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UNIDADE III AUTILIZAGAO DOS DOCUMENTOS HISTORICOS EM SALA DE AULA Professora Me. Priscilla Campiolo Manesco Paixao Objetivos de Aprendizagem Agugar o interesse pelas varias formas de acesso ao conhecimento histético e diferentes fontes e linguagens: fotografia, video, pintura, textos e documentos de epoca, Desenvolver habilidades de observacdo, identificagdo e compreensdo, além da propria linguagem (forma, estética, composigao do todo), para estabelecer relagao entre forma e contetido das fontes historicas Identificar e diferenciar um documento escrito de um nao escrito, bem como sua utilizagao por parte dos professores. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tépicos que vocé estudard nesta unidade Historiadores e professores: diferentes usos das fontes histéricas Aanilise didatica de uma fonte historica Documentos escritos e nao escritos A construgao do conhecimento por meio das fontes histéricas INTRODUGAO Desde que o conceito de documento foi ampliado, da posigo de um positvista (ou metodico) para um neo-historiador, houve um enriquecimento quanto as fontes possiveis para um historiador. O uso das fontes histéricas passou a inclu ndo s6 0 documento escrito em seu sentido restrito como foi ampliado para outros materiais disponiveis. Contrariamente ao que Charles Langlois ou Seignobos (positvistas) defendiam, Mare Bloch (1886 -1944) afirmava que: © stock de documentos de que a histéria dispde néo ¢ limited: sugere nao utilizar exclusivamente os documentos escrtos ¢ recorrer a outros malerias, arqueolégicas, artistcos, numismatcos (considerada uma ciéncia auxlar da Historia ¢ como ciéncia trata da descriodo e da histira das moedes e medalhas) etc. (GOURDE; MARTIN, 4990, pp. 125-128) Portanto, aventava a hipdtese de se consultar certiddes de batismo e outros documentos pessoais e oficiais que constavam nos arquivos municipais, estaduais e até nacionais, observar imagens pintadas ou esculpidas, o mobiliario dos tumulos e inscrigées das lépides, crénicas, cartas do passado, objetos retirados de escavagées arqueolégicas entre outros, diferente uso das fontes historicas inclui a andlise didatica de uma fonte historica e a ‘construgéo do conhecimento por meio dessas fontes, por isso Bloch insistia muito em que a formagao de um historiador deveria obedecer a um cuidadoso processo que o preparasse corretamente para aquele que chamava de “oficio’ de historar Por isso, caro estudante de Pedagogia, nesta nova unidade vocé compreendera os diferentes usos das fontes histéricas pelos historiadores e professores. Também conheceremos os processos de andlise didatica de uma fonte historca, isto porque a fonte em sino é produzida com fins didéticos. E preciso fazé-la falar" para ser como um recurso didatico e desenvolver a aprendizagem em nossos alunos, ‘Ainda, faremos a distingao entre os documentos escritos e nao esoritos e para isto utlizaremos Anotagoes\ 5% METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTORIA | Educacoo o Distancia 99 como referéncia os estudos da nossa historiadora Circe Bittencourt, ‘Tudo isto, voré tera a oportunidade de estudar a partir de agora, HISTORIADORES E PROFESSORES: DIFERENTES USOS DAS FONTES HISTORICAS Mare Bloch (1976) insistia no apenas em explorar novos documentos, mas também em descobrir novos "dominios" para a Historia, ou sea, tentava alargar o campo da Historia para outras diregdes. Crientava seus estudos, por exemplo, para a andlise dos fatos econémicos e nesse ponto foi influenciado “sem o reconhecer explicitamente, pela obra de Karl Marx, que o incita a relacionar as estruturas econémicas e as classes socizis’. Ou, ainda, fol