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120 DICAS PARA


O CONCURSO DA
RECEITA FEDERAL
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SUMÁRIO
Português – Beatriz ............................................................................................................................................................................ 3

Inglês – Marcela ................................................................................................................................................................................. 6

Espanhol – Gerardo ........................................................................................................................................................................... 9

Raciocínio Lógico – Guilherme Neves ............................................................................................................................................. 13

Direito Constitucional – Frederico Dias........................................................................................................................................... 22

Direito Administrativo – Thamiris ................................................................................................................................................... 27

Administração Geral – Lillian Quintão............................................................................................................................................. 32

Direito Tributário – Ricardo Wermelinger ....................................................................................................................................... 36

Legislação Tributária – Ricardo Wermelinger ................................................................................................................................. 39

Contabilidade Geral – Marcelo Seco ............................................................................................................................................... 43


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PORTUGUÊS – BEATRIZ

1. Consertar significa ato de corrigir; reparar. Por sua vez, concertar se refere ao ato de concordar, harmonizar (concertar

ideias, concertar decisões...).

2. Anáfora é um recurso coesivo que retoma algo que já foi citado no texto: O professor Pedro é excelente. Ele passa muitos

exercícios.

3. Catáfora é algo que ainda vai ser citado: Eu pretendo fazer isto: fazer todas as revisões.

4. Você sabe a diferença entre conquanto e porquanto? Fique atento!!! Conquanto introduz orações subordinadas

adverbiais concessivas e equivale a embora, mesmo que, ainda que. E porquanto? Esta conjunção introduz orações causais e

equivale a pois, já que, porque, visto que.


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5. Para interpretar bem um texto, precisamos identificar o tópico frasal. Mas o que é isso, professora? Bem simples!

Tópico frasal é a oração que introduz a idéia central, que será desenvolvida no parágrafo.

6. Quando o sujeito de uma oração for formado de uma porcentagem seguida de um especificador, a numeração não vier

determinada por artigo e se o verbo estiver posposto ao sujeito, o verbo concorda com o especificador: 32% da prova será de

questões básicas.

7. Quando tivermos a expressão é bom, é necessário ou é proibido, e o sujeito vier sem determinação por artigo, o

adjetivo ficará invariável: Terra é necessário ao plantio.

8. À medida que é uma locução conjuntiva e expressa sentido de proporcionalidade: À medida que estudamos, ele fica mais

exigente. E na medida em que é uma locução conjuntiva causal. Tem valor de uma vez que, porque, visto que, já que...
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9. Se tivermos dois ou mais adjetivos modificando um só substantivo, este ficará no plural, e os adjetivos, no singular,

ligados pela conjunção “e”: Os ataques americano e francês.

10. Ao contrário do que muitos pensam, o verbo implicar, no sentido de acarretar, é transitivo direto e não aceita

preposição “em”: A falta de concentração implica dificuldade na resolução de exercícios.


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INGLÊS – MARCELA

11. A leitura de artigos jornalísticos em inglês é fundamental para a aquisição e internalização de vocabulário. Leia, pelo

menos, um artigo por semana. Se possível, aumente a frequência de leitura a cada semana até que a leitura passe a ser

diária. Os jornais the Economist, the Guardian, the Washington Post e the New York Times são excelentes fontes de leitura.

12. Evite traduzir os textos para adquirir vocabulário. O ideal é que você procure a definição das palavras desconhecidas

em dicionários inglês-inglês, como o www.macmillandictionary.com ou www.dictionary.com. O aluno tem a tendência de

sempre apoiar-se na língua materna, mas esse hábito não gera benefícios para a prova, haja vista que tanto os textos

quanto as questões são em inglês e requerem o conhecimento de sinônimos e antônimos das expressões usadas no texto.

13. Tenha em mente que leva-se anos e muito estudo para aprender uma língua estrangeira. O nosso objetivo no curso é

revisar o conteúdo cobrado e ensiná-lo a aplicar esse conteúdo de forma inteligente na resolução da prova.
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14. Durante a prova, compare os tempos verbais empregados no texto com aqueles empregados nas questões. Dessa

maneira, você já será capaz de eliminar muitas alternativas.

15. Sempre que a alternativa fizer um julgamento de valor que não está presente no texto, fique atento, pois as chances

dessa alternativa ser falsa são enormes. Eu diria que na maioria dos casos a alternativa está errada.

16. Fique atento também quando se deparar com frases que restringem uma idéia apresentada no texto. Novamente,

quando a alternativa é muito restritiva, as chances de ela ser falsa são enormes.

17. A dica acima também é válida em tratando de alternativas que generalizam idéias pontuais. Elas são consideradas

extrapolação.
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18. Despreze sua opinião ao resolver as questões de interpretação de texto. A banca examinadora não quer medir seu

conhecimento sobre o assunto tratado pelo texto, e sim saber se você é capaz de interpretá-lo, respeitando o ponto de vista

do autor. Não importa se a opinião do autor não está em consonância com a sua ou com o que você considera bom senso.

19. O pleno conhecimento dos verbos modais é crucial para garantir uma boa pontuação na prova. A ESAF costuma trocá-

los nas alternativas, portanto, é imprescindível saber quais modais são intercambiáveis.

