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INTRODUÇÃO
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Engenheiro Florestal, Pós-graduando em Gestão Ambiental, Tenente do Corpo de Bombeiros Militar
de Mato Grosso, 4º BBM, Rua João Pedro Moreira de Carvalho, S/N, Bairro Setor Industrial Sul, Tel
3515-8157, CEP 78557-057, Sinop/MT. leandro@bombeiros.mt.gov.br
O manejo inadequado pode causar agressões à fauna resultando na
redução da abundância de determinadas populações mesmo antes que
ocorra sua extinção local ou regional (PAIVA, 1999) e, como consequência, os
ecossistemas sofrem modificações nas estruturas das comunidades que, com
suas populações reduzidas, podem não mais desempenhar sua função
ecológica de forma satisfatória (REDFORD, 1997).
Em virtude da grande urbanização de cidades em pleno crescimento, os
hábitats dos animais silvestres foram invadidos pela população causando o
êxodo rural das espécies que acabam se deslocando para áreas urbanizadas
buscando abrigo, alimento e um local livre dos predadores e competidores
naturais (JACOBI, 2011). Outro fator importante a ser ressaltado é o fato de
que no período chuvoso muitas áreas ficam alagadas fazendo com que os
animais procurem locais mais amenos nas cidades.
O Estado de Mato Grosso possui três biomas bem distintos sendo eles
Pantanal, Cerrado e Floresta Amazônica, o que denota uma riqueza faunística
muito ampla e exuberante, recaindo sobre todos nós o dever de protegê-la,
fato explícito na Constituição Federal. Neste sentido, o Corpo de Bombeiros
Militar também contribui para a preservação das espécies no momento em
que atende às ocorrências, procede com a captura sem agredir o animal e
reintroduz em seu habitat natural.
O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso possui unidades em 17
(dezessete) municípios do Estado ainda e atende a diversas ocorrências
envolvendo a fauna silvestre, o que compreende desde a captura de inseto
até a contenção de animais de grande porte. Durante os cursos de formação
os militares são treinados para realizar a correta captura e formas de
contenção para que o animal não sofra, porém, até o momento, o CBMMT
ainda não possui nenhum médico veterinário em suas fileiras e nenhuma
parceira firmada com órgãos competentes para identificar os animais
resgatados. Seria necessária uma estrutura para a recepção dos animais e
procedimentos técnicos para a identificação taxonômica possibilitando um
diagnóstico das principais espécies resgatadas no Estado, a fim de verificar
quais figuram como as principais no atendimento gerando procedimento
operacional padrão.
As ocorrências de salvamento são necessárias para dar continuidade à
vida em toda e qualquer circunstância, sendo definido como “a atividade de
resgatar vidas humanas, salvar animais e patrimônios, prevenir acidentes e
resgatar corpos” (MANUAL DE FUNDAMENTOS DO CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR DE SÃO PAULO, 2006). Portanto, a ação de captura
de animais silvestre é reconhecida como atividade de salvamento.
No entanto, para viabilizar o processo de resgate e reintrodução de
fauna como estratégia eficiente para conservação das espécies bem como
assegurar que este tipo de ação não seja ilícito, uma abordagem sobre o
embasamento legal das ações do CBMMT é primordial. Nesse sentido, o
objetivo do presente trabalho foi analisar as leis que respaldam o atendimento
a ocorrências envolvendo animais silvestres.
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi realizada uma revisão acerca da questão legal ambiental,
embasando a execução da atividade, de acordo com o que está em vigor no
país, apontado que o manejo e o controle da fauna sinantrópica e doméstica
nocivas, pode ser realizado pelo CBMMT sendo facultada a articulação com
demais órgãos.
O CBMMT atuando dentro do que preceitua a sua missão, pode sim
atuar sem cometer crime ambiental nestas ocorrências de captura de animais,
pois atua de forma a garantir a proteção da vida ao não deixar exposta a
comunidade, porém há de se pensar em como a missão também é de
proteger o meio ambiente, devendo-se, se possível, sempre tentar evitar a
morte dos animais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
PETERS, E.L. & PIRES, P.T.L. 2002. Legislação Ambiental Federal. 2ª ed.
Ed. Juruá. Curitiba. 476p.
REDFORD, K.H. 1997. A floresta vazia. p.1-22. In: VALADARESPADUA, C. &
BODMER, R.E.(eds). Manejo e conservação de vida silvestre no Brasil.
Ed. Sociedade Civil de Mamirauá.