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1. Finalidades da limpeza:
Pacientes;
Profissionais;
Artigos médico-hospitalares;
Ambiente.
limpeza molhada: método mais eficiente, podendo ser repetido quantas vezes
for necessário. Pode ser manual (escova, esfregão e rodo com escoamento no
ralo) ou mecânica (máquinas com recipiente para detergentecom dispositivo de
auto aplicação).
limpeza úmida: geralmente manual, com uso de baldes, pano, esponja e pano
umedecido com água para enxugar. Há várias desvantagens nesse tipo de
limpeza: ela não é tão eficaz quanto a molhada, requer várias operações manuais
para molhar e torcer, há maior risco de contaminação do operador e
possibilidade de transferência de sujidade em vez de sua remoção.
limpeza seca: retirada de sujidade, pó ou poeira, por meio de vassoura,
aspirador, espanador, entre outros. A limpeza com vassoura só é recomendável
em áreas não-críticas descobertas. Deve-se preferir o uso de aspirador em áreas
não-críticas cobertas.
Os materiais inanimados, como superfícies fixas e móveis parecem não ser fontes
importantes de contaminação microbiana direta do ar ambiente e o seu deslocamento
para o sítio cirúrgico. A possibilidade de transmissão de contaminação e de infecção
pelos microorganismos presentes nesses locais é essencialmente através de contato, logo
esses locais devem receber tratamento adequado de limpeza para a redução da sua
contaminação.
O uso dos desinfetantes é defendido, mesmo nas superfícies não visivelmente
contaminadas por substâncias orgânicas, em virtude da possibilidade de elas estarem
contaminadas por microorganismos importantes no ambiente hospitalar, como:
Staphilococcus aureus resistente à oxacilina, enterococos resistente à vancomicina e
vírus, entre eles, o rotavírus.
No centro cirúrgico são poucas as superfícies móveis que entram em contato com o
paciente, entre elas a maca e a mesa operatória, ainda que não diretamente, em razão da
proteção do lençol. Mesmo assim, sua desinfecção entre um paciente e outro é
desejável. Outras superfícies que não entram em contato direto com o paciente, mas
com os objetos utilizados na sua assistência, também devem ser submetidas à
desinfecção, como mesas de instrumental e carrinhos de anestesia.
A limpeza da SO deve proporcionar um ambiente limpo para os pacientes cirúrgicos
e ser realizada de forma que minimize as exposições dos pacientes e dos profissionais
aos microorganismo potencialmente infecciosos. Ela destina-se, principalmente, à
contenção da presença de microorganismos exógenos (que não pertencem a microbiota
humana) e ao controle da sua transmissão por contato.
O pó deve ser retirado de todas as superfícies horizontais da SO (móveis, focos,
equipamentos) antes do primeiro procedimento do dia, com um tecido limpo embebido
por um produto químico, o mais comum é o álcool à 70% que, além da ação
desinfetante, evapora e permite uma secagem mais rápida, pois poeira, fibras e outras
partículas são depositadas principalmente nas superfícies horizontais. Isso auxiliará na
redução de contaminantes do ar ambiente que possam ser carreados nessas partículas.
Ela é comumente denominada limpeza pré-operatória.
O preparo da SO antes de cada cirurgia e antes da introdução do paciente, de
materiais e de equipamentos deve incluir a inspeção visual da limpeza. Equipamentos
de áreas externas precisam estar isentos de poeira antes de entrar na SO.
Durante os procedimentos cirúrgicos, a contaminação deve ser confinada à área
imediata do campo cirúrgico. Em caso de derramamento acidental de substâncias
orgânicas, passíveis de conterem patógenos, é desejável sua limpeza imediata, sempre
que possível. Essa limpeza é conhecida por limpeza operatória. Para isso deverá ser
usado um pano de tecido ou não tecido descartável, limpo e umedecido.
Após cada procedimento cirúrgico, a limpeza visível do ambiente deve ser
restabelecida. Ela é comumente denominada limpeza concorrente e inicia-se com a
retirada de todos os materiais utilizados. Nessa limpeza, os itens descartáveis devem ser
desprezados de acordo com o tipo e os regulamentos previamente estabelecidos.
Aqueles que se encontram contaminados por sangue e outras substâncias orgânicas e
que podem produzir extravasamento sob compressão devem ser colocados em
recipientes resistentes à prova de umidade (sacos plásticos), codificados com cor, letras
ou símbolos de fácil identificação. Eles incluem aventais, campos, luvas, tubos de
sucção, extensões, cânulas, entre outros, que sejam descartáveis.
Itens reutilizáveis serão processados de acordo com regras e procedimentos
previamente estabelecidos, sendo transportados em recipientes identificados, fechados e
à prova de vazamento, para prevenir a exposição ocupacional e a contaminação do
ambiente por contato.
Todos os objetos pérfuro-cortantes descartáveis (agulhas, lâminas de bisturi, entre
outros) são considerados lixo infeccioso e devem ser colocados em recipientes
resistentes, identificados como portadores de material de risco biológico, a fim de evitar
ferimentos nos profissionais.
Objetos pérfuro-cortantes não-descartáveis, como instrumentais cirúrgicos, cuba-
rim, entre outros, até que sejam descontaminados só podem ser manipulados com uso de
EPI. Tubos de sucção e cânulas reutilizáveis devem ser esvaziados cuidadosamente,
lavados e desinfetados pelo pessoal, também com uso de EPI.
Paredes, portas e focos cirúrgicos somente são limpos entre as cirurgias, se houver
contato com sangue e/ou outras substâncias orgânicas. A limpeza por fricção mecânica é
mais efetiva, incluindo a escovação.
A limpeza do piso ao final das cirurgias somente é necessária por ocasião de
sujidade visível, ou então, deve limitar-se ao perímetro ao redor do campo cirúrgico.
Todo o piso da SO recebe limpeza diária terminal, ao final das cirurgias eletivas. Não há
dados para comprovar a necessidade da limpeza de todo o piso após cada cirurgia.
Salas operatórias, áreas de utilidades e de degermação devem ser limpas
diariamente, no final das cirurgias eletivas. Essa limpeza é reconhecida como limpeza
terminal, incluindo itens como: focos cirúrgicos e seus trilhos ou suportes;
equipamentos, incluindo as rodas e as gavetas; grades do sistema de ventilação;
superfícies horizontais e lavabos.