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INQUÉRITO POLICIAL
Bora com as características básicas do IP, pois a gente
consegue retirar tudo que é importante acerca do tema.
Você que é nosso Aluno já sabe que deve gravar o IP é
ODISEI (lembre-se: não fui eu que inventei este macete,
mas é bom pacas).
Obrigatório/Indisponível
Dispensável
Informal ou discricionário
Sigiloso
Escrito
Inquisitivo ou inquisitório
Diligências do IP
Atenção especial aos artigos 6º, 7º, 13-a e 13-b – esses
dois últimos são novidades!
Também é novidade o parágrafo X do artigo 6º. Veja só:
X - colher informações sobre a existência de filhos,
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Encerramento do IP
No encerramento do IP, cabe ao Delegado confeccionar
minucioso relatório. Esse relatório, de acordo com o CPP,
vai para o Juiz que o remeterá ao MP.
Com os autos do IP, o MP poderá: 1) requisitar novas e
imprescindíveis diligências na busca pela justa causa; 2)
poderá denunciar, se houver justa causa suficiente para
ingressar com a ação penal – o prazo para tanto será de
5 dias se o investigado estiver preso ou 15 se estiver
solto; ou 3) promover o arquivamento do feito.
Arquivamento
Como você já sabe, o arquivamento é promovido pelo
MP, mas é decidido, a princípio, pelo Juiz. Logo, o
Delegado não pode determinar o arquivamento do feito.
Ademais, saiba que, mesmo com o IP arquivado, a Polícia
pode seguir realizando investigações em busca de novas
provas das quais tenha notícia. Se houver mesmo novas
provas, das quais se possa extrair a justa causa para a
AP, então, o MP poderá oferecer a correspondentes
denúncia.
AÇÃO PENAL
SUPERMEGATHUNDERMASTERBLASTER SÍNTESE DE
TUDO QUE IMPORTA!
O texto que segue consiste em excelente síntese que
encontrei no livro DIREITO PROCESSUAL PENAL
ESQUEMATIZADO, editora Método, São Paulo, 2016, do
Nobre Professor NORBERTO AVENA. Com todo respeito ao
autor, apenas fiz algumas modificações pontuais para
adaptar o conteúdo ao nosso nível de estudos. Veja como
ele foi mestre:
Para melhor visualizar os temas tratados e ao mesmo
tempo orientar o estudo, apresentamos, a seguir, breve
síntese sobre os principais tópicos relativos às ações
penais públicas incondicionada e condicionada, e privada
exclusiva e subsidiária da pública.
1. Ação penal pública:
1.1 Ação penal pública incondicionada:
1.1.1 Princípios:
Obrigatoriedade, indisponibilidade, divisibilidade.
1.1.2 Titular:
Ministério Público, independente da manifestação de
vontade da vítima ou de seu representante legal.
1.2 Ação penal pública condicionada à representação:
1.2.1 Princípios: Uma vez realizada a representação, os
princípios são os mesmos da ação penal pública
incondicionada.
1.2.2 Natureza da representação: condição de
procedibilidade da ação penal.
1.2.3 Forma da representação: não exige forma especial,
bastando que contenha inequívoca manifestação de
vontade quanto à apuração do fato. Pode ser escrita ou
oral, neste último caso reduzida a termo perante a
autoridade policial, Ministério Público ou Juiz.
1.2.4 Extensão da representação: a representação ocorre
em relação ao fato. Assim, ainda que realizada quanto à
determinada pessoa pela prática de certo fato, permite
ao Ministério Público denunciar outros corréus pela
atuação no mesmo delito.
1.2.5 Titulares da representação: ofendido maior e capaz
e, se menor ou incapaz, seu representante legal (art. 24
do CPP); no caso de morte ou ausência do ofendido, seu
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, §
1.º, do CPP); pessoas jurídicas, por meio de quem os
estatutos ou contratos sociais indicarem (art. 37 do CPP).
1.2.6 Prazo para representação: seis meses, contados da
data da ciência da autoria do crime pelo ofendido (art. 38
do CPP). Se este for menor ou incapaz, o prazo pertence
a seu representante legal. Entretanto, fluirá para a vítima
a partir do momento em que alcançar a maioridade ou
recuperar a capacidade. No caso de morte do ofendido,
conta-se individualmente para as pessoas mencionadas
no art. 31 a partir do instante em que forem tomando
ciência do fato e sua autoria (art. 38, parágrafo único, c/c
o art. 24, §1.º, do CPP).
