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UM COMPONENTE DO ESTUDO CBOK

PESQUISA GLOBAL DE AUDITORIA INTERNA DO IIA

Qual o Futuro da
Auditoria Interna?
Pesquisa de Auditoria Interna Global do IIA:
Um Componente do Estudo CBOK

Qual o Futuro da
Auditoria Interna?
Relatório IV

Marco Allegrini, PhD, CPA


Giuseppe D’Onza, PhD
Rob Melville, PhD, MBCS CITP, CFIIA
Gerrit Sarens, PhD, CIA, CCSA
Georges M. Selim, PhD, FIIA
Informações Gerais

Copyright © 2010 The Institute of Internal Auditors Research Foundation (IIARF), 247
Maitland Avenue, Altamonte Springs, Florida 32701-4201. Todos os direitos reservados.
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A Fundação de Pesquisa do IIA (IIARF) publica este documento para fins de


informação e educação. Este documento pretende fornecer informações, mas não
substitui aconselhamento jurídico ou contábil. A IIARF não fornece tais
aconselhamentos e não garante qualquer resultado jurídico ou contábil que resulte da
publicação deste documento. Quando questões jurídicas ou contábeis surgirem, busque
auxílio profissional.

A Estrutura Internacional de Práticas Profissionais (International Professional Practices


Framework – IPPF) do Instituto de Auditores Internos (Institute of Internal Auditors –
IIA) abrange toda a extensão de orientações práticas, existentes e em desenvolvimento,
para a profissão. A IPPF fornece orientação para auditores internos em todo o mundo e
abre o caminho para a auditoria interna de classe mundial.

A missão da IIARF é expandir o conhecimento e o entendimento sobre auditoria


interna, fornecendo produtos relevantes de pesquisa e educação para melhorar a
profissão globalmente.

O IIA e a IIARF trabalham em parceira com pesquisadores de todo o mundo que


conduzem estudos valiosos sobre questões críticas que afetam o mundo comercial de
hoje. Muito do conteúdo apresentado em seus relatórios finais é resultado de uma
pesquisa patrocinada pela IIARF e preparada como um serviço para a Fundação e para a
profissão de auditoria interna. Opiniões, interpretações ou pontos de vista aqui
expressos representam um consenso dos pesquisadores e não necessariamente refletem
ou representam as posições ou políticas oficiais do IIA ou IIARF.

ISBN 978-0-89413-699-3

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Primeira Edição

Um Componente do Estudo CBOK | ii


Dedicatória
William G. Bishop III, CIA, foi presidente do Instituto de Auditores Internos de
setembro de 1992 até sua morte, em março de 2004. Com o lema “tenho orgulho de ser
um auditor interno”, ele lutou para tornar a auditoria interna uma profissão
verdadeiramente global. Bill Bishop defendeu a pesquisa de qualidade para melhoria do
desenvolvimento e prática da auditoria interna. Para ajudar a melhorar o futuro desta
profissão, é de importância vital que a profissão documente sua evolução no mundo
todo.

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Índice
Agradecimentos .................................................................................................................... v

Sobre os Autores .................................................................................................................viii

Prefácio ..................................................................................................................................... x

Sumário Executivo.............................................................................................................. xiii

Capítulo 1 Contexto Jurídico, de Regulação e Governança e de Controle Interno .................. 1

Capítulo 2 Mudança de Funções na Atividade de Auditoria Interna ..................................... 14

Capítulo 3 Desempenho da Atividade de Auditoria Interna .................................................. 39

Capítulo 4 Ferramentas e Técnicas de Auditoria ................................................................... 55

Capítulo 5 Conclusão ............................................................................................................. 68

Pesquisa Global de Auditoria Interna do IIA - Perguntas ................................. 74

Pesquisa Global de Auditoria Interna do IIA – Glossário.................................. 81

Agradecimento aos Patrocinadores da Fundação de Pesquisa do IIA ....... 86

Conselho de Curadores da Fundação de Pesquisa do IIA ................................. 89

Comitê de Pesquisa e Conselheiros de Educação da IIARF .............................. 90

Um Componente do Estudo CBOK | iv


Agradecimentos
O século XXI apresenta um crescimento, sem precedentes, de oportunidades para a
profissão de auditoria interna. Os avanços em tecnologia, a confluência de informações
e a Era da Internet, e a velocidade e expansão absolutas de capacidades de comunicação
aceleraram significativamente o ritmo da globalização. Processos de governança, riscos,
controle e conformidade dentro de organizações passaram por mudanças significantes
para gerenciar a crescente complexidade e sofisticação de operações de negócios globais.
Todos esses progressos oferecem uma grande oportunidade para recursos internos de
auditoria, compartilhados ou terceirizados, incluindo o potencial de agregar ainda mais
valor às respectivas organizações.

Para garantir que um volume de conhecimento seja acumulado de forma sistemática,


desenvolvimentos da prática em ambientes que mudam dinamicamente devem ser
monitorados cuidadosamente e analisados de forma contínua, para revelar insights de
importância crítica. Lições indispensáveis vindas da experiência da profissão devem
fazer parte do registro histórico e devem ser transmitidas para a geração atual e futuras
gerações de profissionais de auditoria interna, para melhores resultados. Não devemos
apenas buscar fornecer um retrato preciso do estado atual da profissão, e sim encorajar
pesquisas relevantes à pratica, para informar e expandir seus limites.

Somos afortunados pelo fato de que, sob os auspícios do William G. Bishop III, CIA,
Memorial Fund, administrado pela IIARF, seja possível realizar estudos de grande porte
sobre a profissão global de auditoria interna. Nós, sinceramente, apreciamos a paixão e
o compromisso de Mary Bishop em promover a profissão de auditoria interna enquanto
honra o legado de Bill Bishop. A pesquisa inaugural do CBOK (Common Body of
Knowledge – Corpo Comum de Conhecimento), sob a liderança de William Taylor,
ocorreu em 2006; esta é a segunda iteração. Com base nas respostas da Pesquisa Global
de Auditoria Interna do IIA de 2006, e agora de 2010, é possível comparar resultados e
representar tendências de alto nível.

Cinco relatórios cobrem todo o espectro de uma ampla variedade de perguntas de


pesquisa (projetadas cuidadosamente para permitir uma comparação entre os dados de
pesquisa de 2006 e 2010). Esses relatórios cobrem conteúdos atuais, desde características
de uma atividade de auditoria interna até as implicações para mapear a trajetória futura
da profissão. A cooperação e o compartilhamento entre as cinco equipes que escreveram

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o relatório, representando as Américas, Ásia, Europa e Oriente Médio, tornaram este
projeto um verdadeiro esforço global e colaborativo.

Esperamos que esta coleção de relatórios, descrevendo a influência esperada de temas


principais e desenvolvimentos sobre a profissão extraídos da pesquisa, forneça uma
imagem abrangente da profissão de forma global, ofereça insights úteis e informações
relevantes para a prática, e aponte o caminho a seguir, para manter a relevância
contínua e as contribuições de valor agregado da profissão.

Para um grande projeto mundial, como a Pesquisa Global de Auditoria Interna do IIA, a
lista de pessoas a agradecer é bastante grande. Primeiro de tudo, nosso agradecimento
especial vai para a Curadora da IIARF, Marjorie Maguire-Krupp, que se envolveu no
começo do estudo CBOK no outono de 2008 e, logo depois, aposentou o ex-presidente
do IIA David Richards, que, junto com Michelle Scott, forneceu a liderança inicial a este
projeto significativo.

Além disso, devemos agradecer a William Taylor e Leen Paape, ambos conselheiros dos
responsáveis pelo estudo CBOK 2010, e os membros internacionais do Comitê de
Direcionamento do CBOK 2010 a seguir, assim como o Subcomitê de Design de
Pesquisa e o Subcomitê de Supervisão de Resultados, por sua orientação e contribuição
significativa para o design, administração, coleta de dados, interpretação e relatórios
específicos para certos tópicos da pesquisa: Abdullah Al-Rowais, AbdulQader Ali,
Audley Bell, Sezer Bozkus, John Brackett, Ellen Brataas, Edouard Bucaille, Adil
Buhariwalla, Jean Coroller, David Curry, Todd Davies, Joyce Drummond-Hill,
Claudelle von Eck , Bob Foster, Michael Head, Eric Hespenheide, Greg Hill, Steve
Jameson, Béatrice Ki-Zerbo, Eric Lavoie, Luc Lavoie, Marjorie Maguire-Krupp, John
McLaughlin, Fernando Mills, Michael Parkinson, Jeff Perkins, Carolyn Saint, Sakiko
Sakai, Patricia Scipio, Paul Sobel, Muriel Uzan, R. Venkataraman, Dominique Vincenti
e Linda Yanta.

Vários membros desses comitês devem ser particularmente agradecidos por sua grande
participação no que se tornou um compromisso prolongado de três anos para este
empreendimento de grande porte. Cada uma dessas pessoas contribuiu com sua
liderança, riqueza de conhecimento e experiência, com seu tempo e esforço para o
estudo CBOK e merece nossa mais profunda gratidão.

O Professor Mohammad Abdolmohammadi, da Universidade de Bentley, foi de suma


importância para a análise de dados de 2010 e para o preparo das tabelas de resumo das
respostas da pesquisa, da mesma forma que para o estudo de 2006. A Professora Sandra
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Shelton, da Universidade DePaul, deve ser reconhecida por dar aos relatórios uma
fluência suave e uma consistência geral de estilo e conteúdo.

A pesquisa nunca teria sido um sucesso sem o apoio firme e irrestrito dos defensores do
projeto de pesquisa nos institutos IIA pelo mundo. Na sede mundial do IIA, em
Altamonte Springs, Florida, nos Estados Unidos, muitos membros da equipe,
especialmente Bonnie Ulmer e Selma Kuurstra, trabalharam sem descanso e forneceram
apoio e conhecimento indispensáveis. Bonnie Ulmer, vice-presidente da IIARF, David
Polansky, diretor executivo da IIARF e Richard Chambers, presidente e CEO do IIA
(que trabalhou simultaneamente como diretor executivo pela maior parte do projeto)
forneceram a orientação necessária para a realização bem sucedida do projeto.

Por último, mas não menos importante, o componente do estudo CBOK de 2010 do IIA
— A Pesquisa Global de Auditoria Interna — e os cinco relatórios resultantes devem seu
conteúdo às centenas de membros e não-membros do IIA, por todo o mundo, que
participaram da pesquisa. De certa forma, esses relatórios são uma homenagem
merecida às contribuições feitas por profissionais de auditoria interna do mundo todo.

Co-presidentes do Comitê de Direcionamento do CBOK 2010


Dr. Sridhar Ramamoorti, CIA, CFSA, CGAP
Professor Associado de Contabilidade
Michael J. Coles Faculdade de Administração
Universidade do Estado de Kennesaw
Susan Ulrey, CIA, FCA, CFE
Diretor Gerente, Serviços de Aconselhamento de Riscos
KPMG LLP

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Sobre os Autores
Marco Allegrini, PhD, CPA, é professor de administração de empresas e controle
interno e gerenciamento de riscos na Universidade de Pisa (Itália), onde é diretor do
Mestrado Internacional em Administração de Empresas e chefe do programa de
graduação em economia aziendale (administração de empresas). Ele foi membro da
equipe de pesquisa de 2006 do CBOK.

Publicou artigos sobre auditoria interna, governança corporativa e normas


internacionais de contabilidade em revistas acadêmicas e profissionais, incluindo o
International Journal of Internal Auditing, Managerial Auditing Journal e Journal of
Management and Governance. Ele é membro do Comitê de Pesquisa do IIA - Itália
desde 2005 e tem se envolvido ativamente em atividades de pesquisa.

Ele foi presidente da Conferência Acadêmica Européia de 2007 sobre Auditoria Interna
e Governança Corporativa e foi editor da Ata da Conferência.

Giuseppe D’Onza, PhD, é professor de gerenciamento de riscos e auditoria operacional


na Universidade de Pisa (Itália). Ele é diretor do Mestrado em Auditoria e Sistemas de
Controle Internos na Universidade de Pisa e coordenador do módulo sobre Auditoria e
Governança Corporativa para o Mestrado em Administração de Empresas. Ele publicou
muitos artigos sobre auditoria interna, gerenciamento de riscos e governança
corporativa em revistas acadêmicas e profissionais, incluindo o International Journal of
Internal Auditing e o Managerial Auditing Journal. Como membro do Comitê de
Pesquisa do IIA - Itália desde 2005, tem se envolvido ativamente em questões
educacionais e atividades de pesquisa. Ele foi membro da equipe de pesquisa para
Europa/África na pesquisa internacional do CBOK de 2006 para auditores internos.

Rob Melville, PhD, MBCS CITP, CFIIA, é professor de auditoria interna na Cass
Business School, Londres (Reino Unido). Antes de entrar para a Cass em 1990, ele
trabalhou como auditor de computadores e auditor de sistemas em serviços
governamentais, industriais e financeiros. Desde então, sua pesquisa trata do controle e
auditoria de sistemas de informação, autoavaliação de controle, a função da auditoria
interna no gerenciamento estratégico (particularmente através do uso do balanced
scorecard), governança corporativa e responsabilidade social corporativa. Um membro
(MIIA) e companheiro (CFIIA) do Chartered Institute of Internal Auditors desde 1984,
ele tem se envolvido ativamente em questões educacionais e pesquisa tanto no IIA -
Reino Unido e Irlanda quanto internacionalmente. Rob foi o chefe de equipe da

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Europa/África na pesquisa internacional do CBOK de 2006 sobre auditores internos e é
um membro do Comitê de Direcionamento da Conferência Européia de Auditoria
Interna e Governança Corporativa desde sua criação em 2002. Ele é membro qualificado
da British Computer Society e editou a revista de seu grupo especializado em auditoria de
sistemas de informação por cinco anos. Ele esteve ativamente envolvido em projetos
internacionais de pesquisa e conferências neste campo.

Gerrit Sarens, PhD, CIA, CCSA, é professor associado na Université Catholique de


Louvain (Bélgica) e professor visitante na Universiteit Antwerpen (Bélgica), Universiteit
Gent (Bélgica) e University College of Brussels (Bélgica). Suas áreas de pesquisa são
auditoria interna e a interação entre investidores de governança corporativa. Ele
publicou artigos sobre auditoria interna em revistas acadêmicas internacionais como
Accounting, Auditing and Accountability Journal, British Accounting Review,
International Journal of Auditing, International Journal of Accounting e Managerial
Auditing Journal. Ele é membro do conselho editorial de várias revistas acadêmicas
internacionais. É examinador-chefe para o Diploma em Auditoria Interna (IIA - Reino
Unido e Irlanda).

Georges M. Selim, PhD, FIIA, é Professor Emérito de Auditoria Interna, ex-chefe dos
discentes de gerenciamento e ex-diretor do Centro de Pesquisa em Governança
Corporativa na Cass Business School, City University London (Reino Unido).
Recentemente, ele esteve no cargo de membro não executivo do Conselho Executivo
Ministerial e foi presidente independente do Comitê de Auditoria do Ministério da
Justiça. Além disso, ele teve cargos equivalentes na Agência de Pagamentos Rurais
(RPA), uma agência do Departamento de Assuntos Ambientais, Alimentícios e Rurais
(DEFRA). Atualmente ele é um membro independente não executivo do comitê de
auditoria da Universidade de Londres. É um ex-membro do Comitê Executivo e do
Conselho de Administração do Instituto de Auditores Internos (1993-1996) e ex-
presidente do IIA - Reino Unido e Irlanda (1991-92). Selim já escreveu livros e publicou
artigos sobre auditoria interna, contabilidade, gerenciamento de riscos, a função de
auditores internos em fusões, aquisições e despojos e governança corporativa. Ele já deu
extensivas aulas sobre esses tópicos na Europa, Extremo Oriente e nos Estados Unidos.
Foi eleito, em 1992, Educador do Ano pelo IIA e, em 2000, ele e o co-autor David
McNamee receberam o prêmio John B. Thurston por seu artigo “O Próximo Passo no
Gerenciamento de Riscos”.

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Prefácio

Pesquisa Global de Auditoria Interna do IIA:


Um Componente do Estudo CBOK
A Pesquisa Global de Auditoria Interna 2010 do IIA é o estudo mais abrangente até o
momento a registrar as perspectivas e opiniões atuais de uma ampla combinação de
auditores internos praticantes, prestadores de serviços de auditoria e acadêmicos, a
respeito da natureza e do escopo de atividades de avaliação e consultoria sobre o estado
da profissão no mundo todo. Esta iniciativa é parte de um programa de pesquisa global
contínuo, patrocinado pela Fundação de Pesquisa do Instituto de Auditores Internos
(IIARF) através do Fundo Memorial William G. Bishop III, CIA, para ampliar o
conhecimento sobre como a auditoria interna é praticada em todo o mundo.

Um banco de dados abrangente foi desenvolvido, incluindo mais de 13.500 respostas


válidas de entrevistados em mais de 107 países. Os cinco relatórios derivados das
análises das respostas da pesquisa fornecem informações úteis para os profissionais de
auditoria interna, diretores executivos de auditoria (DEAs), acadêmicos e outros, para
melhorar o processo de tomada de decisão a respeito da estruturação da equipe,
treinamento, desenvolvimento de carreira, conformidade com as Normas do IIA
(Normas), competências e as funções emergentes da atividade de auditoria interna.

 Características de uma Atividade de Auditoria Interna (Relatório I) examina as


características da atividade de auditoria interna, incluindo demografia, nível de
estruturação de equipe e hierarquia.

 Competências Fundamentais para o Auditor Interno de Hoje (Relatório II)


identifica e discute as competências mais importantes para auditores internos.
Também trata da adequação, uso e conformidade com as Normas do IIA.

 Medindo o Valor da Auditoria Interna (Relatório III) foca na medição do valor


da auditoria interna para a organização.

 Qual o Futuro da Auditoria Interna? (Relatório IV) fornece um insight sobre o


futuro da profissão, identificando as mudanças percebidas nas funções da
atividade de auditoria interna para os próximos cinco anos.

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 Imperativos para Mudança: A Pesquisa Global de Auditoria Interna do IIA em
Ação (Relatório V) contém conclusões, observações e recomendações para que a
atividade de auditoria interna antecipe e atenda às necessidades das
organizações, que mudam rapidamente, para posicionar a profissão de forma
estratégica a longo prazo.

A pesquisa de 2010 se constrói sobre a base estabelecida nos estudos anteriores do


CBOK (i.e. 2006), fornecendo comparação, análise e tendências, assim como uma base
de comparação para futuras Pesquisas Globais de Auditoria Interna do IIA.

Estudos Anteriores do CBOK do IIA


O IIA patrocinou cinco estudos anteriores do CBOK. A tabela a seguir compara o
número de países participantes e as respostas válidas dos questionários, usadas em cada
estudo CBOK. Enquanto os estudos I até IV foram feitos apenas em inglês, as pesquisas
de 2006 e 2010 foram disponibilizadas em 17 e 22 idiomas, respectivamente.

Número de Entrevistados e Países participantes do CBOK ao longo dos


anos
Número de
Número do Estudo Ano Número de países
respostas usáveis
I 1972 1 75
II 1985 2 340
III 1991 2 1,163
IV 1999 21 136
V 2006 91 9,366
VI 2010 107 13,582

A Pesquisa Global de Auditoria Interna do IIA 2010 – Benefícios


para a Profissão
Maximizar a função da auditoria interna é o mais importante para cumprir os desafios
do ambiente comercial dos dias de hoje. A globalização e o ritmo rápido das mudanças
alteraram, de várias formas, a estrutura conceitual de habilidades necessárias para o
sucesso em vários níveis da função de auditoria interna. O valor da auditoria interna
será medido por sua habilidade de causar mudanças positivas e melhorias. É imperativo
para a auditoria interna examinar as tendências atuais dentro da profissão para, assim,
ser capaz de recomendar mudanças dentro da atividade de auditoria interna. Isso deve
ajudar a auditoria interna a:

Um Componente do Estudo CBOK | xi


 Fornecer o maior valor possível para sua organização.
 Antecipar e atender às necessidades das organizações.
 Posicionar a profissão de forma estratégica a longo prazo.

Equipes de Pesquisa
Os pesquisadores a seguir, selecionados a partir de suas respostas a uma Solicitação de
Proposta (Request for Proposal), participaram da redação dos relatórios e trabalharam
perto de Mohammad J. Abdolmohammadi (Bentley University, Estados Unidos),
responsável pela análise geral dos bancos de dados das pesquisas de 2006 e 2010, assim
como análises adicionais baseadas nas solicitações dos pesquisadores.

Relatório I
Yass Alkafaji, Munir A. Majdalawieh, Ashraf Khallaf (American University of Sharjah,
Emirados Árabes) e Shakir Hussain (University of Birmingham, Reino Unido).

Relatório II
James A. Bailey (Utah Valley University, Estados Unidos).

Relatório III
Jiin-Feng Chen e Wan-Ying Lin (Universidade Nacional de Chengchi, Taiwan, China).

Relatório IV
Georges M. Selim e Robert Melville (Cass Business School, Reino Unido), Gerrit Sarens
(Université Catholique de Louvain, Bélgica) e Marco Allegrini e Giuseppe D’Onza
(Università di Pisa, Itália).

Relatório V
Richard J. Anderson (De Paul University, Estados Unidos) e J. Christopher Svare
(Partners in Communication, Estados Unidos).

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Sumário Executivo
O Relatório IV fornece um insight identificando as mudanças percebidas nas funções de
atividade de auditoria interna pelos próximos cinco anos, para adaptar a mudanças nas
expectativas dos investidores. Este relatório apresenta tendências emergentes na
profissão da auditoria interna, levando em conta questões de governança, riscos,
controles, conformidade e tecnologia. A análise é baseada em 13.582 respostas de
membros e não-membros do IIA em mais de 107 países. Respostas proeminentes de
diretores de auditoria (DEAs), equipes de auditoria interna e gerentes são apresentadas
neste relatório.

Contexto de Regulação e Governança e de Controle Interno


Existe uma clara tendência de convergência esperada, no que diz respeito a contextos de
governança e controle interno. Mais especificamente:

 Espera-se que os contextos de governança e controle interno melhorem, de forma


significativa, nas regiões com maior representação de países emergentes, que são
representados neste estudo. As organizações, nesses países, estão envolvidas em
tentar chegar ao nível daquelas dos países mais desenvolvidos.

 Entrevistados de companhias de capital fechado preveem que suas firmas tentarão


alcançar suas concorrentes de capital aberto.

 Entrevistados de organizações menores estão, de forma similar, prevendo que suas


organizações buscarão chegar ao nível de suas contrapartes maiores.

Evolução Esperada das Funções da Atividade de Auditoria Interna

O papel da atividade de auditoria interna no gerenciamento de riscos e governança vai


continuar a aumentar, para se tornar aceito da perspectiva de profissionais de auditoria
interna como os dois alicerces mais importantes da profissão.

Os entrevistados esperam um aumento, nos próximos cinco anos, na participação da


atividade de auditoria interna:

 No treinamento de membros do comitê de auditoria.

Um Componente do Estudo CBOK | xiii


 Na função de aconselhamento no desenvolvimento de estratégias.

 Na função educacional para os funcionários da organização.

A proporção de DEAs e gerentes que esperam mudanças no envolvimento no processo


de desenvolvimento de estratégias e treinamento para membros do comitê de auditoria
é maior do que nos outros grupos de entrevistados.

Os entrevistados indicam que adotar uma função mais intensa no gerenciamento de


riscos e governança requer a alocação de recursos adicionais para a atividade de
auditoria interna (por exemplo, um aumento no tamanho da equipe, ferramentas de
auditoria e técnicas).

As cinco atividades de auditoria interna principais realizadas em 2010, segundo os


entrevistados, foram:

 Auditoria operacional (89% dos entrevistados).

 Auditorias de conformidade com requisitos de código regulador (inclusive


privacidade) (75% dos entrevistados).

 Auditoria de riscos financeiros (72% dos entrevistados).

 Investigação de fraude e irregularidades (71% dos entrevistados).

 Avaliação da eficiência de estruturas de controle (por exemplo, usando COSO e


COBIT) (69% dos entrevistados).

As sete atividades principais que os entrevistados esperam que sejam realizadas nos
próximos cinco anos são:

 Revisões de governança corporativa (23% dos entrevistados).

 Auditoria dos processos de gerenciamento do risco da organização (ERM) (20%


dos entrevistados).

 Revisões tratando da ligação entre estratégia e desempenho da companhia (por


exemplo, balanced scorecard – 20% dos entrevistados).

 Auditorias de ética (19% dos entrevistados).

 Auditorias sociais e de sustentabilidade (19% dos entrevistados).

 Migração para as Normas IFRS (19% dos entrevistados).


Um Componente do Estudo CBOK | xiv
 Teste e suporte para recuperação de desastres (18% dos entrevistados).

Quando comparados com a equipe de auditoria interna (sem gerentes ou equipe de


nível de supervisão), uma maior porcentagem de DEAs tem expectativas de que todas as
sete atividades serão realizadas nos próximos cinco anos.