20. Não tente traduzir o texto, nem tente entender cada palavra presente nele. Faça uma leitura dinâmica e seletiva do

texto para otimizar seu tempo.


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ESPANHOL – GERARDO

21. O fator ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO é primordial. O concursando tem muitas demandas para muitas matérias e os

conhecimentos cobrados são em alto grau de dificuldade. Portanto evite transitar por atividades que não estejam focadas

na construção de habilidades específicas para a prova.

22. A língua estrangeira não é um tipo de conhecimento que você apreende uma vez e consegue guardar para sempre.

Pelo contrário, se não for acionado com frequência o cérebro interpreta como conhecimento inútil e vá afastando-o da área

nobre da memória. Portanto, você precisa dosar sua estratégia de estudos para NÃO PARAR NUNCA DE ESTIMULAR essa

área específica do cérebro. Não existe estudo intensivo eficiente. O que rende é o estudo extensivo sem intervalos.

23. Conheça as HABILIDADES ESPECÍFICAS COBRADAS nas provas fazendo pelo menos uma vez o curso completo (a

distância ou presencial). Você conhecerá amplos segmentos da gramática que são ignorados pela banca, e assim poderá

concentrar seu estudo no domínio dos segmentos prioritários do programa.


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24. Conheça o jeito como a Banca constrói os desafios RESOLVENDO TODAS AS QUESTÕES aplicadas desde 2000 em

diante.

25. O pano de fundo das questões está contextualizado em situações macro e micro econômicas de países de blocos. Você

precisa CONHECER OS FATOS E PROCESSOS através de uma leitura incessante desde hoje até 60 dias antes da prova. O

acesso a esses textos em espanhol é gratuito e ilimitado. Os principais jornais são www.elpais.es, www.elperiodico.es ,

www.cincodias.es , www.eltiempo.co, www.eluniversal.ve , www.elfinanciero.me . O conjunto de jornais e revistas

especializadas pode ser acessado pelo portal www.prensaescrita.com .

26. A leitura semanal (ou diária) permite reforçar outros conhecimentos além da familiarização com o contexto histórico.

Ela permite uma AMPLIAÇÃO DO VOCABULÁRIO conhecido pelo concursando. Nesse sentido, e importante sublinhar no

texto todos os vocábulos desconhecidos e acionar um dicionário (físico ou virtual), fazendo um glossário pessoal que será

revisado periodicamente para mantê-lo na memória principal. Não utilize dicionários de internet para frases ou orações, não

existe nenhum que consiga decifrar a intencionalidade na ordem das palavras.


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27. Depois de realizar todas as provas conhecidas da Banca, PRATIQUE COM SIMULADOS, controlando seu tempo de

resolução das questões interpretativas. A aceleração de seu tempo de resolução poderá ser decidir, no dia da prova, se você

consegue ou não uma média parelha de acertos.

28. No dia da prova, INICIE COM A PROVA DE ESPANHOL. É preciso que seu cérebro não esteja esgotado porque a

eficiência de seu raciocínio vai diminuindo geometricamente na medida em que o cérebro começa sua fadiga. Retorne ao

final da prova para rever as questões que você não conseguiu resolver, uma parte de seu cérebro continuou trabalhando

para desvendar os desafios.

29. No dia da prova, ao iniciar seu trabalho, observe se na parte de questões há desafios interpretativos e dê uma leitura

rápida sobre elas, sem a pretensão de resolver, apenas para identificar o foco do enunciado. Posteriormente, FAÇA DUAS
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LEITURAS COMPLETAS DO TEXTO. A primeira para localizar o tema e os protagonistas do texto. A segunda para localizar e

sublinhar a parte do texto vinculada ao enunciado da questão interpretativa.

30. No dia da prova, no momento que está resolvendo as questões interpretativas, volte sempre ao enunciado da questão,

e VÁ DESCARTANDO AS QUESTÕES que quebram a relação lógica entre enunciado, alternativa e texto. Quando sobrarem

duas alternativas não descartadas, examine os detalhes da oração, um por um, e só depois opte.
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RACIOCÍNIO LÓGICO – GUILHERME NEVES

31. A escala é a relação entre as distâncias representadas num mapa e as correspondentes distâncias reais. Escala é a

razão entre a medida no desenho e o correspondente na medida real.

Medida do desenho
Escala =
Medida real
Desta forma, quando você lê em um mapa que a escala é de 1 : 100, isto significa que para cada unidade de

comprimento no desenho, teremos 100 unidades de comprimento na realidade.

Escala = 1 :100

Isto significa que:

1 centímetro no desenho equivale a 100 centímetros na realidade.

1 decímetro no desenho equivale a 100 decímetros na realidade.

1 metro no desenho equivale a 100 metros na realidade.


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32. Imagine que você precisa ler da página 354 até a página 678 de um livro. Quantas páginas você lerá? Fazendo uma

pergunta mais técnica: quantos números há no conjunto {354, 355, 356, 357, ..., 678}?

A maneira mais rápida de responder esta pergunta é assim: subtraia o maior número do menor e adicione 1.

No nosso exemplo, 678 - 354 + 1 = 325. Portanto, você lerá 325 páginas.