1.2.7 Destinatários da representação: autoridade policial,
Ministério Público ou Juiz. Feita por escrito, exige
autenticação. Caso realizada oralmente, dispensa essa
formalidade, devendo ser reduzida a termo.
1.2.8 Retratabilidade da representação: é irretratável
após o oferecimento da denúncia (art.25 do CPP).
1.2.9 Vinculação do Ministério Público à representação: a
representação não vincula o Ministério Público, que
poderá oferecer denúncia com diferente capitulação e,
inclusive, promover judicialmente seu arquivamento.
1.3 Requisição do Ministro da Justiça:
1.3.1 Princípios: Havendo a requisição, os princípios são
os mesmos da ação penal pública incondicionada.
1.3.2 Fundamento: exigência presente em crimes nos
quais o exercício da ação penal está relacionado à
conveniência política em vê-los apurados ou não.
Exemplo: Crimes contra a honra cometidos contra o
Presidente da República (art. 141, I, c/c o art. 145,
parágrafo único, ambos do CP).
1.3.3 Prazo da requisição: não há previsão de prazo,
compreendendo-se que pode ocorrer até o momento da
prescrição do crime.
1.3.4 Destinatário: Ministério Público.
1.3.5 Retratabilidade pelo Ministro da Justiça: há duas
posições, uns compreendendo no sentido da
impossibilidade da retratação, dada a seriedade de que
se reveste este ato, e, outros, agasalhando posição
oposta.
1.3.6 Vinculação do Ministério Público: não há vinculação,
podendo este oferecer denúncia nos termos da
requisição; oferecer denúncia por crime diverso;
requisitar inquérito policial e, até mesmo, promover o
arquivamento do ofício e documentos que lhe tiverem
sido encaminhados caso se convença da inexistência de
elementos que embasem a ação penal.
2. Ação penal privada:
2.1 Ação penal privada exclusiva:
2.1.1 Princípios: oportunidade, disponibilidade,
indivisibilidade.
2.1.2 Prazo:seis meses contados do dia da ciência da
autoria do crime (art. 38 do CPP), salvo disposição em
contrário, como ocorre no art. 236, parágrafo único, do
CP.
2.1.3 Legitimados: seis meses, contados da data da
ciência da autoria do crime pelo ofendido (art. 38 do
CPP). Se este for menor ou incapaz, o prazo pertence a
seu representante legal. Entretanto, fluirá para a vítima a
partir do momento em que alcançar a maioridade ou
recuperar a capacidade. No caso de morte do ofendido,
conta-se individualmente para as pessoas mencionadas
no art. 31 a partir do instante em que forem tomando
ciência do fato e sua autoria (art. 38, parágrafo único c/c
art. 31, ambos do CPP).
2.1.4 Renúncia ao direito de queixa: ato impeditivo do
processo criminal; caracteriza-se pela unilateralidade;
ocorre antes do recebimento da inicial; pode ser expresso
ou tácito; operada quanto a um dos ofensores, a todos
aproveita (art. 49 do CPP).
2.1.5 Perdão do ofendido: ato extintivo do processo
criminal; caracteriza-se pela bilateralidade; ocorre após o
recebimento da exordial; pode ser expresso ou tácito;
operado quanto a um dos querelados, a todos aproveita,
salvo quanto a quem o recusar (art. 51 do CPP).
2.1.6 Sujeita-se à perempção: a perempção, cujos casos
estão elencados no art. 60 do CPP, consiste na perda do
direito de prosseguir com a ação penal privada exclusiva
em razão da negligência ou inércia do querelante.
2.2 Ação penal privada subsidiária da pública:
2.2.1 Cabimento: omissão injustificada do Ministério
Público em ingressar com a ação penal pública no prazo
legal.
2.2.2 Prazo: período de seis meses que se seguem após o
final do prazo do Ministério Público.
2.2.3 Descabimento: descabe o ingresso de queixa
subsidiária na hipótese de pedido de arquivamento pelo
Ministério Público, requerimento de diligência (salvo se
manifestamente prescindíveis) ou no caso de declinação
de atribuições.
2.2.4 Posição do Ministério Público diante da ação
subsidiária: o Ministério Público poderá aditar a queixa,
repudiá-la e apresentar denúncia substitutiva, intervir em
todos os termos do processo, fornecer elementos de
prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal – art. 29 do CPP.
