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ALTERAÇÕES NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

PROF: FREDDIE DIDDIER JUNIOR

NORMAS FUNDAMENTAIS
a) O rol dos dozes primeiros artigos do CPC que tratam das normas fundamentais
processuais não se exaurem nesse rol, pois estão espraiada no restante do código.
b) Consagram regras e princípios.
Art. 1º: não é possível compreender processo civil, sem antes examinar a constituição,
ou seja, todas as normas processuais devem ser aplicadas de acordo com a constituição.
Problema: se o juiz não interpretar as normas processuais de acordo com a CF, violando
o art. 1ª do CPC, aplicando o CPC contra a CF, caberá Recurso Especial, porque violou
dispositivo federal ou caberá Recurso Extraordinário, porque violar o art. 1º do CPC
não é violar o CPC, mas sim a CF? R= Na visão de Diddier, há violação da CF porque o
art. 1º apenas enuncia a norma constitucional, sendo um clone de uma norma
constitucinal, isto é, repetição da norma constitucional. (ex.: art. 3º)
Art. 3º, §2º: PRINCÍPIO DE PROMOÇÃO PELO ESTADO DA SOLUÇÃO POR
AUTOCOMPOSIÇÃO.Consagra um política pública e se constitui numa meta do
Estado. Consagra a Resolução n. 125 do CNJ de 2010 que regulamentava isso.
Art. 3º, §3º: política pública nacional de estimulos de solução consensua de consflitos.
TODO O CÓDIGO É ESTRUTURADO NESSE SENTIDO. Pela primeira vez, temos
uma lei que disciplina a exaustão a mediação e a conciliação.
Art. 4º: PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO (solução integral
do mérito), que consiste em deixar claro que a solução de mérito é prioritária a solução
que não é de mérito. Ex’s.: Art. 139: designa o suprimento dos pressupostos processuais
e saneamento de outros vícios, priorizando, dessa forma, a decisão do mérito, impedindo
que o processo seja extinto sem resolução do mérito. O relator do recurso não pode
inadimitir o recurso sem antes de determinar que o recorrente emende-o. A Apelação
contra qualquer sentença que extingua processo sem exame do mérito, permite juízo de
retratação. É um permissivo para que o juiz possa reconsidera e possa julgar o mérito.
Art. 1028, §3º, STJ/STF poderá desconsiderar vicio formal de recurso tempestivo ou
determinar a sua correção, desde que não o repute grave. PRINCÍPIO DA
EFETIVIDADE DO PROCESSO (atividade satisfativa).
Art. 7º: Compete ao juiz zelar pelo efetivo contraditório: o juiz pode dilatar os prazos
processuais para garantir o contraditório-conexão-Art. 139, VI. A dilação tem que ser
feita antes do inicio do prazo, pois não pode superar a preclusão.
Art. 5º: quem de qualque forma particpa do processo deve comporta-se de acordo com
a boa-fé. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL. Esse princípio era uma
consequência do devido processo legal. Qualquer forma: se dirige a todos os sujeitos do
processo, inclusive o juiz. Essa redação é cópia da redação do código do processo civil
suíço. BOA-FÉ SUBJETIVA: é um fato, fato da vida. É o fato de alguém acreditar estar
agindo licitamente. Não é princípio, não é norma. BOA-FÉ OBJETIVA: não é um fato,
é uma norma, um princípio segundo os quais os comportamentos humanos devem estar
pautados em um padrão ético de conduta. Aqui não importa se o sujeito está ou não de
boa-fé íntima. Esse artigo é uma CLÁUSULA GERAL PROCESSUAL: é um
dispositivo normativo construído de maneira indeterminada, tanto em relação asua
hipótese normativa, como em relação a sua consequência normativa. Não se refere a
um comportamento em particular e nem diz o que acontece, se porventura, o
comportamento for em desconformidade com a boa-fé. Por isso, precisa ser concretizado
na prática, isto é, os tribunais vão ter que definir o que são so comportamentos de acordo
com a boa-fé. Concretizações: 1) Qualquer comportamento processual doloso será
considerado um comportamento ilícito. 2) Abuso do direito no processo, qualquer um,
é considerado um comportamento ilícito, pq contrário a boa-fé, e por ser ilícito, não pode
ser aceito. 3) Comportamento contraditório: se o ato gera em outro a expectativa que
manterei a coerência na atuação, e se porventura, contrariar isso, pratico comportamento
contraditório. (proibição do veniner contra factum próprium. Ex: executado que apresnta
um bem a ser penhorado e depois alega a impenhorabilidade). 4) Supressio processual:
é a perda de um direito pelo fato de não ter exercido esse direito por um tempo tal que
gerou na outra parte, a expectativa que eu não mais exerceria.
Art. 10: DEVER DE CONSULTA/PROIBIÇÃO DE DECISÃO SURPRESA. Não é
um artigo que enuncia o princípio do contraditório, mas sim uma regra. Essa regra,
concretiza o princípio do contraditório. Repetição nos seguintes artigos: 491 + 932.
Qunado for formar o precedente tem que observar o artigo 10.
Art. 9: PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: Improcedência Liminar da Inicial sem
