01- MERCADO
02- PRINCIPAIS PEIXES INDICADOS PARA CULTIVO
03- LOCALIZAÇÃO
04- PROCESSO DE CRIAÇÃO
05- PRATICA DE CULTIVO E DOENÇAS
06- ALIMENTAÇÃO
No caso da criação de peixes é essencial saber para quem se vai produzir. O perfil do consumidor vai designar quase tudo, com
timativa de potencial de consumo. O consumidor é o principal dos três segnentos que compõem o chamado "mercado". )s ou
tudá-los. como já foi afirmado anteriormente, o negócio de criação de peixes tem inúmeras possibilidades. Mas, dentro do pl
ócio derivado da piscicultura, voltado para o lazer e que vem se desenvolvendo de forma acelerada será analisado em capítulo
a produção encomendada pôr consumidores de grandes quantidades, como os supermercados, pôr exemplo. Na avaliação do
destinada ao consumo da Semana Santa. Para ele, com o advento dos pesque-pague o consumo cresceu e se prolongou pôr v
mercado consumidor de peixes revelam que o brasileiro não tem o hábito de consumir a carne de peixe, que de longe é supe
ama do peixe, dependendo da espécie, pode chegar a custar vinte vezes mais que o mesmo peso em carne de frango. Apesar
eguir:
fornecedores, com o maior número de dados possíveis, é fundamental para o sucesso de uma empresa do ramo. No caso da c
obrar responsabilidade, na qualidade dos alevinos e rações fornecidas. Diante da inexistência de associações de criadores, um
dem ser encontradas relações de locais onde podem ser adquiridos os alevinos.
Espécies
Tambaqui e tambacu
O tambaqui é uma das principais espécies do rio Amazonas, podendo alcançar até 20 kg.
Tem a carne bastante apreciada e se adapta bem ao cativeiro, onde atinge, em condições
ideais de temperatura e alimentação, até 1,4 kg em um ano. Com crescimento mais rápido
que o pacu, porém menos resistente ao frio, registra alta mortalidade em temperaturas abaixo
de 1 5ºc. É onívoro e aceita rações. É peixe de piracema e não desova ais indicadas para o
cultivo naturalmente em cativeiros. O tambacu, ou paqui, resultante do cruzamento da fêmea
de tambaqui com o macho do pacu. Menos sensível que o tambaqui ao clima subtropical,
pode adaptarse a temperaturas abaixo de 20ºc. Mas se esse híbrido for fértil e escapar para a
natureza, ameaça o futuro das duas espécies das quais se originou. Tanto o tambaqui quanto
o tambacu têm carne saborosa e aceitam bem a ração em cativeiro. O tambaqui só se
reproduz artificialmente em tanques.
Pacu
Curimbatá
Também chamado de curimba, corumbatá, grumatá, curimatá ou curimatá, é um peixe
muito conhecido do Rio Grande do Sul até o Nordeste do país. Cresce melhor em viveiros
grandes, podendo atingir até 800 gramas no primeiro ano Têm hábito alimentar iliófago, isto
é uma espécie de fundo de tanque, sua carne tem ligeiro gosto de terra. No policultivo, onde é
utilizado como espécie secundária, sua função é remover o lodo, liberando os gases tóxicos e
colocando a matéria orgânica em suspensão, o que ajuda a adubar os tanques.
Carpa comum
Carpa capim
Esta espécie da carpa chinesa, com a cabeça grande e prateada, come principalmente algas,
plantas aquáticas, frutas, raízes e capim, como o nome indica. Esse hábito alimentar torna-a
muito importante no policultivo, pôr manter o tanque limpo. Além disso, suas fezes
abundantes ajudam a fertilizar a água, facilitando a proliferação do plâncton, o alimento de
outras espécies. Sua carne magra e de sabor semelhante ao da traira é muito apreciada pêlos
consumidores. Tem crescimento muito bom e pode atingir até 1,5 kg no primeiro ano. No
cativeiro só se reproduz com indução artificial.
