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1. Objetivos
O objetivo do nosso trabalho será descrever brevemente as etapas do processamento
de iogurte e analisar os Perigos e Pontos Críticos de Controle deste processamento.
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De acordo com o Codex Alimentarius, a ferramenta APPCC está dividida em 7
princípios, os quais serão descritos a seguir:
Princípio 1 – Levantamento de todos os possíveis riscos associados com cada
etapa, realização da análise de perigos e estudos das medidas para controlar os perigos
identificados. Esta é a etapa crítica da implementação do plano APPCC. É realizado um
levantamento de todos os possíveis perigos associados em cada uma das etapas presentes. O
nível de conhecimento técnico é fundamental para levantar todos os perigos.
Esta etapa é fundamental para a construção de um plano eficiente de APPCC, uma vez
que a falta de um perigo potencial não identificado poderá comprometer toda a análise.
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Figura 1. Análise dos pontos críticos de cada etapa do processamento para encontrar os
pontos críticos de controle. A árvore de decisão utilizada pela empresa para estabelecer pontos
críticos de controle.
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Princípio 5 – Estabelecimento de ações corretivas: Esta é a etapa é caracterizada
pela definição de ações necessárias para que, em caso de desvio, o produto não siga inseguro
para a etapa posterior, ou que seja retido antes do consumo.
Operações unitarias
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6.1 Seleção de Matéria Prima:
A primeira e talvez mais importante etapa da produção de um iogurte é a
selecção das matérias - primas. Os produtores devem certificar - se que estas são de
alta qualidade e que não contêm nenhum tipo de impurezas impróprias para a
produção de iogurtes. Ou seja, as matérias- primas, nomeadamente o leite, devem ter
as suas características controladas. O leite deve ter uma baixa contagem de bactérias,
não deve conter enzimas e substâncias que atrasam o desenvolvimento da cultura de
iogurte (ex.: inibidores de enzimas), assim como microrganismos patogénicos e
antibióticos.
Depois de garantirem que têm as matérias-primas adequadas sucede-se o
processo propriamente dito, a matéria-prima segue para a indústria.
6.3 Pasteurização
A mistura do leite é aquecida no pasteurizador a temperaturas elevadas, perceptível de
eliminar os microrganismos patogênicos e as bactérias desnecessárias e/ou indesejáveis. O
tipo de pasteurização utilizado é HTST ( High Temperature and Short Time) que se dá a uma
temperatura aproximada de 90ºC, durante cerca de 5 minutos. Não é usado o método UHT (
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Ultra High Temperature) uma vez que não tem a mesma influência na viscosidade, apesar de
ser muito mais rápido. A partir do momento que ocorre a pasteurização o restante processo
deve ocorrer em tanques herméticos de forma a evitar a contaminação
6.4 Homogenização
Processo que torna substâncias imiscíveis em miscíveis. Quando o leite passa pelo
homogeneizador, ele é forçado a passar por através de um pequeno espaço em alta
velocidade, com isso ocorre a diminuição do tamanho dos glóbulos de gordura. Diminuindo o
tamanho dos glóbulos em 2-5 mícrons, gerando uma emulsão estável, produzindo um leite com
textura melhor e reduzindo a oxidação lipídica. Após a homogeneização é retirado todo
oxigênio da solução. Com esse processo melhoramos a qualidade do produto e a sua util.
6.5 Fermentação
Nesta fase, ocorre fermentação láctica que consiste na redução do ácido
pirúvico, proveniente da glicólise, em ácido láctico. Para isso, é necessário preparar
uma cultura de bactérias prévia, capazes de converterem a lactose, presente no leite,
nesse ácido. As bactérias escolhidas para a produção de iogurtes ( lactobacillus
bulgaricus e streptococcus thermophilus) não têm necessidade de reter o ácido por não
ter qualquer utilidade para elas, pelo que é excretado para o meio, acidificando-o. A
fermentação é a fase fundamental de todo o processo pois é o ácido láctico produzido
o agente de coagulação do leite. Esta etapa ocorre a uma temperatura de 42ºC durante
aproximadamente 3 horas.