ouvir o réu, é possível. E permite retratação. Parágrafo único, exceção (decisão
provisória): 1) tutela provisória de urgência(tutela antecipada); 2) tutela de evidência; 3)
Ação monitória. Esse parágrafo não é exaustivo, ex: liminar possessória; liminar de
despejo; liminar em MS.
Art. 7º, primeira parte: PRINCÍPIO IGUALDADE PROCESSUAL: Exije a
observância de quatro aspectos: 1) Imparcialidade do juiz. 2) Igualdade no acesso à
justiça. 3) Rededução das dificuldades de acesso à justiça. 4) Redução das difculdades
geográficas. Paridades de informações. Regra da Tramitação Prioritária: idade ou
igual superior a 60 anos; doença grave; processos do ECA.
Art. 8º: Dividi-lo em 3 Partes: 1) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juz atenderá aos
fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando; 2) resguardando e
prommovendo a dignidade da pessoa humana (linguagem de sinais + rol de bens
impenhoráveis + tramitação prioritária doença grave + interdição humanizada) e
observando a proporcionalidade, a razoabilidade; 3) a legalidade, a publicidade e a
eficiência. Princípio da Legalidade significa a observãncia do Direito. PRINCÍPIO DA
EFICIÊNCIA DO PROCESSO: pode ser uma norma de direito administrativa. As leis
processuais devem ser interpretadas de modo a prestigiar a eficiência. Adequações
atípicas no processo, esse princípio permite ao juíz, mesmo que a legislação não permita.
Ex: reuniões de processos para produção de uma mesma prova em um processo.
Eficiência tem haver com gestão, com adimistração de recursos. Efetividade tem haver
com resultados.
Art. 12: Regra de Respeito a Ordem Cronológica de Conclusão: prestigia o princípio
da igualdade e a duração razoável do processo. Somente se aplica às Sentenças – decisões
finais. Exceções: 1) sentença em audiência, homologação de acorodo e improcedência
liminar do pedido. 2) julgamento em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em
julgamento de casos repetitivos. 3) julgamentos de recursos repetitivos ou IRDR. 4)
decisões de extinçao do processo sem exame do mérito e monocráticas de relator. 5)
julgamento de ED e o Ag. Interno 6) preferências legais e as metas estabelecidas pelo
CNJ. 6) os processos criminais nos órgãos jurisdicionais. 7) causa que exija urgência no
julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. Preferências legais tem que ter
uma lista própria. Se o processo estiver na lista, um requerimento não o tira da lista, salvo
para diligencias.
Art. PRINCÍPIO DO RESPEITO AO AUTOREGRAMENTO DA VONTADE NO
PROCESSO (pilar): o processo para ser considerado devido não pode ser ambiente
hostil ao exercicio da liberdade, essa concretizada no poder de autoregramento
(autonomia privada), que é o poder de regular a própria vida. A ideia de que no processo
as vontades das partes é irrelevante, foi superada. O código é todo estruturado com base
nesse princípio. 1) estimulo a autocomposição. 2) homologação judicial de acordo de
qualquer natureza e ainda posso incluir outros sujeitos e outras lides. 3) O código consagra
uma cláusula geral de negociação processual, que permite as partes formulem qualquer
acordo sobre o processo. 4) O CPC preve uma série de negocios processuais típicos:
calendário processual; convenção sobre ônus da prova; saneamento processual; escolha
consensual de perito; mudança convencional da audiencia; escolha convencional do tipo
de liquidação. 5) mediação e conciliação 6) consagra a arbitragem 7) principio da
cooperação. Assim, nã o como pensar no novo CPC se, partir da premissa que ele é um
código que considera a manifestação de vontade das partes, o exercicio do poder de
regramento.
Art. 2º: As partes podem modular o impulso oficial, devendo ser repensado em virtude
do principio do respeeito ao autorregramento da vontade no processo. Instauração do
inventário de oficio não existe mais no CPC. A regra do impulso oficial não impede que
a parte autora desista do processo.
Art. 6º: PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO: tem por meta, transformar o processo num
abiente cooperativo, em que vigore a lealdade e o equilibrio. Estabelecer um modelo de
processo cooperativo. De um lado o chamado modelo publicista, no qual o juiz é o ator
que conduz o processo. Doutro, lado o processo liberal, o qual o processo fica ao alvedrio
das partes, cabendo ao juiz apenas decidir. DIÁLOGO. Gera para os juízes alguns
deveres: a) dever de consulta; b) defeitos do processo deve ser indicado pelo juiz. c) dever
de esclarecimentos: decisões claras e dever do juiz de pedir esclarecimento se não entende
a postulação.
NORMA PROCESSUAL
O codigo novo elimina o processo sumário, o nome passa a ser PROCEDIMENTO
COMUM. Na transição do código os atos perfeitos não são afetados pela nova norma
processual.
situações jurídicas = direitos.

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