2.2.5 Perdão do querelante na ação subsidiária: descabe
o perdão nesta espécie de ação.
COMPETÊNCIA
No tema competência, existem muitas questões
possíveis, mas eu lhe recomento ler, reler e treler os
artigos 76, que trata de conexão.
Art. 76. A competência será determinada pela
conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem
sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas
reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas
contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas
praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para
conseguir impunidade ou vantagem em relação a
qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer
de suas circunstâncias elementares influir na prova de
outra infração.
Além do artigo 76 acima, ainda é necessário se lembrar
do quadro abaixo, que nos apresenta as regras básicas
de competência territorial. Leia-o:
Regra de É competente para julgar o caso o Juiz do
básica local do RESULTADO do crime
Se não O Juiz da residência do réu
conhecemos
onde o
crime
aconteceu
Não Os Juízes dessas diferentes residências são
sabemos competentes para julgar o caso e terá
onde o preferência aquele que primeiro atuar de
crime modo decisório no feito (prevenção)
aconteceu e
o réu tem
duas ou
mais
residências
Não Sem crise, o Juiz que primeiro atuar no
sabemos feito, com conteúdo decisório, é prevento e
onde o prevalecerá sobre os demais
crime
aconteceu e
o réu não
tem
residência
fixa em
lugar
nenhum
Crime O Juízes de qualquer das duas comarcas
ocorrido na são igualmente competentes; prevalece
divisa de aquele que primeiro atuar, com conteúdo
duas decisório, no feito (prevenção entre eles)
comarcas
Crime A competência é do Juiz do local do
plurilocais resultado – em homicídios plurilocais, a
Jurisprudência estabeleceu que a AP deve
ser intentada no local da conduta
criminosa, pois é o melhor ponto para
coleta de provas
Crime à A AP correrá na Capital do Estado em que
distância o criminoso morou por último no Brasil ou,
se ele jamais tiver residido aqui, na Capital
Federal
Crime Qualquer local por onde o crime tenha se
continuado estendido – mais uma vez, a competência
e crime será fixada por prevenção
permanente
Embarcação Juiz do local de onde o sujeito saiu do
ou aeronave Brasil (o “último ponto”
saindo do
Brasil
Embarcação Juiz do local onde o sujeito desembarcou
ou aeronave no Brasil
chegando
no Brasil
Quando não Prevenção – entre todos os Juízes
tiver como igualmente competentes, prevalece aquele
aplicar que primeiro atuar no feito com conteúdo
nenhuma decisório
dessas
regras
PROVAS
Quanto às provas, temos mais de 100 artigos, então,
pode cair qualquer coisa. Eu sempre chamo atenção aos
3 primeiros artigos sobre o tema, pois eles refletem a
Teoria Geral das Provas. Leia-os:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre
apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas
serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.
Este artigo nos apresenta o Sistema da Livre Convicção
Motivada ou Livre Persuasão Racional, que determina
que o Juiz deve decidir com base em provas, ou seja,
elementos de convicção produzidos sob o crivo do
contraditório e ampla defesa. Ele pode usar as
informações levantadas no IP? Pode, mas
complementarmente, e não de forma exclusiva, salvo no
que se refere às provas cautelares, irrepetíveis e
antecipadas, pois essas, mesmo sendo produzidas fora
da AP, são provas.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,
sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal,
a produção antecipada de provas consideradas urgentes
e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de
proferir sentença, a realização de diligências para dirimir
dúvida sobre ponto relevante.
Esse artigo nos diz que o ônus da prova é das partes, ou
seja, cada parte é responsável por provar aquilo que
alegar. Porém, o Juiz tem iniciativa probatória, de modo
que pode determinar a produção de provas na AP ou até
mesmo antes dela, se for urgente, relevante e
proporcional.
Ademais, o Juiz também pode determinar a produção de
provas de modo subsidiário às partes, exatamente para
dirimir dúvidas que possam ter restado após a instrução
criminal.
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais.
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas
das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras.
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que
por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria
capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por
decisão judicial, facultado às partes acompanhar o
incidente.
