LESÕES ELEMENTARES
São elas:
- mancha ou mácula - bolha - úlcera
- pápula - escamas - cicatriz
- nódulo - crosta
- vesícula - exulceração
1. Mancha: não há alteração de textura. Sem relevo ou depressão. Alteração da cor apenas. Pode ser hiper,
hipo ou acrômica (vitiligo é um exemplo). Hipercrômica: tinea nigrans, melasma, gravidez, manchas vitiligoides,
após processos inflamatórios.
2. Pápula: elevação circunscrita dura na pele. Exemplo típico: verrugas (virais-rugosas) – tem pontos pretos
devido à trombose de vasos da derme papilar, o que a diferencia de calo quando na região plantar.
- molusco contagioso: comum na criança. Se no adulto fazer exame anti-HIV.
3. Nódulo: é mais palpável do que visível (“pápula para dentro”). Exemplo: eritema nodoso.
4. Vesícula: lesão elevada circunscrita de conteúdo líquido seroso. Tamanho menor do que a bolha. Não
ultrapassa 5 mm. Exemplo: herpes simples (tipo 1 – lábio, tipo 2 – genital), zoster (vesículas mais proeminentes,
acompanhando trajeto do nervo). Obs.: no eritema, a digitopressão, desaparece. Isso não ocorre com a púrpura,
já que o sangue está fora do vaso.
5. Bolha: acima de 5mm. Lesão elevada circunscrita de conteúdo líquido. Exemplos: pênfigo, queimadura.
7. Escama: visualização da camada córnea. A reepitelização ocorre a cada 28 dias e não é visível. Quando há
escamas, esse processo está alterado para mais. Exemplos: dermatite seborreica, psoríase, farmacodermia.
8. Crosta: produto que exterioriza, sendo uma parte depositada e a outra parte evaporada. Pode ser
hemorrágica (através de sangramento), melicérica (serosidade, é amarelada) e purulenta.
9. Exulceração: ulceração superficial (afeta a epiderme) que cura sem sequela. Exemplos: afta, monilíase.
10. Úlcera: perda tecidual evoluindo com cicatriz. Pode ser inflamatória, infecciosa e traumática.
11.Cicatriz: neoformação de tecido conjuntivo em substituição a área tecidual lesada. Pode ser atrófica,
hipertrófica ou até um queloide (mais comum na raça negra). A hipertrófica fica elevada e respeita os limites da
área lesada. Já no queloide, esses limites são transgredidos.
Erisipela: edema, eritema. Na regressão pode formar escamas. Porém, tem a forma bolhosa, em que bolhas e vesículas
podem evoluir para crosta.
HANSENÍASE – AULA 1
É uma doença de caráter multifatorial
Doença infecciosa endêmica no ES (Cariacica é a mais endêmica)
Epidemiologia:
Permanece como problema de saúde no Brasil;
Gerou estigma social intenso;
O Brasil ocupa o 2º lugar no mundo em número absoluto de casos, superado pela Índia;
Redução da prevalência com a introdução da poliquimioterapia (PQT), a partir de 1991, mas continua a
detecção de casos novos;
Taxa de prevalência (por 10 mil habitantes): número de casos em curso de tratamento por 10 mil
habitantes, existentes na população residente em determinado espaço geográfico, na data de referência do
ano considerado.
No Brasil, as taxas são baixas (menos de 1 caso), média (1-4), alta (5-9), muito alta (10-19) e situação hiperendêmica
(maior ou igual a 20). Quando a prevalência se mantem baixa (menor do que 1), a hanseníase não é considerada um
problema de saúde pública.
Taxa de detecção: número de casos novos diagnosticados por 10 mil habitantes, na população residente
num espaço no ano considerado. No Brasil, as taxas podem ser: baixa (< 0,2), média (0,2 - 0,9), alta (1 – 1,9),
muito alta (2 – 3,9) e situação hiperendêmica (> ou = a 4).
Coeficiente de prevalência: 1,65 casos por 10000 habitantes.
Coeficiente de detecção de casos novos: 1,62 por 10000 habitantes.
No ES:
Taxa de prevalência: 2,93 casos por 10000 habitantes
Taxa de detecção: 3,27 casos por 10000 habitantes, a mais alta da região sudeste.
Conceito:
Doença infecciosa crônica cujo agente é o Mycobacterium leprae, tendo tropismo pela pele e pelo SN
periférico.
M. leprae é bacilo álcool ácido resistente (BAAR), intracelular obrigatório.
Longo tempo de reprodução (longo período de incubação) – dificulta estudo
Incapacidade de ser cultivado em culturas artificiais
Alta especificidade para MO e células de Schwann – são seus alvos celulares
Dentro das células agrupam-se em feixes paralelos ou em massas globulares (globias)
Alta infectividade (infecta muito) e baixa patogenicidade (mas produz doenças em poucos)
BAAR:
Esfregaço corado pela fucsina
Descorado pela mistura de álcool e ácido
Lavado com H2O
Corado com azul de metileno
Bactéria que retem fucsina = BAAR – permanecem corados em vermelho
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Transmissão:
Ocorre principalmente pelas vias aéreas superiores
Também são eliminados pelo leite materno (não é frequente, não contra indica amamentação),
hansenomas ulcerados, urina e fezes
Pacientes multibacilares não tratados: principal fonte de infecção, responsáveis pela contaminação e
disseminação
Para que a transmissão ocorra, é necessário contato da pessoa suscetível de forma íntima e prolongada
com indivíduo doente não tratado; por isso, os habitantes intradomiciliares são os mais atingidos
Período de incubação: varia de 2 a 5 anos (hoje: 2 – 7 anos)
Estima-se que 90% da população tenha defesa natural contra o agente
Sabe-se que a suscetibilidade e resistência ao M. leprae tem influência genética
Classificação:
1. Rabello (1938):
- indeterminada: polar tuberculóide (benigna) / polar Virchowiana (maligna)
2. Madri (1953):
- indeterminada (HI)
- tuberculóide (HT)
- dimorfa (HD)
- Virchowiana (HV)
4. Operacional (OMS):
- casos paucibacilares (PB): aqueles que apresentam até 5 lesões cutâneas
- casos multibacilares (MB): > 5 lesões cutâneas
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TIPOS DE HANSENÍASES
► HI (Hanseníase Indeterminada)
1ª manifestação clínica
Pode evoluir para cura ou para qualquer outra forma clínica da doença (meses-anos)
Características:
Manchas hipocrômicas, com limites imprecisos geralmente
Alteração de sensibilidade e hipoestasia
Até 5 lesões – paucibacilar
Lesões planas que não fazem relevo na pele
Rarefação de pelos e diminuição da sudorese
Não há comprometimento de troncos nervosos
A pesquisa de bacilos na linfa (baciloscopia) é negativa
O doente não oferece risco de contágio
► HT (Hanseníase tuberculóide)
geralmente surge como evolução de HI não tratada
pode caminhar para cura espontânea (boa resistência), em alguns casos
Características:
Lesões bem delimitadas
Eritematosas, eritemo-hipocrômicas, eritemo-escamosas
Bordas discretamente elevadas
Até 5 lesões – paucibacilares
Involução central
A baciloscopia é negativa
Acometimento de nervos é frequente e assimétrica, precoce
Hipoestasia até anestesia térmica, dolorosa e tátil
Características:
Numerosas lesões eritematosas, infiltradas, brilhantes
Pápulas e/ou nódulos
Infiltração difusa e acentuada na face e membros
Madarose (rarefação de pelos – cílios e sobrancelhas)
Pele xerótica (seca), aspecto apergaminhado
Fácies leonina
Lobo orelha infiltrado
Infiltração progressiva e difusa da pele, mucosas das VAS, olhos, testículos, nervos, linfonodos, baço, fígado
Acometimento de troncos nervosos e distúrbios sensitivos presentes, mas não tão precoces e marcantes
como na HT
Baciloscopia positiva
Foco infeccioso e reservatório da doença
► HD (Hanseníase dimorfa)
Caracterizada por instabilidade imunológica
Mescla aspectos de HV e HT
Características:
Dentro bem definido, fora mal definido (queijo suíço)
Multibacilar: > 5 lesões
Hiperestasia ou anestesia
Infiltração assimétrica de face e dos pavilhões auriculares são sugestivos
Lesões neurais precoces, assimétricas e com frequência levam a incapacidade física
Observações importantes:
Gestação x Hanseníase:
- gravidez leva a imunossupressão por alterações hormonais – último trimestre e os 3 primeiros meses de
lactação é o período crítico
- diversos trabalhos: 62% mulheres – início de quadro na gestação de puerpério
- reativação, recidiva, novos casos: 46% dos casos foi durante a gestação ou no primeiro ano após o parto
- tende a apresentar poucas complicações
- terapêutica habitual mantida
- doença não contra indica amamentação
HANSENÍASE – AULA 2
Diagnóstico clínico: pesquisa da sensibilidade! 1ª alterada coisa alterada.
