Por mais de sessenta anos, Medeiros reuniu uma vasta coleção de fotografias,
depoimentos, entrevistas e notícias publicadas em revistas e jornais, anotações de
próprio punho, medalhas, troféus, diplomas, flâmulas e emblemas.
Durante toda a sua vida, o amistoso sensei Medeiros cuidou de conhecer, integrar e
manter-se sempre acessível e disponível na divulgação, ensino e prática do esporte
da terra do sol nascente.
Interagiu e ainda interage, com grande disposição, com a comunidade judoística que
ajudou a formar e consolidar.
Nunca desistiu de honrar a promessa feita aos mestres que teve no Judô ao longo de
sua vida, a de escrever sobre a introdução do Judô na cidade que abraçou com sua.
Eis a História do Judô em Santos! Uma história que convida a uma reflexão apurada
sobre os ideais do Judô, sua essência, sua filosofia e como isso era vivenciado e
honrado pelos ancestrais do esporte. Uma história de Kiais¹!
Kiai¹: grito de força que representa a “união dos espíritos.” No Japão, há a prática do Kiai do
— caminho do grito da força — em que o praticante chega a ter medo do próprio grito.
Também significa energia fluente, em sua tradução literal.
“A HISTÓRIA DO JUDÔ EM SANTOS”
Em Santos, o Judô demorou um pouco a chegar e, no final dos anos 40, a cidade
possuía uma grande colônia japonesa mas nenhuma academia que oferecesse o
treinamento do Judô.
O Judô sempre foi a grande paixão de Hikari Kurachi. Aos 16 anos de idade o jovem Kurachi
formou-se faixa preta. Aos 19, tornava-se 2º DAN de Judô devido as suas habilidades notáveis.
Após a aquisição do título de Nidan, tornou-se aluno do lendário Mestre Ryuzo Ogawa na
Academia Ogawa em São Paulo.
O mestre Ogawa costuma formar no Judô e posteriormente delegar a nobre missão aos seus
pupilos de introduzir o esporte em diferentes cidades do Brasil através de novos dojos filiados à
Associação Ogawa de Judô.
Sensei Ogawa havia tentado introduzir o Judô em Santos contando com a ajuda de Takeo Yano e
posteriormente enviou o seu filho Matsuo Ogawa porém foram tentativas sem sucesso.
A missão viria a ser realizada em 1947, quando o promissor Sensei Kurachi, com apenas 20 anos
de idade tornou-se 3° DAN. Após, foi enviado a Santos com a tarefa de iniciar os treinamentos
do Judô realizando finalmente o antigo sonho do persistente Mestre Ogawa. O desbravador e
perspicaz Mestre Hikari Kurachi se tornaria, oficialmente, o introdutor do Judô na cidade de
Santos.
A família Kurachi
Diferente de muitos companheiros de Judô de sua época, Hikari Kurachi não apreciava
apresentar-se em desafios, maneira encontrada por muitos adeptos do esporte para
realizar seus propósitos sendo que muitos viviam dos cachês dos desafios e outros até
fama conquistaram desta forma já que as revistas e jornais da época noticiavam essas
disputas e não haviam ainda campeonatos oficiais.
Era notório um senso nato de idealismo no Sensei. No entanto, o que mais chamava a
atenção era a sua visão empreendedora avançada em relação à sua época. O plano do
jovem Mestre era obter a cessão de um local para iniciar o treinamento do Judô entre
outras estratégias denotando uma visão orientada para o marketing esportivo, termo e
prática desconhecidos naquele tempo.
Carlos Gracie “chutando” Jiu Jitsu Para divulgar o treinamento do Judô, Kurachi
resolveu realizar uma demonstração da “Nobre
Art” que ficaria marcada na história esportiva da
cidade.
Mas agora havia um mestre procurando alunos e um dojo e isso não seria mais
problema já que havia o Gildo Gióia, o cara que animava a rapaziada a aderir as
novidades, maior divulgador que ele não havia!
E assim, o Gildo foi convencendo a turma a fazer aulas de Judô. E logo uma classe
havia sido montada! Agora só faltava encontrar um dojo, mesmo que provisório!
