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TRABALHO PRÁTICO DE

MATERIAIS NÃO METÁLICOS

Caracterização de Materiais
Polímeros e Compósitos

2014-2015

Licenciatura em Engenharia Mecânica, ISEP


OBJECTIVOS
O objetivo do trabalho prático é caracterizar materiais polímeros e compósitos. Para
isso é necessário fazer uma pesquisa de características e propriedades de alguns
materiais polímeros, analisar as normas para a execução de ensaios de tração a
materiais polímeros e assistir depois à realização de alguns ensaios a materiais com
comportamentos diferentes. Numa segunda fase procedem à execução um laminado
compósito por moldação manual, determinam as suas características (dureza Barcol, %
fibras, espessura) e cortam provetes desses laminados para serem analisados no
ensaio de tração. Por fim é necessário discutir os resultados e comparar as
características teóricas com os resultados experimentais obtidos.

Tópicos a abordar

 Pesquisa bibliográfica: características e propriedades de materiais polímeros


(PP, PVC, PE, PS, ABS, PA, PTFE, POM, PET, PEEK, Polissulfonas);
 Análise das normas de ensaios de tração para materiais polímeros e
compósitos. Definição dos parâmetros de ensaio;
 Ensaio de Tração a polímeros e compósitos (ver Guião);
 Análise dos resultados dos ensaios de tração (determinação dos parâmetros e
análise do comportamento, ver Guião).
 Pesquisa bibliográfica: características e propriedades de materiais compósitos
(Resinas poliéster e epóxido, fibras de vidro, carbono e kevlar);
 Realização de um laminado por moldação manual (ver Guião);
 Determinação das características do laminado (espessura, % de fibras, dureza
Barcol) e comparação com resultados teóricos (ver Guião);
 Ensaio de Tração a compósitos (a definir).

Notas:

 grupos de 4 alunos (3 a 5 dependendo das turmas).


 a maior parte do trabalho é realizado nas aulas TP que são 100% dedicadas a este
trabalho.
 a meio do semestre (até ao dia 1 de Novembro) os grupos têm que entregar um
relatório com o trabalho realizado até esse momento que será analisado e discutido
com os grupos.
 no fim do semestre (última semana antes do natal) deve ser entregue a versão final do
relatório que será discutida e apresentada na última semana de aulas (1ª semana de
Janeiro).

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GUIÃO PARA ENSAIO DE TRACÇÃO EM TERMOPLÁSTICOS

Objetivo: estudo do comportamento de termoplásticos à tração


Equipamento: Máquina Shimadzu; paquímetro
Material Fornecido: 3/4 provetes em termoplástico
Nota prévia: O aluno deve consultar o manual de utilização da máquina Shimadzu e a norma
de ensaio fornecido em anexo a este guião.

PROCEDIMENTO

1 - Seguindo as indicações da norma ASTM D 338-03 relativa ao ensaio de tração em materiais


poliméricos defina as condições a adotar. É Necessário:

a) fazer a medição da secção do provete


b) marcar no provete o comprimento inicial de referência (Lo – segundo a norma)
c) definir a velocidade de ensaio a adotar
d) colocar na zona calibrada do provete o extensómetro Shimadzu

2 - Faça o registo da curva força-deslocamento do travessão e força-deslocamento do


comprimento de referência do extensómetro.

Nota: Uma vez que o extensómetro tem um curso limitado retire-o ao fim de uma variação
de comprimento de 10 mm.

3 – Recolha o registo gráfico de cada um dos ensaios.

4 – Determine o módulo de elasticidade tangente para cada um dos materiais ensaiados.

5 – Admitindo a existência de alguma falta de linearidade na parte inicial do gráfico, determine


o módulo a 1%.

6 – Analisando os registos gráficos comente em cada caso a existência de tensão de


cedência/tensão limite de proporcionalidade.

7 – Comente o tipo de comportamento/rotura observado para cada caso.

8 – Determine a força máxima registada no ensaio de cada um dos provetes.

9 – Calcule a tensão de rotura, se a força máxima registada no ensaio coincidiu com o


momento de rotura do provete, ou a tensão máxima no fim do ensaio.

6 – Faça uma estimativa do valor da tensão real no instante da rotura ou no momento de


paragem do ensaio, se for o caso.

11 – Com base nos conhecimentos adquiridos no estudo do comportamento mecânico de


termoplásticos e na pesquiza bibliográfica identifique os materiais ensaiados.

12 – Elaborar um relatório que responda de forma clara e objetiva aos pontos referidos
anteriormente.

