SÃO PAULO
2017
ACÁSSIA FERNANDA DA SILVA
SÃO PAULO
2017
Silva, Acássia Fernanda da
O impacto da institucionalização na criança e no
adolescente: os danos à saúde mental / Acássia Fernanda
da Silva – São Paulo, 2017.
29 f.
Trabalho de conclusão de curso (especialização) –
apresentado à pós-graduação lato sensu da Universidade
Paulista, São Paulo, 2017.
Área de concentração: Saúde mental
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
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Dedico esse trabalho a meu marido Wallace e meu filho Pietro que me
apoiaram durante todo o trajeto rumo a mais essa conquista. Minha família é
tudo para mim, é sem dúvida meu porto seguro. Meu marido e meu filho tem
sido compreensivos em minha busca constante por aprimoramento e
conhecimento. Sabem que o Serviço Social é, mais do que minha profissão,
minha essência. Certamente não é fácil conviver com alguém tão intensamente
apaixonada pelo social, a arte de olhar para o outro e ver além da figura!
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 10
2 OBJETIVO............................................................................................... 12
3 METODOLOGIA...................................................................................... 13
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 14
5 CONCLUSÕES........................................................................................ 26
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 28
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1 INTRODUÇÃO
As instituições que acolhem crianças e adolescentes em condições
socioeconômicas desfavorecidas, que perderam seus vínculos familiares,
vivem uma constante evolução desde a promulgação do Estatuto da Criança e
do Adolescente, em 1990 (RIZZINI; RIZZINI 2004).
Ao longo das décadas, gerações de crianças e adolescentes passaram
suas infância e adolescência dentro de uma instituição de abrigo. Marcadas
pelo abandono, exclusão, abusos e falta de direitos, ainda hoje, mesmo após o
Estatuto da Criança e do Adolescente, essa cultura persiste em estar presente
e crianças e adolescentes, ainda crescem longe dos vínculos familiares de
origem (RIZZINI; RIZZINI 2004).
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
que essa relação despertou nelas, levando algumas à adoção, como é o caso
de Isabella. A autora lembra que ainda sem adotar judicialmente, todas contam
histórias de crianças que ficam ou ficaram com elas além das fronteiras da lei.
Pois, apesar do dinheiro ser muito importante para complementar a renda
delas, chegam a ficar com as crianças em casa mesmo depois delas serem
desligadas do programa, como é o caso dos adolescentes com necessidades
especiais cuidados por Isabella e Regina (entrevistadas). As crianças que
chegam necessitadas de cuidado intenso recebem dedicação e afeto, e isso vai
além do que é pago a elas. E nesse sentido as crianças correspondem e
reconhecem o cuidado dispensado ressaltando a importância das mães
acolhedoras nas suas vidas chamando-as de “minha mãe”. Porém, a autora vai
dizer que mesmo fundamentada em sentimentos de afetos, como toda relação,
a relação mãe-filho substituta enfrenta dificuldades. E o tema da adoção é uma
das dificuldades mais comuns, pois a criança que deseja uma relação estável e
vive com a mãe acolhedora um vínculo afetivo tende a esperar que e essa o
adote.
A autora vai identificar como uma questão de extrema importância neste
tipo de relação é o como lidar com as consequências do abandono e os
comportamentos advindos da adolescência, assim, a autora percebe que há
uma dificuldade de colocar limites devido a um entendimento de que porque a
criança já sofreu muito não se pode ser muito enérgico ao chamar a atenção
quando se faz algo errado porque pode gerar problemas. Assim, compreende-
se que o modo de lidar deve ser diferente do empregado a uma criança que
não sofreu rejeição e/ou maus tratos, e por isso elas percebem a necessidade
de um acompanhamento psicológico não somente no início, quando a relação
se estabelece, mas durante alguns períodos mais críticos como a
adolescência. Agregado a psicoterapia, parece ser importante atividades
lúdicas e/ou de aprendizagem como cursos profissionalizantes para ocupar
melhor o tempo do adolescente.
Para Cavalcante (2006), a relação com a instituição deveria ser algo
que fundamentasse o trabalho da mãe acolhedora e da relação estabelecida
com a criança. Fazendo da mãe sua aliada, a instituição teria um serviço mais
responsável e motivado. No entanto, a autora percebe que algumas atitudes da
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5 CONCLUSÕES
Esta pesquisa objetivou identificar os possíveis danos à saúde mental de
crianças e adolescentes devido à institucionalização em instituição de abrigo.
As respostas para os objetivos específicos foram possivelmente construídas na
medida em que os autores do referencial teórico apontaram os motivos que
levam a institucionalização e os danos que a vivência dentro da instituição de
abrigo resulta em crianças e em adolescentes que passam suas infância e
adolescência institucionalizados.
Para tanto, os motivos que levam crianças e adolescentes a serem
institucionalizados, estão ligados à pobreza e à falta de políticas públicas.
Abandonos, rejeição, abusos físicos e sexuais, marcaram e marcam gerações
de crianças e adolescentes antes da institucionalização, e em muitos casos até
mesmo durante a institucionalização, crianças e adolescentes sofrem maus
tratos. Crianças e adolescentes são institucionalizados com vínculos familiares
fragilizados e crescem institucionalizados com algum tipo de déficit. A rotina
institucional vai contribuir para os danos à saúde mental uma vez que os
técnicos da instituição de abrigo não acolher devidamente essa demanda social
e/ou reproduzir algum tipo de negligência dentro desse espaço sócio-
ocupacional; não oferecer atividades voltadas à educação e entretenimento.
Em contrapartida, os técnicos das instituições se deparam com um leque
de armadilhas em seu cotidiano: salário baixo, alta rotatividade, falta de cursos
voltados ao desenvolvimento infantil, falta de políticas públicas, dentre outros.
O Estatuto da Criança e do Adolescente criado em 1990, dois anos
depois da Constituição Federal de 1988, avançou nos direitos legitimando
crianças e adolescentes. Direitos individuais, sociais e políticos ganharam
espaço no cotidiano desses sujeitos. Entretanto, 27 anos após sua
promulgação, esses avanços ainda são lentos.
Pode-se dizer que a caminhada está apenas no início, mais estudos
precisam ser feitos e propostos abordando a temática, construindo um olhar
reflexivo de que crianças e adolescentes passam suas infância e juventude
institucionalizados em instituição de abrigo, e que ao completar a maioridade
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REFERÊNCIAS