitário. iros e não madeireiros, como essências, óle-
comunidades pólo - COPs (Figura 16). os, látex, entre outros e a criação de
A construção desse planejamento envolve
Projetos de Assentamento Diferenciados,
Neste sentido, a ZAP BR está definida como as instituições governamentais e não gover-
entre eles os Projetos de Assentamento
uma área que possui alta vulnerabilidade namentais voltados para formação de
Florestal – PAF, que são uma modalidade de
ambiental associada com o baixo potencial arranjos institucionais que envolvam a soci-
assentamento voltada para o manejo de
social, ou seja, alto índice de analfabetis- edade civil organizada. Para consolidar
recursos florestais em áreas com aptidão
mo, reduzida capacidade de organização, essas políticas, os serviços ofertados pelas
para a produção florestal familiar, comuni-
condições sanitárias e de saúde precárias, instituições de governo voltadas para pro-

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

44
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

tária e sustentável. Especialmente destina-


Feijó
do para a região Norte, além da extração de
madeira, prevê a produção de essências
medicinais, plantas ornamentais, óleos BR-364

vegetais, látex, resinas, gomas entre outros.


Pedro Mota Leitão
O PAF também permite o resgate de gás car- Boa Vista
bônico (por meio dos créditos de carbono),
exploração do ecoturismo e coleta de mate-
riais genéticos para o desenvolvimento da Don Joaquim Amazonas
biotecnologia; os Projetos de
Desenvolvimento Sustentável – PDS que Ponte Jurupari Rio Moaco
são considerados assentamentos baseados
no desenvolvimento sustentável da proprie- UGAI
Jurupari Manuel Urbano
dade, levando em consideração os seus
aspectos sociais, econômicos e ambientais,
.
BR-364
e também os Núcleos de Produção
Sustentável que estão associados às comu-
nidades pólos no eixo da BR e às UGAIs de 10 20 40 60 80

forma a garantir a redução do desmata-


mento e queima, diversificação da produ-
Área de localização da ZAP BR com a distribuição das COPs e famílias Figura 16.
ção, maior eficiência na geração de renda e
conservação da biodiversidade (Figura 17).
A criação de novas unidades de conserva-
ção com perfis de proteção integral com
uso indireto dos recursos naturais e unida-
des de uso sustentável para exploração
madeireira comunitária e empresarial, atra-
vés de manejo certificado.

. Feijó

Quantificação do mosaico proposto


para o OTL da ZAP BR Tabela 17.

OTL Hectares %

912.037,14 81,20
!. Manuel Urbano
FLOES

PDS 6.789,57 0,60

POLO 49,87 0,00

Regularização 18.442,86 1,64

PAF 28.977,80 2,58

PAF 43.964,74 3,91


PDS 40.809,94 3,63

NPS 657,9 0,06

NPS 692,53 0,06

NPS 2.342,69 0,21

UC 68.455,70 6,09

Total 1.123.220,74 100


Proposta de Cenário do novo ordenamento territorial da região Figura 17.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