Por que devemos adicionar 1?

Ora, quando subtraímos 678 - 354, estamos excluindo o número 354. Devemos adicionar 1 para que ele volte à nossa

contagem.

33. As razões de denominador 100 são chamadas taxas percentuais, razões centesimais, percentagem ou porcentagem.
Em geral, podemos trocar o denominador 100 pelo símbolo % (por cento).

Ou seja,
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34. Podemos expressar as porcentagens sob a forma decimal (taxa unitária). Para obter a taxa unitária, basta dividir o numerador
por 100.
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35. Percentual de um valor

Para calcular x% de um valor, basta multiplicar o valor pelo número x/100.

Exemplo: Calcular 30% de 500.

Exemplo: Calcular 20% de 30% de 40% de 1.000.

Resolução

Portanto, 20% de 30% de 40% de 1.000 é igual a 24.

36. Transformação de uma fração ordinária em taxa percentual

Para transformar uma fração ordinária qualquer em taxa percentual, basta multiplicá-la por 100%.
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Exemplo: Transformar a fração 5/2 em taxa percentual.

Resolução

37. É comum querermos saber qual é a participação percentual de uma parte do todo. Por exemplo, imagine que em um grupo de
300 pessoas, 120 são homens. Como calculamos a participação percentual dos homens? Ora, basta dividir a “parte” pelo “todo”. E para

transformar o resultado em porcentagem, devemos multiplicar o resultado por 100%.

Isto significa que 40% das 300 pessoas são homens.

38. Para calcularmos o aumento ou desconto percentual, utilizamos a seguinte fórmula:


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Para exprimir a resposta em termos percentuais, multiplique o resultado por 100%.

Exemplo: Uma mercadoria custava R$ 250,00 e passou a custar R$ 280,00. Qual o aumento percentual?

39. Se , a taxa percentual é de crescimento.

Se , o módulo da taxa percentual é de decrescimento (desconto).

40. Variações percentuais sucessivas

Suponha que uma mercadoria recebeu um desconto de 30%. Se você fosse pagar essa mercadoria sem o desconto,
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você iria desembolsar 100%. Porém, com o desconto concedido, você irá pagar 100% - 30% = 70%. Assim, para calcular

o valor após o desconto, devemos multiplicar o valor original por 70%=70/100.

Em geral, ao diminuir p%, para calcular o valor final, devemos multiplicar por 100% - p%.

Da mesma forma, para aumentar p% de certo valor, devemos multiplicá-lo por 100% + p%. Por exemplo, se uma

mercadoria aumenta 20%, você irá pagar 100% + 20% = 120%.

Exemplo: Uma mercadoria custa R$ 300,00. Em uma primeira ocasião, sofreu um aumento de 40%. Dois meses depois, a

loja anunciou uma liquidação e a mercadoria sofreu um desconto de 25%. Qual o valor final da mercadoria?

Resolução

Quando a mercadoria sofre um aumento de 40%, o cliente além de ter que pagar os 100% (valor da mercadoria) terá que

pagar os 40% de aumento. Pagará, portanto, 140% do valor da mercadoria. Dessa forma, a mercadoria, após o aumento,

vale:
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A mercadoria (que agora vale R$ 420,00) sofre um desconto de 25%. Você não pagará o valor total da mercadoria (100%), já

que foi concedido um desconto. O cliente pagará 100% - 25% = 75% do valor da mercadoria. Dessa forma, a mercadoria,

após o desconto, vale:

Portanto, o valor final da mercadoria é igual a R$ 315,00.


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Poderíamos ter efetuado este cálculo de uma maneira mais “objetiva”. Toma-se o valor da mercadoria e multiplica-se pelas

taxas de aumentos e de descontos.

Assim,
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DIREITO CONSTITUCIONAL – FREDERICO DIAS

41. Podemos classificar os direitos fundamentais em três dimensões (ou gerações):

Na primeira dimensão, temos os direitos ligados aos ideais do Estado liberal, de natureza negativa (exigindo um não fazer),

com foco na liberdade individual frente ao Estado (direitos civis e políticos).

Na segunda dimensão, temos os direitos ligados aos ideais do Estado social, de natureza positiva, com foco na igualdade

entre os homens (direitos sociais, culturais e econômicos).

Na terceira dimensão, temos os direitos de índole coletiva e difusa (pertencentes a um grupo indeterminável de pessoas),

com foco na fraternidade entre os povos (direito ao meio ambiente, à paz, ao progresso etc.) (Tema: Direitos e Garantias

Fundamentais).

42. As expressões direitos e garantias não se confundem. Enquanto os direitos são os bens em si mesmo considerados

(principal), as garantias são instrumentos de preservação desses bens (acessório). Por exemplo, para proteger o direito de

locomoção, a Constituição prevê a garantia do habeas corpus (Tema: Direitos e Garantias Fundamentais).
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43. Se inicialmente os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares as pessoas naturais, hoje já se reconhece

direitos fundamentais em favor das pessoas jurídicas ou mesmo em favor do Estado. Por exemplo, o direito de requisição

administrativa previsto do art. 5°, XXV da CF/88, é um direito fundamental que tem como destinatário o Estado. (Tema:

Direitos e Garantias Fundamentais).