“Dojo (道場, sítio do caminho ?, Dōjō) é o local onde se treinam artes marciais
japonesas. Muito mais do que uma simples área, o dojo deve ser respeitado como se
fosse a casa dos praticantes. Por isso, é comum ver o praticante fazendo uma
reverência antes de adentrar, tal como se faz nos lares japoneses.
Inicialmente, o primeiro local que Kurachi conseguiu para dar segmento aos treinamentos
possuía instalações precárias já que os treinos eram realizados no porão de uma velha pensão
de japoneses situada na Rua Freitas Guimarães, 26 no bairro da Vila Nova.
Edificação onde funcionou a pensão para japoneses que cedia o seu porão (porta esquerda) para os
treinos de Judô do Sensei Hikari Kurachi. Foto Google Maps
Segundo o relato póstumo do Sensei Felício, poucos dias depois da inauguração, ingressaram
dois grandes amigos João Salgado e Fernando Azevedo que viriam a se tornar grandes
companheiros de treino e os primeiros professores do esporte em Santos. Estava configurada a
primeira geração de judocas santistas!
Ao final dos treinos, podia-se tomar banho de tina com água quente e, para quem apreciava a
exótica comida japonesa, eram servidos peixe crú com molhos e mostarda.
O local permaneceu por alguns meses com treinos informais e, antes que conseguisse encontrar
um local definitivo, a Academia Hikari Kurachi Santista de Judô estabeleceu-se provisoriamente
em uma sala que ficava em cima de um tradicional bar, localizado na Rua João Pessoa, esquina
com a Rua Martim Afonso no Centro de Santos.
Fonte: Google Maps 2011
Depois de longa procura pelo local ideal Kurachi finalmente encontrou uma sala de armazém de
café que fora cedida com a ajuda de comerciantes do ramo. Afinal, Santos é também a terra da
caridade como bem ilustra o seu brasão de armas!
O dojo possuía uma sala espaçosa com tatames e ocupava o 1° andar do casarão. Ficava
exatamente ao lado do prédio da Telegraph Western Co. também conhecida como Cabo Oeste.
Lá, permaneceram por cerca de 10 anos.
Antigo casarão ao lado esquerdo do imponente prédio da Western Telegraph Co. onde funcionou a
Academia Santista de Judô do Sensei Hikari Kurachi.
Fonte:
O apogeu!
Neste período, a Academia Santista de Judô Hikari Kurachi atingiu rapidamente o seu apogeu
ministrando três turnos de aulas com horários totalmente preenchidos e grande procura de
interessados em treinar o Judô.
Primeira foto da Academia Santista de Judô com o Sensei Hikari Kurachi e seus primeiros alunos – 1950
Fonte: Acervo pessoal de José Gomes de Medeiros doado ao Centro de Memória Esportiva – Museu De
Vaney
As João Salgado
As aulas sempre foram ministradas pelo Sensei Kikari Kurachi salvo quando passou a contar com
os primeiros Faixas Pretas.
Estes primeiros senseis atuariam como multiplicadores disseminando a semente plantada por
Hikari Kurachi e Ryuzo Ogawa.
Alunos da Academia Santista de Judô com o Sensei Hikari Kurachi ao centro – 1951
Fonte: Acervo pessoal de José Gomes de Medeiros – Centro de Memória Esportiva – Museu De Vaney
Alunos da Academia Santista de Judô com o Sensei Hikari Kurachi ao centro em 1952.
Fonte: Acervo pessoal de José Gomes de Medeiros – Centro de Memória Esportiva – Museu De Vaney
O judokas numerados se tornariam os primeiros faixas pretas a disseminar o ensino do Judô em Santos e
a representar Santos nos Jogos Abertos do Interior e Torneios da Budokan.
Os tradicionais torneios da Budokan
Os torneios da Budokan eram realizados pelo Grande Mestre Riuzo Ogawa, faixa-preta do 6º
grau, presidente da Budokan Brasil e membro da Kodokan. Eram realizados no Ginásio do
Pacaembu na cidade de São Paulo e reunia, anualmente, os mais qualificados lutadores de Judô
de todo o país.