Ordem: térmica → dolorosa → tátil
Algodão com éter – frio | Algodão seco – quente
Nas manchas de HI a sensibilidade térmica está alterada, porém a dolorosa ainda está normal.
Exame histopatológico:
Não é rotina.
Complementa diagnóstico em casos difíceis e nos casos de recidiva
Biópsia com punchs na borda da lesão (positivo infiltrada, positivo bacilos)
Imunologia da hanseníase:
Teste de Mitsuda:
Fortemente positivo: pólo tuberculoide
Negativo: pólo virchowiano
Teste de Mitsuda é um exemplo de resposta de hipersensibilidade tardia, traduzindo ativação da imunidade celular.
Obs: dimorfos tem instabilidade imunológica, logo o teste pode ser positivo ou negativo. Quando tende mais para
tuberculoide pode ser positivo.
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Teste da incapacidade:
Principais nervos periféricos são palpados para avaliar seu comprometimento (espessamento, dor, choque),
refletindo o grau de incapacidade do paciente.
Tratamento:
1981: poliquimioterapia (PQT)
DAPSONA RIFAMPICINA
+
100 mg/dia 600 mg/mês
1. Hemólise:
Frequente em doses altas (200-300 mg/dia)
Baixa intensidade com dose de 100 mg/dia
Tende a melhorar no decorrer do tratamento
Substituir nos casos graves
Deficiência de G6PD: tendência a ter crises graves
2. Meta-hemoglobinemia:
Rara em doses usuais
Cianose de semi-mucosas labiais e dos leitos ungueais
Na dose de 100 mg/dia, observa-se mecanismo de adaptação do organismo, resultando em
desparecimento gradual da cianose
Associação com cimetidina: para inibição da formação do metabólito tóxico da sulfona (hidroxilamina)
► Rifampicina:
Bactericida
A mais importante
Inibe a RNA polimerase do bacilo
Efeitos colaterais:
1. Hepatotoxicidade: icterícia, hepatomegalias, transaminases elevadas
2. Gastrointestinais: anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, dor epigástrica
3. Cutâneas: precoces (2 – 3 horas depois da administração e desaparecem espontaneamente) ou manchas
eritematosas (face, couro cabeludo)
4. Hematológicas: eosinofilia, leucopenia, hemólise, anemia
5. Síndrome pseudo-gripal: febre, calafrios, cefaleia, artralgia, necrose tubular aguda, choque, nefrite
intersticial, distúrbios GI, dermatite, hepatite, eosinofilia, anemia hemolítica
6. Insuficiência renal aguda
Interações medicamentosas:
Inibe efeito dos ACOS
Diminui a eficácia dos anticoagulantes cumarínicos
Diminui a vida média de prednisona, quinidina, cetoconazol, propranolol, tigoxina, clofibrato, sulfonilureia
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► Clofazimina:
Discreta ação bactericida
Inibe a multiplicação de bactéria
Ação anti-inflamatória (também usada em casos de reação)
Atua lentamente sobre o bacilo, destruindo 99,9% em 5 meses
Efeitos colaterais:
1. Cutâneas: pigmentação cutânea xerodermia fotossensibilidade
2. GI: dor epigástrica, náuseas, vômitos, perda de peso, depósitos de cristais na mucosa do intestino
Tratamento alternativo:
- Ofloxacina 400 mg/dia (pauci)
- Minociclina
REAÇÕES HANSÊNICAS:
- Tipo 1: reversa - lenta
- Tipo 2: eritema nodoso hansênico (ENH): só na forma MB – rápida, mais aguda
- Causa: hiper-reatividade. Começa durante o tratamento e pode continuar até no pós-alta.
Talidomida:
Ação anti-inflamatória e imunomoduladora
Inibe TNF
Dose: 100 – 400 mg/dia
Teratogênica! atenção ao fazer uso em mulheres em idade fértil.
Indicação: reação tipo 2
Efeitos colaterais:
Associação ou substituição por outras drogas como azatioprina ou ciclosporina
Abcesso do nervo:
Neurólise com manutenção de corticoterapia
Profilaxia:
Vigilância de contatos e aplicar BCG nos contatos intradomiciliares.
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COLAGENOSES
LUPUS ERITOMATOSO
Divide-se em: lúpus eritematoso sistêmico (LES), lúpus eritematoso cutâneo (LEC) – lúpus eritematose discoide
(crônico – LED) / lúpus eritematoso cutâneo subagudo (LECSA) : rash malar em asa de borboleta (degeneração
hidrópica basal; liquefação basal) / LEC agudo (LECA)
LED
Diferente do lúpus eritematoso agudo e do sistêmico, a maior faixa acometida são mulheres fora da idade reprodutiva –
acima de 40 anos. O sistêmico é muito comum em idade reprodutiva.
Nas formas disseminadas, pode surgir eventualmente febre, adinamia, cefaleia e artralgias. A persistência dos sintomas
mostra progressão para a forma sistêmica. 100% desses pacientes que evoluem tem LES numa forma mais branda, sem
acometimento de SNC e rins.
Lesão com alopecia: não cicatricial (androgenética, ariatra. Predominância de neutrófilos – tratar com isotretinoina);
cicatricial – dermatofitose, esclerodermia, LE
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LUPUS ERITEMATOSO TÚMIDO – não cai em prova
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Rosácea – não tem atrofia. Lesão eritemo – descamativa; mulheres com idade maior ou igual a 40 anos;
piora com vasodilatação, álcool, frio e calor.
Psoríase e dermatite seborreica – psoríase melhora com sol e lúpus piora/ dermatite não tem atrofia.
Psoríase: lesão eritemo escamosa; “odeia” o sol – áreas expostas sem lesão; localizada em cotovelo, joelho, abdome, couro
cabeludo.
Dermatite seborreica (“caspa”): lesão eritemo descamativa, sem atrofia, localizada no T invertido da face. Piora com
distúrbios emocionais (aumento catecolaminas, aumento atividade glândulas seborreicas)
Queratose solar (actínicos)– lesões pontuadas causadas por exposição solar crônica. Nos braços
geralmente.
Erupção polimorfa a luz solar – parece lúpus túmido
Dermatite cutânea por corticoide fluorado – lesão cutânea por uso de corticoide fluorado;
Em áreas de dobras não usa corticoide pela manhã, pois pode irritar com o atrtito do movimento do dia. Corticoide fluorado
nunca se usa por mais de 7 dias em áreas de dobras, pois causa atrofia.
Alopécia cicatricial do LED: alopecia da esclerodermia, do líquen do plano pilar, da pseudo pelada, da tinha
favosa e da alopecia não cicatricial
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
Proteção solar
Pomadas ou apósitos oclusivos de corticoide fluorados ou infiltração intralesional de triacinolona
Lesões verrucosas: nitrogênio liquido
Anti maláricos – difosfato de cloroquina ou sulfato de hidrocloroquinona | altera o DNA da célula e esse
perde a sensibilidade ao sol / inibição da fotosensibilidade
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LUPUS ERITOMATOSO CUTÂNEO SUBAGUDO (LECSA)
Mais frequente em mulheres jovens, diferente do discoide (crônico) que é mais comum em mulheres mais
velhas.
É forma disseminada cutânea de LE com importante componente de fotossensibilidade e lesões cutâneas
que involuem sem atrofia cicatricial deixando hipopig redisual e lesões vitiligóides
Comprometimento sistêmico discreto (50% LES), quando esse ocorre é menos intensa lesão renal e do SNC
Mais difícil de diagnosticar
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
LED
DERMATOMIOSE
EXCLUIR: psoríase, eritemas persistentes, eritema polimorfo, dermatite seborreica e erupção de drogas
através do HP e IFD.
DIAGNÓSTICO
HP
IFD: 40-50% + na lesão e 25% + na pele sã
70-80% Ac anti RO-SSA e Ac anti LA-SSB + com padrão pontilhado ou homogêneo
Raro Ac anti Sm e anti RNP + ou Sjogren associado
Fan + (se negativo, vai positivar depois)
TRATAMENTO
Proteção solar
Medicação tópica e intralesional são ineficazes
Anti maláricos associados ou não a prednisona em baixas doses – usa para acabar com a fotosensibilidade
Sulfona 50-150 mg/d: dosas antes G6PD - metahemoglobinemia e anemia hemolítica
Talidomida – faz remissão da doença/cura. Ruim porque ocorre muito em mulheres em idade gestacional. É
imunorregulador, mas é preciso ter cuidado pois é teratogênico
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LUPUS ERITAMATOSO SISTEMICO
Patogenia:
Fatores genéticos
Fatores virais (paramixovírus)
Fatores hormonais: 9 mulheres : 1 homem (mulheres em idade reprodutiva – 20 a 40 anos)
Fatores ambientais (UV)
Drogas: lúpus induzido por drogas, auto-anticorpos contra Ag contidos nas histonas (anti-histonas). Drogas
associadas: hidralazina, hidantoína, procainamida. Outras: isoniazida, metildopa e penicilamina. Usualmente
é transitória e remite ao se descontinuar o medicamento.
