LITERATURA PORTUGUESA
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1. EMENTA
Estudo da literatura portuguesa das origens ao maneirismo, articulado
com a formação docente do aluno de Letras no ensino fundamental e médio.
2. OBJETIVOS
• Estudar e reconhecer a literatura portuguesa como forma de expressão
da realidade nacional portuguesa, desde as origens ao maneirismo.
• Desenvolver a habilidade de ler, analisar e produzir textos analítico-
interpretativos sobre textos literários portugueses, de diferentes gêneros, de
acordo com os padrões mínimos do discurso científico.
• Propiciar a articulação dos estudos de Literatura Portuguesa com a
formação do profissional de Letras.
3. PROGRAMA
- Origens da Literatura Portuguesa
- Cantigas trovadorescas: líricas e satíricas
- Humanismo: Gil Vicente
- Classicismo: Camões épico e lírico
- Outros autores importantes
4. REFERÊNCIAS
4.1- Básicas
AGUIAR E SILVA, Vítor Manuel de. TEORIA DA LITERATURA. Coimbra:
Almedina, 1998.
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão. LITERATURA PORTUGUESA MEDIEVAL.
Lisboa: Universidade Aberta, 1990.
FIGUEIREDO, Fidelino de. HISTÓRIA LITERÁRIA DE PORTUGAL (séculos
XII-XX). Rio de Janeiro: Ed. Fundo de Cultura, 1960.
LAPA, M. Rodrigues. LIÇÕES DE LITERATURA PORTUGUESA. Coimbra:
Coimbra Ed., 1973.
LOPES, Óscar e SARAIVA, António José. HISTÓRIA DA LITERATURA
PORTUGUESA. Porto: Porto Editora
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APRESENTAÇÃO
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SUMÁRIO
O século XV
O século XVI: o Renascimento
Séculos XX e XXI
SOCIOLOGIA DA LITERATURA.......................................................................26
LITERATURA E SOCIEDADE...........................................................................36
A RECEPÇÃO LITERÁRIA................................................................................39
HISTORIOGRAFIA LITERÁRIA.........................................................................42
LITERATURA E HISTÓRIA...............................................................................46
LITERATURA E CÂNONE.................................................................................49
INTERTEXTUALIDADE.....................................................................................52
Intertexto
Intratexto
ESTUDOS CULTURAIS....................................................................................55
NOVAS TENDENCIAS DE TEORIA LITERARIA..............................................57
QUESTÕES.......................................................................................................59
ANEXOS............................................................................................................70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................78
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INTRODUÇÃO
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literário. Essa é a razão pela qual, desde a Poética de Aristóteles, a Teoria (do
mesmo verbo grego que designa o acto de ver; contemplar) é considerada uma
inerência da Literatura. No limite, é possível afirmar, com alguns teóricos do
século XX, que a Teoria da Literatura é, ela mesma, um género literário, graças
à indissociabilidade entre esta e a prática que a funda.
Abordagem histórica
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Modelos e Métodos
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Todas as teorias que entendem o texto, não como estrutura primária, mas
como ramificação secundária ou sintomas históricos e sociais. Exemplos são a
interpretação literária marxista, o New Historicism, Ciências da Cultura e o Pós-
Colonialismo.
Literariedade
Evolução literária
Períodos literários
Gêneros literários
Narratividade
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algumas fontes por um tal João Lobeira, trovador de finais do século XIII. Estas
narrações cavalheirescas, ainda que desprezadas pelos homens cultos de
finais da Idade Média e do Renascimento, gozaram do favor popular, dando
lugar às intermináveis sagas dos "Amadises" e os "Palmerins", tanto em
Portugal como em Espanha.
