GUSTAVO LAZARINI
UBERABA – MG
09/12/2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
UBERABA – MG
09/12/2016
Sumário
As chapas de aço – liga fabricadas pela empresa Nippon® foram entregues e para a
fabricação de dois tubos que serão instalados na refinaria em construção deve-se seguir as
especificações de projeto que são colocadas na tabela 1 abaixo.
A partir de chapas de aço modelo WEL – TEN 780 da fabricante japonesa, relativo ao
aço - liga A514 Gr.F, da norma ASTM , fabricou-se a perna e o braço, sendo necessário a
junção de algumas chapas para adquirir o diâmetro necessário. O catálogo do fabricante se
encontra nos anexos.
Através da equação (1) abaixo, a partir do diâmetro nominal de cada parte, encontra-se
o comprimento necessário da chapa para fabricação do tubo.
𝐶 = 𝜋∗𝐷 (1)
Do Autor, 2016.
A soldagem é feita em seguida, exigindo a norma ANSI/ASME B.31 que a solda seja
de topo, no mínimo em dois passes, feita externa e internamente. Ela irá ocorrer após ter
realizado os chanfros em V.
Para a perna maior que 2”, desde que o diâmetro do tubo – tronco seja maior que o
diâmetro da perna, o sistema mais usual em tubulações industriais é a solda direta de um tubo
no outro (boca – de – lobo ) (TELLES, 2001).
O transporte da perna será realizado por um caminhão trucado, por estar dentro das
especificações acima, com as dimensões de acordo com a tabela 1.
Os veículos especiais, que por sua construção excedem as dimensões normais, serão
objeto de licença especial e poderão trafegar desde que estejam dentro dos limites abaixo:
Fonte : www.guiadotrc.com.br
O destino final será na refinaria, onde as partes serão descarregadas para serem
montadas no local.
Montagem Final
Fonte : www.deso-se.com.br
Poderão, ainda, ser utilizadas cintas de lona ou nylon tipo “sling” ou qualquer material
que não danifique o revestimento externo.
Caso seja utilizada apenas uma cinta, esta deverá ser posicionada a meia distância das
extremidades do tubo, de forma a equilibrá-lo. No caso de utilização de duas peças, o
equilíbrio será mantido através de um “balancim”, conforme a Figura 5.
Fonte : www.deso-se.com.br.
- Boa aparência;
A solda de topo é a mais indicada para ligações de tubos grandes para qualquer tipo de
aço, toda faixa usual de pressões e de temperaturas. Já os chanfros para a solda devem estar de
acordo com a norma ASME B.16.25, e para o presente projeto, com espessura dos tubos entre
3/16” e 3/4”, eles serão em “V” com ângulo incluso de 75°, como na figura 6. Os chanfros
serão realizados na abertura da boca -de- lobo do braço e em uma extremidade da perna, todos
realizados na própria
Após o primeiro passe (passe raiz ser realizado) com o eletrodo E6010 a ser utilizado,
é necessário fazer a limpeza da junta com uma escova, que será usada também no entrepasses.
Após os demais entrepasses realizados E7018, é utilizado um picador ou mesmo uma
esmerilhadeira portátil para remover as escórias. Além disso é feito um guia para iniciar e
facilitar os demais passes.
Após a soldagem será realizada a verticalização dos segmentos, que deverá ser feita
com dois guindastes. Um primeiro equipamento faz o içamento da parte superior, enquanto
um segundo, capaz de se deslocar com a carga, faz o arraste da parte inferior até o
aprumamento do conjunto.
Como uma alternativa poderá ser utilizada torres situadas em ambos os lados, para
promoverem o içamento da parte superior por meio de macacos trepadores enquanto a inferior
desliza sobre trilhos, ou é deslocada por um guindaste sobre esteiras.
RELATÓRIO 2 – Condições teóricas de soldagem
A posição para iniciar a soldagem é a 5G, com o eletrodo revestido celulósico para passe raiz
E6010, com a direção descendente e os soldadores realizarão o processo de soldagem na
vertical e também sobrecabeça. Atentando-se para a limpeza nos cantos para evitar a inclusão
de escória e os cuidados com a poça de solda, evitando escorrimentos, os próximos passes
para enchimento e acabamento serão realizados com o eletrodo revestido E 7018-1, de acordo
com as normas da AWS 5.1.