inspirado por outros historiadores como Henry Hauser com relagao a estudos em que se ocupava da apreciagéo das flutuagées econémicas com base em séries de pregos (BOURDE; MARTIN, 1990, p. 226) Aquilo que ele preconizava para todo aquele que aspirasse & ciéncia historica, ele aplicou aos seus préprios trabalhos, dos quais um dos maiores foi: “Os caracteres originals da historia rural francesa, do século XI ao século XVIII" de 1931, além do culto 8s origens e do correto tenquadramento no tempo que se exige de toda obra histérica, Bloch abservou as formas de ‘ocupagao do solo {espago e produgéo), as téonicas produtivas e os modos de povoamento (demogratia), as préticas comunitérias (realidade/imaginaric), tudo contextualizado na longa duragéo e em relago ao conjunto do territorio nacional. Com isso deu o modelo basco para as vias que levaram os neo-historiadores as suas pesquisas e resultados das mesmas ao longo de todos os tempos até a atualidade. “E bom que o historiador possua pelo menos uns laivos das principais técnicas do seu officio’, escreve Bloch, Saber epiarafia, paleoaratia, diplomatica, araueologia, estatistica, historia da arte & algo necessario a “um auténtico profissional da historia’ que, além disso, precisa Anotagdes we cconhecer‘as ciéncias vizinhas"tais como “a geografia, a etnografia, a demografia, a economia, a sociologia, a ingiistica’ (BOURDE; MARTIN, 1990, p. 227) ‘Saiba mais sobre o Assunto| + Aepigrafia € outra ciéncia auxliar da Histéria, que estuda as inscrigdesfeltas em material duravel, tais como a pedra e o metal. E partcularmente iti para o conhecimento da hstira das civilzagdes antigas,cujos documentos pereciveis em sua maioria desapareceram. + Relnagrafia se refere ao estudo descrilve das atividades de um grupo humano determinado ({ecnicas materais, rengas religiosas, modos de transmisséo do conhecimento, instrumentos de trabalho, organ'zagéo socal, explaragdo do solo, estrutura de parentesco) + Apaleografia @a ciéncia que se dedica & dectragéo dos escritos antigas e quanto & arqueclogia, trata de outra céncia que estuda os monumentos ¢ vestigios de cvllzagbes antgas. Fonte: , Acesso em: 01 jun, 2041, a Bloch sentindo a dificuldade de preencher tals requisits, entéo, sugere: Se nao for possivel conseguir a muliplcidade das competéncias num mesmo homem (chistoriador) pode-se encarar uma alanga das técnicas praticadas dferents erudtos, sendo que isto supe a organizagao de um trabalho por equipes, o que reagrupa especialstas de diversas disciplinas (BOURDE; MARTIN, 1990, p. 127) Em sua obra “Introdugdo a Histéria’ (1986), Bloch inicia com uma pergunta feita a um pai historiador por seu flho: “Para que serve a Histéria?" e esclarece que todo este trabalho se destinard a responder esta pergunta ‘A Hist6ria, como um ‘profeta com o olhar voltado para o passado’, segundo Eduardo Galeano, 6 para Bloch ‘uma ciéncia dos homens no tempo, que, sem cessat, precisa unir 0 estudo dos mortos ao estudo dos vivos’ (1976, p. 15). Anotagdes ox © historiador deve ter a “paixdo de compreender, o que implica que renuncie, tanto quanto possivel, o uizo de valor” ou aquilo que & dominado pelo antropocentrismo do bem ¢ do mal Para ele, 0 parecer do historiador é © do sébio, que examina sempre os dois lados de uma uestdo, com isengao de nimo, Para nos lvrar da mania de colocar sempre uma superioridade humana (donde antropos em 4grego= homem, sediar o nucleo da concepeéic), Bloch (1976, p. 70) lembra que, para penetrar numa consciéncia alheia, & preciso que nos despojemos “de nosso proprio eu’ O saber objetivo, ainda que nao absoluto, entra no rol de metas de um historiador que procura “compreender 0 passado a partir