44. Embora originalmente visassem regular a relação indivíduo-estado (relações verticais), atualmente os direitos

fundamentais devem ser respeitados mesmo nas relações privadas, entre os próprios indivíduos (relações horizontais). Por

exemplo, o direito de resposta proporcional ao agravo, no caso de dano material, moral ou à imagem (CF, art. 5°, V). (Tema:

Direitos e Garantias Fundamentais).

45. Os direitos fundamentais não dispõem de caráter absoluto, já que encontram limites nos demais direitos previstos na

Constituição (Princípio da relatividade ou da convivência das liberdades públicas). Ademais, direitos fundamentais não

podem ser utilizados como escudo protetivo da prática de atividades ilícitas. A título de exemplo: (i) a garantia da
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inviolabilidade das correspondências não será oponível ante a prática de atividades ilícitas; (ii) a liberdade de pensamento

não pode conduzir ao racismo – e assim por diante. (Tema: Direitos e Garantias Fundamentais).

46. Embora o caput do art. 5º da Constituição diga textualmente que os direitos e garantias fundamentais são garantidos

aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, a jurisprudência entendeu de forma diversa. Na verdade, a expressão

“estrangeiros residentes no País” deve ser entendida como “estrangeiros sob as leis brasileiras”. Ou seja, os direitos e

garantias fundamentais aplicam-se a estrangeiros residentes ou não-residentes, enquanto estiverem sob o manto do nosso

ordenamento jurídico. Mas, atenção! Não é que todos os direitos são destinados a estrangeiros. Não, não. A ação popular,

por exemplo, é garantia que não poderá ser estendida a estrangeiros em geral, pois apenas o cidadão é legitimado ativo.

(Tema: Direitos e Garantias Fundamentais).

47. Os direitos e garantias fundamentais estão disciplinados no Título II (arts. 5º a 17), por isso denominado “catálogo dos

direitos fundamentais”. Mas, nem todos os direitos e garantias fundamentais presentes na nossa Constituição estão

enumerados nesse catálogo próprio. Há, também, diversos direitos fundamentais presentes em outros dispositivos da
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nossa Constituição (ou mesmo fora dela). Assim, é bom lembrar que a enumeração constitucional dos direitos e garantias

fundamentais não é limitativa, taxativa, haja vista que outros poderão ser reconhecidos ulteriormente, seja por meio de

futuras emendas constitucionais (EC) ou mesmo mediante normas infraconstitucionais, como os tratados e convenções

internacionais celebrados pelo Brasil. (Tema: Direitos e Garantias Fundamentais)

48. Atualmente, os tratados e convenções internacionais celebrados pelo Brasil poderão assumir três diferentes posições

hierárquicas ao serem incorporados ao nosso ordenamento pátrio, a saber:

Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito especial do § 3º do art. 5º da

Constituição Federal (CF, art. 5°, §3°): status de emenda constitucional.

Demais tratados e convenções internacionais que não tratam de direitos humanos: status de lei ordinária federal.

Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito ordinário: status de supralegalidade

(situam-se acima das leis, mas abaixo da Constituição). (Tema: Direitos e Garantias Fundamentais).
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49. As formas de Estado (Estado Unitário x Federação) não se confundem com os sistemas de governo (Presidencialismo x

Parlamentarismo) ou com as formas de governo (República x Monarquia). (Tema: Organização do Estado).

50. Cada um dos poderes do Estado exerce não somente suas funções típicas, mas também funções atípicas. Por exemplo,

o Poder Judiciário exerce tipicamente a função jurisdicional. Mas também exerce função executiva (atipicamente) ao realizar

concurso público para suprir seu quadro de pessoal, ou ao realizar uma licitação para compra de canetas, por exemplo. E

exerce função legislativa (atipicamente) quando um tribunal edita seu regimento interno (Tema: Princípios Fundamentais e

Organização dos Poderes).


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DIREITO ADMINISTRATIVO – THAMIRIS

51. De acordo com a doutrina, o regime jurídico-administrativo abrange tanto as regras quanto os princípios. superou-se

há muito a ideia de que os princípios seriam meras recomendações. Inexistem dúvidas, atualmente, de que os princípios

constituem genuínas normas, e, como tais, são de observância obrigatória, sob pena da prática de atos inválidos, acaso

sejam desrespeitados. Celso Antônio Bandeira de Mello, apenas para citar um de nossos mais festejados doutrinadores,

deixa isso claro logo na primeira passagem de sua obra. Confira-se: “O Direito é um conjunto de normas – princípios e regras

–, dotadas de coercibilidade, que disciplinam a vida social." (Curso de Direito Administrativo, 17ª edição, 2004, p. 25).

52. Uma autarquia é entidade administrativa personalizada distinta do ente federado que a criou e se sujeita a regime

jurídico de direito público no que diz respeito a sua criação e extinção, bem como aos seus poderes, prerrogativas e

restrições.
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53. Embora sejam entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, as empresas públicas e sociedades de

economia mista, como regra geral, estão obrigadas a licitar antes de celebrar contratos destinados à prestação de serviços

por terceiros (art. 1º, parágrafo único, da Lei 8.666/93 e art. 28 Lei 13.303/16).