Essa carpa chinesa alimenta-se de algas e de zooplâncton. Não aceita muito bem outros tipos
de alimentos e rações. É indicada unicamente para policultivo, e como espécie secundária.
Peixe de carne magra e saborosa, tem boa velocidade de crescimento, podendo atingir até 2
kg em um ano. No Brasil, os machos atingem a maturidade sexual com dois anos e as fêmeas
com três anos de idade. Em cativeiro a reprodução é artificial pelo processo de hipofisação.
Bagre africano
Vem se popularizando em viveiros pôr resistir a baixos níveis de oxigenação na água, pois
pode sobreviver e deslocar-se, ficando tora da água pôr longos períodos respirando ar
atmosférico através de pseudopulmóes. E dono de alta conversão alimentar, aceita de
zooplâncton até pequenos peixes, rações artificiais e vísceras de outros animais. chega a
crescer até mais de 1 kg no primeiro ano. Também conhecido pôr darias, tem carne
avermelhada e com pouca gordura, atingindo um quilo em um ano. Atinge a maturidade sexual
com nove meses de idade, mas sua reprodução tem que ser induzida. O Ibama proíbe seu
cultivo - e também o do bagre do canal (catfish) em boa parte do território brasileiro. Para
cultivar esta espécie, portanto, é fundamental consultar o Instituto na região em que se
pretende implantar o cativeiro.
Tilápia
É um peixe que se reproduz com muita facilidade, mesmo em tanques, apesar de não
apresentar um ritmo de crescimento muito rápido. Embora sua carne seja saborosa, não é
muito valorizada no mercado. Pôr esse motivo é utilizada como peixe forrageiro nas criações
de peixes carnívoros.
Tilápia do NILO
Entre as várias espécies existentes, esta é a mais utilizada para o cultivo, pôr apresentar um
melhor desempenho, principalmente os machos. É um peixe africano muito rústico e com
carne saborosa. Possui hábito alimentar planctófago e detritívoro, alimentando-se, em
primeiro lugar, do plâncton e em menor proporção de detritos orgânicos, aceita bem rações
artificiais. Atinge cerca de 400 gramas a 600 gramas no período de seis a oito meses de cultivo.
É também utilizado como peixe forrageiro, servindo de alimento na criação de peixes
carnívoros. A maior restrição ao seu cultivo é sua reprodução precoce, a partir de quatro meses
de idade, o que gera o superpovoamento de tanques. Este problema pode ser contornado com
a utilização apenas de alevinos machos, sexados manualmente ou revertidos através de
hormônios sexuais, que são facilmente encontrados em vários fornecedores de alevinos.
Piau
Esse peixe nativo, muito apreciado pelo sabor de sua carne, tem desaparecido dos rios e
despertado o interesse no seu cultivo. As espécies cultivadas são o piau verdadeiro, o piauçu
e a piampara. Tem hábito alimentar onivoro, aceitando bem os grãos e as rações artificiais.
Apresenta um bom crescimento, chegando a 800 gramas e até a 1 kg no período de um ano.
03- LOCALIZAÇÃO
Topografia
Segundo o "Manual de Piscicultura Tropical", este aspecto da escolha da localização
determina, essencialmente, a viabilidade econômico-financeira do investimento no que se
refere ao trabalho de movimentação de terra na construção das instalações. Em áreas de
topografia praticamente plana esses trabalhos serão minimizados. Em terrenos acidentados,
evidentemente, haverá maior volume de trabalho de terraplanagem. É a topografia que
determinará o volume de terra a ser movimentado na construção das instalações. Dela sairão
os condicionantes de tipo, superfície, forma e o número de viveiros. De um modo geral,
terrenos com inclinação de até 5% são os mais indicados, por serem menos onerosos e
possibilitarem maior superfície de área inundada. Ainda neste fator deve-se observar a
distância e a cota entre o ponto de captação da água e o local dos tanques e viveiros,
correlacionando-se essa cota com o nível mais elevado da área de tanques, de modo a
permitir o abastecimento de água através da gravidade. Em resumo, será necessário, para a
construção do parque aquático, determinar a declividade do terreno, a diferença de nível
existente nos diversos pontos que delimitamos viveiros e a linha de contorno e a medida
horizontal e angular. Os equipamentos utilizados na medição da área vão de uma simples
trena, mangueira transparente e estacas de madeira até o teodolito, que é o instrumento mais
apropriado para esse tipo de trabalho. Para se atingir um levantamento topográfico acurado
do terreno deve-se proceder à fixação de uma referência de nível e da linha Norte-Sul.
