CAPÍTULO 3
Resumo
Página 65 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
3.1. Motivação
A análise quantitativa do comportamento das máquinas eléctricas pode ser efectuada nos seus
vários modos de funcionamento, ou seja, em regime estacionário e em regime transitório,
recorrendo a equações diferenciais.
O estudo das máquinas eléctricas em regime transitório normalmente não pode ser efectuado
sem recorrer a sistemas de equações diferenciais.
Para máquinas trifásicas a operar em sistemas equilibrados é também possível efectuar
análises “por fase”, bem como estabelecer circuitos equivalentes (estes com diferente
interpretação).
Com base nesta constatação surgiu a teoria generalizada das máquinas eléctricas, a qual
efectua uma análise global de todas as máquinas independentemente do seu comportamento em
regime estacionário.
Ela recorre ao facto das máquinas possuírem estruturas similares e como tal comportamentos
fundamentalmente semelhantes, permitindo o estudo do comportamento das máquinas em todos
os regimes de funcionamento.
Assim, ao contrário do que se passa na teoria clássica onde cada regime de cada máquina
eléctrica tem que ser estudada per si, a teoria generalizada das máquinas eléctricas baseia a sua
análise num sistema completo de equações diferenciais (eléctricas e mecânicas), as quais
desenvolvem o comportamento da mesma em todos os regimes de funcionamento.
Historicamente este método foi potenciado pelo desenvolvimento das ferramentas de cálculo
digital, as quais permitem uma maior facilidade na efectuação de estudos sobre estas máquinas.
O princípio construtivo das máquinas eléctricas evolui directamente da lei de Faraday (lei da
indução electromagnética) no caso dos geradores e para os motores de acordo com o alinhamento
do fluxo magnético (Exemplo: figura 3.1) ou da interacção entre campos magnéticos e condutores
de corrente de acordo com a lei de Ampere (Exemplo: figura 3.2).
Página 66 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
F
F
Página 67 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
L =T-V. (3.1)
dW = f ⋅ dq . (3.2)
Deste modo, dW é produzido pela variação da variável de estado (dq) na variável q. Assim, se
se considerar a componente eléctrica do conversor, podemos obter variações de energia. Por
exemplo, considerando a corrente (i) e o fluxo de ligação (λ), temos:
dW = i ⋅ dλ . (3.3)
dW = F ⋅ dx . (3.4)
dW = T ⋅ dφ . (3.5)
Como se pode observar nas expressões (3.3 a 3.5), existem grandes semelhanças de
tratamento de todos os componentes do conversor, o que permite o seu estudo recorrendo às já
referidas variáveis genéricas (f e q).
Página 68 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Como o estado de qualquer sistema dinâmico pode ser definido recorrendo a um número finito
de variáveis, as quais genericamente variam quando o sistema varia, q pode ser decomposto em n
variáveis q1, q2, q3, ..., qn as quais se designam por coordenadas de deslocamento generalizadas.
Uma vez que nos conversores electromecânicos existe genericamente movimento, torna-se
necessário considerar o tempo (t) como coordenada. É ainda possível designar as derivadas em
relação ao tempo das coordenadas generalizadas como coordenadas de velocidade generalizadas
( q1, q2 , q3 ,..., qn ).
t2
⎛ ⎞
I = ∫ L ⎜ qk ,qk ,t ⎟ dt , k = 1,2,...,n (3.6)
t1 ⎝ ⎠
Para que (3.6) caracterize a dinâmica, uma das condições necessárias é que se cumpra a
equação de Lagrange expressa em (3.7).
⎛ ⎞
d ⎜ ∂L ⎟ ∂L
− =0 , k = 1,2,...,n (3.7)
dt ⎜ ∂ q ⎟ ∂ qk
⎝ 1⎠
Assim, com base na expressão (3.7), é possível determinar a dinâmica do sistema (é única).
De forma a incluir os efeitos das forças dissipativas existentes num sistema não conservativo,
recorre-se frequentemente à função dissipativa de Rayleigh ( F ) a qual é dependente das
variações generalizadas de acordo com (3.8), onde rk é o coeficiente de perdas ( F é uma
potência).
2
1
F= ⋅ rk ⋅ qk (3.8)
2
⎛ ⎞
d ⎜ ∂L ⎟ − ∂L + ∂F = Q
⋅ , k = 1,2,...,n (3.9)
dt ⎜ ∂ q ⎟ ∂ qk k
⎝ k ⎠ ∂ qk
Página 69 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Com base em (3.9) é então possível prescrever uma metodologia para obter as equações
dinâmicas dos conversores electromecânicos:
Exercício 1:
Fe
1
i1
u1
Sabendo que o valor do coeficiente de auto-indução de cada um dos enrolamentos vale L e que a
indutância mútua vale L cos θ , que ambos os enrolamentos têm uma resistência de R e que o
momento de inércia do enrolamento 2 vale J, escreva as equações dinâmicas do movimento.
