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Disciplina: CIN 7302 – Introdução à Representação Descritiva

Aula 2: representação descritiva: fundamentos teóricos, metodológicos


princípios norteadores
Docente: Djuli Machado de Lucca

Aula 2: Representação descritiva: Aspectos


históricos, fundamentos teóricos, metodológicos
e princípios norteadores
2h/a – 1h/a teórica, 1 h/a prática

21/03/2017

Djuli Machado de Lucca


Doutoranda em Ciência da Informação
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Estagiária Docente
djuli_mdl@hotmail.com 1
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Atividade 1: Socialização em duplas;

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REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA

“Descrição”
Latim: descriptio

cópia, design, traço, delimitação

Etimologicamente, descrição deriva da

preposição ‘de’ Escrever sobre


verbo ‘escrever’ 3
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REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA

É, hoje,

Rotina básica e indispensável em unidades de


informação, subsidiando grande parte das
atividades inerentes a UI
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REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA

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Impossível pensar em representação descritiva


sem pensar em…. CATÁLOGO

É um dos instrumentos mais antigos das bibliotecas!


E promove o acesso a documentos de arquivo

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CATÁLOGOS
Definição usual: “lista ordenada dos materiais
existentes em uma ou mais coleções de bibliotecas”

[…] um canal de comunicação estruturado, que veicula


mensagens contidas nos itens, e sobre os itens, de um ou vários
acervos, apresentando-as sob forma codificada e organizada,
agrupadas por semelhanças, aos usuários do acervo (MEY, 1995).

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Objetivos de um catálogo
Segundo Cutter:
1. Permitir a uma pessoa encontrar um livro do qual o
Autor
Título seja conhecido
Assunto

2. Mostrar o que a UI possui


de um autor determinado
de um assunto determinado
de um tipo determinado de literatura

3. Ajudar na escolha de um livro


de acordo com sua edição (bibliograficamente)
de acordo com seu caráter (literário ou tópico) 10
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Objetivos de um catálogo

Segundo Ranganathan:

Um catálogo deve ser projetado para:

Revelar a cada leitor o seu documento;


Revelar a cada documento o seu leitor;
Poupar o tempo do leitor;
Poupar o tempo da equipe.
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Uma breve história da representação descritiva

• Período antigo – a.C. - A partir de 2.000 a.C., encontra-se registros


de catálogos (listas) escritos em tabletes de argila (Babilônia) e
papiros (Egito);

• +/- 250 a.C. – bibliotecas de Alexandria (Egito) e Pérgamo (Grécia)


– conceito de autor como ponto de acesso a uma obra;

• Idade média – início do período com catálogos arcaicos, contendo


apenas título, e, às vezes, nome do autor, sem ordem visível;

• Idade média – final do período: catálogos incluíam título, número de


página do livro, número de volumes na coleção. 12
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Uma breve história da representação descritiva

• Século XV
Surgimento das remissivas, arranjo alfabético, padronização
da entrada dos nomes pessoais pelo sobrenome, inclusão
dos registros de tradutor, impressor, data e número do
volume.

• Século XVII
– Thomas Bodley (Inglaterra): Criação do arranjo sistemático
– Frederic Rostgaard (Paris): arranjo por assuntos; elaboração
de índices alfabéticos por assuntos e autores;
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Uma breve história da representação descritiva

• Século XVIII
Catálogos alfabéticos, classificados, ou pelo tamanho dos livros, nomes
dos autores pelo sobrenome, mas também cronologicamente….

Explosão da
informação
(BURKE, 2002)

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Uma breve história da representação descritiva


• Século XIX – O problema do British Museum

• Melvil Dewey (USA)


• Charles Ami Cutter (USA)

• Paul Otlet
• Henri La Fontaine
(Bruxelas)

CONTROLE BIBLIOGRÁFICO UNIVERSAL


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Paul Otlet e Henri La Fontaine


IIB – Institut International de Bibliographie
hoje
FID – Federação Internacional de Informação e Documentação

• Há quem diga que chegaram a registrar 16 milhões de bibliografias


• Criaram a CDU
• Criaram o microfilme

Bibliografia universal – a base para a paz


• Fontaine – prêmio nobel da paz – 1913
• 1a. Guerra mundial
• Ideia retomada pela UNESCO após a 2a. guerra 16
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Uma boa solução para o controle universal:


venda das fichas catalográficas pela LC
(library of congress)

• Comissão para avaliação das regras adotadas pela LC -


criação do código da ALA (1908 / 2. ed. 1949);

• Criação do código da Vaticana (1920) – Utilizado pela


escola da BN;