54. Poder Normativo X Poder Regulamentar: A doutrina tradicional refere-se a Poder Regulamentar como sinônimo de

Poder Normativo. Ocorre que, modernamente, por se tratar de conceituação restrita (uma vez que abarca a edição de

regulamentos apenas, excluindo os outros atos normativos próprios da atuação do Estado), o Poder Regulamentar vem

sendo tratado como espécie do Poder Normativo. Afinal, além da edição de regulamentos, o Poder Normativo abarca a

edição de outros atos normativos, tais como deliberações, instruções, resoluções. Dessa forma, o Poder Regulamentar é

tratado como atribuição típica e exclusiva do chefe do Poder Executivo, enquanto o Poder Normativo é o poder geral

conferido às autoridades públicas de editarem normas gerais e abstratas, nos limites da legislação pertinente.

55. Teoria dos motivos determinantes: nem todo ato administrativo necessita ser motivado. No entanto, nesses casos, a

explicitação do motivo que fundamentou o ato passa a integrar a própria validade do ato administrativo como um todo.
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Assim, se esse motivo se revelar inválido ou inexistente, o próprio ato administrativo será igualmente nulo. A teoria dos

motivos determinantes cria para o administrador a necessária vinculação entre os motivos invocados para a prática de um

ato administrativo e a sua validade jurídica.

56. Presunção de legitimidade dos atos administrativos: Hely Lopes Meirelles conceitua presunção de legitimidade como

sendo a "possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração,

independentemente de ordem judicial". Este atributo é uma qualidade inerente a TODO ato administrativo, que o torna apto

a produzir efeitos imediatos. Ele decorre da necessidade que possui o poder público de exercer com agilidade suas

atribuições. Presume-se que a Administração, ao editar um ato unilateral de vontade, age em conformidade com todas as

normas e princípios norteadores do Direito e que o ato editado é legítimo. Os demais atributos (imperatividade e

autoexecutoriedade), não necessariamente estão presentes em todos os atributos dos atos administrativos.

57. No processo administrativo, vige o princípio do formalismo moderado, rechaçando-se o excessivo rigor na tramitação

dos procedimentos, para que se evite que a forma seja tomada como um fim em si mesma, ou seja, desligada da verdadeira
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finalidade do processo. Desse modo, dispõe a Lei 9784/99 em seu artigo 22: “os atos do processo administrativo não

dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir”.

58. A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao

conteúdo das propostas, até a respectiva abertura (art. 3º, Lei 8666).

REGRA GERAL:

A LICITAÇÃO NÃO SERÁ SIGILOSA!

EXCEÇÃO:

CONTEÚDOS DAS PROPOSTAS SERÁ SIGILOSO (ATÉ A RESPECTIVA ABERTURA)

59. Aplicam-se de forma supletiva os princípios da teoria geral dos contratos e das disposições de direito privado aos

contratos administrativos regidos pela Lei 8666/93.


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60. No pregão, para a participação no certame, não se exige dos licitantes a aquisição do edital ou a apresentação de

garantia de proposta. Diferentemente do que ocorre na Lei 8666/93 em que se exige garantia na licitação (1%).
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ADMINISTRAÇÃO GERAL – LILLIAN QUINTÃO

61. O alcance dos objetivos organizacionais traduz o conceito de EFICÁCIA. É a capacidade de fazer aquilo que é preciso,

que é certo para se alcançar determinado objetivo, escolhendo os melhores meios e produzir um produto adequado ao

mercado.

62. EFICIÊNCIA está relacionada ao conceito de racionalidade econômica, ou seja, a razão custo/ benefício que a

organização pode alcançar.

63. A essência das TEORIAS DA LIDERANÇA SITUACIONAL é a ideia de que, para ser eficaz, o estilo tem que ser apropriado à

situação.

64. A MOTIVAÇÃO é o processo responsável pela intensidade, pela direção e pela persistência dos esforços de uma pessoa

para alcançar determinada meta. Intensidade refere-se a quanto esforço a pessoa despende. Contudo, alta intensidade não
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é capaz de levar a resultados favoráveis de desempenho, a menos que canalizada em uma direção favorável aos objetivos

da organização. Por fim, a motivação tem uma direção de persistência. Essa é uma medida de quanto tempo uma pessoa

consegue manter seu esforço.

65. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS é considerada um programa sistematizado e desenvolvido no sentido de definir perfis

profissionais que proporcionem maior produtividade, identificando pontos de excelência e pontos de carreira, suprindo as

lacunas e agregando conhecimento, tendo por base certos critérios objetivamente mensuráveis.

66. MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS é um importante processo para a implementação da gestão por competências,

podendo abranger toda a empresa ou apenas determinadas áreas, funções ou cargos. A partir desse processo, são

identificados conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para o desempenho competente do cargo.

67. AVALIAÇÕES DE DESEMPENHO podem ter abordagem comparativa ou absoluta. Na abordagem comparativa, identifica-

se um padrão para o indivíduo que será avaliado em relação aos demais. Exemplos de avaliação de desempenho na
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abordagem comparativa são os métodos Classificação, Escolha Forçada e Comparação aos Pares. 
Já na abordagem

absoluta são especificados padrões exatos de medição como, por exemplo, nos métodos de avaliação de desempenho

Incidentes Críticos, Escalas Gráficas e Administração por Objetivo. 


