Você está na página 1de 84
eae) bmi PEEL. SGD Be PR? PTS ruse era ee eee saves euoilesa Be ieee Salleh, ae EMATER MG ToL SA saan A Maaco El ASERVICO DE MINAS iInroame AGROPECU AR: ‘Siena Dvee Ro cooanenagiorEewes REGOE ACROPEGEARIOG MINAS GORA tvs tins Sonne Hea ore ere eooucio cortices tl Peg Nest Sree re Yin Cone Rent {ee Ape Crm ~ A Cn 18 apse Ap Gee en eat Neos SRE Fete Gia ea fe hi praca ES A realidade da avicultura mineira A avicultura brasileira enfrenta, neste momento, uma situagdo adverse relativa a pregos de fatores de produgio e de mercado. Em Minas Gerais, até maio deste ano, Tegistrarari-se fechamento ou reducao de 37% das granjas de corte e ociosidade de 26,5 de capacidade de alojamento de frangos de corte. Jé no setor de postura comer- ih 39% de etabcacmari ence oy redusra sas tides, com deseo ei de 27% da capacidade de alojamento de poedeiras. Para este enfrequecimento, Sarbanes don eto de produ, clan de Taser OF Nats HSS acompanhatos peas cotagaes de faigoseovosno mercado ‘4 estratura da produsio aifeole em Minas, tanto de corte como de postur, mot tra a maior parte das granjas nas mas de pequenos proprietérios (até dez mil aves), ‘que nad detém, no entanto, 0 maior quinho do plantel do Estado. Nessas condigdes verifica-se que 7% das granjas de corte de “até 10.000 aves” encerraram ou reduziram suas atividades, com 22,5% de ociosidade na capacidade de alojamento. Para a mesma categoria de estabelecimentos que se dedicam a postura comercial, registra-se paralis (¢io total ou redugao de atividades em 70% deles, 0 que corresponde a 17,5% da ocio- Sidade estadual, em termos de plantel. “As dificuldades por que pasta atualmente a evicultura provocaram a paralisagdo ‘até mesmo de granjas com mais de 30 mil aves, das quais deviam ser esperadas, além dh realzagdo de economia de escla, a utlizapdo do ignificati acerso tecnolbgico de que a exploracéo dispde. Essas empresas representam em 1983, 6 12% dos esta- belecimantos, 0 que coresponde a 57¢ 7s de ociosdade etava do plantel de fran. gosde corte ¢ poedeira. ‘A pattir de junko e julko deste ano, os problemas de preco e disponibilidade de ritho e ferelo de soja agravaram-se sobremaneira, existindo evidéncias de que a inope- rancia das granjas e dos plantéis tenha aumentado mais ainda. Isto & devido ao fato de que, em setembro, a cotagao de frangos e ovos aumentou 63 € 56% do passo que o custo da produgdo crsceu 102 4 142,5% respectivamente. Procurando contribuir para a solucio dos problemas da avicultura, esta edigéo do INFORME AGROPECUARIO oferece, através dos trabalhos ¢ resultados obtidos pela pesquisa e de depoimentos de produtores, importantes subsidios para o setor avicola Golabora, dessa maneira, para que Minas Gerais reencontre seu verdadeiro lugar na avi- cultura nacional, e aumente 0 consumo per capita por ano de frango e ovo no Estado. MIGUEL JOSE AFONSO NETO Presidente da EPAMIC (Cape: Artesanato do Vale do Jequitinhonhs — Minas Gersis. tii & Pestuisa Agronscuia ‘Aspectos econdmicos de avicultura de corte : 3 ‘Aspactos esondmicos da avicultura de postura ; 10 FapSes mais eficientes para aves ” Unilizagio do pé-de-mitho triturado, como cama para avidrios, em diterentes densidades popu locionaie 20 Uniformidade de trangas! agrupamento por eis ou por peso? = 2.22 24 Estudo compsrative sobre 0 desempenha de linhagens comercais para corte 7 £26: Efeltos dos n(veis de proterna e aminodcides sulfurosos, nas fases inical,crescimento, reria @ producio em poedeirasleves| Sac 227 1 feno de rama de mandiocs na aiimentagio de frangos de core 29 {A realidade da avicultura de corce em Minas Gerais 2 {A realidade da vicultura do postu em Minas Gerais 35 Melhoremento genético de aves no Brel: situagso stu, perspectives e visbilidade econdmica . . 37 Custo de produeio de frangos e ovos. . aa Possiwis substitutos do milho e do fare de so} 48 ‘Sindrome da md sbsorgda:concsito estuapi atual na ist Problems sanitrios de avicultura industrial: identificagio e cont illil ills Desempenho de cuatro hibridos comercais de frangos de corte criados em diferentes denside es populacionais. =... 55 Efeito da temperatura © do periodo de armazenamento Sobre a qualidade interna de Ov08 para timimo aeear de tudo. AVIMIG?2 avicultura mineivaesté Precos agropecuirios em Minas Ge Inf. Agropec. | Belo Horizonte, | v.9 | n®107 | Novembro 1983 Inf. Agropec. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983 1 Avicultura Em 1982, 0 estado de Minas Ge- rais registrou 0 consumo aparente per capita por ano de 9,64 kg de carne de frango e 110 ows. Estes valores prec: sam e podem ser aumentados, desde que determinados procedimentos so- jam adotados. Para tanto, este ndimero do INFORME AGROPECUARIO en- fatiza a necessidade de aperfeicoamen- to dos sistemas de produpio de carne e de ovos, pela compatibilizapso dos as- pectos tecnoligico e gerencia, notada- ‘mente para as pe- ‘quenas e médias ‘empresas, como lim dos recursos para. entrentar a ‘tual crise da avi- eufture. ‘No contron- to do custo de rodugéo com as cotagdes de fran- gos 2 de ows, verificou-se que, 2 partir de junho de 1983, 0 custo do quilograme dessa carne au mentou 102%, 30 paso que seu reco no mercado cresceu apenas 63% Constata-se, também, que a cotaso média do ovo aumentou 56%, enquanto 0 custo da produ alcancou 0 significativo crescimento de 142,5%, com flagrantes prejutzos para os produtores. Essa situagdo agravaré a ociosidade total e/ou parcial das granjas no Estado, que jf era bastante significativa no més de ‘maio, antes de pior fase da crise. Nesso contexto, 9 exorbiténcia dos precos e a pouca disponibilidade de milo e farelo de soja sugerem, centre outras,a necessidade de ser revis- 12 a atuago da Companhia de Finan- ciamento da Produgéo (CFP) no que se refere & distribuicéo de milho, prinei- palmente, e de sorgo, 4 disponibilidade dle armazéns, bem como a quantidade suficiente e oportuna desses matérias primes no periodo da entressatra. Ainda nesta edicio, si0 apresen- tados ¢ discutidos diversos alimentos que pe ‘em substituir 0 milho e 0 fare- 1o de soja, numa formula de ragio, sem prejudicar 2 sua qualidade ou a econo- 2 mia da producio. Destecam-se, tam: ‘bém, os reflexos positives sobre a taxa de produc, converséo alimentar custos em geral, decorrentes da redu- 40 no nivel de proteina, cam a conse: quente suplementapio adequads de metionina, nas ragbes inicial, cresci- mento & recria. Dentro dessa linha de pensamento, podem-se observar a ne- cessidade © 2 importincia de ter sido elaborada uma Tabela de Composicéo de Alimentos Brasileiros. Como um dos frutos desse trabalho, destacam-se os iniveis energéticos recomendados para ‘as condigSes brasieiras, sto , 2750 a 2950 e 2650 a 2750 keal Emc/kg de racdo, para frangos de corte e galinhas poedeiras, respectivamente. ‘Seré da maior conveniéncia verif- ‘car que 0 método de uniformizacio de frangos polo desenvolvimento de erista 6 um item do manejo de grande valia para 0 avicultor. Também,a utilizacso do pé-de-milho triturade, como ma- terial de cama para frangos de corte, bem como as vantagens da utilizaeso do feno de rama de mandioca na pig. ‘mentaeio e no desempenho de aves de corte, é assunto de grande importéncia ‘técnico-econdmica. Ademsis, destace-se ainda a inn ortancia de se avaliarem, comparsti- vamente, as linhagens comerciais de frangos de corte existentes no Brasil, considerando-se, inclusive, as varisvelis ‘sexo e densidade populacional. ‘No que se refere & sanidade, deve- ‘se mencionar que a presenca