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Noticias da Manutenção

Baseada em Fiabilidade
Divulgação de noticias sobre Controlo de Condição,
Manutenção e o MIIT N.º 8 – Janeiro 2004

Editorial Plano de Formação 22000044


Numa época marcada pela necessidade de
reduzir custos, nunca é demais lembrar, que
Informatização e Gestão Global da
fazer bem à primeira, é em geral, uma das
Manutenção
formas mais eficazes de combater os custos. - Introdução à Organização e Informatização da
Daí a importância de garantir bons alinhamentos Manutenção
– ver artigo 1. - Optimização da Gestão Informatizada da Manutenção

Ainda neste número apresenta-se uma visão RCM


sintética sobre as exigências aplicáveis ao ruído - Introdução à Análise do Custo do Ciclo de Vida /
ambiental, factor importante ao nível da RAMS
- Curso Avançado de Quantificação de Risco e do
Qualidade Ambiental. Custo do Ciclo de Vida
- Introdução ás técnicas do RCM

ÍNDICE TPM
- Introdução ao TPM
1 - Notícias do - Curso Prático de Quantificação e Reporte em TPM
- Novas instalações em Lisboa
- Plano de Formação 2004 – Próximos cursos Outsourcing e Gestão Operacional da
2 - Artigos Técnicos
Manutenção
- Montagem e Seguimento de Contratos de Manutenção
ARTIGO 1 – As Dificuldades no Alinhamento de - Curso Prático de Planeamento e Gestão da
Manutenção
Acoplamentos

ARTIGO 2 – Ruído Ambiental Controlo de Condição


- Curso Básico de Medição de Vibrações
3 - NOTA FINAL - Curso Avançado de Diagnóstico
- Vibrações e Manutenção Condicionada
- Curso Básico de Equilibragem e Diagnóstico
- Diagnóstico de Avarias em Motores Eléctricos
1 - Notícias do - Diagnóstico de Avarias em Rolamentos e
Engrenagens
Novas Instalações em Lisboa - Integração de Tecnologias de Controlo de Condição –
Vibrações e Óleos
Para melhorar o seu funcionamento e a qualidade - Introdução à Utilização de Proximiters em Análise de
dos serviços que presta, o MIIT mudou as suas Vibrações
instalações de Lisboa. Estamos agora na Av. Elias - Alinhamento de Acoplamentos
Garcia, em plena zona das Avenidas Novas.
Engenharia de Ruído, Vibração e Tribologia
Av. Elias Garcia, 123, 5.º piso - Curso Básico de Análise de Lubrificantes
1050-098 Lisboa - Soluções Práticas de Redução de Ruído e Vibrações
- Controlo de Ruído em Instalações Técnicas
- Introdução à Análise Modal Experimental
Novos Telefones
Higiene, Segurança e Ambiente
Na sequência da mudança de instalações, os - Vibrações no Corpo Humano
contactos telefónicos do MIIT em Lisboa passaram a - Curso Básico de Ruído e Regulamentação Portuguesa
ser os seguintes:
Podem-se encontrar detalhes completos sobre estas
Tel. 21 7981300 acções no site do MIIT.
Fax 21 7981301

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Manutenção Baseada em Fiabilidade
2 – Artigos Técnicos