45
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

7.4.2. A UGAI como ferramenta de execução de ação integrada


No ano de 2002, após consecutivas financiamento da pavimentação da BR Sena Madureira. Esse trecho em especial
aberturas da BR 364 de maneira a permitir (Figura 18). Essas unidades estão numa das apresenta grande complexidade para obras
o tráfego de veículos na estação de menor áreas mais isoladas do Estado, cujo Índice devido à particularidades do solo (presen-
pluviosidade (verão) entre os municípios de Desenvolvimento Humano (IDH) é ça de tabatinga, ausência de pedras,
de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, o muito baixo. O IDH mede fenômenos como dificuldade de trafego na estação chuvosa,
Governo do Estado constatou que houve educação (alfabetização e taxa de etc.). Isso demanda um maior envolvimen-
um aumento na especulação de terras. No matrícula), longevidade (expectativa de to das instituições para fins de mitigação
período houve um incremento na taxa de vida ao nascer) e renda (per capita). Dado de impactos socioambientais.
desmatamento naquela região, principal- a evolução das políticas de planejamento A estrutura de gestão das UGAIs está
mente no trecho compreendido entre os do governo do estado para o ordenamento sendo articulada para promover a
Rios Acuraua e Liberdade. Este processo territorial surge a necessidade de integração das ações do governo em
fez com que a Secretaria Estadual de Meio readequação dessas UGAI existentes para consonância com a implentação do
Ambiente - SEMA realizasse um diagnósti- se integrar ao novo modelo de ordenamen- ordenamento territorial da BR. As ações de
co preliminar da situação ambiental e de to baseado nas ZAPs. políticas públicas integradas das secretari-
ocupação fundiária daquela região,
Para dar suporte logístico e apoio as, previstas para serem implementadas na
iniciados no município de Tarauacá em
estrutural para que o estado aumente a região da ZAP BR serão coordenadas
direção a Cruzeiro do Sul.
cobertura de ações necessárias para diretamente pelo gabinete do Governador,
Neste contexto e objetivando principalmen- cumprir com o plano de ordenamento da com uma coordenação estratégia da
te a manutenção da floresta, no trecho ZAP – BR, está se propondo a criação de Secretaria de Meio Ambiente-SEMA e a
onde ainda estava preservada, o governo uma nova Unidade de Gestão Ambiental execução sob a responsabilidade da
do Estado organizou a Operação Florestas Integrada, localizada à margem direita do Secretaria Executiva do ITERACRE,
Públicas 2003. Na ocasião, os trabalhos de Rio Jurupari – a UGAI Jurupari. conforme Figura 19.
terraplanagem e asfaltamento ao longo da Esses arranjos de gestão integrada visam
BR 364, no trecho entre Tarauacá e Cruzeiro Uma das estratégias chaves da UGAI
Jurupari é dar continuidade a política de minimizar a vulnerabilidade da área e
do Sul, estavam iniciando e aumentava promover o crescimento dos índices de
consideravelmente a especulação para construção de Unidades de Conservação
que são importantes mecanismos de desenvolvimento do estado, com promo-
ocupar as terras. A Estratégia utilizada para ção do ordenamento do território,
assegurar a manutenção das florestas no regularização fundiária e contenção de
desmatamento. As unidades de conserva- contenção do desmatamento e da
trecho entre os Rios Acuraua e Liberdade especulação de terras na região. Com a
deveria contemplar como prioridade o ção propostas para o ordenamento da
representação das diversas instituições
“desmatamento zero” numa faixa de 1000 região irão regularizar a situação fundiária
públicas nas UGAIs o Estado torna-se mais
metros, de cada lado do eixo da estrada. de cerca de 800 famílias tradicionais
atuante e promove ações mitigando os
abrangendo uma área de aproximadamen-
Em 2005, a implantação das duas UGAI's impactos de projetos de grandes infraes-
te 1.200.000 ha à margem da BR 364 e dos
surge da necessidade de integrar as truturas como o caso de pavimentação de
Rios Jurupari e Envira.
secretarias de Governo ligadas a produção BRs. As ações integradas e previstas para
sustentável, ação social e a infraestrutura. É importante salientar que a obra de serem executadas este ano e em 2010
O objetivo principal era minimizar os asfaltamento da BR 364 ainda não está podem ser visualizadas na Tabela 18 na
impactos ambientais causados pela finalizada, restando o trecho entre Feijó e próxima página.
construção da estrada e implementar
políticas públicas para o desenvolvimento
sustentável da região. Esse fato foi
motivado pelo isolamento e presença
incipiente do governo na região. As
Unidades serviam como base de apoio
logístico aos técnicos das secretarias que
SEMA
estavam encarregados de exercerem as
Secretaria de
ações planejadas para a área. Estado de
Meio Ambiente
As Unidades de Gestão Ambiental
Integrada (UGAI) funcionam como
estruturas de suporte para ações integra-
das das políticas públicas do Governo do
Estado. Os objetivos principais das UGAIs
são: (I) minimizar os impactos ambientais
causados pelo asfaltamento da BR 364; (II) ITERACRE
conter o avanço do desmatamento, a Instituto de
Terras do
ocupação desordenada e a especulação
Acre
crescente da terra; (III) dar o suporte para
a implementação de políticas públicas para
o desenvolvimento sustentável da região.
Atualmente existem duas Unidades de
Gestão Ambiental Integrada (UGAI) PRODUÇÃO
EDUCAÇÃO SAÚDE INFRA-ESTRUTURA
SUSTENTÁVEL
instaladas ao longo da BR-364 entre os rios
Acuraua e Liberdade, as quais têm dado
apoio na gestão do complexo de Florestas
Ilustração do processo de gestão das UGAIs
Estaduais criadas como salvaguarda para o Figura 19.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