do presente” (1976, p. 11) ou, numa via de duas méos, “compreender 0 presente luz do passado* (1976, p. 13). Aliés, enfatiza sempre que é 0 perpétuo “vaivém entre passado e presente” que permite “enriquecer o conhecimento das sociedades antigas ¢ esclarecer sobre ela mesma e a sociedade actual” (BOURDE; MARTIN, 1990, p. 128). Logo, perante manuscritos, escritos gréficos, epigrficos, materias de toda sorte, desde moedas até selos, 0 historiador tem de saber ‘conversar’, o que equivale a“dialogar atentamente" com suas fontes como recomenda, em acréscimo, Marc Bloch ‘A metodologia do Ensino de Historia inclui em seus capitulos mais importantes 0 uso das fontes historicas e de suas andlises didaticas Na perspectiva histrica da Escola dos Annales, fundada por Frebvre e Marc Bloch, propdem- -se a utlizago de diversos tipos de fontes, ndo se restringindo apenas a utlizagao da historia, politica, dos grandes feitos, como propunham os positvistas. Isto porque, Diante dessas consideragées configura-se a necessidade da ullizagao de diversas metodologias,fontes e linguagens para a construgao de uma Histéra mais atratva para ‘os ovens desinteressados e desmotivados diante de repelicdes, decoragbes e nulidade analiica. Dentre as linguagens que podem ser abordadas no estudo da Histria estao a Iteratura, a misica, a cultura materiale imaterial,o teatro, a artes plasticas ¢ o cinema (FERRAZ e CAVALCANTI, 2006, p.159), Anotagdes we Mas, 6 importante frisar que os historiadores utilizam-se das fontes histericas para desvendar a Historia dos povos, em particular, ou da sociedade, em geral, ¢ para isto utiizam-se de métodos cientifcos. No entanto, os professores transformam essas fontes em recursos didéticos, mas para isto & preciso domind-os. Isto 6 0 mesmo que dizer que todos os documentos t8m uma linguagem que Ihe é propria €, para poder ulizé-la como instrumento pedagdgico para a construgao do conhecimento histérico, é necessério dominar as suas espectficidades enquanto produto cultural e historic. AANALISE DIDATICA DE UMA FONTE HISTORICA Ensinar Histéria representa um desafio para os professores, como ja se demonstrou acima, pois ha uma permanente necessidade de unir 0 papel de docente ao ofcio de historiador, 0 ue nem sempre é viavel. Além sto, por outro lado, existe um piblico estudanti nem sempre disposto a estudar a disciplina histirica que, de forma preconceituosa e inadequada, tem sido conotada ao cardter de matéria meramente decorativa, pouco digna do status de ciéncia, Tudo isto nos leva a privlegiar, num momento incial, conteidos realmente significativos e que permitam todo 0 suporte didético & tarefa de um professor que ministra aulas de Historia, com todos os quesitos que tem de preencher, muitas vezes sem ajuda (Os materiais didaticos séo instrumentos do trabalho docente, se apresentam como suportes fundamentais na mediagao entre o ensino e a aprendizagem. Porisso mesmo, pormeio do uso de documentos oficiais e ndo oficias (reportagem de jornal, fotografia filme, monumento, arte rupestre, carta, musica, testemunhos de personagens que viveram na época) encontramos muitos tipos de documentos historicos que podem faeilitar nossa tarefa de mediadores entre o aluno e sua aprendizagem do método indutivo que caracteriza a Historia, Inovar quanto ao ensino de Historia, por meio de recursos pré-selecionados que proporcionem aulas mais interessantes e atrativas, viabilizando assim a melhor aprendizagem @ algo Anotagoes\ 5% necessério para que o aluno compreenda a Histéria enquanto uma area do conhecimento em Cconstrugao e no apenas um rol de informagées quase sem valor sobre o pasado, “0 processo de conhecimento é a grande aventura e o