Os microrganismos formam uma cultura simbiótica para fermentar o leite. A
cultura inicial começa o processo de fermentação, com queda de pH para 4,2. Quando a
cultura iniciadora é adicionada ao leite, ocorre a quebra de lactose em glicose. Essa glicose é
convertida em ácido lático pelos microrganismos. O ácido lático diminui o pH do leite com isso
as proteína desnaturar e ficar juntas então o leite então coalha para produzir iogurte.
Quando o produto atinge a acidez desejada, ele é resfriado tomando-se cuidado para
que nenhuma das características até então obtidas sejam perdidas.
6.6 Armazenamento:
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O iogurte, colocado em um tanque de retenção em uma temperatura e pressão
controladas é constantemente misturado para impedir a separação do iogurte além de manter
uma consistência adequada do produto.
6.8 Embalagem:
Após o resfriamento do iogurte, ele está pronto para ser colocado nas embalagens.
Para isso é utilizada máquinas de alta tecnologia sem nenhum contato manual, mantendo-se
assim toda a sua qualidade e frescor. Em seguida o produto passa para um esterilizador UV,
isso mata todos os micróbios que podem estar presentes nos copos que poderiam ter
contaminado durante o armazenamento e deixando deixando o ambiente estéril para o produto.
6.9 Conservação:
A temperatura ideal para conservação do iogurte varia de um a 10º C e seu tempo de
validade é de cerca de 35 dias.
Todas as etapas de fabricação do iogurte são acompanhadas cuidadosamente pelos
técnicos do Controle de Qualidade. Assim, os produtos finalizados são liberados para o
consumidor mediante aprovação técnica.
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Fluxograma 1. As 8 Etapas de Produção do Iogurte
7. Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle (HACCP) do iogurte:
Para Análise dos PCC, a equipe de segurança alimentar deve inicialmente identificar,
determinar e analisar os possíveis pontos críticos por meio de auditorias na empresa produtora
de iogurtes. Desta forma, nesta etapa inicial, faz-se o levantamento de todos os possíveis
riscos associados com cada etapa, além da realização da análise de perigos e estudos das
medidas para controle das etapas.
Ao determinar os , será necessário identificar quais destes riscos podem ser
eliminados, prevenidos ou diminuídos para níveis aceitáveis.
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Esta análise permitirá portanto, uma avaliação da periculosidade do PCC, ou seja, será
possível realizar um estudo sobre a severidade do ponto crítico e quais seriam os efeitos sobre
os clientes, bem como uma avaliação da presença ou produção de toxinas e produtos
químicos. Também será possível avaliar a contaminação de matérias-primas, produtos
intermediários / semi-processados ou acabados.
Deste modo, analisando as etapas do processamento do iogurte na tabela abaixo, é
possível encontrar os pontos de risco e os possíveis meios controle contra estes riscos.
Leite cru (gelado) Microbiano Temperatura e tempo Leite gelado < 3ºC
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adição do fermento
A equipe, sempre que possível, deve adicionar medidas preventivas necessárias para
eliminar e prevenir os riscos de segurança alimentar ou reduzir a um nível aceitável. O controle
dos riscos é alcançado através eliminação e controle dos requisitos listados na determinação
de Pontos Críticos de Controle (PCC) (Princípio 2), sendo assim é necessário adequar o
processamento do produto às medidas preventivas e de eliminação propostos pela equipe de
segurança alimentar.
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processamento não podem ser sanados, ou seja, esta etapa do processo devem ocorrer
corretamente prejudicaram toda redução do iogurte, pois não pode ser corrigida depois.
Resfriamento e GMP
homogeneização Microbiano Limpeza
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9. Análise do Risco Microbiológico nas Etapas de Produção do Iogurte
As diferentes etapas de processamento dos iogurtes requerem cuidados extremos para
evitar contaminações por microrganismos.
Segundo a tabela 2, mostrada acima, existem os Pontos de Controle que referem-se à
possíveis etapas de controle de microrganismos, essenciais para o processamento, mas que
caso ocorram de forma inadequada, podem ainda ser solucionadas nas outras etapas do
processo.