46
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

Detalhamento das ações integradas previstas para a ZAP BR (2009-2010)

MUNICÍPIO DE FEIJÓ

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL

SECRETARIA AÇÃO CUSTO (R$)

SEAPROF Assistência técnica a 807 famílias (ATER) 221.925,00

SEAPROF Cadeia produtiva do açai 650.000,00

SEAPROF Roçados Sustentáveis Básicos ( 245 familias) 220.500,00

SEAPROF Roçados Sustentáveis Plenos ( 164 famílias) 639.600,00

SEAPROF Cadeia produtiva da Borracha (FDL) + Subsídio 493.013,00

SEAPROF Programa de certificação da propriedade ( 164 famílias) 82.000,00

SEAPROF Compra direta (164 famílias) 872.480,00

SEAPROF Piscicultura (40 famílias) 76.400,00


SEAP Limpeza de igarapés e lagos 138.889,00

SEAP Distribuição de pintos e acompanhamento técnico 20.000,00


para 200 familias

SEMA Estudo para a criação da Unidade de Conservação do Jurupari 100.000,00

SEMA Educação Ambiental para práticas sustentáveis 30.000,00

SEMA Capacitação para difusão de técnicas de recuperação de ÁPP 32.500,00

SEMA Plano Estadual de Recursos Hídricos 83.333,33

Implementação do ZEE como Instrumento de Gestão (


SEMA 20.000,00
Consolidação da rede de monitoramento climatologicos)

SEMA Consolidação da gestão de UC's 40.000,00

Construçãodeviveirode1,2milhõesdemudas/ano,no
SEF 1.200.000,00
município de Feijó

SEF Criação de Unidades de Florestas públicas 200.000,00

100 moradores do CFERG produzindo em Sistema de Manejo


SEF 450.000,00
de Uso Múltiplo
300 familias capacitadas em organização social
SEF 40.000,00
(associativismo e cooperativismo)

SEF Reflorestamento de 1000 ha de florestas 1.166.666,66

Implementação das ações de Monitoramento e Fiscalização dos


IMAC 173.000,00
desmatamentos e queimadas

Implementação do Sistema de Defesa Sanitária Animal e Vegetal,


IDAF 63.000,00
Inspeção em empreendimentos industriais (IDAF) (310 familias)

Regularização e destinação de 843 mil ha - Regularização de


ITERACRE 2.752.000,00
900 famílias na BR 364 e margens do Rio

ITERACRE Construção de uma Unidade de Gestão Territoria 1.100.000,00


(UGT) + mobiliário

ITERACRE Discriminatoria da zona 3 entre feijo e Manoel Urbano 2.050.000,00

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

47
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

(continuação tab.18) Detalhamento das ações integradas previstas para a zap br (2009-2010)

INFRA-ESTRUTURA
SECRETARIA AÇÃO CUSTO (R$)

LUZ PARA Implantação de 150km de rede de energia elétrica (320


3.443.089,23
TODOS familias beneficiadas)

DERACRE Construção BR-364 (6 lotes) (DERACRE) 106.666.666,70

DERACRE Construção de pontes (DERACRE) 30.000.000,00

SEE Previsão atendimento Ensino Fundamental do 6º ao 9º 429.826,30


ano em 2010

EDUCAÇÃO

SECRETARIA AÇÃO CUSTO (R$)

Construção ou reconstrução de escolas onde não houver cobertura.


SEE Reforma e ampliação, se necessário, das escolas já existentes 740.785,44
(Levantamento LSE) (SEE)

SEE Avaliação da situação do transporte escolar (SEE) 192.201,10

Matricular Crianças de 4 e 5 anos no projeto Asas da Florestania


SEE Infantil na zona rural. Alfabetizar jovens e adultos e garantir o acesso 192.201,10
os
para projetos Asas da Florestania Fundamental e Médio. (SEE)

ASSISTÊNCIA SOCIAL
SECRETARIA AÇÃO CUSTO (R$)

100% das familias em situação de pobreza e extrema pobreza


SEDSS 31.924,00
inscritas no cadúnico.
Inserir 700 jovens entre 15 e 29 anos, cadastradas no cad único em
SEDSS 294.615,00
cursos de formação profissional sócio-produtiva, inicial e técnica