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
1. Cutâneas
80 % há acometimentos cutâneos
25% do LES a manifestação cutânea é o sintoma inicial
Lesões cutâneas podem ser agudas (100%), subagudas (50%) e crônicas 15%.
Pacientes podem apresentar lesões bolhosas (1%)
Fotossensibilidade importante
Mucosas e semimucosas: eritema, edema, erosões e ulcerações em lábios, é frequente a púrpura palatina.
Fenômenos cutâneos vasculares frequentes: F de Raynaud, livedo reticular (trama de vasos nos MMII,vasos mais
acentuados pela fotossensibilidade), vasculite urticariforme.
Obs: urticária: lesões eritemo-edematosas, pruriginosas, que aparecem e desaparecem. Devido a liberação de histamina.
Urticária vascular: crônica (inflamação perivascular). Deixa pigmentação residual.
ARTRALGIA DO LUPUS: poliartrite migratória de grandes articulações, não erosivas e podendo atingir 2 ou mais articulações
ao mesmo tempo
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DIAGNÓSTICO – prova pede 4+ critérios
Anti-RO/SSA 30% + *
Anti-LA/SSB 10% + *
TRATAMENTO
Proteção solar
Corticoides tópicos: complementam o tratamento sistêmico
Corticoides sistêmicos:
Prednisona – 1-2mg/kg/d mantida até controle da atividade inflamatória
Pulsoterapia com metilprednisolona 1g/dia por 5 dias
Imunossupressores: ciclofosfamida; clorambucil;
AINES (artrite)
AAS (fenômenos tromboembólicos)
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ECZEMAS
São muito frequentes
Compreendem uma série de lesões dermatológicas, que se agrupam com substrato inflamatório nas fases
agudas, sub-aguda e crônica, de etiologia variada
Fases:
1. Aguda: eritema vivo, vesículas, exsudação, descamação, crosta e prurido brando ou ausente
2. Sub-aguda: eritema apagado, crosta e prurido moderado (vai ficando escurecido/enegrecido)
3. Crônica: liquenificação e prurido intenso e pele fica espessa/grossa
Classificação etiológica:
Contato: irritante primário; alérgico
Atópico: numular, neurodermite circunscrita
Estase ou varicoso
Desidrose
- via aferente:
4 a 5 dias
Hapteno em contato com a pele – ligação à proteínas da pele – ligação glicoproteica com células de
Langerhans (APCs)
Vão para vasos linfáticos (2-4 horas), chegando ao linfonodo onde são apresentados a células T. Estas
migram pelo corpo, através do sangue, sensibilizando toda a pele
- via eferente:
Na pele sensibilizada – reação inflamatória em 24-48 horas com liberação de citocinas (TNF , IFN , IL-1) –
em caso de exposição ao antígeno
TESTE DE CONTATO:
Obs: dermatite seborreica: desde o nascimento. Lesões eritematosas e escamosas, geralmente confunde com atopia.
Situa-se na parte medial da face e do tronco.
ECZEMA NUMULAR:
NEURODERMITE:
Variante atópico
Fator estimulante (picada/arranhão) leva a pessoa à coçar, formando placas de neurodermite
Localização: nuca, região lombar, pulso e tornozelo
Nos MMII
Causa: varizes (dilatação permanente de uma veia, devido a perda de elasticidade por ruptura de fibras
elásticas. Também há insuficiência valvar e pouca ação da musculatura da panturrilha na formação de
varizes. A gravidez e genética também contribuem).
O líquido que sai – edema – estímulo de terminações nervosas – prurido
DISIDROSE:
TRATAMENTO:
Corticoide creme +
Fase aguda Corticoide creme +/-
corticoide sistêmico
Corticoide creme ou
Corticoide creme ou
Fase sub-aguda pomada + corticoide ++
pomada
sistêmico
Se a lesão está mais na fase aguda: creme; se mais na fase crônica: pomada
DERMATOVIROSES
Introdução
- vírus DNA:
adenovírus: infecções respiratórias
papovírus: HPV
herpes vírus: herpes simples, zoster e outras infecções
parvovírus: associado com o adenovírus
ortopoxivírus: varíola (já foi erradicada)
parapoxivírus: molusco contagioso e nódulos dos ordenadores
- RNA vírus:
paramixovírus: sarampo, influenza
picornavírus: enterovírus, coxsackievirus
rabdovírus: raiva, estomatite vesicular
retrovírus: HIV – HTLV grupo
rubivírus, togavírus: rubéola
- herpes vírus
HHV – 1: herpes simples tipo 1
HHV – 2: herpes simples tipo 2
HHV – 3: varicela, herpes zoster
HHV – 4: Epstein Barr
HHV – 5: citomegalovírus
HHV 6 e 7: linfotrópicos
HHV – 8: Sarcoma de Kaposi
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HERPESVÍRUS
Família muito grande. Não há necessidade de ficar verificando qual o tipo, mas é cobrada a diferenciação.
Herpes tipo 1 – mais comum labial | herpes tipo 2 é mais comum na genitália. Pode ter 1 na genitália e 2 no
lábio, mas é mais comum da forma como foi citada.
1. HERPES SIMPLES
Doença universal
Quadros variáveis – benignos ou graves
HSV-1: face e tronco
HSV-2: genitália
Entretanto, ambos os vírus podem infectar qualquer área da pele ou mucosas
Transmissão por contato pessoal – apesar de ser também por contato sexual, não é exclusivamente DST,
até mesmo uma colher contaminada pode transferir
Primo-infecção herpética é geralmente subclínica. O individuo torna-se portador do vírus sem apresentar
sintomas
O vírus fica em estado de latência em gânglios de nervos cranianos ou da medula
70-90% de portadores
Quando reativado (estresse, mudança climática), migra através no SNP, retorna a pele e produz erupção do
HS recidivante
GENGIVO-ESTOMATITE HERPÉTICA
Dura em torno de 15 dias a um mês. Evolui sem sequela. Muita dificuldade de deglutir.
Vesículas sobre uma base eritematosa. Essa vesícula pode sofrer exulceração e é muito comum ter infecção secundária,
pois é fácil contaminar a área de erosão. A vesícula pode evoluir para pústula. A transmissão só se encerra quando vira
uma crosta, deixando de ser pústula.
HERPES RECIDIVANTE:
O trauma mecânico pode ser um gatilho para surgimento de lesão. Em casos de tratamentos dermatológicos
intensos, com trauma forte, como laser, já pode fazer tratamento de herpes como profilaxia em quem já tem
herpes simples.
HERPES GENITAL
Adulto
5-10 dias após o contato
Sintomas gerais podem existir (febre, cefaleia, linfoadenopatia)
Involui em 2 semanas
Paciente pode nem chegar com vesícula, já chega com úlcera.
Lembrando que o paciente pode se autocontaminar também, passando dedo na boca e surgindo o panarício.
Ocorre quando a parturiente apresenta herpes genital com contaminação do neonato durante o parto
Na cabeça ou nas nádegas (depende da apresentação fetal)
Quando grave pode ser fatal. Acometimento ocular e sequelas neurológicas
Indicação cesariana
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DIAGNÓSTICO
Essencialmente clinico
Tzanck é muito raro fazer, mais pra estudo
Isolamento e cultura viral
Sorologia
TRATAMENTO
Acivlovir tópico não tem ação pra lesão. TEM QUE SER TRATAMENTO ORAL!
O medicamento tópico é betametasona, para alívio de sintomas.
PROFILAXIA: em torno de 200 mg de 12 em 12 horas por 6 meses – em recidivo
Pra pré-laser: 200 mg 3x ao dia antes do procedimento e 2 dias depois, totalizando 5 dias.
Diagnóstico é clínico
Tzanck, histopatologia, sorologia podem ser úteis
TRATAMENTO
3. HERPES ZOSTER
Reativação do VZV que permaneceu latente no gânglio sensorial após a primo-infecção herpética
Clínica: vesículas sobre base eritematosa, seguindo trajeto de um nervo, um dermátomo
Acometimento cutâneo é gradual, antecedido por dor no local
Essa herpes é mais comum vir dolorosa, com muita intensidade e, até mesmo, antes do surgimento da lesão. A
dor é como se fosse um “indicativo” que vai ser seguida do surgimento das lesões.