Resolução:
q3 = θ (deslocamento angular)
Página 70 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Q1 = u1
Q2 = u2
Q3 = 0 (Força é nula)
1 ⎛ 2 2
⎞
F= ⋅ R⋅ ⎜ q1 + q2 ⎟ (Lei de Joule)
2 ⎝ ⎠
L=T-V
1 1 1
T= ⋅ L ⋅ q& 12 + ⋅ L ⋅ q& 22 + LM ⋅ q& 1 ⋅ q& 2 ⋅ cos q3 + ⋅ J ⋅ q& 3 2
2 2 2
1 1 1
L= ⋅ L ⋅ q& 12 + ⋅ L ⋅ q& 2 2 + LM ⋅ q& 1 ⋅ q& 2 ⋅ cos q3 + ⋅ J ⋅ q& 3 2
2 2 2
Logo:
∂L ∂L d ⎛ ∂L ⎞ d ⎛d d ⎞
= 0; = L ⋅ q& 1 + LM ⋅ q& 2 ⋅ cos q3 ; ⎜ & ⎟ = L ⋅ q& 1 + LM ⋅ ⎜ q& 2 ⋅ cosq3 - q& 2 ⋅ q3 ⋅ sinq3 ⎟
∂q1 ∂q1
& dt ⎝ ∂q1 ⎠ dt ⎝ dt dt ⎠
∂L ∂L d ⎛ ∂L ⎞ d ⎛d d ⎞
= 0; = L ⋅ q& 2 + LM ⋅ q& 1 ⋅ cos q3 ; ⎜ & ⎟ = L ⋅ q& 2 + LM ⋅ ⎜ q& 1 ⋅ cosq3 - q& 1 ⋅ sinq3 ⋅ q3 ⎟
∂q2 ∂q2
& dt ⎝ ∂q2 ⎠ dt ⎝ dt dt ⎠
∂L ∂L d ⎛ ∂L ⎞ d
= -LM ⋅ q& 1 ⋅ q& 2 ⋅ sin q3 ; = J ⋅ q& 3 ; ⎜ & ⎟ = J ⋅ q& 3
∂q3 ∂q& 3 dt ⎝ ∂q3 ⎠ dt
Como:
∂F ∂F ∂F
= R ⋅ q& 1 ; = R ⋅ q& 2 ; = 0,
∂q& 1 ∂q& 2 ∂q& 3
Página 71 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
⎧ d ⎛d d ⎞
⎪L ⋅ dt q& 1 + LM ⋅ ⎜ dt q& 2cosq3 - q& 2 sinq3 ⋅ dt q3 ⎟ - 0 + R ⋅ q& 1 = u1
⎪ ⎝ ⎠
⎪
⎪
⎪ d ⎛d d ⎞
⎨L ⋅ q& 2 + LM ⋅ ⎜ q1cosq3 - q& 1sinq3 ⋅ q3 ⎟ - 0 + R ⋅ q& 2 = u2 .
⎪ dt ⎝ dt dt ⎠
⎪
⎪
⎪J ⋅ d q& - -L ⋅ q& ⋅ q& ⋅ sinq + 0 = 0
⎪ dt 3 ( M 1 2 3)
⎩
⎧ di1 ⎛ di ⎞
⎪L ⋅ + LM ⋅ ⎜ 2 cosθ - i2 ⋅ ωm ⋅ sinθ ⎟ + R ⋅ i1 = u1
⎪ dt ⎝ dt ⎠
⎪
⎪
⎪ di2 ⎛ di ⎞
⎨L ⋅ + LM ⋅ ⎜ 1 cosθ - i1 ⋅ ωm ⋅ sinθ ⎟ + R ⋅ i2 = u2
⎪ dt ⎝ dt ⎠
⎪
⎪
⎪J ⋅ dωm + L ⋅ i ⋅ i ⋅ sinθ = 0
⎪ dt
M 1 2
⎩
qk qk =ik uk λk
Eléctrico Carga Tensão Fluxo de ligação ukik
Corrente
[C] [V] [Wb]
[A]
xk xk = v k Fk P
Mecânico
Deslocamento Força Momento Linear Fkvk
(Translação) Velocidade
[m] [N] [Ns]
[ms-1]
θk
θk = ωk Tk H
Mecânico Deslocamento
Binário Momento angular Tkωk
(Rotação) Angular Velocidade Angular
[Nm] [Ns]
[rad] [ms-1]
dφk
e
φk dt dφ
força
Magnético Fluxo Magnético Taxa de variação - e⋅
Electromotriz dt
[Wb] do fluxo [V]
[Wbs-1]
d ⎛ ∂L ⎞
e= ⎜ ⎟ (3.12)
dt ⎝ ∂q& ⎠
Exercício 2:
i1
+ ωm i
e2
u N1
Considerando que a variação de indutância mútua com a posição do rotor varia como se
apresenta na figura:
L12
L’
L’’
π 2π θ
Resolução:
1 1 1
L= L11i12 + L 22i22 + L12i1i2 + J θ& 2 ,
2 2 2
onde L11 e L22 são os coeficientes de auto-indução e L12 é o coeficiente de indução mútua.
∂L ∂ L (θ )
Te = = i1i2 12
∂θ ∂θ
Da figura:
Página 74 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Substituindo:
(
Te = i1⋅ i2 ⋅ 2 ⋅ Lsin(2
'
)
θ ) = 2 ⋅ L' ⋅ i1⋅ i2 ⋅ sin(2θ ) .
∂L
= L 22 ⋅ i2 + L12 ⋅ i1 .
∂q& 2
d ''
e2 = IDC ⋅ (L + L' ⋅ cos 2θ) .
dt
dθ
Como = ω ⇒ θ = ω ⋅ t + δ (sendo δ a constante de integração),
dt
obtemos
Página 75 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Como se disse, a energia (W) armazenada nos campos acoplados pode ser determinada
forçando todas as variáveis de um conversor electromecânico para os valores finais de uma forma
arbitrária, ou seja, independentemente dos valores das derivadas e dos integrais das variáveis.
