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A Ubisoft, uma das maiores empresas de games da atualidade, está criando

um escritório de produção de games em São Paulo. Segundo o executivo


responsável por esse escritório, em entrevista para a seção de jogos do site
UOL “[...] ainda é muito cedo para competir com a pirataria - ainda temos
impostos de importação muito altos [...]”. Por isso a estratégia adotada pela
empresa está mudando: em vez de importar jogos e pagar diversos impostos
que inviabilizariam a venda, produza-os aqui mesmo. Veja os impostos
aplicados aos vídeo-games na tabela abaixo:

Imposto Descrição Tributo

De intenção protecionista, é um
imposto federal que incide sobre
Imposto de Importação (II): a entrada de produtos
28%
estrangeiros em território nacional

Imposto sobre operações


relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações
ICMS: de serviços de transporte
25%
interestadual, intermunicipal e de
comunicação

A principal incidência é sobre


mercadorias nacionais e
estrangeiras que consistam na
IPI: reunião de produtos, peças ou
50%
partes e da qual resulte um novo
produto ou unidade autônoma

Pago pelas pessoas jurídicas, a


PIS: grosso modo incide sobre bens 1,65%
adquiridos para revenda

Tributo cobrado pela União para


Confins: atender a programas sociais do 7,6%
governo federal

Total de impostos: 112,25%

Ou seja, o preço de importação do vídeo-game no Brasil seria mais de 2 vezes


maior do que no exterior, e isto contando somente os impostos.

De acordo com o chefe-executivo da produtora Crytek, responsável pela


criação de Crysis, Cevat Yerli, no mercado existem 20 cópias piratas por cada
jogo original.

Não é certo dizer que a pirataria impede o crescimento do mercado brasileiro


de jogos, mas sim que a pirataria é uma conseqüência de diversos fatores
limitadores do comércio legal, como impostos e preços altíssimos por parte das
produtoras e distribuidoras de jogos eletrônicos.
Também é importante ressaltar a desigualdade social no Brasil. Muitas
pessoas vivem recebendo apenas um salário mínimo, sendo assim impossível
comprar qualquer jogo legal pelo preço que estão, em média R$100,00 para
PCs e R$ 200,00 para consoles como PS3 e Xbox 360.

Também, apesar de as produtoras de jogos se queixarem tanto da pirataria, as


vendas da indústria mundial de games atingiram receita de 9,5 bilhões de
dólares em 2007, aumento de 27% em comparação a 2006, segundo dados
colhidos pelo NPD Group e divulgados pela Entertainment Software
Association (ESA).

Segundo cálculos da Federação Alemã de Software de Entretenimento


Interativo (BIU), os prejuízos causados pela pirataria mundial chegam a 15% do
faturamento anual, índice semelhante ao registrado na indústria da música.

Em relação à indústria da música, segundo matéria publicada no Estadão, as


receitas com vendas de CDs e DVDs de música no Brasil caíram 31,2% no ano
passado, chegando a R$ 312,5 milhões.

Um analista de sistemas de São Paulo foi condenado pela Justiça a um ano e


oito meses de prisão pela venda ilegal de CDs piratas pela internet. A
condenação - anunciada no dia 13 de fevereiro – é a primeira no país
envolvendo a negociação não-autorizada de músicas via on-line, segundo a
Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM).

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