SEDSS 916 famílias cadastradas no PBF beneficiadas com microcrédito 600.000,00

5 empreendimentos socio-produtivos incluindo 4.3% famílas


SEDSS 506.000,00
cadastradas no CAD único

SEDSS implantar 1 base social comunitária 900.000,00

SEDSS equipar base social comunitária 4.300,00

100% das familias que estão inscritas no PBF atendidas pelos


SEDSS 142.589,00
serviços do CRAS
Envolver 40% das pessoas do PBF em cursos de desenvolvimento
SEDSS 35.000,00
de competências familiares
Ampliar o percentual de famílias pobres beneficiadas pelo programa
SEDSS de habitação social (300 familias beneficiadas ao longo da BR364, 3.000.000,00
municipio de feijó)

SAÚDE
SECRETARIA AÇÃO CUSTO (R$)

Estruturação de uma equipe Móvel de Saúde (1 técnico auxiliar


SESACRE 183.880,00
de enfermagem, médico - clínico geral, motorista)
Ações em saúde nas seguintes áreas: Puericultura, Segurança
Alimentar,AssistênciaPré-Nataleaoparto,PlanejamentoFamiliar,
SESACRE 808.601,21
Prevenção e Controle do Diabetes e da Hipertensão, Prevenção
do Câncerde Colo, Mama e Próstata, Saúde bucal, Saúde do idoso.
TOTAL 161.086.986,07

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

48
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

DETALHAMENTO DAS AÇÕES INTEGRADAS PREVISTAS PARA A ZAP BR (2009-2010)

MUNICÍPIO DE MANUEL URBANO

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL

SECRETARIA AÇÃO CUSTO (R$)

SEAPROF Assistencia técnicca a 200 famílias (ATER)(SEAPROF) 55.000,00

SEAPROF Reforma de um armazem (SEAPROF) 50.000,00

SEAPROF Roçados Sustentáveis Plenos (40 familias) (SEAPROF) 156.000,00

SEAPROF Roçados Sustentáveis Básicos ( 60 familias) 54.000,00

SEAPROF Compra direta da produção (40 famílias) 212.800,00

SEAPROF Programa de certificação da propriedade (40 famílias) 20.000,00

SEAPROF Cadeia produtiva da Borracha (FDL) + Subsídio 80.400,00

SEAPROF Construção de um abatedouro de Galinha Caipira 55.000,00

SEAP Distribuição de pintos e acompanhamento técnico 20.000,00

SEMA Educação Ambiental para práticas sustentáveis 30.000,00


Capacitação para difusão de técnicas de recuperação de ÁPP nas
SEMA áreas de polos e Florestas Públicas (50 famílias) 32.500,00

SEMA Plano Estadual de Recursos Hídricos 88.120,57


Implementação do ZEE como Instrumento de Gestão (Consolidação
SEMA 20.000,00
da rede de monitoramento climatologicos)

SEMA Realização dos Zoneamentos Municipais 50.000,00

Implementação das ações de Monitoramento e Fiscalização dos


IMAC 173.000,00
desmatamentos e queimadas
SEF Reflorestamento de 1000 ha de florestas 1.166.666,66

SEF Criação de Unidades de Florestas públicas 200.000,00


100 moradores do CFERG produzindo em Sistema de Manejo Florestal
SEF 450.000,00
de Uso Múltiplo
SEF 200 familias capacitadas em organização social (associativismo
30.000,00
e cooperativismo)

IDAF Implementação do Sistema de Defesa Sanitári aAnimal e Vegetal, e


45.600,00
Inspeção em empreendimentos industriais (IDAF) (310 familias)
Discriminação e destinação de 843 mil ha
ITERACRE 2.000.000,00
Regularização de 900 famílias BR 364 e margens do Rio

ITERACRE Discriminatoria da zona 3 entre feijo e Manoel Urbano (ITERACRE) 2.050.000,00

INFRA-ESTRUTURA

SECRETARIA AÇÃO CUSTO (R$)


Implantação de 133 km de rede de energia elétrica
LUZ P. TODOS 2.517.950,35
(240familias beneficiadas)