Entretanto, os Pontos Críticos de Controle (CCP) também citados na tabela 2,
referem-se às etapas de processamento que se realizadas de forma inadequada, nenhuma
outra etapa posterior poderá solucionar o problema de contaminação. Estas etapas que
apresentam-se como Pontos Críticos de Controle e os seus principais microrganismos
contaminantes estão descritos abaixo.
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(Tabela 4. Interpretação da contagem de CCS do rebanho, de acordo com a redução da
produção de leite e a porcentagem de animais infectados no rebanho).
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9.3 Resfriamento e adição do Fermento
A temperatura para adição do fermento deve ser controlada, pois se a temperatura não
estiver adequada para favorecer o crescimento de Lactobacillus bulgaricus e Termófilos
Streptococcus e com isso uma boa fermentação do leite para que ele fique na consistência e
sabor adequado
Leite cru Presença de Análise Bacterias no Rejeição do leite
microrganismo microbiana resultado Leite acima do limite
s cru microbiano
Inspeção do
Leite cru Particular, tanque de Negativo e Rejeitar o leite
material armazenamento sem Leite cru e inspeccionar o
estranho e e testes problemas no tanque
antibioticos específicos tanque
Leite cru Microbiano Temperatura e Leite gelado < Leite cru e Controle da
(gelado) tempo 3ºC gelado temperatura
Verificação
Separação do Risco quimico Limpeza Dentro dos GMP trimestral por
creme paramentro SOCP fornecedor de
produtos químicos
Verificação
Homogenização Risco quimico Limpeza Dentro dos GMP trimestral por
paramentro SOCP fornecedor de
produtos químicos
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Pasteurização Microbiano Temperatura e Temperatura e GMP WIGLP Re-pasteurizar
tempo tempo
Armazenamento Microbiano Test laboratorial < 4ºC 24 h Viscosidade e Exibição no PC
contagem de
coliformes
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Quando existe falhas no comprimento dos limites de controle, o grupo de auditoria
documenta uma ação preventiva, esta ação inclui qualquer produto que tenha sido fabricado
durante o período em que o processo estava fora de controle.
A empresa passa por uma auditoria anual feita pela equipe de segurança alimentar que
analisa HACCP do processamento do iogurte antes de qualquer alteração que possa afetar a
segurança do produto. Essas alterações podem ser:
● Mudança de matérias-primas ou fornecedor de matérias-primas;
● Mudança de ingredientes / receita;
● Mudança nas condições de processamento ou no equipamento;
● Mudança nas condições de embalagem, armazenamento ou distribuição;
● Mudança no tipo do consumidor;
● Emergência de um novo risco, por exemplo, adulteração de um ingrediente;
● Essas alterações devem constar na documentação de monitorização anual feita pela
equipe de segurança, junto com pesquisa científicas sobre o produto, as etapas do
processamento do produto.
Referências:
ALVARENGA, L. B. & TOLEDO, J. C. Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
(APPCC) como sistemapara garantia da qualidade e segurança de alimentos: estudo de caso
em uma pequena empresa processadora de bebidas. Acesso em 30/11/2017:
https://www.researchgate.net/publication/241162107_Analise_de_Perigos_e_Pontos_Criticos_d
e_Controle_APPCC_como_sistema_para_garantia_da_qualidade_e_seguranca_de_alimentos
_estudo_de_caso_em_uma_pequena_empresa_processadora_de_bebidas
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http://www.aptaregional.sp.gov.br/acesse-os-artigos-pesquisa-e-tecnologia/edicao-2012/janeiro-
junho-2/1196-vigilancia-para-staphylococcus-aureus-produtores-de-toxinas-em-leite/file.html
MORTIMORE, S. & WALLACE, C. Food Industry Briefing Series: HACCP. Editora Blackwell,
2001.
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10/08/2014. Acesso em 20/11/2017:
https://www.milkpoint.com.br/mypoint/6239/p_qualidade_do_leite_cru_associacao_entre_mastit
e_e_contagem_bacteriana_total_5583.aspx
USDA United States Department of Agriculture, Food Safety and Inspection Service.
Guidebook for the Preparation of HACCP Plans. April 1997.
YILDIZ, Fatih. Development and Manufacture of Yogurt and Other Functional Dairy Products.
Editora CRC Press, Novembro 2009.
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