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CET em Telecomunicações e Redes

Telecomunicações

Lab 13 Antenas

Objectivos

Familiarização com o conceito de atenuação em espaço livre entre o transmissor e o


receptor; variação do campo radiado com a distância; razão entre a directividade e ganho de
uma antena; análise das características particulares de vários tipos de antenas.

Equipamento utilizado

As Figuras 1.1 e 1.2 mostram os vários tipos de antenas usadas neste trabalho.

(a) (b)

Figura 1.1 – Antena de dois elementos (a); Dipolo dobrado (b).

(a) (b)

Figura 1.2 – Antena Yagi (a); Antena X-Quad (b).

Discussão:

A utilização de antenas na transmissão e/ou recepção de sinais implica a análise prévia


de um conjunto de parâmetros associados ao tipo de ligação a estabelecer que conduza à
escolha correcta do tipo de antenas a usar. O emprego de uma antena adequada constitui um
factor determinante para a qualidade de recepção dos sinais transmitidos. Os parâmetros mais
importantes a analisar são, por exemplo, a atenuação em espaço livre, entre emissor e
receptor, a directividade ou ganho da antena, o tipo de polarização empregue, assim como o
isolamento de polarização, o diagrama de radiação da antena, as possíveis fontes de
interferência, etc. Alguns destes parâmetros são normalmente expressos em unidades
logarítmicas (dB).

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Co-polarização e polarização-cruzada

As ondas electromagnéticas radiadas por uma antena do tipo dipolo são usualmente
polarizadas verticalmente (campo eléctrico vertical) ou horizontalmente (campo eléctrico
horizontal) em relação à superfície da terra, como nos mostra a Figura 1.3.

Figura 1.3 – Campos eléctrico (E) e magnético (H) radiados pela antena transmissora na
direcção da antena receptora.

As condições óptimas de transmissão e recepção dos sinais radiados ocorrem quando


ambas as antenas têm a mesma polarização, isto é, quando se verifica adaptação de
polarização. Neste caso, ambas as antenas encontram-se igualmente orientadas no espaço, ou
seja, sobre o mesmo plano (vertical ou horizontal). Esta situação é designada por co-
polarização.
Se rodarmos uma das antenas de 90º, verifica-se que a recepção do sinal diminui
consideravelmente. Esta situação designa-se por polarização-cruzada (cross-polarization).
Dependendo do tipo de antena, é possível a recepção do sinal transmitido mesmo em
polarização-cruzada.
A diferença em dB entre a potência recebida em co-polarização (P2) e a potência
recebida em polarização-cruzada (P1) designa-se por atenuação ou isolamento de polarização
(X) e é dada por
P 
X = 10log  2  = P2[ dB ] − P1[ dB ] [dB] (1.1)
 P1 

Este parâmetro assume especial importância em sistemas de transmissão que empregam


simultaneamente ambas as polarizações, horizontal e vertical, na transmissão de sinais com
informação distinta (por ex. canais telefónicos ou de TV) na mesma banda de frequências. Esta
técnica designa-se por diversidade de polarização. O isolamento de polarização X permite,
portanto, avaliar o nível de interferência entre os sinais recebidos com diferente polarização.
Naturalmente, quanto maior for X maior é o isolamento entre polarizações, ou seja, menor a
interferência entre os respectivos sinais.

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Atenuação em espaço livre

A potência recebida PR por uma antena diminui com a distância d entre a antena de
transmissão e a antena de recepção, de acordo com a seguinte expressão:

2 2
 λ   c 
PR = PT   = PT   , (1.2)
 4πd   4πdf 

em que PT é a potência transmitida, d a distância entre o transmissor e o receptor, f a


frequência, λ o comprimento de onda (λ=c / f) e c a velocidade da luz (c=3×108 [m/s]).