68. MÉTODO DOS INCIDENTES CRÍTICOS é um método tradicional de avaliação do desempenho que se baseia nas

características extremas (incidentes críticos) que representam desempenhos altamente positivos (sucesso) ou altamente

negativos (fracasso) do indivíduo. 


69. PROJETO é um empreendimento temporário realizado de forma progressiva para criar um produto ou serviço único.

Por serem temporários, os projetos têm início e término definidos, diferenciando-se de operações contínuas (processos).

70. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) é uma organização dedicada à promoção da governança

corporativa no Brasil. Segundo o IBGC, a GOVERNANÇA CORPORATIVA surgiu para superar o "conflito de agência",

decorrente da separação entre a propriedade e a gestão empresarial. Nesta situação, o proprietário (acionista) delega a um
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agente especializado (executivo) o poder de decisão sobre sua propriedade. No entanto, os interesses do gestor nem

sempre estarão alinhados com os do proprietário, resultando em um conflito de agência ou conflito agente-principal.
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DIREITO TRIBUTÁRIO – RICARDO WERMELINGER

71. Competência tributária é o poder de criar tributos por lei, indelegável. Capacidade tributária é a administração e

cobrança desses tributos, delegável a outra PJ de direito público.

72. Medida provisória tem força de lei ordinária, podendo tratar de qualquer matéria tributária que não precise de lei

complementar. MP pode instituir tributos.

73. Tributos instituídos por MP possuem regras especiais de anterioridade. Na nonagesimal, o início do prazo depende de

a lei de conversão ter ou não alterado o texto original. Na do exercício financeiro, o marco temporal não é a edição da MP,

mas sua conversão em lei.


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74. A imunidade dos sindicatos é apenas dos sindicatos de empregados. Os patronais não são imunes.

75. No domicílio tributário, o primeiro critério é a eleição pelo contribuinte. Apenas na falta desse, ou da recusa pela

Fazenda, é que entram os outros elementos.

76. As reclamações e recursos administrativos suspendem a exigibilidade do crédito tributário, nos termos da lei

regulamentadora. Por decisão do STF, tal lei não pode prever exigência de depósito para apresentação de recurso.

77. IPI deve ser não cumulativo e seletivo. O ICMS deve ser não cumulativo, podendo ser também seletivo.

78. A progressividade do IPTU em razão do local e utilização do imóvel foi introduzida na Constituição Federal por emenda

29/00.
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79. Quando o contribuinte possui contra si débitos tributários com exigibilidade suspensa, tem direito a uma certidão

positiva com efeitos de negativa.

80. Na interpretação da legislação tributária, por um lado, a analogia não pode ser usada para cobrar tributo quer não está

previsto em lei. Por outro, a equidade não pode ser usada para afastar o pagamento de tributo regularmente instituído.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – RICARDO WERMELINGER

81. Apesar de o CTN prever a arrematação de bens apreendidos ou abandonados como fato gerador do IPI, o legislador

não instituiu o imposto nessa hipótese. É um caso de não incidência.

82. Livros eletrônicos e seus leitores digitais (como o Kindle) NÃO eram imunes. Em 07/03/17, porém, o STF mudou seu

posicionamento, e passou a estender a imunidade do art. 150 VI “d” também para essas plataformas.

83. O RIPI descreve as operações de industrialização, sendo considerado produto industrializado aquele que passa por

uma delas, ainda que de maneira incompleta ou parcial. Não é necessário, porém, que o produto sofra uma dessas

operações em cada etapa da cadeia. Em outras palavras, se o produto for considerado industrializado, é possível incidir o IPI

sobre etapa da cadeia mesmo que não tenha havido nenhuma alteração no produto, apenas revenda.
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84. Os contribuintes do IPI são os estabelecimentos industriais ou equiparados a industriais. A lista dos estabelecimentos

equiparados é bastante detalhada, trazendo casos muito específicos, e costuma cair na prova em cópia, mesmo para

Auditor.

85. A tabela do IPI traz a classificação por código de todos os produtos tributáveis. É importante ter noções sobre seu

funcionamento e das regras complementares que ajudam na solução de dúvidas. No RIPI é comum ver citações à tabela que

são cobradas em prova, como posição 22 – bebidas e 24 – tabaco.

86. Atualmente o STF discute a validade da Súmula 584, que trata da anterioridade do exercício financeiro e

irretroatividade do IR. No RE 183.130 ela foi afastada, mas era um caso bem específico de incentivo a exportações. É

importante de tempos em tempos jogar esses números no Google e ver se tem novidades.
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87. Falando em mudança de posicionamento do STF, lembram que as isenções podiam ser revogadas a qualquer tempo,

com efeitos imediatos, salvo nos casos de isenção onerosa por prazo certo? O STF está mudando de posição também,

entendendo que revogação de isenção deve respeitar os mesmo princípios aplicáveis à instituição do mesmo imposto.