Também deve-se determinar a poligonal de apoio, ou seja, a linha poligonal de contorno da
área, as dimensões, rumos e ângulos dos lados dessa poligonal. Pôr último, deve-se plotar as
curvas de nível a cada metro de desnível do terreno. Com estas ações serão obtidos a área e o
perfil do terreno. O levantamento deve incluir, ainda, o cadastro dos chamados elementos
notáveis existentes no terreno, como postes, divisas e riachos, entre outros. Deve-se evitar
que o local para implantação do projeto apresente falhas, grandes formigueiros, afloramento
de rocha e raízes de árvores de grande porte.
Solo
O solo mais adequado para tanques e viveiros é o que apresenta condições intermediárias
entre o arenoso e o argiloso. É necessário que ele tenha boa estrutura, que favoreça a
escavação do tanque e permita compactar as paredes e o fundo para evitar a infiltração
excessiva de água. É importante observar que a terra com predominância de argila é mais
difícil de ser escavada e favorece o aparecimento de rachaduras no tanque, quando este é
esvaziado. Já o solo muito arenoso não possui boa capacidade de retenção de água,
favorecendo a infiltração do terreno. O ideal é um solo que possua composição mínima de
40% de argila, pois segundo recomendação do médico veterinário e extensionista da Emater-
DF, Adalmyr Moraes Borges, em seu estudo Noções de Piscicultura - A criação de Peixes,
editado em julho de 1995, é necessário também, dependendo da localização do
empreendimento, fazer a correção do índice de acidez (pH> do solo, que influenciará na
acidez da água dos viveiros.
Quantidade de água
A atividade de piscicultura demanda água de alta qualidade e com quantidade abundante. O
volume de água necessário é calculado em função da área e da profundidade do viveiro. Em
um viveiro de 1 ha e de profundidade média de 1,5 m, são necessários 15.000 m3 (metros
cúbicos) de água. Para um viveiro com estas dimensões é recomendável que o enchimento
ocorra em 72 horas, portanto a vazão deve ser superior a 38,6 lis. Fórmulas para o cálculo de
vazão podem ser encontradas em livros de física ou, especificamente, no livro do Ibama
"Manual de Piscicultura Tropical". Depois do enchimento de um tanque ou viveiro, a
colocação de água deve ser promovida exclusivamente em três situações: para compensar
perdas pela evaporação, recuperar o volume perdido com infiltrações, ou recupera a taxa de
oxigênio da água, caso seja detectada uma deplexão.
Tipos de instalação
De acordo com o Manual de Orientação Técnica para Piscicultura, editado pelo Sebrae da
Bahia em 1993, as instalações empregadas em um projeto de exploração racional de peixes
podem ser compostas pôr viveiros ou tanques. Antes de se iniciar a construção de um açude
ou de tanques, deve-se efetuar o planejamento de todas as etapas a cumprir, especialmente
no caso dos viveiros. Ainda segundo o Manual de Piscicultura Tropical, com base no relevo,
tipo de solo, e características da bacia hidrográfica é que será estabelecido o Iayout do
conjunto. Isto significa que a disposição do açude e/ou viveiros será feita em função dos
pontos de captação da água, da avaliação dos serviços de terraplanagem e da quantificação e
dimensionamento do orçamento prévio estimativo das obras. Segundo os autores do manual
"existem situações que permitem, inclusive, a utilização integrada de açudes e viveiros".
