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Apostila de Piscicultura (gentileza CAAL*)

01- MERCADO
02- PRINCIPAIS PEIXES INDICADOS PARA CULTIVO
03- LOCALIZAÇÃO
04- PROCESSO DE CRIAÇÃO
05- PRATICA DE CULTIVO E DOENÇAS
06- ALIMENTAÇÃO

No caso da criação de peixes é essencial saber para quem se vai produzir. O perfil do consumidor vai designar quase tudo, com
timativa de potencial de consumo. O consumidor é o principal dos três segnentos que compõem o chamado "mercado". )s ou
tudá-los. como já foi afirmado anteriormente, o negócio de criação de peixes tem inúmeras possibilidades. Mas, dentro do pl
ócio derivado da piscicultura, voltado para o lazer e que vem se desenvolvendo de forma acelerada será analisado em capítulo
a produção encomendada pôr consumidores de grandes quantidades, como os supermercados, pôr exemplo. Na avaliação do
destinada ao consumo da Semana Santa. Para ele, com o advento dos pesque-pague o consumo cresceu e se prolongou pôr v
mercado consumidor de peixes revelam que o brasileiro não tem o hábito de consumir a carne de peixe, que de longe é supe
ama do peixe, dependendo da espécie, pode chegar a custar vinte vezes mais que o mesmo peso em carne de frango. Apesar
eguir:

Consumo pôr pessoal


País Consumo pôr pessoal ano (em kg)
Japão 50
Suécia 35
Portugal 30
chile 10
Brasil 5

fornecedores, com o maior número de dados possíveis, é fundamental para o sucesso de uma empresa do ramo. No caso da c
obrar responsabilidade, na qualidade dos alevinos e rações fornecidas. Diante da inexistência de associações de criadores, um
dem ser encontradas relações de locais onde podem ser adquiridos os alevinos.

Concorrentes, os balizadores do mercado


ço, quanto na qualidade do produto oferecido, na estratégia de venda ou nos resultados gerenciais obtidos. Os concorrentes n
nde esta disputa existe, o mercado tende a ser mais promissor. Isto deve-se à natural tendência de redução nos preços dos pro

02- PRINCIPAIS PEIXES INDICADOS PARA CULTIVO

Quais são as espécies mais rentáveis e de melhor adaptação


Para que uma espécie de peixe seja considerada adequada para o cultivo, ela deve
apresentar algumas características às quais o produtor deve estar sempre atento, como consta
em orientação do livro "Manual de Piscicultura Tropical", de Carlos Eduardo Martins de
Proença e Paulo Roberto Leal Bittencourt, editado pelo Instituto do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A primeira destas características é que a espécie
deve ser facilmente propagáveis, natural ou artificialmente, isto é, poder produzir
anualmente um grande número de alevinos. Também é importante apresentar bom
crescimento em condições de cativeiro e ser resistente ao manejo e às enfermidades mais
comuns. As orientações técnicas também indicam ser necessário que estas espécies
apresentem um hábito alimentar onívoro, herbívoro, iliófago, detritívoro, fitoplantófago,
zooplantófago ou plantófago. Se a espécie for carnívora, ela deverá ser de alto valor
comercial e aceitar alimento não-vivo, de preferência ração peletizada. . Outro ponto muito
importante, e que deve servir como peso da balança para a escolha da espécie, é que ela deve
ter boa aceitação no mercado. A seguir, de forma bastante resumida, apresentamos as
características das espécies mais facilmente encontradas nas unidades produtoras de alevinos
no Brasil , atualmente. Vale relembrar que os técnicos das empresas de manejo e mesmo das
associações de aqúicultores têm informações mais completas sobre estas espécies.

Espécies
Tambaqui e tambacu

O tambaqui é uma das principais espécies do rio Amazonas, podendo alcançar até 20 kg.
Tem a carne bastante apreciada e se adapta bem ao cativeiro, onde atinge, em condições
ideais de temperatura e alimentação, até 1,4 kg em um ano. Com crescimento mais rápido
que o pacu, porém menos resistente ao frio, registra alta mortalidade em temperaturas abaixo
de 1 5ºc. É onívoro e aceita rações. É peixe de piracema e não desova ais indicadas para o
cultivo naturalmente em cativeiros. O tambacu, ou paqui, resultante do cruzamento da fêmea
de tambaqui com o macho do pacu. Menos sensível que o tambaqui ao clima subtropical,
pode adaptarse a temperaturas abaixo de 20ºc. Mas se esse híbrido for fértil e escapar para a
natureza, ameaça o futuro das duas espécies das quais se originou. Tanto o tambaqui quanto
o tambacu têm carne saborosa e aceitam bem a ração em cativeiro. O tambaqui só se
reproduz artificialmente em tanques.