Ferramentas e Técnicas de Auditoria


As cinco principais ferramentas e técnicas de auditoria, segundo previsões dos
entrevistados, que serão mais usadas nos próximos cinco anos são:

 Técnicas de auditoria realizadas com auxílio de sistemas (CAATs) (63% dos


entrevistados).

 Documentos de trabalho eletrônicos (55% dos entrevistados).

 Auditoria contínua/em tempo real (54% dos entrevistados).

 Análise de dados (52% dos entrevistados).

 Planejamento de auditoria com base em riscos (52% dos entrevistados).

As cinco respostas principais indicam que se espera uma tendência de melhora da


eficiência do trabalho de auditoria interna, de forma consistente com a crescente
importância do gerenciamento de riscos como um dos dois alicerces da profissão. Junto
com a necessidade de otimizar recursos de auditoria interna, essas atividades de
auditoria interna que esperam um aumento no seu tamanho de equipe nos próximos
cinco anos também esperam o maior aumento no uso de todas as cinco ferramentas e
técnicas. Este relatório fornece uma visão geral das tendências emergentes na profissão
de auditoria interna, ao entender as funções que os auditores internos realizam hoje e as
expectativas para o futuro.

Um Componente do Estudo CBOK | xv


Capítulo 1
Contexto Jurídico, de Regulação e
Governança e de Controle Interno
Este capítulo analisa as respostas às seguintes perguntas:

 A atividade de auditoria interna 1 é necessária por lei ou regulação onde a


organização está baseada?

 As organizações estão de acordo com um código de governança corporativa?

 A organização implementou uma estrutura de controle interno?

Essas perguntas são discutidas em duas sessões, chamadas “A Atividade de Auditoria


Interna é Necessária por Lei ou Regulamento?” e “Contexto de Governança e Controle
Interno da Organização”. Em uma pesquisa internacional abrangente como esta,
provavelmente sempre haverá um risco de que as diferenças na legislação que se aplicam
a países, indústrias e ao tipo de organização venham a influenciar as respostas e afetar os
resultados gerais. Enquanto as respostas refletem de forma mais precisa as opiniões dos
entrevistados individualmente, qualquer ambiguidade em potencial ou descoberta
enganosa é destacada na discussão. Um resumo das respostas é mostrado na Figura 1–1.

1
O termo “atividade de auditoria interna” substitui os termos usados originalmente no estudo de 2006.
Esta é uma prática atualmente aceita (confira no glossário da reedição de 2011 das Normas
Internacionais de Prática Profissional de Auditoria Interna).

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Figura 1–1: Resultado Geral (Hoje versus em Cinco Anos)

A Atividade de Auditoria Interna é Necessária por Lei ou Regulamento?


Análise geral

Os resultados da pesquisa de 2010 mostram que 70% dos entrevistados atualmente


trabalham para uma organização na qual a atividade de auditoria interna é necessária
por lei (i.e. através de decretos governamentais ou leis parlamentares) e/ou por
regulamento (i.e. regras da bolsa, regulamentos bancários centrais). Espera-se que esta
porcentagem aumente para 73% nos próximos cinco anos. Dados o ambiente de
negócios atual e a pressão para um aumento da governança, existe uma grande
probabilidade de que, em muitos casos, as atividades de auditoria interna sejam
introduzidas voluntariamente.

Na pesquisa de 2006, 62% dos entrevistados indicaram que trabalhavam para uma
organização na qual a atividade de auditoria interna era necessária por lei ou
regulamento. Naquele momento, 14% dos entrevistados esperavam que este requisito
regulador fosse implementado antes de 2009.

Análise por Região

A Tabela 1–1 destaca diferenças significantes entre as sete áreas geográficas. O Oriente
Médio é a região onde se espera uma mudança mais significante no contexto regulador,
já que possui a menor porcentagem de entrevistados, indicando a existência de
requisitos reguladores específicos para estabelecer uma atividade de auditoria interna
(64%) e, também, é a área com maior expectativa (83%) de que este tipo de requisito
regulador seja introduzido nos próximos cinco anos. Existem dois motivos principais

Um Componente do Estudo CBOK | 2


para esta potencial mudança. Primeiro, houve um crescimento rápido na orientação da
governança corporativa formal nesta região em um período muito curto (de
absolutamente nenhum em 2001 para 11 pronunciamentos até 2008) e, segundo, o
desenvolvimento de orientação para bancos islâmicos 2. Duas organizações em particular
têm uma função significante na auditoria e governança nesta região: a Organização de
Contabilidade e Auditoria para Instituições Financeiras Islâmicas (Accounting and
Auditing Organization for Islamic Financial Institutions - AAOIFI) e Hawkamah, que é
um grande fornecedor de questões de orientação e governança para a região do Oriente
Médio e África do Norte (MENA) 3. Essas organizações fornecem conselhos e
orientações para implementar governança corporativa e auditoria eficientes (tanto
interna quanto externa). Deve-se notar que apenas acadêmicos islâmicos possuem o
poder de promulgar orientações para a prática e, apesar de tanto a AAOIFI quando
Hawkamah terem um forte apoio governamental na região, eles não podem, pela
natureza do sistema, fazer julgamentos legais ou obrigatórios 4.

2
O negócio bancário islâmico, por natureza, requer a conformidade com a orientação detalhada
fornecida por acadêmicos. Ao contrário do sistema bancário ocidental tradicional, onde se pode ganhar
lucro cobrando juros sobre empréstimos e onde os bancos podem investir em qualquer área que seja
legal de acordo com as leis nacionais, o negócio bancário islâmico não permite a cobrança de juros e os
investimentos dos bancos devem seguir modelos prescritos que todos os muçulmanos são obrigados a
seguir. Enquanto a estrutura para o negócio bancário islâmico é baseada em princípios estabelecidos
por muitos séculos, as interpretações de assuntos e questões específicas sobre a prática são
responsabilidade dos acadêmicos. A implementação e interpretação das decisões e diretrizes
acadêmicas têm sido gerenciadas historicamente em uma base ad hoc, mas dado o crescimento do
setor, órgãos de aconselhamento foram estabelecidos recentemente.
3
A região MENA abrange a Argélia, Bahrain, Djibouti, Egito, Iran, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano,
Líbia, Malta, Marrocos, Omã, Qatar, Arábia Saudita, Síria, Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Banco Oeste
e Gaza, e Iêmen.
4
Pierce, C., A Guide of Corporate Governance in the Middle East and North Africa (Londres, Reino Unido:
Editora GMB Publishing, 2008).

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Tabela 1–1
Resultados por Região (Agora e em Cinco Anos)

Europa Estados
Agora América
Ásia Oriental Oriente Unidos Europa Média
Item África Latina e
Pacífico - Ásia Médio e Ocidental geral
5 Anos Caribe
Central Canadá
A auditoria Aplica
73% 70% 68% 73% 64% 66% 71% 70%
interna é agora
necessária
por lei ou
Aplicará
regulamento
em 5 80% 72% 76% 77% 83% 67% 75% 73%
onde a
anos
organização
está baseada
A Aplica
80% 86% 72% 73% 67% 84% 78% 79%
organização agora
está de
acordo com
Aplicará
um código
em 5 94% 92% 88% 91% 91% 91% 90% 90%
de
anos
governança
corporativa
A Aplica
79% 86% 77% 86% 80% 83% 79% 82%
organização agora
implementou
uma Aplicará
estrutura de em 5 95% 94% 92% 96% 94% 91% 94% 93%
controle anos
interno

Para outras regiões, a porcentagem de entrevistados empregados em uma organização


sujeita a requisitos jurídicos para estabelecer uma atividade de auditoria interna varia
entre 66% (Estados Unidos e Canadá) e 73% (África e América Latina/Caribe). A
maioria dos entrevistados dos Estados Unidos e Canadá não espera que o contexto
regulador mude nos próximos cinco anos. Em contraste, todas as outras regiões
esperam que um requisito regulador para uma atividade de auditoria interna se torne
mais importante no futuro. Uma maior análise de dados revelou que um grupo
significante de entrevistados dos Estados Unidos e Canadá trabalha para organizações
que já estão sujeitas a este tipo de regulação: 44% trabalham para companhias de capital
aberto (onde, por exemplo, os requisitos de listagem da Bolsa de Valores de Nova York
foram introduzidos em 2003, coincidindo com a Lei Sarbanes-Oxley de 2002 dos EUA)
e 22% trabalham para uma organização no setor público.

Análise por Indústria


A pesquisa de 2010 mostra que um requisito regulador para uma atividade de auditoria
interna é mais predominante na indústria de serviços financeiros (84%) e menos
predominante na indústria de comércio por atacado e varejo (46%) (ver Tabela 1–2).

Um Componente do Estudo CBOK | 4


Tabela 1–2
Resultados por Indústria (Dentro de Cinco Anos)

Financeira, incluindo bancos,

Matéria prima e agricultura

eletricidade, gás e serviços


Agora

Transporte, comunicação,
Fabricação e Construção

Setor Público/Governo

Comércio de Atacado
seguros e imóveis

Média geral
sanitários

e Varejo
Serviço
Item
5 anos

A auditoria Aplica
84% 62% 78% 70% 59% 63% 46% 70%
interna é agora
necessária
por lei ou
Aplicará
regulamento
em 5 87% 66% 80% 73% 66% 65% 51% 73%
onde a
anos
organização
está baseada
A Aplica
84% 81% 71% 82% 75% 79% 78% 79%
organização agora
está de
acordo com
Aplicará
um código
em 5 94% 93% 82% 89% 88% 91% 89% 90%
de
anos
governança
corporativa
A Aplica
86% 83% 78% 85% 79% 82% 74% 82%
organização agora
implementou
uma Aplicará
estrutura de em 5 95% 94% 92% 94% 91% 93% 91% 93%
controle anos
interno

Esta descoberta confirma o requisito global geral para que os bancos tenham uma
atividade de auditoria interna. Órgãos internacionais como o Banco de Acordos
Internacionais (BIS) tiveram uma função vital no desenvolvimento e harmonização da
legislação bancária nacional por vários anos. O Basel Committee do BIS publicou pela
primeira vez este tipo de orientação em 1999 e, mais recentemente, atualizou em 2010
seus Princípios para Melhorar a Governança Corporativa 5. Esta orientação declara que
“um banco deve ter um cargo de gerenciamento de riscos, um cargo de conformidade e
um cargo de auditoria interna, cada uma com suficiente autoridade, desenvolvimento,
independência, recursos e acesso ao conselho”.

5
Disponível em http://www.bis.org/publ/bcbs176.pdf

Um Componente do Estudo CBOK | 5


Requisitos reguladores também são comuns dentro do setor público/governamental
(78%). Isso indica um reconhecimento crescente da auditoria interna dentro de tal setor,
que muitas vezes se reflete em um requisito obrigatório para estabelecer uma atividade
de auditoria interna 6. Todas as indústrias esperam um ligeiro crescimento nos requisitos
reguladores dentro dos próximos cinco anos. Dentro das indústrias de serviço, existe
uma expectativa alta por aumento nos requisitos reguladores (7%), que pode ser
explicada pelo fato de que a maioria dessas organizações está dentro do grupo de
organizações menores, para as quais se espera uma tendência clara de correr atrás de
suas contrapartes maiores.

Análise por Estrutura de Propriedade


Requisitos reguladores para se ter uma atividade de auditoria interna são mais comuns
dentro do grupo de setor público/governamental (77%) e companhias de capital aberto
(77%). Isso é consistente com a pesquisa de 2006 (ver Tabela 1–3). Nenhum desses
grupos espera mudanças significantes no contexto regulador nos próximos cinco anos;
isso poderia ser explicado pelo fato de que essas organizações já sofreram impactos por
mudanças significantes nos requisitos legais/reguladores na última década, quando um
grande número de requisitos de listagem e códigos de governança corporativa foi
publicado nacional e internacionalmente. Inversamente, os entrevistados que trabalham
para companhias de capital fechado esperam um aumento nos requisitos reguladores
para implementar uma atividade de auditoria interna. Esses resultados sugerem que
companhias de capital fechado estão indo em direção aos mesmos requisitos
legais/reguladores para estabelecer uma atividade de auditoria interna de acordo com
suas contrapartes de capital aberto e se espera que a lacuna atual entre as companhias de
capital aberto e fechado seja reduzido nos próximos cinco anos.

Tabela 1–3
Resultados por Estrutura de Propriedade (Dentro de Cinco Anos)

Organização
Agora Companhia
Companhia Sem Fins
de capital
de Capital Setor Lucrativos/ Média
Item fechado Outros
Aberto Público/Governo Organização geral
5 anos (não-
(listada) Não
listada)
Governamental
A auditoria Aplica
58% 77% 77% 46% 74% 70%
interna é agora
necessária Aplicará
67% 77% 80% 53% 78% 73%
por lei ou em 5

6
Sterck, M., B. Scheers, e G. Bouckaert, “The Modernization of the Public Control Pyramid: International
Trends. Report from the Research Group Financial Management, Performance Measurement and
Performance Management,” Leuven: Policy Research Centre – Governmental Organization in Flanders,
2005. Sterck, M., e G. Bouckaert, “International Audit Trends in the Public Sector.” Internal Auditor, Vol.
63, No. 4 (2006): 49–53

Um Componente do Estudo CBOK | 6


regulamento anos
onde a
organização
está baseada
A Aplica
72% 90% 72% 74% 76% 79%
organização agora
está de
acordo com
Aplicará
um código
em 5 89% 95% 85% 85% 90% 90%
de
anos
governança
corporativa
A Aplica
77% 89% 79% 70% 81% 82%
organização agora
implementou
uma Aplicará
estrutura de em 5 92% 96% 93% 86% 95% 93%
controle anos
interno

Análise por Tamanho Organizacional


Uma análise do contexto regulador de acordo com o tamanho da organização mostra
claramente que um requisito legal para ter uma atividade de auditoria interna é
significativamente mais comum dentro das organizações maiores (77%) (ver Tabela 1–
4). Dentro desse grupo, 35% estão operando na indústria de serviços financeiros (e,
portanto, estão sujeitos a autoridades internacionais como o Basel Committee e
regulamentos bancários centrais/nacionais) e 55% são companhias de capital aberto
(sujeitas aos requisitos de listagem e códigos de governança corporativa relevantes). Em
organizações menores, existem evidências de que mais entrevistados (um aumento de
5% entre agora e dentro de cinco anos) esperam mais requisitos legais/reguladores nos
próximos cinco anos. Apesar de uma aparente diferença na prática atual, parece haver
uma tendência à convergência. Deve-se notar que, de forma geral, o tamanho
organizacional está relacionado à estrutura da indústria e propriedade. Este resultado é
consistente com outras descobertas.
Tabela 1–4
Resultados por Tamanho Organizacional (Dentro de Cinco Anos)

Item Agora Menos de $1B-$15B Mais de $15B Média geral


5 anos $1B
A auditoria
interna é Aplica agora 68% 66% 77% 69%
necessária por
lei ou
regulamento Aplicará em 5
onde a 73% 68% 79% 73%
anos
organização
está baseada

Um Componente do Estudo CBOK | 7


A organização
está de acordo Aplica agora 74% 82% 88% 79%
com um código
de governança Aplicará em 5
88% 91% 94% 90%
corporativa anos
A organização
Aplica agora 78% 81% 91% 81%
implementou
uma estrutura
Aplicará em 5
de controle 93% 93% 96% 93%
anos
interno

Análise por Escopo de Operações


Um requisito regulador para ter uma atividade de auditoria interna é mais comum em
organizações onde o escopo de operações é nacional (73%) e internacional ou
multinacional (69%) e menos comum onde as organizações operam no nível local
(66%). As expectativas dos entrevistados para os próximos cinco anos revelam um
padrão similar (ver Tabela 1–5). Isso pode ser explicado pelos altos requisitos
reguladores existentes, já que uma maior análise mostra que a maioria das organizações
nacionais e internacionais/multinacionais são companhias de capital aberto (88%) que
operam na indústria de serviços financeiros (63%).

Tabela 1–5
Resultados por Escopo de Operações (Dentro de Cinco Anos)

Agora
Média
Item Local Estadual/regional Nacional Internacional/multinacional
geral
5 anos

A auditoria Aplica
66% 69% 73% 69% 70%
interna é agora
necessária
por lei ou
Aplicará
regulamento
em 5 71% 72% 76% 72% 73%
onde a
anos
organização
está baseada
A Aplica
72% 75% 77% 85% 79%
organização agora
está de
acordo com
Aplicará
um código
em 5 88% 88% 89% 93% 90%
de
anos
governança
corporativa
A Aplica
76% 77% 81% 86% 82%
organização agora
implementou Aplicará
uma em 5 90% 91% 94% 94% 93%
estrutura de anos

Um Componente do Estudo CBOK | 8


controle
interno

Contexto de Governança e Controle Interno da Organização

Análise geral

Conforme é mostrado na Figura 1–1, uma grande maioria dos entrevistados trabalha
para organizações que atualmente estão de acordo com um código de governança
corporativa (79%) e implementaram uma estrutura de controle interno (82%).
Enquanto essas porcentagens são maiores do que em 2006 (onde eram de 67% e 72%,
respectivamente), é possível concluir que, enquanto o contexto de governança e controle
interno ganhou importância nos últimos quatro anos, os ganhos são menos significantes
do que era esperado pelos entrevistados quatro anos atrás. Na pesquisa de 2006, os
entrevistados ainda estavam provavelmente influenciados pela introdução relativamente
recente da Sarbanes-Oxley e outras orientações instituídas como resultado dos
escândalos financeiros de alguns anos anteriores.

Esses eventos trouxeram ao primeiro plano questões de governança e controle interno e


podem ter criado expectativas positivas sobre essas questões. Em contraste, em 2010 a
crise financeira e econômica expôs fraquezas na governança e controle (principalmente
dentro da indústria de serviços financeiros altamente regulada) e isso pode ter tido um
impacto negativo significante sobre as expectativas dos profissionais de auditoria
interna em geral. Apesar do ganho relativamente baixo nos últimos quatro anos, os
entrevistados ainda esperam que a conformidade com um código de governança
corporativo e a implementação de uma estrutura de controle interno aumentem ainda
mais nos próximos cinco anos (90% e 93%, respectivamente).

Análise por Região

Uma comparação do contexto de governança e controle interno baseado em respostas


de entrevistados em regiões diferentes destaca três diferenças principais (ver Tabela 1–
1). A conformidade com um código de governança corporativo é menos comum no
Oriente Médio (67%) e mais comum na região da Ásia Pacífico (86%). O motivo mais
provável para esta resposta é que tais códigos não existiam no Oriente Médio até bem
recentemente. Por exemplo, os Emirados Árabes Unidos não publicaram seu código de
governança corporativa até 2009, enquanto na região da Ásia Pacífico vários países
possuem códigos de governança desde o final dos anos 90 (Austrália e Coréia do Sul) ou
dos primeiros anos deste século (Singapura e China).

A menor proporção de organizações que já implementaram uma estrutura de controle


interno é encontrada na Europa Oriental/Ásia Central (77%). Isso pode ser explicado
pelo fato de que os países do antigo bloco soviético na Europa Oriental e Ásia Central
obtiveram a independência econômica há comparativamente pouco tempo, portanto

Um Componente do Estudo CBOK | 9


ainda estão no processo de desenvolver e implementar práticas de controle interno.
Enquanto a orientação genérica da Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OECD) para a Europa Meridional e Oriental (1999) foi usada como base
para mais orientações na Europa Oriental, em 2003, os países que solicitaram inclusão
na União Européia receberam condições específicas para melhorar seus sistemas de
governança corporativa.

Finalmente, a região com maior proporção que já implementou uma estrutura de


controle interno é a Ásia Pacífico (86%). O motivo mais provável para isso é que os três
países que são bastante representados nos resultados da pesquisa para a região da Ásia
Pacífico (Taiwan Chinesa, Japão e Malásia) possuem uma longa história de códigos de
governança corporativa que destacam a importância de governança e controle interno.

Uma tendência esperada de melhoria do contexto de governança e controle fica clara


nas respostas da África e América Latina/Caribe. Esta descoberta é consistente com
estudos que descobriram que países emergentes estão correndo atrás das melhores
práticas em governança corporativa 7.

Análise por Indústria

A conformidade com um código de governança corporativa e a implementação de uma


estrutura de controle interno são mais comuns na indústria de serviços financeiros (84%
e 86%, respectivamente), indústria de matéria prima e agricultura (82% e 85%,
respectivamente) e indústria de fabricação e construção (81% e 83%, respectivamente)
(ver Tabela 1–2). Conforme foi notado anteriormente com o exemplo dos princípios
Basel, a regulação tem um impacto importante no contexto de governança e controle
interno de bancos e outras instituições financeiras. Os resultados para a indústria de
matéria prima e agricultura, assim como a indústria de fabricação e construção, podem
ser explicados pelo fato de que no mínimo metade dessas organizações são empresas de
capital aberto (50% e 63%, respectivamente) e operam em escala internacional (52% e
71%, respectivamente). As organizações no setor público/governamental cumprem
menos com códigos de governança corporativa (71%). Isso acontece mais
provavelmente porque códigos de governança corporativa são vistos como menos
relevantes ao setor público, porque conflitos entre os proprietários de uma organização
e sua gerência - que sustenta a teoria tradicional da agência; e que dão origem aos

7
uma discussão profunda sobre este tópico fica fora do escopo do relatório. Os resultados de vários
estudos empíricos sobre este assunto podem ser encontrados na edição especial do Journal of Business
Ethics publicado em 2002 (Vol. 37, No. 3). Para os leitores interessados em comparar códigos de
governança corporativa internacionais, o Instituto de Governança Corporativa Europeu (ECGI) mantém
uma lista que pode ser encontrada em www.ecgi.org/codes.

Um Componente do Estudo CBOK | 10


códigos de governança corporativa - têm menor probabilidade de serem encontrados
fora do setor particular. Além disso, a maioria dos códigos trata de questões como
composição do conselho e direitos dos investidores que, mesmo que sejam parcialmente
relevantes ao setor público, não são imediatamente aplicáveis.

Organizações no setor público/governamentais reportam uma implementação atual


abaixo da média de uma estrutura de controle interno (de 78% atualmente para 92% em
cinco anos, sendo a média geral de 82% atualmente e de 93% em cinco anos). Este
resultado é consistente com estudos que descobriram que o setor público está em um
estágio primário do estabelecimento de um sistema de controle interno básico 8. Pelos
próximos cinco anos, o setor de serviços financeiros (de 86% atualmente para 95% em
cinco anos) e a indústria de matéria prima e agricultura (de 85% a 94%) esperam o
menor crescimento futuro na implementação. No setor público, a expectativa para
implementar uma estrutura de controle interno está acima da média (de 78% para 92%).
Novamente, isto pode acontecer por conta do baixo nível de maturidade do contexto de
governança e controle interno com o qual eles começaram.

Análise por Estrutura de Propriedade

Cumprir com um código de governança corporativa e implementar uma estrutura de


controle interno são mais comuns dentro de companhias de capital aberto (90% e 89%,
respectivamente) (ver Tabela 1–3). A pesquisa mostra que organizações de capital
aberto, com sua estrutura de propriedade mais dispersa, possuem melhores mecanismos
de governança corporativa implementados de acordo com sua necessidade de proteger
os investidores 9. No futuro, organizações particulares esperam o máximo de melhoria de
seu contexto de governança e controle interno, com as organizações de capital aberto
esperando a menor melhoria. Isto está de acordo com a tendência discutida
anteriormente de que companhias de capital fechado esperam alcançar suas
contrapartes de capital aberto no futuro.

8
Pollitt, C., e G. Bouckaert, Public Management Reform: A Comparative Analysis (Oxford: Oxford University Press,
2004).

9
La Porta, R., F. Lopez-de-Salines, A. Shleifer, e R.W. Vishny, “Investor Protection and Corporate Governance.”
Journal of Financial Economics 58 (1-2) (2000): 3–27.

Um Componente do Estudo CBOK | 11


Análise por Tamanho Organizacional

As respostas mostram claramente que as maiores organizações possuem o contexto de


governança e controle interno melhor desenvolvido (88% e 91%, respectivamente) (ver
Tabela 1–4). Portanto, é razoável ver que este grupo de grandes organizações espera
uma menor melhoria nos próximos cinco anos (de 88% a 94% para conformidade com
um código de governança corporativa e de 91% a 96% para implementação de uma
estrutura de controle interno). Apesar disso, os resultados mostram que organizações
menores esperam chegar ao nível de suas contrapartes maiores nos próximos cinco anos
(de 74% para 88% para conformidade com um código de governança corporativa e de
78% para 93% para implementação de uma estrutura de controle interno). Isso pode ser
explicado pela teoria institucional que sugere que organizações menores consideram
que práticas de organizações maiores fornecem bons exemplos, tentando, portanto,
imitá-las 10.

Análise por Escopo de Operações

As respostas mostram que quanto mais ampla a extensão de operações, mais


desenvolvido é o contexto de governança e controle interno: 85% e 86%,
respectivamente, para organizações internacionais/multinacionais, comparados com
72% e 76%, respectivamente, para organizações locais (ver Tabela 1–5). De acordo com
os argumentos básicos de teoria de agência, organizações com uma extensão maior de
operações são caracterizadas por um problema maior de assimetria de informação, o
que, por sua vez, leva a mais mecanismos de monitoramento11. Isso pode ser explicado
porque o contexto de governança e controle interno é mais desenvolvido.