Este artigo afirma que as provas ilícitas devem ser
desentranhadas do processo, pois violam normas
constitucionais ou legais. Veja que, em regra, a ilicitude
nasce fora do processo e faz com que a prova não possa
ser utilizada. Na verdade, a parte interessada vai acusar
a ilicitude da prova e, por decisão judicial, ela será
retirada dos autos e deixada em cartório até que essa
decisão de desentranhamento transite em julgado. Após
isto, se mantida a decisão, a prova será destruída, sendo
FACULTADA às partes acompanhar o incidente. Se a
decisão for reformada, a prova é considerada lícita e
volta aos autos normalmente.
Também se recorde da Teoria do Fruto da Árvore
Envenenada, que está no §1º, e do que é considerado
fonte independente: aquela que, por si só, seguindo os
trâmites de praxe, é capaz de conduzir ao fato objeto de
prova.
BUSCA E APREENSÃO
Não sei qual foi o motivo, mas a busca e apreensão ficou
deslocada em item próprio no nosso edital. Então, vamos
vê-la rapidamente.
Buscar é procurar algo num lugar ou pessoa. Se
encontrar este algo, vamos apreender – mas o que
importa pra gente é a busca.
Existem dois tipos de busca: a domiciliar (que ocorre em
domicílios, assim entendidos nos termos do art. 150, §4º
do CP – citado abaixo) e a pessoal (que se dá em
pessoas).
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde
alguém exerce profissão ou atividade.
Lembre-se que domicílio está protegido pela CF, mas
pode ser adentrado nos seguintes casos:
De dia (entre a aurora e o crepúsculo)
Flagrante
Desastre
Para prestar socorro
Com consentimento do morador
COM MANDADO JUDICIAL
De noite
Flagrante
Desastre
Para prestar socorro
Com consentimento do morador
PRISÃO EM FLAGRANTE
Com relação à prisão em flagrante, é importante saber o
artigo 302:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração.
Nessas situações, qualquer do povo pode exercer o
direito de prender o sujeito em flagrante, enquanto que a
autoridade policial e seus agentes tem obrigação de
efetuar a prisão. Aqui, temos a prisão em flagrante
facultativa e a coercitiva/obrigatória.
As situações de flagrante do artigo 302 tem nome e é
importante que você os conheça: 1) flagrante próprio
está nos incisos I e II do artigo 302; 2) flagrante
impróprio ou QUASE FLAGRANTE está no inciso III do
artigo 302; e 3) flagrante presumido, que está no inciso
IV do artigo 302.
Mas a doutrina, jurisprudência e leis especiais trouxeram
outras situações.
Flagrante esperado: aquele em que sabemos de antemão
que o crime vai acontecer e, sem provocação alguma,
apenas esperamos o início da execução e prendemos o
criminoso no ato. Ele é lícito
Flagrante diferido/postergado/atrasado/ação controlada:
este está descrito na Lei de Organizações Criminosas e
na Lei de Tráfico de Entorpecentes. Veja só:
Da Ação Controlada
Art. 8º da LOC - Consiste a ação controlada em retardar
a intervenção policial ou administrativa relativa à ação
praticada por organização criminosa ou a ela vinculada,
desde que mantida sob observação e acompanhamento
para que a medida legal se concretize no momento mais
eficaz à formação de provas e obtenção de informações.
§ 1o O retardamento da intervenção policial ou
administrativa será previamente comunicado ao juiz
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus
limites e comunicará ao Ministério Público.
§ 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de
forma a não conter informações que possam indicar a
operação a ser efetuada.
§ 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos
autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das
investigações.
§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
circunstanciado acerca da ação controlada.
Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de
fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou
administrativa somente poderá ocorrer com a
cooperação das autoridades dos países que figurem
como provável itinerário ou destino do investigado, de
modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto,
objeto, instrumento ou proveito do crime.
Artigo 53, II, da Lei 11343 – Art. 53. Em qualquer fase da
persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta
Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante
autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os
seguintes procedimentos investigatórios:
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de
investigação, constituída pelos órgãos especializados
pertinentes;
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas,
seus precursores químicos ou outros produtos utilizados
em sua produção, que se encontrem no território
brasileiro, com a finalidade de identificar e
responsabilizar maior número de integrantes de
operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação
penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a
autorização será concedida desde que sejam conhecidos
o itinerário provável e a identificação dos agentes do
delito ou de colaboradores.
O tal do flagrante postergado é lícito também.