As Dificuldades no Alinhamento de
Acoplamentos
João Lourenço, MIIT

INTRODUÇÃO • Apertos: Verificar se a estrutura está bem


apertada e se não existem folgas excessivas,
É por demais reconhecida, por qualquer pessoa quer no veio, quer no acoplamento.
ligada à manutenção, a importância do correcto • Estado da base: Verificar a integridade da base e
alinhamento de uma máquina. Os seguintes se tem rigidez suficiente para não se deformar
benefícios tornam-se evidentes, mesmo a curto quando a máquina é apertada.
prazo: • Pata-coxa: Verificar com um apalpa-folgas se as
4 sapatas do motor eléctrico estão niveladas e
• Fiabilidade: Uma máquina alinhada produz assentam por completo na base.
menos esforços e vibra menos, o que aumenta a • Esforços da tubagem: A tubagem da máquina
vida útil dos seus componentes, tais como está em esforço a restringir o seu movimento?
rolamentos e acoplamento. • Estado do acoplamento: Se o alinhamento for
• Economia: Ao ter menos avarias, uma máquina feito com comparadores, confirmar que a
alinhada estará mais disponível para a produção superfície do veio onde assenta o comparador
e os custos com a sua manutenção baixarão não tem irregularidades.
drasticamente. • Liberdade de movimento: A máquina a ser
• Segurança: Em bombas de manipulação de movida tem espaço para se deslocar?
produtos químicos, é necessário evitar a fugas,
que podem ter consequências graves. Para os Não faz sentido partir para o alinhamento
retentores cumprirem o seu papel, é necessário propriamente dito sem realizar um pré-alinhamento.
um alinhamento dentro de tolerâncias apertadas. Tal consiste simplesmente em colocar a máquina “no
sítio”, sumariamente alinhada, com o auxílio de
ferramentas básicas, como a régua e o esquadro.

Para o alinhamento final, há a opção entre o


alinhamento com comparadores ou por laser. Em
termos de precisão, não existem grandes diferenças,
mas o laser revela-se muito mais rápido e eficiente.

DADOS INVÁLIDOS
Porém, é muito comum encontrar na indústria
máquinas desalinhadas. Algumas, certamente por Utilizando uma simples regra da validação, podemos
falta de cuidado, mas a maior parte devido a saber se os dados que estamos a obter são válidos,
problemas que impossibilitaram o seu alinhamento ou seja, se correspondem ao real desalinhamento da
em condições. O alinhamento de uma máquina é, máquina. Segundo a regra, a soma das 2 leituras na
por princípio, uma operação bastante simples e direcção horizontal terá de igualar a soma das 2
rápida, mas que, na presença de problemas como leituras na vertical:
folgas ou uma pata-coxa, se pode tornar complexa e
demorar muito tempo, sem que se atinjam resultados
satisfatórios.

Neste artigo, vamos debruçar-nos sobre as


dificuldades que se nos podem deparar no
alinhamento de acoplamentos.

O BÁSICO DO ALINHAMENTO Caso tal não se verifique, podemos estar na


presença de um dos seguintes problemas:
Antes de começar sequer o alinhamento, existem
algumas verificações, que permitem detectar se a • Mau funcionamento ou má montagem dos
máquina está apta a ser alinhada: comparadores.

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o Verificar se o movimento dos
comparadores é regular e se não
perdem o contacto com o acoplamento
durante a rotação.
• Irregularidades na superfície do acoplamento
o Há que proceder à limpeza do
acoplamento
• Folgas no veio
• Veio deformado ou empenado
• Erros de leitura
o Antes de tomar uma leitura como válida,
é também boa prática uma repetição,
para confirmar a repetibilidade dos EXPANSÃO TÉRMICA
valores.
Quantas vezes não nos aconteceu alinhar uma
máquina, ter a certeza de que o trabalho ficou
PATA COXA / BASE DESNIVELADA excelente e, pouco tempo depois de a ligarmos, ela
vibrar tanto ou mais do que antes do alinhamento? É
Problemas no apoio da máquina na respectiva base o caso típico do desalinhamento a quente.
são muito comuns, podendo ser causados por:

• Desnivelamento da base
• Falta de rigidez da base
• Desnivelamento das sapatas da máquina

Estima-se que 50 % das máquinas presentes na


indústria tenham problemas na base. Uma sapata
mal apoiada, além de provocar, por si só, vibrações
anormais na máquina, vai dificultar muito o seu
alinhamento.

Com as sapatas da máquina desapertadas, tudo se Acontece em máquinas que sofrem grandes
processa normalmente e conseguimos colocar a aquecimentos e nem sempre por igual, como por
máquina no sítio. Porém, à medida que se aperta a exemplo uma bomba de água quente. O
sapata mal apoiada, o desnível irá provocar uma aquecimento provoca dilatações, que vão afastar os
distorção que afastará o veio da posição de veios da sua posição de alinhamento. Para
alinhamento. Geralmente, é impossível estabelecer conseguirmos alinhar uma máquina nestas
uma relação linear entre a deformação e o condições, temos duas hipóteses:
afastamento do acoplamento, pelo que o
alinhamento se transforma num processo aleatório e, • Alinhar a máquina a quente, à sua
muitas vezes, é impossível. Para conseguir alinhar a temperatura normal de serviço.
máquina, só há uma solução: corrigir a pata-coxa. • Determinar a dilatação da máquina e
considerar esse valor no alinhamento.
A pata-coxa pode ser facilmente quantificada,
utilizando um comparador para medir o movimento A primeira hipótese é, na maior parte dos casos,
de cada sapata, quando é desapertada. inviável. Por muito rápido que seja o alinhamento, a
máquina já terá arrefecido e estará certamente longe
da temperatura inicial.