O campo eléctrico recebido ER a uma distância d da antena transmissora pode ser


aproximado por

30 PT
ER = [V/m] (1.3)
d

Observando as expressões (1.2) e (1.3) verifica-se que a potência reduz-se com o quadrado da
distância, enquanto que o campo eléctrico é inversamente proporcional à distância.
A razão entre PT/PR designa a atenuação (em espaço livre) ao longo do percurso de
transmissão e é dada por

2 2
P  4πd   4πdf 
a0 = T =   =  (1.4)
PR  λ   c 

Normalmente a atenuação em espaço livre é dada em dB, isto é,

2 2
P   4π d   4π df 
a0 = 10log  T  = 10log   = 10log  (1.5)
 PR   λ   c 

ou
P   4π d   4π df 
a0 = 10log  T  = 20log  = 20log (1.6)
 PR   λ   c 

Combinando as constantes de (1.5), exprimindo a frequência f em MHz e a distância d em km,


resulta

ao = 32,44 + 20 log(f[MHz]) + 20 log(d[km]) dB (1.7)

Um método simples de determinar a atenuação em espaço livre é através do gráfico da Figura


1.4.
Na prática, outros factores como a superfície da terra, a altura das antenas, a chuva, a
existência de obstáculos no percurso de propagação do sinal, entre outros, contribuem para o
aumento da atenuação total de propagação dos sinais entre as antenas.

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Definição de ganho

O ganho de uma antena está intimamente relacionado com as propriedades direccionais


desta. Quanto mais uma antena radia numa determinada direcção, ou seja, quanto mais
directiva, maior é o ganho da antena. O ganho pode ser expresso em dB pela expressão

P 
G = 10 Log  ant  , (1.8)
 P0 

sendo Pmáx a potência radiada na direcção de máxima radiação e P0 a potência radiada por uma
antena isotrópica (radia uniformemente em todas as direcções) ou por um dipolo de
referência de λ/2.
Normalmente, usa-se como antena de referência um dipolo de λ/2 que tem um ganho de 2.15
dB, comparado com uma antena isotrópica. Noutros casos, onde não é possível termos uma
antena de referência, utilizam-se os métodos absolutos de forma a calcular o ganho da antena:
Método das duas antenas (método de Fraenz), aplicado a antenas iguais; Método das três
antenas (método de Friis).

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Figura 1.4 – Determinação da atenuação em espaço livre.

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Trabalho

1. Verifique que os interruptores de alimentação estão desligados.

2. Coloque o dipolo dobrado no transmissor e a antena de dois elementos no receptor,


ambas na horizontal, separadas de 1 m. Ligue o transmissor e ajuste a sua potência de
forma a obter no receptor um valor de 50% e ajuste o controlo de sensibilidade no
máximo. Determine a potência recebida e registe a potência emitida.

3. Rode a antena receptora para a vertical e verifique a diminuição da potência recebida.


Aumente a potência no emissor de forma a obter novamente o mesmo nível de
potência recebida no ponto 2. Registe a potência emitida.

4. Calcule a atenuação produzida pelo efeito de polarização-cruzada.

5. Utilize o gráfico da Fig. 1.4 para calcular a atenuação em espaço livre de uma onda
com uma frequência de 434 MHz, para as distâncias de:

d= 3m ; 30m; 300m; 3Km; 30Km

6. Coloque a antena de dois elementos no transmissor e o dipolo dobrado no receptor,


ambos na horizontal, separadas de 2 m. Ajuste o controlo de sensibilidade no máximo.
Ligue o transmissor e ajuste a sua potência para que no receptor se atinja um nível de
recepção de 100%.

7. Registe o valor da potência emitida (P1) com a antena de dipolo dobrado (G=2.15 dB).
Substitua a antena receptora por um dipolo dobrado com reflectores, varie a potência
no transmissor (P2) de forma a obter novamente a mesma potência recebida
anteriormente. Calcule o ganho desta nova antena. (G=2.15+10Log(P1/P2) dB).

8. Substitua a antena receptora por uma antena Yagi e repita o procedimento do ponto
7. Por fim por uma antena X-Quad. Preencha o quadro da página seguinte.

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MEDIÇÕES

2: Pr =

3: Pe =

4:

5:

Distância 3m 30 m 300 m 3 Km 30 Km
Atenuação (dB)

7 e 8:

Potência Ganho Potência


transmitida recebida
Dipolo
dobrado

Dipolo
dobrado com
reflectores
Yagi

X-Quad
(polarização
horizontal)

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