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12º
Resumo da matéria
para exame
Unidade 1 – As transformações das primeiras décadas do século XX
1.1. Um Novo Equilíbrio Global
1.1.1 A geografia política após a Primeira Guerra Mundial. A sociedade das Nações
Povos que viviam oprimidos no território dos impérios alcançam a independência politica: Estados Nação
Com os impérios autocráticos abatidos e a emancipação de muitas nações por eles subjugadas, acreditou-se
no triunfo da justiça e da igualdade
Extensão dos regimes republicanos e das democracias parlamentares
Criação de um organismo para salvaguardar a paz e a segurança internacionais – a Sociedade das Nações
A primeira guerra mundial afectou de modo desigual as economias nacionais e as trocas internacionais:
Declínio da Europa
Ascensões dos países extra-europeus – destacam-se os E.U.A que se tornaram primeira potência mundial
O declínio da Europa
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A ascensão dos Estados Unidos e a recuperação europeia
Revolução de Fevereiro
Reunidos numa assembleia popular denominada Soviete, os operários incitavam ao derrube de czar. A adesão dos
soldados ao Soviete resultou no assalto ao Palácio de Inverno:
Fim do Czarismo – República (Governo Provisório)
Dualidade de Poderes
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O novo governo iniciou funções com a publicação de decretos revolucionários que procuraram responder às
aspirações das massas populares e às reivindicações dos sovietes:
Decreto sobre a paz
Decreto sobre a Terra Proprietários e empresários criam obstáculos à aplicação
Decreto sobre o Controlo Operário destes decretos
Decreto sobre as nacionalidades
▬ Negociações em Brest-Litovsk (sob a direcção de Trotsky) – Rússia assina paz separada com a Alemanha –
perde população, terras cultivadas e minas de ferro e de carvão
▬ Débil adesão da população russa ao projecto bolchevique
Brancos Vermelhos
Opositores ao Bolcheviquismo (apoio de Bolcheviques – dispuseram de um coeso e
Inglaterra, França E.U.A e Japão) desejosos de disciplinado exército vermelho organizado por
evitar a expansão do bolcheviquismo Trotsky
Guerra Civil
Vencedores: Vermelhos
Ditadura do proletariado:
Etapa transitória no processo de construção da sociedade socialista.
Detendo a “supremacia politica” o proletariado retiraria “todo o capital à burguesia” e centralizaria todos os
instrumentos de produção nas mãos do Estado, que enquanto instrumento de domínio de uma classe sobre a outra
deixaria de fazer sentido e se extinguiria. Dando assim lugar ao Comunismo.
▬ Dada a situação da Rússia (Guerra Civil…) e longe de ceder, Lenine tomou medidas energéticas que conferiram
à ditadura do proletariado um carácter violento e implacável:
Fim da democracia dos Sovietes Partidos políticos proibidos (excepto o
Nacionalização Económica comunista) bem como os jornais
Trabalho obrigatório (dos 16 aos 50 anos) “burgueses”
Assembleia constituinte dissolvida Terror – Policia Tcheca (policia politica) –
prendia, julgava e executava rapidamente
Comunismo de Guerra
O centralismo democrático
Desde 1922 a Rússia converteu-se na União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS).
A conciliação da disciplina e da democracia do Estado Soviético conseguiu-se com a fórmula do Centralismo
Democrático:
Todos os corpos dirigentes são eleitos “de baixo para cima”, enquanto as suas decisões são de
cumprimento obrigatório das bases. Assim todo o poder emana da base (sovietes) que é controlada por
duas forças: o Estado e o Partido Comunista. (doc.19, p.35)
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1.4. Mutações nos comportamentos e na cultura
O século XX foi o século das grandes cidades. A população urbana superou a das zonas rurais. Esta urbanização
maciça, levou a transformações profundas na vida e nos valores da civilização ocidental.
