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Problema

Preceito Constitucional “versus” dispositivo de Lei infraconstitucional: Dilema em


pleno século XXI, a obrigação à prestação alternativa é um direito do escusante ou mera
faculdade de quem detém o poder para perdoar?

Hipótese

A Escusa de Consciência dos Cristãos Adventistas do Sétimo Dia em colisão com


imposição do Ministério da Educação (MEC) e dispositivo da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB). A autoridade Ministerial diz o direito.

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INTRODUÇÃO

Há séculos e porque não dizer milênio, após grandes reviravoltas, sobretudo de


movimentos científicos e idealizadores os quais resultaram em substanciais mudanças de
paradigmas que descaracterizaram a tradicional parceria existente entre religião e educação da
mera dominação intelectual para a libertação do pensamento. Religião e educação em nova
roupagem continuam aliadas na caminhada rumo aos ideais do homem livre para pensar e
aderir às linhas filosóficas que suscitar ou recepcionar o seu íntimo, seus ideais políticos e
sem sombra de dúvidas suas crenças ou descrenças. Valores e princípios cujo objetivo de
maior relevância podemos afirmar ser o exercício de sua liberdade, consubstanciada na
faculdade natural de pensar, crer e ser, consolidando-se como indivíduo livre e racional.
Um cenário aparentemente contraditório ao discurso de liberdade é possível
vislumbrar em pleno século XXI, os denominados Cristãos Adventistas do Sétimo Dia,
convictos defensores da guarda do sábado natural, tal como costumam afirmar por elucidação
da Bíblia Sagrada. Estariam tais grupos espalhados por quase todo o mundo sob qual
motivação andando na contramão do avanço intelectual? Seria realmente o caso?
No Brasil, é possível constatar que os Adventistas do Sétimo Dia, institucionalmente
falando, apesar de parceiros da educação desde os anos ou séries iniciais até a graduação, uma
vez que colaboram com o Estado mediante a administração de Colégios e Universidades em
diversos entes da federação, também são parceiros do desenvolvimento social atuando em
diversas áreas sociais, além de administrar Hospitais, Clínicas, programas etc... na área da
saúde. Todavia, veem cotidianamente irmandades espalhadas pelo país enfrentando inúmeras
dificuldades nas esferas educacionais, sobretudo na graduação Superior, uns menos outros
mais a depender do tipo de Instituição que inserirem e a cultura regional em que estão
localizadas tais Instituições, além da boa vontade de suas lideranças. Exatamente por
defenderem como princípio bíblico e regra de fé e prática, o mandamento que requer a guarda
do sábado natural do pôr do sol da sexta-feira ao do dia subsequente, período que tem como
sagrado e exclusivo para práticas religiosas e descanso espiritual.
Dilema em pleno século XXI, a escusa de consciência protegida constitucionalmente
em colisão com a imposição do Ministério da Educação que estabelece com respaldo na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação um percentual de frequência mínima obrigatória de 75%
das aulas dos cursos presenciais regulares, incluindo as Faculdades e Universidades Públicas
ou Privadas. Tal conflito faz com que sejam cada vez mais frequentes os embates enfrentados

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por estudantes praticantes da religião; os quais por imperiosa escusa de consciência pleiteiam
o perdão das faltas às aulas que recaem no já mencionado espaço de tempo tido por sagrado e
inviolável por aqueles que mediante voto batismal devotam tal fidelidade ao Criador do
Universo. E assim, lutam pelo respeito à sua crença através do reconhecimento ao direito à
medidas alternativas e fazem notável seu interesse em cumprir com as responsabilidades
estudantis a despeito da sua desigualdade para com os demais.
Todavia, o Estado ao mesmo tempo, que se mostra indiferente às dificuldades
enfrentadas pelos estudantes praticantes da fé difundida pelos Adventistas do Sétimo Dia,
sobretudo nas Instituições Superiores de ensino no Brasil, lhes concede alternativas por
tratamento diferenciado durante a realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM).
A atuação do Estado através de seu Órgão Ministerial, emitindo inclusive pareceres
afirmativos e/ou de apoio às Instituições quanto à impossibilidade de abonos de falta por
escusa de consciência, ainda que sob o discurso do princípio da neutralidade ou da laicidade
estatal, seria uma forma de redução da liberdade de crença e tolhimento da convicção
filosófica difundida pelos Adventistas do Sétimo Dia e outros guardadores do sábado como o
povo Judeu. A autoridade Ministerial “passando por cima” do direito Constitucional vai dizer
o direito?
Assim, apesar do que preconiza a Carta Magna 1998 no que tange aos direitos de
aplicabilidade imediata, tal tema permeia tanto a cabeça dos estudantes, quanto dos
professores, diretores, sem conseguir, contudo, chegarem a um consenso.