grande desafio que o educador enfrenta quando prepara suas aulas e quando as envolve com os seus alunos” (RUIZ, 2004, p75). Utimamente, generalizou-se entre nés 0 uso de livros didaticos, paradidaticos, mes, excertos de jomais ¢ revistas, mapas, dados estatisticos e tabelas, CDs, DVDs, e outros suportes informativos que, produzidos (ou ndo) especialmente para a escola, exigem dos professores uma andlise de sua viabilidade quanto & promogao da verdadeira ciéncia a servigo da aprendizagem. Bittencourt (2004) explica como fazer a andlise destes suportes informativos, e pesquisadores do ensino de Histéria e Geografia do Institut National de Recherche Pédagogique (INRP) da Franga nos indicam alguns melos para tal raciocinio que decompée em partes 0 que vem apresentado em tantos instrumentos novos a nossa disposicao, Nossa sociedade atual chamada de Sociedade ou Economia do Conhecimento, ainda Sociedade Pedagégica, segundo pensadores como Peter Drucker (1993) ou Michel Serres (1999), assinala ascensao do conhecimento como um componente nuclear do capital. Fonte: PHOTOS.COM Anotagdes we Visto como um bem que gera outro bem, renda ou produgao, © capital, com todos seus Componentes (equipamento, patriménios, titulos, propriedades..) ainda tem por centro de Cconvergéncia 0 dinheiro, Ainda, afimamos porque cada vez mais se tem por maxima que a socializagao da renda se faré por melo do conhecimento. Isto fica facil de entender se pensarmos que sem dinheiro no bolso poucos adquirem conhecimento (donde o papel das escolas plblicas ser cada vez mais enfatizado}, mas sem conhecimento o dinheito no bolso cescasseia na mesma medida em que o conhecimento o faz recheado. Além disso, estamos em um tempo em que as novas tecnologias propiciam o conhecimento, tornam seu acesso possivel a um grande nimero de pessoas e no s6 aos professores como antigamente ocorria A informagdo transpés os limites da sala de aula e apés a Revolugdo da Informatica, quando ‘em 1993 a Internet permit a “globalizagao" criando um ciberespago, péde-se falar em uma ciberutura ‘Se.a cbemética significa o controle aravés das tecnologias, das méquinas, com o surgimento das re des de computadores (BBS's e Intemet), a cibernética ganha outra conotagéo, principalmente a partir do inicio dos anos 1990 com a expansao da area multmidia da intemet (WEB) que traz consigo uma liberdade de geragao e de difuséo de informagées pelo cidado comum através da criagéo de stes © outros meios de difuséo de idéias. E nesse contexto que surge a Cibercultura, defnida por Lévy em seu lvro sobre a Cibercultura (1999, p, 17) como "o conjunto de técnicas (materia e intelectuais), de pratcas, de aitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com 0 crescimento do civerespago’. Nesta obra o autor nos explica 0 que é cibercultura, o que se encontra de social e cultural por trés desse fendmeno técnica implicanda em uma nava relagéo com o saber. Isto significa explicar algo sobre as implicagdes culturals das novas tecnologias, da digtalizago & navegago, meméria,realdade virtua, mulimidiae interatividade caracteristicos dos nossos tempos. Fonte: , Acesso em 04 jun, 2011 tC Anotagdes ox ‘Segundo Pierry Lévy, em seu ivro “Cibercuttura” (1999), ciberespago & 0 novo meio de Ccomunicagao que surge da interconexao mundial dos computadores, especticando nao so a infraestrutura, mas o universo de informagdes eos proprios seres humanos que o movimentam. Livro: Cibercutura Autor: Perry Levy Editora: edtora 34 Fonte:, Apartirdo acesso as novas tecnologias, portanto, criaram-se novos espagos do conhecimento, tanto nas empresas, domicilios, espagos socials quanto nas escolas. E tal conhecimento se reflete nas