A nova sociabilidade
▬ Massificação
▬ Nos tempos livres: lugares públicos (cafés, esplanadas, cinemas…)
▬ Crescimento da classe média
▬ Melhoria do nível de vida Aceleração do ritmo de vida;
▬ Nova cultura do ócio (cidade oferece inúmeras distracções) Ruptura da rígida moral oitocentista
▬ Prazer do consumo e ânsia de divertimento
▬ Prática desportiva
▬ Convivência entre sexos mais livre e ousada
▬ Surgimento do automóvel
A brutalidade da primeira guerra mundial pôs em causa as instituições, os valores espirituais e morais:
Tinham morrido 9 milhões de homens
A miséria tomara conta das ruas das grandes cidades europeias, outrora prósperas e activas
Acelera as mudanças já em curso, de todas elas a emancipação feminina foi a que mais perturbou os
contemporâneos.
A emancipação feminina
Direito das mulheres casadas à propriedade dos seus bens, à tutela dos seus filhos, ao acesso à educação e a
um trabalho socialmente valorizado
Direito de participação na vida política (direito de voto)
▬ Organizam-se associações sufragistas (querem assegurar igualdade politica)
Homens nas trincheiras – mulheres viram-se libertas das suas tradicionais limitações como donas de casa –
assumindo a autoridade do lar e o sustento da família
Moda: não ao espartilho; saia acima do tornozelo; cabelo à garçonne
O positivismo estabelecera uma confiança absoluta no poder do raciocínio e da ciência. Acreditava-se num mundo
regido por leis claras e objectivas.
▬ Inicio do séc. XX – valorização de outras dimensões do conhecimento.
→ Intuição (Henri Bergson) – para compreender certas realidades é preciso para além da razão intuição. O
intuicionismo teve um grande impacto na comunidade intelectual, que viu nele uma libertação das
normas rígidas do conhecimento.
Descrença no pensamento positivista
O relativismo
O relativismo é uma nova concepção de ciência que admite a impossibilidade do conhecimento absoluto e acredita
que o conhecimento depende das condições do tempo, do meio e do sujeito que conhece.
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Teoria Quântica (Max Planck):
▬ As trocas de energia fazem-se em pequeníssimas unidades separadas (quantum) que se movimentam a
velocidades inimagináveis, em saltos bruscos e descontínuos
Teoria da Relatividade (Albert Einstein):
▬ O espaço e o tempo são relativos
As concepções psicanalíticas
Nas primeiras décadas do séc. XX uma autêntica explosão de experiências inovadoras revoluciona as artes, dando
origem a uma estética inteiramente nova
→ Modernismo: assume a liberdade de criação estética repudiando todos os constrangimentos, em especial
os princípios académicos. Este movimento cultural surgiu em Paris, que era então o centro da vanguarda
cultural Europeia.
Vanguarda Cultural: movimento inovador no campocultural/artístico que rejeita os cânones
estabelecidos e antecipa tendências posteriores.
O fauvismo
(Paris)
Características:
▬ Primado da cor sobre a forma (cor como forma de expressão)
▬ Cores primárias, muito intensas, brilhantes e agressivas
▬ Pinceladas soltas, violentas e grossos empastes
▬ O colorido autonomiza-se completamente do real
▬ Influência da arte primitiva (destituída de temas perturbadores ou deprimentes)
Pintores:
Henri Matisse
André Derain
O Expressionismo
(Alemanha – Berlim, Dresden, Munique)
Grito de revolta individual contra uma sociedade excessivamente moralista e hierarquizada onde as inquietações da
alma raramente se podiam expressar, abafadas por normas e preconceitos
Características:
▬ Representação de emoções – temática pesada (angustia, desespero, morte, sexo, miséria social…)
▬ Figuras humanas intencionalmente deformadas
▬ Ridicularização de grupos como a Burguesia e os Militares
▬ Formas primitivas, simples e distorcidas (que deformavam a realidade para causar assombro, repulsa angustia)
▬ Grandes manchas de cor, intensas e contrastantes, aplicadas livremente
Pintores:
Edvard Munch
Ernst Kirchner
O cubismo
(Paris)
Utiliza como linguagem a geometria, decompondo o objecto. Assim a visão parcelar é substituída por uma visão
total dos objectos que passam a ser representados de várias perspectivas. Revela também a influência da arte
africana (máscaras rituais).