Além da necessidade de conciliar a disposição dos viveiros com o mecanismo de
abastecimento pôr ação da força da gravidade, é importante planejá-los de maneira que a
maior dimensão dos tanques seja paralela às curvas de nível do terreno para promover
economia no trabalho de terraplanagem.
Tanques - A principal diferença deste tipo de instalação para os viveiros é que têm o
fundo revestido em base de alvenaria, pedra, tijolo ou concreto. Inicialmente foram
empregados como berçários, mas tornaram-se obsoletos nesta função. São recomendáveis
para terrenos arenosos e com grande infiltração. Seu custo de produção é alto e se contrapõe
à baixa produtividade. A principal desvantagem dos tanques é que, pelo fato de serem
revestidos, não desenvolvem os microorganismos necessários à alimentação dos peixes. Nos
locais onde ocorrem muitas variações de temperatura, é recomendável que a profundidade
dos tanques seja aumentada em 0,50 m, para evitar grandes oscilações.' Estas mudanças não
são sentidas principalmente no fundo (geralmente com 1,70 m) onde a maior parte dos
peixes se refugia, porque lá a temperatura da água costuma manter-se homogênea e estável.
O tamanho do tanque varia de acordo com a quantidade de peixes que se deseja criar. Outros
condicionantes são a oferta de água e a quantidade de matéria orgânica disponível na
propriedade. Para os viveiros de alevinaciem a área ideal está na faixa de 2.000 a 5.000 m2.
Entretanto, tanques de dimensões inferiores também podem ser utilizados. O principal
problema detectado com a redução nas dimensões dos tanques é que, conseqúentemente, fica
reduzida a superfície de água em contato com o ar, resultando em taxas menores de
oxigenação. Viveiros muito grandes, porém, apresentam como inconveniente as dificuldades
no manejo: são mais demorados para encher e esvaziar e requerem mais tempo na hora de
passar a rede, pôr exemplo. Como foi afirmado anteriormente, recomenda-se a utilização de
viveiros escavados na terra, que permitem mais eficiência no abastecimento, no tratamento
dos peixes, especialmente na captura, e no controle da alimentação e da fertilização. O
formato mais recomendado é o retangular, com paredes inclinadas em ângulos de 45 graus e
com até 2 m de profundidade. O nível da água varia, comumente, de 1,20 a 1,50 m. Já os
viveiros de barragem podem ter a forma alterada pela topografia do terreno e possuir
superfície de formato triangular ou até mesmo circular. Em seu estudo, o veterinário
Adalmyr Borges aponta também quatro aspectos que precisam ser considerados para a
construção de viveiros e/ou tanques:
Água - deve ser de boa qualidade, livre de agrotóxicos e poluentes. A vazão ideal
requerida é de 10 litros pôr segundo pôr hectare de área inundada (60 litros/minuto a cada
1.000 m2), o suficiente para o enchimento, renovações e compensar perdas provocadas pela
evaporação e infiltrações. O sistema de abastecimento deve ser individual, evitando-se a
transferência de água de um viveiro para outro.
Terreno - antes de iniciar a construção deve ser feita uma limpeza da área, com a
retirada total de galhos, raízes e restos de vegetação.
Esvaziamento - O fundo do viveiro deve ser bem plano e limpo e possuir uma
declividade de 1 a 0,5% em direção ao local de escoamento, localizado sempre do lado
oposto da entrada de abastecimento. Os sistemas mais comuns de escoamento são o de
cotovelos de canos de PVC (para viveiros de pequena e média dimensão) e de monge (para
viveiros grandes).
