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São muitos realmente os gêneros textuais, porém neste es-
tudo vamos abordar apenas os gêneros que comumente apare-
cem em provas de concursos.
Dissertação-expositiva
* Corpo ou texto da notícia – compreende o discurso pro- A reportagem apresenta elementos que não são encontra-
priamente dito, revelando de forma detalhada o fato ex- dos na notícia:
posto.
Emprego do discurso direto e do discurso indireto: Na no-
A Reportagem tícia, o discurso predominante é o indireto, enquanto na
reportagem os dois tipos de discurso mesclam-se para
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geral- melhor construir os significados do texto;
mente costuma estabelecer conexões com o fato central,
anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desen- Polifonia: No gênero textual notícia, a única voz presente
volve-se a narrativa do fato principal, ampliada e com- é a do repórter. Na reportagem, é comum encontrarmos o
posta por meio de citações, trechos de entrevistas, depoi- recurso da polifonia, pois nesse gênero existem elementos
mentos, dados estatísticos, pequenos resumos, dentre ou- como entrevistas com testemunhas e/ou especialistas. Es-
tros recursos. É sempre iniciada por um título, como todo ses elementos permitem que o jornalista, ao apresentar
texto jornalístico. outras vozes no texto, isente-se da apresentação dos fa-
tos;
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor vá-
rias versões para um mesmo fato, informando-o, orien- A reportagem é assinada pelo repórter, a notícia, não.
tando-o e contribuindo para formar sua opinião. Isso acontece porque a reportagem é construída a partir
de um ângulo pessoal, com contornos narrativos bem
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâ- marcados, enquanto a notícia é objetiva e imparcial;
mica e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado
nos meios de comunicação de massa, que se caracteriza Meios de divulgação: A reportagem é mais frequente em
como uma linguagem acessível a todos os públicos, mas revistas e em edições específicas de jornais (geralmente
pode variar de formal para mais informal dependendo do publicadas nas edições de finais de semana). Isso acon-
público a que se destina. Embora seja impessoal, às ve- tece porque o gênero textual reportagem apresenta uma
zes é possível perceber a opinião do repórter sobre os fa- estrutura textual mais complexa, fruto de uma investiga-
tos ou sua interpretação. ção minuciosa do jornalista.
O conto é uma obra de ficção, um texto ficcional. Cria um Formular as perguntas e obter as respostas ajuda a co-
universo de seres e acontecimentos de ficção, de fantasia nhecer o conto por dentro: Quais são os personagens prin-
ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto cipais? O que acontece na história? Em que tempo e em
apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e en- que lugar se passa a história narrada? E algo bem impor-
redo. tante: Quem narra? De que jeito? O narrador conta de
fora ou ele também é um dos personagens?
Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pe-
quena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o Depois dessa análise, fica mais fácil interpretar a obra. Já
conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma histó- temos uma base para comentar, comparar, atribuir valor,
ria e tem apenas um clímax. Num romance, a trama des- julgar. Nossa leitura está mais fundamentada. Fica mais
dobra-se em conflitos secundários, o que não acontece fácil responder à pergunta: O que você achou do conto?
com o conto. O conto é conciso.
Grande flexibilidade
OBSERVAÇÃO:
Atenção: em um texto, pode haver mais de uma função da linguagem (poética, emotiva e metalinguística, por exem-
plo), mas de acordo com o objetivo, com a intenção comunicativa, uma das funções será predominante.
Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem diária, usamos as palavras conforme as situações que nos são apre-
sentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase “Isso é um castelo de areia”, pode atribuir a ela sentido denotativo
ou conotativo. Em sentido denotativo, é a construção feita na areia da praia em forma de castelo; em sentido conota-
tivo, ocorrência incerta, sem solidez.
02. Que aspectos distinguem os textos I e II, a partir da A presença da interjeição, as exclamações e a 1ª pessoa
análise dos mesmos, considerando sua linguagem? gramatical identificam no texto a função da linguagem:
a) denotação – função referencial (texto II). a) Poética.
b) função poética – ênfase no assunto(texto II). b) Conativa.
c) criatividade linguística – função poética (texto II). c) Referencial.
d) ênfase na mensagem – função referencial (texto d) Metalinguística.
I). e) Emotiva.
e) texto jornalístico – Ênfase no leitor (texto I).