DERACRE Construção BR-364 (6 lotes) (DERACRE) 106.666.666,70

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

49
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

Unidade de Gestão Integrada - UGAI Acuraua - AC

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Zoneamento Ecológico-Econômico do não governamentais e de integração entre 364 no eixo entre Feijó e Manuel Urbano
Acre, assim como o conceito de desenvol- as secretarias de Governo. ofereceu uma estrutura potencialmente
vimento sustentável, demanda a quantifi- útil para se transferir tecnologia de
A inclusão das comunidades com dignida-
cação dos custos e benefícios futuros, e sistemas de informações geográficas para
de na sociedade é a meta principal do
inserem a disciplina de planejamento na os gestores estaduais, enfocando-se
detalhamento das Zonas de Atendimento
tomada de decisões. Desta forma o ZEE é a prioritariamente os problemas dos
Prioritário. Conciliando demandas atuais
ferramenta necessária para a construção usuários ao invés das virtudes do sistema.
com as necessidade das gerações futuras,
de um mapa da sustentabilidade.
de forma que agindo de forma consistente, As Zonas de Atendimento Prioritário como
apoiado em conhecimento técnico, para um nível de maior detalhamento do
O ordenamento territorial local se constitui que aqueles que venham depois possam Zoneamento Ecológico-Econômico, tem
num zoneamento de alta resolução da área conviver com o que há de melhor na
como grandes desafios aqueles impostos
de influência da BR-364 e se constitui na humanidade, nas paisagens e biodiversida-
pelo aspecto econômico do desenvolvi-
integração de áreas de produção sustentá- de da Amazônia e no território acreano.
vel, infraestrutura, saúde e educação com mento sustentável: combate a pobreza, a

uma base de regularização fundiária e de A abordagem participativa de construção redução de desigualdades, modificação do
gestão participativa entre as instituições do Plano de Ordenamento Territorial da BR consumo e organização do comércio.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

51
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

9. Referencia Bibliográficas e Literatura Consultada


ACRE. Acre em números. SEPLAN. 2007-2008.

ACRE. Governo do Estado do Acre. Acre em Números: 2007-2008. Rio Branco: SEPLAN, 2008. 168p.

ACRE. Governo do Estado do Acre. EIA- Estudo de Impactos Ambientais das Obras da Rodovia Federal BR 364, no Trecho Localizado entre os Municípios de
Sena Madureira e Feijó, no Estado do Acre. Relatório Final. Rio Branco-AC, 2005.

ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre
Fase II: documento Síntese – Escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA, 2006. 356p.

ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico Econômico: indicativo
para a gestão territorial do Acre. Documento final – 1ª fase. Rio Branco: SECTIMA, 2000. 3v.

ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre
Fase II: documento Síntese – Escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA, 2006. 356p.

ACRE. Governo do Estado do Acre. Relatório sócio-econômico do município de Santa Rosa do Purus para subsidiar a elaboração do Plano de Manejo do Parque
Estadual do Chandless. Rio Branco: SEMA, 2008. 27p.

ALVES, D. O processo de desmatamento na Amazônia. In: Parcerias e Estratégias., no. 12. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, setembro/2001.

AMARAL, E. F.; LANI, J. L.; ARAÚJO, E. A.; PINHEIRO, C. L. S.; BARDALES, N. G.; AMARAL, E. F.; OLIVEIRA, M. V.; BEZERRA, D. C.F. Ambientes com ênfase no
solo: Rio Branco a Mâncio Lima. Rio Branco: Acre, 2001. CD Rom.

AMARAL, E. F. ; LANI, João Luiz ; BARDALES, Nilson Gomes ; Oliveira, H. . Vulnerabilidade ambiental de uma área piloto na Amazônia Ocidental: trecho da BR-
364 entre Feijó e Mâncio Lima, Estado do Acre.. Natureza & Desenvolvimento, v. 1, p. 87-102, 2005.

BUOL, S.W., HOLE, F.D., McCRCKEN, R.J., SOUTHARD, R.J. Soil Genesis and Classification. Ames: Iowa State University Press, 1997, 527p.

DUARTE, A.F. Aspectos da climatologia do Acre, Brasil, com base no intervalo 1971-2000. Revistas Brasileira de Meteorologia, v. 21, n. 3b, p. 96-15, 2006.

HAFFER, J. 1992. On the "river effect" in some forest birds of southern Amazonia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoologia, 8: 217-245.

HAFFER, J. 1969. Speciation in Amazonian forest birds. Science, 165 (3889):131-137.