Alunos da Academia Santista de Judô com o Sensei Hikari Kurachi participando do Torneio Budokan
também conhecido como “Ju-Kendô Remmei” realizado no Pacaembu em julho 1953.
Da esquerda para direita, judokas santistas liderados pelo Sensei Kurachi integram as 7ª e 8ª filas.
Fonte: Acervo pessoal de José Gomes de Medeiros – Centro de Memória Esportiva – Museu De Vaney
Alunos da Academia Santista de Judô com o Sensei Hikari Kurachi ao centro em 1953.
Fonte: Acervo pessoal de José Gomes de Medeiros – Centro de Memória Esportiva – Museu De Vaney
Na sequência, vieram Manabo e Akira Kurachi (estes irmãos mais novos do mestre Kurachi).
Equipe santista da Academia de Judô de Santos filiada a Budokan na Sede da Academia Hombu
Bodokan em São Paulo.
Após os primeiros faixas-pretas serem formados pelo sensei Kurachi iniciou-se a fase de
disseminação do Judô na cidade de Santos.
Kurachi começou a visitar diversos clubes e academias levando consigo seus melhores alunos.
A ação consistia em propor aos seus dirigentes a realização de uma demonstração de Judô e
convence-lo a abrir um dojo com tatames e professor para ministrar os treinos. Q
uem testemunhou essas demonstrações ficava no mínimo impressionado e bastante animado
tanto em colocar o esporte no local como acabava por despertar nas pessoas a vontade de fazer
o treinamento do Judô.
Foi dessa maneira que o Sensei Medeiros conheceu o Mestre Kurachi e seus alunos faixas-preta:
“Em maio de 1955, a Associação Atlética dos Portuários de Santos iniciou aulas de Jiu-jitsu tendo
como professor o Sensei Adriano Mattos. No final do mesmo ano, Sensei Kurachi e seus pupilos
da Academia Santista de Judô compareceram ao Portuários para realizar uma demonstração de
Judô. O Sensei Adriano Mattos e seus alunos, entre eles o jovem José Gomes de Medeiros,
ficaram tão impressionados com a técnica brilhante que até o Sensei Adriano Mattos adotou o
novo esporte. A partir desse dia, a Associação Atlética dos Portuários de Santos deixou de
oferecer treinos de Jiu Jitsu passando a ministrar treinamento de Judô tendo o auxílio dos sensei
Kurachi e seus alunos.”
1954 – Primeiro Campeonato Brasileiro de Judô foi no Rio de Janeiro entre 12 a 14 de outubro
de 1954 pela Confederação Brasileira de Pugilismo. O judoka Masayoshi Kawakami é o grande
destaque desse campeonato sagrando-se campeão nas categorias 3º dan e absoluto;
1956 – O primeiro Campeonato Mundial de Judô
aconteceu em março de 1956 em Tóquio, no
Japão. Foi disputado apenas na categoria absoluto
masculino. O primeiro pódio foi composto por dois
japoneses e dois europeus com a seguinte
premiação ouro para Shokichi Natsui, prata para
Yoshihiko Yoshimatsu, ambos do Japão, e bronze
para Anton Geesink, da Holanda, e para Henri
Courtine, da França.
A equipe brasileira era composta pelos judocas Massayoshi Kawakami, Sunji Hinata, Augusto Cordeiro,
Luiz Alberto Mendonça, Hikari Kurachi e Milton Rossi que conquistaram um honroso segundo lugar
emocionando toda uma geração de judocas visto que Kurachi se manteve na competição mesmo com o
braço quebrado.
Delegação Brasileira – Da esquerda para a direita: Massayoshi Kawakami, Augusto Cordeiro, Shunji
Hinata, Paulo Falcão (dirigente), Hickari Kurachi, Luiz Alberto Gama de Mendonça e Milton Rossi.
1956 – II Campeonato Paulista de Judô realizado no Pacaembu seleção santista de Judô Manabu, Sunji
Hinata e João Salgado. Santos campeã paulista de Judô.
1957 – Realização do Torneio Internacional de Judô entre o Brasil e Argentina ocorrido no Rio de Janeiro
e em São Paulo.