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Cubismo Analítico Cubismo Sintético
Geometrizam e simplificam formas Elementos fundamentais reagrupados de uma
Destruição completa das leis da perspectiva maneira mais coerente e lógica
Visão total dos objectos representados Juntam aos materiais da pintura objectos comuns
(estilhaçando a imagem em vários planos que se (papeis, cartão, tecido, corda…)
sobrepõem Cor regressa
Cores restringem-se: azuis, cinzas, castanhos
Pintores:
Pablo Picasso
Georges Braque
O Abstraccionismo
(Paris)
Formas abstractas que despertam em cada pessoa reacções diferentes, rejeitando uma realidade concreta.
Abstraccionismo Sensível ou Lírico: Abstraccionismo Geométrico
▬ Cores fortes e vibrantes ▬ Expressa a verdade essencial e inalterável das
▬ Abstracções de forma e de cor coisas
▬ Supressão de toda a emotividade pessoal
▬ Linhas rectas e figuras geométricas preenchidas
por manchas de cor
Pintores:
Vassily Kandinsky (Lírico)
Piet Mandrion (Geométrico)
O Futurismo
(Milão)
▬ Rejeição total da estética do passado e ▬ Representação do mundo industrial: a cidade, a
exaltação da sociedade industrial máquina, a velocidade, o ruído
▬ Admiração pela tecnologia moderna e pela ▬ Ideia de ritmo
velocidade ▬ Movimento criado a partir da repetição de
▬ Exaltação da guerra formas e de cores
Pintores:
Umberto Boccioni
Luigi Russolo
O Dadaismo
(Zurich – Suiça)
▬ Desprezo pelo mundo violento, pela sociedade ▬ Negar a arte e o seu valor
e pelas suas regras ▬ Anti-arte: troça, insulta, critica
▬ “Fome de absurdo” (destruir os fundamentos ▬ Manifestação do enorme movimento de revolta
da arte) intelectual e artística
Pintores:
Marcel Duchamp
Francis Picabia
O surrealismo
(França)
▬ Influência de Freud e da Psicanálise
▬ Mundo de interioridade era procurado no inconsciente do artista
▬ Fundir a realidade e o sonho numa surrealidade
▬ Autonomia da imaginação e a capacidade do inconsciente de se exprimir sem limitações
▬ Universos absurdos, cenas grotescas e estranhas, sonhos e alucinações, cor usada arbitrariamente
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Pintores:
Salvador Dali e René Magritte (surrealistas figurativos)
Joan Miró (surrealista abstracto)
Os caminhos da literatura
Tal como no campo das artes a literatura sofreu uma verdadeira revolução, que pôs em causa os valores e as
tradições literária. Destacam-se então algumas novas características:
▬ Libertação da obra literária face à realidade concreta
▬ Obras voltam-se para a vida psicológica e interior das personagens
▬ Novas formas de expressão, ao nível da linguagem e da construção frásica
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1.5.2 Tendências Culturais: Entre o Naturalismo e as Vanguardas
Pintura
Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa… Artistas e escritores mais carismáticos do modernismo
Português. (Muitos deles tinham estudado em Paris)
▬ Ao atacarem alicerces da sociedade burguesa (como os seus gostos e valores culturais) – Colheram a
indignação e o sarcasmo
▬ Afastados dos certames e publicações oficiais que os marginalizavam
▬ Veículos de afirmação: exposições independentes, publicações periódicas e espaços públicos que decoravam
▬ Criticas indignadas do escritor Júlio Dantas – Manifesto Anti-Dantas pelos futuristas, associando-o a uma
cultura retrógrada que urgia abater.
▬ Amadeu de Souza-Cardoso (também influenciado pelo futurismo) realiza duas exposições individuais que o vão
aproximar ao grupo de Orpheu, resultando num terceiro numero do mesmo, que não chegou a publicar-se.
▬ Agitação futurista culminou no Ultimatum futurista às gerações portuguesas do séc. XX, por Almada Negreiros.
▬ Logo a seguir, numero único da revista Portugal Futurista considerada “peça fundamental do movimento
futurista português”, porem sendo apreendida pela policia no momento da saída da tipografia.
