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3.3.5.

Exemplo de Dimensionamento da Viga Principal da Ponte Rolante:

Neste exemplo é apresentado o dimensionamento da viga principal de uma ponte rolante


conforme especificações utilizadas nos capítulos anteriores.

1. Especificações Gerais:

1.1. Considerações Básicas:

Ponte Rolante: 60/25 Ton x 16,5 m – Manuseio de Panela Vazia


Tipo de Viga: Secção Tipo Caixa (Viga Caixão)
Carga Levantamento Principal: 60 Toneladas
Carga Levantamento Auxiliar: 25 Toneladas
Vão (L): 16500 mm

1.2. Dados da Ponte:

Classificação: Ponte Rolante Siderúrgica Serviço Pesado


Aplicação da Ponte: Manuseio de Panela com Escória
Fator de Impacto: 0,2xWL
Peso do Carro (WT) 33,3 Toneladas (Peso Est. Carro Lev. Principal)
Peso da Barra de Carga 7 Toneladas (Peso Aprox.)
Carga Total do Levantamento 67 Toneladas
Total de Rodas: 8
Rodas da Ponte
Rodas Motrizes: 4
Rodas do Levantamento Total de Rodas: 4
Principal Rodas Motrizes: 2
Peso Estimado da Viga Principal 39 Toneladas (equip. e estruturas auxiliares)

1.3. Procedimento de Cálculo da Viga:

Conforme especificações da AISE 6/1991.


A edição mais recente desta norma é de outubro de 2000, porém não existem alterações nos
aspectos de dimensionamento da estrutura.

1.4. Material Utilizado para as Estruturas:

Especificação do Material: ASTM A-36


Limite de Ruptura Mínimo: 58 Ksi (4143 Kgf/cm2)
Limite de Escoamento Mínimo: 36 Ksi (2571 Kgf/cm2)
Tensões Admissíveis: Conforme AISE 6/91, Tabela 1, Página 5.
95
2. Momento das Cargas Verticais:

2.1. Cálculo do Momento do Peso Próprio (WB):

Conforme informações no item 1.2, o peso próprio referente às cargas atuantes na viga da ponte,
também conhecido como peso morto, esta estimado em 39 toneladas.
Esta carga é definida na AISE 6/91 pela simbologia W B. Neste valor estão incluídos o peso
próprio da estrutura da viga, equipamentos mecânicos, equipamentos elétricos e estruturas
auxiliares (escadas, passarelas, etc). Os equipamentos elétricos referem-se aos painéis, motores,
fiação e instrumentos que são fixados na viga da ponte. Os equipamentos mecânicos correspondem
aos eixos, acoplamentos, redutores e elementos de fixação.
O cálculo exato deste peso somente é possível após o projeto de todos estes equipamentos. A
estimativa de 39 toneladas para uma viga de 16,5 metros de vão e capacidade de ponte de 60
toneladas, envolve o conhecimento de equipamentos similares ou especificações preliminares dos
diversos componentes. Após concluído o projeto deve ser efetuada a verificação dos valores
considerados.
Na avaliação do peso próprio devem ser consideradas futuras instalações no equipamento que
possam ser previstas na fase do projeto.
Para o cálculo do momento do peso próprio o valor de W B pode ser considerado como carga
distribuída na extensão do vão da ponte (L).

WB  L 39  1650
MB  
8 8

M B  8044 (ton x cm)