Espera-se que as diferenças entre organizações locais e internacionais/multinacionais,


em termos de contexto de governança e controle interno, fiquem menores dentro dos
próximos cinco anos. Esta descoberta é consistente com o argumento anterior de que
organizações menores estão alcançando as contrapartes maiores, já que 69% dessas
organizações locais e regionais caem na categoria de organizações menores.

10
DiMaggio, P. J., e W. W. Powell, “The Iron Cage Revised: Institutional Isomorphism and Collective Rationality in
Organizational Fields.” American Sociological Review, Vol. 48, No. 2 (1983): 147–60.

11
Jensen, M. C., e W. H. Meckling, Theory of the Firm: Managerial Behaviour, Agency Costs, and Ownership
Structure. Journal of Financial Economics, 3 (1976): 305–360.

Um Componente do Estudo CBOK | 12


Análise por Idade da Atividade de Auditoria Interna

Existe um relacionamento significativamente positivo entre o grau atual de


desenvolvimento do contexto de governança e controle interno (da forma que ele é
medido pelos dois itens do questionário) e a idade atual da atividade de auditoria
interna (ver Tabela 1–6). Esses resultados mostram que atividades de auditoria interna
maduras são encontradas mais comumente em organizações com um contexto de
governança e controle interno melhor desenvolvido (70% e 73%, respectivamente, para
a atividade de auditoria interna mais nova, comparados com 87% e 91%,
respectivamente, para a atividade de auditoria interna madura). Esta descoberta
confirma que, ao estudar práticas de auditoria interna, a maturidade do contexto de
governança e controle deve ser levado em conta 12. A visão do futuro mostra claramente
que as maiores melhorias para o contexto de governança e controle interno são
esperadas nas organizações com uma atividade de auditoria interna mais jovem.

Novamente, esta descoberta é consistente com o argumento anterior de que


organizações menores estão alcançando as contrapartes maiores, dado que uma maior
análise dos dados destaca o fato de que 68% das organizações com uma atividade jovem
de auditoria interna também são menores em termos de tamanho.

Tabela 1–6
Contexto de Governança/Controle por Idade da Atividade de Auditoria Interna
(Diferença entre Agora e Dentro de Cinco Anos)

Agora Até 4 5-10 11-50 Mais de Média


Item
5 anos anos anos anos 50 anos geral

A auditoria interna é necessária Aplica agora 56% 70% 74% 82% 70%
por lei ou regulamento onde a
Aplicará em 5
organização está baseada 64% 73% 76% 81% 73%
anos

A organização está de acordo Aplica agora 70% 78% 83% 87% 80%
com um código de governança
Aplicará em 5
corporativa 88% 89% 92% 95% 90%
anos
A organização implementou Aplica agora 73% 80% 84% 91% 82%
uma estrutura de controle Aplicará em 5
interno 93% 93% 93% 95% 93%
anos

A organização implementou Aplica agora 35% 42% 49% 60% 46%


uma cultura de gerenciamento
Aplicará em 5
de sistemas 68% 69% 73% 73% 71%
anos

12
Sarens G., Nota editorial – Internal Auditing Research: Where Are We Going? International Journal of Auditing,
Vol. 13, No. 1 (2009): 1–7.

Um Componente do Estudo CBOK | 13


Capítulo 2
Mudança de Funções na Atividade de
Auditoria Interna
Introdução

As respostas para perguntas da pesquisa a respeito de requisitos legais/reguladores


existentes para se ter uma atividade de auditoria interna e sobre os contextos de
governança e controle interno das organizações apresentados neste estudo foram
analisados no capítulo anterior. Também foi visto como os entrevistados esperavam que
essas questões evoluíssem nos próximos cinco anos.

Este capítulo apresenta uma análise das respostas dos entrevistados para as duas
perguntas a seguir:

 Como um auditor interno, você percebe uma probabilidade de mudança nas


seguintes funções 13 da atividade de auditoria interna pelos próximos cinco anos?

 Revisão dos processos financeiros

 Gerenciamento de riscos

 Governança

 Conformidade reguladora

 Auditoria operacional

 Indique se as declarações a seguir se aplicam à sua organização agora, nos


próximos cinco anos, ou se não vão se aplicar em um futuro previsível:

 Os auditores internos na organização possuem uma função de aconselhamento


no desenvolvimento estratégico.

 A atividade de auditoria interna forneceu treinamento para os membros do


comitê de auditoria.

13
Para mais informações, por favor verifique a questão 48.

Um Componente do Estudo CBOK | 14


 A atividade de auditoria interna assume um papel importante na integridade do
relatório financeiro.

 A atividade de auditoria interna educa os demais funcionários da organização


sobre controles internos, governança corporativa e questões de conformidade.

 A atividade de auditoria interna dá mais ênfase nas atividades de avaliação do


que nas de consultoria.

Essas perguntas são discutidas em duas seções, intituladas “Evolução Esperada das
Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna” e “Funções Adicionais da Atividade
de Auditoria Interna”. A primeira seção cobre a evolução esperada dessas funções de
atividade de auditoria interna no contexto da cultura de governança e controle interno
das organizações que foram analisadas no Capítulo 1. Um resumo das respostas é
mostrado na Figura 2–1.

Evolução Esperada das Funções da Atividade de Auditoria Interna 14

Espera-se que duas áreas em particular aumentem em importância nos próximos cinco
anos: gerenciamento de riscos (80%) e governança (65%) (ver Figura 2–1), e os
resultados da pesquisa de 2006 mostram expectativas muito similares em tal momento
(80% e 63%, respectivamente). A consistência dessas respostas mostra que os
entrevistados acreditam que o papel da atividade de auditoria interna no gerenciamento
de riscos e governança continuará sendo cada vez mais aceita, da perspectiva de
profissionais de auditoria interna, como os dois alicerces mais importantes da
profissão15. Em contraste, espera-se que a função da atividade de auditoria interna na
revisão de processos financeiros e auditoria operacional continue estável nos próximos
cinco anos (54% e 48%, respectivamente), apesar de que se deve notar que a proporção
de entrevistados que esperam uma diminuição nessas cinco funções da atividade de
auditoria interna é muito pequena (variando de 1% a 6%).

14
As cinco funções discutidas são as incluídas na pergunta 48.

15
Deve-se notar que o questionário da pesquisa de 2010 não pede dados relacionados às funções atuais realizadas
pela atividade de auditoria interna.

Um Componente do Estudo CBOK | 15


Figura 2–1: Aumento Esperado nas Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna
(Resultados Gerais)

Análise por Região

A análise das mudanças esperadas nas cinco funções da atividade de auditoria interna
por região (Tabela 2–1) mostra que:

 A maior expectativa de aumento na revisão de processos financeiros foi


reportada pelo Oriente Médio (60%), América Latina/Caribe (59%) e África
(57%). A média geral foi de 40%.

 A menor expectativa de aumento na função da atividade de auditoria interna no


gerenciamento de riscos foi reportada pelos Estados Unidos/Canadá e Europa
Ocidental (ambos com 74%). A média geral foi de 80%.

 A menor expectativa de aumento na função da atividade de auditoria interna de


governança foi reportada por Estados Unidos/Canadá (59%), Europa
Oriental/Ásia Central (61%) e Europa Ocidental (62%). A média geral foi de
65%.

Um Componente do Estudo CBOK | 16


 A maior expectativa de aumento na conformidade reguladora foi reportada pela
África (63%), Oriente Médio (63%) e América Latina/Caribe (58%). A resposta
geral foi de 50%.

 O maior aumento esperado na auditoria operacional foi reportado pelo Oriente


Médio (59%), África (57%), Europa Oriental/Ásia Central (55%) e América
Latina (53%). A resposta média foi de 47%.

Esses resultados indicam que as funções da atividade de auditoria interna, nos próximos
cinco anos, não vão seguir uma tendência uniforme no mundo. Isso pode, em alguma
extensão, estar relacionado à idade relativa e maturidade da profissão em regiões
definidas. Em regiões onde a profissão de auditoria interna é mais nova (África 16,
América Latina/Caribe 17, e Oriente Médio 18), se espera que a atividade de auditoria
interna evolua nos próximos cinco anos em direção a funções que já estão bem
estabelecidas em regiões mais maduras. Na Europa Ocidental 19 e nos Estados
Unidos/Canadá 20, onde a profissão está estabelecida por um período maior, a função da
profissão no gerenciamento de riscos e governança é mais estabelecida do que em outras
regiões. O Capítulo 1 destacou que os contextos de governança e controle interno das
organizações dos entrevistados em países emergentes estão alcançando aqueles de países
desenvolvidos e que o Oriente Médio, em particular, é caracterizado por mudanças
esperadas importantes que podem levar a tornar a atividade de auditoria interna um
requisito legal. Esses fatores provavelmente terão um impacto positivo na maturidade da
atividade de auditoria interna, que deve então ter um impacto nas futuras funções de
atividades nessas regiões. Uma pesquisa mais longitudinal será necessária para
confirmar essa proposta, apesar dos dados de arquivos do IIA sugerirem que, na Europa
Ocidental e nos Estados Unidos/Canadá, a função da profissão no gerenciamento de
riscos e governança é mais desenvolvida do que em outras regiões.

16
Na África, os países Argélia, Botsuana, Camarões, Etiópia, Quênia e Malawi estabeleceram seus institutos locais
do IIA há menos de 15 anos.

17
Na região da América Latina e Caribe, os países Chile, Guatemala, Haiti, Honduras e Paraguai estabeleceram seus
institutos locais do IIA há menos de 10 anos.

18
No Oriente Médio, os países Egito, Líbano e Omã estabeleceram seu instituto local do IIA há menos de 10 anos.

19
A maioria dos países da Europa Ocidental estabeleceu seu instituto local do IIA há mais de 25 anos.

20
A profissão possui história mais longa nesta região, considerando que o IIA foi fundado nos Estados Unidos em
1941.

Um Componente do Estudo CBOK | 17


Tabela 2–1

Aumento Esperado nas Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna por Região
(Porcentagem de Entrevistados)

Europa
América Estados
Ásia Oriental - Oriente Europa Média
África Latina e Unidos e
Pacífico Ásia Médio Ocidental geral
Caribe Canadá
Central
Revisão dos
processos 57% 43% 42% 59% 60% 33% 30% 41%
financeiros
Gerenciamento
87% 86% 84% 86% 87% 74% 74% 80%
de Riscos
Governança 83% 73% 61% 70% 79% 59% 62% 65%
Conformidade
63% 50% 34% 58% 63% 52% 47% 50%
reguladora
Auditoria
57% 52% 55% 53% 59% 43% 38% 47%
operacional

Análise por Indústria


Revisão dos processos financeiros

Espera-se que a revisão de processos financeiros aumente mais na indústria de serviços


financeiros (42%) e menos no setor público/governamental (35%).

Gerenciamento de Riscos e Governança

Os entrevistados esperam que o papel da atividade de auditoria interna no


gerenciamento de riscos e governança aumente mais na indústria de serviços financeiros
(81% e 68%, respectivamente) e na indústria de matéria prima e agricultura (82% e 69%,
respectivamente). A média de respostas foi 80% e 65%, respectivamente. Pode-se
assumir que a recente perda de controle grave na indústria de serviços financeiros e a
cascata resultante de falhas de governança influenciaram as expectativas da atividade de
auditoria interna de que seu futuro papel no gerenciamento de riscos e governança vai
aumentar como um método de reduzir esses riscos. Conforme foi discutido no Capítulo
1, os contextos de governança e controle interno para serviços financeiros são
fortemente influenciados pela regulação, o que causa requisitos mais formais em termos
de gerenciamento de riscos e governança. Isso, por sua vez, aumenta as oportunidades
para que a atividade de auditoria interna tenha uma função nesses domínios. O Capítulo
1 também notou que as organizações dentro da indústria de matéria prima e agricultura
muitas vezes são companhias de capital aberto e essas entidades geralmente operam em

Um Componente do Estudo CBOK | 18


escala internacional. Essas características podem ser usadas para explicar alguns dos
contextos mais desenvolvidos de governança e controle interno.

Dentro do setor público/governamental, menos da média do número de entrevistados


espera que o papel da atividade de auditoria interna no gerenciamento de riscos e
governança (73% e 62%, respectivamente) aumente (média geral de 80% e 65%,
respectivamente). Conforme reportado no Capítulo 1, no setor público/governamental
os contextos atuais de governança e controle interno são atualmente menos
desenvolvidos em comparação com companhias de capital aberto, apesar de se esperar
que esta situação melhore no futuro, particularmente com a implementação de
estruturas de controle interno. Enquanto os dados deste estudo não nos permitem
realizar uma análise profunda dos papeis da atividade de auditoria interna no setor
público, esta é uma área importante para futura pesquisa. Juntando-se essas descobertas,
é possível inferir que, em organizações ou mesmo indústrias com contextos mais
desenvolvidos de governança e controle interno, os auditores internos esperam que a
atividade de auditoria interna tenha uma participação no gerenciamento de riscos e
governança, nos próximos cinco anos, maior do que naquelas com contextos menos
desenvolvidos. Isso tende a confirmar que o papel da atividade da auditoria interna é
influenciado pelos contextos de governança e controle interno 21.

Conformidade Reguladora e Auditoria Operacional

Na indústria de serviços financeiros, mais da média do número de entrevistados espera


um aumento na função da atividade de auditoria interna na conformidade reguladora
(57% comparados com 50%). Isso pode ser explicado pelo fato de que essas organizações
já são obrigadas a cumprir com códigos e regulamentos internacionais, nacionais e
industriais. As respostas também sugerem que, neste setor, se espera que quatro dos
cinco papeis da atividade de auditoria interna aumentem nos próximos cinco anos. Isso
significa que a atividade de auditoria interna parece ser altamente pressionada para
agregar valor e também explicaria por que menos da média do número de entrevistados
espera que o papel da atividade de auditoria interna na auditoria operacional (43%
comparados com 50%) aumente, já que eles provavelmente já têm um alto nível desta
atividade.

Dentro da indústria de matéria prima e agricultura, é esperado que a auditoria


operacional (55%) aumente por mais do número médio de respostas (47%) nos

21
O Capítulo 1 discute os fatores relacionados a essa suposição; também cf., Sarens, G., Nota editorial – Internal
Auditing Research: Where Are We Going? International Journal of Auditing, Vol. 13, No. 1 (2009): 1–7.

Um Componente do Estudo CBOK | 19


próximos cinco anos. No setor público, as respostas sugerem que a conformidade
reguladora (42%) provavelmente vai aumentar menos do que o número médio de
respostas (50%). Deve-se notar que, na indústria do setor público/governo, as
expectativas de aumento são menores do que a média para todas as cinco funções da
atividade de auditoria interna, sugerindo que se espera que a atividade de auditoria
interna esteja menos sujeita a mudança dentro desse setor (ver Tabela 2–2).

Tabela 2–2
Aumento Esperado nas Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna por Industria
(Porcentagem de Entrevistados)
Financeira, Transporte,
Comércio
incluindo Fabricação Setor Matéria comunicação,
de Média
bancos, e Público/ prima e Serviço eletricidade,
Atacado geral
seguros e Construção Governo agricultura gás e serviços
e Varejo
imóveis sanitários
Revisão dos
processos 42% 37% 35% 40% 40% 38% 40% 41%
financeiros
Ger. de Riscos 81% 80% 73% 82% 78% 80% 78% 80%
Governança 68% 64% 62% 69% 65% 63% 57% 65%
Conformidade
57% 47% 42% 50% 53% 45% 43% 50%
reguladora
Auditoria
43% 50% 46% 55% 51% 48% 46% 47%
operacional

Análise por Estrutura de Propriedade da Organização

A Tabela 2–3 mostra que, especialmente para companhias de capital fechado, uma
proporção maior do que a média de entrevistados espera que a participação da atividade
de auditoria interna aumente nos próximos cinco anos na revisão de processos
financeiros (43% comparados com uma média de 40%), gerenciamento de riscos (81.0%
comparados com uma média de 79%) e conformidade reguladora (53.0% comparados
com uma média de 50%). Conforme é discutido no Capítulo 1, se espera que
companhias de capital fechado (que também tendem a ser menores, de acordo com os
dados) continuem a alcançar suas contrapartes de capital aberto em termos de contextos
de governança e controle interno. Isso provavelmente criará mais oportunidades e
desafios para que a atividade de auditoria interna aumente seu papel neste tipo de
organização. Também se deve notar que o benefício dessas oportunidades e desafios vai
depender inevitavelmente da disponibilidade de recursos (recursos humanos e
ferramentas e técnicas de auditoria).

Um Componente do Estudo CBOK | 20


Tabela 2–3

Aumento Esperado nas Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna por Estrutura de
Propriedade (Porcentagem de Entrevistados)

Organização
Companhia Companhia Sem Fins
de capital de Capital Setor Lucrativos/ Média
Outros
fechado Aberto Público/Governo Organização geral
(não-listada) (listada) Não
Governamental
Revisão dos
processos 43% 37% 40% 38% 44% 40%
financeiros
Gerenciamento
81% 80% 77% 76% 82% 79%
de Riscos
Governança 65% 65% 64% 64% 68% 65%
Conformidade
53% 49% 45% 54% 59% 50%
reguladora
Auditoria
48% 46% 50% 44% 53% 47%
operacional

Análise por Tamanho Organizacional

Conforme é notado na Tabela 2–4, dentro de um grupo de organizações menores


(aquelas com receita total/orçamento menor do que US$1 bilhão), uma proporção
maior do que a média de entrevistados espera que, nos próximos cinco anos, haja um
aumento nas funções de atividade de auditoria interna na revisão de processos
financeiros (42% comparados com uma média de 39%), gerenciamento de riscos (80%
comparados com uma média de 79%) e auditoria operacional (50% comparados com
uma média de 47%). Esta descoberta é consistente com as expectativas de que
organizações menores esperam alcançar suas contrapartes maiores, não apenas a
respeito de seus contextos de governança e controle interno, mas também com seus
papeis de atividade de auditoria interna. Em organizações menores, os entrevistados
esperam que a função de sua atividade de auditoria interna se expanda, mas deve-se
notar que, como com o caso de organizações de capital fechado, colocar essas
expectativas na prática pode requerer recursos adicionais ou realinhados.

Um Componente do Estudo CBOK | 21


Tabela 2–4
Aumento Esperado nas Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna por Tamanho
Organizacional (Porcentagem de Entrevistados)
Menos de $1B $1B-$15B Mais de $15B Média geral

Revisão dos
processos 42% 35% 38% 39%
financeiros
Gerenciamento de
80% 78% 77% 79%
Riscos
Governança 65% 64% 64% 65%
Conformidade
50% 46% 52% 49%
reguladora
Auditoria
50% 46% 43% 47%
operacional

Análise por Escopo de Operações

Especialmente em organizações locais, uma proporção maior do que a média de


entrevistados espera que a revisão de processos financeiros (43% comparados com a
média de 39%), conformidade reguladora (55% comparados com uma média de 50%) e
auditoria operacional (50% comparados com uma média de 47%) aumentem. Este
resultado é consistente com as descobertas anteriores, que notam que organizações
locais muitas vezes são menores e de capital fechado (ver Tabela 2–5).

Tabela 2–5
Aumento Esperado nas Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna por Escopo de
Operações (Porcentagem de Entrevistados)

Média
Local Estadual/regional Nacional Internacional/multinacional
geral
Revisão dos
processos 43% 38% 43% 37% 39%
financeiros
Gerenciamento
79% 77% 80% 79% 79%
de Riscos
Governança 66% 61% 66% 65% 65%
Conformidade
55% 50% 49% 50% 50%
reguladora
Auditoria
50% 48% 49% 45% 47%
operacional

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Análise por Idade da Atividade de Auditoria Interna

Dentro das atividades de auditoria interna criadas mais recentemente (estabelecidas há


menos de quatro anos atrás), uma proporção maior do que a média de entrevistados
espera aumentar a função da atividade de auditoria interna pelos próximos cinco anos
na revisão de processos financeiros (45% comparados com uma média de 40%),
gerenciamento de riscos (81% comparados com uma média de 79%) e auditoria
operacional (55% comparados com uma média de 47%). Sua expectativa de focar no
gerenciamento de riscos nos próximos cinco anos poderia ser explicada pelo fato de que
essas atividades de auditoria interna foram criadas ou se desenvolveram em um período
durante o qual o gerenciamento de riscos se tornou uma questão comercial principal
para muitas organizações, como resultado da recente crise financeira e econômica (ver
Tabela 2–6).

Tabela 2–6
Aumento Esperado nas Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna por Idade da
Atividade de Auditoria Interna (Porcentagem de Entrevistados)

Até 4 anos 5-10 anos 11-50 anos Mais de 50 anos Média geral

Revisão dos
processos 45% 40% 37% 40% 40%
financeiros
Gerenciamento
81% 79% 78% 76% 79%
de Riscos
Governança 64% 64% 65% 65% 65%
Conformidade
50% 47% 50% 57% 50%
reguladora
Auditoria
55% 51% 43% 46% 47%
operacional

Análise por Evolução Esperada do Tamanho da Atividade de Auditoria Interna

Uma proporção maior do que a média de entrevistados que esperam que o tamanho da
sua equipe de atividade de auditoria interna aumente nos próximos cinco anos esperam
um aumento no seu papel no gerenciamento de riscos (86% comparados com uma
média de 82%) e governança (75% comparados com uma média de 69%). Esta é uma
descoberta importante que contém uma importante mensagem: de acordo com os
entrevistados, uma participação mais intensa no gerenciamento de riscos e governança
requererá um aumento no tamanho da equipe. Em outras palavras, será necessário
expandir os números relativos à estruturação da equipe para que a atividade de auditoria

Um Componente do Estudo CBOK | 23


interna tenha maior importância nas duas áreas que certamente – acredita-se – se
tornarão alicerces principais para a profissão (ver Tabela 2–7).

Tabela 2–7
Aumento Esperado nas Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna por Evolução
esperada do Tamanho da Atividade de Auditoria Interna (Porcentagem de Entrevistados)

Aumento Continuar o mesmo Diminuição Média geral

Revisão dos
processos 41% 30% 32% 36%
financeiros
Gerenciamento de
86% 78% 79% 82%
Riscos

Governança 75% 62% 66% 69%

Conformidade
48% 40% 41% 44%
reguladora
Auditoria
49% 40% 42% 45%
operacional

Análise por Nível de Estruturação da Equipe de Auditoria Interna

A análise revela várias diferenças entre as expectativas de DEAs e gerentes de auditoria


interna comparadas com as de auditores internos seniores e outros membros da equipe
a respeito das futuras funções da atividade de auditoria interna. Uma proporção maior
do que a média de DEAs indicou um aumento esperado na função da atividade de
auditoria interna no gerenciamento de riscos (82% dos DEAs comparados com uma
média de 79%). Entretanto, tanto os DEAs quanto os gerentes de auditoria interna
indicam que esperam mais da metade do crescimento em governança (69% para DEAs e
67% para gerentes comparados com uma média de 65%). De modo oposto, uma
proporção maior do que a média de auditores internos seniores e outras equipes de
auditoria reportam que provavelmente se tornarão mais envolvidos nos processos de
revisão financeira (41% para seniores e 46% para outros da equipe comparados com
uma média de 40%) e conformidade reguladora (53% tanto para sênior quanto para
outros da equipe, comparados com uma média de 50%).

Isso pode ser explicado pelo contato mais próximo que os DEAs e gerentes de auditoria
interna possuem com seu comitê de auditoria e alta administração. O resultado é que
eles, portanto, têm maior probabilidade de ter uma visão estratégica de sua função e
perceber a necessidade de aumentar seu papel no gerenciamento de riscos e governança.
Os dois grupos restantes da equipe de auditoria interna estão mais envolvidos no lado
operacional da auditoria interna, portanto podem não compartilhar a mesma visão. Esta

Um Componente do Estudo CBOK | 24


é uma mensagem importante para DEAs e gerentes de auditoria interna: eles devem
estar cientes de que a equipe pode não ter as mesmas expectativas que eles sobre as
funções futuras da atividade de auditoria interna e seria aconselhável garantir que as
expectativas dentro da atividade de auditoria interna se alinhem. A atual falta de
alinhamento sugere que o IIA tem um papel importante para diminuir este espaço entre
as expectativas. Isso pode ser feito por meio da realização de programas de
desenvolvimento profissional, pelo uso de testes de desempenho e ao encorajar o
networking e outras atividades que incluem todos os níveis da equipe (ver Tabela 2–8).