clinica da sindrome de mé absoreao tem sido re- latada em todas as regiées avicolas do Brasil, e que as deficiéncias de manejo @ elimentagso iniciis desempenham papel decisive no aparecimento desta sindrome. Também, os diagndsticos confirmados em laborat6rios, durante 2s anos de 1981 ¢ 1982, mostram que no estado de Minas Gerais houve, em relapi0 a dignésticos realzedos ante Tiormente, maior partiipaeso da E. Col, através de me- nifestagdes. denomi- rnadas colibaciloze. Foi registrada redu- $0 de coccidiose, salmoneloses @ new: castle. Por outro lado, houve agrava mento de doencas considerades emer: genciais, 4 époce, tais como: gumboro, artrite vital @ bron quite. Como 0 progra: ‘me de melhoramen: to genttico de aves no Brasil é um dos assuntos que desper- tam maior atencio nas autoridades go: vernamentas, con vim saber que 05 custos para su9 1 plantagio so perfeitamente vidves, porquanto apresentam taxas de retor- ino compardvels és mais elevedes de ‘outros setores de economia brasileira Deve-se citar também que a tery peratura ¢ fator primordial ra armaze- rnagem de ovos para consumo, sendo que, quando os ovos si mantidas em geledeire (5°C), a perda de qualidade interna ocorre mais lentamente e em iniveis.inferiores dqueles.verificados ‘quando 0s ovos s60 mantidos em tem poratura ambionto (250). ‘Ne parte de reportagens, esta ed $80 tra2 0 depoimenta de produtores de frangos de corte @ ovos e ainda a polavra do presidente da AVIMIG, Re- 16 Vieira Leitio sobre a crise do setor perspectivas. Finalmente, os quadros estatist- cos da seedo “Precos Agropecuarios de Minas Gerais” mostram 0s precos pa 4905 @ recebidos pelos produtores nos ‘meses de setembro e outubro, Inf. Agropec. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983, Avicuttors Aspectos econémicos da avicultura de corte As atuais lnhagens comerciais de Srangos de corte evidenciam grande de- sempenho, 0 que se traduz por peso convincente a sétima semana de vida, eficiencia alimentar aprecitvel, baica ‘mortalidade e boa conformagio de car- aca, Como atividade de ciclo curto, a avicultura de corte tem apresentado, em era, significativas taxas de cresc- ‘mento, o que facilta e, naturalmente, faciltard por longo tempo 0 atendi- mento imediato da demanda por ali mentos de alto valor bioligico. Naturalmente, 0 Brasil soube aproveitar os beneficios da revolugio avieola mundial, porquanto foram no- téveis os resultados obtides com a transferéncia ejou adaptagto de tecno- logias geradas em outros paises. Além disso, 0 acervo tecnolégico, gerado se- gundo as condig6es brasileira, id vem- ‘se tornando bastante significativo, Assim, a extensio normal de todo esse trabalho € 0 fato de que 0 cidaddao brasileiro jd deixou de considerar 0 frango como alimento para pessoas doentes ou para dias de domingo, festa ete. Nos restaurantes das grandes ¢ médias cidades, principalmente, a car ne de frango & integrante normal do cardépio ¢ as donas de casa, liberadas do tradicional preconceito do “frango de granja”, utilizam esse tipo de carne para alimentar a famitia com boa fre- agiiéncia semana ‘Maria Martha Ferreira EMATER~AVIMIG Emilio Mouchrek Maria Leticia Estanislau ‘EPAMIG José Aparecido Freire EMATER-MG PANORAMA NACIONAL © Brasil ocupa o 4 lugar na pro- dugo mundial de came de frango, estando a sua frente 0s Estados Uni- dos, China e Unido Soviética, ‘A produgéo comercial de frangos no pals, que em 1979 foi de 727 mi- Indes de aves ou 1019 mil toneladas, chegou a 1159 milhes de aves ou 1507 mil toneladas, configurando cxes- cimento de 59 a 48%, respectivamente, ‘embora com sensivel redugéo na taxa durante 0 ano de 1982 (Quadro 1). Em 1982, 0 Brasil exportou 301.793 toneladas de came de frango, ‘© que significa 20% da produgio nacio- At€ maio deste ano, as granjas com mais de 30.000 aves respondiam por 57% da ociosidade estadual, em termos de capacidade de alojamento. Inf. Agropee. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983 “Avicuttura QUADRO 1 — Produefo Comercial de Frangos no Brasil, 1979 - 1983, rural da EMATER-MG. Os dados de produgdo, apresentados no Quadro 4, Produgio Produgio de partem dos levantamentos de campo has de-AvesVivs | Indice | Aves Abatidas | Indice | da EMATER, e 0 acompanhamento (milhses) (2000) dos associados da AVIMIG que desati- varam ¢ reativaram granjas, por razGes 1979 nr 100 1019" 100 sempre ligadas 4 disponibilidade de ioe eee Ee ae fon recursos financeiros, mercado. etc. A 1981 1100* 451 1440° 141 QUADRO4 = Produgso Mineixa 1982 1159* 159 1507* 148 letE anne de Cate © 1970;8 1983 - = 7asee 1983 (maio) — Dados em mi- Ihges de cabecas. Fonte: * Guia... (1983) ** Produsao ... (1983) — Refere-se ao primeiro semestre. eo Produgéo Anual de Frangos nal. Pode-se verificar, pelo Quadro 2, dugdo de frangos de Minas Gerais, rea- | 1979 89,2 que @ exportago nacional aumentou —lizado pela EMATER-MG, no periods | 950 135,7 272% de 1979 a 1982, mesmo acusan- de 1979 a maio de 1983, s0 até certo | 1951 aa do sensivel deréscimo na taxa de eres ponto confitantes, por sraavicutun | 128) naa cimento durante 0 ltimo ano. Em de corte bastante dindmica e apresen- ne utras pelavras, a exportagio represen- tar répida capacidade de desativaczo e | 1983 10g tou 8,0; 13,5; 20,5 e 20,0% da produ recuperago, modificando quase sem- so nacional de cxne de fang non pe ts previ amas feast pare | Fonts EMATER-MG/AVIMIG anoy de 1979/80/81 ©1982, especti ds levantamentos cetuados noma | °0s das de 38) secre vamente. mente nos meses de abril, maio e jue || Sativa de produzio, conforme Ie Os estudos realizados acerea do nho, quando sfo elaboradosos progra- | ntamenfo da EMATERNG consumo per capita de frangos tomam mas de assisténcia técnica e extensfo ‘por base a estimativa de consumo apa rente, devido, principalmente, a falta de pesquisas sistemaéticas. Assim, sub traindo-se da produgfo total o que foi exportado anualmente, tem-se 0 com sumo aparente no Brasil. Também, utilizando-se as informarbes acerca da populacio brasileira, recenseada em 1980 ¢ aplicando-se a taxa média geo- métrica de crescimento anual da popu- Jago brasileira — 2,49% — registrada no periodo 1970/80, que é a tinica in- formagio atualmente —dispontvel, cobtém-se a estimativa da populagéo nacional em 1979, 1981 e 1982 (Qu- aro 3). Pode-se verificar que © consumo aparente per capita creseeu 19,3% no periodo, masa taxa sofieu declinio em 1981 e 1982. Em outras palavras, 0 consumidor brasileiro incorporou ape- nas 1,56 kg de carne de frango a sua dieta, sendo 1,00, 0,31 e 0,56 kg, em 1980, 81 e 82, respectivamente. PANORAMA EM MINAS GERAIS QUADRO 2 — Exportacdo Brasileira de Came de Frango, 1979-1983. ‘Ano Quilogramas Indice USS FOB 1979 81.095.951* 100 81.148.255* 1980 168.713.432* 208 206.690.379* 1981 293.933.00¢ * 362 +354.251.000* 1982 301.793.000* 372 285.475.000* 1983 177.010.169** = 146.853.305** Fonte: * ABEF (1983) ‘** ABEF/CACEX — Refere-se 20 primeiro semestre. QUADRO 3 — Consumo Aparente de Carne de Frango no Brasil, 1979- 1982, Consumo Populagao, Consumo Aparente ‘Ano Aparente Total Per Capita (kg) (hab.) (Kg/ano) 1979 937,904,049 116.106.000 8,08 1980 1,081.286.568 119.070.865 9,08 1981 1.146.067.000 122.035.9729. 939 1982 1.205.207.000 oe 9,64 Os dados de levantamento da pro Fonte: Anuério Estatistico do Brasil (1982), Inf. Agropee. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1963, Avicultura produgGo de frangos em nosso Estado ‘eve realmente um crescimento bastan- teexpressivo nos anos de 1979 a 1980, quando houve uma atenczo especial do governo & produgdo de pequenos ani- mais, principalmente no caso de fran- g08 ¢ poedeiras, objetivando aumentar 2 oferta alternativa de proteina de ori ‘gem animal. Tomando como ponto de patida 0 ano de 1979, euja produgzo avicola jé erescera 60,72% em relagéo 0 de 1978, o ano de 1980 apresentou um crescimento de 52,13% em relaggo 20 de 1979 e, conseqiientemente, hou- ve um oferta acima da capacidade de consumo da populacio. Por outro lado, acredita-se que a produgfo de rilho e soja nfo acompanhou o ritmo de.crescimento da producéo de todos (8 segmentos avicolas. Dessa maneira, no final de 1980, teve inicio uma crise no abastecimento de milho, com o consequente aumento dos custos de produgfo de frango, que no eram re- muneradores, iniciando-se um proces- s0 de descapitalizaggo dos avicultores. O ano de 1981 foi marcado pela gran- ée desativagdo total e parcial das gran- jas de corte (30%) e, conseqiientemen- te, pela reducio da produgio. No final do ano de 1981, e duran te 1982, muitas dessas granjas desativa- das foram alugadas por grandes empre- sas ou mesmo trabalhadas. por seus donos que se reuniram em grupos orga- nizados, tgis como as cooperativas que surgiram nessa época e também as in- tegragdes que aumentaram principal- ‘mente em virtude do comércio interna- ional bem promissor, aumentando nesse periodo o volume das exporta- (es mineiras. O ano de 1982 eviden- ciou com uma produgio de 28% a mais do que em 1981. Novamente, em 1983, repete-se a crise, com maior intensida- de, promovendo a paralisagio de ini- eras granjas até maio, em virtude de problemas ligados ao mercado, além da fixagéo do tributo do ICM sobre comércio de frangos. Conforme levantamentos feitos pela EMATER/MG, em maio de 1983, @ produgio anual estimada seria de 101 milhes de cabegas, mas em virtu- de do incremento da crise do setor, partir de agosto até os dias atuais, acredita-se que a produgfo anual néo ultrapassard a casa dos 90 milhées de cabecas. 0 perfodo apés julho do corrente ano, foi realmente 0 mais di- ficil para a avicultura nacional e pris cipamente para a de nosso Estado. Minas Gerais ficou situada entre duas calamidades ~ as enchentes do Sul ea seca do Nordeste ¢ 0 milho produzido no Estado, em quantidade suficiente para a producfo de aves e outros ani- mais, foi virtualmente levado para so- comer 0 Sul © 0 Nordeste ©, assim sendo, o milho que estava sendo vendi- do em maio a Cr$ 1.800,00/saca de 60 kg, chegou em setembro a mais de Cr$10.000,00/saca FOB. O mesmo aconteceu com o farelo de soja, que de jjunho a setembro elevou seu prego em 153%, bem acima do prego internacio- nal, com o agravante da falta de farelo para o abastecimento das granjas. Em resumo, esta é uma das pio- tes crises que toda a aviculturajé pas- sou, bastando dizer que, de junho a setembro, com os aumentos jé men: cionados, 0 custo da produgdo de frango elevou-se em 102,22% 20 pas- 80 que seu prego no mercado aumen- tou apenas 63,17%. Assim sendo, a expectativa € de que um maior néme- to de granjas seja desativado e, se no houver auxilio imediato das autorida- des, nfo serd ultrapassada a faixa dos 90 milhes de frango no final de 1983. REGIONALIZAGAO DA AVICULTURA E A OCIOSIDADE DAS GRANJAS DE CORTE DE MINAS GERAIS [A produgl0 de frangos de corte std bem distribuida entre as vriasre- ai0es do Estado (Quadro 5). A maior concentragdo est na regio Centro onde se localizam os polos de Pard de Minas, Bom Despacho, Santo Anténio do Monte e os seus municipios satéli- tes, cuja populaggo avicola é a maior do Estado. A regio da Mata e a do Triingulo quase se jgualam em termos de capacidade instalada apesar de a da Mata possuir quase quatro vezes mais granjeiros que a do Tringulo ‘A regifo denominada Norte-Nor- deste-Noroeste € aquela cujos maiores das Instalag6es — 1979, 1981 e 1983, QUADRO 5, ~ Nimero de Granjas, Capacidade Instalada, Niimero de Granjas Total ou Parcialmente Paralisadas, Capacidade Ociosa 19 ai L 19 Gusitae Gusta Copsiade Renfo | Nimer | capaidade | “Bcosa"= | Niner | capsctaze | “Suen” | Nimero | copacicaze | “Bt ae | iasalts cae) inal ce | imate Grass | 0002) [Grnis| aoee | Grnas | locos» |Gamns] aves | cranes | do00sm [Grane ) Aves (a | (a | do00, a | do Sat a0 | soe | = | — [aio [sae [ass [usm [ae | eses | 166 | ais Cento ee | so0 | - | — | ox | nave | ao [308] ne f unas | 9 | 527 Nata ar | see | — | = | ase | sate | as2 | rosa | ass | zr | ao | som Sriinas a | au | | — | am | sacr | se | ises| aso | 6aas fas | 200s Nese Nees a oe Me at cert anil tan Woes |i ado: cern 39. | an Ten isi | 16939 | — | = [ase | aas0 | 00 [asm [ass | men | eats Fonte: EMATER-MG/AVIMIG. * Obs, ‘Em 1979 nfo houveleantamento das granias com capacidadeociosa, Inf. Agropec, Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983 Avicultura pélos avicolas esto em Govemnador Valadares, Caratinga, Teéfilo Otoni, Montes Claros, Unaf e muniefpios viz hos. AA regido Sul, que até 1979 era a segunda colocada em mimero de gran- jas e volume de aves, teve uma reducao ‘bem acentuada ap6s 1980, ¢ sofreu a concorréncia do crescimento das re- ies da Mata e do Triingulo. Quanto a paralisagdo ea capaci- dade ociosa das granjas, por regido, ve- rifica-se pelo Quadro 5, que, apesar de rio ter sido realizado 0 levantamento de campo sobre paralisagio de granjas em 1979, houve crescimento em todo Estado, conforme indicam os nimeros de capacidade instalada que foi 1,5 ve- ‘z2s maior de 79 para 80/81. Em 1981, conforme ja menciona- do, howve uma queda bem acentuada rno volume de aves, chegando & parali- sagdo de 44,6% das granjas e de 30% dda capacidade alojada, que foi mais ex- ppressiva na regido Centro que teve sua capacidade de produgio reduzida em 35,15% e 0 niimero de granjas em 49.2%. Em 1983, a reduego do niimero de granja foi de 37,29% e a oviosidade na capacidade de alojamento foi 26,61% até maio. A maior paralisagd0 deu-se na regifo do Triangulo onde fe- charam 56% das granjas ¢ @ capacidade ociosa atingiu 32,36%. Das _granjas levantadas pela EMATER/MG, em maio de 1983, foi realizada a seguinte estratificagdo: = Estrato A, sto granjas com ca ppacidade de até 5.000 aves. = Estrato B, de 5.001 a 10.000 aves. = Estrato C, de 10.001 a 30.000 aves. — Estrato D, acima de 30.000 aves. © Quadro 6 mostra a distribuigdo percentual destas granjas por estrato. Verifica-se que 68% das granjas estd0 na faixa de “até 10,000 aves”, com um plantel que representa 19,2% do to- fal do Estado, enquanto que apenas 8,5% das granjes do estrato D detém 55,7% de frangos do Estado. O Qua- dro 6 também mostra que 0 maior ni- mero de granjas desativadas encontra- se nos estratos A e B, mas a maior ca- pacidade ociosa foi detectada no estra- toD (57,15%). EXPORTAGOES MINEIRAS As vendas de frangos congelados ‘no mercado internacional, de acordo com as informacSes da ABEF (As- sociagio Brasileira dos Exportadores de Frangos), aumentaram bastante nos anos de 80 € 81 ¢ Minas Gerais mante- ve nestes anos a 42 colocagdo entre os estados exportadores. Entretanto, hoje 44 se encontra no S@ lugar, pois o esta- do do Parané cresceu bastante no ano de 82, conseguindo inclusive superar 0 volume de exportagdes de Sio Paulo. Até julho deste ano, Minas Gerais permaneceu na 58 colocago com 691%, sendo que Santa Catarina man- teve a lideranga com 56,73%, seguida de Sio Paulo com 11,70%, Rio Grande do Sul com 11,64% ¢ Parané com 10,48%. As exportagées minciras de fran- g0s, a partir de 1979, obedeceram aos seguintes volumes e valores, conforme dados da ABEF: 