2.2. Cálculo do Momento da Carga Móvel (WL + WT):

A carga móvel (WL + WT) conforme definição da AISE 6/91 pág. 3 é referente ao peso total do
carro do levantamento, carga de trabalho, dispositivos de levantamento da carga e outros acessórios
utilizados no serviço.
Neste caso o valor desta caga é 100,3 toneladas, correspondendo a 60 toneladas da capacidade
da ponte, 33,3 toneladas do carro e 7 toneladas da barra de carga.
A carga móvel também deve levar em consideração a carga de impacto, conforme critério AISE
6/91 pág. 3 este valor deve ser de 0,2xWL que corresponde a 13,4 toneladas.
Para o cálculo do momento máximo deve-se definir a posição crítica do carro. Conforme
exemplo AISE 6/91 pág. 24, o momento máximo na secção A da viga ocorre quando a roda estiver a
um quarto do centro (ver figura seguinte). Neste caso estão sendo consideradas cargas iguais em
todas as rodas (centro de gravidade simétrico). Para o caso geral ver Dubbel Capítulo de Mecânica,
Estática dos Corpos Rígidos.
A carga em cada roda, definida por P, é de 25,1 toneladas. Neste caso não está incluído a carga
de impacto que será calculada separadamente.
Para o cálculo do momento da carga móvel é necessário definir as dimensões principais do carro
do levantamento, como por exemplo à distância entre as rodas no mesmo trilho. Neste caso o valor
considerado é de 4 metros como pode ser observado na figura a seguir:

96
Para as condições de equilíbrio tem-se:

R 1  R 2  2  P (carga em uma viga)

 M em 2  0

R 1  L  P  ( L 2  b 4)  P  ( L 2  3  b 4)  0

Simplificando obtem-se:

P  b
R1  L  
L  2

O Momento em A, designado por ML, é obtido por:

L b
M L  R1    
 2 4

Substituindo o valor de R1, temos:


2
P  b
ML  L  
2 L  2

Substituindo os valores das dimensões em cm e da carga em toneladas, obtem-se:


2
25,1  400 
ML    1650  
2  1650  2 

97
M L  15992 (ton  cm)

2.3. Cálculo do Momento de Impacto (0,2 x WL):

A carga vertical de impacto corresponde a 0,2 x WL = 13,4 Toneladas.


O momento desta carga pode ser calculado de forma simplificada utilizando os dados do item
2.2.

13,4
M I  15992 
100,4

M I  2134 (ton x cm)

2.4. Momento Máximo Combinado da Carga Vertical:

Apesar dos momentos máximos calculados em cada caso não coincidirem para a mesma seção
da viga, será considerado para o dimensionamento o momento máximo atuando no centro da viga,
somando os valores máximos de cada caso.

Carga Estática 8044 (ton x cm)


Carga Móvel 15992 (ton x cm)
Carga de Impacto 2134 (ton x cm)
TOTAL 26170 (ton x cm)

Para o cálculo detalhado deve ser traçado o diagrama de esforços cortante e momento fletor,
efetuando-se a soma ponto a ponto para ser obtido o valor exato. A consideração acima esta a favor
da segurança, pois o valor do momento será superior ao calculado de forma detalhada.

3. Momento das Forças Horizontais:

De acordo com a AISE 6/91 pág. 3 as pontes rolantes devem ser dimensionadas para suportar
forças horizontais produzidas pela aceleração e desaceleração durante o movimento sobre os
caminhos de rolamento.

As forças de inércia, para este exemplo, serão divididas em dois grupos:

- Cargas Distribuídas: considera o peso da viga WB.

- Cargas Concentradas: considera a carga de levantamento WL e o peso do carro do


levantamento WT, sendo dividido por duas vigas:

Obs.: neste caso as forças concentradas na viga foram incluídas no valor de WB.

O cálculo das forças horizontais é feito com base no fator ff (AISE 6/91, pág. 3 e 4).

98
 4 rodas movidas 
ff  0,2     ff  0,1
 8 rodas totais 

As cargas para o cálculo do momento serão:

- Cargas Distribuídas:

WH  0,1  39  WH  3,9 Toneladas

- Cargas Concentradas:

PH  0,1  50,2  PH  5,02 Toneladas (em duas rodas)

A seguir é apresentado um método para o cálculo dos momentos na viga da ponte rolante,
considerada como um quadro conforme a figura abaixo. As cargas são consideradas concentradas
no centro da viga.

Inicialmente é calculado o momento para a extremidade engastada (MHE).

WH  L PH  L 3,9  1650 5,02  1650


M HE    
12 8 12 8

M HE  1572 (ton x cm)

Em seguida calcula-se o momento da carga simplesmente apoiada.