1959 João Salgado campeão estadual no Ibirapuera. Academia santista já sob direção de Akira Kurachi.
1959 – Campeonato Brasileiro de Judô em Porto Alegre Sunji Hinata já tinha ido pro Rio. João Salgado
em 3 lugar
1964 – O Judô tornou-se Esporte Olímpico em Tóquio inicialmente como modalidade de demonstração
1969 – Fundação de Confederação Brasileira de Judô. Até então, o judô era regido pela Confederação
Brasileira Pugilismo.
1971 - O Campeonato Mundial de Judô de 1971 foi a 7° edição do Campeonato Mundial de Judô,
realizada em Ludwigshafen, Alemanha Ocidental, em 2 a 4 de setembro de 1971. Chiaki Ishii
conquista a medalha de bronze na categoria – 93 kg.
1972 - A Confederação Brasileira de Judô é reconhecida por Decreto Federal.
1979 - O Campeonato Mundial de Judô de 1979 foi a 10° edição do Campeonato Mundial de Judô,
realizada em Paris, França, em 6 a 9 de dezembro de 1979. O último torneio em 1977 tinha sido
cancelado.
(Do Album de Oswaldo Simões) Equipe de Ouro do Brasil Jogos Pan Americanos de Porto Rico 1979:
Luis Shinohara,Luis Onmura, Roberto Machusso, Carlos Cunha, Walter Carmona, Carlos Fuscão Carlos
Pacheco, Oswaldo C. Simoes Filho e Técnico Prof. Oide.
Estes valorosos veteranos que consolidaram o Judô em Santos não apenas como Senseis mas também
como competidores em torneios de judô da Budokan.
Na década de 40/50, os torneios eram realizados por Faixa e não por categorias de peso como passou a
ser a partir de 1966 (?).
Paralelamente, a Academia Santista de Judô passou a ministrar aulas em Clubes tradicionais da cidade
como Associação Atlética Portuários de Santos, Vasco da Gama, Clube de Regatas Santista (demolido em
2000) Saldanha da Gama, It Clube, Atlético Santista e Estrela de Ouro.
Em dezembro de 1955, Mestre Kurachi concedeu uma entrevista de página inteira ao cronista esportivo
Jaime Pereira Pinto de “O Diário” (1936 a 1967) um antigo e extinto jornal local de Santos.
que com dedicação, talento multiplicaram a missão de colaborar com o aperfeiçoamento físico,
intelectual e moral do individuo em benefício da sociedade
KIKARI KURACHI, “UM CAMPEÃO SEMPRE É HUMILDE, MAS NÃO SE HUMILHA NUNCA!”
Podemos considerar então que o judoka João Salgado é o primeiro campeão de Judô
nascido em Santos.
Em 1955, foi convocado para integrar a seleção santista de Judô durante o II Jogos de
Inverno da Cidade de Santos. Ao lado dos judokas companheiros de academia Hiroshi
Minakawa, Manabo Kurachi, Shunji Hinata, Gildo Gióia e tendo como técnico o Mestre
Hikari Kurachi defenderam Santos brilhantemente conquistando o título por equipes e
vencendo faixas pretas de academias de todo o Brasil.
Era o ano 1956 e Arcanjo sagrou-se campeão do 5° Torneio Faixa Preta do Budokan 3° Grau.
Ainda no mesmo ano, recebeu a medalha de vice-campeão paulista.
Em 1958, foi convocado para integrar a seleção paulista de Judô ficando com a terceira
colocação no Campeonato Brasileiro como 3º DAN.
Em 2000 a Câmara Municipal de Santos homenageou João Salgado com a Medalha de Honra
ao Mérito “Brás Cubas”.
“Quando você pensa que sabe tudo, está na hora de aprender de novo!”
Certa feita, eu e os outros judokas da Academia Santista de Judô fomos lutar contra atletas de
uma academia no ABC. Na época, era muito comum esse tipo de embate entre as academias.
Eu, até então, era faixa marrom.
Nos combates contra os competidores da minha faixa venci tudo! Não satisfeito fui competir
com o pessoal da faixa preta do 1 º grau. Também ganhei! Depois, faixas pretas do 2º Grau.
Ganhei novamente! E depois, se ainda não era o bastante, venci também o grupo absoluto
com lutadores de todas as faixas.
