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Banca Examinadora:
Erwan Olliero
Orientador Empresa
Agustinho Plucenio
Orientador do Curso
2
Agradecimentos
Agradeço a todas as pessoas que contribuíram de modo direto ou indireto a
realização deste projeto de fim de curso, assim como a todos que colaboraram
comigo nesta caminhada durante os anos em que estive cursando o curso de
Engenharia de Controle e Automação Industrial.
Agradeço primeiramente a Deus por todas as oportunidades que Ele tem propiciado
em minha vida.
Aos meus pais Eloi Jacir Sfredo e Patrícia Pimenta Borém Sfredo que sempre me
incentivaram a seguir minhas escolhas, a lutar pelo que acho correto e me
ensinaram a ser quem eu sou. Meu muito obrigado! Eles são os alicerces de minha
vida que foi construída com muito amor, carinho e compreensão.
Aos meus irmãos, Tiago Borém Sfredo, Sara Borém Sfredo e Júlia Borém Sfredo,
que sempre me incentivaram nesta caminhada fornecendo muito apoio e carinho.
Ao meu orientador professor Agustinho Plucenio, pela disponibilidade de tempo e
pela orientação durante a realização deste projeto, por estar sempre disponível a
discussões.
Ao meu orientador Eng. Erwan Olliero, pela disponibilidade e boa vontade em me
ajudar sempre que necessário no desenvolvimento deste trabalho. Ao Eng. Helmut
Gmach por me auxiliar durante todo o desenvolvimento deste projeto assim como a
todos os funcionários da Schlumberger Wireline, por estarem sempre dispostos a
ajudar no que fosse necessário.
Agradeço de modo especial aos professores do Departamento de Automação e
Sistemas por todos os ensinamentos passados durante os anos de faculdade e
pelos laços de amizade criados.
Agradeço ainda o apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), por meio
do Programa de Recursos Humanos da ANP para o Setor do Petróleo e Gás PRH-
34 ANP/MCT.
Por fim agradeço o Programa PRH-34 e a equipe do Labmetro pela minha iniciação
na indústria do petróleo e por propiciaram grande parte do meu crescimento
profissional em um ambiente de grandes amizades.
3
Construção da Área de Calibração da Ferramenta de
Indução e Estudo de Sua Funcionalidade para Análise de
Propriedades Petrofísicas de Formações Geológicas
Banca Examinadora:
Erwan Olliero
Orientador Empresa
Agustinho Plucenio
Orientador do Curso
4
Resumo
i
Abstract
The demand of oil for the consuming market requires that the oil exploration
becomes faster and efficient. To supply this demand, the oil services companies that
work for the holder licenses of oil exploration companies, should search each time
for more high tech and precise tools.
The Schlumberger’ segment that is responsible for well and its fluids data
acquisition is called Wireline. Among Wireline’s tools, it will be highlighted on this
report the Array Induction Tool (AIT) that is responsible for formation resistivity
analysis. These resistivity data are used to analyze a formation’s petrophysics
properties.
To produce data that match the reality of a well, this tool should be calibrated
each 3 months in a calibration area specially built for this purpose. This area must be
free of conductive materials on surface and underground as well. To assure that the
area is really good for this purpose, it is necessary to make a series of
measurements that will show if it is good or not.
The Wireline headquarter in Macaé (RJ) was not equipped with such
calibration area, and every time it was needed to send the AIT to another location to
be calibrated.
This report presents the main services provided by an oilfield company such
as Schlumberger explaining deeper the Wireline segment and highlighting the Array
Induction Tool, its calibration process and the construction of the AIT calibration
facility in Macaé.
ii
Sumário
Resumo ............................................................................................................. i
Abstract ............................................................................................................ ii
5.1: Resistividade........................................................................................26
iii
6.1: Fator Geométrico .................................................................................33
7.1: Aplicações............................................................................................42
iv
10.2: Pesquisa pela Área de Calibração.....................................................77
Bibliografia:.....................................................................................................97
v
Capítulo 1: Introdução
1
resistividade da formação geológica da região em exploração para que, aliado aos
dados de resistividade da água presente no reservatório e a porosidade do
reservatório possibilitará encontrar a saturação de água do reservatório em estudo,
e conseqüentemente a quantidade de hidrocarbonetos presentes.
