Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Normas de
Home Busca Avançada Assinaturas
Publicação
CopyRight
Moreira Jr
Editora
Proibida a
reprodução sem
autorização
expressa
RBM Jun 13 V 70 N 6
págs.: 227 à 231
Sumário
Náusea e vômitos (NV) são os sintomas mais comuns durante a gravidez, geralmente iniciando-se
entre a 6ª e a 8ª semana, atingindo a intensidade máxima em torno da 9ª semana e resolvendo-
se até a 12ª semana. Embora sua etiologia seja, provavelmente, multifatorial, seu curso clínico se
correlaciona com as concentrações plasmáticas da gonadotrofina coriônica humana. Por
comprometerem a qualidade de vida, NV devem ser abordados com modificações dietéticas que
incluem dieta fracionada e redução do consumo de alimentos gordurosos, entre outras. O uso de
piridoxina pode melhorar a náusea de intensidade leve, embora não diminua significantemente os
episódios de vômitos. Os anti-histamínicos são os medicamentos mais utilizados como terapia
medicamentosa de primeira linha e têm sua segurança comprovada; dentre eles, o dimenidrinato
determina início de ação mais rápido e menor sedação que a meclizina. Entre os antagonistas
dopaminérgicos, a prometazina e a metoclopramida podem ser utilizadas, mas apresentam como
desvantagem o potencial de eventos adversos maternos. O antagonista dos receptores 5-HT3,
ondansetrona, pode ser considerado quando outros medicamentos não foram efetivos no
tratamento de NV de intensidade grave. Do mesmo modo, os corticosteroides devem ter seu uso
reservado para casos não responsivos a outros medicamentos e preferencialmente após a 10ª
semana de gestação.
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=5404&fase=imprime 1/6
10/12/2017 Moreira Jr Editora | RBM Revista Brasileira de Medicina
Sumary
Nausea and vomiting (NV) are the most common symptoms during pregnancy, usually starting
between the 6th and 8th weeks, reaching maximum intensity around the 9th week and solving
until the 12th week. Although its etiology is probably multifactorial, the clinical course correlates
with plasma concentrations of human chorionic gonadotropin. Because NV compromise the quality
of life, they should be addressed with dietary changes that include scheduled diet and reducing the
consumption of fatty foods, among others. The use of pyridoxine can improve mild nausea, though
it does not significantly decrease the episodes of vomiting. Antihistamines are the drugs most
commonly used as first-line therapy and present a proven safety profile; among them,
dimenhydrinate determines a faster onset of action and less sedation than meclizine. Among the
dopaminergic antagonists, promethazine and metoclopramide may be used, but they have
potential maternal adverse events as disadvantage. The antagonist of 5-HT3 ondansetron can be
considered when other drugs were not effective in the treatment of severe NV, as well as
corticosteroids, which must be reserved for cases not responsive to other drugs, and used
preferably after the 10th week gestation.
Resumo
Náusea e vômitos (NV) são os sintomas mais comuns durante a gravidez, geralmente iniciando-se
entre a 6ª e a 8ª semana, atingindo a intensidade máxima em torno da 9ª semana e resolvendo-
se até a 12ª semana. Embora sua etiologia seja, provavelmente, multifatorial, seu curso clínico se
correlaciona com as concentrações plasmáticas da gonadotrofina coriônica humana. Por
comprometerem a qualidade de vida, NV devem ser abordados com modificações dietéticas que
incluem dieta fracionada e redução do consumo de alimentos gordurosos, entre outras. O uso de
piridoxina pode melhorar a náusea de intensidade leve, embora não diminua significantemente os
episódios de vômitos. Os anti-histamínicos são os medicamentos mais utilizados como terapia
medicamentosa de primeira linha e têm sua segurança comprovada; dentre eles, o dimenidrinato
determina início de ação mais rápido e menor sedação que a meclizina. Entre os antagonistas
dopaminérgicos, a prometazina e a metoclopramida podem ser utilizadas, mas apresentam como
desvantagem o potencial de eventos adversos maternos. O antagonista dos receptores 5-HT3,
ondansetrona, pode ser considerado quando outros medicamentos não foram efetivos no
tratamento de NV de intensidade grave. Do mesmo modo, os corticosteroides devem ter seu uso
reservado para casos não responsivos a outros medicamentos e preferencialmente após a 10ª
semana de gestação.