88. O IRPF possui regimes de tributação anual, exclusiva na fonte e definitiva. Apesar de todas as rendas terem que constar

na declaração anual, os rendimentos sujeitos aos regimes de tributação exclusiva ou definitiva NÃO integral a base de

cálculo do imposto apurado anualmente. Analisando com calma, é algo lógico e simples, pois, caso contrário, teríamos o

imposto incidindo duas vezes sobre o mesmo rendimento. Porém, na prova, pode aparecer uma assertiva misturando o fato

de constar na DIRPF com compor a base de cálculo anual.

89. O lucro arbitrado pode ser usado pelo próprio contribuinte, desde que a receita bruta seja conhecida. Se ela for

desconhecida, apenas a autoridade fiscal pode usar o arbitramento, ao lançar o imposto de ofício.
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90. Apesar de, numa olhada superficial, parecer que o lucro presumido seria o mais comum, enquanto o lucro real ficaria

apenas para as empresas maiores, tecnicamente dizemos que a tributação ordinária é o lucro real, sendo o lucro presumido

e o arbitrado regimes excepcionais. Isso porque qualquer empresa, sem restrição, pode aderir ao lucro real. O lucro

presumido e arbitrado, por outro lado, somente são aplicáveis nos casos previstos em lei.
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CONTABILIDADE GERAL – MARCELO SECO

91. Três grupos de usuários devem ser olhados com mais cuidado pela entidade. O CPC os classifica como usuários

primários, são eles:

Investidores (atuais e potenciais);

Credores por empréstimo (Financiadores);

Outros credores

92. Apesar da revogação dos enunciados dos princípios de contabilidade o regime de competência continua em pleno

vigor e sua utilização é obrigatória, pois é ele que retrata com propriedade os efeitos de transações e outros eventos sobre

os recursos e reivindicações da entidade.

93. A absorção de prejuízos é obrigatória e precede qualquer outra destinação de lucros. Os lucros eventualmente não

destinados deverão ser distribuídos como dividendos aos acionistas.


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94. Ativo e Passivo de longo prazo (não circulantes) serão sempre ajustados a valor presente. Os itens de curto prazo

(circulantes) somente serão ajustados quando houver efeito relevante.

95. Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior montante entre o seu valor justo líquido de

despesa de venda e o seu valor em uso.

96. Segundo a lei 6404/76 o valor dos estoques será o menor entre o custo aquisição e valor de mercado. Segundo o CPC,

valor dos estoques será o menor entre custo aquisição e valor realizável líquido.

97. Método da equivalência patrimonial (MEP) é o método de contabilização por meio do qual o investimento é

inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir as alterações sobre nos ativos líquidos da

investida. Os lucros ou prejuízos da investida refletirão no resultado da investidora, como receita ou despesa. Os resultados

abrangentes da investida refletirão nos resultados abrangentes da investidora.


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98. Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida,

mas sem que haja o controle individual ou conjunto por parte da investidora. Quando falamos em influência significativa,

estamos no terreno das coligadas.

99. Resultado abrangente á a mutação que ocorre no PL que resulta de transações e outros eventos que não sejam

derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. Essas transações com os sócios são, basicamente,

aporte de capital e distribuição de lucros.

100. Um software de uma máquina-ferramenta controlada por computador que não funciona sem esse software específico

é parte integrante do referido equipamento, devendo ser tratado como ativo imobilizado. O mesmo se aplica ao sistema

operacional de um computador. Quando o software não é parte integrante do respectivo hardware, ele deve ser tratado

como ativo intangível.


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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA – MISSAGIA E RODRIGO LUZ

101. A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro, e ainda, às Áreas de Controle

Integrado (ACI) instaladas nos territórios dos países vizinhos. Em tais áreas, atuam as autoridades fiscais, sanitárias, de

imigração e de transportes do país exportador e as do país importador.

102. São contribuintes do imposto de importação: importador, adquirente de mercadoria entrepostada e destinatário de

remessa postal internacional. São responsáveis pelo imposto de importação: transportador e depositário.

103. O regime de tributação simplificada se aplica para remessas postais internacionais e encomendas aéreas

internacionais. Cobram-se 60% sobre o valor aduaneiro. O regime de tributação especial é aplicado para os bens trazidos

por viajante (ou adquiridos em loja franca) que excederem a quota de isenção. Cobram-se 50% sobre o valor que exceder.
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104. O imposto de exportação (IE) incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. Para efeito de

cálculo do IE, considera-se ocorrido o fato gerador na data do RE (registro de exportação) no Siscomex.

105. Compõem o valor aduaneiro, juntamente com o valor da mercadoria, o frete e o seguro internacionais, gastos com

carga, descarga e manuseio associados ao transporte da mercadoria (estes grifados foram deixados a cargo de cada país e o

Brasil os incluiu no VA). Não compõem o valor aduaneiro: comissão de compra, montagem do equipamento no

estabelecimento do importador e assistência técnica, frete interno no país do importador e demais operações realizadas no

território brasileiro.

106. O despacho aduaneiro de importação é processado, como regra, no Siscomex (DI ou DSI), mas há exceções: a DIRE, de

remessas expressas, é registrada no sistema Remessa; a DSI formulário e a Nota de Tributação Simplificada (NTS) não são

registradas em sistema.
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107. Em geral, as mercadorias ingressadas no País amparadas por um regime aduaneiro especial são submetidas ao

despacho para admissão. O drawback é uma exceção, sendo os bens submetidos a despacho para consumo.