2
No capítulo 6 é explicado como é o princípio de funcionamento da ferramenta
de indução e a importância do fator geométrico no processo de medição.
3
Capítulo 2: Indústria do Petróleo e História da
Schlumberger
A rocha selante deve ser impermeável assim como possuir boa plasticidade
de forma a suportar os esforços provenientes de formações, normalmente estas
rochas são do tipo folhelhos ou evaporitos.
4
petróleo é uma das etapa mais caras em todo o processo de prospecção de
petróleo. Um programa de prospecção de petróleo visa localizar dentro de uma
bacia sedimentar o local que possua as características necessárias para a
acumulação de petróleo, e dentre estes locais, qual possui maior chance de
realmente conter petróleo.
5
Mais tarde, suportados por seu pai Paul Schlumberger, que era um visionário
e foi grande incentivador das pesquisas científicas dos seus filhos, Marcel
Schlumberger se une a seu irmão e juntos abrem o primeiro escritório da
Schlumberger, em Paris em 1920.
6
maior expansão no mundo. Os novos produtos e serviços entraram para consolidar
sua liderança tecnológica, e assim foi desenvolvida uma cultura verdadeiramente
internacional.
8
A estrutura organizacional da Schlumberger é dividida em segmentos de
atuação e em espaços geográficos (GeoMarkets). Inicialmente é dividida em dois
segmentos principais, Oilfield Services e WesternGeco, sendo esta última
responsável pelas atuações de sísmica para prospecção de petróleo. Na Figura 2
pode-se verificar essa primeira divisão.
9
do Oilfield Technologies, sendo o segmento de Wireline discutido num capítulo a
parte por se tratar do segmento relacionado ao escopo deste trabalho.
Nos idos dos anos 70, a atividade de perfuração estava extremamente alta.
SLB (Schlumberger) era líder no sistema de perfuração mas os clientes queriam
ainda mais, que a sub-superfície de um poço pudesse ser avaliada em tempo real.
10
Measurements While Drilling/Logging While Drilling: É a aquisição
de dados mecânicos e petrofísicos durante a perfuração que são transmitidos para a
superfície em tempo real com o propósito de avaliação da formação.
11
Figura 5 Poço Revestido
Estimulação
FlexTubo
12
2.3.2.3: Produtividade e Completação de Poço
13
Figura 6 Atividades de WCP
14
2.3.2.5: Resumindo as Atividades da Schlumberger
15
Capítulo 3: Wireline
Visão de Wireline
3.1.1: Histórico
16
O segumento de Wireline foi formando em 1927. Basicamente as
ferramentas (canos de aço cheios de eletrônicas por dentro) eram descidos na
extremidade do cabo, ou também chamda linha de metal (wireline) dentro do poço.
Conforme iam sendo puxadas para fora do poço, várias medições eram feitas com a
finalidade de ajudar o cliente a localizar, avaliar e produzir hidrocarbonetos.
17
cimentação para que se tenha certeza de que há cimento suficiente, que a liga entre
a formação e o cimento está boa, e certificar-se que não há espaço entre as zonas.
Pode-se também detectar corrosão ou danificações do revestimento, assim como
realizar o canhoneamento do revestimento, fazendo com que exista comunicação
entre a zona que contém hidrocarbonetos e a zona da parede do poço.
Figura 10 Canhão
A ferramenta Plataform Express (PEX) é exibida na Figura 11. Ela realiza três
diferentes medições (Resistividade, Densidade e Neutron) além de raios gama.
18
Figura 11 Ferramenta PEX
19
SLB fabrica suas próprias cargas explosivas – que se movem a alta velocidade,
empurrando tudo para fora do seu caminho. Dependendo dos objetivos do cliente,
pode-se perfurar buracos longos, rasos, curtos, amplos, com vários graus de
inclinação assim como com vários tiros por pé. Trabalha-se junto com o cliente para
determinar o melhor sistema de perfuração para alcançar os objetivos desejados.