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GUIÃO PARA EXECUÇÃO DE UMA PLACA EM COMPÓSITO POR
MOLDAÇÃO MANUAL

Objetivo: Fabricar uma placa de material compósito (fibra de vidro + resina de poliéster) por
moldação manual e obter características do material produzido
Características da placa: 20cm x 20cm com 4 camadas de manta + 2 camadas de manta de
superfície (uma para cada lado)
Equipamento: Molde em vidro; balança; trinchas; luvas; tesoura; recipiente para a resina;
durómetro de Barcol; forno; cadinho
Matérias-primas

Matriz

Resina de poliéster ortoftálica, (designação comercial: AROPOL FS 6923)

Acelerador: Cobalto, 1%

Catalizador: MEKP-50

Reforços
2
Tecido equilibrado de fibra de vidro com 163 g/m
2
Manta de filamentos aleatórios, (MAT) com 300 g/m
2
Véu de superfície com 30 g/m

Desmoldantes

Cera desmoldante (moldwiz)

Álcool polivinílico

Formulação da resina para permitir o trabalho, pelo menos durante 30 min, em


condições de temperatura e humidade ‘habituais’.

2% de catalizador (aprox. 2 pph)

0,4 % de acelerador (aprox. 0,4 pph)

Dureza Barcol da matriz curada

Valor mínimo = 40

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PROPRIEDADES TÍPICAS DA RESINA AROPOL FS

Resina líquida

Propriedade (25 C) Valor Unidade Norma

Viscosidade 130 mPas ISO 2555


Conteúdo de estireno 36 % DS-09-143
Tempo de gelificação a 20 C 15 min DS-09-129
(0,2% Cob a 6% e 2,0% MEKP-50)
Tempo para o pico exotérmico 13 min DS-09-129
Densidade 1,1-1,2 - ISO 2811
Pico exotérmico 140 C DS-09-129
Cor amarelada/esverdeada

Resina curada

Propriedade (25 C) Valor Unidade Norma

Resistência à tracção 520 kg/cm2 ASTM D-638

Deformação na rotura 2,2 % ASTM D-638

Resistência à flexão 980 kg/cm2 ASTM D-790

HDT (1,81 MPa) 13 min ASTM D-648

Dureza Barcol 40 - ASTM D2583

Tempo de armazenagem 4 mês -

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PROCEDIMENTO

1 - Caracterizar os materiais utilizados (fibras, resina, catalisador, acelerador).

2 - Fazer uma estimativa da espessura da placa e do peso de resina necessário considerando


que a fração mássica de fibra é cerca de 30% (wf=0,3%). Considere que a fibra tem densidade
de 2,5 e a resina de 1,1.

a) A espessura de cada camada é dada por: 


t  G f  1 /  f  (1  w f ) /(  p  w f ) 
com Gf - massa de fibra por unidade de área;

f - massa específica da fibra = 2,5g/cm3; p - massa específica da resina = 1,1g/cm3;

wf - fracção mássica de fibra = peso das fibras / peso total do compósito

A espessura total é a soma das espessuras de cada camada.

b) Determinação do peso de resina:

O volume total, V = espessura x Área


(1  w f ) /  p
A fracção volúmica de resina, vp: vp 
w f /  f  (1  w f ) /  p

O volume total de resina é Vp=vp . V

A massa total de resina é Wp = Vp . p

3 - Realização do laminado

a) preparar a superfície do molde (limpar e colocar cera desmoldante)

b) cortar 4 pedaços de manta 20cm x 20cm e dois pedaços de véu 20cm x 20cm

c) preparar a resina - juntar catalisador e acelerador de acordo com a formulação


apresentada anteriormente (acrescentar cera de 20% de resina em relação ao cálculo
teórico)

d) colocar as mantas sobre o molde intercaladas com a resina.

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4 - Desmoldagem do laminado

24 horas depois da realização do laminado proceder à desmoldagem, separando com cuidado


para o molde em vidro não se partir.

5 - Determinação da dureza Barcol e a fração mássica de fibras (wf) de uma amostra do


compósito

Uma semana depois da realização do laminado cortar um pedaço de laminado (3 x 3cm) e


medir a espessura.

Em seguida determinar a dureza Barcol que deve ser igual ou superior a 40 para se considerar
que o laminado está curado.

Proceder depois à determinação de wf através de um ensaio de calcinação, de acordo com a


norma NP 2216 / ISO 1172. O procedimento descrito abaixo pode ser utilizado:

a) Secam-se um cadinho e a amostra numa estufa a 50 ºC.

b) Pesa-se o cadinho com massa m1.

c) Coloca-se a amostra no cadinho pesando o conjunto (massa m2).

d) De seguida, aquece-se lentamente o conjunto provete e cadinho até 600ºC (máximo de


625 ºC) numa mufla, durante cerca de 10min até que reste apenas um resíduo de fibras.

e) Após arrefecimento, o cadinho com o resíduo é pesado (massa m3).

m3  m1
f) A fracção mássica de fibras, w f , é calculada através de: w f 
m2  m1

6 - Fazer uma estimativa do Módulo de Elasticidade do Compósito, assim como a sua


resistência à tração, a partir da formulação seguinte (lei das misturas):

E    E f v f  E p (1  v f )      f v f   p (1  v f )
 = 0.375 para mantas com filamentos aleatórios

7 – Elaborar um relatório que responda de forma clara e objetiva aos pontos referidos
anteriormente, mostrando também alguns exemplos de peças em material compósito (fibras
de vidro e resinas de poliéster) obtidas por moldação manual.

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