Assim, considerando um sistema electromecânico, sem perdas, como o representado na figura
3.3, verifica-se que a energia armazenada nos campos acoplados depende genericamente apenas
das variáveis do sistema: tensão (u), corrente (i), fluxo de ligação (λ), carga eléctrica (q), força ou
binário (F ou T) e deslocamento ou rotação (x ou θ). Como referido, a energia depende ainda dos
valores finais e iniciais destas variáveis.
i F (ou T)
Campos . .
u Electromagnéticos x (ou θ)
Acoplados
No entanto, e porque as variáveis referidas são interdependentes apenas se podem utilizar três
variáveis independentes tais como: q, λ e x . Deste modo, as outras variáveis podem ser escritas
em função de apenas estas (3.13 – 3.15).
q λ
W(q, λ, x) = ∫ u(q, x)dq + ∫ i(λ, x)dλ (3.16)
0 0
Em qualquer dos casos (3.16 ou 3.17), o primeiro integral corresponde à energia armazenada
sob a forma de campos eléctricos e o segundo sob a forma de campos magnéticos.
Considerando os conversores electromecânicos que recorrem apenas a campos magnéticos,
pode-se definir a energia magnética (Wm) armazenada como se apresenta em (3.18).
λ
Wm = ∫ idλ (3.18)
0
Página 76 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
λk P
Energia Magnética
Co-energia
magnética
0 ik i
Ainda na figura 3.4, a área OP ik corresponde a uma quantidade fictícia designada por co-
energia magnética armazenada (Wcm), a qual se pode definir como se indica em (3.19).
i
Wcm = ∫ λdi (3.19)
0
λ i
Wm + Wcm = λi = ∫ idλ + ∫ λdi (3.20)
0 0
A noção de energia magnética armazenada é bastante importante porque permite, para uma
indutância não linear (com núcleo de ferro) determinar a corrente que a atravessa de acordo com
(3.21), expressão derivada de (3.18).
∂ Wm
=i (3.21)
∂λ
∂Wcm
=λ (3.22)
∂i
d ⎛ ∂Wcm ⎞ dλ
= =u . (3.23)
dt ⎜⎝ ∂i ⎟⎠ dt
Página 77 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
A expressão (3.23) permite afirmar que a derivada em ordem ao tempo da variação da co-
energia armazenada em relação a uma variação da corrente permite calcular a tensão aos
terminais de uma indutância.
Estes conceitos vão permitir alargar a definição de Lagrangeano (3.1), considerando que L é
função de q, q& e de t, cuja variação se apresenta em (3.24).
∂L ∂L & ∂L
dL = dq + dq + dt (3.24)
∂q ∂q& ∂t
q1 q&
∂L 1
∂L &
L=∫ dq + ∫ dq (3.25)
0
∂q 0
∂q&
q1
V = ∫ ( −Q) dq , (3.26)
0
∂L
p= (3.27)
∂q&
′
O segundo termo de (3.25) representa a co-energia cinética (T ) , o qual recorrendo ao
momento generalizado pode ser escrito como se apresenta em (3.28).
q&
′ 1
T = ∫ p dq& (3.28)
0
Consequentemente, a expressão do Lagrangeano (3.1) pode ser escrita de acordo com (3.29).
′
L=T −V (3.29)
′
Assim, se o meio magnético for linear então T = T , e como se pode observar na figura 3.5,
nada se altera em relação a 3.1.
Página 78 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
λk P
Energia
magnética
armazenada
Co-energia
magnética
armazenada
0 ik i
Página 79 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Exercício 3:
Considerando que
Resolução:
Se a energia magnética for escolhida como energia potencial e o fluxo de ligação como
deslocamento generalizado, então:
′ 1
T = mx& 2
2
λ λ
1 3
V = ∫ i dλ = ∫ ⎡⎣ λ 2 + 2λ(1 − x)2 ⎤⎦ dλ = λ + λ 2 (1 − x)2
0 0
3
′ 1 1
L = T − V = m x& 2 − λ 3 − λ 2 (1 − x)2
2 3
Como
d ⎛ ∂L ⎞ d
⎜ ⎟ = ( mx& )
dt ⎜⎝ ∂x& ⎟⎠ dt
e
λ
∂L ∂ ∂
= F = − V = − ∫ i dλ = 2λ 2 (1 − x ) ,
∂x ∂x ∂x 0
Página 80 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
então
d
(mx& ) = −2λ 2 (1 − x ) .
dt
d
Ou seja, como x& = a , m ⋅ a = −2λ 2 (1 − x) .
dt
∂Wm
F=− (λ, x)
∂x
Exercício 4:
Supondo que o electroíman da figura do exercício 3 tem a seguinte relação entre o fluxo de ligação
e a corrente:
2 ⎡ 1
⎤
λ= ⎢ i + (i) 3 ⎥ ,
( )⎣
1 − x ⎦
Resolução:
i
1 1
T '' = m x& 2 + ∫ λ di = m x& 2 + Wcm ,
2 0
2
2 ⎛ ⎞ 1 ⎡ 32 ⎤
i 1 4
Wcm = ∫ ⎜
x +10 ⎝
i + i 3
⎟
⎠
di = ⎢
6(1 − x) ⎣
8i + 9i 3
⎥
⎦
e
V =0 .
Página 81 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
1 1 ⎡ 32 4
⎤
L = T '' = m x +
& 2
⎢8i + 9i ⎥
3
2 6(1 − x) ⎣ ⎦
então
d ⎛ ∂L ⎞ d ∂L 1 ⎡ 32 4
⎤
⎜ ⎟ = ( mx& ) e = ⎢ 8i + 9i 3
⎥
dt ⎜⎝ ∂x& ⎟⎠ dt ∂x 6(1 − x)2 ⎣ ⎦
∂L
Como F = Q = , tem-se para x = 0:
∂x
1 ⎡ 32 4
⎤
F= ⎢8i + 9i ⎥ .