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OBJETIVO GERAL:

Assegurar a persecução da efetiva proteção Constitucional ao direito fundamental de


liberdade de crença e convicção filosófica no âmbito do Estado Democrático de Direito sem,
contudo, sofrer prejuízos e/ou retaliações.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Reivindicar garantia do direito à educação superior respeitando às diferenças de credo,


convicção filosófica e qualquer hipótese de diferenciação e/ou limitação devidamente
comprovada;
 Demonstrar que apesar do discurso organizacional da educação brasileira sobre a
égide Constitucional da República Federativa no Estado Democrático de Direito é
possível constatar em termos de prática na educação, que Lei ordinária derroga
dispositivo Constitucional e “cláusula pétrea”;
 Demonstrar que a laicidade estatal pode em determinadas circunstâncias, ser utilizada
como pressuposto para violação de direito fundamental;
 Analisar indícios de que a (Ir) responsabilidade do Estado para atuar no conflito, tende
a buscar escopo na defesa do princípio da autonomia administrativa da Instituição
Pública e da neutralidade Estatal, para justificar por sua inércia o tolhimento ao direito
fundamental da parte vulnerável nesse conflito.

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JUSTIFICATIVA

Nossa pesquisa é pautada no conflito existente entre duas importantes organizações


sobre o olhar da finalidade social que assumem, mas abre precedentes para que outras
instituições corroborem ainda que de maneira velada, na intensificação do conflito
fortalecendo violações de direitos sem que haja ao menos até o momento, interesse do Estado
em garantir a segurança jurídica necessária para os atores hipossuficientes no embate.

Notadamente em um cenário adverso, sobretudo por figurar embates principiológicos,


identificamos as respectivas Instituições, sendo a primeira o Ministério da Educação (MEC),
parte integrante da estrutura estatal desde 1930 e obviamente indispensável à sociedade
brasileira por sinalizar relevantes avanços na educação. A outra é a Igreja Adventista do
Sétimo Dia (IASD-SEVENT DAY), Instituição religiosa, todavia, com significativa atuação
de transformação social não restrita exclusiva e simplesmente ao interesse religioso e,
portanto também indispensável à sociedade.

É possível comprovar a importância institucional e de relevância social da IASD pelo


histórico que carrega desde 1896 quando chegou ao Brasil através de literaturas que se
espalharam na América do Sul, naturalmente como resultado do ápice de liberdade social
alcançada por movimentos revolucionários como a Revolução Francesa e a Reforma
Protestante.

Ambas são admiráveis no seu caráter institucional pela referência histórica que trazem
e apontam resultados de desenvolvimento social independentemente das distinções que
carregam o que pressupõe a relevância da análise abordada nesse estudo e justifica o respeito
merecido pelo trabalho que realizam e o significado social que representam.