99
WH  L PH  L 3,9  1650 5,02  1650
M HA    
8 4 8 4

M HA  2875 (ton x cm)

A seguir é calculado o momento máximo no centro e extremidades da viga, considerando a


estrutura da ponte como um quadro composto pelas travessas (vigas) e cabeceiras (uniões das
extremidades).
Para isto é necessário calcular a rigidez rotacional relativa, na junção das vigas, conforme
equação abaixo:

I viga
Wviga 2
 L
Wcabeceira I cabeceira
6
H

Neste caso os valores do momento de inércia I da viga e da cabeceira são iguais (Iviga = Icabeceira).
O valor de H corresponde a 9,11 metros e L vale 16,5 metros. Simplificando e substituindo os
valores temos:

Wviga 2  9110
  0,184
Wcabeceira 6  16500

Fator de distribuição dos momentos na junção.

0,184
 0,1554 (para a viga).
1  0,184

1 - 0,1554  0,8446 (para a cabeceira).

Momento Máximo na Cabeceira.

M Hcabeceira  M HE  0,8446  1328 (ton x cm)

Momento Máximo na Viga (linha de centro).

M H  M HA  M Hcabeceira  2875 - 1328  1547 (ton x cm)

A AISE 6/91 página 26 apresenta apenas o diagrama de momentos e não apresenta um método
de cálculo detalhado para os momentos horizontais.
Como sugestão de estudo recomenda-se o melhor detalhamento do método descrito acima e
verificação dos cálculos apresentados no exemplo da AISE 6/91.

4. Momentos Torsionais:

100
As condições de cisalhamento máximo ocorrem com a aproximação do carro em uma das
extremidades da viga principal, conforme posicionamento descrito na figura a seguir.

O máximo valor de cisalhamento ocorre para a = 0, conforme descrito na figura.

As cargas atuantes nestas condições determinam as reações de apoio calculadas a seguir:

- Peso Próprio (WB):

WB
R 1B   R 1B  19,5 toneladas
2

- Carga Móvel (WL + WT):

1250
R 1L  P  P   R 1L  44,1 toneladas
1650

- Carga de Impacto (0,2 x WL). Em cada roda: PI = (0,2 x WL)/4:

1250
R 1I  PI  PI   R 1I  5,9 toneladas
1650

O Momento Torsional ocorre em função da excentricidade das forças verticais e horizontais.


Neste exemplo será considerado apenas o Momento Torsional devido à montagem do trilho na
lateral da viga. As demais cargas que provocam momento torsional não serão consideradas, pois
neste caso o efeito é muito inferior ao da carga móvel. Para detalhes do cálculo do momento
torsional de outras cargas recomenda-se o exemplo da AISE 6/91 pág. 28 e 29.

101
O Momento Torsional Vertical é obtido na expressão:

M TV   R 1L  R 1I   70,4  M TV  3520 (ton x cm)

O Momento Torsional Horizontal é obtido na expressão:

M TH  0,1  R 1L  139,1  M TH  613 (ton x cm)

O Momento Torsional Resultante corresponde à soma dos valores acima:

M T  M TV  M TH  3520  613  M T  4133 (ton x cm)

5. Propriedades da Secção Principal da Viga Principal (Travessa):

A determinação das dimensões da viga principal envolve a consideração de uma combinação de


fatores. Não existe um método direto para esta definição. Normalmente os fabricantes de pontes
rolantes possuem algumas vigas padronizadas em função das características principais do
dimensionamento (capacidade de carga e vão).
As condições previstas na AISE 6/91 devem ser atendidas. As chapas utilizadas na construção
da mesa e da alma da viga normalmente tem a espessura entre 1\4” e 1\2” (6 a 12 mm
aproximadamente). Estes valores garantem a boa rigidez da viga, resistência localizada compatível ,
resistência à corrosão e mantém uma boa relação entre a capacidade e o peso próprio.