3
6⎣ ⎦
Constatou-se através dos exemplos que, se a co-energia magnética for escolhida como
energia cinética, a equação geral da força produzida resultante é a que se apresenta em (3.30), se
a corrente for a variável independente.
∂Wcm
Q= (i, x) (3.30)
∂x
Por outro lado, se a energia magnética for escolhida como energia potencial, a equação geral
da força produzida resultante é a que se apresenta em (3.31), se o fluxo de ligação for a variável
independente.
∂Wm
Q= (λ, x) (3.31)
∂x
∂Wm ∂λ(i, x)
Q=− (i, x) + i (3.32)
∂x ∂x
∂Wcm ∂i(λ, x)
Q=− (λ, x) + λ (3.33)
∂x ∂x
As equações (3.32) e (3.33) são equações de força generalizada, nas quais se verifica que as
limitações impostas pela escolha da variável independentes não dependem das limitações nos
terminais eléctricos do sistema.
Consideremos um conversor electromecânico rotativo sem perdas representado
esquematicamente na figura 3.6, onde Te representa o binário electromagnético.
Página 82 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
.
i θ=ω m
Conversor
electromecânico Te
v rotativo
sem perdas
O conversor electromecânico apresentado na figura 3.6 tem uma relação fundamental que
pode ser expressa de acordo com (3.34).
ui = Te θ& = Te ωm (3.34)
2π
1
Temédio =
2π ∫T
0
e dθ (3.37)
Página 83 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Exercício 5:
Considere três conversores electromagnéticos rotativos cujas curvas características Te = f(θ) são
as seguintes:
a)
Te
0 2π θ
b)
Te
0 2π θ
c)
Te
0 2π θ
Considerando que o conversor se encontra na posição θ = 0 diga, para cada caso, se arranca e se
continua o seu movimento produzindo potência mecânica.
Resolução:
a) Este conversor arranca porque Te > 0 para θ =0 mas não funciona porque Tmédio = 0.
b) Este conversor não arranca porque Te = 0 para θ = 0 mas se for empurrado continua o seu
movimento, pois Tmédio > 0.
c) Este conversor arranca sozinho, uma vez que Te > 0 para θ = 0 e continua a funcionar,
continuamente porque Tmédio > 0.
Página 84 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Exercício 6:
θ
s
b) Determine as mesmas equaçõe, considerando que o valor da amplitude de Ls, Lr e Lsr não
dependem de θ ( máquina com entreferro uniforme).
c) Determine as mesmas equações da alínea b), considerando agora que o valor da amplitude de
Ls depende de θ (exemplo da máquina de pólos salientes) de acordo com a figura:
LS
L0 ΔLs
Página 85 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
s s
r r
N S N S
θ = 0º θ = 90º
Ls = Lmáx θ Ls = Lmín
Resolução:
a)
Q1 = us ; Q2 = ur ; Q3 = −Tc arga
e da Função de dissipação F
1 1 1
F= Rs .is 2 + Rr .ir 2 + K d .ωm2 .
2 2 2
1 1 1
T= L s (θ).is 2 + Lr (θ).ir 2 + L sr (θ).is .ir cos θ + J.ωm 2 ;
2 2 2
Como V = 0 , obtemos
L = T.
d ⎛ ∂L ⎞ ∂L ∂F
⎜ ⎟− + = Q1 ,
dt ⎝ ∂is ⎠ ∂qs ∂is
Página 86 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
onde
∂L
= L s (θ).is + L sr (θ).ir .cos θ e
∂is
∂L ∂F
= 0; = Rs .is ; Q1 = us .
∂qs ∂is
Logo
d
us = R s .is + (L s (θ).is + L sr (θ).ir .cos θ )
dt
ou ainda
dL s (θ) di dL (θ) di
us = Rs .is + .is + L s (θ) s + sr cos θ.ir + L sr (θ).cos θ r
dt dt dt dt
dL s ( θ) dθ di dL (θ) dθ di
= R s .is + .is + L s ( θ) s + sr . .cos θ.ir + L sr (θ).cos θ r
dθ dt dt dθ dt dt
dis di ⎛ dL (θ) dL ( θ) ⎞
= Rs .is + L s ( θ). + L sr (θ)cos θ ⋅ r + ω ⋅ ⎜ s ⋅ is + sr ⋅ cos θ ⋅ ir − L sr sin θ ⋅ ir ⎟
dt dt ⎝ dθ dθ ⎠
Para qr , tem-se:
∂L
= Lr (θ).ir + L sr (θ).is .cos θ e
∂ir
∂L ∂F
=0 ; = Rr .ir ; Q2 = ur .
∂qr ∂ir
Logo
d
ur = Rr .ir + (Lr (θ).ir + L sr (θ).is .cos θ ) ,
dt
isto é,
Para θ, tem-se:
∂L
= J.ωm .