ADUBAÇÃO
TIPO PRODUTO QUANTIDADE em g/m2
Orgânica Esterco bovino 300
Orgânica Esterco suíno ou de aves 150
Química fosfatada Supertosfato simples 7,5
Química fosfatada Supertostato triplo 2,5
Química nitrogenada Sultato de amônio 13
Química nitrogenada Uréia 6,5
ordo com o Manual de Orientação Técnica para Piscicultura, editado pelo Sebrae/BA, os alevinos podem ser transportados d
A quantidade de alevinos pôr lote depende, fundamentalmente, do oxigênio disponível e da duração do translado. Considera
stico de 60 litros, desde que seja colocada uma parte de água para duas de oxigênio. Nas demais estruturas de acondicioname
principal deles é com relação à diferença de temperatura de transporte dos alevinos e a água do viveiro ou tanque. O choque
ada e eles sejam abertos. No caso da utilização de outra estrutura de transporte, adiciona-se, aos poucos, a água do ambiente d
consiste na construção de viveiros de recria, com área variando de 4 a 5% da área dos viveiros de engorda. Neles os alevinos
eixes cultivados, mas à medida em que se busca maior produtividade, a utilização de alimentos artificiais é imprescindível. A
tizadas ) ou flutuantes. Quando encarado como nutrição principal, o alimento artificial deve ser administrado diariamente, div
tal dos peixes no tanque. O método mais utilizado para estabelecer a quantidade de alimento a ser administrado é a biometria
aduação em gramas e um ictiômetro para medição do comprimento da amostra. O valor obtido na medição é multiplicado pe
Então tem-se:
RAÇÔES
Nome Peso
Crialevinos saco 40 kg
Cria Peixe 30% saco 40 kg
Cria Peixe 23% saco 40 kg
Cria Peixe Bagre saco 40 kg
Pirá Tropical ( flutuante ) saco 25 kg
deais à comercialização e consumo. Ela pode ser feita de forma total ou parcial. A parcial geralmente ocorre quando pôr algu
evar em consideração os períodos em que o produto atinge maior valorização no mercado, como pôr exemplo na Semana San
m refugiar-se na parte mais profunda do reservatório, facilitando a operação. Na retirada são utilizados, geralmente, rede de p
60 litros e tarrafas. De maneira geral, a despesca ocorre a partir de l0 a 12 meses do início do cultivo.
Cultivo extensivo
Este é o tipo de exploração feita em açudes, lagoas, represas e outros mananciais, nos quais
o homem não controla os predadores, nem a qualidade da água onde se desenvolve o
alimento natural, único disponível para os peixes. A taxa de estocagem utilizada é de um
peixe para cada 10 metros quadrados.
Cultivo semi-intensivo
Neste caso o alimento natural desempenha um papel preponderante na produtividade da
cultura de peixes, contudo, em virtude de uma maior densidade de estocagem - em média de
três a cinco peixes a cada 10 metros quadrados - há necessidade de se fertilizar as águas e/ou
fornecer alimentos suplementares aos peixes, tais como grãos ( tipo milho e sorgo ) , farelos
( milho , sorgo , trigo , soja ) , tortas ( mamona, algodão ) e farinhas ( carne , peixe ) .
Cultivo intensivo
A característica principal deste cultivo é o uso de rações balanceadas na alimentação dos
peixes, em virtude das densidades de estocagem bastante altas - cerca de um peixe pôr metro
quadrado - o que torna os alimentos naturais bastante insuficientes, embora estejam
presentes na cultura e possam mesmo ser incrementados através de fertilizantes. O cultivo
intensivo é realizado em tanques e viveiros, e as formas de intervenção do produtor são as
mesmas utilizadas para a piscicultura semi-intensiva.
MonocuItivo
Como já dissemos, este é o tipo de cultivo em que é criada uma só espécie. Em geral é
utilizado em águas correntes, onde existe limitação de alimento natural e em locais onde não
existe oferta de alevinos de diferentes espécies. Comparativamente, e menos recomendável
que o policultivo. A maior desvantagem desta prática é a subutilização dos alimentos
naturais não consumidos pela espécie escolhida, pôr não fazer parte de seu hábito alimentar.
Policultivo
Como também já abordamos, esta prática consiste no cultivo de diferentes espécies de
hábitos alimentares distintos. Neste caso, ocorre um melhor aproveitamento dos alimentos
naturais disponíveis nos diversos estratos, o que propicia uma maior produtividade.