Tabela 2–8
Aumento Esperado nas Cinco Funções da Atividade de Auditoria Interna por Nível de Equipe
da Atividade de Auditoria Interna

Diretor de Sênior/
Gerente de Equipe de
Auditoria (DEA) Supervisor de
Auditoria Auditoria Média geral
ou Prestador de Auditoria
Interna ou SP Interna ou SP
Serviços (SPP) Interna ou SP
Revisão dos
processos 36% 35% 41% 46% 40%
financeiros
Gerenciamento
82% 79% 77% 77% 79%
de Riscos
Governança 69% 67% 64% 58% 65%
Conformidade
45% 50% 53% 53% 50%
reguladora
Auditoria
45% 45% 47% 53% 47%
operacional

Funções Adicionais da Atividade de Auditoria Interna

Uma grande porcentagem dos entrevistados (ver Figura 2-2) espera um aumento entre
a situação atual e dentro dos próximos cinco anos:

 Na função de treinamento dos membros do comitê de auditoria (20% dos


entrevistados)

 Na função aconselhadora da atividade de auditoria interna no desenvolvimento de


estratégias (16% dos entrevistados)

 Em uma função educacional para os demais funcionários da organização (14% dos


entrevistados)

Um Componente do Estudo CBOK | 25


Figura 2–2: Funções Adicionais da Auditoria Interna (Resultados Gerais)
Desenvolvimento Estratégico

Os resultados mostram que as atividades de auditoria interna neste estudo possuem


uma expectativa clara de ficarem mais envolvidas em questões de nível alto como
desenvolvimento estratégico (a proporção de entrevistados aumenta de 47% para 63%).
Isso pode estar relacionado à expectativa geral reportada de que haverá menos ênfase na
avaliação nos próximos cinco anos (8% dos entrevistados esperam que haja uma
diminuição). Esta expectativa também existia em 2006, com 63% dos entrevistados
naquele momento esperando uma melhor função de aconselhamento até 2009.

Consciência de Gerenciamento de Riscos e Governança

Outra mensagem importante que pode ser percebida dos resultados (cf. página anterior)
é que a atividade de auditoria interna também espera ter um papel importante na
criação de consciência de gerenciamento de riscos e governança em todos os níveis da
organização. Fica ainda mais evidente que os profissionais acreditam que essas duas
áreas vão se tornar (ou já se tornaram) alicerces importantes da profissão. Também fica
claro que os entrevistados percebem que, para estabelecer esta função, eles devem
primeiro criar consciência da importância do gerenciamento de riscos e da governança
através de treinamento e educação.

Novamente, a comparação com a pesquisa anterior mostra que esta intenção já existia
em 2006.

Um Componente do Estudo CBOK | 26


Integridade do Relatório Financeiro

É esperado que o papel da atividade de auditoria interna na integridade do relatório


financeiro aumente ligeiramente (9% dos entrevistados esperam um aumento) nos
próximos cinco anos, mas ele é claramente percebido como menos importante que as
três outras funções da atividade de auditoria interna. As expectativas a respeito da
evolução dessa função eram claramente maiores em 2006 do que em 2010. Isso pode ser
explicado pelo fato de que a integridade do relatório financeiro se tornou uma questão
muito importante, como resultado dos escândalos corporativos que levaram à criação da
Sarbanes-Oxley e outras orientações similares 22.

Análise por Região

A análise das cinco funções adicionais da atividade de auditoria interna delineadas


acima em termos da região dos entrevistados mostra que especialmente entrevistados do
Oriente Médio (27% deles esperam um aumento) e América Latina/Caribe (23% deles
esperam um aumento) esperam se tornar mais envolvidos no desenvolvimento de
estratégia nos próximos cinco anos. Conforme foi destacado anteriormente, a profissão
é mais jovem nessas áreas. Pelo contrário, essa expectativa é muito menor em regiões
onde a profissão está bem estabelecida: Estados Unidos/Canadá (13% dos entrevistados
esperam um aumento) e Europa Ocidental (15% dos entrevistados esperam um
aumento). Isso sugere que, em países onde a profissão está bem estabelecida, os
profissionais têm expectativas menores de um aumento de função no desenvolvimento
estratégico. É preciso uma pesquisa mais ampla para entender porque isso pode
acontecer. Os possíveis motivos para esta situação podem ser a percepção, em relação à
auditoria interna, de que a vantagem competitiva e a contribuição de suas atividades
para suas organizações estão onde suas habilidades e competências podem ser
empregadas mais diretamente. A situação no Oriente Médio, onde a maioria das
atividades de auditoria interna atualmente é terceirizada para as Big Four firmas de
consultoria, pode explicar porque eles têm uma expectativa maior do que a média de se
envolverem em desenvolvimento estratégico, já que eles provavelmente são uma área
muito mais familiar e mais valiosa para esses entrevistados.

A maior proporção de entrevistados que esperam que a atividade de auditoria interna


forneça mais treinamento para os membros do comitê de auditoria nos próximos cinco
anos é encontrada no Oriente Médio (44% dos entrevistados esperam um aumento) e
África (31% dos entrevistados esperam um aumento).

22
www.sec.gov/about/laws/soa2002.pdf

Um Componente do Estudo CBOK | 27


As altas expectativas nessas regiões podem estar ligadas a importantes melhorias (atuais
e esperadas) nos contextos de governança e controle interno das organizações nesta
região. Isso também pode explicar porque os profissionais de auditoria interna nessas
regiões esperam que os membros do comitê de auditoria, que são obrigados a ter uma
função principal na melhoria dos contextos de governança e controle interno, precisem
de mais treinamento.

A menor proporção de entrevistados que esperam um aumento na função da atividade


de auditoria interna na integridade de relatórios financeiros foi encontrada nos Estados
Unidos e Canadá (apenas 5% dos entrevistados esperam um aumento). Isso pode ser
explicado pelo impacto da Sarbanes-Oxley, que faz parte do sistema de regulação desde
2002, e um grande grupo de atividades de auditoria interna nesta região (44%) são
organizações de capital aberto que já têm um grande foco na integridade do relatório
financeiro e, portanto, esperam um aumento menor nessa área.

A respeito do equilíbrio entre avaliação e consultoria, nos próximos cinco anos os


resultados mostram que a maior proporção dos entrevistados espera que seja
encontrada uma diminuição na Ásia Pacífico (13% dos entrevistados espera uma
diminuição) e nos Estados Unidos e Canadá (10% dos entrevistados espera uma
diminuição) (ver Tabela 2–9).

Tabela 2–9
Funções Adicionais de Auditoria Interna por Região (Porcentagem de Entrevistados)
Agora
Ocidental
Oriental -

Unidos e
América
Latina e

Estados
Pacífico

Oriente

Canadá
Central
Europa

Europa

Média
Médio
Caribe
África

Ásia

Ásia

Item
geral
5 anos

Auditores internos Aplica


62% 54% 48% 57% 53% 44% 36% 47%
na organização agora
possuem uma
função de
Aplicará
aconselhamento no 80% 70% 70% 80% 80% 57% 51% 63%
em 5 anos
desenvolvimento
estratégico.
A atividade de Aplica
46% 37% 22% 43% 34% 48% 29% 38%
auditoria interna agora
forneceu
treinamento para Aplicará
77% 54% 49% 71% 78% 64% 47% 58%
os membros do em 5 anos
comitê de auditoria.
A atividade de Aplica
77% 70% 50% 68% 59% 74% 58% 67%
auditoria interna agora
assume um papel
importante na Aplicará
87% 76% 67% 80% 80% 79% 67% 75%
integridade do em 5 anos
relatório financeiro.

Um Componente do Estudo CBOK | 28


A atividade de Aplica
82% 71% 51% 74% 79% 82% 60% 71%
auditoria interna agora
educa os demais
funcionários da
organização sobre
controles internos, Aplicará
94% 83% 78% 89% 88% 91% 76% 84%
governança em 5 anos
corporativa e
questões de
conformidade.
A atividade de Aplica
84% 78% 75% 74% 78% 82% 77% 78%
auditoria interna dá agora
mais ênfase às
atividades de Aplicará
75% 65% 70% 68% 69% 72% 70% 70%
avaliação do que às em 5 anos
de consultoria.

Análise por Indústria

A proporção de entrevistados que esperam se tornarem mais envolvidos no


desenvolvimento estratégico é maior na indústria de matéria prima e agricultura (20%
dos entrevistados esperam um aumento) e menor no setor público (10% dos
entrevistados esperam um aumento). Isso pode ser explicado pelo fato de que o
desenvolvimento estratégico receberá mais atenção dentro do setor privado, onde a
estratégia é desenvolvida e implementada pela alta administração. No setor público, os
governos possuem mandatos políticos por seu eleitorado e a estratégia é uma atividade
menos discreta.

Resultados similares podem ser encontrados a respeito das expectativas de fornecer


treinamento a membros do comitê de auditoria, com a maior proporção esperando um
aumento é encontrada na indústria de matéria prima e agricultura (25% dos
entrevistados) e a menor proporção no setor público (18% dos entrevistados). Esta
última descoberta pode ser explicada pelo fato de que, dentro dos países que são
bastante representados neste estudo, os comitês de auditoria possuem um histórico
relativamente longo dentro do setor público, o que pode reduzir a oportunidade para
que a atividade de auditoria interna aumente ainda mais sua função de treinamento.

A proporção de entrevistados esperando fornecer mais educação ao pessoal


organizacional é menor dentro da indústria de serviços financeiros (12% dos
entrevistados esperam um aumento). Considerando que as recentes práticas enganosas
dentro desta indústria nos Estados Unidos e Europa Ocidental (regiões que representam
um grupo significante de entrevistados) destacaram uma falta de consciência da
importância da governança e gerenciamento de riscos em todos os níveis, esse é um

Um Componente do Estudo CBOK | 29


resultado surpreendente. É possível que, como as questões de controle e governança
foram discutidas tradicionalmente de uma forma mais completa na indústria bancária
do que em outras áreas (apesar de possivelmente não ter sido discutida o suficiente ou
com sucesso), existe pouca percepção da necessidade de aumentar esta função
educacional.

O grupo de entrevistados que espera colocar menor ênfase na avaliação nos próximos
cinco anos é maior dentro da indústria de matéria prima e agricultura (12% dos
entrevistados), o que é consistente com as descobertas anteriores. Este grupo é menor
no setor público/governamental (6% dos entrevistados esperam uma diminuição). A
Tabela 2–10 mostra a análise completa da evolução esperada nessas cinco funções por
indústria.

Tabela 2–10
Funções Adicionais de Auditoria Interna por Indústria (Porcentagem de Entrevistados)

Atacado de Varejo
serviços sanitários
eletricidade, gás e
seguros e imóveis
incluindo bancos,

Público/Governo

Matéria prima e

Agora

comunicação,

Comércio de
Fabricação e

Média geral
Transporte,
Construção
Financeira,

agricultura

Serviço
Setor

Item

5 anos

Auditores Aplica
47% 42% 54% 48% 50% 46% 43% 47%
internos na agora
organização
possuem uma
função de Aplicará
aconselhamento em 5 64% 59% 64% 68% 67% 61% 59% 63%
no anos
desenvolvimento
estratégico.
A atividade de Aplica
42% 29% 40% 40% 41% 33% 30% 38%
auditoria interna agora
forneceu
treinamento
Aplicará
para os
em 5 61% 50% 58% 65% 64% 53% 50% 58%
membros do
anos
comitê de
auditoria.
A atividade de Aplica
67% 68% 62% 69% 66% 67% 67% 67%
auditoria interna agora
assume um
papel
Aplicará
importante na
em 5 76% 76% 69% 75% 75% 73% 75% 75%
integridade do
anos
relatório
financeiro.
A atividade de Aplica
68% 68% 72% 73% 74% 70% 71% 71%
auditoria interna agora

Um Componente do Estudo CBOK | 30


educa os demais
funcionários da
organização
sobre questões Aplicará
de controles em 5 80% 85% 86% 86% 87% 83% 86% 84%
internos, anos
governança
corporativa e
conformidade.
A atividade de Aplica
82% 75% 79% 78% 74% 77% 72% 78%
auditoria interna agora
dá mais ênfase
Aplicará
às atividades de
em 5 73% 65% 73% 66% 67% 70% 64% 70%
avaliação do que
anos
de consultoria.

Análise por Estrutura de Propriedade

Dentro de companhias de capital fechado, uma maior proporção de entrevistados espera


um aumento de função em todas as atividades (a proporção de entrevistados varia de
12% a 23%) e uma proporção relativamente grande de entrevistados dentro deste grupo
espera um foco menor em avaliação (16% dos entrevistados) Por outro lado, a maioria
dos entrevistados dentro de organizações de capital aberto espera uma mudança mínina
na função de aconselhamento e educacional (a proporção de entrevistados que esperam
um aumento varia de 6% a 17%). Isso pode significar que, na atividade de auditoria
interna mais estabelecida (madura) (encontrada mais comumente dentro de
organizações de capital aberto), a proporção de atividades de auditoria interna que
espera um aumento em sua função de aconselhamento e educação é a menor (ver
Tabela 2–11).

Tabela 2–11
Funções Adicionais de Auditoria Interna por Estrutura de Propriedade (Porcentagem de
Entrevistados)
Companhia
Agora Companhia Organização Sem Fins
de capital Setor
de Capital Lucrativos/ Média
Item fechado Público/
Aberto Organização Não geral
5 anos (não- Governo
(listada) Governamental
listada)
Auditores internos
na organização Aplica agora 45% 44% 54% 48% 47%
possuem uma
função de
aconselhamento no Aplicará em
64% 60% 68% 63% 63%
desenvolvimento 5 anos
estratégico.

Um Componente do Estudo CBOK | 31


A atividade de
auditoria interna
Aplica agora 33% 39% 40% 46% 38%
forneceu
treinamento para
os membros do Aplicará em
56% 56% 60% 67% 58%
comitê de auditoria. 5 anos
A atividade de
auditoria interna Aplica agora 60% 73% 64% 62% 67%
assume um papel
importante na Aplicará em
integridade do 73% 79% 72% 71% 75%
5 anos
relatório financeiro.
A atividade de
auditoria interna
Aplica agora 67% 72% 72% 77% 71%
educa os demais
funcionários da
organização sobre
questões de
controles internos, Aplicará em
82% 84% 85% 89% 84%
governança 5 anos
corporativa e
conformidade.
A atividade de
auditoria interna dá Aplica agora 82% 75% 79% 78% 77%
mais ênfase às
atividades de Aplicará em
avaliação do que às 68% 68% 74% 70% 70%
5 anos
de consultoria.

Análise por Tamanho Organizacional

Uma análise levando em conta o tamanho organizacional dos entrevistados (ver Tabela
2–12) mostra resultados consistentes com os que são baseados em estrutura de
propriedade. Considerando que a grande maioria (61%) das companhias de capital
fechado neste estudo também entram no grupo de organizações menores
(receita/orçamento total de menos de US$1 bilhão), é razoável ver que, dentro do grupo
de organizações menores, uma proporção de entrevistados espera que haja um aumento
em todas as funções estudadas nesta seção (a proporção de entrevistados varia de 9% a
21%) em comparação com os dois outros grupos. Isso também pode ser ligado à
descoberta anterior de que organizações de capital fechado e menores esperam que suas
funções da atividade de auditoria interna alcancem suas contrapartes de capital aberto e
maiores.

Um Componente do Estudo CBOK | 32


Tabela 2–12
Funções Adicionais de Auditoria Interna por Tamanho Organizacional (Porcentagem de
Entrevistados)
Agora Menos de $1B- Mais de Média
Item
5 anos $1B $15B $15B geral
Auditores internos na organização Aplica agora 49% 41% 48% 46%
possuem uma função de
aconselhamento no Aplicará em 5 anos 66% 57% 60% 62%
desenvolvimento estratégico.
A atividade de auditoria interna Aplica agora 36% 35% 45% 38%
forneceu treinamento para os
Aplicará em 5 anos 58% 56% 59% 58%
membros do comitê de auditoria.
A atividade de auditoria interna Aplica agora 64% 68% 73% 67%
assume um papel importante na
Aplicará em 5 anos 74% 76% 78% 75%
integridade do relatório financeiro.
A atividade de auditoria interna Aplica agora 70% 71% 73% 71%
educa os demais funcionários da
organização sobre questões de
Aplicará em 5 anos 85% 83% 83% 84%
controles internos, governança
corporativa e conformidade.
A atividade de auditoria interna dá Aplica agora 76% 78% 82% 77%
mais ênfase às atividades de
Aplicará em 5 anos 70% 68% 72% 70%
avaliação do que às de consultoria.

Análise por Gama de Operações

Uma proporção relativamente maior de entrevistados dentro de organizações


internacionais/multinacionais espera uma ênfase menor na avaliação nos próximos
cinco anos (11% dos entrevistados esperam uma diminuição) e uma proporção
relativamente menor desses entrevistados espera um aumento na função da atividade de
auditoria interna na integridade do relatório financeiro (apenas 6% dos entrevistados
esperam um aumento). Isso pode acontecer por conta da história relativamente longa de
conformidade com códigos de supervisão e regulação como a Sarbanes-Oxley dentro
deste grupo de organizações (ver Tabela 2–13).

Um Componente do Estudo CBOK | 33


Tabela 2–13
Funções Adicionais de Auditoria Interna por Operações (Porcentagem de Entrevistados)
Agora Internacional/ Média
Item Local Estadual/regional Nacional
5 anos Multinacional geral
Auditores internos na
organização possuem Aplica agora 51% 51% 49% 44% 47%
uma função de
aconselhamento no Aplicará em 5
desenvolvimento 67% 66% 66% 59% 63%
anos
estratégico.
A atividade de
Aplica agora 41% 42% 37% 36% 38%
auditoria interna
forneceu treinamento
Aplicará em 5
para os membros do 63% 61% 57% 56% 58%
anos
comitê de auditoria.
A atividade de
auditoria interna Aplica agora 62% 66% 65% 69% 67%
assume um papel
importante na Aplicará em 5
integridade do 73% 74% 75% 75% 75%
anos
relatório financeiro.
A atividade de
auditoria interna Aplica agora 73% 71% 70% 70% 71%
educa os demais
funcionários da
organização sobre
questões de controles
Aplicará em 5
internos, governança 84% 86% 83% 84% 84%
anos
corporativa e
conformidade.
A atividade de
Aplica agora 78% 76% 78% 78% 78%
auditoria interna dá
mais ênfase às
atividades de garantia Aplicará em 5
72% 71% 71% 67% 70%
do que de consultoria. anos

Análise por Idade da Atividade de Auditoria Interna

Levando em conta a idade da atividade de auditoria interna (ver Tabela 2–14), se torna
claro que a maior porcentagem de entrevistados que espera um aumento em todas as
cinco funções nos próximos cinco anos foi encontrada dentro do grupo de atividades
mais jovens de auditoria interna (a porcentagem de entrevistados varia de 17% a 29%).
Quanto melhor estiver estabelecida a atividade de auditoria interna, menor a
porcentagem de entrevistados que esperam aumentos; isso pode acontecer porque eles
já possuem essas funções. Uma diferença marcante pode ser percebida a respeito da
função da atividade de auditoria interna na integridade do relatório financeiro. Nas
atividades de auditoria interna com maior história, existem entrevistados que esperam
uma diminuição na função da atividade de auditoria interna na integridade de relatórios

Um Componente do Estudo CBOK | 34


financeiros (0,3% dos entrevistados esperam uma diminuição). Isso pode significar que,
para funções mais tradicionais, as atividades de auditoria interna com uma história mais
longa já aumentaram em tudo que podiam sua função nessa área. É preciso uma
pesquisa maior para investigar por que atividades de auditoria interna bem estabelecidas
possuem poucas expectativas de expandir sua função de aconselhamento e educação.

Tabela 2–14
Funções Adicionais de Auditoria Interna por Idade de Atividade de Auditoria Interna
(Porcentagem de Entrevistados)
Agora Até 4 5-10 11-50 Mais de Média
Item
5 anos anos anos anos 50 anos geral
Auditores internos na organização Aplica agora 44% 47% 48% 52% 47%
possuem uma função de
aconselhamento no Aplicará em 5
66% 64% 62% 59% 63%
desenvolvimento estratégico. anos
A atividade de auditoria interna Aplica agora 29% 33% 41% 50% 37%
forneceu treinamento para os Aplicará em 5
57% 54% 59% 61% 57%
membros do comitê de auditoria. anos
A atividade de auditoria interna Aplica agora 59% 63% 69% 81% 67%
assume um papel importante na Aplicará em 5
76% 71% 75% 81% 74%
integridade do relatório financeiro. anos
A atividade de auditoria interna
educa os demais funcionários da Aplica agora 66% 69% 73% 72% 71%
organização sobre questões de
controles internos, governança Aplicará em 5
85% 84% 84% 79% 84%
corporativa e conformidade. anos
A atividade de auditoria interna dá Aplica agora 78% 76% 78% 78% 78%
mais ênfase às atividades de Aplicará em 5
69% 69% 71% 71% 70%
avaliação do que às de consultoria. anos

Análise por Tamanho da Atividade de Auditoria Interna

Quando são levadas em conta as mudanças esperadas para o tamanho da organização


nos próximos cinco anos, algumas descobertas surpreendentes e contraditórias são
reveladas. Por um lado, dentro do grupo de entrevistados que esperam um aumento no
tamanho de sua equipe, uma proporção maior de entrevistados espera se tornar mais
envolvido no desenvolvimento estratégico (22% dos entrevistados esperam um
aumento), assim como prover mais treinamento e educação, tanto para membros do
comitê de auditoria (26% dos entrevistados espera um aumento) quanto para os demais
funcionários da empresa (17% dos entrevistados espera um aumento) e, ainda assim,
não se espera que o equilíbrio entre avaliação e consultoria mude neste grupo (apenas
0,1% dos entrevistados neste grupo esperam uma diminuição). É possível que isso possa
ser explicado pelo fato de que essas atividades de auditoria interna também esperam um
aumento no trabalho de avaliação, além de seu aumento esperado na função de

Um Componente do Estudo CBOK | 35


aconselhamento e educação. Isso é viável, considerando que eles esperam um aumento
no tamanho da equipe, de forma que o equilíbrio geral continue o mesmo. Mas, para o
grupo de entrevistados que espera uma diminuição no tamanho da equipe da atividade
de auditoria interna, os resultados são bastante contraditórios: uma proporção
relativamente maior desses entrevistados espera um maior foco na integridade do
relatório financeiro (17% esperam um aumento) combinados com 16% deles, que
esperam uma diminuição nas atividades de avaliação (ver Tabela 2–15).

Tabela 2–15
Funções Adicionais de Auditoria Interna por Mudança Esperada no Tamanho da Atividade de
Auditoria Interna (Porcentagem de Entrevistados)
Agora Continuou Média
Item Aumento Diminuição
5 anos o mesmo geral
Auditores internos na organização Aplica agora 41% 40% 39% 40%
possuem uma função de
aconselhamento no desenvolvimento Aplicará em 5
63% 55% 58% 59%
estratégico. anos
A atividade de auditoria interna Aplica agora 31% 27% 26% 29%
forneceu treinamento para os Aplicará em 5
57% 47% 51% 52%
membros do comitê de auditoria. anos
A atividade de auditoria interna Aplica agora 62% 60% 61% 61%
assume um papel importante na Aplicará em 5
76% 70% 78% 73%
integridade do relatório financeiro. anos
A atividade de auditoria interna educa
Aplica agora 72% 68% 70% 70%
os demais funcionários da organização
sobre questões de controles internos,
Aplicará em 5
governança corporativa e 89% 81% 84% 85%
anos
conformidade.
A atividade de auditoria interna dá Aplica agora 70% 78% 80% 83%
mais ênfase às atividades de avaliação Aplicará em 5
70% 67% 64% 68%
do que às de consultoria. anos

Análise por Nível de Equipe da Atividade de Auditoria Interna

Finalmente, uma investigação das expectativas relacionadas ao cargo dos entrevistados


na atividade de auditoria interna indica expectativas similares àquelas encontradas
anteriormente. As expectativas da ambição da atividade de auditoria interna de possuir
uma função de aconselhamento no desenvolvimento estratégico e de fornecer
treinamento aos membros do comitê de auditoria diferem bastante, dependendo do
nível do entrevistado. A proporção de DEAs e gerentes que esperam aumentos no
envolvimento em desenvolvimento de estratégia (19% dos DEAs e 17% dos gerentes) e
treinamento para membros do comitê de auditoria (24% dos DEAs e 20% dos gerentes)
é maior do que nos outros grupos de entrevistados. Isso pode ser explicado pelo fato de
que os dois níveis mais altos da atividade de auditoria interna possuem mais contato

Um Componente do Estudo CBOK | 36


com a alta administração e podem ver a necessidade de maior envolvimento no
desenvolvimento estratégico. Além do mais, esses dois grupos, dentro da atividade de
auditoria interna, também são os que interagem mais com os membros do comitê de
auditoria e entendem sua necessidade de treinamento, o que pode ter tido um impacto
nas expectativas. Claro, isso não necessariamente significa que o próprio comitê de
auditoria vai pedir que a atividade de auditoria interna forneça esse treinamento.

O aumento esperado na educação dos funcionários da organização é menos assimétrico:


os DEAs e a equipe júnior possuem as mais altas expectativas (16% dos entrevistados em
ambos os grupos esperam um aumento nesta função). Isso pode ser explicado pelo fato
de a equipe júnior ter mais contato com o pessoal operacional durante o trabalho de
auditoria e, por isso, pode identificar uma necessidade de educação sobre o controle
interno, governança corporativa e conformidade. Apenas o nível de equipe júnior
parece menos convencido do menor foco esperado em avaliação (apenas 6% deles
espera uma diminuição). Isso leva a dois problemas em potencial para o futuro: ou os
DEAs devem garantir que sua equipe júnior se convença da mudança em direção a um
foco menor no trabalho de avaliação ou eles terão que descobrir porque sua equipe
júnior (que muitas vezes tem o contato mais frequente com o lado operacional da
organização) está menos convencida da mudança para menos trabalho de avaliação (ver
Tabela 2–16).