Em 20% dos doentes, a nevralgia é intensa e pode persistir principalmente quando o tto não foi feito na
hora certa
Comprometimento do trigêmio é frequente, principalmente o ramo oftálmico, podendo comprometer a
córnea
Diagnóstico clínico
Tratamento:
Aciclovir: 800mg ou 400mg 5x/dia por 7 dias
Famciclovir
Analgésico, ATB tópico e oral
Aciclovir EV para casos graves
Neuralgia pós herpética: carbamazepina (p/ dor lancinante), amitriptilina
Neuralgia pós-herpética: comum. Cura a lesão da pele, mas o nervo permanece inflamado. É a complicação mais grave.
Tem casos que é transitória e tem casos que é pra sempre. Ocorre mais em idosos e em pessoas que tiverem diagnóstico
atrasado e isso acabou acometendo muito o nervo.
Koebne – fenômeno que não é exclusivo da verruga, mas é o aparecimento de lesão elementar no local da
coçadura.
VERRUGAS VULGARES:
Mais comuns
Tipos de HPV: 1, 2, 3, 4 e 10
Superfície da lesão: pontos escuros = alças capilares trombosadas
Ocorre mais no dorso da mão e dos dedos
Tipos de HPV:
TRATAMENTO
Crioterapia anestesia
Epidermodisplasiaverruciforme – mutação genética que
Ácido nítrico fumegante
pré-dispõe a infecção pelo HPV com muitas verrugas
Ácido tricloco acético (ATA)
exacerbadas CBC entre as lesões
Podofilina
Imiquimod
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4. INFECÇÃO POR POXVÍRUS:
Molusco contagioso no adulto e molusco contagioso gigante – sugere imunossupressão
Eletrocauterização; tenta-se evitar, pois precisa de sedação etc
Melhor tentar que a mãe vá passando o ácido gradativamente para tentar retirar em regime domiciliar, sem
necessidade de procedimento extenso.
MOLUSCO CONTAGIOSO
Pápulas digitais normocrômicas e assintomáticas
Lesões auto inoculáveis e contagiosas
Mais em crianças (adultos com muito molusco -> imunodepressão)
Mais em face, tronco e membros
Diagnóstico clínico
Tratamento: curetagem de lesões seguida de tintura de iodo
5. PARAMOXIVIRUS
Erupção maculopapular eritematosa (rash ou exantema morbiliforme) que se inicia na face com disseminação
para pescoço, tronco e extremidades aproximadamente 14 dias após exposição progressão crânio-caudal
Criança com sarampo é mais prostrada. Sintomas prondrômicos típicos: febre, conjuntivite, e o sinal de Koplik
(pontos brancos com halo eritematoso na mucosa bucal) (adora cobrar em prova – mucosa rosinha com pontos
brancos, mas nem sempre vê).
Diagnóstico clínico
Tratamento de sintomáticos
Vacinação é efetiva
6. PARVOVÍRUS B19
Rubéola
3. QUEILITE ACTÍNICA
- Pré-neoplásica. Processo inflamatório no lábio
- Basocelular: não dá em mucosa, só em pele. Praticamente não dá metástase, cresce por continuidade. Neo
cutânea mais frequente
- CEC: atinge mucosa e submucosa. Mais agressivo e dá metástase
- Só no lábio inferior: onde o sol incide
4. LEUCOPLASIA
- Placas brancas na mucosa e submucosa; de crescimento lento. Vai infiltrando -> pode se transformar em CEC
(1-2%), porém demora muito
- Diagnóstico diferencial:
- monilíase (sai com raspagem, ficando lesão exulcerada. Lesão aguda)
- líquen plano, lues secundária, condiloma plano
-farmacodermia (processo agudo). Lembrar de HIV
- Provocada por atrito, condimentos (Índia)
5. ULCERAÇÕES CRÔNICAS
- Pré-neoplásicas cutâneas: áreas de baixa resistência -> CEC aspecto em couve-flor (crescimento vegetativo)
que sangra com facilidade grande possibilidade de CEC.
- Biopsiar: metastatiza rápido (3-4 meses), podendo levar à amputação. Muito comum nas pernas
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6. NEVOS MELANOCÍTICOS
- Poderiam desenvolver melanoma (principalmente em idosos, mas pode acometer qualquer faixa etária)
- Congênitos ou adquiridos
- Os de grande tamanho tem maiores possibilidades de se transformarem em melanoma
- Levar em consideração as características dos nevos (assimetria, bordas irregulares, cor variada, diâmetro -
>1,5 a 2 cm) e história familiar
- Displásico: maior probabilidade de virar melanoma
há atividade funcional
variação de cor, assimétrico
- É importante o local dos nevos: atrito
- Não é sinal de malignidade: pelos e elevações
OBSERVAÇÕES:
- lesões planas ou elevadas
- congênitas: em 1 % dos neonatos; lesões pigmentares planas de tamanhos variados, redondas ou ovais, de limites
nítidos; médios e grandes tem superfície rugosa, são pilosos, marrom-negro.
- adquiridos: na maioria dos adultos brancos (10-40 lesões por pessoa); constituem, no final, agrupamentos na junção
dermo-epidérmica.
- são os nevos juncionais (maior potencial de transformação maligna).
- displásticos: esporádicos ou familiares, precursores de melanoma; são mais numerosos (principalmente na familial),
tamanho maior; ausentes ao nascimento, assumem sua configuração clínica característica a partir da puberdade, podendo
surgir novas lesões até os 40 anos; bordas e pigmentação irregulares; limites da lesão mal definidos; risco de melanoma:
10%.
8. QUERATOSE SOLAR
- Frequente, em áreas expostas à luz solar, pessoas de pele clara (idosos ou de meia idade)
- Lesões máculo-papulosas, recobertas por escamas secas, duras, de superfície áspera de cor amarela a
castanho escura, 0,5-1cm. Podem confluir, formando placas
- Lesões têm curso crônico. Aparecimento de halo eritematoso e de infiltração na base podem indicar
transformação carcinomatosa
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Destaca-se:
S. aureus, coagulase positivo, que produz várias toxinas: alfa (necrogêmica), esfoliativa (SSSS). Tipos 71, 80
e 81. Faz parte da flora transitória de 1/3 da população nos vestíbulos nasais (35%), região perineal (20%),
umbilical, axilar e interpododáctila (5-10%)
S. pyogenes: mais patogênico é o beta-hemolítico do grupo A, que secreta o fator M. Invasores secundários
de lesões cutâneas traumáticas
Quando a lesão infecta geralmente é causada por estreptococos.
IMPETIGO
Comum em crianças (recém-natos até 5-6 anos) e geralmente lesões múltiplas devido à coceira que auto-infecta
com as unhas.
Muito comum
Staphylo e Strepto (normalmente misto)
Lesões principalmente nas áreas expostas (+ faces e nos membros inferiores)
Acomete outras regiões por auto-inoculação
Impetiginização - complicação (impetigo complicando outras dermatoses, como psoríase, líquen).
Geralmente por Staphylococcus.
Forma mista
Depende do oral e tópico: se for localizado, pode ser tópico. Crianças, multilesões costuma usar oral.
Pomada de antibiótico tópico: mupirocina.
Aspecto circinado: formação de arco – característica do impetigo.
INFECÇÕES ESTAFILOCÓCICAS
Furúnculo
Antraz
Confluência de múltiplos furúnculos
Área eritematosa, edematosa, sobre a qual surgem múltiplos pontos de drenagem de pus
Predomina em idosos
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Furunculose (mais comum):
Multiplicidade de lesões ou recorrências frequentes
Importante: afastar doenças de base e tratar reservatórios bacterianos
Pode complicar dermatoses com infecção secundária
Tratamento:
Assepsia local
Antibióticos tópicos e sistêmicos
Se flutuação do nódulo = drenagem cirúrgica
Casos crônicos com fibrose e fístulas = exérese cirúrgica (toillete) da pele de toda a área
Antibióticos com atividade anti-estafilocócica: cefalosporinas, eritromicina.
Oxacilina é antibiótico de escolha para infecções por Staphylococcus.