3.4: Equipamentos
20
Figura 13 Caminhão de perfilagem e sonda
21
Capítulo 4: Conceituação de Borehole
Termo Definição
Tipo de O tipo de fluido em um reservatório é de extrema importância pois procura-se
Fluido por hidrocarbonetos. A interpretação deste dado que é coletado assume
primeiramente que, se não tem água presente na formação, então
provavelmente haverá hidrocarbonetos nesta formação. Na ausência de água,
deduz-se que há presença de óleo ou gás natural.
Porosidade A quantidade de fluido é importante pois esta informação dirá se o gás ou óleo
presente é suficiente para ser um produto comerciável ou não. Como é ilustrado
na Figura 14,o fluido presente em um reservatório está presente em minúsculos
espaços na estrutura ou matriz da rocha. Estes espaços são chamados de
espaços porosos e a porcentagem de espaço poroso no volume total da rocha
é chamada porosidade. Para o propósito de exploração de óleo e gás natural,
quanto maior a porosidade, maior o volume de fluido presente.
22
Figura 14 Saturação do óleo
Termo Definição
Mudcake Devido à pressão diferencial entre a coluna de lama no borehole e a formação, a
lama filtrada invade a formação permeável. Isso faz com que a lama se deposite na
parede do borehole, formando o mudcake. Normalmente o mudcake tem baixa
-2 -4
permeabilidade (10 a 10 md) e, uma vez desenvolvido, diminui
consideravelmente a taxa de invasão de lama filtrada.
Zona Muito próxima ao borehole, é a camada após o mudcake, conhecida com zona
Invadida invadida. Nesta zona, grande parte da água da formação original e alguns de seus
hidrocarbonetos podem ter sido “lavados” pelo filtrado. Ele contém, caso a “lavação”
seja completa, apenas lama filtrada. Se a formação continha hidrocarbonetos,
apenas uma quantidade residual de hidrocarbonetos resistirá.
24
invasão.
Zona A formação não perturbada além da zona de transição é denominada de zona não
Verdadeira invadida, virgem, não contaminada ou zona verdadeira. O tipo de fluido e
quantidade nesta zona é o que se quer determinar durante as interpretações dos
perfis.
25
Capítulo 5: Resistividade e Equação de Archie
5.1: Resistividade
26
• Espaço poroso: Espaços intersticiais entre os grãos que compõem a
rocha matriz.
Rw
Rt = 2
Φ * Sw
2
Equação 1
Onde:
a R
Rt = * wn
Φ m
Sw
Equação 2
Onde:
27
a = fator de correção local, leva em consideração grande número de variáveis
que podem afetar a formação em uma dada locação. Normalmente tem valor 1 para
rochas carbonatas e 0,62 para areias.
m = fator de cimentação, representa como os grãos em uma formação estão
grudados e também varia baseado nas características locais da formação.
Tipicamente tem valor 2 para rochas carbonatos e 2,15 para areias.
n = expoente da saturação. Tipicamente tem valor 2.
a
=F
Φm
Equação 3
a Rw a R
R0 = * = 0
Φm 1 Φ m
Rw
Equação 4 Equação 5
28
Reescrevendo a Equação 1 em termos do fator de formação, chega-se na
Equação 6
n
Rt * S w R
= 0
Rw Rw
Equação 6
Equação 7
R0
Sw = n
Rt
Equação 8
R0
Sw =
Rt
Equação 9
29
Capítulo 6: Indução
30
Figura 16 Teoria de Indução
31
transmissora e uma receptora – utiliza o princípio de indução eletromagnética para
estimar a resistividade da formação de um poço.
32
relacionado à avaliação da resistividade da formação. A magnitude da corrente na
bobina do receptor é proporcional à condutividade da formação.
33
Idealmente, para se obter o valor de Rt, bastaria medir a condutividade da
formação em um ponto fixo da zona virgem. Porém isto não é possível. Ferramentas
de indução são afetadas pelo shoulder beds, zona invadida e pelo borehole. A
resposta da ferramenta pode ser desmembrada na contribuição de cada parte
constituinte da formação. O fator geométrico total descreve a contribuição relativa de
cada porção da formação para formar o sinal total.