IBAMA, Instrução normativa n. 5, de 30 de maio de 2006. Dispõe sobre o manejo florestal sustentável de uso múltiplo na Amazônia Legal. Dispõem em:
http://www.ibama.gov.br. Acesso em: 15 set.2006.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Senso Demográfico (estimativa de 2007). Disponível em < http://www.ibge.gov.br>, acesso em 27 jul. 2008.

JUVENAL, T.L.; MATTOS, R.L.G. O setor florestal no Brasil e a importância do reflorestamento. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES.
Rio de Janeiro, n 16, set. 2002.

KER, J.C. Mineralogia, sorção e dessorção de fosfato, magnetização e elementos traços de Latossolos do Brasil. Viçosa: UFV, 1995. 181p. Tese (Doutorado em
Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Viçosa, 2000.

LATRUBESSE, E.; RANCY, A.; RAMONELL, C. G.; SOUZA FILHO, J. P. de. A Formação Solimões: uma formação do Mio-Plioceno da Amazônia Sul-Ocidental. In:
SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DA AMAZÔNIA, 4., Belém. Boletim de Resumos Expandidos. Belém: Sociedade Brasileira de Geologia – Núcleo Norte, 1994. p. 204-
205.

LATRUBESSE, E. M. Evidence of Quaternary paleohydrological changes in middle Amazonia: the Aripuanã/Roosevelt and Jiparana fans like systems. Zeitschrift
Fur Geomorfologie, Alemanha, v. 129, p. 61-72, 2002.

MAIA, R. G. N.; GODOY, H. de O.; YAMAGUTI, H. S.; MOURA, P. A.; COSTA, F. S. F. da;

HOLANDA, M. A.; COSTA, J. A. Projeto Carvão no Alto Solimões; relatório final. Manaus: CPRM; DNPM, 1977. v. 1, 142 p.

MARTINS, E. A caça de subsistência de extrativistas na Amazônia: sustentabilidade, biodiversidade e extinção de espécies. 1993. 117 f. Dissertação (Mestrado
em Ecologia), Universidade de Brasília, Brasília, DF.

PERES, C.A. 1996. Population status of white-lipped Tayassu peccary and collared peccaries T. tajacu in hunted and unhunted Amazonian forest. Biological
Conservation, 77: 115-123.

REVISTA DA MADEIRA. Estimativa volumétrica da floresta tropical. Disponível em:< http://www.remade.com.br/pt/artigos_tecnicos_list.php?cat=49>.Acesso


em: 16 set. 2008.

SEMA. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre – ZEE/AC –
Fase II. Relatório sobre a Geologia do Estado do Acre. Rio Branco: ZEE/AC – Fase II, escala 1:250.000, 2006.

SEMA. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre – ZEE/AC –
Fase II. Relatório sobre a Geomorfologia do Estado do Acre. Rio Branco: ZEE/AC – Fase II, escala 1:250.000, 2006.

SILVEIRA, M. Estudos botânicos no Acre: história, resultados e impactos nas políticas públicas. In: 54o Congresso Nacional de Botânica, 2003, Ananindeua -
Belém. Anais do 54o Congresso Nacional de Botânica, 2003.

SILVA, L. L. da; RIVETTI, M.; DEL´ARCO, J. O.; ALMEIDA, L. F. G. de; DREHER, A. M.;

TASSINARI, C. C. G. Geologia. In: BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral.

Projeto RADAMBRASIL. Folha SC- 19–Rio Branco. Rio de Janeiro: 1976. p. 17-116. (Levantamento de Recursos Naturais, 12).

SOUSA, D.V. Utilização do índice de desenvolvimento familiar (IDF) como ferramenta de análise urbana. Caminhos de Geografia, v. 20, n.16, p. 225-234, 2005.

SOUSA, S.A. & MORAES, R.R. IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, Desenvolvimento Humano 2007/2008 – Combater as Mudanças do Clima:
Solidariedade Humana em um mundo dividido. Geografia – Guarujá – SP – 10/12/2007, disponibilizado no site: http://br.geocities.com/sousaraujo/idh.htm.

STCP Engenharia de Projetos Ltda. EIA - Estudo de Impacto Ambiental das obras da Rodovia Federal BR - 364, no trecho localizado entre os municípios de Sena
Madureira e Feijó, no Estado do Acre (Relatório Final). Rio Branco: STCP, 2005.

ZONA DE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO - BR 364

52
UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA FEDERAL DO ACRE

Você também pode gostar