∂ωm
Página 87 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
∂F
= K d .ωm , Q3 = −Tc arga e
∂ωm
∂L ∂ ⎡⎛ 1 1 ⎞ ⎛1 1 ⎞⎤
= Te = ⎢ ⎜ .L s (θ) ⋅ is 2 + .L sr (θ).is .ir .cos θ ⎟ + ⎜ .Lr (θ) ⋅ ir 2 + .L sr (θ).is .ir .cos θ ⎟ ⎥
∂θ ∂θ ⎣⎝ 2 2 ⎠ ⎝2 2 ⎠⎦
∂ ⎡1 1 ⎤
= ⎢ .is (L s (θ) ⋅ is + L sr (θ).ir .cos θ ) + .ir (Lr (θ) ⋅ ir + L sr (θ).is .cos θ ) ⎥
∂θ ⎣ 2 2 ⎦
Logo
d
J. ωm − Te + K d .ωm = −Tc arga e
dt
dωm 1
= ⋅ (Te + K d .ωm − Tc arga ) .
dt J
b) Considerando nas equações anteriores que Ls, Lr e Lsr não dependem de θ obtemos
dis di
us = Rs .is + L s . + L sr .cos θ. r − ω.L sr .sin θ.ir ,
dt dt
dir di
ur = Rr .ir + Lr . + L sr .cos θ. s − ω.L sr .sin θ.is ,
dt dt
dω 1
= ( −is .ir L sr .sin θ − K d .ω − Tc arga ) .
dt J
1
L s (θ) = L0 + .ΔL s .cos(2θ) .
2
O binário vem
dL sr (θ) 1 dL (θ) 2
Te = −ΔL s ⋅ sin(2θ) ⋅ is 2 + ⋅ is ⋅ ir ⋅ cos θ + ⋅ r ⋅ ir − L sr ⋅ is ⋅ ir ⋅ sin(θ) .
dθ 2 dθ
Página 88 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Logo:
dω 1
= . ( Te − k d ⋅ ω − Tc arga ) .
dt J
d
[u] = [R].[i] + dt {[L ].[i]} ,
ou
d
[u] = [R].[i] + [L ]. dt [i] + ω.[G].[i] ,
onde:
⎡u ⎤ ⎡i ⎤
[u] = ⎢us ⎥ ; [i] = ⎢is ⎥
⎣ r ⎦ ⎣r ⎦
⎡ dL s dL sr ⎤
⎢ ⋅ cos θ − L sr sin θ ⎥
⎡R 0⎤ ⎡Ls L .cos θ ⎤ dθ dθ
[R] = ⎢ 0s R ⎥ ; [L ] = ⎢L .cos θ sr L ⎥ ; [G] = ⎢ dL ⎥
⎣ r⎦ ⎣ sr r ⎦ ⎢ sr ⋅ cos θ − L sin θ dLr ⎥
⎢⎣ dθ sr
dθ ⎥⎦
A equação do binário é:
1 T ∂
Te = . [i] . ([L ][i]) .
2 ∂θ
Página 89 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Exercício 7:
θ
as
ar
bs
θ br
Resolução:
a)
Função de dissipação F
1 1 1 1 1 1
F=
2
( ) ( ) ( ) ( )
.R s . q& 12 + q& 22 + .Rr . q& 3 2 + q& 4 2 + .k d .θ& 2 = .Rs . ias 2 + ibs 2 + .Rr . iar 2 + ibr 2 + .k d .ωm 2 .
2 2 2 2 2
Página 90 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
1 1 1 1
T= .Las .ias 2 + .Lbs .ibs 2 + .Lar .iar 2 + .Lbr .ibr 2 + L sr .ias .iar .cos θ + L sr .ias .ibr .( − sin θ) +
2 2 2 2
1
+L sr .ibs .iar .sin θ + L sr .ibs .ibr .cos θ + .J.ωm 2
2
e como V = 0 tem-se
L=T−V=T.
d ⎛ ∂ L ⎞ ∂L ∂F
⎜ ⎟− + = Q1
dt ⎝ ∂ias ⎠ ∂qas ∂ias
∂L
= L s ⋅ ias + L sr ⋅ iar ⋅ cos θ − L sr ⋅ ibr ⋅ sin θ
∂ias
∂L ∂F
= 0; = Rs ⋅ ias ; Q1 = uas .
∂qas ∂ias
Logo
d
uas = Rs ⋅ ias + (Ls ⋅ ias + Lsr ⋅ iar ⋅ cos θ − Lsr ⋅ ibr ⋅ sin θ ) .
dt
d
ubs = R s ⋅ ibs + (Ls ⋅ ibs + Lsr ⋅ iar ⋅ sin θ + Lsr ⋅ ibr ⋅ cos θ )
dt
d
uar = Rr ⋅ iar + (Lsr ⋅ ias ⋅ cos θ + Lsr ⋅ ibs ⋅ sin θ + Lr ⋅ iar )
dt
d
ubr = Rr ⋅ ibr + ( −Lsr ⋅ ias ⋅ sin θ + Lsr ⋅ ibs ⋅ cos θ + Lr ⋅ ibr ) .
dt
Página 91 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Para q5 tem-se:
∂L
= J ⋅ ωm
∂ωm
∂L ∂ ⎡⎛ 1 1 1 ⎞
= ⋅ L s ⋅ ias 2 + ⋅ L sr ⋅ ias ⋅ iar ⋅ cos θ − ⋅ L sr ⋅ ias ⋅ ibr ⋅ sin θ ⎟ +
∂θ ∂θ ⎢⎣⎜⎝ 2 2 2 ⎠
⎛1 1 1 ⎞
+ ⎜ ⋅ L s ⋅ ibs 2 + ⋅ L sr ⋅ ibs ⋅ iar ⋅ sin θ + ⋅ L sr ⋅ ibs ⋅ ibr ⋅ cos θ ⎟ +
⎝2 2 2 ⎠
⎛1 1 1 ⎞
+ ⎜ ⋅ L sr ⋅ iar ⋅ ias ⋅ cos θ + ⋅ L sr ⋅ iar ⋅ ibs ⋅ sin θ + ⋅ Lr ⋅ iar 2 ⎟ +
⎝ 2 2 2 ⎠
⎛ 1 1 1 ⎞⎤
+ ⎜ − ⋅ L sr ⋅ ibr ⋅ ias ⋅ sin θ + ⋅ L sr ⋅ ibr ⋅ ibs ⋅ cos θ + ⋅ Lr ⋅ ibr 2 ⎟⎥
⎝ 2 2 2 ⎠⎦
∂F
= K d ⋅ ωm .