Pacu

Também conhecido como pacu-caranha, na região Centro-Oeste, e pacu-guaçu, no


Sudeste, é um peixe originário da Bacia do Prata, habitando principalmente os rios do Pantanal
Mato-grossense, onde chega a atingir até 18 quilos. Desenvolve-se melhor em ambientes com
temperaturas entre 20/30 mas resiste bem a temperaturas abaixo de 20ºc. É um peixe onívoro,
pode ser alimentado com frutas, sementes, grãos, pequenos moluscos, crustáceos, insetos e
também com ração com 22% a 30% de proteínas. Peixe de piracema, só se reproduz em
cativeiro com indução artificial. Nos viveiros pode ultrapassar 1,1 kg em um ano de cultivo.
Sua carne é muito saborosa, podendo apresentar acúmulo de gordura se receber alimentação
muito rica em proteínas. Nos policultivos deve ser a espécie principal. Quando cultivado com
as carpas, come as nadadeiras das mesmas.

Curimbatá
Também chamado de curimba, corumbatá, grumatá, curimatá ou curimatá, é um peixe
muito conhecido do Rio Grande do Sul até o Nordeste do país. Cresce melhor em viveiros
grandes, podendo atingir até 800 gramas no primeiro ano Têm hábito alimentar iliófago, isto
é uma espécie de fundo de tanque, sua carne tem ligeiro gosto de terra. No policultivo, onde é
utilizado como espécie secundária, sua função é remover o lodo, liberando os gases tóxicos e
colocando a matéria orgânica em suspensão, o que ajuda a adubar os tanques.

Carpa comum

Espécie de origem asiática cultivada praticamente em todo o mundo, possui qualidades


importantes para produção em viveiros, como resistência a doenças, facilidade de manejo e
reprodução. Em algumas regiões do Brasil seu sabor e aparência não são bem aceitos pêlos
consumidores. As variedades mais cultivadas são a carpa escama, a espelho e a colorida, sendo
esta última mais apreciada para fins decorativos. Têm hábito alimentar bentófago e onívoro,
ou seja, alimenta-se de preferência de pequenos vermes, minhocas e moluscos que vivem no
fundo dos tanques e se adapta bem aos mais diferentes tipos de alimentos. As carpas
apresentam crescimento rápido, atingindo facilmente 1,5 kg em um ano. Podendo ser
utilizadas em policultivo, se reproduzam em viveiros, apresentando uma desova por ano.
Artificialmente podem ser feitas mais de duas desovas ao ano.

Carpa capim

Esta espécie da carpa chinesa, com a cabeça grande e prateada, come principalmente algas,
plantas aquáticas, frutas, raízes e capim, como o nome indica. Esse hábito alimentar torna-a
muito importante no policultivo, pôr manter o tanque limpo. Além disso, suas fezes
abundantes ajudam a fertilizar a água, facilitando a proliferação do plâncton, o alimento de
outras espécies. Sua carne magra e de sabor semelhante ao da traira é muito apreciada pêlos
consumidores. Tem crescimento muito bom e pode atingir até 1,5 kg no primeiro ano. No
cativeiro só se reproduz com indução artificial.

Carpa cabeça grande

Essa carpa chinesa alimenta-se de algas e de zooplâncton. Não aceita muito bem outros tipos
de alimentos e rações. É indicada unicamente para policultivo, e como espécie secundária.
Peixe de carne magra e saborosa, tem boa velocidade de crescimento, podendo atingir até 2
kg em um ano. No Brasil, os machos atingem a maturidade sexual com dois anos e as fêmeas
com três anos de idade. Em cativeiro a reprodução é artificial pelo processo de hipofisação.

Bagre africano

Vem se popularizando em viveiros pôr resistir a baixos níveis de oxigenação na água, pois
pode sobreviver e deslocar-se, ficando tora da água pôr longos períodos respirando ar
atmosférico através de pseudopulmóes. E dono de alta conversão alimentar, aceita de
zooplâncton até pequenos peixes, rações artificiais e vísceras de outros animais. chega a
crescer até mais de 1 kg no primeiro ano. Também conhecido pôr darias, tem carne
avermelhada e com pouca gordura, atingindo um quilo em um ano. Atinge a maturidade sexual
com nove meses de idade, mas sua reprodução tem que ser induzida. O Ibama proíbe seu
cultivo - e também o do bagre do canal (catfish) em boa parte do território brasileiro. Para
cultivar esta espécie, portanto, é fundamental consultar o Instituto na região em que se
pretende implantar o cativeiro.

Tilápia

É um peixe que se reproduz com muita facilidade, mesmo em tanques, apesar de não
apresentar um ritmo de crescimento muito rápido. Embora sua carne seja saborosa, não é
muito valorizada no mercado. Pôr esse motivo é utilizada como peixe forrageiro nas criações
de peixes carnívoros.

Tilápia do NILO

Entre as várias espécies existentes, esta é a mais utilizada para o cultivo, pôr apresentar um
melhor desempenho, principalmente os machos. É um peixe africano muito rústico e com
carne saborosa. Possui hábito alimentar planctófago e detritívoro, alimentando-se, em
primeiro lugar, do plâncton e em menor proporção de detritos orgânicos, aceita bem rações
artificiais. Atinge cerca de 400 gramas a 600 gramas no período de seis a oito meses de cultivo.
É também utilizado como peixe forrageiro, servindo de alimento na criação de peixes
carnívoros. A maior restrição ao seu cultivo é sua reprodução precoce, a partir de quatro meses
de idade, o que gera o superpovoamento de tanques. Este problema pode ser contornado com
a utilização apenas de alevinos machos, sexados manualmente ou revertidos através de
hormônios sexuais, que são facilmente encontrados em vários fornecedores de alevinos.