Foliculites
Folicutlites superficiais:
Foliculite ostial ou impetigo de Bockhart
Foliclutes profundas:
Sicose de barba (causa certo grau de atrofia por ser profunda)
Hordéolo (terçol): infecção estafilocócica, profunda, dos cílios e glândulas de Meibomius
(Calázio é uma inflamação da glândula que projeta ela; às vezes por trauma. Não é bacteriano, mas pode
cursar com a bacteriana junto e cursa com hordéolo junto);
Foliculites secundárias
Decalvante
Queloidiana
Dissecante ou perifoliculite
Tratamento:
Loções antissépticas e pomadas de antibióticos
Uso prolongado de ATB orais
Na decalvante e dissecante: retinoides orais
Na queloidiana: infiltra corticoide, crioterapia
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Decalvante:
Foliculite crônica por Staphylo aureus que resulta em alopecia cicatricial
Placas com pústulas foliculares na periferia com tufos foliculares ocasionais
Ocorre no couro cabeludo, nos MMII (quando ocorre nos membros inferiores chama-se Arnozan Dubreuilh) e na
área da barba (chama-se de sicose lupóide) – tem que saber isso
Queloidiana:
Aspecto de queloide.
Mais comum. Geralmente acomete homens da raça negra
Politriquia: fusão de folículos na superfície da pele dos quais emergem dois ou três pelos
Pseudofoliculite: devido ao ato de barbear pelos curvos (ulotríquios) com infecção secundária por Staphylo sapróbios da
pele. Pode ocorrer na área de barba, coxas, virilhas e pernas.
Dissecante:
Pseudofoliculite abscedante de Hoffman ou celulite dissecante do couro cabeludo.
Desordens incomuns, crônicas e supurativas
Múltiplos nódulos inflam, dolorosos e abscessos flutuantes, intercomunicados por túneis no couro cabeludo que
podem evoluir para alopecia cicatricial
Couro cabeludo fofo, todo irregular. Amolecido a palpação. Às vezes pode até ser dolorosos.
Tríade da oclusão folicular: foliculite dissecante, acne conglobata e hidradenite.
Periporite
Acomete a glândula sudorípara écrina.
Geralmente vem depois de miliária (lesão de calor-BROTUEJA) – importante para determinar o diagnóstico!!
Acomete crianças
Múltiplos nódulos eritematosos que podem drenar secreção
Pescoço, nádegas, tronco e coxa
Tratamento: evitar calor (miliária predispõe a periporite) e ATB tópico e sistêmico
Complicações de qualquer infecção estafilocócica em que haja produção de exotoxinas, mais da toxina 1 da SCT
(responsável por 90% dos casos de SCT menstrual)
Ocorre mais em mulheres menstruadas em uso de tampão que desenvolvem vaginite por Staphylococcus.
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HIDROSADENITE
Ectima
Erisipela
Piodermite predominantemente estreptocócica. Pode ter outro patógeno associado, mas a etiologia é
estreptocócica. Anbitibiótico de escolha: penicilina (benzetacil).
Forma de celulite superficial estreptocócica.
Geralmente pelo estrepto do grupo A.
Acomete mais membros (inferiores).
Estafilo se estabelece secundariamente ou nos casos de celulite.
Comprometimento linfático.
DM, estase venosa, alcoolismo, desnutrição podem predispor. Outros: drogas, tinea pedis, trauma,
tromboflebite.
Uma complicação é a formação de bolhas (pensar em estafilo – mais grave).
Frequente devido intertrigo interpododáctilo.
Tratamento: penicilina, cefalosporina, ampicilina, eritromicina e medidas gerais (repouso, meia elástica).
Recorrência: penicilina benzatina 1.200.000U.
Penicilina: 2/2, 3/3, 7/7 dias. E depois 21/21 para evitar recorrência.
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ERISIPELA É MAIS COMUM NA PERNA, MAS NÃO TEM SÓ NA PERNA!!!!
Viu bolha? Pensar sempre que essa é indicação de presença associada de estafilococos.
Fatores de risco: excluir/procurar/tratar
TRATAMENTO: antibioticoterapia + recomendações gerais (não andar demais, elevação do membro etc)
Celulite
Lembra muito erisipela, mas tende a ser uma lesão mais profunda.
Lembrar de celulite facial da infância: por haemophylus
Etiologia também inclui: estafilo, H. influenzae (celulite facial na infância), pneumococos e pseudômonas.
Anaeróbios e gram +
Mais comuns em diabéticos ou imunocomprometidos
Processo infeccioso mais profundo (pode chegar ao tecido celular subcutâneo). É mais grave e comum as
complicações
Pode ocorrer linfangite, supuração profunda e septicemia
Tratamento: repouso, elevação do membro, analgesia e ATB sistêmico (parenteral nos casos intensos ou
face).
Se suspeitar de S. aureus associar oxacilina ou cefalotina 100-150 mg/Kg/dia EV 4/4h
Gentamicina ou amicacina devem ser consideradas em pacientes sob risco de infecção gram -
Abscesso
Fleimão
Tendência a difusão
Tratamento: ATB orais, compressas mornas e drenagens
Linfangite
Escarlatina
Gangrena estreptocócica
Infecção necrotizante grave, frequentemente fatal que ocorre após traumatismos, injeções e ferida
cirúrgicas
Ocorre febre e taxemia
Lesões necróticas, irregulares, circundadas por inflamação e lesões satélites
Tratamento: guiado por antibiograma da cultura da secreção e do sangue. Debridamento.
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DERMATOZOOSES
LEISHIMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
LEISHMANIA
Animais reservatórios: roedores, gambás, cães, cavalos
- mosquito pica um desses animais e adquire a forma amastigota do protozoário
- no intestino do mosquito, a forma amastigota vira promastigota
- essa forma é liberada no sangue do homem pela picada do mosquito
TRANSMISSÃO
De animais para o homem, por fêmeas de flebotomíneos infectados (Lutzomyia)
Período de incubação: 1-4 semanas
CLÍNICA
Cada picada corresponde a uma única lesão
Pápula -> úlcera (única, indolor, circular, bordas elevadas em “moldura”, fundo granuloso com discreta
exsudação soropurulenta)
Úlcera vai fechando por ação do sist. Imunológico, o resultado em cicatriz de aspecto apergaminhado (lisa e
brilhante)
Localização das lesões: áreas expostas, como MMII e MMSS
Após 1-2 anos: lesões mucosas por disseminação hematogênica, afetando nariz, boca e faringe
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Úlcera de estase
varizes → circulação mais lenta (estase) → insuficiência venosa → edema → dermatite ocre → úlcera
Úlcera tropical: por bactéria (estreptococo, estafilococo)
Paracoco: lesão destrutiva do palato, orofaringe, estomatite morbiforme
Sífilis terciária: destrói o palato
Hanseníase virchowiana
Em 10% dos casos, há crosta (de queratina) de aspecto verrucoso por predileção imunológica → forma verrucosa
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
TRATAMENTO
Agente: sacoptesscabiei, var.hominis (espécie específico, logo pegar de cão e gato é muito difícil. Porém,
pode acontecer, mas dura 1 dia – a infecção é auto limitada)
Período de incubação: 3 semanas (21 dias) – a coceira não começa de um dia pro outro após o contato
Transmissão: contato pessoal – pode ser por contato pessoal, mas é comum em crianças nas creches
Clínica:
Tipo de lesão: túnel de 5 a 15 mm eritemato-acinzentado com pequena vesícula na extremidade migrante -
micropápula
Localização: pregas interdigitais, punhos, cotovelos, mamilos, axilas, genitália, nádegas e hipogastro.
História familiar: contato íntimo
Prurido noturno (Se cair na prova que o prurido sempre é noturno é FALSO, pois tem gente que dorme de
dia. Logo, aqueles que dormem de dia sentem prurido ao dormir, independente de ser a noite ou não.)
Em criança geralmente é disseminado. Já no idoso, a localização preferida é o dorso. Em adulto
normalmente não se localiza na face, nem do joelho para baixo
Não pega de animais. Caso pegue a de um cachorro, por exemplo, ele não consegue se desenvolver. A própria higiene
pessoal já elimina.
TRATAMENTO
Tópico: lindano 1% (tóxico para grávida e criança), loção ou creme de permentrina 5% (o melhot tto; não é
tóxico – pode usar em criança e grávida; muito eficaz; usar 3-4 dias e repetir 1 semana depois para evitar
reinfecção), benzoato de benzila 25% (irritação – eczema), monossulfiram 25% (efeito antabus; ao ingerir
álcool -> náusea, vômito, tontura)
Lindano é tóxico para crianças e gravidas.
Monossulfiram causa efeito antabuse com ingestão de álcool leva a náusea, vômito e tontura.
Permetrina é o principal usado.