Importante mencionar que o Ministério da Educação com ideais democráticos,


possíveis de se aferir da missão que carrega o Conselho Nacional da Educação e pressupõe: “a
busca democrática de alternativas e mecanismos institucionais que possibilitem, no âmbito de
sua esfera de competência, assegurar a participação da sociedade no desenvolvimento,
aprimoramento e consolidação da educação nacional de qualidade”, para atender exatamente
o interesse nacional, sobretudo do estudante e de organizações de ensino no Brasil.
Enquanto a Igreja Adventista do Sétimo Dia, devido ao caráter religioso, portanto civil
e filantrópico, vez que possui natureza jurídica de direito privado, cuja existência deriva
eminentemente da vontade livre das pessoas em se organizarem como tal, professar sua fé
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vivenciando princípios e dogmas que acreditam haver recebido de Deus desde tempos
longínquos, por meio da revelação de sua palavra escrita e mundialmente conhecida como a
Bíblia Sagrada ou Palavra de Deus para todo o homem.
Por esse viés, ainda no século XXI tais cristãos se veem com a missão de pela defesa
pacífica de seus Princípios, obediência aos mandamentos da Lei de Deus como práticas de fé,
viver de acordo à vontade do Deus que acreditam ser Soberano sob todas as coisas. E
contribuir para um mundo fraterno e mais tolerante às diferenças, vez que lhes é concedido
por esse Deus o livre arbítrio colocado à disposição de todo homem pela faculdade de
escolher obedecer ou não à vontade desse Soberano.
Tal expressividade de crença possui caráter subjetivo de tamanha relevância que
descartamos qualquer mera pretensão do grupo de Cristãos Adventistas, bem como dos
Judeus e outros sabatistas, apesar de sua aparente absurda forma de viver a vida hodierna, em
pura e simplesmente tentar contrariar as determinações do Estado.
Sendo assim, fez-se necessário o desenvolvimento desse projeto no intuito de
promover uma reflexão sobre as diretrizes estatais no tocante à liberdade de crença, se
existem limites, quais são eles?
No tocante à religião, é sempre válido debater os temas e no campo jurídico a
relevância continua, já que vivemos em um Estado Democrático de Direito no qual o respeito
à diversidade étnica, de gênero e religiosa etc., deve constituir um dos pilares e a pluralidade
deverá ser respeitada, preservada e protegida.

METODOLOGIA

Nossa análise decorrerá de investigações circunstanciais e bibliográficas extraídas


através de mecanismos de pesquisas diversas como: relatos, testemunhos através de cartas,
revistas cuja técnica e prática de coleta de dados abrangerá, além da pesquisa documental
como notícias, artigos, livros dentre outros a pesquisa eletrônica (internet).

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REFERENCIAL TEÓRICO

A Constituição Federal prevê que ninguém será privado de direitos por motivos de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei,
pois: “a liberdade de consciência constitui o núcleo básico de onde derivam as demais
liberdades do pensamento”. É nela que reside o fundamento de toda a atividade político
partidária, cujo exercício regular não pode gerar restrição aos direitos de seu titular;
semelhantemente, o art. 15, IV, da Carta Magna, prevê que a recusa de cumprir obrigação a
todos imposta ou à prestação alternativa acarretará a perda dos direitos políticos.
No livro Direitos Humanos Fundamentais, vemos que as Constituições brasileiras
mantiveram tradicionalmente a previsão de ter um capítulo dedicado às garantias
fundamentais e perpassam da Constituição de 1934 até a atual, mas, antes disso já assegurou a
garantia de direito líquido e certo ao indivíduo, página 14, § 1º do livro. Também na página
13 referindo-se ao art.179 da Constituição Política do Império do Brasil, título VIII, que trazia
um rol extenso de direitos fundamentais e já previa a liberdade religiosa.

Assim, poderemos explorar escritos históricos como o referido que inspirou


especialmente a atual Constituição da República, o avanço social e político de
reconhecimento de direitos decorrentes, exatamente do respeito ao indivíduo como sujeito de
direito, sobretudo pelo fato de ser humano.

