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ad MO ea Powe ee te Bret ose] GILLES DELEUZE A IMAGEM-TEMPO ‘CINEMA 2 Traducao Eloisa de Araujo Ribeiro Revisio filoséfiea Renato Janine Ribeiro editora brasiliense Copyright © by Les Btvions de aint, 1985 Thala orgina em frances: Lmage-temps Copysight © da traduedo brasileira: Eaitra Braslionse SA [Nenhuma parte desta publicagdo pode ser gravada, armazenada ‘em sistemas elettnicos, fotocopisda, reproduzida por meins mectinieos ‘ou outros quaisquer scm autorizagio prévia da editora ISBN: 85-11-22028.3 P edigzo, 1990 1* reimpresséo, 2005 Revisto téonica: André Parente Preparagio de originals: rene Hikisht Rovisio: Mawcio Bichara e Carmen Costa (Capa: Bitore Bonini A tradutora agradece a Foie Luiz Ribeiro ¢ a Roberto Machado pelo carinho © amizale com que ajudaram a resolver as dificuldades encontradas no decorer da traducio,¢ a genileza dos responsitveis pela Cinemateca do MAM/R/ que forneceram os titulos dos filmes ~em portugues e ma sua Versio original - citados ao longo do livro. Dados Internacionais de Catalogaco na Poblicagio (CIP) (CAmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Deleuze, Gilles, 1925 - 1995 ‘A imagem-tempo / Gilles Deleuze; tadugdo Eloisa de Araujo Ribeiro; revisio filoséfica Renato Janine Ribeiro. - Sto Paulo = Brasiliense, 2005 - (Cinema2) ‘Titulo original: Limage-temps Bibliogratia, ISBN: 85.11-22028-3 1. Cinema - Filosofia |. Ribeiro, Renato Janine IL, Titulo IL. Série, 04-8029) CDD- 791.4301 Indices para catilogo sistemtico: 1. Cinema : Filosofia 791.4301 editora brasiliense s.a. Rua Airi, 22 - Tatuapé - CEP 0310-010 - Sao Paulo - SP Fone/Fax: (Oxx11) 6198-1488 E-mail: brasilienseedit@uolcom.br www.editorabrasiliense.com br livraria brasiliense s.a. Rua Emilia Marengo, 216 - Tatuapé - CEP 0336-000 - Sao Paulo - SP ie ok ato Sumario 1. Para além da imagem-movimento Como detinir 0 neo-realismo? * As situagdes dticas e sonoras, em ‘oposisao as situagdes sens6rio-motoras: Rossellini, De Sica," Op- signos e sonsignos: objetivismo-subjetivismo, real-imagindtio. * A nouvelle vague: Godard ¢ Rivette, * Os tactisignos (Bresson). .. ‘Oa, invencor das imagens dticas e sonoras puras, * A banalidade cotidiana. Espacas vazios ¢ naturezas miortas. * O tempo como forma imutavel i © intoleravele a vidéncia. " Dos clichés & imagem. © Pate além do movimento: nao apenas os opsignos e sonsignos, mas os cro- nosignos, os Tektosignos, os noosignos. * Exemplo de Anto- nioni. Fi 2. Recapitulagto das imagens e dos signos Cinema, semiologia e linguagem. * Objetos e imagens. Semidtica pura; Peirce, ¢ 0 sistema das imagens ¢ dos signos. * A. imagem-movimento, matéria sinalética e tragos de expresséo nao relativos i linguagem (0 mondlogo interior) A imayem-tempo e sua subordinacao & imagen-movinento. * A ‘montagem como representagdo indireta do tempo, * Asaberracées, de movimento. * A emancipagdo da imagem-tempo: sua apresen- taedo direta. * Diferenga relativa entre o classico e moderno. ‘ 3. Da lembranea aos sonhos (terceiro comentirio a Bergson) 0s dois reconthecimentos segundo Bergson. * Os circuitos da ima- gem ética e sonora, * Personagens de Rossellini... Da imagem 6ticae sonora a imagen-lembranca. * Flashback e ci cuits. * Os dois polos do flash-back: Camné, Mankiewicz, ° O tem- po que se bifurea, segundo Mankiewicz, * Insuficiéncia da imagem- lembranea 8 7 a ry ey 6 ‘Dos cireuitos cada vez maiores, * Da imagem ética ¢ sonora & imagem-sonho. * © sonho explicit ¢ sua lei. ° Seus dois pélos: René Clair e Bulluel. * Insusleiéneia das imagens-sonho. * O “"so- tho implicado"; os movimentos de mundo. * Magia e comédia mu- sical. * De Donen ¢ Minneli a Jerry Lewis, * As quatro idades do Dourlesco, # Lewis € Tali, nsorcensnee st ieleatattt Pa Os cristais de tempo ‘© atual eo virtual: 0 menor circuito. * A imagem-cristal.* As dis- tingdes indiscerniveis. ° Os tds aspectos do circuito crstalino (exem- plos diversos). * A questo ambjgua do fihme dentro do filme: dinheito e 0 tempo, a arte industrial, ‘© atual c o virtual segundo Bergson. * Teses beresonianas sobce © tempo: a Tundagdo do tempo. .. 