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Mais uma vez a rejeição pelos organismos oficiais
Exposições independentes realizavam-se em cafés e clubes que decoravam e periódicos que ilustravam –
sendo estes os seus grandes espaços de afirmação
Liberalismo Totalitarismo
• Democracia Parlamentar • Estado sobre o indivíduo
(população representada no governo) (acima do indivíduo esta o interesse da
• Divisão dos poderes colectividade, a grandeza da Nação e a
• Socialismo supremacia do estado)
(defende a propriedade publica e a çita de • Reforço do poder executivo
classes) • Corporativismo
(aceita a propriedade privada mas tendo
como necessária a intervenção do estado, e
cria coorporações que procuram solucionar
entre si os problemas laborais)
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o Sociedade profundamente hierarquizada e rígida
o Respeito das massas pelas Elites
o Nação submissa
Itália:
Em Itália:
Ministério da Imprensa e da propaganda controlou as publicações, a rádio, e a partir dos anos 30 o cinema.
Alemanha:
Rádio e cinema – Armas indiscutíveis para o totalitarismo nazi (1938 - 10 milhões de aparelhos
radiofónicos estavam espalhados por toda a Alemanha)
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Anti-Semitismo
• Segunda Fase:
‐ Privados de nacionalidade bem como do casamento e relações
sexuais com arianos.
‐ Destruição dos locais de culto e de actividade económica.
‐ Deixam de poder exercer qualquer profissão e de frequentar lugares
públicos.
‐ Uso obrigatório da estrela Amarela.
Itália:
Alemanha:
Autarcia
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2.2.2 O Estalinismo
Planificação Económica:
A depressão dos anos 30 revelou as fragilidades do capitalismo liberal. Verificou-se então necessário o
intervencionismo do Estado. Este consistiu no papel activo desempenhado pelo Estado no conjunto das actividades
económicas a fim de corrigir os danos ou os inconvenientes sociais derivados da aplicação rigorosa do liberalismo
económico. Concretizou-se:
▬ No controlo dos preços
▬ Nas leis sobre os salários
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▬ Na legislação do trabalho e social.
▬ Na origem da participação do estado como empresário e produtor de serviços públicos
As ideias do economista britânico John Keynes revelaram-se, então, fundamentais ao atribuírem ao Estado o
papel intervencionista. Insurgindo-se contra as medidas deflacionistas que os Estados aplicaram de imediato
(diminuição de gastos, limitação da produção, proteccionismo), Keynes advogou uma política “expansiva” que
fomentasse a produção e o consumo, através do investimento, do aumento dos salários e da dinamização das
trocas.
O New Deal
Novo presidente dos EUA: Franklin Roosevelt - influenciado por Keynes Intervenção do Estado federal
Metas: Relançamento da economia e luta contra o desemprego e a miséria – Superar os efeitos da Grande Depressão
A crise de 1929 teve vastas consequências em todo o mundo. O intervencionismo do Estado permitiu às
democracias liberais, como a americana, resistirem à crise económica e recuperarem a credibilidade política. O
mesmo não ocorreu em França, onde a conjuntura recessiva quase pôs em causa o regime parlamentar. Esta
parecia eternizar-se devido à insistência dos governos em políticas deflacionistas que nada remediavam.
Os governos, desacreditados perante a opinião pública, encontravam-se no centro das críticas de esquerda e da
contestação da direita. Enquanto que os primeiros reivindicavam medidas inspiradas em Keynes e no "New Deal",
os partidos de direita, que formavam ligas nacionalistas de pendor fascista, acusavam a ineficácia dos governos
democráticos, reclamando uma solução autoritária.
Perante a força de extrema-direita, a esquerda formou uma associação que integrava comunistas, socialistas,
socialistas e radicais. Governos de Frente Popular
França - Liderado por Léon Blum, sem o Partido Comunista (1936-1938) - Movimento Grevista
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▬ Massificação do desporto e da cultura
▬ Controlo do Estado sobre o Banco de França
▬ Nacionalização das fábricas de armamentos
▬ Controlo do preço dos cereais pelo Estado
2.5.1 O triunfo das forças conservadoras; a progressiva adopção do modelo italiano nas
instituições e no imaginário político
1926 – golpe de Estado promovido pelos militares pôs fim à Primeira República parlamentar Portuguesa
Instalou-se uma ditadura militar, porém:
Impreparação dos chefes ditatoriais
Agravamento do défice orçamental
Adesão diminuiu
Fracasso da ditadura militar
1928 – António de Oliveira Salazar entrou no Governo e sobraçou a pasta das Finanças, com a condição de
superintender nas despesas de todos os ministérios. Consegue saldo positivo no Orçamento, ganhando assim
prestígio e sendo nomeado para a chefia do Governo
Não escondendo o seu propósito de instaurar uma nova ordem política, Salazar empenhou-se na criação das
necessárias estruturas institucionais.