Piau

Esse peixe nativo, muito apreciado pelo sabor de sua carne, tem desaparecido dos rios e
despertado o interesse no seu cultivo. As espécies cultivadas são o piau verdadeiro, o piauçu
e a piampara. Tem hábito alimentar onivoro, aceitando bem os grãos e as rações artificiais.
Apresenta um bom crescimento, chegando a 800 gramas e até a 1 kg no período de um ano.

policultivo - o melhor resultado na criação de peixes


A sugestão dos técnicos é que se faça a criação de diversas espécies num mesmo
viveiro, o policultivo.

Normalmente os critérios utilizados são de utilização de 90% de peixes de superfície - como


o pacu e o tambaqui - e o restante dividido entre duas espécies de meia água - como a carpa
chinesa - e duas espécies de fundo - curimbatá e carpas comuns. A distribuição tem como
objetivo dar melhor aproveitamento à alimentação, já que os peixes de superfície não buscam
comida no fundo do tanque, evitando-se, dessa forma, o desperdício. Ao criar peixes
carnívoros, como a traira, pôr exemplo, o criador deve associá-los a peixes menos valorizados
comercialmente, como a tilápia. O iniciante neste tipo de negócio precisa se familiarizar com
a atividade partindo para a engorda dos alevinos e, mais tarde, se for seu desejo, para o
processo reprodutivo que, sem dúvida, exige maior aporte técnico e de capital. Mesmo para o
policultivo, o criador deve buscar amparo em empresas técnicas que tratam do assunto, para
evitar problemas futuros. Juca Paiva disse que iniciou seu negócio com a criação de tilápias,
que serviriam de forragem para o tucunaré. O resultado foi um desequilíbrio nos tanques, pois
o tucunaré é um peixe carnívoro muito voraz. "Depois desta experiência fui visitar a Codevasf
(Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), onde encontrei informações
técnicas", conta seu Juca. Ele disse que depois desta correção de rumos, fez os primeiros
tanques, comprou alevinos e mais tarde começou a comprar prós-larvas. A experiência, com
apoio técnico, deu certo. Hoje, além de tirar para a criação ele já vende o excesso, passando a
fazer a própria reprodução. Há oito anos Juca Paiva está no ramo e há três opera
comercialmente, vendendo toda a sua produção. O outro tipo de cultivo, conhecido como
monocultivo, consiste na criação de uma única espécie num viveiro. Ele é mais comum em
locais onde não existe a oferta de alevinos de várias espécies. A maior desvantagem é a
subutilização dos alimentos naturais não consumidos pela espécie escolhida. Esses dois tipos
de cultivo voltarão a ser tratados em outro capítulo

03- LOCALIZAÇÃO

Água, solo e inclinação do terreno são os principais


determinantes
Para viabilizar o projeto de piscicultura e otimizar o empreendimento é necessário estar
atento a alguns aspectos ligados ao local de implantação do negócio. Segundo os
especialistas em aqúicultura do Ibama, Carlos Eduardo Martins de Proença e Paulo Roberto
Leal Bittencourt, informam no livro Manual de Piscicultura Tropical, "estes fatores se
referem à topografia da área de implantação do projeto, o tipo de solo onde ele será
executado, a avaliação da quantidade e qualidade da água que será destinada ao
abastecimento dos tanques, viveiros ou açudes e também à vegetação local". Os técnicos do
Ibama também advertem que não se deve deixar de considerar, também, os dados
meteorológicos que poderão influenciar, inclusive, os parâmetros considerados, após os
levantamentos dos dados hidrológicos. O reconhecimento e seleção da área de implantação
do projeto devem estar vinculados ao tipo de projeto que se pretende desenvolver, às
espécies que serão cultivadas, ao manejo adotado e ainda à facilidade de acesso para a
comercialização. Todos estes aspectos vão interferir diretamente no sucesso do
empreendimento, no Iayout da unidade e no processo construtivo, principalmente para os
casos de piscicultura em tanques e viveiros. Vale lembrar que a escolha da área definirá o
tamanho da exploração e a determinação dos custos de implantação, além da viabilidade
técnica e econômica do negócio.