C a = C m G m + C xo G xo + C t Gt + C s G s
Equação 10 Condutividade
Onde:
Ca é a condutividade aparente
Cm e Gm são a condutividade e fator geométrico da lama respectivamente
Cxo e Gxo são a condutividade e fator geométrico da zona invadida
respectivamente
Ct e Gt são a condutividade e fator geométrico da zona virgem
respectivamente
Cs e Gs são a condutividade e fator geométrico do shoulder bed
respectivamente
34
Cada sinal é proporcional à condutividade e ao Gi, o qual depende apenas da
posição do loop com relação ao transmissor e receptor. Outro ponto importante é
verificar que a soma de todos os fatores geométricos deve ser 1.
Gi = 1
35
6.2: Skin Effect
36
6.3: Indutância Mútua
37
6.5: Efeitos da Parede da Formação
38
Capítulo 7: Laterolog
• Análise de invasão
• Correções do borehole
• Rasa
• Profunda
39
• Zona Invadida
• Azimutal
• Array
Profunda: Neste caso como mostra a Figura 24, a corrente está retornando
ao eletrodo da superfície em vez de retornar ao corpo da ferramenta. Isto mantém a
forma das superfícies equipotenciais muito mais profundas na formação garantindo
que a corrente medida está fluindo profundamente para dentro da formação.
40
mede-se três profundidades de investigação – para medir a espessura do mudcake,
a resistividade da zona invadida (Rxo) e a resistividade do mudcake (Rmc). Estas
medidas propiciam as entradas de correção do borehole para muitas outras
ferramentas.
41
Figura 27 Laterolog Array
Invasão Limitada
7.1: Aplicações
• Correlação
• Saturação da água
42
• Análise de invasão
• Boreholes com alto contraste entre Rt e Rm. Normalmente a taxa Rt/Rm deve
ser maior que 10.
43
Capítulo 8: Array Induction Tools – AIT
44
Figura 28 Processamento dos dados do AIT
45
Grandes profundidades de investigação (90 polegadas) conseguem
“enxergar” além de qualquer invasão.
Figura 29 Ação das bobinas de neutralização e ação da formação sobre as bobinas receptoras
(Rx)
Figura 30 AIT-H
46
investigação. Com os valores destas medições é realizado um processo de
engenharia reversa para que se obtenha uma estimação do valor de Rt
(resistividade da zona virgem ou verdadeira).
47
O 2º gráfico exibe uma visão 2D da função, como se estivesse observando a
lateral da ferramenta. Tem-se aqui dois pontos de interesse:
Onde:
σ é a condutividade
ρ é a distância radial
z é a distância axial
g é o fator geométrico
48
Figura 32 Resposta de Born duas - bobinas
49
8.1.2: Ponderação de Pesos entre os Arrays via Software
Os perfis são formados como uma soma ponderada das medições dos arrays
corrigidos pelo borehole. Os pesos são determinados definindo-se a reposta
desejada em termos da resolução vertical, profundidade de investigação e resposta
2D próxima ao borehole. O conjunto de equações resultantes é dependente e é
resolvida pela técnica dos mínimos quadrados para a matriz de inversão. Este
método de determinação foi desenvolvido pelo centro de pesquisas de
Schlumberger.
50
fatores de ponderação de pesos (baseados na função resposta Born) são
estabelecidos de tal maneira a representar a contribuição de cada um dos oito
arrays nas cinco curvas de profundidades de investigação. Cada medição do array
já ponderado é então somada para fornecer a resposta, como mostrado a seguir.
51
A resposta de cada anel e cada elemento do anel é uma função da distância
entre o anel e as bobinas (Tx e Rx).
o Resolução Vertical de 1 pé
52
Poço ruim
Lama salgada
Rxo<<Rt
53
borehole nos dados “crus” dos arrays de indução são feitas em tempo real, antes
que qualquer outro tipo de processamento de dado seja feito.
Pode-se definir quatro parâmetros que serão utilizados para esta correção.
São eles: resistividade da lama (Rm), resistividade da formação (Rf), raio do poço (r)
e standoff (s).
Com a informação dos dados dos quatro arrays é possível que se estime via
software apenas dois dos quatro parâmetros necessários conforme ilustra a Figura
38. Deve-se então escolher quais parâmetros serão computados para utilização da
correção do borehole.
Variável da Fontes
Formação
Condutividade O AIT-H possui um sensor que mede a resistividade da lama (Rm) integrado
54
da lama (Cm) na ferramenta. (Cm) pode ser calculado a partir de Rm).
