As Práticas de Performance
Management do Google
Google: Performance Management
Introdução
O Google talvez seja uma das empresas do Vale do Silício com as práticas mais
completas e planejadas de gente e gestão. Como fica claro em livros escritos pelos
executivos líderes da empresa, como Work Rules, de Laszlo Bock, SVP de RH, e How
Google Works, co-escrito por Eric Schmidt, ex-CEO da empresa, e Jonathan Rosenberg,
SVP de produtos, a empresa acredita profundamente em:
Tudo isso num ambiente de melhoria contínua e constante inovação nas práticas de
pessoas, que são testadas e avaliadas quantitativamente por uma equipe de
estatísticos denominada de People and Innovation Lab.
Como nem todo gestor de RH tem mais de 50 mil funcionários e uma equipe de Ph.D.s à
sua disposição, achamos que vale a pena analisar as práticas do Google e fazer
benchmarking nas nossas práticas de gente e gestão. É bem provável que eles estejam
bem mais próximos que nós do mundo “ideal”, ainda que ele não exista.
Google: Performance Management
Por isso nos propusemos a escrever esse Estudo de Caso. Esperamos que ele possa
servir de inspiração e referência para as suas práticas de gente e gestão, e que a
partir delas, você use as ferramentas da Qulture.Rocks para melhorar continuamente,
e estar na linha de frente dessa área fascinante!
Overview
Avaliações de Performance
Os dois principais inputs que são levados em conta pelos gestores quando decidem a
nota (de 1 a 5) dos seus funcionários são os feedbacks recebidos e a entrega de
resultados, acompanhada através dos ciclos de OKR. No lado do feedback, os quesitos
de avaliação são:
¾ Googleyness
O quesito “Googleyness” pode ser definido como a aderência do funcionário à
cultura da empresa; aos seus rituais, “crenças”, e ao pertencimento ao time.
¾ Problem solving
Capacidade analítica e de resolução de problemas.
1
Antes do atual sistema semestral, o Google praticou por mais de uma década um sistema
Google: Performance Management
¾ Thought leadership
O quanto o funcionário é tido como referencia em sua área de atuação, produzindo
conteúdo de ponta, treinando seus colegas, e catalizando melhores práticas.
¾ Presence
A presença é a capacidade do funcionário de se fazer ouvido em uma organização
grande como o Google (hoje com mais de 50 mil funcionários).
Auto-avaliação
Feedback 360-graus
Calibragem
Com seus rascunhos de nota, os gestores partem para o estágio de calibragem das
notas, descrito por Laszlo Bock:
shift in the economy that might have affected ad revenues. Before his
draft rating becomes final, groups of managers sit down together and
review all of their employees’ draft ratings together in a process we
call calibration... A group of five to ten managers meet and project
on a wall their fifty to a Thousand employees, discuss individuals,
and agree on a fair rating. This allows us to remove the pressure
managers may feel from employees to inflate ratings. It also ensures
that the end results reflect a shared expectation of performance,
since managers often have diferente expectations for their people and
interpret performance standards in their own idyosincratic manner...
Calibration diminishes bias by forcing managers to justify their
decisions too ne another. It also increases perceptions of fairness
among employees.”
3
Assista ao vídeo clicando no link ou em https://qulture.wistia.com/medias/oze01zwrv5
Google: Performance Management
O tema é reforçado por Prasad Setty, membro do time de Gente e Inovação do Google:
OKRs
As OKRs são uma forma híbrida de gestão por diretrizes (Vicente Falconi), ou
management by objectives (MBO) modelo de gestão com base em metas e resultados
desenvolvido por Peter Drucker na metade do século 20. O framework foi desenvolvido
na Intel, por Andy Grove, CEO da companhia por mais de 20 anos, e depois trazido ao
Google por John Doerr, sócio da Kleiner Perkins, fundo de investimentos que tinha à
época, como um dos seus sócios, George Kleiner, um dos oito fundadores da Intel.
Mas por que os OKRs são uma forma híbrida de MBOs? MBOs são diferentes de OKRs em
alguns aspectos importantes:
Processo
O ciclo de OKRs é trimestral no Google, de modo que começa com uma revisão, por parte
do CEO da companhia, Larry Page, dos resultados do trimestre anterior, e definição
Google: Performance Management
das metas da empresa para o trimestre atual. Após a definição das metas da empresa,
Larry define também as suas metas pessoais, que podem ser muitas das mesmas metas da
empresa, mas podem também ser diferentes. De maneira geral, as metas do CEO são a
forma prática que a empresa atingirá as suas metas.