9% (0s quatro estados da cristal eo tempo. * Ophuls e o cristal perfel- to. © Renoir ¢ 0 ctistal rachado. * Fellini e a formagao do cristal, © Problema da snisica de cinema: cristal sonora, galope ¢ estribi- Tho (Nino Rots). * Visconti e o cristal em decomposigao: os cle montos de Visconti dtaieae aire 04 Pontas de presente ¢ lenedis de passado (Quarto comentario a Bergson) AAs duas imagens-tempo diretas: coexisténcia dos fengdis de passa- do (aspectos), simultaneidade das pontas de presents (acentos). * ‘A segunda imagem-tempo: Robbe-Girille, Buituel. * As diferen- cas inexpliciveis. * Real ¢ imaginério, verdadeiro e falso. ...-.. 121 A primeira imagem tempo: os lenpéis de passado segundo Orson Welles. * As questdes dle profundidade dle campo, * Metafisica da meméria: as lembrangas evocdveis initeis (imagem-lembranga), as Jembrangas inevovdveis (alucinagdes). * A progressio dos filmes de Welles. * A meméria, o tempo e a terra... - 129 5 lengéis de passado segundo Resnals. * Memdria, mundo e ida- des do mundo: @ progress dos filmes. * As leis de transforma- 40 dos lengdis, as alternativas indecidiveis. ° Plano longo e mon- tagem de planos curtos. * Mapas, diagrama e funedes mentais. * ‘Topologia ¢ tempe nao-cronolégico. * Dos sentimentos ao pensar mentor @ RIPNOSE. ors orerernte sestseteeesee MI AS porncias do faiso (0s dois regimes da imagem: do pont de vista das deserigdes (des- crigao organiea e descrigdo eristalina), * Do ponto de vista das nar- rages (narrasio veridica ¢ narraglo falsificante). * O tempo e 2 potincia do falso na imagem. * A personagem do falsério: sua mul ‘iplicidade, sua poténcia de metamorfose. .... pesceeees 155) Orson Welles ea questo da verdade, * Critica do sistema de jul samento: de Lang a Welles. * Welles e Nietzsche: vida, dovir ¢ po- téncia do falso. * A transformagao do centro em Welles. * A com plementaridede de montagem de planos curios © do plano- soqiiéncia. * As grandes séries de falsérios. * Por que nem :udo se equivale. 168 Do ponto de vista do relsto (narrativa veraz e narrativa simulan- te). * O modelo de verdade no real ena fiegao: Eu=Eu, * A dupla transformagao do real ¢ da fleedo. * “Ew é outro": a simulagio, a fabulagdo. * Perrault, Rouch ¢ 0 que quer dizer “cinema verdade". © antes, 0 depois ou 0 devir, como terceira imagem- tempo. 179 7 O pensamento € 0 cinema As ambigdes do primeito cinema: a arte das massas ¢ o novo pen- samento, o aut6mato espiritual. * O modelo de Eisenstein, © Pri- tieiro aspecto: da imagem ao pensamento, © chogue cerebral. * Segundo aspecto: do pensamento a imagem, as figuras ¢ 0 moné- logo interior. ® A questo da metafora: a mais bela metaiora do cinema. * Terceiro aspecto: a igualdade da imagem e do pensamen- 0,9 vncao do bomen ¢ do mundo, * 0 penne, potéaca ‘saber, 0 Tudo, 189 A crise do cinema, a ruptura, * Artaud precursor: a impoténcia de pensar. * Evolugao do autdmato espiritual. * Em que o cinema std essencialmente afetado. * Cinema e catolicidade: crenga, em vez de saber. * RazSes para erer neste mundo (Dreyer, Rossellini, Godard, Garrel. ... Unna estrutura teoremitica: do (eorema ao problema (Astruc, Pa- solini) * O pensamento do Fora: o plano-seailéncia * O problema, a excolha ¢o autOmato (Dreyer, Bresson, Rohmer) * O novo esta tuto do todo * Intersticio e corte irracional (Godard) * O destoca- mento do monélogo interior ¢ a recusa de metéforas * Retorno do problema ao teorema: © método de Godard e as eategorias. ... 209 198 3. Cinema, corpo e eérebro, pensamento “*Dé&me entéo um corpo”. * Os dois pélos: cotidianidade e eeri- moOnia. * Primeira aspecto do cinema experimental, * © cinema do corpo: das atitudes ao gestus (Cassavetes, Godard e Riveite) © Apds a nouvelle vague, * Garrel ¢ a questio da eriagdo cinema. togréfica dos corpos. * Teatro e cinema. * Doillon & a questio do espaco dos corpos: 2 nao-escolla. Dé-me um eérebro. * © cinema do cérebro e a questio da morte (Kubrick, Resnais), * As duas mudancas fundamentais do ponto de vista cerebral. * A tela preta ou tela branca, os cores irracio- 27

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