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5 perguntas e respostas sobre a grave falha de

segurança, que com a correção, afeta a performance


das CPUs Intel
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cpus-intel/

William R. Plaza criou ontem às 18h17

Introdução

A Intel que ostenta mais de 80% no mercado de processadores está envolvida numa
polêmica que ainda não fazemos a mínima ideia da proporção que chegará. Nos tempos
atuais só de ouvir ou ler que alguma falha de segurança está presente em algum software
ou dispositivo já é motivo de alerta e de frustração, agora imagina que para a correção do
problema a performance desse dispositivo terá que ser reduzida; e como a falha é
extrementate grave a opção de não atualizar nem está em questão. Esse é resumo do
problema sobre uma falha grave de segurança que afeta as CPUs Intel lançadas nos
últimos 10 anos.

Embora o assunto ainda esteja meio no escuro em alguns pontos, já é possível esclarecer
alguns pontos desse problema que pode (e provavelmente vai) refletir no mercado de
CPUs. Elaboramos 5 perguntas e respostas sobre o tal problema. Vamos a eles!

Afinal de contas que falha é essa?

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No ano passado, em novembro, a Intel também teve seus processadores (da 6ª, 7ª e 8ª,
geração) envolvidos com uma problema de segurança, que no caso afetava o Mecanismo
de Gerenciamento (da singla em inglês ME), responsável por gerenciar o processador
em determinadas funções. Com o problema o cibercriminoso poderia controlar
remotamente o computador, lançando códigos de foma remota.

No caso dessa nova falha, o problema é maior por dois motivos: o impacto que causa na
performance e o procedimento que deve ser adotado para que a brecha seja corrida.
Dessa vez a falha está relacionada diretamente com o sistema operacional e o seu kernel,
permitindo que o atacante tenha acesso a essa área e que consiga, por exemplo, consultar
as senhas dos usuários.

Com a falha abre precedentes para que aplicativos acessem espaços reservados da
memória, que daria acesso aos recursos da máquina, como no caso o acesso as senhas.

Outro ponto grave é que com a falha o cibercriminoso pode passar peloKASLR (Kernel
Address Space Layout Randomization), um dos mecanismos de proteção que a Intel
levou anos para implementar, e que tem a função de dificultar os ataques ao kernel, ao
atribuir de forma aleatória endereços virtuais aos processos do sistema operacional,
sempre que é reiniciado.

Além dos usuários finais, o perigo também ronda no mercado corporativo, de serviços em
nuvem como Amazon EC2, Google Compute Engine e Microsoft Azure, que já está em
manutenção e retornará no dia 10 de janeiro.

Por que o desempenho é afetado?

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A performance do processador é comprometida porque na correção do problema, que está
sendo produzida pelas empresas responsáveis pelos OS, o kernel não poderá ser
acessado por nenhum processo em execução, dando mais trabalho para o processador.
Essa pequena mudança causa uma grande mudança no desempenho final. A estimativa é
que haja uma queda entre 5% e 30% na performance, dependendo da situação.

Os processadores Intel mantém o kernel em todos os endereços da memória virtual,


evitando que os dados ficassem no cache e depois tivessem que ser resgatados, porém
esse trunfo a favor da performance faz com que permanecesse na memória virtual, e
ataques fariam que ele pudesse ser acessado. Com o patch KPTI (Kernel Page Table
Isolation) o kernel é movido para um espaço completamente diferente, sem pemitir que
ele possa ser acessado por nenhum processo em execução, aumentando o trabalho do
processador.

O site Phoronix, já realizou alguns benchmarks com o Core i7-8700K (8ª geração) e
Core i7-6800K (6ª geração), e realmente há uma bela queda na performance em algumas
ferramentas de benchmarks. Confira abaixo: a barra roxa é o resultado antes do update e a
verde pós-update:

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Em jogos a performance permanceu praticamente a mesma:

Como o problema pode ser resolvido?

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No caso da falha no Mecanismo de Gerenciamento, a Intel adotou o seu tradicional update
do microcodigo, porém na falha de agora isso não poderá ser utilizado, a correção
depende bem mais das empresas responsáveis pelos sistemas operacionais, e a correção
que deve ser aplicada causará um impacto negativo bem significativo na performance do
processador.

O update já foi liberado?

Em partes. Por enquanto somente o Linux já conta com uma correção para o problema.
A Intel ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, com explicações mais técnicas
e a lista colossal de processadores que são afetados. A Microsoft já está correndo contra
o tempo para proporcionar a solução, a previsão é que seja liberado na próxima terça-feira,
com o famoso "Patch Tuesday". A Apple vai pelo mesmo caminho e também
providenciará uma atualização para corrigir a falha.

Como se reflete no mercado?

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Embora Intel e AMD estejam mais próximas, já que serão lançados processadores da
linha Core com chip gráfico Radeon RX Vega, negócios são negócios, e a gigante de
Sunnyvale fez questão de ressaltar que seus processadores não sofrem com essa falha.

Segundo a Fortune, com a revelação desse problema as ações da AMD subiram 7,2%,
enquanto as da Intel caíram 3.8%.

No ano passado escrevi que a linha Ryzen da AMD era o retorno que o mercado
precisava , já que abre margem para uma concorrência mais ferrenha na corrida por
melhores preços e também uma alternativa à altura para que exemplos como esse
problema de agora possam ser levados em conta em quando se planeja fazer um upgrade
no PC!

Por William R. Plaza. Revisado hoje às 11h53

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