1979 2.263 2.264mildélares FOB 1981 19.346¢ 23.143 mildélares FOB 1983 (até 12234¢ 9.849 mil délares FOB jutho) Nota-se também que 0 prego no mercado internacional caiu do ano de 1981 para 1983, desestimulando 0 ex- portador brasileiro. Outro ponto a considerar mas exportagGes é que, até 1979, apenas uma empresa mineira, Abatedouro Rio Branco — exportava frangos ¢ ainda hoje € a responsivel pelo maior volume de frangos exporta- dos. Em 1980 mais uma empresa ini- ciou a exportagéo. Em 1981 jé eram tugs empresas exportadoras e no ano de 1983 e Cia. Tbirapuera de Avicultu- 1a iniciou exportarGes, cujo montante 6 computado para 0 estado de So Pau- lo, No periodo de janeiro a setembro deste ano esta empresa, Cia. Ibirapuera de Avicultura, jé exportou 3.384, que 1ndo foram somadas.i exportagdo minei- 1a, de acordo com os dados da ABEF. Considerando as exportagdes da Ibira- puera, de janeiro « julho, Minas Gerais somaria 14.118 t com 7,97%, do total de exportagées no Brasil (177.010 1). CONSUMO DE CARNE DE FRANGOS 0 Quadro 7 apresenta 0 consumo aparente e per capita no Estado, nos anos de 1979, 81, 83, considerando que toda a produgao, com excegfo do volume exportado para o mercado in- ternacional, tenha sido consumida por Em Minas Gerais, o abate inspecionado evoluiu 196%, de 1979 a 1982 Int. Agropec. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983 Avicultura nossa populagao. Verifica-se no Quadro 7 que 0 consumo aparente caiu em 81 e 83, fem relagfo ao ano de 1979 e provavel- ‘mente caird ainda mais, caso no sejam resolvidos os problemas citados ante- riormente que se referem ao abasteci- mento de milho e farelo de soja, prin- cipalmente, isto é, fatores que venham reduzir os custos de produefo do fran- go, para que haja melhor remuneragdo para o criador. ABATE © abate inspecionado em Minas Gerais, no periodo de 1979 a 1982, apresentou uma evolugdo significati- va de 196,0% sendo que a variagio de maior destaque durante 0 perfodo ocorreu de 1979 para 1980, com um aumento da ordem de 106,6% (Qua- dro 8). ‘Ao comparar-se 0 abate com a produgdo, no periodo de 1980-82, por Estrato -MG, 1983. QUADRO 6 — Distribuigio Percentual de Granjas, Plantel e Ociosidade Distribuigdo Percentual Ociosidade Estrato 5 Granjas Plantel Granjas Plante A 40,30 7,00 55,50 12,00 B 27,70 1230 21,30 1030 c 23,50 25,00 17,00 20,55 D 8,50 55,70 620 STS Total 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: EMATER-MG. 1979, 1981 e 1983. a QUADRO 7 — Consumo Aparente e Per Capita em Minas Gerais ~ Consumo 7a Consumo ‘Ano ‘Aparente (hab). Per Capita (ke) ‘i (kg/ano) 1979 126.185.000 13.183.405 987 1981 124.798.000 13,595,804 9418 1983 123,180.00" | 14017.776 3,79 Fonte: Anuirio ... (1982); ABEF (1983) ¢ EMATER-MG. Os dados de 1983 referem-se 4 producto estimada ée 164.144 mil toneladas 8 exportagio estimada de 20.96 toncladas. observa-se, através do Quadro 9, que o rmimero de abates examinados ano a ‘ano corresponde a uma parcela ainda ‘pequena, participando no perfodo con- siderado, em média, com apenas 40,4% da produsio. Em termos absolutos, @ maior produgdo de frangos foi registra: da em 1980 ¢ 0 maior total abatido, em 1982, PREGOS Os pregos reais de frango vivo de granja, recebidos pelos avicultores de Minas Gerais, vém decrescendo ano ano, considerando 0 periodo 1979-82 (Quadro 10). A variagfo anual total no periodo analisado registrou uma queda de 28,2%. O prego real de agos- to de 1983, quando comparado a0 de janeiro de 1979, sofrew uma redugdo ‘em torno de 22,0%. VARIAGAO ESTACIONAL A anélise de variag%o estacional dos pregos médios mensais de frango vivo de granja, no mercado atacadista de Belo Horizonte, de 1971 a 1982, indica que o maior indice ocorreu em setembro @ © menor em junho (Qua- dto 11). Por sua vez, 0s indices esta- cionais de pregos médios mensais de frango abatido, no mercado atacadis- ‘ta, atingiram o maximo no més de ja- neiro eo minimo também em junho (Quadro 12). Os indices de estaciona- lidade de pregos de frangos, tanto vivo quanto abatido, indicam uma tend cca decrescente no primeiro semestre, para em seguida, iniciar um crescimen- to a partir de junho, voltando, no en- tanto, a apresentar redugo entre os ‘meses de setembro a novembro (Figu- ras 1e 2). CUADRO' — Papo Pero! ds Quandde Abts de Faroe QUADRO 8 — Quantidade de Aves Abatidas em Minas Gerais, 1979- ‘em RelagSo & Produeio Total no Estado de Minas Gerais, 1980-82. Dados 1982 sacar Nino a ca Ganauste [Rego ‘Papo he = tox hs ‘baie "oa Pees — = | o ca) 1979 19.513.867 314461 19.828.328 1980 40,955,833, 1135.700.000 30,2. te | toupase | ese | sosssass | | ise fr3s03 | 10010000 2 to | essai | argon | erisazs | | iss Sie sone Ae pe : sezanieo | | iseoa | asansa36_| 36300000 as Fone MASERPA 98} « CEPAMG985) Font: C2PA:NG(983) + EMATERMG l Inf. Agropec. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983 ‘Avicultura aS] [Gn So een peoc cto Maa Gon ote Dalen Cre ee com Futon] Meena tnd de Blo Hort, 1971-82. es | ease on [se [oe fiom] mw ewan | | [am | eee is sao] oigo |zeg0] 97] nas loss] 243] ee Esuconis, | replace rm S83 [ho | fenbo| sn | soa [za] 90 [223 Senta alee | = Go| img0 | asso] $64 |iost aaa) 28222 | [Te | aorae oo iiaae | 10030 a eso nizo| 328) 9at fear] 134 |a3 Fer. 9147 530 wox7 | 92.7 = 50) ties [31030 | 222 | 903 || 66 | sae te. im toa | 3089 2 $238 | Hara sis |anes| 0 | na} 93 |sa0 be an seo | 9096 a 2532 | tayo suc [aan] sa [sol fae | a 3m | oan | oat = ise) tago|=|ita| oe |r) 203 i = poe oe. tto | to aa] 2 Jasr| 904 Ju, 1 yous |. 9208 a ip [dost | [100] 998 [sao] e an eas | 10109 = = soe usar | ioa99 a "I ans tones | 5038 aon 960 180 130 ta 928-aDe I pe ea BO a S38 Toa FAME Det so niais | 10287 * Copa nner tm ili es REFERENCIAS < QUADRO 12 fndices Estacionais e de Trregularidade e Limites deCon- | ANUARIO ESTATISTICO DO BRASIL. fianga Relativos aos Pregos Médios Mensais de Frango Abatido de Granja Rio de Janeiro, FIBGE, v.43, 1982. no Mercado Atacadista de Belo Horizonte, 1971-82. ASSOCIACKO BRASILEIRA DOS EX ‘PORTADORES DE FRANGOS. Rio TENSE fe Sono Export bases Bo de Confianga 4: Taneio, 1983.6 p- (Tabean da ie eae ee ABEFICACE).° se egularidade | Syperior | Inferior | COMISSAO ESTADUAL DE PLANESA. MENTO AGRICOLA DE MINAS GE- RAIS. Belo Horizons. Acom Jan. 107,44 724 11468 | 100,20 Hneio Ccapcual 05 asesee IPE Fev. 98,75 448 103,23 | 94,27 Gest Gt de ot); noe Mar. 95,28 378 9906 | 91,50 c nelngfo © deszapeabo. Bob Ho- ‘ Honte, 1983. 47 Abr. 93,97 3,10 97,07 90,87 So eee a svicultuma brass. Sfo Paulo, dee 238 oa Seer eee dito Brasera de Agriculture, 1985, Jun, 88,98 319 9217 | 35,79 114. Jul. 95,72 336 9908 | 9236 | iNpIcES econdmicosinote. _Conjuntura ‘Ago. 104,34 444 10878 | 99,90 Econdmica, 37 (8): 147-58, apo Set. 109,43 432 113,75 105,11 Ley om 103185 5.99 0984 | 97486 | MINISTERIO DA AGRICULTURA, sen Nov. 101,90 511 107.67 | 96,13 BiSic eheauis. as Bans Dez. 108,48 567 19415 | 102,81 1981-826 PRODUGKO de care de frangos cresce Fonte: EPAMIG. 