108. Na exportação, o RE (registro de exportação) deve ser anterior à DE (declaração de exportação). O despacho se inicia

com o registro da declaração de exportação (DE). Cada RE somente pode ser vinculado a uma DE (Declaração de

Exportação). Por outro lado, uma DE pode conter mais de um RE. Regra geral: Embarque após o RE e o desembaraço da DE.

Mas há casos de RE e DE posteriores ao embarque.

109. O regime de admissão temporária é inaplicável relativamente a bens objeto de arrendamento mercantil financeiro

(leasing financeiro) contratado com entidades arrendadoras sediadas no exterior. Mercadoria objeto de arrendamento

operacional (leasing operacional) pode ser submetida à admissão temporária. Ainda sobre admissão temporária, um bem

que é doado do exterior para uma pessoa no Brasil, por exemplo, não pode ser caso de admissão temporária por não

possuir o caráter de permanência temporária, já que a propriedade do bem é transferida.


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110. Lojas francas são recintos instalados em zona primária de portos e aeroportos alfandegados, onde podem ser vendidas

mercadorias nacionais ou estrangeiras. Atualmente, há previsão de instalação de loja franca em pontos de fronteira

alfandegados, situados nos municípios brasileiros chamados de cidades gêmeas das cidades estrangeiras situadas nas

linhas de fronteira do Brasil. Porém, tal instalação ainda carece de normatização por parte da RFB.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL - MISSAGIA E RODRIGO LUZ

111. O protecionismo consiste na imposição de barreiras às importações. Diversas são as justificativas para que os países

adotem essa política comercial, sendo algumas delas permitidas pela OMC, tais como: proteção à indústria nascente, déficit

em Balanço de Pagamentos, promoção da segurança nacional e defesa comercial.

112. A Cláusula da Nação Mais Favorecida, no art. I do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), dispõe que todo

benefício dado a um país deve ser estendido para os demais signatários do Acordo. Esta cláusula comporta exceções:

benefícios concedidos dentro de blocos regionais de integração ou de sistemas preferenciais podem ficar restritos aos seus

membros.

113. A Organização Mundial do Comércio (OMC) foi criada em 1994 e está sediada em Genebra. Suas funções são: i)

administrar os acordos comerciais multilaterais; ii) servir de foro para negociações comerciais multilaterais; iii) solucionar
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controvérsias comerciais; iv) fiscalizar as políticas comerciais dos países-membros; e v) Cooperar com o FMI e com o BIRD

para coordenação das políticas econômicas em escala mundial.

114. Se dois ou mais países decidirem formar uma união aduaneira, eles eliminarão as barreiras no comércio entre si. Além

disso, passarão a aplicar alíquotas de imposto de importação essencialmente iguais no comércio com terceiros países,

estando previstas na TEC (tarifa externa comum).

115. O Mercosul foi criado em 1991 com o objetivo de se instituir um mercado comum entre Brasil, Argentina, Paraguai e

Uruguai, até dezembro de 1994. Posteriormente, a Venezuela passou a fazer parte como país-membro. O objetivo de

mercado comum ainda não foi alcançado, estando o bloco no estágio de união aduaneira imperfeita, pois o comércio

intrabloco ainda possui algumas barreiras e vários produtos importados de terceiros países podem ser tributados com

alíquotas diferentes das previstas na TEC.


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116. As investigações relativas à defesa comercial são conduzidas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), que pode,

ao final do processo, propor a aplicação de medidas antidumping, compensatórias ou de salvaguarda. A fixação das

alíquotas antidumping e compensatórias compete à Câmara de Comércio Exterior (Camex). Já a fiscalização, a cobrança e a

arrecadação desses direitos competem à Receita Federal do Brasil.

117. O controle administrativo no comércio exterior existe para que o governo brasileiro autorize importações e

exportações. Pela legislação atual, as importações brasileiras estão, em regra, dispensadas do controle administrativo, ou

seja, dispensadas de licenciamento. As demais se sujeitam a licenciamento automático ou não-automático.

118. A nomenclatura de mercadorias usada no comércio exterior brasileiro é a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul).

Ela possui 8 dígitos, tendo como núcleo rígido os 6 dígitos do Sistema Harmonizado (SH). Possui 2 Regras Gerais

Complementares (RGC) e deve ser utilizada tanto nas importações quanto nas exportações brasileiras.
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119. O contêiner, quando utilizado como unidade de carga, não é objeto de classificação fiscal. Contêiner não é embalagem,

mas equipamento de transporte. Como unidade de carga, é submetido ao regime de admissão temporária, de forma

automática. Cuidado: pode vir uma questão onde o contêiner seja importado como mercadoria. Nesse caso será tratado

como mercadoria, e não como unidade de carga, sendo classificado também na NCM.

120. O regime aduaneiro especial de entreposto aduaneiro na importação (EAI) pode ocorrer com ou sem cobertura

cambial, ou seja, sobre mercadorias compradas do exterior ou apenas trazidas em consignação.


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