Flagrante forjado/maquinado/urdido: é aquele em que a
Polícia (da Dinamarca) planta provas de um crime que
jamais ocorreu. Ele é ilícito.
Flagrante provocado/preparado/delito putativo por obra
do agente provocador: aqui, existe um agente
provocador, uma isca que vai levar o criminoso a agir,
mas ele será impedido de atuar verdadeiramente, pois a
Polícia já prepara o meio de campo para impossibilitar a
execução do crime. Como o crime está impedido de
acontecer, estamos diante de um caso de crime
impossível – Súmula 145 do STF diz que o flagrante será
ilícito. Porém, lembre-se que o sujeito pode ser preso por
atos anteriores ao crime provocado.
Com relação à lavratura do APF, você deve saber o
seguinte:
1) O condutor apresenta o preso à autoridade policial
(Delegado);
2) O Delegado ouve o pessoal (condutor, testemunhas,
vítima e o preso);
3) Cada um que é ouvido, assina seu correspondente
termo de declaração e pode ir embora (menos o preso,
né?!) – ao condutor, ainda é repassado recibo de entrega
do preso;
4) Ao final, o Delegado confecciona a ata da prisão, que o
CPP chama de APF.
Lembre-se que o condutor não precisa ser quem prendeu
o sujeito nem precisa ter presenciado a prisão.
Lembre-se mais: são necessárias, pelo menos, duas
testemunhas (e o condutor pode ser uma delas), que não
precisam ter presenciado o fato, mas apenas a
apresentação do preso ao Delegado – quando são
chamadas testemunhas de apresentação ou fedatárias.
Logo, a falta de testemunhas do fato não impede a
lavratura do APF.
Mais um pouco: Na falta ou no impedimento do escrivão,
qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o
auto, depois de prestado o compromisso legal.
Detalhe importante: o APF dá origem ao Inquérito Policial
e configura notitia criminis coercitiva/obrigatória.
Cuidado com o artigo 304, §4º:
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante
deverá constar a informação sobre a existência de filhos,
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Quem deve ser comunicado imediatamente? O Juiz, o MP
e familiar ou pessoa indicada pelo preso.
O que o Delegado deve providenciar em até 24h? A
remessa do APF ao Juiz (com cópia integral para
Defensoria Pública, se o preso não indicar advogado) e a
entrega da nota de culpa ao preso.
Agora, com a Resolução 213 do CNJ, temos algo a ser
realizado em até 24h contadas da comunicação da prisão
em flagrante ao Juiz. Trata-se da audiência de custódia,
onde o Juiz vai entrevistar o preso sobre as
circunstancias da prisão, se houve tortura ou não e já vai
aplicar o artigo 310:
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o
juiz deverá fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
quando presentes os requisitos constantes do art. 312
deste Código, e se revelarem inadequadas ou
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;
ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem
fiança.
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de
prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas
condições constantes dos incisos I a III do caput do art.
23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena
de revogação.
PRISÃO PREVENTIVA
A prisão preventiva pode ser decretada (sempre pelo
Juiz) no IP ou na AP. No IP, ela precisa de representação
do Delegado ou requerimento do MP. Na AP, o Juiz pode
decretá-la de ofício, ou a requerimento do MP, querelante
ou assistente de acusação.
De acordo com o CPP, a prisão preventiva só pode ser
decretada enquanto a sentença penal não tiver
transitado em julgado. Assim,
Quando podemos identificar que há fumus comissi delicti
para a decretação da prisão preventiva? Quando houver
prova da materialidade do crime e indícios de
autoria/participação.
Ademais, ainda é preciso haver situação de perigo da
liberdade do investigado ou acusado, que, para a prisão
preventiva, resumem-se em: GOP, GOE, CIC e ALP.
GOP: garantia da ordem pública.
GOE: garantia da ordem econômica.
CIC: conveniência da instrução criminal.
ALP: (garantia de) aplicação da lei penal.