Uma desvantagem deste processo é a necessidade de separação das espécies no momento da
despesca, além da exigência de um maior rigor no manejo, para evitar um desequilíbrio no
ecossistema aquático, o que pode provocar competição entre as diferentes espécies.
As principais espécies cultivadas pôr esta prática e seus hábitos alimentares são a carpa
comum ( bentófaga e onívora ), pacu ( onívoro ), carpa capim ( herbívora ), carpa prateada (
fitoplanctófaga ), carpa cabeça-grande ( zooplanctófaga ), curimbatá ( iliófaga ) e tilápia (
planctófaga e detritiva ) . Com estas informações é possível selecionar as espécies mais
convenientes à exploração local.
ocorrência de peixes mortos na superfície. Vale ressaltar que somente peixes mortos pôr
infecções parasitárias tendem a flutuar na superfície, ao contrário de peixes que morrem pôr
fatores dietéticos, pôr exemplo, que permanecem no fundo.
A melhor maneira de prevenir infecções pôr parasitas é preparar o viveiro
convenientemente, para assegurar uma boa produção de alimentos naturais e fornecer
alimentação artificial de boa qualidade e quantidade adequada. Outra medida preventiva
importante é assegurar que o estoque jovem de peixes não entre em contato com os peixes
adultos, pois estes podem transmitir parasitas contidos no muco e nas guelras.
As principais infecções causadas pôr parasitas são a ictioftríase ou ictio, popularmente
conhecida como "doença dos pontos brancos";
Além destas doenças, a intoxicação alimentar também pode trazer problemas aos peixes. A
seguir apresentaremos, resumidamente, os principais sintomas de cada uma destas doenças.
As empresas de manejo, como Emater, pôr exemplo, têm técnicos que podem oferecer
orientação sobre o assunto.
Ictiotiríase
Esta doença ocorre em função da baixa temperatura da água. E' facilmente diagnosticada,
pois o corpo do peixe apresenta-se coberto de pequenos pontos brancos, principalmente o
opérculo e nadadeiras. Os animais ficam inquietos, raspando o corpo nas paredes do viveiro
para retirar os parasitas.
saprolegniose
Esta doença parasitária é causada pelo fungo saprolegnia achyla. Os peixes ficam com
manchas brancas ou tufos semelhantes a algodão pôr todo o corpo. Este fungo normalmente
ataca os animais feridos ou debilitados e propaga-se rapidamente quando a temperatura da
água fica abaixo de 230G e existem sobras de alimentos no fundo dos viveiros.
Apodrecimento das nadadeiras
As causas para esta doença podem ser muitas, mas geralmente ela ocorre pôr ação de
bactérias. As nadadeiras ficam esbranquiçadas e logo começam a desfazer-se. A temperatura
baixa e o ph ácido também contribuem para o seu aparecimento.
Hidropisia infecciosa
O causador desta doença ainda não foi determinado, mas já se conhecem dois tipos de
hidropisia com manifestações externas. a intestinal e a ulcerosa. A primeira é caracterizada
pôr um acúmulo de líquido na cavidade abdominal ( ascite ), quando o ventre do peixe fica
abaulado e flácido. A segunda é caracterizada pôr formações de manchas sanguinolentas
sobre o corpo do peixe e as nadadeiras atacadas pela doença ficam parcialmente destruídas.
Argulose
provocada pelo ácaro argulius folhaceus esta doença também é conhecida como piolho das
carpas. O peixe apresenta movimentos nervosos nas nadadeiras e pontos avermelhados na
pele.
Intoxicação alimentar
É causada pelo excesso de comida ou pôr alimentos deteriorados. O peixe fica próximo à
superfície do viveiro, com o ventre estufado e as escamas geralmente eriçadas.
06- ALIMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO
EXEMPLO.
Um tanque com área de 1000 metros quadrados e
profundidade media de 120 centímetros, tendo uma população de 800 peixes com
peso de 0,2 quilogramas cada, adotando a proporção de 3% de ração.
total =
800 X 0,2 X 3%
__________________________________________________= 4,8 Kg de ração pôr dia
100