1930 – Lançaram-se as bases orgânicas da União Nacional e promulgou-se o Acto Colonial.
1933 – Publicação do Estatuto do Trabalho Nacional e da Constituição de 1933
Ficou então consagrado um sistema governativo conhecido por Estado Novo, no qual sobressai:
o forte autoritarismo
o condicionamento das liberdades individuais aos interesses da Nação
Salazar
Repudiou Proclamou (carácter)
Liberalismo Autoritário
Democracia Corporativo
Parlamentarismo Conservador
Nacionalista
O Estado Novo abraçou um projecto totalizante, que se socorreu de fórmulas e estruturas politico-institucionais
decalcadas dos modelos fascistas (particularmente do Italiano). Porém, Salazar condenou o carácter violento e
pagão dos totalitarismos.
Conservadorismo e tradição
Salazar foi uma personalidade extremamente conservadora que sempre repudiou os exageros republicanos. Assim
sendo, o Estado Novo distinguiu-se entre os demais fascismos pelo seu carácter conservador e tradicionalista. Este:
→ Repousou em valores e conceitos morais que jamais alguém deveria questionar: Deus, a Pátria, a Família, a
Autoridade, a Paz Social, a Hierarquia, a Moralidade, a Austeridade.
→ Respeitou as tradições nacionais e promoveu a defesa de tudo o que fosse genuinamente português
→ Enalteceu o mundo rural
→ Protegeu a religião católica
→ Reduziu a mulher ao papel passivo
→ Protegeu as manifestações culturais de influências estrangeiras
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Nacionalismo
Por isso, a Constituição de 1933 reconheceu a autoridade do Presidente da Republica como o primeiro poder
dentro do Estado, completamente independente do Parlamente e atribuiu vastas competências ao Presidente do
Conselho (actualmente equivale ao primeiro-ministro), havendo uma partilha de poderes entre as presidências da Republica e
do Conselho.
A Assembleia Nacional limitava-se à discussão das propostas de lei que o Governo lhe enviava para aprovação.
→ Inferiorizado o poder legislativo
→ Salazar – chefe providencial
→ Culto ao chefe – Salazar o “Salvador da Pátria”
Corporativismo
O Estado Novo, empenhado na unidade da Nação e no fortalecimento do Estado, propõe o Corporativismo como
modelo da organização económica, social e politica.
O corporativismo concebia a Nação representada pelas famílias e por organismos onde os indivíduos se agrupavam
pelas funções que desempenhavam e os seus interesses se harmonizavam para a consecução do bem comum. A
estes organismos dava-se o nome de Corporações (universidades, casas do povo, agremiações desportivas,
literárias…). Porém, embora a constituição de 1933 programasse uma diversidade de corporações, na prática só
funcionavam as de natureza económica (que compreendiam a agricultura, a industria, o comercio, os transportes e
o turismo, a banca e os seguros…). Acabando as corporações por se transformar num meio de o Estado Novo
controlar a economia e as relações laborais.
O enquadramento de Massas
A longevidade do Estado Novo pode explicar-se pelo conjunto de instituições e processos que conseguiram
enquadrar as massas e obter a sua adesão ao projecto do regime.
1933 – Secretariado da Propaganda Nacional (SPN): papel activo na divulgação do ideário do regime e na
padronização da cultura e das artes
1930 – União Nacional (chefiada por Salazar): não partidária, tinha o papel de congregar “todos os Portugueses
de boa vontade” e apoiar incondicionalmente as actividades politicas do Governo.
Porém, a unanimidade pretendida só foi possível com a extinção dos partidos políticos e a limitação severa da
liberdade de expressão.