No caso do exemplo em estudo as características da viga são descritas a seguir:

102
Dados Dimensionais (valores em mm)
tf = t1 = t2 tw = t3 = t4 a wc h
9,5 7,9 1470 1400 2500

Propriedades da Secção
Ix (cm4) Iy (cm4) Wx (cm3) Wy (cm3) J (cm3) Ar (cm2) At (cm2) rx (cm) ry (cm)
6480650 2485430 51450 33820 5405850 674,30 35331,25 98,04 60,71

Observação: Os valores calculados na tabela acima podem ser obtidos no Dubbel no capítulo
referente à resistência dos materiais. Ar é utilizada no cálculo dos raios de giração (rx e ry) e At no
cálculo do cisalhamento com torção.

As dimensões da secção principal devem atender as seguintes condições: (ver item 2.3.1, AISE
6/91):

L
 60 (item 2.3.1, AISE 6)
b

L
 18 (item 2.3.1, AISE 6)
d

wc
 39,7 (Tabela 5, AISE 6)
tf

K ×L
< 126,1 (Tabela 5, AISE 6)
ry

Os valores das expressões acima são:

L = 1650 cm vão da ponte


b = 140,79 cm centro a centro das almas
103
d = 250,95 cm centro a centro das mesas
wc = 140,0 cm distancia interna entre almas
wc* = 140/4 cm três enrijecedores na mesa
t = 0,95 cm espessura da mesa
K =1 AISE 6/9. Item 2.2.13.2 (2)
L
 11 ,72  60 OK
b

L
= 6,58 < 18 OK
d

 wc * 
wc
tf
 147,36  39,7 não atende   36,84  39,7  OK (com três enrijecedores)

 tf 
Requerido três enrijecedores longitudinais na mesa submetida à compressão.
A tensão admissível de compressão será calculada pela equação 6 (item 2.2.13.1), considerando uso
de enrijecedores.

KL
 27,18  126,1 OK
ry

6. Cálculo das Tensões:

6.1. Determinação das Tensões Admissíveis:

A Tabela 1 da página 5 da AISE 6/91 possui as condições para a definição das tensões
admissíveis a serem adotadas. O material da ponte é o ASTM A36.
O valor da tensão admissível para os componentes da viga submetidos à compressão deve ser
obtido na secção 2.2.13 da AISE 6/91.
No caso de viga caixão, com referência à equação 13, página 11 AISE 6/91.
Inicialmente é calculado o valor do coeficiente de esbeltez equivalente:

K  L 5,1  L  Wx 5,1  1650  51450


 r   
  eq . J  Iy 5405850  2485430

K  L
 r   10,86
  eq .

O valor da tensão admissível a flexão F bx será obtido na equação 6 (AISE 6/91), considerando o
uso dos enrijecedores longitudinais.

104
 KL
2

   
1   r  F
 2  Cc
2  y

 
Fbx  Fa   
N

Serão utilizados valores conforme AISE 6.

Cc = 126,1 (ver Tabela 5)

Fy = 36 (ver Tabela 1)

3
KL KL
3   
5  r   r 
N   (Equação 7 AISE 6)
3 8  Cc 8  Cc
3

5 3  10,86 10,86 3
N    1,7
3 8  126,1 8  126,1 3

 10,86 2 
1  2  126,12   36
Fbx   
1,7

Fbx = 21,1 Ksi

Fbx = 1483 Kgf/cm 2

6.2. Verificação da Condição de Carga I.

6.2.1. Tensões Verticais: é composto pelos momentos do peso próprio (M B), carga móvel (ML) e
impacto (MI), considerados os valores máximos no centro da viga.

MB 8044
σ VB    σ VB  0,156 ton/cm 2
Wx 51450

M L 15992
σ VL    σ VL  0,311 ton/cm 2
Wx 51450

MI 2134
σ VI    σ VL  0,041 ton/cm 2
Wx 51450

Somando os valores acima obtem-se:

105
f bx  0,508 ton/cm 2

6.2.2. Tensões Horizontais: calculada a partir do momento MH na linha de centro da viga.

MH 1547
f by  
Wy 33820

f by  0,046 ton/cm 2

6.2.3. Tensões Combinadas de Flexão: devemos ter:

f bx f by
 1
Fbx Fby

Sendo:

fbx = 0,508 ton/cm2


fby = 0,046 ton/cm2
Fbx = 1,483 ton/cm2
Fby = 1,518 ton/cm2

0,508 0,046
  0,373  1 OK – atende condição
1,483 1,518

6.2.4. Tensões de Cisalhamento:

Devemos calcular as duas condições definidas para cisalhamento máximo (AISE 6/91 Item
2.2.6).