55
A seqüência dos eventos a seres executados pode ser assim descrita:
56
Na Schluberger a telemetria é utilizada para efetuar a comunicação entre o
equipamento de superfície e o conjunto de ferramentas no fundo do poço conforme
pode ser observado na
Figura 40.
57
estes valores não forem iguais, isto indicará que houve um erro na comunicação e
este dado será descartado. O comando enviado à ferramenta também é verificado
através do método de CRC, comando com erro serão ignorados e o TCC irá acionar
um bit na sua mensagem requisitando ao módulo o reenvio do comando perdido.
Uma vez que a ferramenta de cima terminou de enviar seus dados, ela envia
o clock do TCC a ferramenta abaixo através do canal “UCLK” e então estará na vez
desta ferramenta enviar seus dados. Este esquema de “token clock” continuará para
as ferramentas abaixo até que todos os dados sejam transmitidos.
58
8.3.1: Modulação Bifásica
59
7. Aplicando um threshold na saída do equalizador, pode-se recuperar o
sinal bifásico.
• Correlação
• Saturação da água
• Análises de invasão
60
8.4.1: Perfil do AIT em uma Zona de Transição
Na Figura 45 é exibido um perfil gerado pelo AIT. Pode ser observado que
abaixo da profundidade de 5275 metros todas as curvas do AIT, que estão
investigando em diferentes profundidades, encontram-se juntas, ou seja, que a
resistividade da formação está constante ao longo da zona investigada. Analisando
ao mesmo tempo a curva de Raios Gamas (curva verde no lado esquerdo da figura)
verificamos que a incidência de raios gamas emitidos pela formação é relativamente
alta, o que implica que a formação possui elementos naturais que são emissores de
raios gamas, como potássio, tório ou urânio. Estes elementos estão presentes,
normalmente, em rochas argilosas, as quais possuem grau de permeabilidade muito
baixo, impedindo que haja fluxo de óleo ou gás.
61
Figura 45: Exemplo de um Perfil do AIT
62
assim, a ferramenta é mais acurada quando o sinal recebido é forte – em formações
de alta condutividade (baixa resistividade).
63
Dispositivos de resistividade (ferramentas de laterolog) são equivalentes a um
circuito serial.
64
Capítulo 9: Calibração
A calibração do AIT não pode apenas ser “perto suficiente”. O processo para
obter uma calibração de qualidade envolve dois componentes principais: o
equipamento/área de calibração e a técnica operacional.
65
A bobina transmissora induz uma tensão dentro do arco de teste que é
aproximadamente proporcional à sua área. Isto, por sua vez, ocasiona fluxo de
corrente que é inversamente proporcional à impedância do arco. Esta corrente
produz um campo magnético que é aproximadamente proporcional à área do arco,
sendo assim induzida uma tensão nos arrays receptores. Este casamento deve ser
modelado analiticamente com grande precisão, deste modo a acuracidade do
procedimento depende da acuracidade do diâmetro do arco e da sua impedância
total.
O lugar ideal para se medir e calcular o offset seria fora do espaço – algum
lugar sem vestígios algum de materiais condutivos. Como isto não é possível, o
melhor lugar para se calibrar é em uma área de calibração construída com duas
alturas para calibração. Nesta área de calibração a ferramenta fica suspensa em um
meio homogêneo “metade espaço”, uma situação que pode ser modelada
matematicamente com alto grau de acurácia. O efeito desta “metade espaço” varia
com a altura da ferramenta sobre o solo. A diferença na leitura da condutividade
entre as duas alturas proporciona a estimação tanto da condutividade na “metade
66
espaço” assim como o fator de correção do sinal do solo. O sinal restante, após
subtrair-se a contribuição do sinal do solo é o offset.
67
Figura 49 Diferença entre nível Alto e Baixo da sonda
68
9.3: Auto-Calibração (Calibração Secundária)
69
indicada como iT. Os arrays receptores percebem o estímulo desta corrente através
do array receptor de tensão.
Vr = iT (σ SE + σ A )η
Equação 12
S indRaw = iT (σ SE + σ A )ηG A G D
Equação 13
70
Para estabilizar a medição da indução contra mudanças da corrente do
transmissor e ganhos eletrônicos é necessário que se faça uma medida
independente deste produto.
