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Frederico de Lacerda da Costa Pinto

Direito Processual Penal I


Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
Ano lectivo de 2010/2011 (1.º semestre)

DIREITO PROCESSUAL PENAL I


PROGRAMA

I.
INTRODUÇÃO AO
DIREITO PROCESSUAL PENAL

1. O Direito Processual Penal e o Direito Penal substantivo: autonomia e relacionamento.


2. O conceito de crime e o processo penal: pressupostos materiais e processuais da
responsabilidade penal.
3. Estado de Direito e garantias penais: garantias substantivas e garantias processuais.
4. Natureza processual dos crimes. A classificação dos crimes e o procedimento criminal:
crimes públicos, semi-públicos e particulares. Regime e consequências processuais.
5. O modelo de organização legislativa do processo penal português. A “Constituição Penal”.
O Código de Processo Penal de 1987: origem, estrutura e sistemática. A legislação
complementar.
6. Linhas gerais da evolução histórica do processo penal em Portugal.
7. As revisões ao Código de Processo Penal: Lei n.º 59/98, de 25 de Agosto; o Decreto-Lei n.º
320-C/2000, de 15 de Dezembro. A revisão de 2007: o Anteprojecto da Unidade de
Missão (Julho de 2006) e a Lei n.º 48/2007, de 29 de Agosto. As reacções à revisão de
2007 e os relatórios do Observatório Permanente da Justiça (Julho e Outubro de 2009). A
revisão de 2010: a Lei n.º 26/2010, de 30 de Agosto.

II.
ESTRUTURA ACUSATÓRIA, FORMAS DE PROCESSO E FASES PROCESSUAIS

1. Os modelos históricos do processo penal: o modelo acusatório e o modelo inquisitório.


Características e variantes. O modelo misto ou reformado. O modelo português:
estrutura essencialmente acusatória integrada por um princípio supletivo de investigação
oficial. Consequências e configuração legislativa do modelo adoptado.
2. A estrutura acusatória e as formas de processo no CPP de 1987: o processo comum e os
processos especiais (sumário, abreviado e sumaríssimo). A subsidiariedade da forma
comum de processo. Informação estatística sobre o uso das formas de processo.
3. A gravidade dos crimes, a sua natureza processual (públicos, semi-públicos e particulares)
e as formas de processo.
4. As leis de execução da política criminal e as formas de processo (Lei n.º 17/2006, de 23 de
Maio (Lei Quadro da Política Criminal) e as leis de execução: a Lei n.º 51/2007, de 31.08,
e a Lei n.º 38/2009, de 20 de Julho (Objectivos, prioridades e opções de política criminal).
5. O processo sumário: pressupostos, requisitos, regime e tramitação.

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6. O processo abreviado: pressupostos, requisitos, regime e tramitação.


7. O processo sumaríssimo: pressupostos, requisitos, regime e tramitação.
8. Fases do processo comum: notícia do crime; inquérito; instrução; julgamento; recurso.
9. A mediação penal (Lei n.º 21/2007, de 12 de Junho): âmbito, natureza e articulação com o
processo penal.

III.
TEORIA DAS FONTES
E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL PORTUGUÊS

1. As fontes de Direito Processual Penal, a interpretação e a vigência da lei processual penal.


A vigência espacial e temporal. Problemas específicos de sucessão de leis em processo
penal.
2. A diversidade de princípios e a sua força jurídica. A concordância prática entre princípios
de conteúdo oposto. Natureza e função dos princípios fundamentais do processo penal.
3. Princípios relativos à estrutura e organização do processo: mediação judicial, estrutura
acusatória, juiz natural, presunção de inocência do arguido e participação da vítima.
4. Princípios relativos à promoção processual: legalidade (vinculação à lei e
obrigatoriedade), oficialidade, princípio da acusação, vinculação temática e proibição do
duplo julgamento. A promoção e decisão das medidas de coacção (conceitos gerais e
remissão para o DPP Especial).
5. Princípios relativos à prossecução processual: investigação, contraditório, suficiência e
concentração.
6. Princípios relativos à prova. A matéria da prova no CPP: perspectiva geral (conceitos
fundamentais e remissão para o DPP Especial). Princípios da liberdade de prova,
legalidade da prova, verdade material, livre apreciação da prova, “in dubio pro reo” e
princípio da investigação.
7. Princípios relativos à forma: publicidade, oralidade, imediação e representação
especializada.

IV.
SUJEITOS PROCESSUAIS E PARTES CIVIS

1. A teoria dos sujeitos processuais. Intervenientes no processo penal e sujeitos processuais:


critérios de distinção e consequências processuais.
2. O Tribunal: organização, estatuto jurídico e competência. A organização judiciária em
matéria penal. A competência funcional, material e territorial. O tribunal do júri, o
tribunal colectivo e o tribunal singular. Distribuição e reservas de competência material.

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A competência por conexão. A declaração de incompetência. A competência limitada dos


Julgados de Paz em sede de pedidos de indemnização cível decorrentes de crimes.
3. O Ministério Público. Poderes, funções e estatuto no processo penal. Modelos de
investigação criminal. Relação entre o Ministério Público e os órgãos de polícia criminal.
A Lei de organização da investigação criminal. A Lei de enquadramento da política
criminal e a sua execução pelo Ministério Público.
4. O Arguido e o seu Defensor. Poderes de intervenção processual e respectivo estatuto.
5. O Assistente: conceito, natureza, estatuto e função. Regime da constituição de assistente.
Os poderes de intervenção processual do assistente. A natureza processual dos crimes e
o estatuto do assistente. A legislação de protecção às vítimas (Dec.-Lei n.º 423/91, de 30
de Outubro, alterado pela Lei n.º 136/99, de 28 de Agosto; Lei n.º 61/91, de 13 de
Agosto; Lei n.º 129/99, de 20 de Agosto; Lei n.º 323/2000, de 19 de Dezembro).
6. As Partes Civis como participantes no processo. O sistema de adesão: regime geral e
excepções. O estatuto do lesado em processo penal. Poderes processuais do lesado. A
pessoa civilmente responsável. O pedido da indemnização cível em processo penal.

V.
OBJECTO DO PROCESSO,
LIBERDADE DE QUALIFICAÇÃO JURÍDICA E CASO JULGADO

1. Estrutura acusatória, identidade do objecto do processo e princípio da investigação.


2. Momentos processuais de fixação do objecto do processo.
3. Critérios legais e doutrinários de fixação do objecto do processo.
4. A alteração de factos e a alteração da qualificação jurídica.
5. A alteração não substancial de factos e a alteração substancial de factos. Concretização
dos conceitos legais. Delimitação positiva e negativa. Alteração de factos, factos diversos
e contraditório. Conceito processual de alteração substancial de factos.
6. Regime jurídico da variação do objecto do processo e da qualificação jurídica dos factos. A
alteração não substancial de factos. A alteração da qualificação jurídica na instrução, no
julgamento e no recurso. A alteração substancial de factos na instrução, no julgamento e
no recurso. Os factos completamente novos. As nulidades decorrentes da violação do
regime legal da estabilidade do objecto do processo.
7. Caso julgado, litispendência e “non bis in idem”.
8. Conexão de crimes, conexão de processos e objecto do processo.

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