Será mais fiável calcular expansão térmica que a


máquina sofre e proceder ao alinhamento a frio. Tal
pode ser feito a partir da medição das temperaturas
em vários pontos da máquina e da utilização de
coeficientes de dilatação, que estão tabelados para
cada material:

E = h × ∆T × CD
A correcção da pata-coxa poderá ser feita fabricando
um calço à medida, que preencha todo o espaço E – Expansão em mm
vazio, de modo a garantir um apoio total da sapata. h – altura da base ao centro do veio
∆T – Diferença entre a temperatura a frio e a
temperatura em funcionamento

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CD – Coeficiente de dilatação do material (ex. aço: AS FERRAMENTAS
0.000011)
Para movimentar a máquina na direcção horizontal,
Este método é eficaz, mas como todos os métodos nada como ter parafusos posicionadores nas
teóricos, pode não resultar a 100 % quando passado sapatas. Mesmo que se trate de uma máquina de
à prática. Poderão existir outros efeitos a condicionar pequena dimensão, o ganho de tempo compensa a
a dilatação da máquina, tais como tubagens ou sua colocação. Um posicionador pode ser algo tão
uniões de diferentes materiais. simples como um conjunto porca/parafuso soldado
na base.
O método mais eficaz será proceder à medição da
dilatação que realmente acontece. Utilizando um Já os calços são tipicamente um problema crónico
comparador, medimos os desvios no acoplamento, em qualquer alinhamento. Geralmente, vamos à
ao mesmo tempo que registamos as temperaturas na oficina tentar aprovisionar toda a espécie de lixo,
carcaça da máquina entre chapas, pequenas barras e até latas de bebida.
Segue-se o trabalho moroso de medir a espessura,
que por vezes não é uniforme. Finalmente, cortar à
RESTRIÇÕES AO MOVIMENTO medida desejada e fazer um U para entrar no
parafuso. É certo que fica sempre alguma rebarba...
Esta situação é de fácil prevenção na fase do Depois de colocados e quando chega finalmente a
projecto, mas é muito comum chegar a meio de um altura de apertar os parafusos, não raras vezes
alinhamento e descobrir que o motor tem que se aquele amontoado de chapas actuará como uma
mover um pouco mais para a esquerda e os furos já mola e a espessura que pensámos que lá estava
não o permitem. Numa situação destas, o mais fácil afinal é muito maior. Mas se apertarmos demasiado,
será o alargamento dos furos, de modo a permitir o é certo que vamos comprimir o material e diminuir a
movimento necessário. sua espessura. O nosso alinhamento passou de uma
operação rápida e objectiva para um processo
Outra situação muito comum é já não existirem iterativo e demorado...
calços para retirar quando temos que baixar o motor.
Temos duas hipóteses: ou maquinamos as sapatas
do motor, ou rectificamos a base da máquina. Se for
este o caso, poderemos aproveitar para corrigir
problemas de nivelamento da base.

Existe também a hipótese de mover a parte fixa


(bomba, ventilador...), o que geralmente é a solução
mais simples, mas que nem sempre é possível. Tal Basta fazer algumas contas simples para chegar à
deve ser feito sempre sem que a tubagem ou outros conclusão que é muito mais rápido e económico
elementos estruturais da máquina fiquem em utilizar chapas pré-fabricadas, à venda no mercado.
esforço. Tal pode provocar esforços nos rolamentos Fabricadas em inox, de espessura calibrada e
que reduzirão a sua vida. marcada, são um bom investimento. E podem
sempre ser retiradas e voltadas a utilizar em futuros
alinhamentos.

Bons alinhamentos!