Tabela 2–16
Funções Adicionais de Auditoria Interna por Cargo do Entrevistado (Porcentagem de
Entrevistados)
Sênior/
Diretor de
Agora Gerente de Supervisor Equipe de
Auditoria
Auditoria de Auditoria Média
Item (DEA) ou
Interna ou Auditoria Interna geral
Prestador de
5 anos SP Interna ou ou SP
Serviços (SPP)
SP
Auditores internos na
Aplica agora 41% 45% 50% 55% 47%
organização possuem uma
função de aconselhamento
Aplicará em
no desenvolvimento 60% 62% 64% 68% 63%
5 anos
estratégico.
A atividade de auditoria
Aplica agora 30% 40% 40% 41% 38%
interna forneceu
treinamento para os
Aplicará em
membros do Comitê de 54% 60% 59% 59% 58%
5 anos
auditoria.
A atividade de auditoria Aplica agora 61% 71% 68% 67% 67%
interna assume um papel
importante na integridade Aplicará em
74% 78% 74% 73% 75%
do relatório financeiro. 5 anos

Um Componente do Estudo CBOK | 37


A atividade de auditoria
interna educa o pessoal da Aplica agora 70% 73% 73% 67% 71%
organização sobre
controles internos,
Aplicará em
governança corporativa e 86% 86% 83% 81% 84%
5 anos
questões de conformidade.
A atividade de auditoria Aplica agora 77% 80% 79% 77% 78%
interna dá mais ênfase nas
atividades de garantia do Aplicará em
68% 71% 70% 71% 70%
que de consultoria. 5 anos

Um Componente do Estudo CBOK | 38


Capítulo 3
Desempenho da Atividade de
Auditoria Interna
Nos capítulos anteriores, notou-se que os entrevistados preveem mudanças importantes
no contexto de governança e controle interno da organização para a qual trabalham e
nas funções que a atividade de auditoria interna provavelmente terá nos próximos cinco
anos. Este capítulo fornece uma discussão mais detalhada sobre a evolução esperada de
atividades específicas de auditoria interna e apresenta a análise das respostas dos
entrevistados ao seguinte:

 Indique se sua atividade de auditoria interna realiza (ou se é previsto que realize)
as seguintes atividades.

A lista fornecida aos entrevistados incluía as 25 atividades mostradas na Figura 3–1. Foi
pedido aos entrevistados que marcassem tudo que se aplicasse a eles. Não foi pedido que
eles indicassem a evolução (aumento, estável ou diminuição) das atividades dadas nesta
pergunta. Categorias exclusivas de resposta foram usadas, para que aqueles que
indicaram que atualmente realizam uma atividade não pudessem indicar que esperam
realizar esta atividade nos próximos cinco anos e vice versa 23.

O objetivo deste capítulo é:

 Analisar as atividades que os profissionais esperam realizar nos próximos cinco


anos

 Avaliar a potencial influência das mudanças esperadas nos contextos de


governança e controle interno e nas funções futuras da atividade de auditoria
interna (conforme a análise dos Capítulos 1 e 2)

Outros fatores que podem influenciar as atividades de auditoria interna também são
identificados. Um resumo desses fatores pode ser encontrado no final deste capítulo.

23
Não é possível saber se aqueles que indicam que esperam realizar uma atividade no futuro já realizam esta
atividade no presente.

Um Componente do Estudo CBOK | 39


As Cinco Principais Atividades

As cinco principais atividades que realizadas em 2010, segundo os entrevistados, foram:

 Auditoria operacional (89% dos entrevistados).

 Auditorias de conformidade com requisitos de código regulador (inclusive


privacidade) (75% dos entrevistados).

 Auditoria de riscos financeiros (72% dos entrevistados).

 Investigação de fraude e irregularidades (71% dos entrevistados).

 Avaliação de efetividade de estruturas de controle (i.e., usando COSO e COBIT)


(69% dos entrevistados).

Como existem diferenças nos questionários usados em 2006 e em 2010, uma


comparação direta dos resultados não é possível. Apesar disso, fica claro que tanto a
auditoria operacional quanto as auditorias de conformidade continuam entre as cinco
atividades principais realizadas pela função de auditoria interna com uma grande
proporção de entrevistados. Deve-se notar que esses resultados não fornecem qualquer
indicação sobre a proporção de tempo de trabalho gasto nessas atividades. A explicação
mais provável para a continuação da classificação alta de auditoria operacional é que
isso provavelmente é uma resposta à crise financeira mundial recente e à recessão
econômica subsequente. É provável que esses eventos tenham causado um aumento de
demanda para que a atividade de auditoria interna focasse nos processos comerciais,
para que as áreas de ineficiência possam ser identificadas e para dar apoio às iniciativas
de sua organização nas atividades de redução de custo e controle.

Muitas organizações atualmente cumprem com um código de governança corporativa e


implementaram uma estrutura de controle interno. Os resultados analisados neste
capítulo sugerem que este contexto de governança e controle interno influenciou as
atividades realizadas pela função de auditoria interna, já que as auditorias de
conformidade com código regulador ainda podem ser encontradas entre as cinco
atividades mais importantes realizadas em 2010. Novamente, a crise econômica também
pode ser vista como um dos motivos principais para realizar auditorias de riscos
financeiros (i.e. crédito, mercado e riscos de liquidez). Esses resultados são consistentes
com os de outros estudos sobre o impacto da crise financeira em atividades de auditoria
interna, realizados em 2009 pelo IIA e IIARF. Esses estudos indicam um foco principal
das atividades de auditoria interna na redução de custos/despesas, auditoria operacional

Um Componente do Estudo CBOK | 40


e risco financeiro 24. Novamente, por conta das diferenças de participantes dos estudos
CBOK com os dos estudos feitos pelo IIA e IIARF, não é possível fazer comparações
diretas. Ainda assim, é possível argumentar que a recente recessão econômica criou uma
necessidade de explicar a cobertura da atividade de auditoria interna em outras áreas,
como riscos financeiros e investigação de fraude e irregularidades.

As Cinco Atividades Menos Realizadas

As cinco atividades menos realizadas em 2010 foram:

 Implementação de Linguagem Extensível de Relatório de Negócios (Extensible


Business Reporting Language - XBRL) (5% dos entrevistados).

 Avaliações de compensação executiva (19% dos entrevistados).

 Migração para as Normas IFRS (19% dos entrevistados).

 Auditoria social e de sustentabilidade (responsabilidade corporativa social,


ambiental) (19% dos entrevistados).

 Auditorias de qualidade/ISO (24% dos entrevistados).

Auditoria social e de sustentabilidade e auditorias de qualidade/ISO também estavam na


lista de atividades menos realizadas em 2006 25.

24
Ver a Rede Global de Informação de Auditoria (GAIN), Alerta de Conhecimento (2009), The Financial Crisis and Its
Impact on the Internal Audit Profession, Fundação de Pesquisa do Instituto de Auditores Internos. A pesquisa foi
realizada com membros GAIN e 524 profissionais participaram da pesquisa.
25
Ver Burnaby et al., A Global Summary of the Common Body of Knowledge (Altamonte Springs, FL: Fundação de
Pesquisa do Instituto de Auditores Internos, 2007), 209–210

Um Componente do Estudo CBOK | 41


Figura 3–1: Tipo de Atividades Realizadas (Hoje, em Cinco Anos e Total)

Um Componente do Estudo CBOK | 42


Expectativas de Atividades a Serem Realizadas nos Próximos Cinco Anos
Figura 3–2: Tipo de Atividades a Serem Realizadas nos Próximos Cinco Anos (incluindo
atividades não realizadas atualmente)

Em marrom/bege, atividades para as quais mais de 18% dos entrevistados esperam um


aumento; em azul, atividades para as quais entre 18% e 15% dos entrevistados esperam
um aumento e, em roxo, as atividades para as quais menos de 15% esperam um
aumento.

Essas atividades podem ser divididas em três grupos principais, contendo sete atividades
(ver Figura 3-2). Em muitas organizações, esperava-se que o contexto de governança e

Um Componente do Estudo CBOK | 43


controle interno melhorasse mais nos próximos cinco anos e isso seria refletido em uma
maior conformidade com os códigos de governança corporativa e implementação de
estruturas de controle interno. O aumento na importância de uma cultura
organizacional sempre em mutação pode estar ligada à natureza das atividades que os
entrevistados esperam realizar nos próximos cinco anos que não são realizadas no
momento. Elas são:

 Revisão de governança corporativa (23% dos entrevistados)

 Auditoria de processos de gerenciamento de riscos da organização (20% dos


entrevistados)

 Revisões tratando da ligação entre estratégia e o desempenho da companhia (por


exemplo: balanced scorecard – 20% dos entrevistados)

 Auditorias de ética (19% dos entrevistados)

 Auditorias sociais e de sustentabilidade (19% dos entrevistados)

Essa descoberta também é consistente com o aumento esperado na função da atividade


de auditoria interna na governança e gerenciamento de riscos (dois alicerces da
profissão). As duas atividades restantes entre as sete principais são:

 Migração para as Normas IFRS (19% dos entrevistados)

 Teste e suporte para recuperação de desastres (18% dos entrevistados)

Análise por Região das Sete Atividades Principais a Serem Realizadas nos
Próximos Cinco Anos

A análise das sete mudanças esperadas nas cinco funções da atividade de auditoria
interna por região (Tabela 3–1) mostra que:

 A maior porcentagem de entrevistados esperando que revisões de governança


corporativa e que auditorias de ética sejam realizadas nos próximos cinco anos
vem do Oriente Médio (39% e 30%, respectivamente), América Latina/Caribe
(30% e 23%, respectivamente) e Europa Oriental/Ásia Central (29% e 25%,
respectivamente). A média geral de respostas foi 23% para revisões de governança
corporativa e 19% para auditorias de ética. Um resultado similar pode ser
encontrado ao olhar para o aumento esperado em auditorias sociais e de
sustentabilidade. Deve-se notar que essas são áreas onde se esperam mudanças
mais significativas para os contextos de governança e controle interno, então é

Um Componente do Estudo CBOK | 44


compreensível que as atividades de auditoria interna também sejam reorientadas
para governança e ética. Isso também pode ser ligado a uma maior porcentagem
de entrevistados da Europa Oriental/Ásia Central (28%) e do Oriente Médio
(26%), esperando o desempenho de auditorias de processos de ERM.

 De forma similar, o aumento esperado de auditorias sociais e de sustentabilidade é


maior do que a média dos entrevistados no Oriente Médio (30% comparado com
uma média geral de 19%), com uma resposta menor do que a média de
profissionais de auditoria interna localizados nos Estados Unidos e Canadá (14%).

 A menor porcentagem de entrevistados que esperam que sejam realizadas revisões


tratando da ligação entre estratégia e desempenho nos próximos cinco anos vem
dos Estados Unidos e Canadá (17%) e Europa Ocidental (18%), o que pode ser
ligado a uma descoberta anterior, de que em países onde a profissão está melhor
estabelecida, os profissionais têm menor desejo de terem um papel no
desenvolvimento estratégico.

 O envolvimento esperado da atividade de auditoria interna na migração para as


Normas IFRS é maior no Oriente Médio (27%), região da Ásia Pacífico (26%),
América Latina/Caribe (24%) e nos Estados Unidos e Canadá (22%), mas menor
do que a média na Europa Ocidental (9%), com a média geral de 19%. Isso pode
ser explicado pelo fato de que, na Europa Ocidental, a implementação das Normas
IFRS já está relativamente avançada (em vigor desde janeiro de 2005).

 Finalmente, o aumento esperado do envolvimento em testes e suporte de


recuperação de desastres é maior do que o número médio de 18% na Europa
Oriental/Ásia Central (24%), Oriente Médio (21%) e América Latina/Caribe
(21%). O grau de desenvolvimento econômico nessas regiões está acompanhando
outras partes do mundo desde sua mudança relativamente recente para uma
economia baseada em mercado, o que significa que a continuidade comercial
continuará avançando nos próximos anos.

No geral, a Tabela 3–1 mostra claramente que, no Oriente Médio, a evolução esperada
em todas as sete atividades de auditoria interna é maior do que a média; isso pode
novamente estar ligado às descobertas dos capítulos anteriores e confirma que existem
desafios significantes para a profissão de auditoria interna naquela região.

Um Componente do Estudo CBOK | 45


Tabela 3–1
Sete Atividades Principais a Serem Realizadas por Região nos Próximos Cinco Anos
(Porcentagem de Entrevistados)
Europa Estados
América
Ásia Oriental Oriente Unidos Europa Média
África Latina e
Pacífico -Ásia Médio e Ocidental geral
Caribe
Central Canadá
Revisões de
governança 25% 21% 29% 30% 39% 21% 20% 23%
corporativa
Auditoria de processos
de gerenciamento de 18% 19% 28% 20% 26% 22% 18% 20%
riscos da organização
Revisões tratando do
elo entre estratégia e
22% 21% 24% 24% 32% 17% 18% 20%
desempenho de
companhia
Auditorias de ética 21% 18% 25% 23% 30% 17% 18% 19%
Migração as Normas
20% 26% 16% 24% 27% 22% 9% 19%
(IFRS)
Auditorias da área
social e de 26% 21% 19% 25% 30% 14% 17% 19%
sustentabilidade
Testes e suporte para
recuperação de 20% 18% 24% 21% 21% 18% 15% 18%
desastres

Análise por Indústria das Sete Atividades Principais a Serem Realizadas


nos Próximos Cinco Anos

O resultado na Tabela 3–2 mostra que:

 As expectativas do desempenho de revisões de governança corporativa nos


próximos cinco anos foram mantidas pela maior porcentagem de entrevistados da
indústria de varejo/atacado (26%), indústria de matéria prima e agricultura (26%)
e indústria de transporte e comunicação (24%). A média geral foi de 23%. Para a
indústria de matéria prima e agricultura, isso é consistente com as descobertas
anteriores de que uma resposta maior do que a média indicava uma expectativa de
aumento na função da atividade de auditoria interna no gerenciamento de riscos e
governança.

 Uma menor porcentagem de entrevistados do setor público (19%) esperava que


revisões de governança corporativa fossem realizadas nos próximos cinco anos, o
que também está de acordo com uma descoberta anterior de que existe um
contexto de governança e controle interno menos desenvolvido para esse tipo de

Um Componente do Estudo CBOK | 46


organização e o impacto que isso possui na função de atividades de auditoria
interna.

 A maior porcentagem de entrevistados esperando que auditorias de processo de


ERM fossem realizadas nos próximos cinco anos estava localizada na indústria de
fabricação e construção (23%) e a indústria de matéria prima e agricultura (22%).
A resposta geral foi de 20%. Ambas as indústrias possuem um contexto de
governança e controle interno mais desenvolvido.

 Por outro lado, uma porcentagem menor de entrevistados dentro da indústria de


serviços financeiros espera que essa atividade seja realizada nos próximos cinco
anos. Isso pode ser explicado pelo fato de que esse tipo de atividade já está muito
bem estabelecida dentro dessa indústria, por conta do impacto regulador nas
práticas de gerenciamento de riscos.

 Uma porcentagem menor de entrevistados no setor público (18%) e na indústria


de fabricação e construção (18%) espera que auditorias de ética sejam realizadas (a
média geral era de 19%). Isso pode estar ligado ao fato de que, em ambas as
indústrias, a ética é mantida inerentemente em uma posição muito alta (conforme
é ilustrado pela importância do gerenciamento de finanças públicas e
regulamentos e leis antissuborno na indústria de construção). Isso implica que as
atividades de auditoria interna já levam em conta esse elemento sensível.

 A maior porcentagem de entrevistados esperando que auditorias sociais e de


sustentabilidade fossem realizadas nos próximos cinco anos estão localizados na
indústria de varejo e atacado (21%), indústria de serviços (20%) e indústria de
fabricação e construção (20%). A média geral foi de 19%. Nas indústrias de
atacado e varejo e fabricação e construção, essa questão claramente se tornou mais
proeminente nos últimos anos e se espera que ela se torne ainda mais importante
no futuro próximo (os possíveis motivos incluem críticas à terceirização e
exportação da produção para países de baixo custo, custos excessivos de
transporte e embalagem e fontes éticas dos produtos).

 A maior porcentagem de entrevistados esperando que testes e suporte de


recuperação sejam realizados nos próximos cinco anos são da indústria de varejo e
atacado (23%) e indústria de matéria prima e agricultura (22%). A média geral foi
de 18%. Isso pode ser explicado pelo perfil de risco sofisticado de organizações
nessas indústrias (i.e. a crescente apreciação de riscos relacionados ao e-commerce
e canais de distribuição eletrônicos ou a maior dependência de plantas físicas). A

Um Componente do Estudo CBOK | 47


menor porcentagem de entrevistados que espera que essa atividade seja realizada
nos próximos cinco anos vem da indústria de serviços financeiros (14%).
Novamente, isso pode ser explicado pela provável grande maturidade e
elasticidade de sua infraestrutura de TI como um todo.

 A maior porcentagem de entrevistados esperando que a revisão da ligação entre


estratégia e o desempenho da companhia seja realizado nos próximos cinco anos
vem da indústria de matéria prima e agricultura (24%) e indústria de
atacado/varejo (22%). A média geral foi de 20%. Esses resultados são consistentes
com o capítulo 2, onde foi descoberto que o desejo de se tornar mais envolvido no
desenvolvimento estratégico é maior na indústria de matéria prima e agricultura.

Tabela 3–2
Sete Atividades Principais a Serem Realizadas por Industria nos Próximos Cinco Anos
(Porcentagem de Entrevistados)

Comércio de Atacado
Financeira, incluindo

serviços sanitários
eletricidade, gás e
bancos, seguros e

Público/Governo

Matéria prima e

comunicação,
Fabricação e

Transporte,
Construção

agricultura

de Varejo
imóveis

Serviço
Média
Setor

geral

Revisões de governança
22% 23% 19% 26% 22% 25% 26% 23%
corporativa
Auditoria de processos de
gerenciamento de riscos da 19% 23% 21% 22% 20% 20% 20% 20%
organização
Revisões tratando do elo
entre estratégia e o 20% 21% 15% 24% 19% 21% 22% 20%
desempenho da companhia
Auditorias de ética 19% 18% 18% 19% 19% 21% 20% 19%
Migração para normas IFRS 18% 25% 11% 21% 18% 19% 24% 19%
Auditorias da área social e de
18% 20% 15% 17% 20% 19% 21% 19%
sustentabilidade
Testes e suporte para
14% 20% 17% 22% 20% 19% 23% 18%
recuperação de desastres

Análise por Estrutura de Propriedade das Sete Atividades Principais a


Serem Realizadas nos Próximos Cinco Anos

A análise das sete atividades de auditoria interna que os entrevistados esperam que
sejam realizadas nos próximos cinco anos, de acordo com a estrutura de propriedade
das organizações dos entrevistados, mostra que:

Um Componente do Estudo CBOK | 48


 Os entrevistados de organizações de capital fechado e organizações sem fins
lucrativos possuem uma expectativa geral maior do que a média de que as revisões
de governança corporativa sejam realizadas nos próximos cinco anos (26% e 27%,
respectivamente, enquanto a resposta média foi de 23%); de forma similar, com
auditorias de processos de ERM (21% e 27%, respectivamente, com a média geral
de 20%) e auditorias de ética (21% e 21%, respectivamente, com média total de
19%). Para companhias de capital fechado, essas descobertas são consistentes com
as descobertas anteriores de que seus contextos de governança e controle interno
esperam tentar acompanhar as contrapartes de capital aberto. Em outras palavras,
organizações de capital fechado esperam que a melhoria em seus contextos de
governança e controle interno tenha um impacto na evolução esperada de suas
atividades de auditoria interna.

 Entrevistados de organizações de capital fechado também possuem uma


expectativa acima da média de que auditorias sociais e de sustentabilidade serão
realizadas nos próximos cinco anos (21% comparados com a média de 19%). As
respostas das pessoas de organizações sem fins lucrativos sugerem que a tendência
de buscar esse acompanhamento também se aplica a este grupo de organizações,
particularmente para várias atividades distintas. Uma maior porcentagem de
entrevistados de organizações sem fins lucrativos esperam que teste e suporte para
recuperação de desastres sejam realizados nos próximos cinco anos (22%
comparados com uma média geral de 18%). Isso pode ser explicado pelo fato de
que essas organizações podem estar para trás no desenvolvimento e
implementação de sua infraestrutura de TI.

 Uma porcentagem menor de entrevistados de companhias de capital aberto espera


que testes e suporte para recuperação de desastre sejam realizados nos próximos
cinco anos (17% comparados com o geral de 18%), o que pode ser esperado
considerando que essas organizações têm maior probabilidade de ter uma
infraestrutura de TI madura.

 A respeito do envolvimento esperado da atividade de auditoria interna na


migração para as Normas IFRS, uma frequência maior que a média (a resposta
média foi de 19%) dentro de companhias de capital aberto (23%) e uma resposta
menor que a média dentro do setor público/governamental (13%) foram
encontrados. Isso está claramente ligado aos requisitos reguladores para
implementar as IFRS, que causam impactos muito maiores em organizações de
capital aberto do que naquelas do setor público/governamentais (ver Tabela 3–3).

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Tabela 3–3
Sete Atividades Principais a Serem Realizadas por Estrutura de Propriedade nos Próximos
Cinco Anos (Porcentagem de Entrevistados)
Organização
Companhia Companhi
Sem Fins
de capital a de Setor
Lucrativos/ Média
fechado Capital Público/Gove
Organização geral
(não- Aberto rno
Não
listada) (listada)
Governamental
Revisões de governança corporativa 26% 21% 22% 27% 23%
Auditoria de processos de
gerenciamento de riscos da 21% 19% 21% 27% 20%
organização
Revisões tratando do elo entre
estratégia e o desempenho da 21% 20% 17% 22% 20%
companhia
Auditorias de ética 21% 18% 19% 21% 19%
Migração para as Normas IFRS 19% 23% 13% 15% 19%
Auditorias da área social e de
21% 19% 17% 18% 19%
sustentabilidade
Testes e suporte para recuperação
20% 17% 18% 22% 18%
de desastres

Análise por Escopo de Operações das Sete Atividades Principais a Serem


Realizadas nos Próximos Cinco Anos

Ao considerar o escopo de operações, os resultados estão misturados e são difíceis de


explicar:

 A maior porcentagem de entrevistados reportando uma expectativa de realização,


nos próximos cinco anos, de quatro das sete atividades de auditoria interna (20% a
24% comparados com as médias gerais de 18% a 23%) são de organizações
operando no nível local. Uma imagem similar é dada pelos que são de
organizações operando no nível nacional (20% a 25% comparados com as médias
gerais de 19% a 23%).

 Por outro lado, uma porcentagem menor de entrevistados de organizações


operando no nível estadual/regional (16% a 19% comparados com as médias
gerais de 19% a 20%) e organizações operando no nível internacional ou
multinacional (de 16% a 22% comparados com as médias gerais de 18% a 23%)
espera que entre quatro ou cinco das sete atividades de auditoria interna sejam
realizadas nos próximos cinco anos (ver Tabela 3–4).

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Tabela 3–4
Sete Atividades Principais a Serem Realizadas por Escopo de Operação nos Próximos Cinco
Anos (Porcentagem de Entrevistados)
Internacional/ Média
Local Estadual/regional Nacional
multinacional geral
Revisões de governança corporativa 24% 23% 25% 22% 23%
Auditoria de processos de
gerenciamento de riscos da 21% 19% 21% 27% 20%
organização
Revisões tratando do elo entre
estratégia e o desempenho da 20% 19% 20% 20% 20%
companhia
Auditorias de ética 22% 18% 21% 18% 19%
Migração para as Normas IFRS 18% 16% 20% 19% 19%
Auditorias da área social e de
20% 17% 20% 18% 19%
sustentabilidade
Testes e suporte para recuperação
21% 19% 20% 16% 18%
de desastres

Análise por Tamanho da Organização das Sete Atividades Principais a


Serem Realizadas nos Próximos Cinco Anos

Menos entrevistados do grupo de organizações maiores reportaram expectativas de


desempenho das sete atividades de auditoria interna nos próximos cinco anos (13% a
18% comparados com as médias gerais de 19% a 24%), o que sugere que a agenda da
atividade de auditoria interna está mais estável dentro de organizações maiores. Este
grupo de organizações é caracterizado por um contexto de governança e controle
interno mais desenvolvido (e estável). A introdução ou aumento nas atividades
esperadas de auditoria interna, a serem realizadas nos próximos cinco anos, dentro do
grupo de organizações menores (20% a 25% comparados com as médias gerais de 19% a
24%) confirma a tentativa de atualização identificada e discutida nos capítulos
anteriores (ver Tabela 3–5).