Sistêmico: ivermectina VO – não usa pra criança devido a toxicidade (para os contactantes > 6 anos de
idade ; até 30 kg -> 1 comp / 30-65kg -> 2 comp / > 65kg -> 2,5 comp)
Profilático: tratar familiares e lavar rouopas
ATB: infecção secundária, geralmente em criança
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PEDICULOSE
LARVA MIGRANS
Agente: larvas do Ancylostoma braziliensis (cães e gatos -> o homem é hospedeiro acidental. A larva está,
geralmente, na areia e na grama, locais estes onde o cão/gato deposita suas fezes)
Clínica:
Pápula eritematosa
Muito pruriginosa
Túnel eritemato-papuloso sinuoso (caminho geográfico) - larva não completa seu ciclo, porque o homem é hospedeiro
acidental e, por isso, fica migrando na pele -> túnel eritemo-papuloso sinuoso (caminho geográfico)
Tratamento:
Albendazol 400mg via oral – dose única (quando há várias lesões, usar 3 dias seguidos / para inúmeras
lesões: usar 3 dias, parar 7 e tratar mais 3 dias)
Ivermectina via oral – dose única
Tiabendazol tópico – 2 semanas
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TUNGÍASE
FARMACODERMIAS
São doenças tegumentares e/ou sistêmicas produzidas, direta ou indiretamente, pelo uso de
medicamentos, que agem pelos mais variados mecanismos.
Todos os medicamentos podem causa farmacodermias, porém os mais comuns são:
- sulfas
- antibióticos
- analgésicos e AINES
- tranquilizantes (principalmente benzodiazepínicos)
SULFAS E BENZODIAZEPÍNICOS farmacodermias mais severas
REAÇÕES
- Não imunológica: ocorre em todos os indivíduos em uso de determinado medicamento, pois independe
da genética e da imunologia própria de cada pessoa.
Ex.: fotossensibilidade → clofazimina | Eczema de contato por irritante primário → ácido retinóico
- Imunológica: mais importante
TIPO II – citotóxica
Células (hemácias, plaquetas, leucócitos) sem Ac (IgG, IgM) acoplados
Antígeno da droga se liga aos Ac circulantes e estes destroem as células alvo (hemácias, plaquetas,
leucócitos)
Exemplo: dipirona → causa leucopenia
FORMAS CLÍNICAS
OBS.: paciente tende a desenvolver sempre a mesma reação independente do medicamento usado, devido à predisposição genética
2. Lesões acneiformes
Medicamentos tópicos com veículo oleoso ou contendo substâncias comedogênicas (enxofre, corticóide)
Medicamentos orais: iodetos, brometos, fluconazol, vit B12, corticóides
3. Exantema símile
Erupções escarlatiniforme (difusas) e morbiliforme (lesões em folha → áreas de pele sã podem ser vistas)
Febre, artralgias, cefaleia
Diagnostico diferencial com viroses e infecções bacterianas: fazer hemograma
► Leucocitose com desvio a E: infecção bacteriana
► Leucocitose com desvio a D: virose
Medicamentos: sulfas, pirazolona (analgésicos), antibióticos (penicilina), tranquilizantes
4. Erupções vesicobolhosas
Erupções bolhosas similares ao pênfigo e penfigóide
Drogas mais comuns: captopril, sulfas (sulfona → dapsona), D-penicilamina, mercuriais, salicilatos, iodetos,
metildopa
Bolhas íntegras (formadas devido à acantólise)
“Urticária medicamentosa é uma farmacodermia ocasionada, principalmente, por hipersensibilidade tipo I, mediada por
IgE. Ocorre desgranulação dos mastócitos, liberado histamina. São lesões papulo-eritematosas, edematosas, altamento
pruriginosas e de características fugazes.”
7. Choque anafilático
Reação do tipo I (anafilaxia) ou do tipo III
Urticária com edema de epiglote (pode ser edema de lábio e de língua associados), hipotensão, sudorese,
hipotermia → administrar adrenalina subcutânea.
Drogas: benzodiazepínicos, AAS, analgésicos (buscopan composto)
8. Vasculites
Comprometimento da parede dos vasos por processo de hipersensibilidade tipo III (imunocomplexos
circulantes que se depositam no endotélio vascular)
Drogas: AINES, benzodiazepínicos, analgésicos (buspirona)
9. Lupus like
Quadro idêntico ao LES com comprometimento renal menos frequente
Rash, fotossensibilidade, alopécia. Lesões não tendem para o lúpus discoide (não há atrofia)
FAN + (anti-histonas)
Drogas: hidantoína (a mais comum), hidralazina (2ª mais comum), griseafulvina, isoniazida, sulfas,
penicilina, procainamida
OBSERVAÇÕES DO TRATAMENTO
Hospitalização (se possível, no CTI), com isolamento do paciente para prevenção de infecção
Limpeza e assepsia das lesões
Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico (devido a perdas através da pele e pelas dificuldades de ingestão
de alimentos e líquidos)
ATB por via sistêmica
1. Droga reage com os tecidos introduzindo haptenos na superfície celular, tornando a célula
1 susceptível a ação citotóxica de Ac ou linfotoxinas.
2. Ex: anemia hemolítica induzida por penicilina
5. Droga lesa células expondo antígenos celulares que irão estimular a produção de auto-Ac.
3 Ex: anemia hemolítica auto-imune provocada pela metildopa
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ERUPÇÃO FIXA
Mancha cor vermelho-azulada, redonda ou oval, com limites nítidos
Lesão pode ser purpúrica, urticada ou bolhosa nas formas mais severas
Há prurido e sensação de queimação
Lesões podem surgir em qualquer região, porém palmar, plantar e mucosas são mais comumente afetadas
ERUPÇÕES VESICO-BOLHOSAS
Surgem bolhas, muitas vezes hemorrágicas, únicas ou em pequeno número, sem qualquer outra alteração
cutânea simultânea
Localizam-se, em geral, nas regiões plantares, palmares, pododáctilos, quirodáctilos e genitais
DRES
Eosinofilia (>20%)
Elevação de TGO e TGP
Dificuldade respiratória
Manifestações sistêmicas
MICOSES SUPERFICIAIS
Características gerais:
Fungos parasitam apenas camadas mais superficiais do estrato córneo (palmas da mão, sola do pé, unhas)
Apresentam características comuns:
- prevalente em zonas de clima tropical e subtropical (umidade)
- frequente em adolescentes e adultos
MICOSES SUPERFICIAIS
Pitiríase versicolor
Tinea nigra
PRINCIPAIS MICOSES SUPERFICIAIS
INFLAMAÇÃO MÍNIMA OU AUSENTE
PROPRIAMENTE DITAS
Piedra branca
Piedra negra
Dermatofitoses
PRINCIPAIS MICOSES SUPERFICIAIS
RESPOSTA INFLAMATÓRIA PRESENTE
CUTÂNEAS
Candidíases
DOENÇA PATÓGENO
DOENÇA PATÓGENO
Aspectos clínicos:
- Lesões hipopigmentadas ou hiperpigmentadas
- Múltiplas cores (não tem que ser branco)
- Geralmente assintomático
- Pode ter prurido
- Levemente descamativa
- Aparecem mais nos braços e no tronco
- Infecção assintomática
OBS.: Hipomelanose macular do mestiço: diagnóstico diferencial de ptiríase – normal devido à miscigenação
Fatores predisponentes:
- Alta temperatura e alta umidade relativa do ar
- Pele gordurosa
- Elevada sudorese
- Fatores hereditários (família inteira pode ter)
- Uso de terapias imunossupressoras
Diagnóstico clínico
Sinal de Besnier ou sinal da unhada: caracterizado por uma descamação furfurácea da lesão quando é
raspada com a unha
Sinal de Jireli: observado ao ser feito um leve estiramento (tração) com os dedos da região sugestiva,
sendo observado discreto esfacelamento da queratina no local
Lâmpada de Wood: fluorescência amarelo dourado é observada (liberação de coproporfirina é a
responsável) → Confirmação de diagnóstico
Diagnóstico laboratorial
Observação do material clinico (escamas da pele) corado com KOH:
células leveduriformes agrupadas em forma de cachos de uva e fragmentos de hifas curtos, grossos e sinuosos.
Cultura: isolamento do fungo → meio Sabourad (acrescido de azeite de oliva)
Tratamento
Tópico (poucas lesões – casos mais brandos):
Cremes, loções, sabonetes e shampoos com antifúngicos
Sulfeto de selênio 2,5% e hipossulfito de sódio 20% (usa pouco)
Oral:
Itroconazol, cetoconazol (200mg/dia – 2x ao dia – por 10 dias)
OBSERVAÇÕES:
Cetoconazol – costuma ter muita resistência. Itraconazol pode ser melhor e mais eficiente.
Em casos extensos associo tópico e oral
Não cobra micológico direto.