O século XV
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Geral compilado por Resende, que contém o labor de uns 300 cavaleiros e
poetas de tempos de D. Afonso V e D. João II e que foi inspirado por Juan de
Mena, Jorge Manrique e outros poetas espanhóis. A maioria destas
composições eram poesias artificiosas e conceptuais de temática amorosa ou
satírica. Entre os escassos poetas que demonstraram um especial talento e
verdadeiro sentimento poético se encontram o próprio Resende, autor de uns
versos à morte de Inês de Castro, Diogo Brandão, autor de um Fingimento de
Amores, ou o próprio Condestável D. Pedro. No entanto, entre estes
cancioneiros aparecem também três nomes que estavam destinados a mudar o
curso da literatura portuguesa: Bernardim Ribeiro, Gil Vicente e Sá de Miranda.
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A Lírica e a épica
O teatro
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A prosa
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Barroco
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Poesia lírica
Prosa
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Neoclassicismo
As Academias
Poesia: as Arcádias
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Dos restantes membros das Arcádias, o único autor que merece ser
mencionado é Curvo Semedo. Dentre os "dissidentes" — autores que se
mantiveram fora destas Arcádias —, há três que mostraram independência
criativa: José Anastácio da Cunha, Nicolau Tolentino e Francisco Manuel do
Nascimento, mais conhecido como Filinto Elísio. O primeiro compôs versos
filosóficos e ternos, o segundo retratou os costumes e manias de sua época em
quintilhas cheias de talento e realismo e o terceiro viveu no exílio em Paris
mantendo o culto pelos poetas do século XVI, apurando a língua de galicismos
e enriquecendo-a com numerosas obras, originais e traduzidas: ainda lhe
faltasse imaginação, os seus contos ou cenas da vida portuguesa apresentam
um interessante cariz realista e as suas traduções em verso livre de os
Mártires de Chateaubriand são de destacar. Pouco antes da sua morte
converteu-se ao Romantismo e contribuiu para preparar o caminho de seu
sucessor, na pessoa de Almeida Garrett.
Prosa
Teatro
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Romantismo e realismo
Poesia
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Teatro
Novela
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Séculos XX e XXI
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SOCIOLOGIA DA LITERATURA
Perspectiva estética
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Os postos mais altos da criação literária podem não só ser estudados, em tal
perspectiva sociológica, tão bem como as obras médias, como se revelam
mesmo particularmente acessíveis a uma tal investigação. Por outro lado, as
estruturas categoriais sobre as quais incide este gênero de sociologia literária
constituem precisamente o que confere à obra a sua unidade, o seu caráter
especificamente estético e, no caso que nos interessa, a sua qualidade
propriamente literária (GOLDMANN, 1989, p. 13).
Perspectiva materialista
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Hoje sabemos que a integridade da obra não permite adotar nenhuma dessas
visões dissociadas; e que só a podemos entender fundindo texto e contexto
numa interpretação dialeticamente íntegra. (...) Os estudiosos habituados a
pensar, neste tópico, segundo posições estabelecidas no século XIX, quando
ela estava na fase das grandes generalizações sistemáticas, que levavam a
conceber um condicionamento global da obra, da personalidade literária ou dos
conjuntos de obras pelos sistemas sociais, principalmente do ângulo literário.
Todavia, a marcha da pesquisa e da teoria levou a um senso mais agudo das
relações entre o traço e o contexto, permitindo desviar a atenção para o aspecto
estrutural e funcional de cada unidade considerada (CANDIDO, 1967, p. 4-8).
Desse modo, numa análise efetivada nessa filiação teórica, exige-se que
se entenda a obra inserida enquanto tal, num processo histórico no qual ela é
parte ativa, não sendo nem uma esfera absolutamente autônoma e muito
menos uma projeção secundária de modo determinístico pelas relações
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LITERATURA E SOCIEDADE
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RECEPÇAO LITERARIA
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HISTORIOGRAFIA LITERARIA
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LITERATURA E HISTÓRIA
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fatos que constituem uma existência individual aqueles que têm pertinência
para caracterizar a posição de autor.