Topografia
Segundo o "Manual de Piscicultura Tropical", este aspecto da escolha da localização
determina, essencialmente, a viabilidade econômico-financeira do investimento no que se
refere ao trabalho de movimentação de terra na construção das instalações. Em áreas de
topografia praticamente plana esses trabalhos serão minimizados. Em terrenos acidentados,
evidentemente, haverá maior volume de trabalho de terraplanagem. É a topografia que
determinará o volume de terra a ser movimentado na construção das instalações. Dela sairão
os condicionantes de tipo, superfície, forma e o número de viveiros. De um modo geral,
terrenos com inclinação de até 5% são os mais indicados, por serem menos onerosos e
possibilitarem maior superfície de área inundada. Ainda neste fator deve-se observar a
distância e a cota entre o ponto de captação da água e o local dos tanques e viveiros,
correlacionando-se essa cota com o nível mais elevado da área de tanques, de modo a
permitir o abastecimento de água através da gravidade. Em resumo, será necessário, para a
construção do parque aquático, determinar a declividade do terreno, a diferença de nível
existente nos diversos pontos que delimitamos viveiros e a linha de contorno e a medida
horizontal e angular. Os equipamentos utilizados na medição da área vão de uma simples
trena, mangueira transparente e estacas de madeira até o teodolito, que é o instrumento mais
apropriado para esse tipo de trabalho. Para se atingir um levantamento topográfico acurado
do terreno deve-se proceder à fixação de uma referência de nível e da linha Norte-Sul.
Também deve-se determinar a poligonal de apoio, ou seja, a linha poligonal de contorno da
área, as dimensões, rumos e ângulos dos lados dessa poligonal. Pôr último, deve-se plotar as
curvas de nível a cada metro de desnível do terreno. Com estas ações serão obtidos a área e o
perfil do terreno. O levantamento deve incluir, ainda, o cadastro dos chamados elementos
notáveis existentes no terreno, como postes, divisas e riachos, entre outros. Deve-se evitar
que o local para implantação do projeto apresente falhas, grandes formigueiros, afloramento
de rocha e raízes de árvores de grande porte.

Solo
O solo mais adequado para tanques e viveiros é o que apresenta condições intermediárias
entre o arenoso e o argiloso. É necessário que ele tenha boa estrutura, que favoreça a
escavação do tanque e permita compactar as paredes e o fundo para evitar a infiltração
excessiva de água. É importante observar que a terra com predominância de argila é mais
difícil de ser escavada e favorece o aparecimento de rachaduras no tanque, quando este é
esvaziado. Já o solo muito arenoso não possui boa capacidade de retenção de água,
favorecendo a infiltração do terreno. O ideal é um solo que possua composição mínima de
40% de argila, pois segundo recomendação do médico veterinário e extensionista da Emater-
DF, Adalmyr Moraes Borges, em seu estudo Noções de Piscicultura - A criação de Peixes,
editado em julho de 1995, é necessário também, dependendo da localização do
empreendimento, fazer a correção do índice de acidez (pH> do solo, que influenciará na
acidez da água dos viveiros.

Quantidade de água
A atividade de piscicultura demanda água de alta qualidade e com quantidade abundante. O
volume de água necessário é calculado em função da área e da profundidade do viveiro. Em
um viveiro de 1 ha e de profundidade média de 1,5 m, são necessários 15.000 m3 (metros
cúbicos) de água. Para um viveiro com estas dimensões é recomendável que o enchimento
ocorra em 72 horas, portanto a vazão deve ser superior a 38,6 lis. Fórmulas para o cálculo de
vazão podem ser encontradas em livros de física ou, especificamente, no livro do Ibama
"Manual de Piscicultura Tropical". Depois do enchimento de um tanque ou viveiro, a
colocação de água deve ser promovida exclusivamente em três situações: para compensar
perdas pela evaporação, recuperar o volume perdido com infiltrações, ou recupera a taxa de
oxigênio da água, caso seja detectada uma deplexão.

Tipos de instalação
De acordo com o Manual de Orientação Técnica para Piscicultura, editado pelo Sebrae da
Bahia em 1993, as instalações empregadas em um projeto de exploração racional de peixes
podem ser compostas pôr viveiros ou tanques. Antes de se iniciar a construção de um açude
ou de tanques, deve-se efetuar o planejamento de todas as etapas a cumprir, especialmente
no caso dos viveiros. Ainda segundo o Manual de Piscicultura Tropical, com base no relevo,
tipo de solo, e características da bacia hidrográfica é que será estabelecido o Iayout do
conjunto. Isto significa que a disposição do açude e/ou viveiros será feita em função dos
pontos de captação da água, da avaliação dos serviços de terraplanagem e da quantificação e
dimensionamento do orçamento prévio estimativo das obras. Segundo os autores do manual
"existem situações que permitem, inclusive, a utilização integrada de açudes e viveiros".
Além da necessidade de conciliar a disposição dos viveiros com o mecanismo de
abastecimento pôr ação da força da gravidade, é importante planejá-los de maneira que a
maior dimensão dos tanques seja paralela às curvas de nível do terreno para promover
economia no trabalho de terraplanagem.

Viveiros - são reservatórios escavados em terreno natural, dotados de sistemas de


abastecimento e de drenagem. Estruturalmente são divididos em viveiros de barragem
(açudes) e de derivação.

Viveiros de barragem - são construídos a partir do erguimento de um dique ou


barragem capaz de interceptar um curso de água. Em geral são utilizados pequenos vales
para sua alocação. Entre as vantagens deste tipo de viveiro está o baixo custo de sua
construção. Apresentam, porém, uma série de aspectos negativos. O primeiro deles é o fato
de não se ter um controle efetivo da quantidade de água, com o constante perigo de
rompimento da barragem, em função das contribuições recebidas pôr fortes chuvas. Estas
instalações apresentam ainda dificuldade no manejo, especialmente no que se refere à
adubação, alimentação artificial e despesca.