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TINEA NIGRA (tinha negra)
Infecção crônica e assintomática
Pouco frequente
Instala-se, principalmente, nas regiões palmar (mais frequente) ou plantar
Acomete crianças e adultos jovens em ambos os sexos
Relação com hiperidrose (muito suor)
Agente etiológico: Phaeoanhelomyces werneckii
Fungo filamentoso preto que cresce em temperaturas elevadas
Ocorre no solo, nas plantas, restos de vegetais, esgoto e no próprio solo (transmissão não exclusiva de homem
para homem)
Manifestações clínicas:
- Máculas acastanhadas de crescimento centrífugo e escurecimento progressivo
- Manchas de tonalidade marrom ou negra
- Palma das mãos ou planta dos pés
- Aspecto arredondados
- Não descamativa
- Bordas bem delimitadas
Diagnóstico laboratorial
Exame direto com KOH:
Presença de hifas escuras (demácias), curtas, ramificadas e septadas.
Isolamento do fungo: meio Sabouraud
Tratamento
Agentes queratolíticos (ácido salicílico, ureia)
Antifúngico tópico
PIEDRA BRANCA
Infecção crônica e assintomática da cutícula do pelo
Acomete pelos da área genital (pubianos e perianais), barba e bigode
Pouco frequente acometer o couro cabeludo
(Na prática se vê mais no couro cabeludo, mas nos livros aponta-se como mais raro. Entretanto, aprender que é: mais raro
no couro cabeludo).
Mais frequente na Europa, Ocidente e EUA
No Brasil: + na região Norte (Amazonas)
Predomina nos adultos jovens
Agente etiológico: Trichosporon sp
Habitat natural: solo, animais, água e vegetais (não pega só do homem)
Aspectos clínicos
- Nódulos branco-amarelados (parecem lêndeas)
- Aderentes aos fios de cabelo, de consistência amolecida
- Facilmente deslocados do pelo
- Os pelos são normais, aspecto rugoso à palpação
Diagnóstico
Exame direto KOH:
Elementos micelianos perpendiculares à superfície do pelo, formando nódulos (artroconídios e blastoconídios)
Tratamento
Cortar pelos + antifúngico tópico
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PIEDRA NEGRA (piedra preta) – igual a branca, só que preta
Infecção fúngica crônica e assintomática da cutícula do pelo
Encontrada geralmente nos cabelos (raro acometer barba e bigode)
Nódulos endurecidos de coloração escura, fortemente aderidos aos fios de cabelo – muito mais rara que a
branca
No Brasil: população indígena da Amazônia
Agente etiológico: Piedraia hortae
Reservatório do fungo: florestas úmidas e águas paradas das margens de rios
Aspectos clínicos
- Nódulos firmes, irregulares e pretos
- Os pelos são normais, aspecto rugoso à palpação
Diagnóstico laboratorial
Exame direto KOH:
Nódulos pretos, firmes, aderentes, compostos de hifas demáceas ramificadas, artroconídeos de coloração acastanhada e
ascos
Tratamento
Cortar cabelo + antifúngico tópico
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DERMATOFITOSES (tinhas)
dermatofitose (=tinhas) são infecções da pele, pelos e unhas por fungos filamentosos denominados
genericamente de dermatófitos
Características
Predileção pela pele e fâneros com parasitismo do estrato córneo (raramente invadem a derme)
Agentes etiológicos:
Fungos filamentosos dos gêneros (SABER!)
Trichophyton: candelabro
Microsporum
Epidermophyton: dedos de luva
CARACTERÍSTICAS GERAIS
HABITAT MODO DE TRANSMISSÃO
(dependem do habitat)
Leve
Antropofílicos Humano para humano Não inflama
Quadro crônico
Inflamação intensa
Zoofílicos Animal para humano Com pústulas e vesículas
Quadro agudo
Modo de infecção
Contato direto com o fungo: solo, pêlo de animais, piso de banheiros, piscinas, fômites contaminados
Fatores predisponentes
Trauma (maceração dos tecidos) Umidade Desnutrição
Idade Deformidade dos artelhos Sazonalidade
Insuficiência venosa Diabetes Predisposição genética
Quadro clínico
Depende de:
GRAU DE
IMUNIDADE DO
HOSPEDEIRO
LOCALIZAÇÃO PRESENÇA DE
DA INFECÇÃO COMORBIDADES
O estabelecimento
da infecção é
inversamente
proporcional à
velocidade de
renovação do
estrato córneo.
Classificação clínica
De acordo com a topografia das lesões.
Diagnóstico
Material: escamas de pele, escamas de unhas, pelos.
Tratamento:
Tópicos (casos leves – bem delimitadas, poucas lesões)
Derivados imidazólicos (por até 3 semanas após o desaparecimento dos sintomas para as lesões de pele)
Sistêmicos
Para as lesões de couro cabeludo e unha (Exceção: unha única, sem acometimento de matriz,
geralmente só esmalte)
Eventualmente para as lesões cutâneas
Medicação: Griseofulvina (4 a 12 meses dependendo da evolução; droga de escolha para cabelo),
terbinafina ou derivados imidazólicos (cetoconazol, itraconazol e fluconazol)
OBS.: Cortar e lixar bem a unha, tanto as pontas quanto a superfície / Itraconazol – droga de escolha para tto de unhas;
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CANDIDÍASE
Principal infecção micótica oportunista no homem
Agente: Candida sp (albicans)
Encontrada no meio ambiente e na biota normal do homem
Fatores predisponentes
- Imunossupressão
- Higiene pessoal (influencia mais no homem com prepúcio redundante)
- Gravidez
- Diabetes
- Anticoncepcionais
- Terapia com antibióticos e corticoides
- Próteses dentárias
Transmissão
Contato sexual
Água e objetos contaminados
OBS.: Não é DST plena, pois se transmite de outras formas que não sexo;
Sintomas
Lesões do tipo placas brancas facilmente destacáveis, com corrimento branco (característico), irritação
e prurido
Diagnóstico
Micológico direto
Leveduras ovais, arredondadas, parede fina, base estreita, brotamento único ou múltiplo
Tratamento
Antifúngico tópico ou oral (Fluconazol – droga de escolha)
OBS.: lesão genital → associar oral e tópico. Tratar o parceiro sexual também.
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Geralmente não temos molusco, pois temos sistema imune deficiente. Se vermos esse tipo de lesão
característica, devemos pensar em imunossupressão;
SÍFILIS
Etiologia: Treponema Pallidum
Espiroquetas, 14-16 micras de tamanho em média. Crescimento rápido, período de incubação normalmente de 21 dias.
Contágio: sexual, transfusão de sangue, inoculação acidental (as duas últimas não é frequente).
Também conhecida como LUES (do latim: praga)
Doença Universal
Mais comum em jovens, pois tem mais hormônios (mais apetite sexual).
Comum em ambos os sexos
Sem predileção por raça
O uso abusivo de ATB muda seu curso, assim como a coinfecção com HIV (↓ imunidade celular) – sífilis precoce
maligna
Rápida replicação do agente
ADQUIRIDA CONGÊNITA
1 ano de evolução.
Infectocontagiosa,
Recente Recente Até 1 ano
destrutiva. Primaria e
secundaria.
Às vezes fica latente depois de um ano ou antes de um ano de evolução. Até 1 ano de evolução acabaram os sintomas,
mas ainda está presente o treponema? Recente. É latente se acaba depois de 1 ano.
Primária e secundária são infectantes e não destrutivas. A tardia é não infectante e destrutiva.
Sífilis é uma vasculite, gera um processo inflamatório plasmocitário e linfocitário que destrói o tecido e isso só ocorre,
geralmente, na sífilis terciária.
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SÍFILIS ADQUIRIDA
Cancro duro = primário (protossifiloma)
Incubação: 20-30 dias
Lesão única, indolor, erosado ou ulcerado, bordas duras em rampa, fundo limpo avermelhado
Fundo limpo e avermelhado porque é causada por treponema.
No couro cabeludo a lesão fica um pouco mais dura e mais infiltrada
Questão de prova: critérios de diferenciação clínica de cancro mole e cancro duro.
Localização principal:
Mulheres → colo uterino e vulva
Homens → sulco balamoprepucial e glande
Extragenital: cavidade oral (devido a sexo oral)
Micropoliadenopatia regional: indolor, múltiplos, bilaterais (na virilha, geralmente), inguinal, pouco inflamatório,
paciente não reclama por que não sente dor (não fistuliza). Aparece 10 dias após o cancro.
Definição da lesão: “Lesão única com a borda infiltrada, em rampa e bordas duras, com fundo granuloso, vermelho e limpo sem dor.”