Alexandre de Moraes afirma que

Na visão ocidental de democracia, governo pelo povo e limitação de poder estão


indissoluvelmente combinados. O povo escolhe seus representantes, que, agindo
como mandatários, decidem os destinos da nação. O poder delegado pelo povo a
seus representantes, porém, não é absoluto, conhecendo várias limitações, inclusive
com a previsão de direitos e garantias individuais e coletivas, do cidadão
relativamente aos demais cidadãos e ao próprio Estado. Assim, os direitos
fundamentais cumprem, no dizer de Canotilho, "a função de direitos de defesa dos
cidadãos sob uma dupla perspectiva: 1) constituem, num plano jurídico-objectivo,
normas de competência negativa para os poderes públicos, proibindo
fundamentalmente as ingerências destes na esfera jurídica individual; 2) implicam,
num plano jurídico-subjectivo, o poder de exercer positivamente direitos
fundamentais (liberdade positiva) e de exigir omissões dos poderes públicos, de
forma a evitar agressões lesivas por parte dos mesmos (liberdade negativa)”. Direito
Constitucional, 13ª Edição, Editora Atlas S.A- 2003.

Ao Estado não é legitimada a invasão irrestrita às esferas dos direitos intrínsecos ao


homem, mas ao contrário é incumbido de proteger as liberdades individuais por mais
complexas que sejam. E não afasta a possibilidade de conflitos de direitos no que tange aos
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princípios tão importantes no ordenamento, todavia, a possibilidade de relativizar é uma
maneira digna e respeitosa de buscar atender de forma coerente a todos os direitos. Nesse
pensamento, torna perfeitamente humano e inteligente a defesa à busca de alternativas,
quando necessário for e não friamente violar direitos fundamentais em detrimento de outros
que sequer enquadram no mesmo rol. Assim apregoa Alexandre de Moraes:
Os direitos e garantias fundamentais consagrados pela Constituição Federal,
portanto, não são ilimitados, uma vez que encontram seus limites nos demais
direitos igualmente consagrados pela Carta Magna (Princípio da relatividade ou
convivência das liberdades públicas). Desta forma, quando houver conflito entre
dois ou mais direitos ou garantias fundamentais, o intérprete deve utilizar-se do
princípio da concordância prática ou da harmonização de forma a coordenar e
combinar os bens jurídicos em conflito, evitando o sacrifício total de uns em relação
aos outros, realizando uma redução proporcional do âmbito de alcance de cada qual
(contradição dos princípios), sempre em busca do verdadeiro significado da norma e
da harmonia do texto constitucional com sua finalidade precípua. (Direito
Constitucional, página 60).

“Apontando a relatividade dos direitos fundamentais, Quiroga Lavié afirma que os


direitos fundamentais nascem para reduzir a ação do Estado aos limites impostos pela
Constituição, sem contudo desconhecerem a subordinação do indivíduo ao Estado, como
garantia de que eles operem dentro dos limites impostos pelo direito”. Tal pensamento
harmoniza perfeitamente com os ensinamentos defendidos pelos Cristãos Adventistas, os
quais utilizando-se da Bíblia Sagrada pregam:
“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que
não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De
modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que
resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para
temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a
autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de
Deus para teu bem. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do
temor da punição, mas também por dever de consciência. Pagai a todos o que lhes é
devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito;
a quem honra, honra. A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com
que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.”
Traduzida por ALMEIDA, João Ferreira de, A Bíblia Sagrada, SBB-1998, Livro de
Efésios capitulo 13: versos 1 a 7.

No entanto, essa obediência às autoridades humanas, pacificamente recepcionada e


disseminada pelos referidos cristãos como um dever de consciência, não sobrepõe a outro
dever, sobremodo infinitamente superior que é de obediência a DEUS. A ponto de em pleno
século XXI, orgulhosamente se espelharem em exemplos como referem de “heróis da fé”, tal
qual o Apóstolo São Paulo. Que numa ocasião, quando era acusado perante o Governador e
Juiz Felix no Pretório de Herodes por seguir a “Seita do Nazareno” vez que seguia os
ensinamentos de Jesus de Nazaré, em sua defesa assim se pronunciou:

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Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao
Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei
e nos escritos dos profetas, tendo esperança em Deus, como também estes a têm, de
que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos. Por isso, também me
esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens. Grifo
nosso. ALMEIDA, João Ferreira de, A Bíblia Sagrada, SBB-1998, Livro de Atos
dos Apóstolos capitulo 24: versos 10 a 16.