Viveiros de derivação - geralmente são construídos em terrenos que apresentam


grande declividade ao longo do curso d'água, mas em pontos onde é fraco o declive
transversal do terreno. Tanto o abastecimento, quanto a drenagem deste tipo de instalação
são feitos pôr meio de canais. As principais vantagens deste tipo de viveiro são a facilidade
de manejo e o controle da entrada e saída do fluxo de água.

Tanques - A principal diferença deste tipo de instalação para os viveiros é que têm o
fundo revestido em base de alvenaria, pedra, tijolo ou concreto. Inicialmente foram
empregados como berçários, mas tornaram-se obsoletos nesta função. São recomendáveis
para terrenos arenosos e com grande infiltração. Seu custo de produção é alto e se contrapõe
à baixa produtividade. A principal desvantagem dos tanques é que, pelo fato de serem
revestidos, não desenvolvem os microorganismos necessários à alimentação dos peixes. Nos
locais onde ocorrem muitas variações de temperatura, é recomendável que a profundidade
dos tanques seja aumentada em 0,50 m, para evitar grandes oscilações.' Estas mudanças não
são sentidas principalmente no fundo (geralmente com 1,70 m) onde a maior parte dos
peixes se refugia, porque lá a temperatura da água costuma manter-se homogênea e estável.
O tamanho do tanque varia de acordo com a quantidade de peixes que se deseja criar. Outros
condicionantes são a oferta de água e a quantidade de matéria orgânica disponível na
propriedade. Para os viveiros de alevinaciem a área ideal está na faixa de 2.000 a 5.000 m2.
Entretanto, tanques de dimensões inferiores também podem ser utilizados. O principal
problema detectado com a redução nas dimensões dos tanques é que, conseqúentemente, fica
reduzida a superfície de água em contato com o ar, resultando em taxas menores de
oxigenação. Viveiros muito grandes, porém, apresentam como inconveniente as dificuldades
no manejo: são mais demorados para encher e esvaziar e requerem mais tempo na hora de
passar a rede, pôr exemplo. Como foi afirmado anteriormente, recomenda-se a utilização de
viveiros escavados na terra, que permitem mais eficiência no abastecimento, no tratamento
dos peixes, especialmente na captura, e no controle da alimentação e da fertilização. O
formato mais recomendado é o retangular, com paredes inclinadas em ângulos de 45 graus e
com até 2 m de profundidade. O nível da água varia, comumente, de 1,20 a 1,50 m. Já os
viveiros de barragem podem ter a forma alterada pela topografia do terreno e possuir
superfície de formato triangular ou até mesmo circular. Em seu estudo, o veterinário
Adalmyr Borges aponta também quatro aspectos que precisam ser considerados para a
construção de viveiros e/ou tanques:

Água - deve ser de boa qualidade, livre de agrotóxicos e poluentes. A vazão ideal
requerida é de 10 litros pôr segundo pôr hectare de área inundada (60 litros/minuto a cada
1.000 m2), o suficiente para o enchimento, renovações e compensar perdas provocadas pela
evaporação e infiltrações. O sistema de abastecimento deve ser individual, evitando-se a
transferência de água de um viveiro para outro.

Terreno - antes de iniciar a construção deve ser feita uma limpeza da área, com a
retirada total de galhos, raízes e restos de vegetação.

Dimensões - como geralmente são de formato retangular, o comprimento deve ser


igual a três vezes a medida da largura e a profundidade de até 2 m. Na piscicultura
doméstica os viveiros variam de 100 a 500 m2. Já na atividade comercial os tamanhos
podem variar de 1.000 a5.000 m2.

Esvaziamento - O fundo do viveiro deve ser bem plano e limpo e possuir uma
declividade de 1 a 0,5% em direção ao local de escoamento, localizado sempre do lado
oposto da entrada de abastecimento. Os sistemas mais comuns de escoamento são o de
cotovelos de canos de PVC (para viveiros de pequena e média dimensão) e de monge (para
viveiros grandes).

Adubar faz o peixe crescer e aumentar de peso


s técnicas de manejo se traduz, inevitavelmente, em maior rentabilidade no empreendimento. Das técnicas de manejo do cult
asicamente, na calagem e nas adubações. O processo de calagem é necessário quando a água do viveiro apresenta PH inferio
ma proporção de 1.000 kg/ha (também calculado pela fórmula l00g/m2). Com a obra do viveiro pronta, espalha-se um dos pro
cer à primeira vista, não são os peixes que consomem diretamente o adubo. A adubação dos viveiros, que pode ser orgânica o
on) dos quais se alimentam a maioria das espécies. A principal adubação dos viveiros deve ser a orgânica. Os adubos de melh
feitos superiores. A adubação química (inorgânica) deve ser feita de forma complementar. Em geral a água apresenta quantid
ão de peixes. Quinze dias após a calagem é feita a adubação inicial, junto com o enchimento do viveiro, de acordo com os seg