A função-autor implica portanto uma distância radical entre o indivíduo
que escreveu o texto e o sujeito ao qual o discurso está atribuído. É uma ficção
semelhante às ficções construídas pelo direito, que define e manipula sujeitos
jurídicos que não correspondem a indivíduos concretos e singulares, mas que
funcionam como categorias do discurso legal. Do mesmo modo, o autor como
função do discurso está fundamentalmente separado da realidade e
experiência fenomenológica do escritor como indivíduo singular. Por um lado, a
função-autor que garante a unidade e a coerência do discurso pode ser
ocupada por diversos indivíduos, colaboradores ou competidores. Ao contrário,
a pluralidade das posições do autor no mesmo texto pode ser referida a um só
nome próprio.
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LITERATURA E CÂNONE
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Assim sendo, o texto, como objeto cultural, tem uma existência física
que pode ser apontada e delimitada: um filme, um romance, um anúncio, uma
música. Entretanto, esses objetos não estão ainda prontos, pois destinam-se
ao olhar, à consciência e à recriação dos leitores. Cada texto constitui uma
proposta de significação que não está inteiramente construída. A significação
se dá no jogo de olhares entre o texto e seu destinatário. Este último é um
interlocutor ativo no processo de significação, na medida em que participa do
jogo intertextual tanto quanto o autor.
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Intertexto e intratexto
Intertexto é um discurso de vários discursos feitos, aberto a
muitos outros por fazer. O intertexto serve para ilustrar a importância do
conhecimento de mundo e como este interfere no nível de compreensão
do texto. Ao relacionar um texto com outro, o leitor entenderá que a
intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a construção dos
mesmos. No caso específico do anúncio publicitário, por exemplo, o
intertexto, quando usado, é uma forma diferente de persuasão, com o
objetivo de levar o leitor a consumir um produto e também difundir a
cultura.
O intratexto corresponde aos aspectos internos do texto e implica
exclusivamente na avaliação do texto como objeto de significação.
Intratexto e intertexto são textos complementares que se articulam em função do
texto “ficcional” ergódico.
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ESTUDOS CULTURAIS
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Texto 1:
OUTRA CARTA DA DORINHA por Luis Fernando Veríssimo
Dora Avante está preocupada com a integridade e exibição da polícia que
agora prende os ricos.
Luís Fernando Veríssimo
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elite brasileira depois. Sei não. Só quero saber se vão deixar eu levar a bolsa
de água quente (Vuitton) que comprei para substituir meu último marido. Beijo,
talvez o último em liberdade, da sua Dorinha."
Texto 2
Contos inéditos de Dalton Trevisan Contos Escolhidos
O Estripador
No sábado, pelas cinco da tarde, a moça voltava da Igreja Adventista
Filhos de Jesus. Pouco antes da casa da patroa, viu o tipo mal-encarado.
Correndinha atravessou a rua.
A casa tem muros altos e um pequeno corredor na entrada. Com a
chave na mão, diante da porta, foi alcançada pelo cara, que lhe encostou uma
faca na cintura:
- Nem um pio. Que eu te furo!
Um dia frio, ela estava de jaqueta, mesmo assim doeu fininho. O cara
apertou mais a arma:
- É um assalto. Dá a bolsa.
Ela estendeu a pobre bolsa: sete reais em notas e moedas. O tipo achou
pouco.
Graças a Deus, vinha um casal na sua direção.
- Bem quieta, você. Feche a bolsa.
Daí passou o caminhão do lixo. Ela tentou fazer um sinal. O cara
percebeu, e cutucando o punhal:
- Olha pra cá.
Disfarçando, ele acenou para o lixeiro, pendurado ali no estribo:
- Oi, tudo bem?
Em seguida surgiu um ônibus amarelão. Ele ignorou. À espera do
seguinte, no sentido bairro. Voz forte e grossa:
- Você vem comigo. Ou te sangro aqui mesmo!
Suplicante, ela retorcia as mãos:
- Sou a babá do menino. Ele está doentinho. Precisa de mim.