Sendo assim, nada justifica a atuação do Estado em respaldar as constantes violações,


referente ao tema nas Instituições de ensino quando diz:
Cumpre observar inicialmente que o Parecer CNE/CEB nº 15/99, citado pela
Instituição em sua consulta, já examinou em profundidade a questão apresentada no
presente processo, tendo o ilustre Relator, Cons. Carlos Roberto Jamil Cury,
concluído pela falta de amparo legal para o abono de faltas por motivos religiosos
nos seguintes termos: IV – VOTO DO RELATOR
Diante do exposto, considerando-se a relatividade do tempo e a convencionalidade
das horas sob a forma de construção sócio-histórica e a necessidade de marcadores
do tempo, comuns a todos e facilitadores da vida social, considerando-se a clareza
dos textos legais, não há amparo legal ou normativo para o abono de faltas a
estudantes que se ausentem regularmente dos horários de aulas devido às
convicções religiosas. CHAUI, Marilena de Souza, Conselheira – Relatora.
PARECER CNE/CES Nº: 224/2006.

Assim, ignorando a Constituição Federal respalda a legalidade de seus pareceres e


resolução nas determinações da Lei 9.394/1996 LDB que preconiza no art. 47 § 3º que a
frequência é obrigatória a alunos e professores, salvo em programas de educação a distancia.
Todavia, o percentual de presença obrigatória é regulamentada através da resolução nº 04 de
setembro 1986 em seu artigo segundo, como segue: “Art. 2º Considerar-se-á reprovado o
aluno que não cumprir a frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) às aulas e
demais atividades escolares de cada disciplina, sendo-lhe, consequentemente vedada a
prestação de exames finais e da 2ª época”.
E o parecer N.º: 336/2000 do Conselho de Educação Superior:

Ao analisar o processo a Coordenação-Geral de Avaliação do Ensino Superior da


SESu/MEC emitiu o Relatório 128/2000, cujo teor segue transcrito:

“O então Conselho Federal de Educação no Parecer 430/84 firmou jurisprudência


no sentido de que os estudantes que, por motivos religiosos, não puderem
comparecer às aulas em certos dias da semana, terão de receber falta, não havendo
amparo legal para o abono desta. É de se esperar que, devidamente justificada a
ausência, a faculdade propicie prova substitutiva para avaliação do
aproveitamento, entretanto, não poderá abonar a ausência, para o fim de apuração
de assiduidade.’ A manifestação do então Conselho Federal de Educação tratou de
salvaguardar a obrigatoriedade da apuração da frequência no percentual de 75%,
não permitindo o abono de faltas. Com efeito, na presente consulta, a proposta
alternativa formulada pela instituição procura cumprir a norma legal vigente no
tocante à frequência, devendo-se ressaltar a responsabilidade institucional pela
manutenção do limite de vagas constante do Ato Legal de autorização do (s) curso
(s), bem como das condições de oferta dos mesmos.”( BEZERRA, Roberto Cláudio
Frota, Conselheiro Presidente. PARECER CNE/CES Nº: 336/2000).
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Cumpri-nos, portanto salientar que pareceres e/ou resoluções do MEC não têm o
condão de sobrepor a direitos fundamentais, claramente reconhecidos pelo legislador na Carta
Magna de 1988, sendo essa demonstração o objetivo perseguido nessa obra.

CRONOGRAMA

MESES

FASES DA PESQUISA FEV. MAR. ABR. MAI. JUN.

Pesquisa bibliográfica e documental.

Entrevistas e pesquisa de opinião

Redação final da monografia.

Defesa da monografia.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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CHAUI, Marilena de Souza, Conselheira – Relatora. PARECER CNE/CES Nº: 224/2006;

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BEZERRA, Roberto Cláudio Frota, Conselheiro Presidente. PARECER CNE/CES Nº:
336/2000;

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