ADUBAÇÃO
TIPO PRODUTO QUANTIDADE em g/m2
Orgânica Esterco bovino 300
Orgânica Esterco suíno ou de aves 150
Química fosfatada Supertosfato simples 7,5
Química fosfatada Supertostato triplo 2,5
Química nitrogenada Sultato de amônio 13
Química nitrogenada Uréia 6,5

ordo com o Manual de Orientação Técnica para Piscicultura, editado pelo Sebrae/BA, os alevinos podem ser transportados d
A quantidade de alevinos pôr lote depende, fundamentalmente, do oxigênio disponível e da duração do translado. Considera
stico de 60 litros, desde que seja colocada uma parte de água para duas de oxigênio. Nas demais estruturas de acondicioname
principal deles é com relação à diferença de temperatura de transporte dos alevinos e a água do viveiro ou tanque. O choque
ada e eles sejam abertos. No caso da utilização de outra estrutura de transporte, adiciona-se, aos poucos, a água do ambiente d
consiste na construção de viveiros de recria, com área variando de 4 a 5% da área dos viveiros de engorda. Neles os alevinos
eixes cultivados, mas à medida em que se busca maior produtividade, a utilização de alimentos artificiais é imprescindível. A
tizadas ) ou flutuantes. Quando encarado como nutrição principal, o alimento artificial deve ser administrado diariamente, div
tal dos peixes no tanque. O método mais utilizado para estabelecer a quantidade de alimento a ser administrado é a biometria
aduação em gramas e um ictiômetro para medição do comprimento da amostra. O valor obtido na medição é multiplicado pe

Exemplo: cultivo intensivo de tambaqui

taxa de estocagem - 1 peixe m2

àrea do viveiro - 2.500 m2

peso médio da amostra - 200 g


quantidade de ração - 40/o da biomassa

Então tem-se:

2.500 peixes x 0,2 kg = 500 kg de biomassa

500 kg x 0,04=20 kg de ração diária, ou:

10 kg de ração pôr refeição ( 2 x ao dia ).

As rações balanceadas mais comumente encontradas no mercado são as seguintes:

RAÇÔES
Nome Peso
Crialevinos saco 40 kg
Cria Peixe 30% saco 40 kg
Cria Peixe 23% saco 40 kg
Cria Peixe Bagre saco 40 kg
Pirá Tropical ( flutuante ) saco 25 kg
deais à comercialização e consumo. Ela pode ser feita de forma total ou parcial. A parcial geralmente ocorre quando pôr algu
evar em consideração os períodos em que o produto atinge maior valorização no mercado, como pôr exemplo na Semana San
m refugiar-se na parte mais profunda do reservatório, facilitando a operação. Na retirada são utilizados, geralmente, rede de p
60 litros e tarrafas. De maneira geral, a despesca ocorre a partir de l0 a 12 meses do início do cultivo.

05- PRATICA DE CULTIVO

A escolha da forma de criar determina produtividade e custos


Os sistemas de exploração diferem de acordo com os cuidados dispensados à criação e irão
determinar a produtividade e os custos do produtor. Neste capítulo, tomando pôr base o
"Manual de Orientação Técnica" elaborado pelo Sebrae/BA, vamos apresentar as práticas e
os tipos de cultivo que ocorrem: cultivo extensivo, semi-intensivo e intensivo; monocultivo e
policultivo; e consórcio de peixes com a criação de outros animais.

Cultivo extensivo
Este é o tipo de exploração feita em açudes, lagoas, represas e outros mananciais, nos quais
o homem não controla os predadores, nem a qualidade da água onde se desenvolve o
alimento natural, único disponível para os peixes. A taxa de estocagem utilizada é de um
peixe para cada 10 metros quadrados.

Cultivo semi-intensivo
Neste caso o alimento natural desempenha um papel preponderante na produtividade da
cultura de peixes, contudo, em virtude de uma maior densidade de estocagem - em média de
três a cinco peixes a cada 10 metros quadrados - há necessidade de se fertilizar as águas e/ou
fornecer alimentos suplementares aos peixes, tais como grãos ( tipo milho e sorgo ) , farelos
( milho , sorgo , trigo , soja ) , tortas ( mamona, algodão ) e farinhas ( carne , peixe ) .

Cultivo intensivo
A característica principal deste cultivo é o uso de rações balanceadas na alimentação dos
peixes, em virtude das densidades de estocagem bastante altas - cerca de um peixe pôr metro
quadrado - o que torna os alimentos naturais bastante insuficientes, embora estejam
presentes na cultura e possam mesmo ser incrementados através de fertilizantes. O cultivo
intensivo é realizado em tanques e viveiros, e as formas de intervenção do produtor são as
mesmas utilizadas para a piscicultura semi-intensiva.

MonocuItivo
Como já dissemos, este é o tipo de cultivo em que é criada uma só espécie. Em geral é
utilizado em águas correntes, onde existe limitação de alimento natural e em locais onde não
existe oferta de alevinos de diferentes espécies. Comparativamente, e menos recomendável
que o policultivo. A maior desvantagem desta prática é a subutilização dos alimentos
naturais não consumidos pela espécie escolhida, pôr não fazer parte de seu hábito alimentar.