Voltei para Santos com uma “tromba enorme”. Estava me achando o melhor! Como era faixa
marrom retornei com a idéia clara de que, após minhas conquistas, eu receberia a faixa preta
do meu professor, de Hikari Kurachi!
Como nessa época Hikari também dava aula no Internacional de Regatas e fui chamado junto
com outros alunos para também treinarmos lá. Depois do treino, todos foram embora e
Kurachi me pediu para permanecer no local.
Meu Deus! Ele me deu tanto tombo! Me derrubou umas mil vezes! Eu já estava precisando
segurar nas pernas dele para me levantar e recuperar.
Sensei Kurachi não era apenas um dos maiores professores de Judô de todos os tempos, ele
era um Mestre espiritual e fazia de tudo para me ensinar uma lição que trago até hoje comigo,
a da humildade de eterno aprendiz! Com aquele jeito oriental característico de japonês ele
disse:
“Quando você pensa que sabe tudo, está na hora de você aprender de novo!”
Pauto minha vida nesse inesquecível episódio e frase. É assim mesmo! Somos eternos
aprendizes da vida e o Judô incute uma disciplina e responsabilidade que levamos na nossa
existência e que estendemos para todas as áreas da nossa vida.
GILDO D´ALESSANDRO GIÓIA UM JUOKA QUE SE TORNOU VEREADOR E FOI PERSEGUIDO PELA DITADURA
FAZER - EMILIO ELIAS JUNIOR X GILDO D ALESSANDRO
GIOIA - Vistos, etc. EMILIO ELIAS JUNIOR, ja qualificado,
moveu
a presente acao de obrigacao de fazer contra GILDO
DALESSANDRO GIOIA, falecido, representado por
Aparecida Gema
Moretti, tambem qualificada, alegando tenha dela
adquirido do reu, em 15.05.2008 um veiculo VW Gol
Furgao, ano 1991/1992,
cor branca, mas que ate a presente data nao houve
transferencia do bem e agora que pretende faze-lo
descobriu que o reu
faleceu em 02.07.2008, nao tendo sido aberto
arrolamento de seus bens, dai porque pretende seja a
viuva compelida a fazelo, tomando as devidas
providencias junto ao Detran. E o relatorio. DECIDO. Com
o devido respeito, nao se pode pretender
que uma pessoa falecida cumpra uma obrigacao de
fazer, ate porque, abrindo-se a sucessao, cabe aos
herdeiros, ate a forca
SUNJI HINATA
ADRIANO MATTOS
AO MESTRE ALBERTO JORGE SOARES COM CARINHO, O PIONEIRO NA INTRODUÇÃO DO JUDÔ NAS ESCOLAS!
noções de psicologia e poeta, é casado com Maria José C. Soares – Zezé - com quem tem o
filho Alberto Jorge Soares Junior, hoje com 39 anos.
No início, Gringo era um apaixonado pelo ciclismo conquistando por duas vezes seguidas o
título de vice-campeão na categoria velocidade, disputando pelo Flor do Norte F.C. Mas, como
vivia levando tombo e se machucando, seus pais insistiram para que mudasse de esporte, e
como tinha simpatia pela filosofia das artes marciais acabou por aderir a prática do judô, onde
conseguiu fazer uma bonita e rica história.
Segundo ele, devido a grande imigração de povos orientais, o judô acabou por se tornar uma
das modalidades mais praticadas no Brasil. A sua origem advém da época do feudalismo
japonês, que era uma das disciplinas obrigatória na formação dos samurais, juntamente com a
esgrima e o arco e flecha. Era uma técnica de defesa pessoal contra adversários, armados ou
não, que de início denominava-se jiu-jitsu, diferenciando de outras atividades de defesa
pessoal, em virtude de lutar de mãos limpas. Seu fundador foi Jigoro Kano que interpretou o
judô com a seguinte frase: “O caminho suave”.
Tendo sido Alberto por toda sua vida um professor renomado, faz-me lembrar dos pioneiros
no Estado de São Paulo: Professores OGAWA, ONO, TANI, TEREZAKI e AUGUSTO CORDEIRO, na
Guanabara. Em nossa cidade devemos o sucesso do judô às famílias de Kurachi e Hirano.