Tabela 3–5
Sete Atividades Principais a Serem Realizadas por Tamanho de Organização nos Próximos
Cinco Anos (Porcentagem de Entrevistados)
Menos de $1B- Mais de Média
$1B $15B $15B geral
Revisões de governança corporativa 25% 25% 18% 24%
Auditoria de processos de gerenciamento de riscos da
22% 22% 16% 21%
organização
Revisões tratando do elo entre estratégia e o desempenho
21% 21% 17% 20%
da companhia
Auditorias de ética 22% 19% 17% 20%
Migração para as Normas IFRS 19% 21% 17% 19%
Auditorias da área social e de sustentabilidade 20% 19% 17% 19%

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Testes e suporte para recuperação de desastres 20% 19% 13% 19%

Análise por Idade da Atividade de Auditoria Interna das Sete Atividades


Principais a Serem Realizadas nos Próximos Cinco Anos

Ao analisar a evolução esperada das sete atividades de auditoria interna, levando em


conta a idade da atividade de auditoria interna (ver Tabela 3–6), é possível identificar
um padrão claro. Especificamente, espera-se que todas as sete atividades de auditoria
interna sejam realizadas (se já não são realizadas) pela maioria daqueles dentro do grupo
de atividades de auditoria interna mais jovem (20% a 30% dos entrevistados
comparados com as médias gerais de 18% a 23%). Em atividades de auditoria interna
mais estabelecidas e adultas, essas expectativas são menores (10% a 17% comparados
com a resposta média geral de 18% a 23%). Essa descoberta é consistente com as
descobertas anteriores de que uma atividade de auditoria interna mais jovem é
ambiciosa em suas aspirações e espera ter uma função de aconselhamento crescente.

Também é razoável assumir que quanto mais jovem a atividade de auditoria interna,
mais espaço para mudança, considerando que as atividades mais antigas já possuem
uma agenda mais estabelecida. Conforme foi discutido no capítulo 2, a expectativa
maior reportada pelas atividades de auditoria interna mais jovens para focar em
governança e gerenciamento de riscos nos próximos cinco anos também pode ser
explicada pelo fato de que eles foram criados em um período no qual o gerenciamento
de riscos e a governança se tornaram tópicos importantes na vida corporativa,
impulsionados pelo impacto da recente crise financeira e econômica.

Tabela 3–6
Sete Atividades Principais a Serem Realizadas por Idade da Atividade de Auditoria Interna
nos Próximos Cinco Anos (Porcentagem de Entrevistados)
Até 4 5-10 11-50 Mais de 50 Média
anos anos anos anos geral
Revisões de governança corporativa 30% 24% 21% 17% 23%
Auditoria de processos de gerenciamento de riscos da
26% 21% 19% 16% 20%
organização
Revisões tratando do elo entre estratégia e o
24% 22% 18% 15% 20%
desempenho da companhia
Auditorias de ética 24% 20% 18% 16% 19%
Migração para as Normas IFRS 20% 20% 18% 17% 19%
Auditorias da área social e de sustentabilidade 22% 19% 17% 14% 18%
Testes e suporte para recuperação de desastres 26% 20% 15% 10% 18%

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Análise por Tamanho da Atividade de Auditoria Interna das Sete
Atividades Principais a Serem Realizadas nos Próximos Cinco Anos

Uma porcentagem maior de entrevistados espera que todas as sete atividades de


auditoria interna sejam realizadas nos próximos cinco anos do que os que esperam um
aumento no tamanho da equipe de auditoria interna (27% a 39% comparados com a
média geral de respostas de 24% a 34%) (ver Tabela 3–7). Esse resultado suporta a
conclusão de que adotar uma função mais extensa no gerenciamento de riscos e
governança só é possível se o tamanho da equipe aumentar. A respeito das revisões
esperadas tratando da ligação entre estratégia e o desempenho da companhia, as
descobertas no capítulo 2 já mostraram que os profissionais de auditoria interna que
esperam um aumento em seu tamanho de equipe de auditoria interna também esperam
se tornar mais envolvidos de forma significativa no desenvolvimento estratégico. A
tensão entre a atividade de auditoria interna que espera ter uma função mais intensa e os
recursos necessários para realizar isso deve ser vista como um dos desafios mais
importantes para os profissionais.

Tabela 3–7
Sete Atividades Principais a Serem Realizadas por Tamanho da Atividade de Auditoria
Interna nos Próximos Cinco Anos (Porcentagem de Entrevistados)
Continuou Média
Aumento Diminuição
o mesmo geral
Revisões de governança corporativa 39% 30% 34% 34%
Auditoria de processos de gerenciamento de riscos da
34% 30% 28% 32%
organização
Revisões tratando do elo entre estratégia e o
34% 25% 26% 30%
desempenho da companhia
Auditorias de ética 32% 23% 24% 27%
Migração para as Normas IFRS 27% 20% 25% 24%
Auditorias da área social e de sustentabilidade 31% 22% 22% 27%
Testes e suporte para recuperação de desastres 28% 23% 24% 26%

Análise por Cargo da Equipe das Sete Atividades Principais a Serem


Realizadas nos Próximos Cinco Anos

Uma porcentagem maior de DEAs, em comparação com a equipe de auditoria interna


(sem considerar gerentes ou equipe do nível de supervisão), tem expectativas claras de
que todas as sete atividades serão realizadas nos próximos cinco anos (DEAs – 24% a
34%, equipe de auditoria interna – 14% a 18% comparados com as médias gerais de 18%
a 23%). Particularmente, para revisões de governança corporativa (34%) e auditorias dos
processos de ERM (31%), a diferença com a média geral (23% e 20%, respectivamente) é

Um Componente do Estudo CBOK | 53


maior do que 10 pontos percentuais (ver Tabela 3–8). Essa descoberta confirma que
existe uma disparidade entre o maior nível hierárquico e o resto da equipe dentro da
atividade de auditoria interna. As ambições mais altas dos DEAs podem, em algum
grau, ser explicadas pelo fato de que eles mais provavelmente estão pensando no nível
macro/estratégico e interagindo com outros agentes de governança corporativa.
Infelizmente, esse resultado sugere que falta uma visão compartilhada ou um consenso
sobre a direção na qual a profissão está indo. Considerando que este é um assunto
fundamental para a profissão, é necessária uma pesquisa mais profunda sobre os
motivos desta disparidade de expectativas.

Tabela 3–8
Sete Atividades Principais a Serem Realizadas por Cargo de Equipe nos Próximos Cinco Anos
(Porcentagem de Entrevistados)
Diretor de Sênior/
Gerente de Equipe de
Auditoria (DEA) Supervisor de Média
Auditoria Auditoria
ou Prestador de Auditoria geral
Interna ou SP Interna ou SP
Serviços (SPP) Interna ou SP
Revisões de
governança 34% 20% 20% 18% 23%
corporativa
Auditoria de
processos de
gerenciamento de 31% 19% 15% 16% 20%
risco da
organização
Revisões tratando
do elo entre
estratégia e o 29% 20% 17% 14% 20%
desempenho da
companhia
Auditorias de
28% 19% 16% 15% 19%
ética
Migração para as
24% 21% 16% 16% 19%
Normas IFRS
Auditorias da área
social e de 27% 17% 16% 14% 19%
sustentabilidade
Testes e suporte
para recuperação 26% 17% 15% 15% 18%
de desastres

Um Componente do Estudo CBOK | 54


Capítulo 4
Ferramentas e Técnicas de Auditoria
Os capítulos anteriores analisaram as mudanças nas funções e atividades da profissão de
auditoria interna que os entrevistados esperam que aconteçam durante os próximos
cinco anos e identificou vários fatores que podem influenciar essas funções e atividades.
Este capítulo é baseado no argumento de que o desenvolvimento de novas funções e
atividades precisa ser apoiado por ferramentas e técnicas de auditoria adequadas, para
permitir que os profissionais de auditoria interna realizem suas atividades de forma
eficiente e eficaz.

Este capítulo é baseado nas respostas dos entrevistados para a seguinte declaração:

 Indique a extensão na qual a atividade de auditoria interna pretende usar as


seguintes ferramentas ou técnicas de auditoria em um projeto típico de auditoria
nos próximos cinco anos.

As respostas fechadas incluem:

 As ferramentas ou técnicas de auditoria que não planeja usar nos próximos cinco
anos
 As ferramentas ou técnicas de auditoria que planeja usar nos próximos cinco anos,
mas menos do que hoje em dia
 As ferramentas ou técnicas de auditoria que planeja usar com a mesma frequência
de hoje em dia
 As ferramentas ou técnicas de auditoria que planeja usar mais do que hoje em dia

A lista de ferramentas e técnicas fornecidas aos entrevistados inclui as 16 mostradas na


Figura 4–1 e corresponde à lista usada em 2006. Os entrevistados não podiam modificar
a lista fornecida.

Este capítulo não inclui as respostas para o uso atual de ferramentas e técnicas de
auditoria que são reportadas no Relatório II da Pesquisa Global de Auditoria Interna do
IIA. O objetivo principal deste capítulo é estudar o uso futuro de ferramentas e técnicas
de auditoria e o relacionamento que pode existir entre as mudanças esperadas no uso de
ferramentas e técnicas de auditoria e as esperadas nas funções e atividades de auditoria
interna discutidas nos capítulos anteriores.

Um Componente do Estudo CBOK | 55


As Cinco Principais Ferramentas e Técnicas de Auditoria

As cinco principais ferramentas e técnicas de auditoria que os entrevistados previram


que serão usadas mais nos próximos cinco anos são como segue, com uma lista
completa mostrada na Figura 4–1:

 Técnicas de auditoria realizadas com auxílio de sistemas (CAATs) (63% dos


entrevistados)
 Papeis de trabalho eletrônicos (55% dos entrevistados)
 Auditoria contínua/em tempo real (54% dos entrevistados)
 Análise de dados (52% dos entrevistados)
 Planejamento de auditoria com base em riscos (52% dos entrevistados)

As cinco respostas principais indicam claramente uma tendência para melhorar a


eficiência do trabalho de auditoria interna. Além disso, o aumento esperado no uso de
auditoria contínua/em tempo real pode ser considerado como uma reação ao fato de
que o ambiente comercial, em muitas organizações, muda constantemente, precisando
de um acompanhamento contínuo concomitante de riscos e controles. O aumento
esperado no uso de planejamento de auditoria com base em riscos por profissionais de
auditoria interna é consistente com a importância crescente esperada do gerenciamento
de riscos como um dos dois alicerces da profissão. O planejamento com base em risco é
uma forma eficiente de incorporar os princípios do gerenciamento de riscos do trabalho
de auditoria interna.

Comparação com 2006

Uma comparação com as expectativas de profissionais quatro anos atrás 26 revela que,
em 2006, se esperava que o uso de planejamento de auditoria com base em riscos e
papeis de trabalho eletrônicos aumentasse mais. O fato de que o planejamento de
auditoria com base em riscos possui uma classificação menor no ranking deve significar
que um grupo significante de atividades de auditoria interna já implementou essa
técnica nos últimos quatro anos 27. Em 2006, o uso de CAATs estava classificado em
terceiro, enquanto agora está em primeiro lugar. Isso indica claramente uma ambição de
melhorar ainda mais a eficiência do trabalho de auditoria interna. A auditoria

26
Note que as categorias de respostas no questionário não foram as mesmas usadas em 2006.

27
Os resultados no Relatório II mostram que, atualmente, 74,6% dos entrevistados usam planejamento de auditoria
com base em riscos, enquanto, em 2006, apenas 57% dos entrevistados indicaram que usavam essa técnica (ver
Burnaby et al., 2007).

Um Componente do Estudo CBOK | 56


contínua/em tempo real também se tornou mais popular, conforme é mostrado por sua
escalada do sexto lugar em 2006 para o terceiro lugar em 2010. Esse aumento foi
interpretado como prova de que essa técnica relativamente nova pode ser percebida
pelos entrevistados como uma forma eficiente de melhorar a auditoria interna. Além
disso, a popularidade crescente desta técnica também pode ser explicada pela recessão
econômica recente, que mostrou o quanto o risco pode ser dinâmico. Deve-se notar que
CAATs muitas vezes são necessárias para facilitar a auditoria contínua/em tempo real, o
que explica ainda mais o motivo de estarem ambas entre as cinco primeiras.

Ferramentas e Técnicas para as Quais se Prevê Menos Uso ou Nenhum


Uso

A Figura 4–1 também mostra as cinco ferramentas e técnicas para as quais se prevê um
uso menor ou nenhum uso nos próximos cinco anos:

 Software de modelagem de processo (55% dos entrevistados)

 Técnicas de gestão da qualidade total (48% dos entrevistados)

 Balanced scorecard ou estrutura similar (48% dos entrevistados)

 Aplicação de mapeamento de processo (41% dos entrevistados)

 Software de fluxograma (34% dos entrevistados)

Esta lista indica que os auditores internos esperam trabalhar menos na documentação
de processos e controles. Isso pode ser explicado pela probabilidade de que muitas
organizações trabalharam na implementação de uma estrutura de controle nos últimos
anos e isso provavelmente causou uma formalização da documentação (por conta de
mudanças significantes nos regulamentos e recomendações de governança corporativa).
Entretanto, isso não diminui a importância dos profissionais de auditoria interna na
garantia da atualização contínua das documentações de processos e controles, para
refletir com precisão o ambiente dinâmico no qual as organizações operam.

Adicionalmente, é possível ver que uma diminuição no uso de ferramentas e técnicas de


gerenciamento pela auditoria interna, como a gestão da qualidade total e o balanced
scorecard - são usados normalmente em outras disciplinas de gerenciamento -,
provavelmente indica sua popularidade geral diminuindo e que a auditoria interna

Um Componente do Estudo CBOK | 57


preferiria criar suas próprias ferramentas e técnicas de auditoria especializadas 28, como
CAATs e auditoria contínua/em tempo real.

Figura 4–1: Resultados Gerais para Ferramentas e Técnicas nos Próximos Cinco Anos

Cinco Principais Ferramentas e Técnicas de Auditoria Usadas Mais nos


Próximos Cinco Anos

No resto desse capítulo, a análise é concentrada nas cinco ferramentas e técnicas de


auditoria principais que se espera que sejam usadas mais nos próximos cinco anos do
que atualmente. A Tabela 4–1 mostra que o uso esperado de ferramentas e técnicas de

28
Para um artigo interessante sobre este assunto, veja Burns, D. C., J. W. Greenspan, e C. Hartwell, “The State of
Professionalism in Internal Auditing”. The Accounting Historians Journal, Vol. 21, No. 2 (1994): 86–116.

Um Componente do Estudo CBOK | 58


auditoria difere de forma significativa entre as regiões. A maioria dessas diferenças pode
ser ligada às descobertas dos capítulos anteriores.

 A expectativa de um aumento no uso de CAATs foi reportada com maior


porcentagem por entrevistados do Oriente Médio (73%), América Latina/Caribe
(71%) e Estados Unidos/Canadá (65%). A menor expectativa de aumento foi dos
entrevistados da região da Ásia Pacífico (58%). A média geral foi de 63%.

 2. A expectativa de um aumento no uso de papeis de trabalho eletrônicos foi


reportada pela maior porcentagem de entrevistados no Oriente Médio (60%). A
menor expectativa de aumento foi dos entrevistados dos Estados Unidos/Canadá
(26%), Europa Ocidental (32%), região da Ásia Pacífico (32%), África (38%) e
Europa Oriental/Ásia Central (45%). A média geral foi de 55%.

 A expectativa de um aumento no uso de auditoria contínua/em tempo real foi


reportada com maior porcentagem por entrevistados da América Latina/Caribe
(67%) e Estados Unidos/Canadá (62%). A menor expectativa de aumento foi dos
entrevistados da Europa Oriental/Ásia Central (42%), região da Ásia Pacífico
(49%) e Europa Ocidental (46%). A média geral foi de 54%.

 A expectativa de um aumento no uso de mineração de dados foi reportada com


maior porcentagem por entrevistados do Oriente Médio (66%) e Estados
Unidos/Canadá (64%). A menor expectativa de aumento foi dos entrevistados da
Europa Oriental/Ásia Central (33%), América Latina/Caribe (48%) e região da
Ásia Pacífico (45%). A média geral foi de 52%.

 A expectativa de um aumento no uso de planejamento de auditoria com base em


riscos foi reportada com maior porcentagem por entrevistados do Oriente Médio
(75%), América Latina/Caribe (72%), África (62%) e região da Ásia Pacífico
(55%). A menor expectativa de aumento foi dos entrevistados da Europa
Ocidental (45%) e Estados Unidos/Canadá (44%). A média geral foi de 52%.

Portanto, a tendência esperada para melhorar a eficiência do trabalho de auditoria


interna está mais presente no Oriente Médio (onde eles possuem as expectativas mais
altas de quatro das cinco principais ferramentas e técnicas de auditoria) e menos
presente na Europa Ocidental. Pode ser visto que as atividades de auditoria interna no
Oriente Médio (que são relativamente jovens) estão trabalhando para alcançar
rapidamente as melhores práticas globais. Papeis de trabalho eletrônicos já são usados
com mais frequência hoje em dia, nas regiões onde a profissão possui uma história mais
longa (i.e. Estados Unidos/Canadá e Europa Ocidental). Os profissionais de auditoria

Um Componente do Estudo CBOK | 59


interna esperam que o planejamento de auditoria com base em riscos se torne mais
popular nas regiões onde eles esperam as maiores melhorias nos contextos de
governança e controle interno e onde a profissão é mais jovem. Pode-se argumentar
que, nas regiões onde o contexto de governança e controle interno já está melhor
desenvolvida e a profissão está bem estabelecida, esta técnica já é, hoje em dia, de uso
comum. Entretanto, o uso de planejamento de auditoria com base em riscos precisa ser
aplicado consideravelmente, mesmo nos mercados mais maduros dos Estados
Unidos/Canadá e Europa Ocidental.

Tabela 4–1
Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria Principais a Serem Usadas Com Maior ou Menor
Freqüência por Região nos Próximos Cinco Anos (Porcentagem de Entrevistados)
Europa - América Estados
Ásia Oriente Europa Média
África Ásia Latina e Unidos e
Pacífico Médio Ocidental geral
Central Caribe Canadá
Técnica de
auditoria com
63% 58% 61% 71% 73% 65% 61% 63%
auxílio de
sistemas
Papeis de
trabalho 38% 32% 45% 52% 60% 26% 32% 55%
eletrônicos
Auditoria
contínua/em 56% 49% 42% 67% 57% 62% 46% 54%
tempo real
Mineração de
50% 45% 33% 48% 66% 64% 52% 52%
dados
Planejamento
de auditoria
62% 55% 48% 72% 75% 44% 45% 52%
com base em
riscos

Uso Esperado das Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria de Acordo


com Indústria

Uma análise do uso esperado das cinco ferramentas e técnicas de auditoria de acordo
com a indústria (ver Tabela 4–2) mostra algumas diferenças interessantes:

 As expectativas de um aumento no uso de CAATs nos próximos cinco anos foram


reportadas com maior porcentagem de entrevistados da indústria de matéria
prima e agricultura (66%), indústria de transporte e comunicação (65%) e
indústria de serviços financeiros (64%). As menores expectativas foram dos
entrevistados no setor público/governamental (59%). A média geral foi de 63%.

 As expectativas de um aumento no uso de papeis de trabalho eletrônicos foram


reportadas com maior porcentagem de entrevistados da indústria de matéria

Um Componente do Estudo CBOK | 60


prima e agricultura (60%), setor público/governamental (58%) e indústria de
serviços financeiros (57%). As menores expectativas eram dos entrevistados na
indústria de fabricação e construção (52%) e indústria de atacado/varejo (46%). A
média geral foi de 55%.

 As expectativas de um aumento no uso de auditoria contínua/em tempo real foi


reportado com maior porcentagem por entrevistados da indústria de transporte e
comunicações (59%), indústria de matéria prima e agricultura (55%) e indústria
de fabricação e construção (55%). As menores expectativas foram dos
entrevistados no setor público/governamental (47%). A média geral foi de 54%.

 Expectativas de um aumento no uso de mineração de dados foram reportadas com


maior porcentagem por entrevistados da indústria de serviços financeiros (55%).
As menores expectativas eram dos entrevistados no setor público/governamental
(51%), indústria de atacado/varejo (50%) e na indústria de fabricação e construção
(50%). A média geral foi de 52%.

 As expectativas de um aumento no uso de planejamento de auditoria com base em


riscos foram reportadas com maior porcentagem por entrevistados da indústria de
atacado e varejo (54%), indústria de matéria prima e agricultura (54%) e indústria
de fabricação e construção (53%). As menores expectativas foram dos
entrevistados no setor público/governamental (47%). A média geral foi de 52%.

Conclui-se que o aumento no uso de ferramentas e técnicas automatizadas é esperado,


proporcionalmente, por mais entrevistados na indústria de matéria prima e agricultura e
na indústria de serviços financeiros. Esta descoberta confirma que, por exemplo, dentro
da indústria de serviços financeiros, a profissão precisará lidar com muitos desafios, não
apenas no sentido das funções que querem ter, mas também a respeito da forma como
realizam as atividades de auditoria interna. Além disso, pode ser visto que a melhoria na
eficiência da atividade de auditoria interna é uma questão de menor importância no
setor público (exceto pelo uso de papeis de trabalho eletrônicos); isso pode ser explicado
pela pouca idade da profissão neste setor. Fica claro que os profissionais de auditoria
interna esperam que a auditoria contínua/em tempo real e o planejamento de auditoria
com base em riscos sejam usados cada vez mais nas indústrias com um perfil de risco
mais dinâmico.

Um Componente do Estudo CBOK | 61


Tabela 4–2
Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria Principais a Serem Usadas Com Maior ou Menor
Frequência por Indústria nos Próximos Cinco Anos (Porcentagem de Entrevistados)

bancos, seguros e imóveis

Transporte, comunicação,
Fabricação e Construção

Setor Público/Governo
Financeira, incluindo

Comércio Atacado e
serviços sanitários
eletricidade, gás e
Matéria prima e
agricultura

Serviço
Média

Varejo
geral

Técnica de auditoria com auxílio de


64% 61% 58% 66% 64% 65% 63% 63%
sistemas
Papeis de trabalho eletrônicos 57% 52% 58% 60% 56% 54% 46% 55%
Auditoria contínua/em tempo real 54% 55% 47% 55% 55% 59% 52% 54%
Mineração de dados 55% 50% 51% 53% 52% 53% 50% 52%
Planejamento de auditoria com base
52% 53% 47% 54% 52% 51% 54% 52%
em riscos

Uso Esperado de Ferramentas e Técnicas de Auditoria no Contexto de


Estrutura de Propriedade

A Tabela 4–3 mostra uma análise do uso esperado das ferramentas e técnicas de
auditoria, no contexto de estrutura de propriedade da organização. Não existe nenhuma
variação importante no que diz respeito ao uso esperado de CAATs, mas se espera que o
uso de papeis de trabalho eletrônicos aumente por mais profissionais de auditoria
interna dentro do setor público (61%) e dentro de companhias de capital fechado (57%)
do que a média geral de 55%. Essas descobertas são consistentes com as delineadas
acima. Os profissionais de auditoria interna de companhias de capital aberto parecem
ter expectativas menores de mudança, o que pode indicar que eles já estão mais
familiarizados com o uso de ferramentas, dada sua história mais longa com a atividade
de auditoria interna. É esperado que a auditoria contínua/em tempo real aumente pela
maioria dos entrevistados dentro de companhias de capital aberto (57%) em
comparação com a média de 54%. É razoável assumir que companhias de capital aberto
sintam uma necessidade maior de monitorar riscos e controle continuamente, para
evitar potenciais reações negativas do mercado. Os resultados para análise de dados não
mostram nenhuma grande diferença entre os grupos. O uso esperado de planejamento
de auditoria com base em riscos mostra claramente que menos profissionais de
auditoria interna de companhias de capital aberto (48%) esperam um aumento no uso,
considerando que mais entrevistados da companhias de capital fechado esperam um
aumento (56%) quando comparados com uma média geral de 52%.

Um Componente do Estudo CBOK | 62


Tabela 4–3
Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria Principais a Serem Usadas Com Maior ou Menor
Frequência por Estrutura de Propriedade nos Próximos Cinco Anos (Porcentagem de
Entrevistados)
Organização
Companhia Companhia Sem Fins
Setor
de capital de Capital Lucrativos/ Média
Público/
fechado Aberto Organização geral
Governo
(não-listada) (listada) Não
Governamental
Técnica de auditoria com auxílio de
62% 64% 63% 62% 63%
sistemas
Papeis de trabalho eletrônicos 57% 50% 61% 55% 55%
Auditoria contínua/em tempo real 54% 57% 50% 54% 54%
Mineração de dados 52% 53% 52% 54% 52%
Planejamento de auditoria com
56% 48% 52% 51% 52%
base em riscos

Uso Esperado de Ferramentas e Técnicas de Auditoria em Relação a


Gama de Operações

Ao analisar o uso esperado de ferramentas e técnicas de auditoria em relação à gama de


operações (ver Tabela 4–4), é reportado que as CAATs e mineração de dados têm maior
probabilidade de ser usadas em organizações com uma gama maior de operações. Isso se
torna ainda mais claro ao comparar os dois grupos extremos: 59% dos entrevistados de
organizações que possuem operações locais esperam um aumento no uso de CAATs, em
comparação com 65% dos entrevistados de organizações que possuem operações
internacionais/multinacionais; 51% dos entrevistados de organizações com operações
locais esperam um aumento no uso de análise de dados, em comparação com 54% de
entrevistados de organizações com operações internacionais/multinacionais. Conforme
é dito no parágrafo anterior, a maioria dos entrevistados (55%) de organizações com
uma gama maior de operações (e um perfil de risco concomitantemente maior) espera
um aumento no uso de auditoria contínua/em tempo real nos próximos cinco anos,
comparado à média de 54%. Além do mais, o planejamento de auditoria com base em
riscos já é usado normalmente em organizações com mais opções de operações e se
espera que aumente, dentro de organizações baseadas no nível local (54%). A média
geral foi de 52%.