∂ωm
Logo
dωm ∂ ⎡⎛ 1 1 1 ⎞
J⋅ − ⎢ ⎜ ⋅ L s ⋅ ias 2 + ⋅ L sr ⋅ ias ⋅ iar ⋅ cos θ − ⋅ L sr ⋅ ias ⋅ ibr ⋅ sin θ ⎟ +
dt ∂θ ⎣⎝ 2 2 2 ⎠
⎛1 1 1 ⎞
+ ⎜ ⋅ L s ⋅ ibs 2 + ⋅ L sr ⋅ ibs ⋅ iar ⋅ sin θ + ⋅ L sr ⋅ ibs ⋅ ibr ⋅ cos θ ⎟ +
⎝ 2 2 2 ⎠
⎛1 1 1 ⎞
+ ⎜ ⋅ L sr ⋅ iar ⋅ ias ⋅ cos θ + ⋅ L sr ⋅ iar ⋅ ibs ⋅ sin θ + ⋅ Lr ⋅ iar 2 ⎟ +
⎝2 2 2 ⎠
⎛ 1 1 1 ⎞⎤
+ ⎜ − ⋅ L sr ⋅ ibr ⋅ iar ⋅ sin θ + ⋅ L sr ⋅ ibr ⋅ ibs ⋅ cos θ + ⋅ Lr ⋅ ibr 2 ⎟⎥ + K d ⋅ ωm = 0.
⎝ 2 2 2 ⎠⎦
∂L dωm 1
Como Te = , então = ⋅ ( Te − K d ⋅ ωm ) .
∂θ dt J
Página 92 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
d
[u] = [R] ⋅ [i] + dt {[L ] ⋅ [i]} (ParteEléctrica)
dωm 1
= ⋅ ( Te − K d ⋅ ω) (ParteMecânica)
dt J
1 T ∂
Te = ⋅ [i] ⋅ ([L ][i]) (BinárioElectromagnético)
2 ∂θ
sendo
⎡L 0⎤
[Lr ] = ⎢0r ⎥
Lr ⎦
⎣
Te = −L sr ⋅ ⎡⎣( ias ⋅ ibr − iar ⋅ ibs ) ⋅ cos θ + (ias ⋅ iar + ibs ⋅ ibr ) ⋅ sin θ ⎤⎦ .
dθ
Como ωm = implica que θ = ωm ⋅ t + δ,
dt
então
Te = −L sr ⋅ ⎡⎣( ias ⋅ ibr − iar ⋅ ibs ) ⋅ cos ( ωm ⋅ t + δ ) + ( ias ⋅ iar + ibs ⋅ ibr ) ⋅ sin ( ωm ⋅ t + δ ) ⎤⎦ .
Como quer o seno, quer o coseno têm valor médio nulo, uma condição para que o Te médio seja
diferente de zero é, por exemplo, que o produto entre uma corrente estatórica e rotórica seja dado
por:
ir ⋅ is = k1 ⋅ sin ( ωm ⋅ t ) + k 2 ⋅ cos ( ωm ⋅ t )
±ωm = ±ωs ± ωr .
Página 93 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
→ ωr = ωs − ωm ⇒ Máquina assíncrona
Exercício 8:
Considere a máquina de duas fases da figura, em carga, a qual possui dois pólos e saliências no
rotor.
θ
as
ar
bs
br
Resolução:
a)
Variáveis generalizadas:
Função de dissipação:
1 1 1
F=
2
( )
⋅ R s ⋅ (ias 2 + ibs 2 ) + ⋅ Rr ⋅ iar 2 + ibr 2 + ⋅ K d ⋅ ωm 2 .
2 2
Página 94 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
1 1 1 1
T= ⋅ Ls(θ) ⋅ ias 2 + ⋅ L s ⋅ ibs 2 + ⋅ Lr ⋅ iar 2 + ⋅ Lr ⋅ ibr 2 + L sr ⋅ ias ⋅ iar ⋅ cos θ +
2 2 2 2
1 Δ
+ L sr ⋅ ias ⋅ ibr ( − sin θ) + L sr ⋅ ibs ⋅ iar ⋅ sin θ + L sr ⋅ ibs ⋅ ibr ⋅ cos θ + ⋅ J ⋅ ωm 2 − bs ias ⋅ ibs ⋅ sin 2θ,
2 2
sendo
ΔL s ΔLr ⎛ +para ar ⎞
L s (θ) = Los + ⋅ cos 2θ; Lr (θ) = Lor ± ⎜ ⎟
2 2 ⎝ − parabr ⎠
ΔL sr ⎛ + para ab e bb ⎞
L sr (θ) = Losr ± ⎜ ⎟.