Introdução
Náusea e vômitos (NV) são considerados os sintomas mais comuns durante a gravidez, afetando
de 50% a 90% das gestantes; em aproximadamente 35% delas esses sintomas são clinicamente
relevantes, cursando com sequelas físicas ou psicológicas. Apesar de serem comumente chamados
de "enjoo matinal", em algumas mulheres esses sintomas persistem durante todo o dia e sua
gravidade pode variar desde náuseas ocasionais até vômitos incoercíveis. De forma geral, NV se
iniciam entre a 6ª e a 8ª semana de gestação, atingem a intensidade máxima na 9ª semana e
encontram sua resolução até a 12ª semana. Um pequeno número de gestantes continua
apresentando esses sintomas após a 20ª semana de gravidez(1). A hiperêmese gravídica, a forma
mais grave de NV na gravidez, acomete menos de 1% das gestantes(2).
Quando as medidas não farmacológicas falham, a adição da terapia medicamentosa deve ser
considerada, com o emprego de substâncias com melhor perfil de efetividade e segurança
materna e fetal(7) (Tabela 1).
Uma vez que NV são sintomas que raramente ameaçam a vida, a terapia antiemética é
normalmente instituída com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das gestantes(9), que
podem ter sua vida profissional e familiar adversamente afetadas. De outra parte, nos casos em
que a intensidade dos vômitos é grave, podem também ocorrer desfechos fetais desfavoráveis,
dos quais, os mais comuns são o baixo peso ao nascimento e o parto pré-termo(3).
Piridoxina
Anti-histamínicos
*A: Estudos adequados, bem controlados em gestantes não demonstraram risco aumentado de
anormalidades fetais em nenhum trimestre da gravidez; #B: Estudos em animais não
evidenciaram dano fetal, mas não foram realizados estudos adequados e bem controlados em
gestantes OU estudos em animais demonstraram efeito adverso fetal, mas estudos adequados e
bem controlados em gestantes não evidenciaram risco fetal; &C: estudos em animais
demonstraram efeito adverso, mas não foram realizados estudos adequados e bem controlados
em gestantes OU não foram realizados estudos em animais ou estudos adequados e bem
controlados em gestantes.
Antagonistas dopaminérgicos
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=5404&fase=imprime 4/6
10/12/2017 Moreira Jr Editora | RBM Revista Brasileira de Medicina
Antagonistas do receptor 5-HT3
Outros medicamentos
Conclusão
Declaração de interesses
Este autor tem participação em estudos clínicos, conferências ou atividades de consultoria para
Takeda Pharma. Este artigo teve suporte financeiro de Takeda Pharma para sua realização e
publicação.
Bibliografia
1. Jarvis S, Nelson-Piercy C. Management of nausea and vomiting in pregnancy. BMJ.
2011;342:d3606.
2. Niebyl JR. Clinical practice. Nausea and vomiting in pregnancy. N Eng J Med. 2010 Oct 14;
363(16): 1544-50.
3. Ebrahimi N, Maltepe C, Einarson A. Optimal management of nausea and vomiting of pregnancy.
Int J Women's Health. 2010; 2:241-8.
4. Braunstein GD, Hershman JM. Comparison of serum pituitary thyrotropin and chorionic
gonadotropin concentrations throughout pregnancy. J Clin Endocrinol Metab. 1976 Jun;42(6):1123-
6.
5. Weigel MM, Weigel RM. Nausea and vomiting of early pregnancy and pregnancy outcome. An
epidemiological study. Br J Obst Gynaecol. 1989 Nov; 96(11):1304-11.
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=5404&fase=imprime 5/6
10/12/2017 Moreira Jr Editora | RBM Revista Brasileira de Medicina
6. Asker C, Norstedt Wikner B, Kallen B. Use of antiemetic drugs during pregnancy in Sweden. Eur
J Clin Pharmacol. 2005 Dec; 61(12):899-906.
7. Smith J, Refuerzo J, Ramin S. Treatment and outcome of nausea and vomiting of pregnancy.
2013 [updated Apr 16, 2013]. Available from: http://www.uptodate.com/contents/treatment-and-
outcome-of-nausea-and-vomiting-of-pregnancy.