06. Leia o texto e assinale a alternativa correta:
A um passarinho
Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Ex.4: A mim, você não me engana (o verbo enganar tem a) Silepse de gênero
dois complementos – a mim e me; eis um caso de objeto
pleonástico). Ex.: Vossa Excelência, senhor prefeito, está preocupado.
Ex.1: Sua mãe eu nunca conheci (a ordem natural seria ANÁFORA: a anáfora é a repetição de uma palavra em
Eu nunca conheci sua mãe). intervalos regulares, no início de versos ou frases.
Ex.2: Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um “Quando não tinha nada eu quis
povo heroico o brado retumbante, / E o sol da liberdade, Quando tudo era ausência esperei
em raios fúlgidos, / Brilhou no céu da pátria nesse ins- Quando tive frio tremi
tante. Quando tive coragem liguei
ASSÍNDETO: vem do grego, “syndeton”, que significa Quando chegou carta abri
conjunção. É a ausência de conjunções coordenativas Quando ouvi Prince dancei
ANTÍTESE: é a aproximação de palavras ou expressões Ex.3: Você é a garota mais linda do mundo.
que exprimem ideias contrárias, adversas.
PROSOPOPEIA (OU PERSONIFICAÇÃO): é a atribuição
Ex.1: E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproxi- de características humanas a seres não humanos.
mou-se.
Ex.1: O prédio sorria perante os trabalhadores (sorrir é
Ex.2: Amamos, vagamente surpreendidos / Pelo ardor uma atitude humana atribuída a um imóvel, uma edifica-
com que estávamos unidos / Nós que andávamos sempre ção).
separados. (Vinicius de Moraes)
Ex.2: Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à cozi-
APÓSTROFE: é a interpelação inesperada de um ente nha (cumprimentar é uma atitude humana atribuída a um
real ou imaginário que se faz com a interrupção da se- astro).
quência do pensamento.
Ex.3: “A lua”, / Tal qual a dona de um bordel, / Pedia a
Ex: Senhor Deus dos desgraçados! cada estrela fria um brilho de aluguel. / E nuvens, / Lá no
Dizei-me vós, Senhor Deus! mata-borrão do céu / Chupavam manchas torturadas”
Se é loucura... se é verdade (João Bosco e Aldir Blanc. O bêbado e a equilibrista)
Tanto horror perante os céus?! (Navio Negreiro – Castro
Alves)
FIGURAS DE PALAVRAS
EUFEMISMO: é uma maneira de, por meio de palavras
mais polidas, tornar mais suave e sutil uma informação COMPARAÇÃO: estabelece uma equivalência explícita
de cunho desagradável e chocante. entre um comparante e um comparado, por meio de um
termo de comparação, que pode ser uma palavra ou locu-
Ex.1: Infelizmente ele se foi (em vez de “ele morreu”). ção.
Ex.2: A criança nasceu com problemas mentais (em vez Ex.1: Minha irmã é bondosa como um anjo (existe uma re-
de “A criança nasceu retardada.”) lação de qualificações entre a irmã e o anjo; houve, pois,
uma comparação, que se estabeleceu por meio do conec-
GRADAÇÃO: é a maneira ascendente ou descendente tivo como)
como as ideia podem ser organizadas na frase.
Ex.2: Age o neto tal qual os avós (existe uma semelhança
Ex.1: Jonas, inesperadamente, assustou-se. Depois, gri- de ações entre o neto e os avós; houve, pois, uma compa-
tou, aterrorizou-se e morreu (gradação ascendente, do ração, que se estabeleceu por meio do conectivo tal qual)
menor para o maior).
METÁFORA: é uma comparação implícita, ou seja, não
Ex.2: Ela é uma bandida, uma enganadora, uma sem-ver- possui o termo comparativo. Baseia-se numa associação
gonha (gradação descendente, do maior para o menor). de ideias subjetivas: uma palavra deixa o seu contexto
normal para fazer parte de outro contexto.
IRONIA: figura que consiste em dizer, com intenções sar-
cásticas e zombadoras, exatamente o contrário do que se Ex.1: Minha irmã é um anjo.
pensa, do que realmente se quer afirmar.
Existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo;
Ex.1: Olá! Júlio. Como você está em forma. (considere-se como não houve um conectivo que estabelecesse a rela-
que Júlio seja um rapaz com mais de 130 quilos) ção comparativa, chama-se a essa comparação mental
de metáfora. A palavra anjo não está sendo utilizada em
Que características em comum têm o ato de viajar muito - A espécie ou classe pelo indivíduo: "Andai como filhos
e os ossos? É simples: viajar muito é uma das exigências, da luz", recomenda-nos o Apóstolo [referindo-se a São
uma das partes que compõem o trabalho do emissor Paulo, que foi um dos apóstolos (espécie, classe)].
dessa mensagem; os ossos são algumas das partes que
compõem os corpos de alguns seres vivos. Houve a trans- - O indivíduo pela espécie ou classe: Camila é, como diz
ferência do sentido de componente, algo necessário, da sua tia, uma Judas [Judas (indivíduo) foi o mais conhecido
palavra ossos para o ato de viajar. Cabe ao receptor de- traidor (espécie, classe) da história].
codificar essa transferência.
- A qualidade pela espécie: Os acadêmicos estão reuni-
Ex.3: “Veja bem, nosso caso É uma porta entreaberta” dos (em vez de os membros da academia...).
(Gonzaguinha. Grito de Alerta)
- A matéria pelo objeto: Você tem fogo (isqueiro)?
Ex.4: Meu pensamento é um rio subterrâneo. (Fernando
Pessoa) SINESTESIA: é a figura que proporciona a ilusão de mis-
tura de percepções, mistura de sentidos.
CATACRESE: é uma metáfora de uso corrente que, de tão
utilizada no dia a dia, não é mais identificada como me- Ex.1: Você gosta de cheiro-verde [como um cheiro (olfato)
táfora. Seu uso consiste em desviar uma palavra do seu pode ser verde (visão)].
sentido próprio para dar nome a alguma coisa que não
possui uma denominação específica: perna de cadeira, Ex.2: Que voz aveludada Renata tem [como um som (au-
batata da perna, braço do sofá. dição) pode ser aveludado (tato)].
METONÍMIA: é a utilização de uma palavra por outra. PERÍFRASE (OU ANTONOMÁSIA): emprego de palavra
ou expressão designativa da qualidade do ser, em vez do
Essas palavras mantêm-se relacionadas de várias for- nome do ser:
mas:
- O autor pela obra: Você já leu Camões (algum livro de Ex.1: O Poeta dos Escravos morreu na flor dos anos. (Cas-
Camões)? tro Alves)
- O efeito pela causa: O rapaz encomendou a própria Ex.2: O Salvador é que redimirá os homens. (Jesus Cristo)
morte (algo que causaria a sua própria morte).
Ex.3: O Rei do Futebol já fez mais de mil gols (Pelé – Ed-
- O instrumento pela pessoa que dele se utiliza: Júlio sem son Arantes do Nascimento).
dúvida é um excelente garfo (Júlio come muito; o garfo é
um dos instrumentos utilizados para comer). Ex.4: Ainda visitarei a cidade luz. (A cidade de Paris)
- O recipiente (continente) pelo conteúdo: Jonas já bebeu PARADOXO: é uma afirmação que subverte as ideias,
duas garrafas de uísque (ele bebeu, na verdade, o conte- apresentando fatos que mantêm relações incompatíveis
údo de duas garrafas de uísque); Os Estados Unidos as- entre si.
sistem ao espetáculo das eleições (as pessoas que moram Ex.: Amor é fogo que arde sem se ver
nos Estados Unidos assistem...) É ferida que dói e não se sente.
- O símbolo pela coisa significada: O povo aplaudiu as O paradoxo nos obriga a refletir. Procura ressaltar a afi-
medidas tomadas pela Coroa (a coroa, nessa acepção, é nidade entre ideias contraditórias ao provocar surpresa e
símbolo da monarquia, do rei). desestabilizar os clichês.
- A parte pelo todo: Havia várias pernas se entreolhando 1. A palavra tráfico não dever ser confundida com tráfego,
no ônibus (na verdade, eram as pessoas, que têm as per- seu parônimo. Em que item a seguir o par de vocábulos é
nas, que se entreolhavam). exemplo de homonímia e não de paronímia?
a) estrato / extrato b) flagrante / fragrante