2 ⎝ −para aa e ba ⎠
L=T−V=T .
d ⎛ ∂L ⎞ ∂L ∂F
⎜ ⎟− + = Q1
dt ⎝ ∂ias ⎠ ∂qas ∂ias
∂L
= L s (θ) ⋅ ias + L sr ⋅ iar ⋅ cos θ − L sr ⋅ ibr ⋅ sin θ − ΔL s ⋅ ibs ⋅ sin 2θ
∂ias
∂L ∂F
= 0; = R s ⋅ ias ; Q1 = uas
∂qs ∂ias
Logo
d
uas = Rs ⋅ ias + (Ls (θ) ⋅ ias + Lsr ⋅ iar ⋅ cos θ − Lsr ⋅ ibr ⋅ sin θ − ΔLs ⋅ ibs ⋅ sin 2θ )
dt
d di d di
= R s ⋅ ias + L s ( θ) ⋅ ias + L s ( θ) ⋅ as + (L sr ( θ) ⋅ cos θ ) ⋅ iar + L sr (θ) ⋅ cos θ ⋅ ar −
dt dt dt dt
d di ΔL s ∂i d
− (L sr ( θ) ⋅ sin θ) ⋅ ibr − L sr (θ) ⋅ sin θ ⋅ br + ⋅ sin 2θ ⋅ bs + ( ΔL s ⋅ sin 2θ) ⋅ ibs
dt dt 2 dt dt
dias di di ΔL s di
= R s ⋅ ias + L s (θ) ⋅ − L sr ⋅ (θ) ⋅ sin θ ⋅ br + L sr (θ) ⋅ cos θ ⋅ ar − ⋅ sin 2θ ⋅ bs −
dt dt dt 2 dt
Página 95 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
d
[u] = [R] ⋅ [i] + [L ] ⋅ dt [i] + ω ⋅ [G] ⋅ [i] ,
onde
⎡uas ⎤ ⎡R s 0 0 0 ⎤ ⎡ias ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
u 0 Rs 0 0 ⎥ i
[u] = ⎢⎢ubs ⎥⎥ ; [R] = ⎢⎢0 0 Rr 0 ⎥
; [i] = ⎢⎢ibs ⎥⎥
⎢ ar ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ar ⎥
⎣⎢ubr ⎦⎥ ⎣⎢0 0 0 Rr ⎦⎥ ⎣⎢ibr ⎦⎥
⎡ ΔL s ΔL s ⎛ ΔL sr ⎞ ⎛ ΔL sr ⎞ ⎤
⎢Los + ⋅ cos 2θ − ⋅ sin 2θ ⎜ Losr − 2 ⎟ ⋅ cos θ − ⎜ Losr + ⎟ ⋅ sin θ ⎥
⎢ 2 2 ⎝ ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎥
⎢ ΔL s ΔL s ⎛ ΔL sr ⎞ ⎛ ΔL sr ⎞ ⎥
⎢− ⋅ sin 2θ Los + ⋅ cos 2θ ⎜ Losr − 2 ⎟ ⋅ sin θ Lo
⎜ sr + ⋅ cos θ ⎥
⎢ 2 2 ⎝ ⎠ ⎝ 2 ⎟⎠ ⎥
[L ] = ⎢ ⎥
ΔL sr ⎞ ΔL sr ⎞ ΔLr
⎢⎛⎜ Losr − ⋅ cos θ
⎛
⎜ Losr − 2 ⎟ ⋅ sin θ Lor + 0 ⎥
⎢⎝ 2 ⎟⎠ ⎝ ⎠ 2 ⎥
⎢ ⎥
⎢ − ⎛ Lo − ΔL sr ⎞ ⋅ sin θ ⎛ ΔL sr ⎞ ΔLr ⎥
⎢⎣ ⎜⎝ sr 2 ⎟⎠ ⎜ Losr + 2 ⎟ ⋅ cos θ 0 Lor −
2 ⎥⎦
⎝ ⎠
⎡ ⎛ ΔL sr ⎞ ⎛ ΔL sr ⎞ ⎤
⎢ −ΔL s ⋅ sin 2θ − ΔL s ⋅ cos 2θ − ⎜ Losr − ⋅ sin θ − ⎜ Losr + ⋅ cos θ⎥
⎢ ⎝ 2 ⎟⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎟
⎥
⎢ ⎛ ΔL sr ⎞ ⎛ ΔL sr ⎞ ⎥
⎢ −ΔL s ⋅ cos 2θ − ΔL s ⋅ sin 2θ ⎜ Losr − 2 ⎟ ⋅ cos θ − ⎜ Losr + ⎟ ⋅ sin θ ⎥
⎝ ⎠ ⎝ 2 ⎠
[G] = ⎢⎢ ⎥
⎥
ΔL sr ⎞ ΔL sr ⎞
⎢ − ⎛⎜ Losr − ⋅ sin θ
⎛
⎜ Losr + 2 ⎟ ⋅ cos θ 0 0 ⎥
⎢ ⎝ 2 ⎟⎠ ⎝ ⎠ ⎥
⎢ ⎥
⎢⎛ Lo − ΔL sr ⎞ ⋅ cos θ ⎛
− ⎜ Losr +
ΔL sr ⎞
⋅ sin θ 0 0 ⎥
⎢⎣⎜⎝ sr 2 ⎟⎠ ⎝ 2 ⎟⎠ ⎥⎦
dωm 1
= ⋅ ( Te − K ⋅ dω − Tc arga )
dt J
Página 96 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
e o binário por
1 T ∂
Te = ⋅ [i] ⋅ ([L ][i]) .