• Em paralelo, código da ALA no Instituto Mackenzie (SP). 17


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• Criação da UNESCO – 1946


Programa de Controle Bibliográfico Universal (IFLA)
Catalogação cooperativa

• Criação do IBBD – Instituto Brasileiro


de Bibliografia e Documentação (Hoje
IBICT)

• Conferência de Paris (1961)

• Surgimento do Projeto MARC –


década de 1970
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• Surgimento AACR (Anglo-American Cataloging Rules) – 1967


AACR2 – 1978
AACR2R – 1988, 2002

• Surgimento ISBD(M) – International Standard Bibliographic


Description

• BIBLIODATA/ CALCO – Intercâmbio de registros bibliográficos -


1982 19
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• 1980: Início da discussão sobre descrição arquivística

O conceito de descrição arquivística é de 1974:

processo que visa estabelecer o controle intelectual sobre


o conjunto, através da preparação de instrumentos de
pesquisa
(Society of American Archivist – SAA, 1974)

Definição ampla e geral

Programa com o objetivo subjacente de estabelecer controle


físico, administrativo e intelectual sobre os materiais de arquivo
(David Gracy, 1989, membro da SAA)
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• 1988: Início da elaboração da norma ISAD (General


International Standard Archival Description) pelo Conselho
Internacional de Arquivos, com o apoio da UNESCO

• 1994 – Primeira versão do ISAD, revisada em 2001

• 2006 – Publicação da NOBRADE – Norma Brasileira de


Descrição Arquivística, que:

estabelece diretivas para a descrição no Brasil de documentos


arquivísticos, compatíveis com as normas internacionais em vigor
ISAD(G) e ISAAR(CPF), e tem em vista facilitar o acesso e o
intercâmbio de informações em âmbito nacional e internacional.
Embora voltada preferencialmente para a descrição de documentos
em fase permanente, pode também ser aplicada à descrição em
fases corrente e intermediária (NOBRADE, 2006) 21
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Funções da Representação descritiva (catalogação)

a) Permitir ao usuário:
1. Localizar um item específico
2. Escolher entre as várias manifestações de um item;
3. Escolher entre vários itens semelhantes, sobre os quais,
inclusive, possa não ter conhecimento prévio algum;
4. Expressar, organizar ou alterar sua mensagem interna.
b) Permitir a um item encontrar seu usuário;
c) Permitir a outra biblioteca:
1. Localizar um item específico;
2. Saber quais os itens existentes em acervos que não o seu
próprio. (MEY, 1995, p. 7)
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Princípios da Representação descritiva (catalogação)


Integridade
Fidelidade à representação, transmitindo informações passíveis de
verificação (Exemplo: [1975?])
Clareza
O código utilizado deve ser compreensível ao usuário (pássaros/ ornitologia)
Precisão
No código utilizado, cada informação só pode representar um único dado ou
conceito, sem dar margem à confusão (1984 – para data)
Lógica
Informações devem ser organizadas de modo lógico – do mais importante
para o menos importante
Consistência
A mesma solução deve ser sempre usada para informações semelhantes
(Márcio Souza/Souza, Márcio) 23
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Representação descritiva do século XXI

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Catálogos do século XXI

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Catálogos do século XXI

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REFERÊNCIAS

BRASCHER, M.; CAFÉ, L. Organização da Informação ou Organização do


Conhecimento? In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO (ENANCIB), 9., 2008, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 2008.
Disponível em: < www.slideshare.net/doritchka/brascher-e-caf-organizao-dainformao-ou-do-
conhecimento>. Acesso em: 03 mai. 2012.

BURKE, Peter. Problemas causados por Gutenberg: a explosão da informação nos primórdios da
Europa moderna. Estudos avançados, São Paulo, v. 26, n. 144, [online], jan./abr. 2002.

FUJITA, M. S. L. A leitura documentária do indexador: aspectos cognitivos e linguísticos influentes


na formação do leitor profissional. 2003, 321f. Tese (Livre-Docência em Análise Documentária e
Linguagens Documentárias Alfabéticas) – Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, 2003.

GUINCHAT, C. MENOU, M. Introdução geral ás ciências e técnicas da informação e documentação.


Brasília: IBICT, 1994.

FRANCA, A. S.; SILVEIRA, N. C. A representação descritiva e o acesso ao etnoconhecimento. In.:


Anais da Biblioteca Nacional, v. 131, n. 1, p. 13-30, 2011.

MEY, E. S. A. Introdução à catalogação. Brasília, Briquet de Lemos, 1995.

CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS (Brasil). NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição


Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.
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