Kurachi chegou em Santos por volta de 1945, já nos anos seguintes começou a desenvolver o
esporte acabando por fazer uma demonstração contra Carlos Gracie.
A primeira academia foi em 1948, num porão da Rua Freitas Guimarães, mudando-se para Rua
Tuiti, Praça da República, Av. Ana Costa e por último na Rua Nascimento, onde surgiu a
Associação Santista de Judô. Fundaram academias pelo diversos clubes da cidade como:
Saldanha da Gama, Internacional de Regatas, Clube de Regatas Vasco da Gama, através de
seus professores: João Salgado (4º.Dan), Felício (3º.Dan), Adolfo Arias (3º.Dan), Gildo Gióia
(4º.Dan), Manoel Carlos dos Santos - o teórico (3º.Dan), Rodrigo Novais, Mario Bello (1º.Dan) e
os irmãos ONO.
SENSEI ALBERTO JORGE SOARES (MEIO) COM O SENSEI AKIRA KURACHI(A DIREITA)
Com a família HIRANO, Jó e Humberto fundaram academias na Av. Pinheiro Machado e na Rua
Euclides da Cunha. Também contribuíram para formação de academias no It Clube e A.A
Portuários, considerada uma das maiores academias da época nas mãos do Professor Adriano
Matos e posteriormente para o Prof. Medeiros, que ficou de 1955 a 2004.
Foi no Portuários que surgiu Saburo Tokunaga, onde surpreendeu a todos pela sua técnica
diferenciada. Na Associação Cristã de Moços, de Gildo Gioia, após paralisação por alguns anos,
teve reinício com o Prof. Alberto Jorge Soares, na Av. Francisco Glicério.
Na Associação dos Advogados com o Prof. Osvaldo; no Clube Uirapuru com o Prof. Maneco; no
E.C. Beira Mar com Prof. Kiochi; no Nissei Vicentino com o Prof. Mori; no Estrela de Ouro F.C.
com os irmãos Ono e o Prof. Ibiara Sadao; na Academia Banzai com o Cap. Mario da Polícia
Marítima; no Senai com o Prof. Roberto Monte Santo; no Saldanha da Gama com Prof. Mario
Bello e depois com o Prof. Celso Ferreira Franco (1984 a 2004); no C.R. Vasco da Gama com os
professores Agostinho Feijó, depois Mauro Arasaki e no Clube Naval Recreativo com os
professores Niochi e Manfred.
Alberto fundou a sua primeira academia no Clube Atlético Santista, em 1960, onde conseguiu a
façanha de ter mais de 180 alunos. Foi o pioneiro a levar o judô para as escolas, sendo que em
1965, no Colégio Santista, ficou por 15 anos ministrando seus ensinamentos.
Hoje, Alberto com seus 70 anos compete pela categoria master. Foi campeão paulista em
2004. Em 2007 conseguiu a medalha de bronze (3º colocado) no campeonato mundial
realizado em São Paulo. Atualmente, administra aulas de defesa pessoal para a turma da 3ª
idade.
Para ele, o judô ajuda a combater a agressividade e a falta de confiança das pessoas nelas
mesmas; é um esporte que dá ao jovem a possibilidade total do desenvolvimento do seu
caráter.
Uma das coisas mais marcantes e lisonjeiras em sua vida foi a declaração do Professor João
Salgado, um ícone do judô, que disse: “O judô de Santos teve duas épocas distintas, antes e
depois do Alberto”.