Ok! Mas para que a prisão preventiva seja decretada,
ainda é preciso que estejamos diante das hipóteses de
cabimento. Elas estão nos artigos 313 e no 366. Veja-as:
1) crimes dolosos punidos com pena privativa de
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
2) se tiver o sujeito tiver sido condenado por outro crime
doloso, em sentença transitada em julgado;
3) se o crime envolver violência doméstica e familiar
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência (e, para aqueles que se
esquecem da interpretação sistemática, a prisão
preventiva seria possível mesmo em crimes culposos
nessa hipótese – mas isso beira o absurdo na opinião de
muitos renomados Doutrinadores);
4) também será admitida a prisão preventiva quando
houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou
quando esta não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo
se outra hipótese recomendar a manutenção da medida;
5) acusado citado por edital, que não comparece nem
constitui advogado - pode o Juiz decretar prisão
preventiva, nos termos do disposto no art. 312; este é o
art. 366 e veja o que diz a jurisprudência sobre ele:
Ressalte-se que a previsão do art. 366 do Código de
Processo Penal - possibilidade de ser decretada prisão
preventiva quando, uma vez citado por edital, o acusado
não comparecer, nem constituir advogado - reclama a
observância do disposto nos arts. 312 e 313 do CPP, que
somente admitem a imposição de prisão cautelar nos
crimes dolosos. E aos referidos preceitos legais não é
possível conferir interpretação ampliativa para alcançar
hipótese em que ao acusado foragido é imputada a
prática de crime culposo, dado que, segundo regras de
hermenêutica, normas restritivas de direito hão de ser
interpretadas restritivamente (HC 116504, Relator(a):
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado
em 06/08/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-163 DIVULG
20-08-2013 PUBLIC 21-08-2013)
Atenção: não há prisão preventiva em contravenções e
no caso de excludentes de ilicitude!!!
Grave ainda:
1) só cabe prisão preventiva se ao crime for cominada
(em abstrato) pena privativa de liberdade – na verdade,
qualquer prisão ou medida cautelar diversa da prisão só
terá cabimento se houver previsão abstrata de pena
privativa de liberdade (até a tornozeleira é assim);
2) a prisão preventiva é subsidiária – para que ela venha
a ser decretada é porque outra medida cautelar diversa
da prisão não era suficiente (assim, se o monitoramento
eletrônico for suficiente, mesmo nos casos do artigo 313,
seja aplicado sozinho ou em conjunto com outra medida
cautelar pessoal, não haverá espaço para a decretação
da prisão preventiva, que é a ultima ratio);
3) a prisão preventiva segue a cláusula rebus sic
stantibus - se os pressupostos deixarem de existir, ela
deve ser revogada e o indivíduo, posto em liberdade
(alvará de soltura se ele já estiver preso) – inclusive, a
prisão se mantiver mesmo depois de seus requisitos
tiverem caído, caberá habeas corpus;
4) a apresentação espontânea impede a prisão em
flagrante, pois o sujeito acaba fugindo das hipóteses do
artigo 302, mas não impede a prisão preventiva (nem a
temporária);
5) na sentença de pronúncia e na sentença condenatória
recorrível, que era meio que automática, não é mais - o
Juiz, se for o caso, pode decretar a prisão preventiva
(sempre de modo fundamentado). Então, se o sujeito
respondeu ao processo preso, era porque havia motivos
para tanto; na sentença, cabe ao Juiz repisá-los. Se o
sujeito respondeu ao processo em liberdade, por até ser
preso na sentença condenatória recorrível ou na
sentença de pronúncia, desde que o Juiz decrete a
preventiva no caso concreto.
Cuidado com a prisão preventiva domiciliar, eis que foi
alterada em 2016. Veja só como ela está hoje:
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do
indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela
ausentar-se com autorização judicial.
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela
domiciliar quando o agente for:
I - maior de 80 (oitenta) anos;
II - extremamente debilitado por motivo de doença
grave;
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257,
de 2016)
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
VI - homem, caso seja o único responsável pelos
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova
idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo
Ok! Veja como era antes da Lei 13257, pois é
exatamente nas alterações que a Banca vai tentar lhe
pegar:
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela
domiciliar quando o agente for:
(...) IV - gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez
ou sendo esta de alto risco.
E só isso, pois as hipóteses do artigo 318, V e VI, não
existiam!!!
PRISÃO TEMPORÁRIA
Quanto a prisão temporária, basta a leitura da Lei 7.960:
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do
inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de
sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria
ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus
§§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus
§§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art.
223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº
2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
(Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art.
223 caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº
2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância
alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270,
caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de
outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16
de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela
Lei nº 13.260, de 2016)
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em
face da representação da autoridade policial ou de
requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5
(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial,
o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá
ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24
(vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento
da representação ou do requerimento.
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do
Ministério Público e do Advogado, determinar que o
preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a
exame de corpo de delito.