S IndThruCal = iT KG A G D
Equação 14
S IndRaw i (σ + σ A )ηG A G D (σ SE + σ A )
= T SE =
S IndThruCal iT KG A G D K
η
Equação 15
^
S IndRaw K
S IndElecCal = ≅ σ SE + σ A
S IndThruCal η
Equação 16
71
SIndElecCal: Primeira estimação estabilizada da condutividade aparente [mS/m]
^
K
: Valor nominal calculado de k/η [mS/m]
η
modelo com valores nominais K̂ com o fator de correção GTL, que é o ganho do
η
arco de teste, conforme ilustra a equação a seguir:
K K
η = η GTL
Equação 17
^
S IndRaw K S IndRaw K
= GTL = S IndElecCal GTL = σ SE + σ A
S IndThruCal η S IndThruCal η
Equação 18
72
S IndElecCal GTL − S IndElecCal GTL = (σ TL + σ B ) − σ B = σ TL
TestLoop Background
Plus
Bachground
Equação 19
Resultando em:
σ TL
GTL =
S IndElecCal − S IndElecCal
TestLoop Background
Plus
Bachground
Equação 20
Equação 21
Equação 22
A diferença das duas leituras nas duas alturas pode ser modelada como
função apenas da condutividade da terra, sem ter que se preocupar com o offset
momentâneo da sonda. Como a diferença entre as condutividades para as duas
alturas é função apenas de uma variável, pode-se inverter esta função para obter-se
o valor de σGND, ficando:
σ GND = f (∆σ 1, 2 )
Equação 23
73
∆σ 1, 2 = σ altura 2 (σ GND ) − σ altura 1 (σ GND )
Modelado Modelado
Equação 24
Equação 25
Equação 26
σ SEC = −σ SE
Equação 27
Equação 28
74
Capítulo 10: Área de Calibração
A área de calibração deve ser livre de metais, pois a presença que metal na
área iria influenciar a calibração da ferramenta, uma vez que materiais condutivos
iriam alterar a intensidade do campo magnético gerado pelos array transmissor e,
por conseguinte, a corrente mensurada pelos arrays receptores.
Da mesma maneira que esta área deve ser livre de metais, deve também
estar longe de antenas e linhas transmissoras de energia, pois da mesma maneira
estes afetarão o campo magnético gerado.
75
Para a montagem da facilidade de calibração foram utilizados materiais
especialmente fabricados para este fim, pois não pode conter material condutivo,
como pregos, por exemplo.
76
Figura 53 Disposição da ferramenta na área de calibração
Esta facilidade deve ter capacidade de sustentar até1250 lbf (570 Kgf) e o
guincho tem que ter capacidade mínima para sustentar 2000 lbf (907 Kgf),
cumprindo-se assim com as especificações da empresa para levantamento de
pesos.
77
Baseando-se nestas informações, optou-se por utilizar o próprio AIT como
ferramenta de inspeção da área em questão, pois sua capacidade de investigação
vai além de 20 pés para dentro da terra, garantindo que toda a área que possa
influenciar sua medição estará livre de materiais condutivos.
Deve-se manter a atenção nos arrays 7 e 8, uma vez que estes são os arrays
de investigação mais profunda, ou seja, os que irão receber sinais provenientes de
lugares mais distantes (no interior do solo).
78
Figura 54 Posições a serem realizadas as medições
79
Figura 55 Caminhão com Unidade de Perfilagem
80
• Os “entulhos” poderiam também estar afetando a medição pois estes
eram condutivos.
81
Salientou-se também a necessidade de verificar se a ferramenta estava
totalmente alinhada pois durante as mudanças entre as posições de medição,
poder-se-ia ter deixado a ferramenta levemente inclinada, o que poderia ser o fator
causador da pequena diferença na medição da posição 9.
Este novo setup foi montando na carroceria de uma caminhonete, como pode
ser visto na Figura 57. Além de ser um setup menor, diminuindo a probabilidade de
causar ruídos nas medições, este novo sistema diminuiu enormemente os gastos
necessários com os aluguéis dos caminhões assim como não necessitou mais da
disponibilidade de uma unidade em terra para realização de tal atividade.