Policultivo
Como também já abordamos, esta prática consiste no cultivo de diferentes espécies de
hábitos alimentares distintos. Neste caso, ocorre um melhor aproveitamento dos alimentos
naturais disponíveis nos diversos estratos, o que propicia uma maior produtividade.
Uma desvantagem deste processo é a necessidade de separação das espécies no momento da
despesca, além da exigência de um maior rigor no manejo, para evitar um desequilíbrio no
ecossistema aquático, o que pode provocar competição entre as diferentes espécies.
As principais espécies cultivadas pôr esta prática e seus hábitos alimentares são a carpa
comum ( bentófaga e onívora ), pacu ( onívoro ), carpa capim ( herbívora ), carpa prateada (
fitoplanctófaga ), carpa cabeça-grande ( zooplanctófaga ), curimbatá ( iliófaga ) e tilápia (
planctófaga e detritiva ) . Com estas informações é possível selecionar as espécies mais
convenientes à exploração local.

Consórcio peixes / suínos


Neste tipo de consórcio de produção as fezes e urina dos porcos são escoadas diretamente
para dentro do viveiro. Os suínos são criados em galpões sobre ou próximos deste viveiro
para que todo o material, incluindo restos de ração, seja aproveitado pêlos peixes. As fezes
frescas contêm cerca de 200/o de alimento mal digerido, podendo ser aproveitadas
diretamente, enquanto o restante serve de adubo orgânico, estimulando a produção do
plâncton e bentos, que também serão consumidos.
A estocagem recomendada para estes casos é de 60 suínos para cada hectare. Neste tipo de
cultivo, sem qualquer outra forma de adubação e alimento complementar, pode-se estimar
uma produção em torno de 2 a 3,5 toneladas pôr hectare a cada ano.
Deve-se ter o cuidado quando produtos químicos, como vermífugos e desinfetantes, pôr
exemplo, forem aplicados no cultivo de suínos, porque estes produtos são prejudiciais aos
peixes, podendo, inclusive, provocar mortalidade, o que, sem dúvida, comprometerá o
resultado da piscicultura.

Consórcio peixes / aves


O esterco de aves é um dos adubos mais completos se comparado ao de outros animais, o
que assegura elevada produção de plâncton. No caso de consórcio com marrecos de Pequim,
devem ser utilizadas entre 300 e 500 aves pôr hectare e, para o cultivo, constroem-se
comedouros para as aves próximos às margens ou sobre uma ilha artificial de madeira ou
tela. Estas providências evitam o desperdício de ração, pois os restos que caem na água
também serão aproveitados pêlos peixes.
Além de adubar os viveiros com suas fezes, os marrecos intensificam a oxigenação dos
viveiros através do movimento de ondulaçáo das águas, erradicam a vegetação aquática
existente e certos anclídeos, além de controlar a reprodução sobre o cultivo de tilápias,
porque se alimentam de pequenos alevinos e também pôr destruir ninhos.
A desvantagem deste consórcio é que as aves danificam os taludes dos viveiros e tornam-se
hospedeiras de certos parasitas de peixes. No caso dos marrecos, sua comercialização é
difícil em certas regiões do país, como o Nordeste, pôr exemplo, porque sua carne não é bem
aceita. A produção de peixes pôr este tipo de associação pode alcançar até duas toneladas
pôr hectare em um ano.
No processo de cultivo, qualquer que seja a escolha do piscicultor, é fundamental estar
atento à saúde dos peixes, através do trabalho constante de prevenção e controle das
infecções causadas pôr parasitas. A infecção de um viveiro, com qualquer organismo
unicelular, pode ser diagnosticada através de alguns sinais característicos como:

a presença de peixes em grandes cardumes perto da superfície da água;

acúmulo de peixes abaixo da entrada de água;

ocorrência de espécies mais escuras;

ocorrência de peixes mortos na superfície. Vale ressaltar que somente peixes mortos pôr
infecções parasitárias tendem a flutuar na superfície, ao contrário de peixes que morrem pôr
fatores dietéticos, pôr exemplo, que permanecem no fundo.
A melhor maneira de prevenir infecções pôr parasitas é preparar o viveiro
convenientemente, para assegurar uma boa produção de alimentos naturais e fornecer
alimentação artificial de boa qualidade e quantidade adequada. Outra medida preventiva
importante é assegurar que o estoque jovem de peixes não entre em contato com os peixes
adultos, pois estes podem transmitir parasitas contidos no muco e nas guelras.
As principais infecções causadas pôr parasitas são a ictioftríase ou ictio, popularmente
conhecida como "doença dos pontos brancos";

saprolegniose; apodrecimento das nadadeiras;

hidropsia infecciosa e argulhose.

Além destas doenças, a intoxicação alimentar também pode trazer problemas aos peixes. A
seguir apresentaremos, resumidamente, os principais sintomas de cada uma destas doenças.
As empresas de manejo, como Emater, pôr exemplo, têm técnicos que podem oferecer
orientação sobre o assunto.