miltiplas oportunidades de aprendizagem que, agora, cabe & escola selecionar e revercriticamente sempre no sentido de melhorar, inovar e conservar 0 melhor do tradicional, dos “classioos’ autores e saberes do passado. Nesta perspectiva de inovar que enfocamos o ensino de Historia. Nosso objetivo centra-se em propiciar & sociedade uma nova forma de pensar este ensino, voltada para uma aprendizagem por exceléncia, oportunizando compreender o homem como um todo, dentro de uma viséo holistica', por meio de uma abordagem mais préxima da realidade cotidiana do educando e, "Por holsico, a pala grep hols entndemos a concep pela qual o homer & um todo. Tal pensamento nos orm «que. s6rhunano 6 um tod one oesirto mavea mete eta rave o corp, cus, sors aqulo que pense Anotagdes portanto, sigificativa ‘A abordagem holistica nos permite ver 0 aluno como um ser animico total e néo apenas como uma maquina de aprender. Segundo Antunes (2001, p. 30), “a aprendizagem significativa é 0 processo pela qual uma nova informagao se relaciona de maneira nao arbitraria e substantva (nao literal) & estrutura cognitiva do aprendiz’, ou seja, € uma aprendizagem que tem significado para 0 aluno, diigindo-o a construgéo do conhecimento, Bittencourt se serve dos ensinamentos de Paulo Freire para lembrar que: abe ao professor, reconhacer e estabelecer um diélogo com esse conhecimento, Porque 0s alunos estao sempre em processo de aprender mais endo so absolutamente sujetos acomodados; ademais, adverte-nos o grande educadar, o conhecimento ndo 6 um dado imobilzado apenas transferido de um especialista para outra pessoa que ainda nao 0 possul (2004, p. 190), Portanto, atarefade estabelecer significados ¢ estabelecer a ponte entre aleitua,interpretagdo corteta assimilagao das informagdes com vistas ao pensamento auténomo. E uma tarefa nada facil que envolve sempre levar da memorizagao pura e simples as andlises criticas a0 pensamento cttico, que se expressa nas conclusées ou sinteses que elaboramos por nos mesmos com base nas informagdes recebidas. E nesse sentido que a selegdo de materiais, seguida de uma analise que dara o diagnéstico sobre sua viabilidade com vistas ao melhor aproveitamento do aluno, sempre se faz necesséria. DOCUMENTOS ESCRITOS E NAO ESCRITOS Muitos autores contemporéneos como Bittencourt (2004) ou Cardoso (1997) defendem a ideia de utilizar documentos histéricos como um recurso inovador adequado ao ensino de Historia, E Bittencourt também recorre ao /nstitut Nacional de Recherche Pédagogique francés para Anotagoes\ 5% explicar 0 que tal pesquisa pedagogica significa em conexdo com 0 conceito de documento bem de acordo ao que foi estabelecido conforme nossa visdo de neo-historiadorat todo conjunto de signos, visuals ou textuais, que so produzidas em uma perspectiva diferente dos saberes das disciplinas escolares @ posteriormente passam a ser utizados com finalidade ddatica, (.) Contos, lendas, filmes de fiogao ou documentarios {elevisivos, misicas, poemas, cartas, romances so documentos produzidos para um piiblico bastante amplo que, por intermédio do professor e seu método, se transforma ‘om materials ddaticos (2004, p,296) Dentro de tal categoria, portanto, podemos inserir documentos escritos € nao escritos, que podem ser utlizados pelos educadores em sala de aula desde os anos iniciais do Ensino Fundamental. Sua finalidade, ja assinalada, sera a de desenvolver habilidades cognitivas, ‘como a capacidade de observar, interpretar e extrair informagoes dessa “fonte’, sempre em cconexao com a realidade vivida. E, portanto, uma maneira de possibilitar 0 contato com 0 “real’, por meio das situagdes concretas de um passado abstrato, tomando as