82
Figura 57 Novo setup do sistema de Medição
Este novo setup para medição da área iria facilitar muito as medições, uma
vez que as posições que estavam obtendo resultados ruins eram as posições que
serão afetadas por esta mudança (posições 6, 7, 8 e 9).
83
limite permitido (0,020 mm/m) porém ao realizar-se a medição array calibration
check o erro padrão do array A8 estava levemente fora de tolerância (0,021). Nas
posições seguintes até a quinta posição, todos os erros padrões do array A8
estavam fora de tolerância. Na posição 5 todos erros padrões estavam dentro da
tolerância, então repetiu-se as medições nas posições anteriores, obtendo-se agora
bons resultados. Quando se repetiu a medição da posição 1, suas leituras foram
diferentes daquela realizada logo após a computação. Acredita-se que isto possa
ser explicado por uma pequena diferença no posicionamento da ferramenta.
Como houve uma pequena diferença nas medições realizadas com relação à
primeira posição, e como é esperado que duas medições realizadas na mesma
posição produzam resultados bastante similares, decidiu-se realizar uma nova
medição em outra área do terreno.
84
Esta medição indicou que a área escolhida para a construção da facilidade de
calibração do AIT está em perfeitas condições, não possuindo nenhum material
condutivo nas proximidades que possam interferir no processo de calibração.
85
Capítulo 11: Resultados
86
para a calibração do AIT, pois poderia haver materiais condutivos em uma região
que estaria dentro do alcance do AIT porém fora do alcance do dispositivo
convencional.
87
Os valores computados do erro padrão referente ao array 8 nesta mesma
medição também encontraram-se fora do valor estipulado para as posições 7 e 9,
conforme pode ser observado na Figura 61.
88
11.1.3: Terceira Medição
89
Figura 64: Erro padrão refazendo medição das posições 1 a 4
90
para as medições referentes ao array 7 e na Figura 67 para as medições referentes
ao array 8.
91
Figura 68: Erro padrão das medições dos arrays 8
92
Foi desenvolvido um documento explicando como realizar este setup passo a
passo que foi publicado no InTouch para servir de orientação para as demais bases
de wireline existentes no mundo que não possuem caminhão de perfilagem e que
necessitem realizar tal tipo de medição em lugares distantes da base. Este
documento foi publicado como Local Best Practice – este tipo de publicação é
utilizado para sugerir como realizar determinada atividade em que se
encontrou/desenvolveu um procedimento mais simples/eficiente de realizar tal
atividade diferentemente do método convencional.
A área de calibração do AIT foi construída na área em que foi definida como
explicado no capítulo anterior. O procedimento para fixação dos postes no solo
assim como os suportes de sustentação da ferramenta nas duas alturas de 4 e 12
pés foram feitos conforme as especificações do SPC.
93
A nova área de calibração em Macaé trará grandes benefícios à base de
Wireline pois, a realização das calibrações dos AIT serão realizadas pelos próprios
engenheiros que utilizarão as ferramentas e os gastos com o transporte das
ferramentas de Macaé até São Mateus deixarão de existir assim como para as
demais auditorias internas realizadas pela Schlumberger, o quesito referente à área
de calibração do AIT contará como ponto positivo para a base Wireline – Macaé.
94
Capítulo 12: Conclusões e Perspectivas
95
Hoje a base de Macaé pode contar com uma área de calibração para as
ferramentas de indução que está totalmente dentro das especificações
estabelecidas pelos centros de pesquisa e desenvolvimento da Schlumberger. E
desde então as ferramentas pertencentes à base de São Mateus são enviadas a
Macaé para serem calibradas.
96
Bibliografia:
[2] Collier, H.A., “Borehole Geophysical Techniques For Determining the Water
Quality and Reservoir Parameters of Fresh and Saline Water Aquifers in Texas”,
Dallas, 1993
[4] Schlumberger Wireline & Testing, “Log Interpretation Charts” Houston, 1997
[5] Jahn, F., Cook, M., Graham, M., “Hydrocarbon Exploration and Production”,
Aberdeen, 2000
[6] Economides, M.J., Note K.G., “Reservoir Stimulation”, Houston, 1989, Second
Edition
97