“We don’t let the perfect be the enemy of the good. Once you see
the company’s goals, it’s easy enough to compare them to your
own. If they’re wildly out of step, either there’s a good reason
or you refocus. … On the topic of goals, the academic research
agrees with our intuition: Having goals improves performance.
Spending hours cascading goals up and down the company, however,
does not. It takes way too much time and it’s too hard to make
sure our goals all [precisely] converge, because the top OKRs
are known and everybody else’s OKRs are visible. Teams that are
grossly out of alignment stand out, and the few major
initiatives that touch everyone are easy enough to manage
directly.”
Rick Klau, sócio da Google Ventures, ensina que as OKRs devem seguir as seguintes
melhores práticas:
Google: Performance Management
¾ No máximo cinco objectives por funcionário, com cinco key-results por objective;
¾ Pelo menos 50% das OKRs devem ser definidos de baixo para cima, ou seja, partirem
do funcionário;
¾ Que haja sempre concordância de funcionário e supervisor em todas as OKRs
definidas;
¾ Que o score de atingimento das OKRs seja de 60 a 70% - atingimento constante de
100% das metas deve ser uma bandeira amarela de OKRs erradas, ou muito fáceis;
Publicidade
Ainda sobre o fato de serem consideradas atingidas OKRs com 70% de completude, Laszlo
Bock defende:
Pesquisas
¾ Remuneração
¾ Processo de performance reviews
¾ Iniciativas de treinamento e desenvolvimento
¾ Perks, como comida grátis, bicicletas, e transporte coletivo
¾ Performance dos gestores de pessoas
Meritocracia
O outro motivo é que os profissionais hoje em dia são mais móveis e mais fáceis de
serem achados, o que fez com que seu “valor de mercado” subisse, processo esse descrito
em um livro da década de 90 chamado The Winner-Take-All Society, de Robert Frank e
Philip Cook. Esses profissionais excepcionais acabam capturando muito menos do que sua
geração de valor, o que os incentiva a constantemente reavaliar seu valor no mercado de
trabalho trocando de emprego:
“For those who are learning and growing most quickly, and those
performing at the highest level, the one way to make sure your
pay is in line with the value you create is to leave the
monopolistic internal Market and enter the free Market. That is,
look for a new job, negotiate based on what you are truly Worth,
then leave. And that’s exactly what you see in the labor
Market.”
Para que a meritocracia funcione, é importante que se imbua na organização uma visão
muito clara da real contribuição de cada um para os resultados atingidos:
Google: Performance Management
“To make these kinds of extreme rewards work, you need two
capabilities. One is a very clear understanding of what impact is
derived from the role in question (which requires a complementary
awareness of how much is due to contexto: Did the market move in a
lucky way? How much of this was a result of a team effort or the
brand of the company? Is the achievement a short-term or a long-
term win?). Once you assess impact, you can look at your available
budget and decide what the shape of your reward curve ought to be.
If the best performer is generating ten times as much impact as an
average performer, they shouldn’t necessarily get ten times the
reward, but I’d wager they should get at least five times the
reward. If you’re adopting a system like this, the only way to stay
within budget is to give smaller rewards to the poorest performers,
or even the average ones. That won’t feel good initially, but take
comfort in knowing that you’ve now given your best people a reson
to stay with you, and everyone else a reason to aim higher.”
Google: Performance Management
Bibliografia selecionada
Bock, Laszlo. Work Rules! Insights from Google that will transform how you live and
lead. Twelve, 2014.
Edwin A. Locke, e Gary P. Latham, A Theory of Goal Setting & Task Performance, Upper
Saddle River, 1990.
Schmidt, Eric, e Rosenberg, Jonathan. How Google Works. Grand Central Publishing,
2014.
Startup Lab Workshop. How Google sets Goals: OKRs, 2015, http://qulture.rocks/okr-
transcript
Xander M. Bezuijen, Karen van Dam, Peter T. Van den Berg, e Henk Thierry, How
Leaders Stimulate Employee Learning: A Leader-Member Exchange Approach, Journal
of Occupational and Organizational Psychology 83 no3, 2010.
Google: Performance Management
#QultureRocks
+55 11 98121 2176
+1 650 666 2390