aulas mais atrativas e dinémicas. Para Napolitano (2004, p.149), ‘nos itimos anos tem sido cada vez mais freqientes o uso de ‘novas linguagens’ nao s6 para motivar os alunos, mas para tentar ‘aluaizar’ a concepgao de documento histérico’. Bittencourt aponta o principal objetivo, [J favorecer sua exploragao pelos alunos de maneira prazerosa e inteligivel, sem ‘causar muitos obstéculos iniciais. E preciso cuidado para que as documentos fornegam informagées claras, de acordo com os conceitos explorados, e nao tomem dificl a ‘compreensao das informagdes (2004, p.330) Isto e mais a possibiidade de ampliar o leque e a utilizagao de documentos aberta pela Nova Historia facta e modemiza o trabalho de um professor de Historia, E preciso, agora, diferenciar os documentos escritos e nao escritos que se apresentam para a utilzagao em sala de aula, portanto, & disposigéo do professor que pretende dinamizar a sua didatica Anotagdes we Entre os documentos mais comuns esto os escritos, aqueles que tradicionalmente s80 os ‘mais empregados em aulas de Historia e que se utiizam do registro escrito para expressar sentimentos, ideias e impressées do mundo. Entre eles, temos os documentos nao offciais, ‘como jomais, iteratura, revistas, poemas, letras de musica, Fonte: PHOTOS.COM Autiizagao de tais documentos emanados da imprensa escrita 6 um dos muitos instrumentos ‘que podem enriquecer o proceso de ensino-aprendizagem, Especificamente a respeite do uso de textos jomalisticos, Bittencourt ressalta que ¢ importante considerartais noticias como um discurso que jamais neutro ou imparcial.€ isto que nos permite uma critica mais cuidadosa Fonte: PHOTOS.COM Um discurso que nao seja neutro pode ser visto como um produto de uma empresa capitalista que entéo oculta estratégias tendentes a faciitar a recepgao da mensagem por parte dos leitores, ainda que as ideias veiculadas nao expressem a realidade em suas faces possives. Anotagées' we E 0 que Marlena Chaui (2000) nos ensina quando afirma que esse tipo de ideologia é “a arte de dizer meias-verdades" porque se a verdade for dita inteira, a intengao de mascaréla no se completa, Marilona Chaui: livre-docente da USP Fonte:, Acesso em: 01 jun, 2011 Para finalizarmos as discussdes referentes a esta unidade, fazemos uso das sugestdes de analise dos documentos apresentadas no livro didatico de Cabrini, Catelie Montellato, a 4. Documentos esatitos: 4} Qual tipo de documento? b) Em que data fo escrito? 6) Onde e quem escreveu? 4) Que outas informagbes le traz? €} De que malarial é feito? Foi manusorito ou impresso? {) Quais suas condigées de conservagao? 2. Fotonratias: 4} Que pessoas aparecem na fotografia? b) Descreva a aparéncia sic @ o vestuario das pessoas da flo ) Se possivel, descrava o local onde fo trada a fotografia 4) O que as pessoas da foto esto fazendo? } H& alguma informagdo escrta no verso da fotografia? 4} Em que 6poca ou data ela foi trade? 4} Quem a trou? Descubra, se possvel 1) Quais as condigées de preservacdo da fotografia? 3.Obietos 4} De que objeto se tata? } Para que servia? ) Quem o utlizava? 4) De que material é feito? }E possivel saber quantos anas ele tem? 4 Como foi feito? E possivel saber quem o fabricou? 4, Depoimentas oras: 2} Quem contoua historia? b} Qual oassunto? ) Aque época se refere? 5. Misicas {a} Quem & 0 autor da cangao (letra € melodia)? b} Quando foi composta? ) Qual o tema? 4) Qual ritmo da misica? 6} Qual a relagdo da cangao com a histria da familia? Fonte: CABRINI, Conosigde; CATELLI, Roberto Junior, MONTELLATO, André. storia tematica tempos e cuturas, * série. Sao Paulo: Scipione, 2004. (Colegio Hist tematca) LC

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