0.81% neste semeste._Asieultura Bra sili, 20 (298): 10, Jun. 1983, Fi 1 — Indices de variagio estacional dos precos di frango vivo de granja, no mercado atacadista de Belo Horizonte, 1971-82. Fig. 2 ~ Indices de variagfo estacional dos presos de frango abatido de ganja, no mercado atacatista de Belo Horizonte, 1971-82. Inf. Agropee, Belo Horizonte, 9 (107) novernbro/1983, Ofereca um presente de Natal ee Como retribuir? E facil. Dé a eles um presente do tamanho de sua amizade, um presente para todo ano de 1984: uma assinatura do Vooé precisa apenas lembrar de todos os clientes © amigos, que durante 1983contribuiram gs para 0 sucesso de suas atividades. gy, EPAMIG INFOIME AGROPECUARIO Avicultura Aspectos econdémicos da avicultura de postura A utilizago de bons sistemas de produglo, em razodveis bases empre- sariis, tem propiciado significativos aumentos de produtividade em avicul ‘ura, Embora com crescente nivel de automatizagio, a atividade avicola absorve mio-de-obra direta em inten- sidade razodvel. Como € sabido, de exploragdo avicola dependem, em grande parte, a5 inddstrias de ragdo, equipamentos, vacinas, medicamentos ¢ vitaminas, o que implica, também, ne utilizaggo de significativo contingente de mfo-de-obra. A avicultura brasileira, mesmo tendo aleangado notével desenvolvi ‘mento tecnolégico ¢ grande importan- cia sécio-econdmica, esté enfrentando, talvez, a sua pior crise, que estd deter minando 0 encerramento ou a reduigZ0 das atividades de muitas granjas de corte e de postura do Estado e do Pais. No que se refere a postura comer- cial, 0 aumento do custo dos insumos, notadamente rages ¢ neste item, a disponibilidade € 0 prego do compo- nente milho, bem como as flutuagdes 10S pregos de ovos, sf0 0s principais responséveis pela paralisagdo ou pela redugdo das atividades dos estabeleci mentos produtores. Por outro lado, existem seguras ‘evidéncias de que as empresas melhor administradas, que operam em escala econdmica aceitével ¢ utilizam-se do significativo acervo tecnolbgico de que a exploragfo dispde, encontram meno- res dificuldades para enfrentar a crise. ‘Assim, € natural supor-se que, pelo menos no estado de Minas Gerais, & necessério aperfeicoar o sistema de produgio de ovos, compatibilizando- 58 0s aspectos tecnol6gicos e gerenciais, notadamente nas pequenas e médias empreses, como um dos recursos para superar a crise. PANORAMA NACIONAL Conforme fontes da Feed Interna tional, citada pela EMBRAPA/CNPSA, (sd.), 0 Brasil ocupa 0 109 lugar na produgo mundial de ovos, sendo su- perado pela Unio Soviética, Estados Unidos, Japfo, Franga, Alemanha Oci- dental, Reino Unido, México, Itilia ¢ Espanha, ‘A produgdo comercial de ovos no pais, que em 1979 foi de 600 milhées, chegou @ 850 milhées de dizias em 1982, ocorrendo portanto um cresci- mento de 42%, mesmo sem acusar qualquer crescimento em relagio @ 1981 (Quadro 1). QUADRO 1 — Produsio Comer. ial de Ovosno Brasil, 1979-1982. Produgio Ano | (milhdesde| Indice dizi) 1979 600 100 1980 800 133 1981 850 142 1982 850 142 Fonte: Guia... (1983), © Brasil exportou, em 1982, 210.000 caixas de trinta diizias, o que significe, apenas, 0,74% da produglo, Pode-se verificar, pelo Quadro 2, que Emilio Mouchrek: ‘EPAMIG Maria Teresa Martins da Costa ‘EPAMIG Martlia Martha Ferreira EMATER/AVIMIG José Aparecido Freire EMATER a maior exportacdo correspondeu a 1981, configurando 1,9% da producéo nacional. QUADRO 2 ~ Exportagoes Brasieras de Ovos para Consumo, 1980-1983, Caixas Ano] Gos |ladice | uss 1980| 400.000 | 100 | 7.000.000 1981 | 533.758 | 133. | 10.002.393, 1982| 210.000 | 53 | 4.046.591 ag3| 13.600", — | 204.000 Fonte: Exportaeao.... (1983). | * Refere-se ao primeiro semestre de 1983. Os estudos realizados averca do consumo per capita de ovos tomam por base @ estimativa de consumo ape- rente, devido principalmente & faita de pesquisas sistemdticas. Assim, sub- traindo-se da produgdo total o que foi exportado anualmente, tem-se 0 con- sumo aparente de ovos no Brasil ‘Também, utilizando-se as informagSes referentes & populagio brasileira, re- ‘censeada em 1980, ¢ aplicando-se taxa média geométrica de crescimento anual da populagéo brasileira — 2,49%, registrada no periodo 1970-1980, que € 4 inica informagéo atualmente dis pponivel, obtém-se a estimativa da po- ppulagdo nacional em 1979, 1981 e 1982 (Quadro 3). QUADRO 3 — Consumo Aparente de Ovos no Brasil, 1979-1982. Consumo Populacao Consumo Aparente Ano Aparente Total Per Capita @) (hab) (©vos/ano) 1979 | 600.000.0009 | 116.106.000 a 1980 | 788000.000 | 119.070.865 9 1981 | 833.987.260 | 122.035.729 82 1982 | 843,700.00 | 125.074.418 81 10 Fonte: Anvdrio Estatistico do Brasil (1982). Taf. Agropee. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983 Avicultura Assim, © consumo aparente de fovos de granja cresceu significative mente no periodo 1979-82, isto 243,7 milhSes de dizias ou 40,64. Como seria de esperar, o consumo apa- rente per capita sofreu um aumento de 32% no periodo, cuja maior taxa se ve- rificou em 1980 (27,5%). E de se no- tar que de 1980 4 1982, 0 consumo per capita sofreu pequena variacio, mantendo-se praticamente igual nos ‘anos 81 € 82. PANORAMA EM MINAS GERAIS Pode-se observar, pelo Quadro 4, que a produgo mincira nfo evoluiu no periodo 1979-82, sendo que em 1981 acusou decréscimo de 9 milhdes de 40 as outros anos. ‘A patticipagio da produggo mi- neira no total do Pais decresceu no pe- riodo em questfo, indo de 21% em 1979 para 13,8% em 1981, esbocando reagdo (196) no ano de 1982. Considerando-se que a exportaggo de ovos produzidos em Minas para outros pafses, tem-se efetuado de ma- neira experimental e em quantidades inris6rias, 0 mais sensato seria concluir pela ndo utilizaggo destas informagées para 0 céleulo do consumo aparente em Minas Gerais. Também, a remessa de ovos para outros estados, notada mente 08 que so produzidos no Sul de Minas € contrabalangada pelo ingres s0 de ovos produzidos em outros esta- dos, principalmente Si Paulo, cujos detalhes serdo discutidos no item “comercializagdo”. ‘Assim, levando-se em conta a taxa rédia de crescimento anual da popula- (¢40 mineira ~ 1,54% —registrada no pe- rfodo de 1970-80 — e um consumo aparente igual a quantidade produzida, verifica-se, pelo Quadro 5 que 0 con sumo aparente sofreu redugdo de 9 mi- Indes de dizias, ou 7.14%, no perfodo de 1979-82. Naturalmente, 0 consu- ‘mo aparente per capita seguiu idéntico caminho, pois houve reduefo de 12 ovos/ano, ou 10,45%, no perfodo. De- ve-se mencionar 2 reaeo ocorrida em 1982, quando a produego de ovos vol tou a registrar 600 milhoes de dizias € © consumo aparente per capita regis. trou 110 ovos. PRODUGAO DE OVOS Dadgs levantados pela Empresa de QUADRO 5 — Consumo Aparente de Ovos em Minas Gerais, 1979-1982. ‘Assisténcia Técnica e Extensfo Rural de Minas Gerais — EMATER, de 1974 1980, mostram que, mesmo tendo os nimeros de poedeiras ¢ produtores so- frido oscilagbes nesse perfodo, a pro- dugao de ovos cresceu signficativa- mente, fruto da expansfo do setor, ‘mas também devido aos avangos tecno- I6gicos que possibilitaram aumento de produtividade. Assim € que, de 1974 a 1980, houve um crescimento médio anual de 19% na produgio comercial de ovosem Minas Gerais. Deve-se._mencionar que, basica- mente, algumas das causas de redugio nos plantéis de produgio, nos anos de 1976, 1977 e 1980, dizem respeito 1 majoragbes nos custos de producto, notadamente no item “rages”, em ni- veis nfo acompanhados pelas cotagbes de ovos no mercado. Estas causas rein- cidiram, com maior intensidade, a par- tir de 1981 essa maneira, verifica-se, pelo Quadro 6, que 0 ano de 1981 caracte- Consumo Populagao Consumo Aparente Ano. Aparente Total Per Capita @) (hab) (@vos/ano) 1979 126.000.000 13.183.406 us 1980 | 126.000.000 13.389.605 13. 1981 117.000.000 13.595.804 103 1982 | 126.000.000 13.805.179 110 Fonte: EMATER/AVIMIG Anuério Estatistico do Brasil (1982). QUADRO 4 — Produczo Brasileira e 1979-1983 — Dados em Milhoes de Dizias. fneira de Ovos para Consumo Partcipagio Ano Brasil Minas Gerais ee econ Relaglo a0 Brasil | ® 1979, 600 | 126" 21,00 1980 800 126° 15,95 |_1981 850 i 13,16 1982 850 126" 1482 1983 = 96 = Fonte: Guia... (1983) * AVIMIG © Refere-se ao primeiro semestre de 1983. Ink Agropee. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983, rizou-se pela desativagio total © par- cial de 184 granjas, significando 44,5% do total de estabelecimentos ¢ pela redugio de 798.543 aves na capacida- de instalada, 0 que corresponde a 12,5% de ociosidade no plantel de pro- Gugéo de Minas Gerais Em 1983, os fatores limitantes jé ‘mencionados reapareceram em inten- sidade to significativa a ponto de de- terminar, até 0 més de maio, quando foi realizado este levantamento, 0 en- cerramento ou a redugdo de atividades ‘em 35% das granjas e uma capacidade ociosa de 27% do plantel de produglo rineiro, contra 12,5%em 1981. Deve-se ressaltar que 05 proble- ras ligados principalmente a prego € Avicultura disponibilidade de milho e farelo de soja, além das variéveis “Juros”, “em- balagem” e “transporte”, sensivelmen- te agravados a partir de junho-julho deste ano, de acordo com 0 que foi detalhado no trabalho “Aspectos Eco- némios da Avicultura de Corte”, po- derdo contribuir para aumentar a ocio- sidade do plantel e reduzir, de maneira jamais imaginada, a produgdo de ovos em Minas Gerais. Reforgando estas consideragbes, ‘oportuno citar que, com os itens, “mi- Iho”, ‘“juros, “embalagem” e “trans porte”, representando, respectivamen- te, 52,119%; 9,10%; 3,20% € 2.37%, 0 custo da producio aumentou 142,6%, enquanto a cotaglo média do ovo cres. ceu, apenas, 56,3%, de julho a setem- Bro deste ano. REGIONALIZACAO E OCIOSIDADE DA AVICULTURA DE POSTURA © Quadro 6 mostra que, em 1979, 4 regio Sul, que corresponde a érea de atuaglo dos escritérios regionais da EMATER de Lavras, Alfenas e Pouso Alegre, detinha 61% das granjase 55% do plantel de poedeiras do Estado, correspondendo & média de 15.100 aves/estabelecimento. Em 1981 ¢ 1983, a mencionada regifo respondia por 53 ¢ 51,5% do rmiimero de granjas ¢ por 55 ¢ 56% da capacidade de alojamento, respectiva- mente. E importante citar que a ocio- sidade das granjas diminuiu de 61 para '55% bem como a ociosidade em caps- cidade instalada que se reduziu de 73 para 32%, em relagdo 20 total do Esta- do, de 1981 2 1983, A regido Centro, constituida pelos escrit6rios regionais de Divinépolis, Sete Lagoas e Curvelo, era responsével em 1979, por 17,5% das granjas ¢ 21% da capacidade de alojamento de poe- deiras, registrando a média de 19.681 aves(estabelecimento Em 1981 e 1983, essa regio dete- ve 20 a 16,5% do total de granjas bem como 16 € 17,5% de capacidade de alojamento, respectivamente, Em ter- mos de ociosidade de estabelecimen- tos, verifica-se reduggo de 26,5 para 18,5%, acompanhada de sensivel que- dana ociosidade da capacidade de alo- jamento de 22 para 6,5%, em relagdo 120 total do Estado, de 1981 a 1983. A regifo Mata, constitufda pelos escrit6rios regionais de Vigosa, Muriaé e Juiz de Fora, apresentava, em 1979, 9% das granjas e 3% do plantel de poe deiras do Estado, configurando a mé- dia de 5.305 aveslestabelecimento. Em 1981 e 1983, essa regio mostra 12.€ 15% do total das granjas, bem como mantém os 3% de capacidade de aloja- ‘mento, respectivamente. No periodo fem questo, a ociosidade dos estabele- cimentos sumentou de 7 para 17%, ¢a a capacidade de alojamento foi de 2 ‘As granjas com mais de 30.000 aves respondem por 77% da, “ociosidade estadual do plantel de poedeiras. QUADRO 6 ~ Regionalizayio da Avicultura de Postura em Minas Gerais — Nimero do Granjas, Capacidade Instalada de Aves em Produe#0, Numero de Granjas Total ou Parcialmente Paralisadas e Capacidade Ociosa, 1979, 1981 e 1983 Be Dai 3B Ge. Oo Gan Gros seo ss capnisae Grasias GGranjas | Giada JGraniss | “Tpstalada “ra ne aed ee cn face rt | 6 co | su x40 | aszeo00 | - | — | a [adresse | ate [sess] am | seca | 1s | secon ano | lusseow | - | — | oe | rosie | 49 Jarssm| e4 | 1207000 | 25 | 123200 a 36 | isto} - | - | so | ars2e) is | asses] ss | rsi000 | 23 | s3000 isn) : Mihianata | 27 | sesooo | - | — | 22 | aserso| 6 | esas | 28 | 29000} « | 14000 Noneneino | 23 | 9000 | - | - | 39 |raiozw| « | isase| 40 | raoso00 | 9 {1.08000 Toul 9s [asano0o | | - | ais | sassana| iss [roses] an | eaan | ae fisase Fonte: EMATER/AVIMIG + Bm 1979 nko fol realzad levantamonto de cxpacidade ovioss T Taf. Agropes. Belo Horizonte, (107) novembro/1983 Avicultura para 3% em relagio ao total do Estado. A regio Trigngulo/Alto Paranai- ba, constituida pelos escritérios regio- nais de Uberlindia e Patos de Minas, correspondia, em 1979, a 7h das granjas, € 9% do plantel de poedeiras, registran- do a média de 21.630 avesfestabeleci- mento, Em 1981 ¢ 1983, representava 5,5 © 7% dos estabelecimentos produtores, bem como apresentava pequeno au mento de 4 para 4,5% no que se refere 4 capacidade de alojamento de aves em produgfo. Deve-se notar que a regio manteve 03 3% de ociosidade quanto a0 mimero de granjas e apresentou pe- ‘quena reduedo — de 1,00 para 0,75% — nna ociosidade da capacidade de aloja- ‘mento, em relaggo a0 Estado. AA regio Norte NE/NO, constitui- 4a polos escritérios regionais de Gover- rnador Valadares, Te6filo Otoni, Pedra Azul, Montes Claros, Janatiba ¢ Unai, respondia, em 1979, por 5,5% das gran- jas € 12% do plantel de poedeiras, com ‘a média de 34.348 avesjestabelecimen- to. Em 1981 ¢ 1983, apresentava 9,5 € 10% dos estabelecimentos produto- res, assim como 22.¢ 19% da capacida- de estadual de alojamento de poedei- ras. Contudo, essa regio mostrou au- mento de 2,5 para 6,5 na ociosidade quanto 20 miimero de granjas ¢ exibe a maior ociosidade em termos de cape- cidade de alojamento, pois passou de 2,0 para 57,75%, em relago a0 total do Estado. ESTRUTURA DA PRODUGAO E OCIOSIDADE Em conseqiiéncia de levantamento realizado pelaEMATER-MG, em 1980, identificou-se que 54% das granjas possuiam plantel inferior a 10,000 aves e que sua participaggo no total de poedeiras do Estado ere de apenas 6%. Nos levantamentos efetuados em 1981 e 1983, mostrados nos Quadros 7 ¢ 8, verifica-se que os estabelecimen- tos'das classes A e B, isto 6, até 1000 aves, equivalem a 72 © 66% do total, com capacidade de alojamento da or- dem de 20 ¢ 13,5 do total estadual respectivamente. Estas consideragdes tornam-se mais importantes quando 0 enfoque € apenas para os estabeleci- de Produggo em Minas Gerais — 1981 QUADRO 7 — Estrutura da Producdo e Ociosidade das Granjas e do Plantel Doris Pacnta | Potbuo Penta Classe de zoronae cee Cepasidade Copacide Granjas ae Granjas | de Alpjamento Alojamento ‘Até 5000 — A 48,00 8,00 45,50 | 18,00 De 5001 -10000-B | 24,00 12,00 2650 | 28,50 De 10001 -30000-¢ | 20,00 24,00 22,50 | 37,00 ‘Acima de 30000-D | 8,00 56,00 550 | 16,0 Total 100,00 | 100,00 | 100,00 | 100,00 Fonte: EMATER/AVIMIG. QUADRO § = Estrutura da Produgio e Ociosidade das Granjas e do Plantel de Produgo em Minas Gerais — 1983. 2 Distribuigdo Percentual Distibuigdo Percentual | PSWibuis#o Pern Classe de coe Cspacdade Cepacidade Granjas. de Granjas de Alojamento Alojamento ‘Até 5000 — A. 47,50 6,00 51,00 8,00 ‘De 5001 - 10000 — B 18,50 7,50, 19,50 9,50 De 10001 -30000—C | 23,00 23,50 16,50 5,50 Acima de 30000 — D 11,00 63,00 12,00 77,00 Total 100,00 | 100,00 | 100,00 | 100,00 Fonte: EMATER/AVIMIG. rmentos da classe A — até 5.000 aves ~ que desde 1981 representavam 48% do total, correspondendo a 6-8% do plan- tel, somente. Isso significa que a estru- tura da produgo de ovos pouco ou nada mudou pare as classes A ¢ B, pois €m maio de 1983, antes da pior fase da crise avicola, 0s 66% de estabeleci- mentos detinham somente 13,5% do plants preciso mencionar que as unidades dessas duas classes, notada- mente as de até 5.000 aves, nfo ope- ram em economia de escala e, natural- mente, nfo possuem as condig6es ne- cessérias para enfrentar as flutuagies do mercado de insumos, principalmen- te rages, ¢ os problemas decorrentes das flutuagSes nos precos de ovos. AS- Inf, Agropec. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983 sim, ndo causa estranheza 0 fato de em 1983, 70% das granjas em ociosida- de no Estado apresentaram capacida- de de alojamento até 10.000 aves, com especial destaque para a classe A (51%). Deve-se acrescentar que a esse grande percentual de granjas corresponde, apenas, 17,5% de ociosidade do plan- tel estadual. Com 0 crescimento de 19% 20 ‘ano, apresentado pela avicultura de postura mineira, de 1974 a 1980, mui- {os estabelecimentos atingiram as clas ses Ce D, que, desde 1981, situam-se ‘em tomo de 30% do total. Devem-se destacar os estabelecimentos acima de 30.000 aves que, de 56%, em 1981, ppassaram a responder por 63% do plan- B Avicultura tel mineiro, em maio de 1983. Contudo, a atual crise & to signi- ficativa a ponto de modificar 0 quadro de ociosidade, principalmente na Clas- se D, quando s¢ compara com 1981. Assim. é que, tais empresas, mesmo ‘operando em economia de escala, com boa capacidade gerencial, adotando sistemas de produgéo talvez os mais adequados para as suas condigdes, uti lizando processos de comercializago condizentes com a realidade do merca- do mineiro ¢, por vezes, de outros es tados, carregam 0 émus de 77% da ociosidade do plantel em relapio 20 Estado, quando, em 1981, essa ociost- dade era de 16,5%. Em sintese, a situaggo extrema, em 1983, é de ociosidade em mais de 50% no nimero dos estabelecimentos da Classe A e em mais de 75% da caps- cidade de alojamento em granjas acima de 30,000 aves (D), com relagio a0 to- tal estadual QUANTIDADE COMERCIALIZADA A comercializagio de ovos de gran- ja no estado de Minas Gerais tem 0 seu maior mercado na CEASA-MG. A quantidade total de ovos de granje co- ‘mercializada no mercado atacadista, na CEASA-MG, em 1982, registrou um wvolume de 28.110.775 ke, apresentan- do um acréscimo de apenas 11,5% em. relagio a0 ano de 1979. O total anual comercializado manteve-se mais ou ‘menos constante durante 0 perfodo considerado. ‘Analisando-se més a més 0s volu- mes comercializados, até 1982, veri cou-se que a maior comercislizagdo ‘ocorreu no més de dezembro ¢ a me- nor em fevereiro. Em 1983, observou- se que a maior quantidade comercial zada foi registrada no més de janeiro ea menor em setembro, quando 0 to- tal comercializado apresentou uin d cxéscimo de 20,3% em relagéo a0 més de agosto (Quadro 9). PROCEDENCIA Do volume total de ovos de granja comercializado na CEASA-MG, no perfodo 1979/82, a maior parte foi 14 QUADRO 9 — Quantidade Comercializada Mensalmente de Ovos de Granja ‘no Mercado Atacadista da CEASA-MG, 1979-83. Dados em kg, ‘Ano Mes =| 1979 1980 1981 1982 1983 Jan, | 1971250 | 2339.80 | 2375475 | 2082125 | 2.420.625 Few. | 1a4s.72s | 2161575 | 1.905875 | 2.042975 |- 2.082.700 Mar | 2101650 | 2.279.128 | 2542250 | 2581875 | 2.220.150 ‘Avr. | 2.028400 | 2306475 | 2.439.725 | 2.305.075 | 2.085.150 Maio | 2391150 | 2378228 | 2.368.025 | 2.333.200 | 2.272.425 Jun. | 1956200 | 2256925 | 2362525 | 2379400 | 2.033.200 Jul. | 2.053.725 | 2488800 | 2.047.750 | 2261575 | 1.954.950 ‘ago. | 2.173825 | 2183875 | 2.272.028 |. 2.271.225 | 2.266.200 se. | 2053650 | 2482.20 | 2105975 | 2.633.100 | 1.807.525 Ou, | 2386800 | 2.338.100 | 2095550 | 2.259.275 cS Nov, | 2.231.625 | 2.152.800 | 2200350 | 2.440.950 Dez | 2316100 | 2.688.025 | 2.349.975 | 2.520.000 Tost | 25510100 | 28025.625 | 27.063550 | 28.110.775 Foate: CEASA-HG. procedente do proprio Estado, que ‘apresentou uma participacio de 75%, sendo que. So Paulo e outros estados participaram com 22 ¢ 3%, respecti- vamente, Vale ressaltar que a parti- cipaefo de Minas Gerais, no volume total de entradas, vem crescendo nes- tes dltimos anos, chegando a atingir, em 1982, 23.434.500 kg correspon dentes 2 84,6% do total comercializa- do (Quadro 10). No perfodo considerado, os prin- cipais municipios mineiros fornecedo- res do produto @ CEASA-MG foram Montes Claros, Sio Joo Nepomuceno, Pedro Leopoldo e Santo Antonio do Monte. que, juntos, abssteceram a uni dade de Contagem com 69,2% do total ,procedente de Minas Gerais. Observa- se, no Quadro 11, que o municipio de Montes Claros ver aumentando a sua participaego no envio do produto CEASA-MG, passando de 5,6% em 1979 para 38,5% em 1982. PRECOS Para andlise do comportamento de pregos no mercado atacadista de Belo Horizonte, foi selecionado 0 ovo de fgranja tipo grande, por ser o mais co- mercializado. Os pregosiniédioscorrentes de ovos sgrandes de granja, no mercado atacadis- ta de Belo Horizonte, aprosentaram-se fem elevagdo, enquanto os pregos mé. dios corrigidos decresceram em 19,3% no perfodo compreendido entre janet 10 de 1979 2 agosto de 1983. Em ter- QUADRO 10 — Volume Comescializado Anual de Ovos de Granja no Mercado ‘Atacadista da CEASA-MG, Segundo os Principals Estados de Procedéncia, 1979- 43, Dados emg. Proceatacia Ano MinasGerais | Si Paulo | OutrosEstados | Total 1979 1.005.800 | 6.731.725 msi | 25.510.100 1980 isssia7s | 7.650.625 793.525 | 28.025.625 1981 276400 | 5.315450 | 1.031.700. | 27.063.550, aga | 23.434.500. |. 3.811.525 864.750 | 28.110.775 19ss* | 15,957.70 | 2.481.475 664.250 | 19.103.425, Fonte: CEASAMG, = Atésetembro. Inf. Agropee. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983 Avicaltura ‘QUADRO ii = Participagdo Anual dos Principals Municipios de Minas Gerais Fome- cedozes de Ovos de Granja i CEASA-MG, 1979-82. Dados em Percentagem. apresentaram-se superiores a0 indi- | ce médio anual no perfodo entre fe- vereiro ¢ julho, tendo o maior indice (119,62) ocorrido no més de margo. Os meses compreendidos entre agosto janeiro apresentaram indices estacionais abaixo do indice médio anual, registrando-se 0 indice minimo no més de outubro, sendo este 11,6% Procedéncia 1s79, | 1980 | sar | 1982 | Tom ‘Montes Claros 360 | 1260 | 2790 | 38,50 | 2240 ‘Sfo Jofo Nepomuceno 25,00 2a10 | 25,20 | 2640 Pedro Leopoldo 12,20 | 1s40 | 15.10 | 14,60 Santo AntBnio do Monte 5,20 390 | 560 | 5,80 Subtotal - MG. 48,00 15,20 | 84.70 | 69,20 urros municipios —MG_| 52,00 2490 | 1530 | 30,80 Total -MG 100,00 | 100,00. | 100,00 | 100,00 | 100,00 Inferior ao indice médio (Fig. 1). Os indices estacionais, os de irre- Fonte: CEASA-MG. gularidade ¢ os limites de confianga podem ser analisados no Quadro 14. Dadosem Cr’ fox 30 dz. GUADRO 12 — Precos Médios Correntes © Contighdos de Ovos Grandes de Granja, no Mercado Atacadista de CEASA-MG, 1979-83. ee Tae! vs Tom [wo] on | om | on | im | ww | in| vm | ae Te | ware | San] gaze | zeae | sessoo | auzo | 1650 | ass20| sao] ishon ae funda | raosan | 2020) | supose | asa | seuse | 2320) 25190] t7e00 a See | ee | ee | ee noipgstanh. anc is SRO toon | atest | aveas | aaeao | tenan | tesco) detoo} sae S Be |r eee ee | ge | sae eS BM) fei aoston at ode eee Fonte: EPAMIG = Cortgido pelo “Indice Geral de Preyos", Coluna 2 ¢a Conjuntura Econdmica. 