8. Borrelli F, Capasso R, Aviello G, Pittler MH, Izzo AA. Effectiveness and safety of ginger in the
treatment of pregnancy-induced nausea and vomiting. Obst Gynecol. 2005 Apr; 105(4):849-56.
9. Magee LA, Mazzotta P, Koren G. Evidence-based view of safety and effectiveness of
pharmacologic therapy for nausea and vomiting of pregnancy (NVP). Am J Obst Gynecol. 2002
May;186(5 Suppl): S256-61.
10. King TL, Murphy PA. Evidence-based approaches to managing nausea and vomiting in early
pregnancy. J Midwif Women's Health. 2009 Nov-Dec; 54(6):430-44.
11. Seto A, Einarson T, Koren G. Pregnancy outcome following first trimester exposure to
antihistamines: meta-analysis. Am J Perinatol. 1997 Mar; 14(3):119-24.
12. Freedman SB, Fuchs S. Antiemetic therapy in pediatric emergency departments. Ped Emerg
Care. 2004 Sep; 20(9):625-33; quiz 33-5.
13. Einarson A, Maltepe C, Boskovic R, Koren G. Treatment of nausea and vomiting in pregnancy:
an updated algorithm. Can Fam Physician (Medecin de Famille Canadien). 2007 Dec; 53(12):2109-
11.
14. Czeizel AE, Vargha P. A case-control study of congenital abnormality and dimenhydrinate
usage during pregnancy. Arch Gynecol Obst. 2005 Feb; 271(2): 113-8.
15. Meclizine professional monograph. Available at http://www.drugs.com/monograph/meclizine-
hydrochloride. html.
16. Dimenhydrinate professional monograph. Available at
http://www.Drugs.Com/monograph/dimenhydrinate. html.
17. McDonald K, Trick L, Boyle J. Sedation and antihistamines: an update. Review of inter-drug
differences using proportional impairment ratios. Hum Psychopharmacol. 2008 Oct; 23(7):555-70.
18. Chinzon D, Zuquim S. Uso racional de antieméticos na gastroenterite aguda. RBM - Rev. Bras.
Med. 2013; 70(4):140-143.
19. Gullapalli RP. Soft gelatin capsules (softgels). J Pharmaceut Sci. 2010 Oct; 99(10):4107-48.
20. Jones WJ, 3rd, Francis JJ. Softgels: consumer perceptions and market impact relative to other
oral dosage forms. Adv Ther. 2000 Sep-Oct; 17(5):213-21.
21. Metoclopramide hydrochloride professional monograph. Available at
http://www.Drugs.Com/monograph/metoclopramide-hydrochloride.Html.
22. Plasil (Cloridrato de Metoclopramida) - Sanofi-Aventis. Bula do Medicamento.
23. Anderka M, Mitchell AA, Louik C, Werler MM, Hernandez-Diaz S, Rasmussen SA, et al.
Medications used to treat nausea and vomiting of pregnancy and the risk of selected birth defects.
Birth defects research Part A. Clin Mol Teratol. 2012 Jan; 94(1):22-30.
24. Pasternak B, Svanstrom H, Hviid A. Ondansetron in pregnancy and risk of adverse fetal
outcomes. N Engl J Med. 2013 Feb 28; 368(9):814-23.
25. Park-Wyllie L, Mazzotta P, Pastuszak A, Moretti ME, Beique L, Hunnisett L, et al. Birth defects
after maternal exposure to corticosteroids: prospective cohort study and meta-analysis of
epidemiological studies. Teratology. 2000 Dec; 62(6):385-92.
26. AHFS drug information: Pyrodoxine. Pages 3624-6. McEvoy G, editor. Bethesda, MD: American
Society of Health-Systems Pharmacists; 2007.
27. Promethazine Tablets Prescribing Information Professional Monograph (FDA).
28. Bula do medicamento Vonau Flash (cloridrato de ondansentrona) - Laboratório Biolab.
29. Ondansetron hydrochloride professional monograph. Available at
http://www.Drugs.Com/monograph/ondansetron-hydrochloride.Html.
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=5404&fase=imprime 6/6