Girava no dedo o anel: confessar que era noiva?
Em pânico, obrigada a subir com ele no ônibus. Perna trêmula, abriu a
boca para gritar… E tinha perdido a voz. Da boca aberta nadinha de som.
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Foram umas três semanas até sarar das rupturas, lesões e remendos.
Não sabe ainda a resposta do exame para aids e hepatite.
A patroa não a quis mais de babá. O noivo, esse? Sumiu. Está custoso
achar novo emprego. E nunca pôde reler o Salmo 130. Quando chega a sua
vez, fecha os olhos e salta a página.
Dá uivos, meu coração nu. Esse bigodão negro e a golfada de fel e cinza
na boca.
Do Salmo 130 se livrou.
E como evitar a hora fatídica das cinco da tarde? Que se repete, sem
falta. O dia inteiro são sempre cinco da tarde. Cinco horas paradas no seu
reloginho de pulso.
Os ferimentos cicatrizaram, é verdade. Mas nunca ficou boa. E nunca
mais foi a mesma.
Texto 3
Antífona por Cruz e Souza
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!…
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas…
Incensos dos turíbulos das aras…
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O século XII é o de luta mais intensa entre cristãos e mouros, que vão
cedendo terreno pouco a pouco ante a vigorosa ofensiva dos leoneses. Afonso
VI é o rei de Leão e chega para reforçar a luta contra os mouros o nobre
francês Henrique de Borgonha. Tal foi sua contribuição que o rei lhe deu a mão
da filha - Dona Teresa - em casamento e o governo de um dos seus melhores
condados: o de Porto-Cale; pouco tempo depois, o Conde Henrique anexa ao
seu domínio o condado de Coimbra e tem um herdeiro: o futuro rei Dom Afonso
Henriques.
Em 1114, Henrique de Borgonha morre e sua viúva assume o governo
como regente, pois Afonso Henriques tem apenas 3 anos. Ao completar 18
anos, D. Afonso Henriques assume o governo e entra em guerra contra os
mouros e contra o então rei de Leão - Afonso VII - sagrando-se sempre
vencedor; aos Condados de Porto Cale e Coimbra é anexado todo o reino de
Leão: todo esse território forma a nação portuguesa, cujo fundador, D. Afonso
Henriques, é reconhecido como seu rei inclusive pelo derrotado e ex-rei de
Leão - Afonso VII.
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3. OS "CANCIONEIROS"
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a)"A DEMANDA DO SANTO GRAAL" : narra a busca do cálice sagrado pelo rei
Artur e os cavaleiros da távola redonda;
b)"AMADIS DE GAULA", de autoria de Vasco ou João da Lobeira.
As novelas de cavalaria portuguesas também são inspiradas nas
CANÇÕES DE GESTA francesas (cantigas que homenageavam os heróis e
seus feitos). A prosa medieval portuguesa, como se pode concluir, é
predominantemente do GÊNERO ÉPICO.
A Literatura Medieval Portuguesa expressa a simplicidade, a ingenuidade e
a passividade do homem medieval e contém marcas do contexto em que foi
produzida. Completamente dominado pelo medo do pecado e com o objetivo
de agradar sempre a Deus, o homem medieval ainda consegue fazer uma
literatura que em determinados momentos rompe com esse domínio: é o caso
das novelas de cavalaria, dos romances ou xácaras. O segundo período
medieval vai mostrar que esse "rompimento" vai aumentando com o passar do
tempo, até que o homem consegue sair das TREVAS MEDIEVAIS
definitivamente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PORTO, Ana Paula Teixeira e PORTO Luana Teixeira. Caio Fernando Abreu e
uma trajetória de crítica social Revista Letras. Curitiba, n. 62, p. 61-77.
jan./abr. 2004. Editora UFPR
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WEBER, Max. Metodologia das Ciências Sociais. São Paulo: Cortez, 1992
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