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Humberto Yuzuru Hirano
1968 / JABOTICABAL
JUDÔ MASCULINO
Técnico: José Aderbal Sardinha Franco
1969 / ARARAQUARA
JUDÔ MASCULINO
Técnico: José Aderbal Sardinha Franco
1970 / BAURU
JUDÔ MASCULINO
Luiz Ono
Rosmã Medeiros
1971 / TUPÃ
JUDÔ MASCULINO
Técnico:
1973 / OSASCO
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Mitsuko Ono
Aparecido Fidelis
José Lúcio Reder
Luiz Ono
Márcio F. Fenin
Oswaldo Varela
Rosman Medeiros
Satoro Ebihara
1975 / FRANCA
JUDÔ MASCULINO
Aparecido Fidélis
Satoro Ebihara
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Paulo Roberto Duarte de Almeida
1978 / AMERICANA
JUDÔ MASCULINO
Técnico: José Gomes de Medeiros
1979 / Araçatuba
JUDÔ MASCULINO
Técnico: José Gomes de Medeiros
JUDÔ MASCULINO
Técnico: José Gomes de Medeiros
1984 / ARAÇATUBA
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Sadao Fleming
JUDÔ FEMININO
Técnico: José Gomes de Medeiros
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Paulo Roberto D. Almeida
Álvaro C. Júnior
Antônio R. Costa
Ivo V. Nascimento
Luiz Roberto S. Júnior
Marcelino I. Filho
Marcos Alexandre Daud
Reginaldo M. Silva
Rogério S. Cardoso
Sadao Nakai
JUDÔ FEMININO
Técnico: Mauro S. Arasaki
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Paulo Duarte
Antônio Renato
Bravo
Hermann
Ivo
Marcos
Paulo Ohya
Reginaldo
Rogério
Sadao
JUDÔ FEMININO
Técnico: Arasaki
Ana
Andréia
Cláudia
Débora
Léa
Lucimara
Mary Márcia
Meiry
Rosângela
Sandra
Sandra Regina
Viviane
1987 / SANTOS
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Paulo Duarte
JUDÔ FEMININO
Técnico: Mauro Arasaki
Cláudia Gil
Elaine Castro
Gladys Pereira
Léa Nascimento
Patrícia Bevilacqua
Rosângela de Oliveira
1988 / PIRACICABA
JUDÔ MASCULINO
Técnico:
1990 / ARAÇATUBA
JUDÔ MASCULINO
Técnico: José Gomes de Medeiros
JUDÔ FEMININO
Técnico: José Gomes de Medeiros
1991 / AMERICANA
JUDÔ MASCULINO
Técnico: José Gomes de Medeiros
JUDÔ FEMININO
Técnico: Mauro Arasaki
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Valter Tavares júnior
José Gomes Medeiros (auxiliar)
JUDÔ FEMININO
Técnico: Mauro Arasaki
1993 / GUARULHOS
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Ivo Vieira Nascimento
JUDÔ FEMININO
Técnico: José Gomes Medeiros
1994 / CAMPINAS
JUDÔ MASCULINO
Técnico:
JUDÔ FEMININO
Técnico:
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Ivo Vieira Nascimento
JUDÔ FEMININO
Técnico: Ivo Vieira Nascimento
JUDÔ MASCULINO
Técnico:
JUDÔ FEMININO
Técnico:
JUDÔ MASCULINO
Técnico:
JUDÔ FEMININO
Técnico: Agostinho Feijó Gonzalez Filho
Ivo Vieira Nascimento ( auxiliar)
1998 / ARAÇATUBA
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Ivo Vieira do Nascimento
1999 / ARARAQUARA
JUDÔ FEMININO
Técnico:
2000 / SANTOS
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Ivo Vieira Nascimento
JUDÔ FEMININO
Técnico: Ivo Vieira Nascimento
Andréa Berti
Andreza Bariani
Cátia da Silva Maia
Danielli Zangrado
Fabiana Norberg
Fernanda Pires
Priscila Marques
Renata Ferreira
JUDÔ MASCULINO
Técnico: Ivo Vieira Nascimento
JUDÕ FEMININO
Técnico: Marcelo Figueiredo
Andreza Bariani
Camila Garcia
Cátia Maia
Fabiana Nobery
Fernanda Pires
Thiemi Sakakura
2002 / FRANCA
JUDO MASCULINO
Técnico: Ivo Vieira Nascimento
JUDO FEMININO
Técnico: Marcelo Figueiredo
2003 / SANTOS
JUDÔ MASCULINO
Técnico:
Clayton Andrade
Denilson Soldani Santos
Diego Barreto
Edilmar Zanol
Jorge Ramos
Leandro Guilheiro
Milton Saloio
Rodolfo Pires
JUDÔ FEMININO
Técnico:
2004 / BARRETOS
JUDÔ MASCULINO
Técnico:
Bruno M. Silva
Caio de Lima
Denison Soldan Santos
Diego Souza
Edelmar Branco Zanol
Luis Alberto dos Santos
Marcos C. Souza
Nicolai Cury
Rioti Uchida
JUDÔ FEMININO
Técnico:
Apêndice
Nos anos 60, (pro Judô foi 1966) equipes para representar as prefeituras da cidades. Na época
o atleta competia de graça. Ocorreu mais oportunidades de participação dos atletas amadores
Jogos Abertos e após Jogos Regionais (anos 70)
Anos 60
1966 – primeira equipe a representar a cidade de Santos. Jogos abertos em Rio Claro/SP
Técnico Prof Humberto Yuzuru Hirano (também competiu, também atleta)
José Aderbal Sardinha Franco
Manabo Kurati
Raymon Garcia Wilson
Roberto Jo Hirano
Roberto Monte Santos (aluno Hikari Kurachi)
1967 Santos não participou dos Jogos Abertos em São José dos campos por divergências
políticas (regras, regulamentos, documentos) relacionados a introdução dos Jogos Regionais.