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á
mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será
entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da
expedição de mandado judicial.
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o
preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição
Federal.
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o
preso deverá ser posto imediatamente em liberdade,
salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer,
obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de
1965, fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação:
"Art. 4° ...............................................................
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou
de medida de segurança, deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade;"
Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá
um plantão permanente de vinte e quatro horas do Poder
Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos
pedidos de prisão temporária.
A primeira coisa que você deve ter em mente é que a
prisão temporária tem tempo! Ela tem o prazo de (até) 5
dias, prorrogável por (até) outros 5 dias no caso de
extrema e comprovada necessidade. Nos crimes
hediondos e equiparados, basta trocar esse 5 por 30: são
30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias.
Findo o prazo conforme decretado pelo Juiz, o preso deve
ser colocado em liberdade automaticamente, ou seja,
sem alvará de soltura.
Outra coisa que você deve lembrar é que a prisão
temporária só tem lugar no IP, jamais na AP! Como é
uma prisão decretada pelo Juiz, que pouco deve tocar no
IP, é necessário que haja representação do Delegado ou
requerimento do MP. Sem isso, não há prisão temporária.
Lembre-se que sempre é preciso conjugar o inciso III com
um dos outros incisos do artigo 1º, seja o I, o II ou os dois
ao mesmo tempo.
Nunca se esquece que as bancas adoram novidades e
que os crimes previstos na Lei de Terrorismo é uma delas
que pode vir em provas.
Sendo espécie de prisão decretada pelo Juiz, como
sempre, a ordem judicial segue em mandado de prisão
com duas vias, sendo que uma servirá como nota de
culpa e deve ser entregue ao preso no momento da
execução do mandado.
Por fim, jamais se esqueça que presos provisórios (prisão
em flagrante, prisão preventiva e prisão temporária)
precisam ficar separados dos demais e tem gente que diz
que os presos temporários precisam ficar separados até
dos demais provisórios.
LEI 12830
A Lei 12830 trata das investigações policiais. Ela é
curtinha e é mais um item de nosso Edital. Leia-a abaixo:
Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo
delegado de polícia.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal
conduzida pelo delegado de polícia.
Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são
de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
§ 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade
policial, cabe a condução da investigação criminal por
meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto
em lei, que tem como objetivo a apuração das
circunstâncias, da materialidade e da autoria das
infrações penais.
§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao delegado
de polícia a requisição de perícia, informações,
documentos e dados que interessem à apuração dos
fatos.
§ 3o (VETADO).
§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto
em lei em curso somente poderá ser avocado ou
redistribuído por superior hierárquico, mediante
despacho fundamentado, por motivo de interesse público
ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos
previstos em regulamento da corporação que prejudique
a eficácia da investigação.
§ 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á
somente por ato fundamentado.
§ 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia,
dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise
técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria,
materialidade e suas circunstâncias.
Art. 3o O cargo de delegado de polícia é privativo de
bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o
mesmo tratamento protocolar que recebem os
magistrados, os membros da Defensoria Pública e do
Ministério Público e os advogados.
Com relação a essa lei, grave que o Delegado pode
requisitar a realização de perícia (sempre pode), que o
cargo de Delegado tem natureza jurídica e só pode ser
exercido por Bacharel em Direito.
O que costuma cair pra gente, ainda, é o indiciamento,
que, hoje, demanda decisão fundamentada do Delegado
– e só ele pode indiciar (é ato exclusivo do Delegado).
Não se esqueça, ainda, que é possível a avocação de IP
por parte do superior hierárquico. Para isto acontecer,
precisamos de despacho fundamentado em interesse
público ou não observância de regras procedimentais, o
que prejudicaria as investigações.
Por fim, para que um Delegado seja removido, é
necessário ato fundamentado.
EXERCÍCIOS
Claro que a gente não poderia sair daqui sem exercícios.
Essa lista gigante que segue será dada por mim no curso
de exercícios do Focus. Aqui, ela fica sem explicações,
mas completa para você treinar seus conhecimentos.
Detalhe importante: são questões no nível que
esperamos da prova da FEPESE, ou seja, simples e muito
gostosas de fazer, ou um pouquinho acima, para que
você possa lembrar de conceitos importantes do
Processo Penal.
Eu sei, são muiiiiitas questões, mas não as faça todas de
uma vez e tenho certeza que você vai se divertir muito
brincando com elas.