2 ∂θ
1 ⎡ −2 ⋅ ΔL s 2 ⋅ ΔL s ⎛ ΔL sr ⎞
Te = ⋅⎢ sin 2θ ⋅ ias 2 − ⋅ cos 2θ ⋅ ias ⋅ ibs − ⎜ Losr − ⎟ ⋅ sin θ ⋅ ias ⋅ iar −
2 ⎣ 2 2 ⎝ 2 ⎠
⎛ ΔL sr ⎞ 2 ⋅ ΔLs 2 ⋅ ΔLs
− ⎜ Losr − ⎟ ⋅ cos θ ⋅ ias ⋅ ibr − ⋅ cos 2θ ⋅ ibs ⋅ ias − ⋅ sin 2θ ⋅ ibs 2 +
⎝ 2 ⎠ 2 2
⎛ ΔL sr ⎞ ⎛ ΔL sr ⎞ ⎛ ΔL sr ⎞
+ ⎜ Losr − ⎟ ⋅ cos θ ⋅ ibs ⋅ iar − ⎜ Losr + ⎟ ⋅ sin θ ⋅ ibs ⋅ ibr − ⎜ Losr − ⋅ sin θ ⋅ iar ⋅ ias +
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎟⎠
⎛ ΔL sr ⎞ ⎛ ΔL sr ⎞ ⎛ ΔL sr ⎞ ⎤
+ ⎜ Losr − ⎟ ⋅ cos θ ⋅ iar ⋅ ibs − ⎜ Losr − ⎟ ⋅ cos θ ⋅ ibr ⋅ ias − ⎜ Losr + ⎟ ⋅ sin θ ⋅ ibr ⋅ ibs ⎥
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎦
1 ⎡ ΔL ΔL ΔL
= ⋅ ⎢ −2 ⋅ s sin 2θ ⋅ ias 2 − 4 ⋅ s ⋅ cos 2θ ⋅ ias ⋅ ibs − 2 ⋅ s ⋅ sin 2θ ⋅ ibs 2 − 2 ⋅ (L psr ⋅ sin θ ⋅ iar ⋅ ias −
2 ⎣ 2 2 2
⎛ ΔL
−Losr ⋅ cos θ ⋅ iar ⋅ ibs + Losr ⋅ cos θ ⋅ ibr ⋅ ias + Losr ⋅ sin θ ⋅ ibr ⋅ibs ) + 2 ⋅ ⎜ sr ⋅ sin θ ⋅ iar ⋅ ias −
⎝ 2
ΔL ΔL sr ΔL ⎞⎤
− sr ⋅ cos θ ⋅ iar ⋅ ibs − ⋅ cos θ ⋅ ibr ⋅ ias − sr ⋅ sin θ ⋅ ibr ⋅ ibs ⎟ ⎥ .
2 2 2 ⎠⎦
onde
Te uniforme = Losr ⋅ ⎡⎣( ibr ⋅ iar − ias ⋅ ibr ) ⋅ cos θ − ( ias ⋅ iar + ibs ⋅ ibr ) ⋅ sin θ⎤⎦ e
ΔL sr ΔL s
T0 =
2 ⎣
⎡( −ibs ⋅ iar − ias ⋅ ibr ) ⋅ cos θ + ( ias ⋅ iar − ibs ⋅ ibr ) ⋅ sin θ⎤⎦ −
2 ⎣
( )
⎡ ias 2 − ibs 2 ⋅ sin 2θ + 2 ⋅ ias ⋅ ibs ⋅ cos 2θ⎤
⎦
Analisando a expressão do binário verifica-se que quer em relação ao binário similar ao que se
obtém com um rotor sem saliências, quer à componente devido à saliência em função de cosθ e
sinθ, as condições a impor seriam semelhantes ao da máquina com entreferro uniforme.
dθ
Nos restantes termos, como ωm = implica que θ = ωm ⋅ t + δ , obtemos
dt
Página 97 de 259
Sebenta de Complementos de Máquinas Eléctricas
Estudo da Dinâmica dos Conversores Electromecânicos Centro de Investigação e Projecto e Controlo
e Aplicação de Máquinas Eléctricas
Nos primeiros dois termos, como estes contêm os quadrados das correntes estatóricas, só existem
valores médios se a frequência dessas correntes for de ωm. Assim uma das condições para que a
máquina funcione é que:
is = K3.sin(ω.t) + K4 .cos(ωm.t).
O restante termo só produz um binário médio se uma das correntes for DC e a outra tiver uma
frequência de 2ωm. No entanto, a existência de duas correntes de frequências impostas, diferentes
numa mesma máquina, a corrente estatórica tem de ser do tipo:
is = Is.sin(ωm.t),
ou seja, síncrona.
É ainda de notar que os três termos de T2θ não dependem de ir. Ou seja, a máquina é capaz de
produzir um binário para uma velocidade constante sem excitação. Esta máquina é conhecida
como máquina de relutância.
Através dos exemplos anteriores foi possível determinar as condições a impor em termos de
frequência para os diferentes máquinas funcionarem em regime permanente.
As referidas condições podem ser impostas, recorrendo a várias técnicas, a saber:
− injectando nos terminais da máquina as correntes com uma frequência pré-definida
(máquinas síncronas);
− utilizando as correntes induzidas com a frequência apropriada (máquinas assíncronas);
− colocando um comutador (máquinas DC).
3.4. Conclusões
Apresentou-se neste capítulo a formulação das equações que descrevem a dinâmica dos
conversores de energia, as quais se obtiveram através da análise da conversão de energia
eléctrica em mecânica.
Estas equações da dinâmica em conjunto com as restrições de frequência permitem obter as
equações comportamentais das referidas máquinas em regime permanente.
Página 98 de 259