Com relação à identificação da norma AWS 5.1 para eletrodos revestidos para aço
carbono, podemos observar que a letra E (figura 7) indica que se trata de um eletrodo
revestido; os dois números seguintes nos dão o limite de resistência, nas versões métricas da
norma AWS, identificadas como M, as unidades de medidas se baseiam no sistema
internacional, no qual, por exemplo, o limite de resistência se mede em MPa (1 MPa = 0,102
Kg/mm2). Em nosso caso, utilizando o exemplo de um eletrodo classificado como E6010,
este corresponde a uma resistência mínima à tração de 60.000 psi (cerca de 42Kg / mm2 ou
415 MPa).
Fonte: www.esab.com.br
Fonte: www.esab.com.br
Sabe-se então pela figura anterior que se utilizará a corrente contínua de polaridade
positiva, que é comum para ambos os eletrodos com ultimo dígito 0 e 8, E6010 e E7018
respectivamente.
A tabela 5 abaixo fornece a classificação AWS para a relação entre o diâmetro do
eletrodo e a corrente necessária de soldagem, destacando a classificações utilizadas para o
projeto.
Fonte: www.esab.com.br
A fabricação dos tubos para instalação da tubulação da indústria petroquímica deve ser
feita pelo processo de soldagem por eletrodo revestido. Assim, a soldagem deve ser realizada
durante a instalação, ou seja, a soldagem será no campo. Consequentemente há uma
necessidade de um porta eletrodo de maior comprimento, pois pode ser que a montagem fique
distante de uma fonte de energia. Considerando possível situação, o comprimento do porta
eletrodo selecionado deve ser de 20 metros.
Para o cálculo do diâmetro do porta eletrodo é dimensionado a partir das equações (2)
que considera a resistência elétrica a partir de uma corrente, comprimento, diferença de
potencial, material e área da seção transversal do cabo.
𝑈
𝑅 =
𝐼
𝜌𝑙 (2)
𝑅=
𝐴
𝜋𝐷²
𝐴=
4
No site da Sil existe vários cabos disponíveis para a compra conforme mostra a Figura
8. O cabo selecionado foi o da segunda linha.
Figura 8 - Cabos da fonte de solda da SIL.
Realizando uma análise dos resultados comparativos entre as duas fontes de soldagem,
Tabela 6, optou por escolher a fonte de solda da Bambozzi, pois além desde ser um fabricante
nacional, existe uma disponibilidade maior de assistências técnicas para manutenção da
máquina caso necessário.
De acordo com o relatório 5, o cabo para fonte de solda também já foi selecionado.
RELATÓRIO 7 – Estoque de peças de consumo
Já o eletrodo E7018, por se tratar de um eletrodo básico, optou por escolher a maior
diâmetro possível. A fonte de solda Bambozzi consegue suportar um eletrodo de até 4mm de
diâmetro. A recomendação da corrente é entre 130 a 200 A. O comprimento do eletrodo é de
450mm.
E 6010
𝟏𝟓𝟎 𝟕𝟏𝟑 𝒎𝒎
= 431 eletrodos
𝟑𝟓𝟎 𝒎𝒎
E7018
𝟑𝟑𝟐 𝟓𝟗𝟎 𝒎𝒎
= 834 eletrodos
𝟒𝟎𝟎 𝒎𝒎
Portanto serão necessários no estoque 431 eletrodos E 6010 e 834 eletrodos E7018.
RELATÓRIO 10 – Eletrodo revestido
Os eletrodos a serem utilizados em juntas com chanfro reto, ou naquelas que exigem
rígido controle dimensional, deve ser aqueles que produzem maior penetração. Sobre chapas
finas, são preferíveis aqueles de pequena penetração.
Para a soldagem nas posições vertical e sobre cabeça, as menores bitolas de eletrodos
são escolhidas, pois é mais fácil manejar uma pequena poça de fusão que uma grande.