Então, abra o CPP no seu computador (digite cpp planalto
no navegador de internet) e aproveite-as. Será legal
demais! HAHAHAH
Por fim, excelente prova e apenas não erre o que você
sabe! Bêzzzoooo pra ti!
INQUÉRITO
1) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Escrivão
de Polícia. O inquérito policial:
a) não pode ser iniciado se a representação não tiver
sido oferecida e a ação penal dela depender.
b) é válido somente se, em seu curso, tiver sido
assegurado o contraditório ao indiciado.
c) será instaurado de ofício pelo juiz se tratar-se de crime
de ação penal pública incondicionada.
d) será requisitado pelo ofendido ou pelo Ministério
Público se tratar-se de crime de ação penal privada.
e) é peça prévia e indispensável para a instauração de
ação penal pública incondicionada.
AÇÃO PENAL
21) Ano: 2015Banca: FUNCAB Órgão: PC-AC Prova: Perito
Criminal. No que se refere à ação penal, é correto dizer
que:
a) a ação penal nas contravenções poderá ser iniciada
por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária.
b) no caso de morte do ofendido ou quando declarado
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa
ou prosseguir na ação passará ao Ministério Público, na
qualidade de substituto processual necessário.
c) será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal pelo
Ministério Público, cabendo ao Ofendido, se necessário,
aditar a queixa, não podendo o MP retomar a ação como
parte principal.
d) a representação será irretratável, depois de recebida a
denúncia.
e) a renúncia ao exercício do direito de queixa, em
relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
28) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PJC-MT Prova:
Investigador. Sobre o princípio da reserva de jurisdição,
assinale a alternativa correta.
a) A autoridade policial pode ordenar buscas domiciliares
uma vez que não se adotou, em nosso ordenamento, a
cláusula de reserva de jurisdição.
b) Segundo o princípio da reserva de jurisdição, sobre
determinados temas, a autoridade judiciária tem o
monopólio da última palavra.
c) Vigora em nosso ordenamento a cláusula de reserva
de jurisdição, de forma que a interceptação telefônica, as
buscas domiciliares e a prisão só podem ser
determinados pela autoridade judiciária.
d) Excepcionalmente, as CPIs, por possuírem poderes de
investigação típicos da autoridade judiciária, podem
ordenar buscas domiciliares.
e) A ordem constitucional brasileira não adotou o
princípio da reserva de jurisdição.
PRISÃO EM FLAGRANTE
54) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova:
Escrivão de Polícia Substituto. A situação em que um
indivíduo é preso em flagrante delito por ser
surpreendido logo após cometer um homicídio
caracteriza um
a) flagrante presumido.
b) flagrante impróprio.
c) flagrante assimilado.
d) flagrante próprio.
e) quase-flagrante.
PRISÃO PREVENTIVA
61) Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: DPE-RR Prova: Oficial
de Diligência. A prisão preventiva
a) somente pode ser decretada no curso do inquérito
policial.
b) somente é admissível para os crimes punidos com
detenção.
c) é admissível sem exibição de mandado judicial, desde
que se trate de infração punida com pena privativa de
liberdade máxima superior a quatro anos.
d) pode ser decretada para assegurar a aplicação da lei
penal, quando houver suspeita de existência do crime e
da autoria.
e) pode ser decretada por conveniência da instrução
criminal, quando houver prova da existência do crime e
indício suficiente de autoria.
LEI 12830
83) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova:
Delegado de Polícia. Com base nos dispositivos da Lei n.º
12.830/2013, que dispõe sobre a investigação criminal
conduzida por delegado de polícia, assinale a opção
correta.
a) São de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de
Estado as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais pelo delegado de polícia.
b) A redistribuição ou a avocação de procedimento de
investigação criminal poderá ocorrer de forma casuística,
desde que determinada por superior hierárquico.
c) A remoção de delegado de polícia de determinada
unidade policial somente será motivada se ocorrer de
uma circunscrição para outra, não incidindo a exigência
de motivação nas remoções de delegados de uma
delegacia para outra no âmbito da mesma localidade.
d) A decisão final sobre a realização ou não de diligencias
no âmbito do inquérito policial pertence exclusivamente
ao delegado de polícia que preside os autos.
e) A investigação de crimes é atividade exclusiva das
polícias civil e federal.