Um Componente do Estudo CBOK | 63


Tabela 4–4
Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria Principais a Serem Usadas Com Maior ou Menor
Freqüência por Gama de Operação nos Próximos Cinco Anos (Porcentagem de Entrevistados)
Estadual/ Internacional/ Média
Local Nacional
Regional Multinacional geral
Técnica de auditoria com auxílio de
59% 60% 64% 65% 63%
sistemas
Papeis de trabalho eletrônicos 58% 55% 58% 53% 55%
Auditoria contínua/em tempo real 51% 53% 54% 55% 54%
Mineração de dados 51% 52% 51% 54% 52%
Planejamento de auditoria com base em
54% 51% 53% 50% 52%
riscos

Uso Esperado de Ferramentas e Técnicas de Auditoria em Relação ao


Tamanho da Organização

A Tabela 4–5 apresenta uma análise do uso esperado das ferramentas e técnicas de
auditoria em relação ao tamanho da organização. Ao observar o uso esperado de CAATs
e mineração de dados, fica claro que é esperado, por mais entrevistados em organizações
maiores (65% de ambas as ferramentas no grupo 2 e por 58% e 57%, respectivamente,
para o grupo 3, em comparação com as médias de 63% e 53%, respectivamente), que a
frequência de uso dessas técnicas aumente. Proporcionalmente, menos entrevistados de
organizações menores esperam um aumento no uso dessas ferramentas (62% e 49%,
respectivamente). Isso pode ser explicado pelo fato de que potenciais economias de
escala são menores dentro de organizações menores. Uma tendência similar pode ser
encontrada ao olhar para o uso esperado da auditoria contínua/em tempo real:
proporcionalmente, menos entrevistados de organizações menores esperam um
aumento no uso dessa técnica (51% comparados com a média de 54%). Isso pode ser
explicado pelo relacionamento entre o tamanho da organização, status de capital e perfil
de risco. Organizações maiores têm maior probabilidade de ser de capital aberto e ter
um perfil de risco mais complexo e/ou dinâmico, o que pode explicar porque a auditoria
contínua/em tempo real é mais apropriada para esse tipo de organização.

O uso esperado de planejamento de auditoria com base em riscos mostra uma tendência
oposta. Espera-se que essa técnica aumente proporcionalmente com mais entrevistados
de organizações menores (52% comparados com a média de 51%). Isso pode ser ligado
às descobertas anteriores que mostram que organizações menores estão alcançando suas
contrapartes maiores em termos de contexto de governança e controle, assim como
funções e atividades de auditoria interna.

Um Componente do Estudo CBOK | 64


Tabela 4–5
Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria Principais a Serem Usadas Com Maior ou Menor
Frequência por Tamanho de Organização nos Próximos Cinco Anos (Porcentagem de
Entrevistados)
Menos de Mais de Média
$1B-$15B
$1B $15B geral
Técnica de auditoria com auxílio de sistemas 62% 65% 65% 63%
Papeis de trabalho eletrônicos 56% 54% 55% 55%
Auditoria contínua/em tempo real 51% 58% 56% 54%
Mineração de dados 49% 58% 57% 53%
Planejamento de auditoria com base em riscos 52% 51% 49% 51%

Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria Principais, Levando em Conta


a Idade da Atividade de Auditoria Interna

A Tabela 4–6 mostra as cinco ferramentas e técnicas de auditoria principais, levando em


conta a idade da atividade de auditoria interna. Entrevistados das atividades de auditoria
interna mais jovens esperam o maior aumento no uso de planejamento de auditoria
com base em riscos (56% dos entrevistados) e papeis de trabalho eletrônicos (56% dos
entrevistados), enquanto aqueles de atividades de auditoria interna mais velhas e mais
estabelecidas esperam o maior aumento em mineração de dados (56% dos
entrevistados). A análise do uso esperado de CAATs e auditoria contínua/em tempo real
não revela um padrão tão claro. Ao interpretar esses resultados, é preciso levar em conta
que 68% das atividades de auditoria interna mais jovens são encontradas no grupo de
organizações menores, tornando esses resultados consistentes com os outros resultados
reportados acima.

Tabela 4–6
Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria Principais a Serem Usadas Com Maior ou Menor
Frequência por Idade da Atividade de Auditoria Interna nos Próximos Cinco Anos
(Porcentagem de Entrevistados)
Até 4 11-50 Mais de 50 Média
5-10 anos
anos anos anos geral
Técnica de auditoria com auxílio de sistemas 64% 59% 65% 62% 63%
Papeis de trabalho eletrônicos 56% 55% 55% 54% 55%
Auditoria contínua/em tempo real 53% 53% 55% 52% 54%
Mineração de dados 51% 48% 54% 56% 52%
Planejamento de auditoria com base em riscos 56% 52% 51% 44% 52%

Um Componente do Estudo CBOK | 65


Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria Principais, Levando em Conta
a Evolução Esperada do Tamanho de Equipe da Atividade de Auditoria
Interna

A Tabela 4–7 analisa o uso esperado das cinco ferramentas e técnicas de auditoria
principais, levando em conta a evolução esperada do tamanho da equipe de auditoria
interna. Fica claro que as atividades de auditoria interna que esperam um aumento no
seu tamanho de equipe nos próximos cinco anos também esperam o maior aumento no
uso de todas as cinco ferramentas e técnicas (variando de 58% a 73%). Intuitivamente,
pode-se assumir que especialmente aqueles nas atividades de auditoria interna que
esperam uma diminuição no tamanho da equipe seriam usuários mais profundos de
ferramentas e técnicas de auditoria como uma forma de compensar o número reduzido
de equipe. Em vez disso, esses resultados sugerem que as ferramentas e técnicas de
auditoria não podem substituir as pessoas; pelo contrário, elas parecem ser
complementares.

Tabela 4–7
Cinco Ferramentas e Técnicas de Auditoria Principais a Serem Usadas Com Maior ou Menor
Freqüência por Tamanho da Atividade de Auditoria Interna nos Próximos Cinco Anos
(Porcentagem de Entrevistados)
Continuar Média
Aumento Diminuição
o mesmo geral
Técnica de auditoria com auxílio de sistemas 73% 60% 64% 67%
Papeis de trabalho eletrônicos 60% 49% 47% 55%
Auditoria contínua/em tempo real 64% 50% 59% 58%
Mineração de dados 62% 54% 57% 58%
Planejamento de auditoria com base em riscos 58% 44% 40% 51%

Para três das cinco ferramentas e técnicas previstas como mais usadas nos próximos
cinco anos (CAATs, auditoria contínua/em tempo real e mineração de dados), tanto os
DEAs (67%, 58% e 58%, respectivamente) quanto os gerentes de auditoria interna (65%,
57% e 57%, respectivamente) possuem expectativas acima da média de 63%, 54% e 53%,
respectivamente. Esta descoberta pode ser explicada pelo fato de que melhorar a
eficiência da atividade de auditoria interna (através de CAATs) é tradicionalmente uma
missão para aqueles dentro das atividades de auditoria interna que são responsáveis por
gerenciar a atividade (ou seja, aqueles nas posições mais seniores). A necessidade de
evoluir em direção a uma auditoria contínua/em tempo real é sentida com mais força
por aqueles que interagem com a alta administração e o conselho/comitê de auditoria,
considerando que eles são responsáveis por gerenciar e monitorar o perfil de risco
dinâmico da organização. O fato de que a equipe júnior de auditoria interna possui as

Um Componente do Estudo CBOK | 66


expectativas mais altas a respeito do uso futuro de papeis de trabalho eletrônicos (57%)
acontece por conta do uso mais extensivo desta ferramenta por aqueles que estão mais
envolvidos no trabalho de campo (ver Tabela 4–8).

Tabela 4–8
Ferramentas e Técnicas a Serem Usadas Com Maior Frequência que Agora por Tamanho da
Atividade de Auditoria Interna nos Próximos Cinco Anos (Porcentagem de Entrevistados)
Gerente Sênior de
Diretor de Equipe de
de Auditoria
Auditoria (DEA) ou Auditoria Média
Auditoria Interna ou
Prestador de Interna geral
Interna SP/
Serviços (SPP) ou SP
ou SP Supervisor
Técnica de auditoria com auxílio de
67% 65% 60% 58% 63%
sistemas
Papeis de trabalho eletrônicos 55% 54% 55% 57% 55%
Auditoria contínua/em tempo real 58% 57% 52% 47% 54%
Mineração de dados 58% 57% 49% 43% 52%
Planejamento de auditoria com base
51% 48% 54% 54% 52%
em riscos

Um Componente do Estudo CBOK | 67


Capítulo 5
Conclusão
Este relatório tratou de:

 Contexto legal/regulador e de governança/controle interno


 Mudança de funções na atividade de auditoria interna
 Desempenho das atividades de auditoria interna
 Uso esperado de ferramentas e técnicas de auditoria

Em relação ao contexto legal/regulador e de governança/controle


interno, os resultados mostram que:

 A maioria dos entrevistados atualmente trabalha para organizações nas quais a


atividade de auditoria interna é necessária por lei e/ou regulamento. Espera-se
que esse grupo aumente ligeiramente nos próximos cinco anos.
 O Oriente Médio é a região onde se espera a mudança mais significante no
contexto legal/regulador para a prática profissional de auditoria interna nos
próximos cinco anos, com maior grau de ordens legais e reguladoras para uma
atividade de auditoria interna.
 Uma grande maioria dos entrevistados trabalha para organizações que
atualmente estão de acordo com um código de governança corporativa e
implementaram uma estrutura de controle interno. Espera-se que esse grupo
cresça nos próximos cinco anos, o que poderia ser considerado como uma
resposta natural para a recente crise financeira e econômica. Entretanto, futuras
pesquisas precisam confirmar essa visão.
 A região com maior porcentagem de entrevistados em organizações que já
implementaram estruturas de controle interno é a região da Ásia Pacífico.
 Proporcionalmente mais entrevistados de organizações do setor público esperam
investimentos nos próximos cinco anos na implementação de estruturas de
controle interno.
 Existe uma tendência de convergência clara esperada, no que diz respeito a
contextos de governança e controle interno. Mais especificamente:

 Espera-se que os contextos de governança e controle interno melhorem de


forma mais significativa em regiões com uma representação maior de países
emergentes que são representados neste estudo. As organizações nesses países

Um Componente do Estudo CBOK | 68


estão envolvidas em tentar chegar ao nível daquelas dos países mais
desenvolvidos.

 Entrevistados de companhias de capital fechado estão antecipando que suas


firmas tentarão acompanhar suas contrapartes de capital aberto.

 Entrevistados de organizações menores estão, similarmente, prevendo que


suas organizações buscarão chegar ao nível de suas contrapartes maiores.

A respeito das prováveis mudanças na atividade de auditoria interna,


nos próximos cinco anos, essas descobertas revelam que:
 O papel da auditoria interna no gerenciamento de riscos e governança vai se
tornar cada vez mais aceito, da perspectiva de profissionais de auditoria interna,
como os dois alicerces mais importantes da profissão.

 Dentro de países emergentes, onde a profissão de auditoria interna é mais jovem,


é esperado que a atividade de auditoria interna evolua nos próximos cinco anos
em direção a funções que já estão estabelecidas em regiões onde a profissão de
auditoria interna está estabelecida há mais tempo.

 Recentes perdas de controle sérias na indústria de serviços financeiros e a cascata


resultante de falhas de governança influenciaram as expectativas da atividade de
auditoria interna de que seu futuro no gerenciamento de riscos e governança vai
aumentar.

 Entrevistados de indústrias com um contexto de governança e controle interno


melhor desenvolvido esperam que a atividade de auditoria interna tenha uma
função maior no gerenciamento de riscos e governança nos próximos cinco anos
em comparação com entrevistados de atividades dentro de contextos menos
desenvolvidos.

 A atividade de auditoria interna parece ser mais desafiada dentro da indústria de


serviços financeiros, enquanto no setor público/governamental se espera que ela
tenha menos desafios.

 Os entrevistados esperam que companhias de capital fechado, assim como outras


organizações menores, alcancem suas contrapartes maiores e de capital aberto,
em termos dos papeis da auditoria interna. Mais especificamente, uma maior
porcentagem de entrevistados em organizações de capital fechado e menores
possui expectativas de aumentar suas funções na atividade de auditoria interna.
As expectativas de se ter um maior papel no treinamento e educação do comitê
de auditoria e funcionários da organização refletem uma intenção de se tornar
campeões para criar um contexto de governança e controle interno melhor
desenvolvido.

Um Componente do Estudo CBOK | 69


 Dentro das atividades de auditoria interna criadas mais recentemente, uma
porcentagem maior que a média de entrevistados espera aumentar a função da
atividade de auditoria interna no gerenciamento de risco. Isso pode ser explicado
pelo fato de que essas atividades de auditoria interna foram criadas ou
desenvolvidas em um período durante o qual o gerenciamento de riscos se
tornou uma questão comercial principal para muitas organizações, como
resultado da recente crise financeira e econômica. Isso pareceria confirmar que a
profissão da auditoria interna é bastante influenciada por fatores
macroeconômicos relacionados ao tempo.

 Uma das mensagens mais importantes que podem ser extraídas dos resultados é
que, para que as atividades de auditoria interna tenham uma função maior no
gerenciamento de riscos e governança, será necessário expandir as equipes.

 Os DEAs devem estar cientes de que o restante da equipe de auditoria interna


pode não ter as mesmas expectativas que eles sobre as funções futuras da
atividade de auditoria interna. A atual falta de alinhamento sugere que a
atividade de auditoria interna tem um papel importante para acabar com esta
lacuna entre as expectativas.

 Vários profissionais que participaram deste estudo possuem uma expectativa


clara de se envolver mais em questões de alto nível, como o desenvolvimento
estratégico. Eles também estão convencidos de que têm uma função importante
na promoção da consciência do gerenciamento de riscos e governança (através
de treinamento e educação) em todos os níveis da organização. Entretanto, foi
descoberto que quanto melhor estabelecida (madura) a atividade de auditoria
interna, menor a porcentagem de entrevistados que esperam aumentar esta
função de aconselhamento e educação.

Os resultados a respeito do desempenho de atividades de auditoria


interna destacam a influência dos cinco fatores a seguir:
 O ambiente econômico: é provável que a recente recessão econômica tenha criado
um aumento de demanda para que a atividade de auditoria interna focasse nos
processos comerciais para identificar áreas de ineficiência e para dar apoio às
iniciativas de sua organização nas atividades de redução de custo e/ou controle. A
recessão econômica recente também criou uma necessidade de explicar a
cobertura da atividade de auditoria interna em outras áreas, como riscos
financeiros (i.e. riscos de crédito, mercado e liquidez) e a investigação de fraude e
irregularidades. Esses resultados também são consistentes com os de outros
estudos sobre o impacto da crise financeira em atividades de auditoria interna,
realizadas em 2009 pelo IIA e IIARF.

 O grau de desenvolvimento econômico no nível regional: regiões, incluindo vários


países emergentes, que têm como objetivo alcançar, em termos de

Um Componente do Estudo CBOK | 70


desenvolvimento econômico, outras partes do mundo (países mais
desenvolvidos), geralmente enfrentarão vários novos riscos e oportunidades que
se pode esperar que tenham um impacto nas atividades de auditoria interna.

 A maturidade da profissão: foram encontradas provas de que, onde a profissão


está estabelecida com mais força, as atividades de auditoria interna são menos
ambiciosas no que diz respeito a estender suas habilidades. Entretanto, os
entrevistados de atividades de auditoria interna estabelecidas mais recentemente
apareceram como os mais ambiciosos, inclusive tendo expectativas maiores de que
suas atividades possuíssem uma função de aconselhamento crescente em
comparação com os que estavam bem estabelecidos.

 O contexto de governança e controle interno da organização: de forma consistente


com outros resultados, foi descoberto que quanto melhor desenvolvido o contexto
de governança e controle interno da organização, mais a atividade de auditoria
interna foca no gerenciamento de riscos e governança (incluindo ética). Em outras
palavras, os entrevistados que esperam melhorias significantes no contexto de
governança e controle interno de sua organização também veem mudanças
esperadas significantes nas atividades de auditoria interna (reorientação em
direção ao gerenciamento de riscos, governança e ética). Os resultados nos
permitem assumir que o relacionamento entre o grau de desenvolvimento do
contexto de governança e controle interno e o foco da atividade de auditoria
interna no gerenciamento de riscos, governança e ética não é linear.

 O perfil de risco da organização: foram encontradas indicações de que os


profissionais pretendem ou já estão aplicando uma filosofia de auditoria com base
em risco. Os resultados mostram que os riscos que são mais importantes para
certos tipos de organizações (muitas vezes relacionados com indústrias) também
estão refletidos nas atividades de auditoria interna (esperadas).

Em relação ao uso de ferramentas e técnicas de auditoria, os resultados


mostram:
 Uma tendência esperada de melhorar a eficiência do trabalho de auditoria interna
através do uso de CAATs e papeis de trabalho eletrônicos. Os resultados também
sugerem que as ferramentas e técnicas de auditoria não podem substituir as
pessoas; pelo contrário, elas parecem ser complementares.

 A profissão pretende criar seu próprio conjunto de ferramentas e técnicas de


auditoria especializadas, incluindo CAATs e auditoria contínua/em tempo real, e
os entrevistados têm uma tendência de se afastar de ferramentas e técnicas
genéricas que também são usadas em outras disciplinas de gerência.

 O aumento esperado no uso de planejamento de auditoria com base em riscos é


consistente com a importância crescente esperada do gerenciamento de riscos

Um Componente do Estudo CBOK | 71


como um dos dois alicerces da profissão. O planejamento com base em riscos é
uma forma importante de incorporar os princípios do gerenciamento de riscos do
trabalho de auditoria interna.

 Foi descoberto que o uso esperado de ferramentas e técnicas de auditoria é


influenciado por mais ou menos o mesmo conjunto de fatores considerados para
as atividades de auditoria interna:

 O ambiente econômico: o aumento esperado no uso de auditoria contínua/em


tempo real pode ser considerado como uma reação ao fato de que o ambiente
comercial em muitas organizações muda constantemente, precisando de um
acompanhamento contínuo concomitante de riscos e controles. A recente
recessão econômica mostrou o quanto os riscos podem ser dinâmicos, o que
pode explicar a popularidade crescente desta técnica de auditoria.

 A maturidade da profissão no nível regional: papeis de trabalho eletrônicos já


são usados com mais frequência hoje em dia nas regiões onde a profissão
possui uma história maior. Espera-se que o planejamento de auditoria com
base em riscos se torne mais popular em regiões onde a profissão é mais nova.

 A maturidade da atividade de auditoria interna no nível organizacional:


organizações de capital aberto, onde as atividades de auditoria interna
tradicionalmente possuem uma história maior, possuem expectativas
menores, no que diz respeito ao uso das cinco ferramentas e técnicas de
auditoria principais; e isso não surpreende, considerando que elas já estão à
frente da tendência. Entrevistados de atividades de auditoria interna mais
jovens esperam um crescimento maior do uso do planejamento de auditoria
com base em riscos e de papeis de trabalho eletrônicos.

 O contexto de governança e controle interno da organização: o planejamento


de auditoria com base em riscos é mais popular em organizações onde há
expectativa de grandes melhorias nos contextos de governança e controle
interno (i.e. organizações menores ou organizações em países emergentes).

 O perfil de risco da organização: uma maior porcentagem de entrevistados


espera que a auditoria contínua/em tempo real seja usada em organizações
com um perfil de risco mais complexo e/ou dinâmico (pense em organizações
maiores ou organizações com uma gama maior de operações), assim como
organizações onde evitar reações negativas do mercado (i.e. organizações de
capital aberto) é uma questão importante.

Um Componente do Estudo CBOK | 72


Considerando que algumas das cinco ferramentas e técnicas de auditoria mais
importantes (i.e. CAATS e análise de dados) possuem custos significantes de
implementação e compra, o potencial para criar economias de escala possui um impacto
importante. Por definição, organizações maiores possuem mais potencial para criar
essas economias de escala, o que ajuda a explicar suas maiores expectativas nesse
aspecto.

Um Componente do Estudo CBOK | 73


Pesquisa Global de Auditoria Interna
do IIA - Perguntas
Toda a Pesquisa Global de Auditoria Internado IIA, incluindo as perguntas e opções de
respostas e glossário, está disponível para download no website da IIARF
(www.theiia.org/research). A tabela a seguir fornece um resumo das perguntas e dos
grupos que responderam a perguntas específicas. Além disso, a tabela indica em qual
relatório os dados da pesquisa foram usados (em sua maioria).

Prestador de serviço não-

prestadores de serviço)
Profissionais (nível de

Acadêmicos e Outros
Prestador de serviço/

equipe interna e de

Dados Usados no
Pergunta nº

Associado

associado

Relatório
DEA

Seção e Descrição da Pergunta

Informações Pessoais/Histórico
Há quanto tempo você é membro do I&
1a X X X X X
IIA? V
I&
1b Selecione seu IIA local X X X X X
V
Escolha o local no qual você pratica a I&
1c X X X X X
profissão primariamente V
I&
2a Sua idade X X X X X
V
I&
2b Seu sexo X X X X X
V
Seu maior nível de educação formal I&
3 X X X X X
(não certificação) completo V
I&
4 Suas formações acadêmicas X X X X X
V
Você trabalha para uma firma
I&
5a profissional que presta serviços de X X X X X
V
auditoria interna?
I&
5b Seu cargo atual na organização. X X X X X
V
Suas certificações profissionais I&
6 X X X X X
(marque todos os aplicáveis). V
Especifique sua experiência
I&
7 profissional (marque todos os X X X X X
V
aplicáveis).

Um Componente do Estudo CBOK | 74


Por quantos anos no total você é o
DEA ou equivalente em sua
8 X I
organização atual e nas organizações
anteriores para as quais trabalhou?
Para quem você reporta
I&
9 administrativamente (linha direta de X
V
reporte) em sua organização?
Você recebe no mínimo 40 horas de I&
10 X X X X
treinamento formal por ano? V

Sua Organização
Tipo de organização para a qual você
11 X X X X I
trabalha no momento.
Classificação industrial ampla da
organização para a qual você trabalha
12 X X X X I
ou presta serviços de auditoria
interna.
Tamanho de toda a organização para a
qual você trabalhava em 31 de
I&
13a dezembro de 2009 ou no final do X X X X
V
último exercício fiscal (total de
funcionários).
Total de ativos em dólares norte- I&
13b X X X X
americanos. V
Total de receita ou orçamento se for
I&
13c governamental ou sem fins lucrativos, X X X X
V
em dólares norte-americanos.
Sua organização é local, regional, I&
14 X X X X
internacional? V
Atividade de Auditoria Interna
Por quanto tempo a atividade de
I, III,
15 auditoria interna da sua organização X X
&V
tem funcionado?
Qual dos seguintes existe em sua
organização (por exemplo, código de I, III,
16 X X
governança corporativa, estatuto de &V
auditoria interna)?
Quem está envolvido na nomeação do
I&
17a diretor de auditoria (DEA) ou X
III
equivalente?
Quem está envolvido na nomeação do
I&
17b prestador de serviços de auditoria X X
III
interna?