→ União Nacional transformada em partido único
→ Recorreu-se a organizações milicianas
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→ Controlou-se o ensino (expulsavam-se professores oposicionistas e adoptavam-se “livros únicos” oficiais, que
veiculavam os valores do Estado Novo”
→ Impregnou-se a vida familiar com os valores conservadores e nacionalistas
Ditadura intelectual – Censura prévia à imprensa, ao teatro, ao cinema, à rádio e, mais tarde à televisão
“Lápis Azul” – proibição da difusão de palavras ou imagens “subversivas” para a ideologia do Estado Novo
Polícia Política: Policia de Vigilância e de Defesa do Estado (PVDE), em 1945 designada por Policia Internacional
e de Defesa do Estado (PIDE) – prender, torturar e matar opositores ao regime
O autoritarismo do Estado Novo levou ao abandono das políticas económicas liberais e à adopção de um modelo
económico fortemente intervencionista e autárcico. Assim sendo, o fomento económico deveria ser orientado e
dinamizado pelo Estado, sujeitando-se todas as actividades aos interesses da Nação.
Dirigismo económico do Estado Novo
A estabilidade financeira
Estabilização Financeira
Dá ao Estado Novo uma imagem de credibilidade e de competência governativa
Defesa da Ruralidade
O Estado Novo privilegiava o mundo rural, porque nele se preservava tudo o que de melhor tinha o povo português.
Assim sendo, o Portugal dos anos 30 viveu um exacerbado ruralismo:
→ Destinaram-se verbas para a construção de numerosas barragens – resultou numa melhor irrigação do solo
→ Junta de Colonização Interna (1936) – fixar a população em algumas áreas do interior
→ Politica de Arborização
→ Fomentou-se a politica da vinha – crescimento da produção vinícola
→ Alargaram-se a produção do arroz, batata, azeite, cortiça e frutas
→ Campanha do trigo (1929-37) – alargar a área de cultura deste cereal – crescimento significativo da produção
cerealífera – conseguiu a auto-suficiência do país
→ Estado concedeu grande protecção aos proprietários adquirindo-lhes produções e estabelecendo o
proteccionismo alfandegário
Obras públicas
O Estado Novo levou a cabo a politica de obras públicas, que recebeu um impulso notável com a Lei de
Reconstituição Económica (1930). Procurou-se combater o desemprego e dotar o país das infra-estruturas
necessárias ao desenvolvimento económico.
Rede viária duplicou até 1950 Obras de alargamento e de beneficiação de
Unificação do mercado nacional portos e aeroportos
→ Maior acessibilidade aos mercados Construção de barragens
externos Expansão da electrificação
→ Edificação de pontes Construção de hospitais, escolas, edifícios
Expansão das redes telegráfica e telefónica universitários…
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O condicionamento industrial
Num país de exacerbado ruralismo a industria não constituiu a prioridade do Estado. O débil crescimento verificado
deveu-se à política de condicionamento industrial concretizada pelo Estado entre 1931 e 1937. Este modelo
determinava que qualquer indústria necessitava da prévia autorização do Estado para se instalar, reabrir, efectuar
ampliações, mudar de local, ser vendida a estrangeiros ou até para comprar máquinas.
Suspendeu-se ainda a autorização de grandes novas indústrias ou de novos processos produtivos.
Frisou-se que o condicionamento se orientava fundamentalmente para as indústrias que exigissem grandes
despesas e produção ou que produzissem bens de exportação.
O condicionamento industrial (que reflecte o dirigismo económico do Estado Novo) fez assim parte de uma política
conjuntural anti-crise, destinada a garantir o controlo da indústria por nacionais e a regulação da actividade
produtiva e da concorrência. Procurava evitar-se a sobre produção, a queda dos preços, o desemprego e a agitação
social. Contudo, o condicionamento industrial acabou por se converter em definitivo, moldando a estrutura da
indústria durante o Estado Novo, e passando assim a criar um obstáculo à modernização.
A política colonial
O Acto Colonial de 1930 imprimiu um cunho permanente à política colonial do Estado Novo. Nele se afirmava a
missão histórica civilizadora dos Portugueses nos territórios ultramarinos.
Em consequência daquele pressuposto, reforçou-se a tutela metropolitana sobre as colónias e insistiu-se na
fiscalização da metrópole sobre os governadores coloniais e no estabelecimento de um regime económico em que
as colónias seriam um mero fornecedor de matérias-primas para a indústria metropolitana.
Proclamando a sua vocação colonial, incutia-se no povo português uma mística imperial.
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