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Este vazio pela exist�ncia.

Desapare�e quando escrevo.


Como posso eu escrever sobre ele?
Se quando o tento explicar ele some.
S� existe quando tenho fome.
Uma fome que n�o se quer matar.
Porque se quiser
l� vai ele outra vez.

Tudo � sem for�a.


Nada � muito importante
ou desinteressante.
� o que �,
s�o o que s�o.
Indiferente.
S� sou presente
e sensa��o.
Sou verdade e verdadeiro.
Interessado sem gosto.
Sou e ora n�o sou.
N�o devia ter um nome.
Foi a minha cabe�a que me engavidou.
Flor ou arvore?
O que � essa semente que germinou.
Mas eu sou pessoa.
Cres�o mas posso sempre voltar ao come�o.
N�o me chega crecer
para ser cada vez mais forte na minha singularidade.
Quero ser fraco na pluralidade.
Incerteza � outro ingrediente
para o sentimento potente
do vazio exist�ncial.

� tristeza
de uma l�grima que n�o molha.
� uma tristeza
porque nunca nos ensinaram a viver assim.
N�o gera riqueza quem olha.

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