- Cisalhamento sem torção (ver Item 4):

VQ
f vb  (condição de cisalhamen to máximo)
2  Ix  t
Sendo:

V  R 1B  R 1L  R 1I  19,5  44,1  5,9 (ver item 4)

V  69,5 ton

O momento estático de área (Q) é obtido na expressão (ver literatura Resistência dos Materiais):

a
2
 2
Q   h  tf  tf 
4

tw  h2

Q  29866 cm 3

106
69,5  29866
f vb 
2  6480650  0,79

f vb  0,2027 ton/cm 2

- Cisalhamento com torção:

MT
f vt 
2 A  tw

4133
f vt 
2  35331,25  0,79

f vt  0,074 ton/cm 2

f v  f vb  f vt  0,2027  0,074

f v  0,2767 ton/cm 2  f v  277 Kgf/cm 2

f v  3,94 Ksi  14,4 Ksi (Fv  0,4  Fy  14,4 Ksi)

6.2.5. Verificação de Relação da Geometria da Viga:

Conforme AISE 6/91 item 2.3.1, devemos ter:

L f bx L
 
d f by b

1650 0,508 1650


 
250,95 0,046 140,79

72,61  11 ,72 OK

6.3. Verificação da Condição de Carga II:

O carro do levantamento é posicionado para a máxima carga vertical, conforme figura do item
2.2. Nesta condição é analisada a solicitação por fadiga nas junções soldadas, que constitue os
pontos críticos.
107
Verificação da Máxima Tração na Solda da Alma/Mesa:
Tensão Admissível = 16 Ksi = 1,1248 ton/cm2 (Ver tabela 3, Categoria B, Classe de Serviço 4).
Variação da Tensão (Impacto+Carga Móvel) = 0,311 + 0,041 = 0,352 < 1,1248
Variação da Tensão (Carga Móvel + Horizontal) = 0,311 + 0,046 = 0,357 < 1,1248
Outras junções podem ser analisadas conforme especificações de solda e cálculo de tensão no
local.

7. Requisitos de Diafragma s e Enrijecedores:

7.1. Determinação dos Requisitos de Diafragmas Verticais:

De acordo com o item 2.2.13.4.1 da AISE 6/91 temos que verificar as seguintes condições:

- Necessidade de Diafragmas:

Os diafragmas devem ser utilizados para a condição:

h 240

tw fv

h 250
  316,45
t w 0,79

240 240
  120,61
fv 3,94

Portanto, são necessários diafragmas verticais.

- Espaçamento dos Diafragmas nas Extremidades:

O espaçamento dos diafragmas não deve ser maior do que o valor definido por:
320  t w 320   0,79 2,54 
  50,14 in
fv 3,94

Este valor corresponde a 1274 mm, que foi calculado para a extremidade da viga (utilizado
700mm sobre a cabeceira e 1350 mm para o primeiro na seção principal da viga).
Em direção ao centro da viga o valor de f v (tensão de cisalhamento) diminui, podendo ser
aumentado o espaçamento entre diafragmas (neste caso o valor no centro pode chegar a 1650 mm).
O momento de inércia dos enrijecedores verticais (diafragmas vazados), deve ser no mínimo:
4
 h 
I diaf    (AISE 6/91, Eq. 17)
 50 

Obs.:

- O espaçamento máximo dos diafragmas ou enrijecedores verticais deve ser o valor de h.


- Nas vigas que necessitam acesso interno são utilizados diafragmas vazados.
108
- Nos pontos críticos devem ser utilizados diafragmas cheios (extremidades da viga e pontos
de fixação de cargas).
- A espessura das chapas utilizadas nos diafragmas deve ser igual a da mesa ou da alma da
viga.