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Ruído Ambiental
Carlos Renato, MIIT

INTRODUÇÃO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Quando uma fonte sonora vibra, provoca variações O Decreto – Lei nº 292/2000 clarifica ainda quais as
de pressão no ar ambiente, que se sobrepõem à autoridades competentes e o seu campo de
pressão do ar. actuação para o controlo de ruído.

Nos tempos modernos, o ruído é uma das principais


causas de degradação da qualidade do ambiente O princípio genérico é que cabe às autoridades
urbano. Os transportes são os principais responsáveis pelo licenciamento ou autorização de
responsáveis mas existem outras fontes perturbantes uma determinada actividade a fiscalização do ruído
como a indústria, o comércio, o ruído de vizinhança, provocado por essa actividade. Assim, por exemplo,
etc. devem encaminhar-se para as Direcções Regionais
da Economia ou para as Direcções Regionais da
È muito difícil quantificar a incomodidade porque Agricultura as queixas relativas ao ruído produzido
muitas vezes o ruído é desagradável para algumas por estabelecimentos industriais. Reclamações sobre
pessoas mas agradável para outras. estabelecimentos comerciais ou de restauração
devem ser dirigidas às respectivas Câmaras
Geralmente os efeitos na saúde do ser humano Municipais.
quando expostos a níveis de ruído elevados podem-
se traduzir em stress, cansaço, perturbações no As autoridades policiais fiscalizam ruído de
sono, capacidade de concentração e hipertensão vizinhança e ruído de actividades ruidosas
arterial. temporárias, para além das suas competências de
fiscalização do ruído de tráfego rodoviário nos
Com o intuito de fazer frente a este problema foi termos do Código da Estrada. Cabe às entidades
publicado em Diário da República o novo regime responsáveis pelas infra-estruturas de transporte o
legal sobre poluição sonora pelo Decreto – Lei nº controlo do ruído a elas associado.
292/2000, de 14 de Novembro, que entrou em vigor
a 15 de Maio de 2001. Este Decreto – Lei reforça o Subsidiariamente as autoridades ambientais,
controlo preventivo e repressivo do ruído para a nomeadamente as Direcções Regionais do Ambiente
salvaguarda da saúde e bem-estar das populações. e do Ordenamento do Território (DRAOTs) e a
Inspecção Geral do Ambiente (IGA), podem também
As principais inovações da legislação são: ser chamadas a actuar na fiscalização do ruído.

- A integração da prevenção do ruído na


política de ordenamento de território;

- A fiscalização do ruído de vizinhança;

- As restrições às actividades ruidosas


temporárias baseadas em regras de fácil
verificação;

- Os planos de redução de ruído para as


situações mais gravosas;

- Os planos de monitorização para as


principais fontes de ruído ambiente;

- Mapas de ruído

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Medidas Gerais de Prevenção e Controlo da
Poluição Sonora

A qualidade do ambiente sonoro deve ser obtido,


conforme o especificado pelo Artigo 4º do RGR:
a) As zonas sensíveis não podem ficar
expostas a um nível sonoro contínuo
equivalente, ponderado A, LAeq, do ruído
ambiente exterior, superior a 55 dB no
período diurno e 45 dB no período nocturno.
b) As zonas mistas não podem ficar expostas a
um nível sonoro contínuo equivalente,
ponderado A, LAeq, do ruído ambiente
exterior, superior a 65 dB no período diurno
e 55 dB no período nocturno.

Refira-se que pelo disposto no artigo 3º entende-se


por zonas sensíveis as áreas definidas em
instrumentos de planeamento territorial como
vocacionadas para usos habitacionais, existentes ou
previstos, bem como para escolas, hospitais,
espaços de recreio e lazer e outros equipamentos
colectivos prioritariamente utilizados pelas
populações como locais de recolhimento, existentes
ou a instalar e por zonas mistas as zonas existentes
ou previstas em instrumentos de planeamento
territorial eficazes, cuja ocupação seja afecta a
outras utilizações, para além das referidas na
definição de zonas sensíveis, nomeadamente a
comércio e serviços.

De acordo com o nº3 do artigo 8º do RGR, o valor da


diferença entre o LAeq do ruído ambiente particular
corrigido (LAr), e o LAeq do ruído residual, não
poderá exceder os 5 dB(A) no período diurno e os 3
dB(A) no período nocturno.

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3 – Nota final
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