1977 ~ 100. mos reais, observa-se que os pregos rmédios anuais, no periodo 1979-82, apresentaram tendéncia declinante, tendo alcangado 0 menor valor em QUADRO 13 ~ Preios Médios Correntes e Cortigidos de Ovos Grandes de Granja no, Mercado Vareista de Belo Horizonte, 1979-83. Dados em Cri /dz 1982 e 0 maior em 1979 (Quadro 12). Pregos Correntes egos Cou No mercado varejista de Belo Ho- Més |" 1979 | 1980] 1981 | 1982 | 1983, | 1979 | 1980 | 198119821983 rizonte, os pregot médios anuais, quan. }— oe ain giao teen aan. | 13,10 | 2280] 40,20] #700|16120 | 790) 7.50] 6.30] 7,00] 640 do corigiios, também! spresentaram Fev. |17.40 | 27.30] 59:10 | 114,00]169,30 |10,10| 8,70) 8,60} 8,60) 6,30 tendéncia 4 redugdo, tendo ocorrido Mar. | 19,20 | 33,70] 70,20 | 142,60 |221,10 | 10,60 | 10,10] 9,50 110,10 | 7,50 um decréscimo de 19,8% entre 1979 e ‘Abr. | 18,90 | 32,50] 68,50 mel 256,40 ae 9,20} 8,80 Ast et Tre sects mantaixovem | Malo {16:70 | 30,60] 5930 | 13140 233,80 #10] 7.20) 830) 6. 1982, atingindo preg maisbainosem | Hue | 628 | 308012338 {330 agogn | 930], 220| 230| 790) San 1982. Observa-se, no Quadro 13, que 1. | 20,60 | 31,40] 67,60 | 128,70 9,90) 7,30} 7,40 | 7,10} 7,40 .em termos reais 0 produto em agosto 33.00 | 3030) 7:80 | 148,90|315,30 |1040| 630 740] 7,80] 6,51 S Ser [2040 | 2870] 7230 [137.70 1"850] $30] 710] 690] -” de 1983 sofreu, em relagio ao de jane; | Gy. | 2090 | 36,30) 7230 | 117,80 840) 690] 60] 5,70, ro de 1979, uma queda de 17,6%. Now. } 20.90 | 38140] 82'30 | 113.80 790| §.80| 7.40| 3,20 Eee |e cbez|.2630,| 41-20) 1:80 | 13140) 860) 1300} 7.00 | 5:70 VARIAGAO ESTACIONAL | éaia| 19,50 | 31,80] 71,60 | 127.30 9,10) 740) 800] 730 (Os indices de variagio estacional de pregos médios de ovos grandes de granja, no mercado atacadista de Belo Horizonte, no periodo de 1971 a 1982, Fonte: EPAMIG 1977 = 190. " {= Cortigio pelo “Indice Geral de Pregos", Coluna 2 da Conjuntura Econémica. Inf. Agropee. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/198 Avicultura QUADRO 14 — Iadicos Estacionais, Indices de Iegularidade © Limites de Confianca Relativos 203 Precos Médios Mensais de Ovos Grandes de Granja no Mercado Atacadista de Belo Horizonte, 1971-82 een ol ae imites de Confianga Estacionais | Inegularidade | Superior | _ Inferior Jan. 92,06 461 96,67 8745 Fev. 103,32 632 109568 96,00 Mar, 119562 6:36 125,98 113,26 ‘Abr. 11138 405 116.13 106,63 Maio 10138 592 107330 95,46 Jun, 103,89 433 108,72 99,06 su. 105,98 3.21 109,19 1027 Ago. 9907 64 105,51 92.63 Set 89,39 3.88 93,27 8551 Out: 88,36 5,64 94,00 82,72 Nov. 89110 439 93,49 84.71 Dez. 98,67 3.26 93,93 9181 Fonte:EPAMIG A préxima edigso do INFORME AGROPECUARIO versaré sobre Nutrigao de ‘Ruminantes, enfocando os seguintes temas: IMPORTANCIA D0 BALANCEAMENTO DE DIETAS PARA ALIMENTAGAO ANIMAL, CONTRIBUIGAO DAS PASTAGENS PARA A. DIETA DE RUMINANTES VOLUMOSOS PARA, SUPLEMENTAGAO DE RUMINANTES CONCENTRADOS ENERGETICOS CONCENTRADOS PROTEICOS MINERAIS PARA RUMINANTES ANABOLIZANTES E HORMONIOS a oS Ou Nn Owe fuioaemu bas VITAMINAS PARA Fig. 1 — Indice de variagio estacional dos pregos de ovos RUMINANTES srandes de granja,no mercado atacadista de Belo Horizonte 1971-82. EEETTO DO WEIONAS. EXIGENCIAS Z NUTRICIONAIS DE EXPORTAGAO de oves para consumo pr RUMNaNTes REFERENCIAS ticamente parade. Avicatura Bras eke (Sth Ranke, 120 CO: 4h ae TABELAS E EXIGENCIAS 1983. NUTRICIONAIS DE ANUARIO ESTATISTICO DO BRASIL. FERNANDES, B.A. & FERREIRA, MM. BOVINOS Rio de Janeiro, FIBGE, v.43, 1982. Realidade avicola mineir. Belo Host zonte, EMATER-MG, 1981. 83 p. METODOS DE EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA BALANCEAMENTO DE AGROPECUARIA. Centro Nacional UIA. da avicultura brasisira.$G0 Paulo, DIETAS de Pesquisa Sufnos © Aves. Programa Brasleiza de Avicultua, 1983. 114 p. nacional de pesquisa em aves; perfo- INDICES econdmicesinotas. Conjuntura do 1983/1985. Concdrdia, 2. 32 p. Econdmica, 37. (8): 147-58, go ‘ocumento preliminar). 1983. 16 Inf. Agropee. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983 Avicultura Rac6es mais eficientes para aves Horiclo Santiago Rostagno Professor|UFV INTRODUGAO- O nivel geral da tecnologia aplica- da 2 indistria avicola no Brasil € dos ‘mais elevados, particularmente no que se efere a rages. Entretanto, a tecno- logia de formulagdo de races 6, prati- camente, baseada em informagoes de tabelas de composicao de alimentos € de exigéncias nutricionais estabelecidas ro exterior, principalmente nos Esta dos Unidos e na Europa. Nao hé divi- da de que 0 uso dessas tabelas repre- sentou adogfo de tecnologia de alto nivel, entretanto, sob certos aspectos, deixa a desejar quanto a sua perfeita aplicabilidade nas condig6es brasile- ras. Por exemplo, os niveis de energia metabolizdvel recomendados nas tabe- las de NRC (1977), para frangos de corte e galinhas poedeiras, sf0 de 3200 © 2850 keal/kg de ragdo, respectiva mente, ‘Um grupo de pesquisadores do Departamento de Zootecnia da Uni- versidade Federal de Vigosainiciou, hi mais de dez anos, uma série de traba- thos de experimentagio ¢ pesquisa, vi- sando elaborar, com dados obtidos no Pais, uma tabela de composigio de ali ‘mentos e de exigéncias nutricionais de aves e suinos (Rostagno et al 1983). ‘Neste trabalho so apresentados 10s valores de composicgo quimica e de ‘energia metabolizével para aves, de al guns alimentos brasiliros, € os niveis energéticos das rages de aves. mais adequados as condigoes brasle COMPOSIGAO QUIMICA E VALORES ENERGETICOS DOS ALIMENTOS 0s valores de composigao quimica de energia metabolizavel, corrigidos por retengdo de nitrogénio (EMc) dos alimentos, sfo mostrados nas Tabelas Le 2. O milho, a raspa integral de mandioce ¢ 0 farelo de soja mostraramn valores de composicio e de EMe simi- ‘QUADRO 1 — Composigao Quimica dos Principals Alimentor Urador nas Racdes de eee cee Ee Ses rien Pa [Pasa oon | Bt | cave [rene ks 5 ae ae Se es cea oe ca ee Beefs Lope tee lesoelroaloas create crab sam hesoonimenberendaa Se carcass eoftcan le susheeenlesmiacisieess Ae trai [este acsch ane [eee] oa vary eh oe Ee fais actos Sf an aR De DCO, farelo, 89,80 | 21,60 | 805 | 11,80 | 0,12] 058 eee earl ite s peese ota ary eee sor asre | eepe rete] ose] tes bake Gen Se eee eee een eee mala orcs Busuitesecaeieera ana sae P00 Perr emtancame|ssii|/csooel seer see “o Feat ee a egies scorer pete eva silica eollomeanas | QUADRO 2) Conteido de Aminodcidos, Protefna Digestive! (sufnos) e Valores Ener- ‘cos os Principais Alimentos Usados nas Ragdes de Aves (na matétia natural. Met Proteina | Met. + | isina [Digestive | $rert ‘Alimento Bl) Metab. % | cut | | Guinoy | feaine ® ® ‘Arvoz, quirera 022 | 037 | 025 | 698 | 3273 Mandioca I. raspa 0,035 | 0,065] 0.09 | 241 | 3138 Mitho, exto a7 | 035 | 023 | 7,04 | 3416 ‘Sorgo, alto tanino 015 | 0,32 | 021 | ssa | 2953 Sogo, baixo tanino aus | 032 | 021 | 693 | 3168 ‘Arsox,farelo 025 | 047 | 058 | 892 | 2090 ‘Arroz, farelo desengordurado | 0,29 | 0.53 | 062 | 11,22 | 1903 Trigo, farelo-farelinho 0.23 | 0,55 | 060 | 12,25 | 1741 ‘Algodio, farelo (30) oa | 095 | 1.20 | 1820 | 1566 ‘Algosio, farelo (41) os3 | 109 | 154 | 2862 | 2081 Bubacu,farelo 042 | 101 | 02 | 1660 | 1233 ‘Coe0, fareto 030 | os7 | os9 | - 1921 Ouricu, farelo 036 | 068 | 070 | 19,10 | 1431 Soja farelo 6s | 134 | 287 | 4150 | 2283 Game € 00s, farina (40) o39 | o7s | 177 | 3u70 | 1705 Game ¢ 0350s, farinha (45) os¢ | 097 | 228 | 3670 | 1744 ‘Came ¢ 0550s, farinha (50) 062 | 104 | 243 | 4220 | 1835 Peixe, farinha 166 | 225 | 465 | sito | 2183 enas e viscera, farinha o70 | 324 | 218 | 5358 .| 2987 RResiduos de aves, farinha os | 224 | 260 | siso | 3523 Sangue, farinhe o2_| 189-4 657 | 5000 | 1857 Inf. Agropec. Belo Horizonte, 9 (107) novembro/1983

Você também pode gostar