Diagnostico diferencial:
Cancro mole: mole, amarelado, fundo sujo, múltiplas lesões e dolorosas (o contrário do cancro duro),
período de incubação mais curto (4 dias)
Herpes simples: versicolor, em cacho de uva (várias vesículas agrupadas que se assemelham a um cacho de uva)
OBSERVAÇÃO: as formas primária e secundária são ricas em treponemas, que vão sendo eliminados pelo sistema imune.
Mácula → Pápula → Nódulo
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Ocorre principalmente em pacientes com miscigenação nas famílias, é um secundarismo, com lesões mais
circinadas, é mais comum nos negros.
Algumas lesões vão se infiltrando tanto que vão evoluindo para pápulas até formarem nódulos.
DIFERENÇA DO EXANTEMA DA SÍFILIS E DE INFECÇÃO VIRAL: principalmente localização
Obs.: Exantema da sífilis, sempre lembrar! → Exantema vermelho triste com acometimento palmoplantar.
Questão de prova: 4 características do secundarismo → podem ser: língua depapilada, alopecia em clareira, roséolas,
lesões palmoplantares, condilomas planos, lesões perianais e lesões exulceradas na mucosa oral.
Tardia
“Trabalhos na fase pré-ATB demonstram que, dos casos não tratados, 37% evoluíam para sífilis terciária e o
restante era resolvido pelo sistema imune.”
Características:
Gomas (lesões odulares que, devido à inflamação linfoplasmocitária, que pega pequenos vasos, vão se
tornando uma lesão destrutiva que, fistuliza, deixando cicatriz atrófica no local)
Lesões tuberocarcinadas: placas com pequenos nódulos formados na periferia das placas pequenas
pápulas
Nódulos justa-articulares: mais raros
Destruição do palato e maciço central da face (Diagnóstico diferencial com HV, leishmaniose, paracoco, CEC, uso de
drogas...)
Complicações:
Cardiovasculares:
Aortite Insuficiência
sifilítica aórtica
Aneurisma
sifilítico
Aortite sifilítica leva a: INFLAMAÇÃO DA PAREDE DO VASO → FORMANDO: aneurisma sifilítico → QUE CULMINA EM: Insuficiência aórtica
Neurológicas: paresia geral, tabes dorsalis, com possível atrofia do nervo óptico.
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I M P O R T A N T E ! Lesões de sífilis terciária → não contem praticamente treponemas e são lesões destrutivas.
SÍFILIS CONGÊNITA (disse que não cobra na prova)
A partir do 4º mês de gestação (no córion, até o 4º mês, há proteção pelas células de Langherans, por isso
não ocorre antes); professor acredita que pode pegar antes do 4º mês e esse dado é discutido entre os estudiosos.
Rinite hemorrágica
Microadenopatias generalizadas
Erupções eritemopapulosas Ceratite intersticial
Bolhas palmoplantares Neurolabirintite com surdez
Placas mucosas Goma
Hepatoesplenomegalias Tíbia em sabre
Confiloma latum Iridociclite coroidorretinite
Esteocondrite (que leva a uma pseudoparalisia de Parrot)
Fissuras anais e perineais
ESTIGMAS:
Tríade de Hutchinson: surdez + ceratose + dente com entalhe semilunar (disse que não cobra na prova)
Nariz em sela, fronte olímpica
SOROLOGIA
VDRL: + sempre na secundária, se o cancro for muito recente dá negativo . Acima de 30 anos de alça (???) →
bom exame para prognóstico, mas não muito.
FTA-abs: específico para sífilis IG (+ 48-72 horas depois do cancro)
FTA-abs IgM : infecção aguda, + sífilis congênita
OBSERVAÇÕES:
VDRL: acima de 1:8 é positivo
Falso positivo (menos de 1:8): HV, colagenose, TB, leishmaniose, algumas neoplasias, gravidez, síndrome
antifosfolípidios (vasculite com púrpura)
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Criança com IgM + é por que tem sífilis congênita, já que IgM não atravessa a barreira placentária.
Exame do líquor: indicações → manifestações neurológicas, paciente com AIDS (devido às sífilis precoce
maligna), criança com sífilis congênita de mãe não tratada.
TRATAMENTO
RECENTE (PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA)
Penicilina G benzatina (Benzetacil)
2.400.000 UI dose única ou
2.400.000 UI 7/7 dias por 2 semanas
Em caso de alergia a penicilina:
Eritromicina ou Tetraciclina 500 mg VO 8/8h por 15dias
Doxiciclina 100mg VO 12/12h 15 dias
Não se sabe se essas drogas são tão eficientes quanto à penicilina.
TARDIA
Penicilina G benzatina
Esquema igual da recente, porém mantém por 3 semanas
(2.400.000 UI 7/7 dias por 3 semanas)
Em caso de alergia a penicilina:
Igual o da recente, porém mantém por 30 dias
Eritromicina ou Tetraciclina 500 mg VO 8/8h por 30dias
Doxiciclina 100mg VO 12/12h 30 dias
CONGÊNITA
Indicação: Quando a mãe não foi/é tratada ou teve tratamento inadequado. Realizar exame do líquor sempre!
Líquor normal? Benzetacil - 50.000 UI/kg IM, dose única
Líquor alterado? Penicilina G benzatina (ação rápida) – 50.000 UI/kg 2x ao dia, EV por 10 dias
Logo, quando o paciente esta com o VDRL muito alto, administra-se antes da Penicilina G Benzatina:
Prednisona, 40mg dose única ou 2 dias antes para diminuir a resposta imune
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[CORTICOIDE + BENZETACIL objetivo: Diminuir resposta imune]
GONORREIA
Agente: Neisseria gonorrheae (diplococo Gram negativo)
Epidemiologia
Mais comum no sexo masculino (15-25 anos)
Geralmente portador assintomático (mulheres – 70 a 80%)
Incubação: 2-5 dias
Manifestações
10-20% sintomático
Uretrite, dispaurenia (dor ao ato sexual)
Diagnóstico laboratorial
Bacterioscopia e cultura para visualizar crescimento dos cocos;
Tratamento
Sem manifestações sistêmicas:
Tetraciclina ou
Doxiciclina (geralmente opta por essa) ou
Ciprofloxacino
Com manifestações sistêmicas:
Ceftriaxone (opta por essa) ou
Penicilina cristalina + amoxicilina
OBSERVAÇÃO: Cancro de Rolé – misto de Treponema + Hemophylus (presença das duas DSTs)
DIAGNÓSTICO
Bacterioscopia
Histopatológico: difícil achar bacilos; bastante sugestivo
Cultura: sempre fazer! Em ágar sangue, bacilo cresce em 48h em colônias acinzentadas
TRATAMENTO
Sulfametoxazol+Trimetropim: 800/180 mg de 12/12h por 10 dias ou
Tetraciclina: 500 mg 8/8h por 10 dias ou
Eritromicina: 500 mg 8/8h por 10 dias ou
Tianfenicol: 500 mg 8/8h por 5 dias ou
Azitromicina (mais utilizada): 1 g VO dose única
ATENÇÃO! Nunca drenar a adenite para não disseminar o bacilo. Não é um abscesso, é um linfonodo reativo.
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Quadro clínico
Pápula → Vesícula → Erosão → Cicatrização
(normalmente passa desapercebida, paciente pensa que é uma picada de mosquinha)
Após 1-3 semanas, surgem: sintomas gerais (febre, cefaleia, prostração e envolvimento de linfonodos)
Disse que cobra em prova: na mulher o diagnóstico costuma ser tardio, pois não há adenopatia inguinal, visto que a
drenagem da genitália externa é para linfonodos profundos como os ilíacos profundos e perirretais.
Diagnóstico diferencial
Adenopatia do cancroide: mais aguda, presença do cancro
Adenopatia da sífilis: não apresenta processo inflamatório agudo
Tuberculose ganglionar (escrofiloderma): necrose caseosa, erosada
Paracoco: mais na cavidade oral e pescoço, formação de crosta com aspecto moriforme (pontilhado
hemorrágico)
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DIAGNÓSTICO
Bacterioscopia
- Exame direto do esfregaço de lesão por reação específica de imunofluorescência: dificilmente encontram-se clamídias
- Métodos mais atuais: colorações com anticorpos fluorescentes monoclonais e ELISA
Microimunofluorescência (MIF)
- É mais específica
- Realizada em poucos centros
MIF é muito bom, mas não se faz devido a necessidade de um centro amplamente disponível para atender as solicitações e demandas.
TRATAMENTO
Doxiciclina (droga de escolha): 100 mg, 2x/dia por 21 dias ou
Eritromicina ou tetraciclina: 500 mg VO 8/8h por 21 dias ou
Sulfametoxazol+Trimetropim: 1 comprimido de 12/12 horas por 21 dias ou
Tiafenicol: 500 mg VO 3x/dia por 15 dias.