1969 Jogos abertos do interior em Araraquara (Santos não participou por irregularidades na
documentação) transição jogos regionais. Achou que ia ganhar no tapete. Santos era uma
potencia e achou que podia participar dos Abertos por não ter participado das seletivas para o
regional que era condição para participar dos Abertos.
1970
Inicio dos Jogos Regionais (na verdade segundo jogos mas primeiro de santos) em Jacarei/SP
27/07/1970
1971
Não participou dos Jogos Abertos
JUDOCAS SANTISTAS DESDE 1949
6. Aparecido Fidelis
Fontes de pesquisa: Jornal A Tribuna; Centro de Memória Esportiva Museu De Vaney; Site
Novo Milênio, de Carlos Pimentel Mendes; Site Almanaque Esportivo de Santos, de Gilmar;
Almanaque Santista – Esportes, um boletim de curiosidades do Instituto Histórico e Geográfico
de Santos; Site Judoctj; Revista KIA – Edição Comemorativa dos 40 anos da FPJ;
Depoimentos: José Gomes de Medeiros, Adolpho Onça, Satoru Ebihara, Félício Agostinho da
Purificação (in memorian), João Salgado Filho (in memorian), Roberto Sensei, Luís Kurati,
Mestre Matsuo Ogawa - Primeiro 9o Dan das Americas - Fotos para o 1o Manual de Judô do Brasil.
http://www.judo-ch.jp/english/legend/yokoyama/
http://judomododeusar.wordpress.com/2011/12/27/hajime-isogai/
http://www.swordpolisher.com/History.html
http://blogoterohermanny.blogspot.com.br/2010/01/da-pagina-de-luiz-alberto-
mendonca_18.html
http://www.kashima-shinryu.si/kashima/jingu.html
http://005d6d4.netsolhost.com/historyDATES.html
http://judoinfo.com/renkoho.htm
http://www.hebraica.org.br/portal/esportes/departamento-esportivo
http://www.brasilholding.com.br/brancozanol/papo.asp?COD_SITE=1
http://judotradicionalgoshinjutsukan.blogspot.com.br/2009/08/mitsuyo-maeda-nasc.html
http://www.institutoliwingkay.com.br/artes-marciais/shuai-jiao/
http://chinesemartialstudies.com/2013/02/15/the-book-club-chinese-martial-arts-by-peter-
lorge-introduction-chapter-5-reconstructing-chinas-ancient-military-institutions/
http://www.snipview.com/q/Shang%20Dynasty
Reid, Howard; Croucher, Michael. The Way of the Warrior: The Paradox of the Martial Arts..
Nova Iorque, NY: Overlook Press, 1983
Stanlei Virgílio, Rildo Heros, José Tuffy Cairus, Fabio Quio Takao , Elton Silva, Luiz Otavio
Laydner, João Vitor Souza.
Katinuki Shiai (Kiai) coloca 10 alunos na frente e 1 ia lutando até perder quando então deveria
se retirar. O vencedor deveria continuar no lugar e enfrentar os que sobraram.