Um Componente do Estudo CBOK | 75


Quem contribui para a avaliação de I&
18 X
seu desempenho? III
Existe um comitê de auditoria ou I, III,
19 X
equivalente em sua organização? &V
Número de assembléias formais do
I&
20a comitê de auditoria realizadas no X
III
último exercício fiscal.
Número de assembléias do comitê de
auditoria para as quais você foi
I&
20b convidado a comparecer (total ou X
III
parcialmente) durante o último
exercício fiscal.
Você se encontra ou conversa com o
comitê de auditoria/presidente, além I&
20c X
das assembléias marcadas III
regularmente?
Você se encontra com o comitê de
auditoria/comitê de
I&
20d supervisão/presidente em sessões X
III
executivas particulares durante
assembléias marcadas regularmente?
Você acredita que tem acesso I&
21a X X
apropriado ao comitê de auditoria? III
Você prepara um relatório escrito
sobre o controle interno geral para
I&
21b uso do comitê de auditoria ou da alta X X
III
administração? Com que frequência
você fornece um relatório?
Sua organização fornece um relatório
I&
21c sobre controle interno em seu X X
III
relatório anual?
Qual dos seguintes está incluído no
I&
21d item de relatório anual no controle X X
III
interno?
Quem assina o relatório sobre I&
21e X X
controles internos? III
Como sua organização mede o
I, III,
22 desempenho da atividade de auditoria X
&V
interna?
Com que frequência você atualiza o I&
23a X
plano de auditoria? III
Como você estabelece seu plano de I, III,
23b X
auditoria? &V
24a Qual é sua estratégia de auditoria X I, III,

Um Componente do Estudo CBOK | 76


TI/ICT? &V
Qual é a natureza de sua estratégia de
I, III,
24b tecnologia da atividade de auditoria X
&V
interna?
Qual é o número de organizações para
as quais você (como pessoa) no I&
25a X
momento presta serviços de auditoria III
interna?
Indique sua concordância com as
declarações a seguir, da forma com
I, III,
25b que elas se relacionam com sua X
&V
organização atual ou organizações que
você audita.
Contratação de Equipe
Sua organização oferece algum
incentivo especial para I&
26a X
contratar/manter profissionais de III
auditoria interna?
Quais fontes sua organização usa para I&
26b X
recrutar equipe de auditoria? III
I, III,
26c Sua organização usa estagiários? X
&V
Qual é o motivo primário para I, III,
26d X
empregar estagiários? &V
Quais métodos você usa para I&
27 X
compensar vagas na equipe? III
Quais métodos sua organização
I&
28 emprega para compensar por X
III
conjuntos de habilidades em falta?
Qual é a porcentagem de suas
atividades de auditoria interna que I&
29 X
atualmente passa por III
compartilhamento/terceirização?
Como você antecipa se seu orçamento
para atividades compartilhadas ou I&
30a X
terceirizadas mudará nos próximos III
cinco anos?
Como você antecipa se seus níveis de
I, III,
30b equipe permanente mudarão nos X
&V
próximos cinco anos?
Qual método de avaliação de equipe I&
31 X
você usa? III
Padrões de auditoria interna

Um Componente do Estudo CBOK | 77


Sua organização usa as Normas? Se
II,
você é um prestador de serviços, você
32 X X III,
vê utilidade nas Normas para
&V
auditorias internas de seus clientes?
Se sua atividade de auditoria interna
segue qualquer uma das Normas,
indique se a orientação fornecida por II,
33 essas normas é adequada para sua X X III,
atividade de auditoria interna e se &V
você acredita que sua organização está
de acordo com as Normas.
Você acredita que a orientação II,
33a fornecida pelas Normas é adequada X III,
para auditoria interna? &V
II,
34 Sua organização não está de acordo. X III,
&V
II,
Quais são os motivos para não usar as
35 X X III,
Normas total ou parcialmente?
&V
Sua atividade de auditoria interna
II,
possui um programa de avaliação de
36 X III,
qualidade e melhoria estabelecido de
&V
acordo com a Norma 1300?
Quando sua atividade de auditoria
II,
interna esteve sujeita pela última vez a
37a X III,
uma avaliação de qualidade externa
&V
formal de acordo com a Norma 1312?
II,
37b Por que tal revisão não foi realizada? X III,
&V
Como fornecedor de serviços de
auditoria interna, seus processos de
II,
auditoria interna estão sujeitos a
37c X III,
avaliações externas de qualidade,
&V
conforme é especificado na Norma
1312?
Para sua atividade de auditoria
interna, qual dos seguintes faz parte II,
38 de seu programa de avaliação de X III,
qualidade e melhoria de auditoria &V
interna?
Atividades de Auditoria

Um Componente do Estudo CBOK | 78


Indique se sua atividade de auditoria
I, III,
39 interna realiza (ou se é previsto que X X X X
&V
realize) o seguinte:
Você fornece normalmente uma forma
de parecer sobre a área de auditoria I&
40a X X X X
em relatórios individuais de auditoria III
interna?
Você normalmente fornece uma
classificação geral (como
I&
40b satisfatório/insatisfatório) sobre a área X X X X
III
de auditoria em um relatório de
auditoria interna individual?
Você já esteve sujeito a coerção
(pressão extrema) para mudar uma
I&
40c classificação ou avaliação ou para X X X X
III
retirar uma descoberta de um
relatório de auditoria interna?
Depois da emissão de um relatório de
auditoria interna na organização,
I&
41 quem tem a responsabilidade primária X X X X
III
de reportar descobertas à alta
administração?
Depois da emissão de um relatório de
auditoria com descobertas que
precisam de ação corretiva, quem I&
42 X X X X
possui a responsabilidade primária de III
monitorar tal ação corretiva que foi
realizada?
Ferramentas, habilidades e competências
Indique a extensão dos usos ou planos
de uso para a atividade de auditoria II,
43a interna das seguintes ferramentas ou X X X X III,
técnicas de auditoria em um &V
compromisso típico de auditoria.
Quais são outras ferramentas e
II,
técnicas que você usa atualmente ou
43b X X X X III,
planeja usar (indique se for
&V
proprietário)?
Marque as cinco habilidades
II,
comportamentais mais importantes
44 X X X III,
para cada profissional de equipe
&V
realizar seu trabalho.
44a Indique a importância das seguintes X X II,

Um Componente do Estudo CBOK | 79


habilidades comportamentais para III,
que você realize seu trabalho no seu &V
cargo da organização.
Marque as cinco habilidades técnicas
II,
mais importantes para cada
45 X X X III,
profissional de equipe realizar seu
&V
trabalho.
Indique a importância das seguintes
II,
habilidades técnicas para que você
45a X X III,
realize seu trabalho no seu cargo da
&V
organização
Marque as cinco competências mais II,
46 importantes para cada profissional da X X X III,
equipe realizar seu trabalho. &V
Indique a importância das seguintes
II,
competências para que você realize
46a X X III,
seu trabalho no seu cargo da
&V
organização
Qual a importância das áreas de
II,
conhecimento a seguir para o
46b X X III,
desempenho satisfatório de seu
&V
trabalho no seu cargo na organização?
II,
Existem outras áreas de conhecimento
46c X X III,
que você considera essencial?
&V
Questões Emergentes
47 Você percebe uma probabilidade de
mudança nas seguintes funções da IV &
X X X X X
atividade de auditoria interna nos V
próximos cinco anos?
48 Indique se as declarações a seguir se
aplicam à sua organização agora, nos IV &
X X X X
próximos cinco anos, ou se não vão se V
aplicar em um futuro previsível.

Um Componente do Estudo CBOK | 80


Pesquisa Global de Auditoria
Interna do IIA - Glossário
Este glossário foi disponibilizado aos entrevistados quando eles participaram da
pesquisa.

Agregar valor
O valor é agregado melhorando oportunidades de alcançar objetivos organizacionais,
identificar melhoria operacional e/ou reduzir a exposição a riscos através de serviços de
avaliação e consultoria.

Serviços de Avaliação
Um exame objetivo de evidências, com o fim de fornecer uma avaliação independente
sobre governança, gerenciamento de riscos e processos de controle para a organização.
Exemplos podem incluir compromissos financeiros, desempenho, conformidade,
segurança de sistemas e de due diligence.

Risco da auditoria
O risco de chegar a conclusões de auditoria inválidas e/ou fornecer conselhos errôneos
com base no trabalho de auditoria realizado.

Auditado
A subsidiária, unidade comercial, departamento, grupo ou outra subdivisão estabelecida
de uma organização, que está sujeita a um projeto de consultoria.

Conselho
Um conselho é um órgão governante de uma organização, como o Conselho de
Administração, conselho de supervisão, chefe de agência ou órgão legislativo, conselho
de governantes ou curadores de uma organização sem fins lucrativos, ou qualquer outro
órgão designado da organização, incluindo o Comitê de Auditoria, a quem o diretor
executivo de auditoria pode se reportar de forma funcional.

Processo do Negócio
O conjunto de atividades conectadas uma à outra, com o objetivo de realizar um ou
mais objetivos do negócio.

Diretor Executivo de Auditoria (DEA)


O diretor executivo de auditoria é um cargo sênior dentro da organização, responsável
pelas atividades de auditoria interna. Normalmente, este seria o diretor executivo de
auditoria interna. Caso as atividades de auditoria interna sejam obtidas de prestadores

Um Componente do Estudo CBOK | 81


de serviços externos, o diretor executivo de auditoria é a pessoa responsável por
supervisionar o contrato de serviço e a Certificação de Qualidade geral dessas atividades,
reportando-se à alta administração e ao conselho, a respeito de atividades de auditoria
interna, e acompanhando os resultados do projeto. O termo também inclui cargos como
auditor geral, chefe de auditoria interna, diretor de auditoria interna e inspetor geral.

Código de Ética
O Código de Ética do Instituto de Auditores Internos (IIA) são Princípios relevantes
para a profissão e prática de auditoria interna, e Regras de Conduta que descrevem o
comportamento que se espera de auditores internos. O Código de Ética se aplica tanto a
partes quanto a entidades que prestam serviços de auditoria interna. O objetivo do
Código de Ética é promover uma cultura ética na profissão global de auditoria interna.

Conformidade
O cumprimento de políticas, planos, procedimentos, leis, regulamentos, contratos ou
outros requisitos.

Serviços de Consultoria
Atividades de aconselhamento e relacionadas a clientes, cuja natureza e escopo são
concordados com o cliente, pretendem adicionar valor e melhorar os processos de
governança, gerenciamento de riscos e controle da companhia, sem o auditor interno
assumir responsabilidade de gerenciamento. Exemplos incluem aconselhamento,
facilitação e treinamento.

Controle
Qualquer ação realizada pela gerência, conselho e outras partes, para gerenciar o risco e
aumentar a probabilidade de objetivos estabelecidos serem realizados. Planos de
gerenciamento, organização e direção do desempenho de ações suficientes para fornecer
uma avaliação razoável de que os objetivos serão alcançados.

Cliente
A subsidiária, unidade comercial, departamento, grupo, pessoa ou outra subdivisão
estabelecida de uma organização que é o assunto do projeto de consultoria.

Projeto
Um projeto, tarefa ou atividade de revisão específica da auditoria interna, como uma
auditoria interna, revisão de controle de auto-avaliação, investigação de fraude ou
consultoria. Um projeto pode incluir várias tarefas ou atividades, projetadas para
alcançar um conjunto específico de objetivos relacionados.

Gerenciamento de Riscos da Organização – Ver Gerenciamento de Riscos

Um Componente do Estudo CBOK | 82


Auditor Externo
Uma firma de contabilidade com registro público, contratada pelo conselho ou gerência
executiva da organização, para realizar uma auditoria das demonstrações financeiras,
realizando uma avaliação para a qual a companhia emite um relatório de atestado
escrito, que expressa um parecer sobre se os demonstrativos financeiros estão
apresentados de forma justa, de acordo com os Princípios Contábeis Geralmente
Aceitos aplicáveis.

Estrutura Conceitual
Um corpo de princípios de orientação que formam uma estrutura conceitual, em
comparação com as quais as organizações podem avaliar várias práticas comerciais.
Esses princípios estão inclusos em vários conceitos, valores, suposições e práticas, que
pretendem fornecer um padrão de medida de comparação, para que uma organização
possa avaliar uma estrutura, processo ou ambiente em particular ou um grupo de
práticas ou procedimentos.

Fraude
Qualquer ação ilegal caracterizada por enganar, encobrir ou violar uma confiança. Essas
ações não dependem da ameaça de violência ou força física. Fraudes são perpetradas por
partes e organizações para obter dinheiro, propriedades ou serviços, para evitar o
pagamento ou perda de serviços ou para garantir uma vantagem pessoal ou comercial.

Governança
A combinação de processos e estruturas implementadas pelo conselho para informar,
dirigir, gerenciar e monitorar as atividades da organização, em direção à realização de
seus objetivos.

Independência
A liberdade de condições que ameaçam a objetividade ou a aparência de objetividade.
Tais ameaças à objetividade devem ser gerenciadas nos níveis individuais de auditor,
projeto, função e organização.

Atividade de Auditoria Interna


Um departamento, divisão, equipe de consultores ou outros profissionais que prestam
serviços independentes, de avaliação objetiva e consultoria, projetados para adicionar
valor e melhorar as operações de uma organização. A atividade de auditoria interna
ajuda uma organização a alcançar seus objetivos, trazendo uma abordagem sistemática e
disciplinada para avaliar e melhorar a efetividade dos processos de governança,
gerenciamento de riscos e controle.

Um Componente do Estudo CBOK | 83


Estatuto da Auditoria Interna
O Estatuto da auditoria interna é um documento formal que define o objetivo,
autoridade e responsabilidade da auditoria interna. O estatuto estabelece a posição da
atividade de auditoria interna dentro da organização, autoriza o acesso a registros,
pessoal e propriedades físicas relevantes ao desenvolvimento dos projetos e define o
escopo das atividades de auditoria interna.

Controle Interno
Um processo, realizado pelo Conselho de Administração, gerência ou outro pessoal de
uma entidade, projetado para fornecer uma avaliação razoável a respeito da realização
dos objetivos nas seguintes categorias:
• Efetividade e eficiência de operações.
• Confiabilidade do relatório financeiro.
• Conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis.

Estrutura de Práticas Profissionais Internacionais (IPPF)


A estrutura conceitual que organiza as orientações oficiais promulgada pelo IIA.
As orientações oficiais consistem de duas categorias - (1) mandatórias e (2) fortemente
recomendadas.

TI/ICT
Tecnologia da informação/tecnologia de informação e comunicação.

Monitoramento
Um processo que avalia a presença e funcionamento da governança, gerenciamento de
riscos e controle ao longo do tempo.

Objetividade
Uma atitude mental imparcial que permite que os auditores internos realizem projetos
de forma a terem uma crença honesta em seu produto de trabalho, e para que nenhum
comprometimento de qualidade significante seja feito. A objetividade requer que os
auditores internos não subordinem seu julgamento em questões de auditoria a outros.

Risco
A possibilidade de ocorrer um evento que terá impacto na realização dos objetivos. O
risco é medido em termos de impacto e probabilidade.

Avaliação de Riscos
A identificação e análise (tipicamente em termos de impacto e probabilidade) de riscos
relevantes para a realização dos objetivos de uma organização, formando a base para
determinar de que forma os riscos devem ser gerenciados.

Um Componente do Estudo CBOK | 84


Avaliação de Riscos
A identificação e análise (tipicamente em termos de impacto e probabilidade) de riscos
relevantes para a realização dos objetivos de uma organização, formando a base para
determinar de que forma os riscos devem ser gerenciados.

Gestão de Riscos
Um processo para identificar, avaliar, gerenciar e controlar eventos ou situações em
potencial, para fornecer uma avaliação razoável a respeito da realização dos objetivos da
organização.

Prestador de Serviço
Uma pessoa ou companhia, fora da organização, que presta serviços de avaliação e/ou
consultoria para uma organização.

Norma
Um pronunciamento profissional, promulgado pelo Conselho de Normas da Auditoria
Interna, que delineia os requisitos para realizar uma ampla gama de atividades de
auditoria interna, e para avaliar o desempenho da auditoria interna.

Estratégia
Diz respeito a como gerenciar os planos para realizar os objetivos da organização.

Técnicas de Auditoria Realizadas com Auxílio de Sistemas (CAATs)


Qualquer ferramenta de auditoria automatizada, como um software de auditoria
generalizado, geradores de dados de teste, programas de auditoria computadorizados,
acessórios especializados de auditoria e técnicas de auditoria realizadas com auxílio de
sistemas (computer-assisted audit techniques - CAATs).

Um Componente do Estudo CBOK | 85


Agradecimento aos Patrocinadores
da Fundação de Pesquisa do IIA
A visão da Fundação de Pesquisa do IIA é entender, formar e avançar a profissão global
de auditoria interna, ao iniciar e patrocinar o encontro de inteligência, pesquisas
inovadoras e compartilhamento de conhecimento de forma oportuna. Como uma
organização separada isenta de impostos, a Fundação não recebe recursos financeiros
advindos das taxas de associação do IIA, e sim depende das contribuições de pessoas e
organizações, e de seções e institutos do IIA, para avançar nossos programas. Também
não funcionaríamos sem nossos preciosos voluntários. Para isso, agradecemos aos
seguintes:

William G. Bishop III, CIA, Memorial Fund


NÍVEL DIAMANTE IIA–Phoenix Chapter
The Institute of Internal Auditors (IIA) IIA–Triad Chapter
IIA–Wichita Chapter
NÍVEL ESMERALDA
William L. Taylor NÍVEL DOADOR
IIA–Central Illinois Chapter Abdulrahman AlSughayer
IIA–Dallas Chapter Augusto Baeta
IIA–New York Chapter Audley L. Bell, CIA
Jewel e Dennis K. Beran, CIA, CCSA
NÍVEL RUBI Toby Bishop
Jewel e Dennis K. Beran, CIA, CCSA LeRoy E. Bookal, CIA
Mary Bishop Mahmood Al-Hassan Bukhari
John J. Flaherty, CIA Judith K. Burke, CCSA
Anthony J. Ridley, CIA Richard F. Chambers, CIA, CCSA, CGAP
Patricia E. Scipio, CIA Michael J. Corcoran
IIA–Dallas Chapter Nicolette Creatore
IIA–New York Chapter Julia Ann Disner, CIA, CFSA
IIA–Palmetto Chapter Edward M. Dudley, CIA
IIA–Pittsburgh Chapter Gaston L. Gianni, Jr., CGAP
IIA–Washington, DC Chapter Stephen D. Goepfert, CIA
Al e Kendra Holzinger
NÍVEL AMIGO
Cynthia Huysman
Andrew J. Dahle, CIA
Howard J. Johnson, CIA
John M. Polarinakis, CIA
Thomas A. Johnson, CIA
IIA–Downeast Maine Chapter
Claude Joseph
IIA–Madison Chapter

Um Componente do Estudo CBOK | 86


Nathania Kasman Basil H. Pflumm, CIA
Carman L. Lapointe, CIA, CCSA David N. Polansky
Jens Lay Charity A. Prentice, CIA, CCSA, CGAP
Lorna Linton Tabitha Price
Susan B. Lione, CIA, CCSA, CFSA, CGAP Robert John Serocki, CIA, CCSA
Mary Lueckemeyer Hugh E. Spellman
David J. MacCabe, CIA, CGAP Frederick H. Tesch, CIA, CFSA
Stacy Mantzaris, CIA, CCSA, CGAP Archie R. Thomas, CIA
Joseph P. McGinley Don Trobaugh, CIA, CFSA
Betty L. McPhilimy, CIA Bonnie L. Ulmer
Guenther Meggeneder, CIA Dominique Vincenti, CIA
Patricia K. Miller, CIA Douglas E. Ziegenfuss, PhD, CIA, CCSA
Anthony Minor, CIA IIA–Baltimore Chapter
James A. Molzahn, CIA IIA–El Paso Chapter
Donald J. Nelson, CIA IIA–Nisqually Chapter
Frank M. O’Brien, CIA IIA–Tallahassee Chapter

Outros Patrocinadores de Pesquisa


Patrocinadores de Pesquisa
IIA–Chicago Chapter
IIA–Houston Chapter
IIA Netherlands
IIA–Philadelphia Chapter

Parceiros Principais
Parceiros Estratégicos
ACL Services Ltd.
CCH® TeamMate
Parceiros
CaseWare IDEA Inc.
Ernst & Young LLP
PricewaterhouseCoopers, LLP

Ciclo Visionário
A Família de Lawrence B. Sawyer

Um Componente do Estudo CBOK | 87


Ciclo de Presidentes
Stephen D. Goepfert, CIA ExxonMobil Corporation
Michael J. Head, CIA Itaú Unibanco Holding SA
Patricia E. Scipio, CIA JCPenney Company
Paul J. Sobel, CIA Lockheed Martin Corporation

Doador Diamante
IIA–Central Ohio Chapter
IIA–New York Chapter
IIA–San Jose Chapter

Um Componente do Estudo CBOK | 88


Conselho de Curadores da
Fundação de Pesquisa do IIA
Presidente: Patricia E. Scipio, CIA, PricewaterhouseCoopers LLP
Vice Presidente Estratégico: Mark J. Pearson, CIA, Boise Inc.
Vice Presidente de Pesquisa: Philip E. Flora, CIA, CCSA, FloBiz & Associates, LLC
Vice Presidente de Desenvolvimento: Wayne G. Moore, CIA, Wayne Moore Consulting
Tesoureiro: Stephen W. Minder, CIA, YCN Group LLC
Secretário: Douglas Ziegenfuss, PhD, CIA, CCSA, Old Dominion University

Neil Aaron, The McGraw-Hill Companies


Richard J. Anderson, CFSA, DePaul University
Urton L. Anderson, PhD, CIA, CCSA, CFSA, CGAP, University of Texas-Austin
Sten Bjelke, CIA, IIA Sweden
Michael J. Head, CIA, TD Ameritrade Holding Corporation
James A. LaTorre, PricewaterhouseCoopers LLP
Marjorie Maguire-Krupp, CIA, CFSA, Coastal Empire Consulting
Leen Paape, CIA, Nyenrode Business University
Jeffrey Perkins, CIA, TransUnion LLC
Edward C. Pitts, Avago Technologies
Michael F. Pryal, CIA, Federal Signal Corporation
Larry E. Rittenberg, PhD, CIA, University of Wisconsin
Carolyn Saint, CIA, Lowe’s Companies, Inc.
Mark L. Salamasick, CIA, University of Texas at Dallas
Susan D. Ulrey, CIA, KPMG LLP
Jacqueline K. Wagner, CIA, Ernst & Young LLP
Shi Xian, Nanjing Audit University

Um Componente do Estudo CBOK | 89


Comitê de Pesquisa e
Conselheiros de Educação da
Fundação de Pesquisa do IIA
Presidente: Philip E. Flora, CIA, CCSA, FloBiz & Associates, LLC
Vice Presidente: Urton L. Anderson, PhD, CIA, CCSA, CFSA, CGAP, University of Texas-
Austin
Membros
George R. Aldhizer III, PhD, CIA, Wake Forest University
Lalbahadur Balkaran, CIA
Kevin W. Barthold, CPA, City of San Antonio
Thomas J. Beirne, CFSA, The AES Corporation
Audley L. Bell, CIA, Habitat for Humanity International
Toby Bishop, Deloitte FAS LLP
Sezer Bozkus, CIA, CFSA, KPMG LLP
John K. Brackett, CFSA, RSM McGladrey, Inc.
Adil S. Buhariwalla, CIA, Emirates Airlines
Thomas J. Clooney, CIA, CCSA, KPMG LLP
Jean Coroller
Mary Christine Dobrovich, Jefferson Wells International
Susan Page Driver, CIA, Texas General Land Office
Donald A. Espersen, CIA, despersen & associates
Randall R. Fernandez, CIA, C-Force, Inc.
John C. Gazlay, CPA, CCSA
Dan B. Gould, CIA
Ulrich Hahn, CIA, CCSA, CGAP
John C. Harris, CIA, Aspen Holdings/FirstComp Insurance Company
Sabrina B. Hearn, CIA, University of Alabama System
Katherine E. Homer, Ernst & Young LLP
Peter M. Hughes, PhD, CIA, Orange County
David J. MacCabe, CIA, CGAP
Gary R. McGuire, CIA, Lennox International Inc.
John D. McLaughlin, LECG, LLC
Steven S. Mezzio, CIA, CCSA, CFSA, Resources Global Professionals
Deborah L. Munoz, CIA, CalPortland Company
Frank M. O’Brien, CIA, Olin Corporation
Michael L. Piazza, Professional Development Institute

Um Componente do Estudo CBOK | 90


Amy Jane Prokopetz, CCSA, Farm Credit Canada
Mark R. Radde, CIA, Resources Global Professionals
Vito Raimondi, CIA, Zurich Financial Services NA
Sandra W. Shelton, PhD, DePaul University
Linda Yanta, CIA, Eskom

Um Componente do Estudo CBOK | 91


PESQUISA GLOBAL DE AUDITORIA INTERNA DO IIA

Qual o Futuro
da Auditoria Interna?
O Relatório IV, Qual o Futuro da Auditoria Interna, é um dos cinco produtos da
Pesquisa Global de Auditoria Interna do IIA: Um Componente do Estudo CBOK. Este é
o estudo mais abrangente, até o momento, que captura as perspectivas e opiniões atuais
de uma ampla combinação de auditores internos profissionais, prestadores de serviços
de auditoria e acadêmicos, a respeito da natureza e do escopo de atividades de avaliação
e consultoria sobre a situação da profissão no mundo todo.

Qual o Futuro da Auditoria Interna? identifica mudanças percebidas nos papeis da


atividade de auditoria interna durante os próximos cinco anos e provê insight a respeito
do que a auditoria interna deve fazer para atender às expectativas, sempre mudando, dos
stakeholders. A análise é baseada em 13.582 respostas de membros e não-membros do
IIA, em mais de 107 países.

Outros relatórios da série são:


Características de uma Atividade de Auditoria Interna
Competências Principais para o Auditor Interno de Hoje
Medindo o Valor da Auditoria Interna
Imperativos para Mudança: A Pesquisa Global de Auditoria Interna do IIA em Ação

Este projeto foi possibilitado através de generosas doações feitas ao William G. Bishop
III, CIA, Memorial Fund.

Um Componente do Estudo CBOK | 92

Você também pode gostar