Ictiotiríase
Esta doença ocorre em função da baixa temperatura da água. E' facilmente diagnosticada,
pois o corpo do peixe apresenta-se coberto de pequenos pontos brancos, principalmente o
opérculo e nadadeiras. Os animais ficam inquietos, raspando o corpo nas paredes do viveiro
para retirar os parasitas.

saprolegniose
Esta doença parasitária é causada pelo fungo saprolegnia achyla. Os peixes ficam com
manchas brancas ou tufos semelhantes a algodão pôr todo o corpo. Este fungo normalmente
ataca os animais feridos ou debilitados e propaga-se rapidamente quando a temperatura da
água fica abaixo de 230G e existem sobras de alimentos no fundo dos viveiros.
Apodrecimento das nadadeiras
As causas para esta doença podem ser muitas, mas geralmente ela ocorre pôr ação de
bactérias. As nadadeiras ficam esbranquiçadas e logo começam a desfazer-se. A temperatura
baixa e o ph ácido também contribuem para o seu aparecimento.

Hidropisia infecciosa
O causador desta doença ainda não foi determinado, mas já se conhecem dois tipos de
hidropisia com manifestações externas. a intestinal e a ulcerosa. A primeira é caracterizada
pôr um acúmulo de líquido na cavidade abdominal ( ascite ), quando o ventre do peixe fica
abaulado e flácido. A segunda é caracterizada pôr formações de manchas sanguinolentas
sobre o corpo do peixe e as nadadeiras atacadas pela doença ficam parcialmente destruídas.

Argulose
provocada pelo ácaro argulius folhaceus esta doença também é conhecida como piolho das
carpas. O peixe apresenta movimentos nervosos nas nadadeiras e pontos avermelhados na
pele.

Intoxicação alimentar
É causada pelo excesso de comida ou pôr alimentos deteriorados. O peixe fica próximo à
superfície do viveiro, com o ventre estufado e as escamas geralmente eriçadas.

06- ALIMENTAÇÃO

ALIMENTAÇÃO

Praticamente todos os organismos presentes em viveiro


contribuem para a alimentação dos peixes.
A maior ou menor quantidade
desses organismos irá influenciar a
produção de peixes respectivamente aumentando ou
diminuindo a capacidade produtiva do
viveiro.

As fontes de alimentos naturais podem ser classificadas


em:

A - FITOPLÂNCTON : pequenas plantas em suspensão na água,


ex.: algas
B - ZOOPLANCTON : pequenos animais em suspensão na água, ex.:
microcrustáceos
C - BENTON : animais que vivem no lodo do fundo,
ex.: caramujos, vermes
D - SEDIMENTO ORGÂNICO: excrementos e restos de plantas
e animais mortos, ex.: lodo
E - PLANTAS AQUÁTICAS : localizadas no fundo, no
talude, na superfície, ex.: aguapés

De uma maneira geral, os alimentos naturais suprem


as necessidades nutricionais das
espécies cultivadas , mas a medida em que se busca produtividade
maiores se torna imprescindível a utilização de alimentos artificiais.

A alimentação artificial pode ser apenas suplementar, através de grãos de cereais e


farelos ou farinhas, ou completa. através de rações fareladas, granuladas ( peletizadas ) ou
flutuantes (extrusadas>. Como o arraçoanento artificial é mais caro, podendo resultar em
aumentos de 60 % nos custos de produção, é necessário que a sua utilização seja bem
controlada para alcançar melhor desempenho
na atividade. Para calcular a quantidade de alimento que deve ser fornecido diariamente, é
usada a proporção de 3 a 5% do peso dos peixes no tanque.

EXEMPLO.
Um tanque com área de 1000 metros quadrados e
profundidade media de 120 centímetros, tendo uma população de 800 peixes com
peso de 0,2 quilogramas cada, adotando a proporção de 3% de ração.

Fórmula para cálculo de ração diária =

numero de peixes X peso X proporção utilizada


_________________________________________________________
100

total =
800 X 0,2 X 3%
__________________________________________________= 4,8 Kg de ração pôr dia
100

No decorrer do cultivo se faz necessário adequar constantemente as quantidades


fornecidas de alimentos de acordo com o crescimento
dos peixes. Durante os períodos de temperatura da agua mas fria consumo de ração
tende a diminuir, chegando a parar completamente em algunas espécies.

Os alimentos podem ser jogados à lanço manualmente ou através de alimentadores


automáticos, sempre nos mesmos horários e locais.
Deve ser feita de 1 a 2 vezes ao dia ,
aproveitando as horas mais quentes quando os peixes apresentam uma maior atividade.
em viveiros pequenos o alimento pode ser oferecido em um único local, já em tanques acima
de 2.000 metros quadrados são necessários 2 ou mais pontos
de alimentação. Outra forma de arraçoamento é a utilização de cochos submersos de
plástico ou madeira, que facilitam o manejo com a colocação dos alimentos uma vez ao dia e
elimina as mostragens, já que o ajuste na
quantidade pode ser realizado de acordo com o consumo observado, devendo haver sobras
diárias de ate 5% do que foi fornecido. Apresenta ainda
a vantagem de poder usar rações fareladas com bom aproveitamento , desde que sejam
fornecidas umedecidas.

* Texto extraído da web

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