Os eletrodos com alta taxa de deposição são projetados para soldar em alta velocidade
nas posições plana e horizontal. Existindo a necessidade de vários passes, o primeiro deve ser
depositado com maior volume sobre a chapa inferior. A penetração é pequena, com cordão
plano ou ligeiramente convexo. A ponta do eletrodo é mantida alguns milímetros a frente da
poça de fusão, com alta velocidade de soldagem, mas que permita perfeita proteção da
escoria.
Eletrodos com média taxa de deposição e penetração, podendo soldar todas as
posições. Os mesmos adequam-se aos casos de soldas irregulares, ou curtas, cuja posição é
alternada frequentemente
Alta penetração , com rápida solidificação da solda. Indicados para as posições vertical
e sobre cabeça
Os Tipos de revestimento podem ser:
Ácido: Consumível não muito utilizado, pois possui baixas propriedades
mecânicas / metalúrgicas;
Básico: O metal de solda depositado por esse consumível pode apresentar as
melhores propriedades mecânicas / metalúrgicas entre todos os eletrodos. A
escória se apresenta fluida e é facilmente destacável.
Celulósico: Caracteriza-se pela elevada produção de gases, os quais são
resultantes da combustão dos materiais orgânicos que contem. Os principais gases
gerados são CO2, CO, H2, H20 e sub produtos. A atmosfera redutora que se forma,
é a principal responsável pela proteção do metal fundido da atmosfera ambiente.
Porém, o nível do hidrogênio depositado no metal de solda é muito alto,
impedindo seu uso em estruturas muitas constrangidas e cujos materiais sejam
suscetíveis a trincas. A penetração é alta, causando grande volume de respingos e
alta penetração; é produzida pouca escoria, a qual é facilmente destacável. O aspecto
do cordão não é bom, apresentando escamas irregulares. Esse consumível é muito
utilizado na execução de passe de raiz em geral; soldagem de tubulações na
posição vertical, de forma que os passes são feitos rapidamente, com boas
características mecânicas, mantendo a junta quente e permitindo a evolução do
hidrogênio para o ambiente.
Rutílico: Produz uma escoria abundante, densa e de fácil destacabilidade. São
eletrodos de fácil manipulação e poder ser usados tanto em CC ou CA, em
qualquer posição. Produz cordão de bom aspecto de media ou baixa penetração.
Eletrodos de grande versatilidade e de uso geral.
Variáveis Pré-Selecionadas
São itens mais difíceis de serem quantificados, pois incluem os ângulos de trabalho e
de deslocamento, além de técnicas de movimento na extremidade do eletrodo (tecimento).
Modo de Preparo
O preaquecimento faz com que a junta soldada atinja temperaturas ligeiramente mais
elevadas e que permaneça nestas temperaturas por mais tempo. Isto permite que o hidrogênio
dissolvido, em sua maior parte na austenita, tenha possibilidade de se difundir. lntenciona-se
com o preaquecimento evitar a formação de martensita, assim como reduzir a possibilidade à
fissuração pelo hidrogênio.
Entre as deposições de cada eletrodo, a temperatura da chapa não deve exceder 100 °C
nos interpasses.
O outro lado deve ser soldado de maneira similar, iniciando em 6:00h. Os passes
subsequentes são realizados com eletrodos de bitola 4,0 mm em tecimento em “C”, na mesma
progressão do passe raiz.
Figura 12 - Data sheets das variáveis soldagem das chapas para junta em V.
Tabela 11 - Data sheets das variáveis soldagem dos tubos para junta em V.
N° Eletrod Vel. Diâmetr Metal Temp Corrent Tensão Temperatura pré-
Pass o (mm/s o (mm) de o de e aquecimento/
e ) adição arco interpasse/ pós
(kg/m) aquecimento (°C)
1 E6010 1.9 325 0.13 11.8 80 A 22-28V <104 / < 100 / < 250
5 E7018 12.6 400 0.05 10.53 200 A 21-32V < 104 / < 100 / < 250
Fonte: Do autor, 2016.
Figura 13 - Data sheets das variáveis soldagem dos tubos para junta em V.
Figura 14 - Layout 1.