7.2. Determinação dos Requisitos de Enrijecedores Longitudinais:

- Enrijecedores Longitudinais na Alma:

Estes enrijecedores são necessários quando:


h 760

tw fb

h 250
  316,5
t w 0,79

760 760
  270
fb 7,88

Portanto, são necessários enrijecedores longitudinais na alma.


A localização do enrijecedor é de 1/5 de h da parte inferior da mesa superior, soldado no lado
interno.
O valor do momento de inércia deve ser superior a:

 a
2

I o  h  t w   2,4  d2  0,13 
 h 
 

Sendo:
h = 250 cm
tw = 0,79 cm
ad = 165 cm (distância para diafragmas verticais na parte central da viga – inferior ao valor de h)

Neste caso serão utilizados perfis L3”x3”x5/16”. (ver dados de tabela para IL, AL e d):

I  I L  A L  d 2  62  11,48  5,41 2  398 cm 4  181

- Enrijecedores na Mesa Superior:

Serão necessários três enrijecedores longitudinais na mesa superior, conforme definido no item
5.

O Momento de Inércia Mínimo dos enrijecedores é obtido através da equação abaixo:

109
  ad   ad 
2
 A a 
I o  0,35     1,10     12,0   s2 d   w c  t f 3
w t 
  wc   wc   c f 

Será adotado L 3 ½ “ x 2 ½ “ x 5/16 “

Substituindo valores tem-se:

  165   165 
2
 11,48  165  
I o  0,35     1,10     12,0      140  0,95 3
 140  0,95  
2
  140   140 

I o  378 cm 4

O valor do Momento de Inércia do perfil escolhido é (ver dados de tabela para IL, AL e d):

I  I L  A L  d 2  92  11,48  5,99 2  504 cm 4  I o OK

A localização dos enrijecedores deve ser:

1 / 4  1400  350 mm

2/4  1400  700 mm

3/4  1400  1050 mm

8. Deflexão da Viga:

A AISE 6/91 estabelece uma deflexão vertical máxima de 1/1000 do vão para a carga móvel,
formada pelo carro do levantamento (WT) e carga de trabalho (WL).
A equação da flecha máxima para a condição de carga crítica é obtida na expressão, ver figura
do item 2.2:

DL 
P
48  E  I x

  L  b   L2   L  b 
2

Substituindo valores temos:

DL 
25,1
48  2,1  103  6480650

  1650  400  16502   1650  400
2

D L  0,333 cm

1650
Dfadm   Dfadm  1,65 cm
1000

110
DL  Dfadm OK.

9. Contra-Flecha:

A contra-flecha da viga deve ser igual a soma da flecha do peso próprio (W B) com a metade da
flecha da carga móvel (WL + WT).
A deflexão do peso próprio é:

5  WB  L3
DB 
384  E  I x

5  39  16503
DB   DB  0,168 cm
384  2,1  10 3  6480650

A contra-flecha deve ser:

DL 0,333
Cf  DB   0,168 
2 2

Cf  0,335 cm

A seguir são apresentados detalhes da seção da viga e uma vista geral com a distribuição e
espaçamento dos diafragmas verticais.
Observar que foram acrescentados perfis longitudinais, além dos calculados, na região inferior
da seção interna da viga. Estes detalhes são definidos a partir do cálculo de tensões localizadas
devido à instalação de outros componentes na estrutura da ponte. O “Corte A” também apresenta o
posicionamento das passarelas da viga principal.. A passarela superior permite o acesso ao carro
principal e parte superior da viga a passarela inferior permite acesso ao sistema de translação
principal da ponte.
A região de apoio do trilho também esta reforçada com um trecho de chapa de maior espessura
(12,5 mm) e enrijecedores curtos na lateral externa da viga. Estes detalhes também são definidos no
cálculo das tensões localizadas produzidas pela passagem das rodas do carro, incluindo o
dimensionamento quanto à fadiga.
A figura mostra também as indicações de solda para a viga principal, que são fatores
extremamente importantes para a garantia de desempenho do equipamento.

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