Ícone das comemorações sanjoaninas da cidade das sete colinas, a
sardinha anda pelas ruas da capital, anunciando as festividades. Com um cheiro a verão no ar, as festas de Lisboa enchem de animação os recantos mais típicos da cidade e trazem à rua milhares de pessoas. As noites são animadas pelos arraiais nos bairros típicos de Lisboa, do Castelo à Mouraria, Graça, Alfama, Ajuda e Bairro Alto, com muita música e dança ao ritmo das canções populares. Enfeitadas com grinaldas e globos coloridos, as ruas são invadidas pelo cheiro da sardinha assada, temperada pelo doce aroma dos manjericos.
A sardinha é, indiscutivelmente, um símbolo gastronómico identificador da
tradição local lisboeta, em geral, e dos Santos Populares, em particular. Tornou- se ícone oficial das festas alfacinhas e para tal muito tem contribuído o concurso de criatividade que, desde 2011, a EGEAC lançou, desafiando toda a comunidade, nacional e internacional, a participar com a sua proposta artística de « sardinha». O concurso visa encontrar a melhor e mais original sardinha, “mostrar a riqueza e diversidade dos imaginários e enriquecer a paisagem da cidade”.
Com efeito, milhares de sardinhas, digitais e tridimensionais, saltaram do
imaginário e ganharam forma no papel. Autores consagrados e ilustradores amadores, de mais de 60 países, transformaram as sardinhas, protagonistas desta história, numa temática universal e transversal a todas as culturas.
Este ano, sob o mote “palavra de sardinha”, o convite criativo passa
também, no meu entender, pelo conceito de honra, inerente a tudo aquilo que é verdadeiro e genuíno. Ocorre-me, a este propósito, a célebre frase de Winston Churchill: “Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança.”