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1. Introdução
Desastre é um evento que causa uma séria interrupção na rotina de uma comunidade, ou
de uma população, ocasiona um grande número de mortes, perdas e impactos materiais,
econômicos e ambientais, no qual a capacidade de resposta de uma localidade afetada,
empregando recursos próprios, é extrapolada.
Outro conceito importante refere-se ao termo acidente químico definido pela OPAS –
Organização Panamericana da Saúde como uma seqüência de eventos fortuitos e não
planejados, que resulta na liberação de uma ou mais substâncias químicas perigosas
para a saúde humana e/ou ao meio ambiente, a curto ou longo prazo. As emergências
químicas podem ser geradas a partir de eventos naturais ou, mais frequentemente, a
partir de eventos tecnológicos:
a. Origem Natural:
Ocorrência causada por fenômeno da natureza, cuja maioria dos casos independe das
intervenções do homem. Incluem-se nesta categoria os terremotos, maremotos, furacões,
etc.
b. Origem Tecnológica:
Ocorrência gerada por atividade desenvolvida pelo homem, tais como os acidentes
nucleares, vazamentos durante a manipulação ou transporte de substâncias químicas,
etc.
Embora estes dois tipos de ocorrências sejam independentes quanto às suas origens
(causas), em determinadas situações pode haver uma certa relação entre as mesmas,
como por exemplo uma forte tormenta que acarrete danos numa instalação industrial.
Neste caso, além dos danos diretos causados pelo fenômeno natural, pode-se ter outras
implicações decorrentes dos impactos causados nas instalações da empresa atingida.
Da mesma forma, as intervenções do homem na natureza podem contribuir para a
ocorrência dos acidentes naturais, como por exemplo o uso e ocupação do solo de forma
desordenada pode vir a acelerar processos de deslizamentos de terra.
Já no caso dos acidentes de origem tecnológica, pode-se afirmar que a grande maioria
dos casos é previsível, razão pela qual há que se trabalhar principalmente na prevenção
destes episódios, sem esquecer obviamente da preparação e intervenção quando da
ocorrência dos mesmos.
Para efeito deste curso os termos: emergências quimicas, acidentes químicos, incidentes
quimicos e acidentes com produtos perigosos são equivalentes.
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O primeiro passo, tanto para a prevenção, como para uma intervenção eficiente, deve ser
a identificação e avaliação dos riscos a que uma região está exposta, de modo que ações
possam ser desenvolvidas para a redução destes riscos, seu gerenciamento e
planejamento de intervenções emergenciais.
Levantamento Levantamento
Estatístico de de
Acidentes Atividades
Caracterização
dos
Produtos
Identificação e
Avaliação
de Riscos
Medidas para
a Redução dos
Riscos
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Dependendo da região a ser estudada, esta etapa pode ser bastante demorada e
complexa, razão pela qual é importante a criação de um Grupo de Trabalho, envolvendo
todos os segmentos da sociedade envolvidos com o assunto, de forma que os trabalhos
possam ser agilizados e contemplem, de forma detalhada, os itens anteriormente
mencionados.
- Corpo de Bombeiros;
- Polícia;
- Meio ambiente;
- Assistência médica; etc.
a. Recursos Humanos
Especialistas nas diferentes áreas envolvidas (defesa civil, médicos, meio ambiente,
segurança, etc) e disponibilidade de materiais e equipamentos em quantidades
suficientes para atender às possíveis emergências químicas previamente estudadas.
b. Sistema de Comunicação
Definido o sistema para acionamento dos órgãos, de acordo com o tipo e porte do
acidente, deve-se implantar, ou mesmo adaptar os sistemas existentes, de modo que,
quando do acionamento, também durante o atendimento aos acidentes, possam ser
estabelecidas as comunicações necessárias de forma rápida e com a confiabilidade
necessária.
c. Rotinas Operacionais
Para cada uma das possíveis ocorrências estudadas deverão ser definidas rotinas de
procedimentos para atuar a partir da definição de uma organização hierárquica durante
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a emergência, bem como as funções a serem desempenhadas pelos diferentes órgãos
participantes e os recursos a serem mobilizados.
d. Treinamentos
- treinamento de coordenadores;
- treinamento dos que atendem à emergência;
- treinamento de jornalistas;
- treinamento da comunidade.
e. Manutenção do Sistema
4. Considerações gerais
P IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS
R
E AVALIAÇÃO DOS RISCOS E DE SUAS CONSEQÜÊNCIAS
V
E REDUÇÃO DOS RISCOS
N
Ç PLANO DE EMERGÊNCIA
Ã
O TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO
I
N AVALIAÇÃO DO ACIDENTE
T
E ACIONAMENTO
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R
V MOBILIZAÇÃO
E
N ASSISTÊNCIA EMERGENCIAL
Ç
à RECUPERAÇÃO
O
5. Bibliografia
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Principais Emergências Químicas no Brasil
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Data Local Atividade Produto Causa Consequências
15/06/01 Osasco, São Transporte por GLP Ação de terceiros 168 ton vazadas
Paulo, Brasil duto 1500 pessoas evacuadas
12 horas de paralisação de rodovia
10 bairoos desenergizados
29/03/03 Cataguazes, Indústria de papel Lixívia Rompimento de 1,4 milhões de litros vazados
Minas Gerais, e celulose barragem Contaminação de rios que abastecem
Brasil municípios de Minas Gerais e Rio de
Janeiro
População sem água por dois meses
10/-6/03 Uberaba, Minas Transporte alcoóis descarrilhamento Contaminação de captação pública
Gerais, Brasil ferroviário População sem água por duas
semanas
15/11/04 Porto de Transporte Metanol e Explosão de Duas fatalidades
Paranaguá, marítimo óleo incêndio do navio Impacto ambiental
Paraná, Brasil combustível vicuña
10/01/07 Mirai, Minas Mineração Rejeitos Rompimento de 12 mil desabrigados
Gerais, Brasil barragem
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Data Local Atividade Produto Causa Consequências
11/7/78 San Carlos, Transporte Propeno VCE 216 mortes, 200 feridos
Espanha rodoviário
19/11/84 Mexico City Armazenamento GLP BLEVE 650 mortes, 6400 feridos
Incêndio Perdas de US$ 22,5 milhões
3/12/84 Bhopal, Índia Armazenamento Isocianato de metila Emissão 4000 mortes
tóxica 200000 intoxicados
28/4/86 Chernobyl, Rússia Usina nuclear Urânio Explosão 135.000 pessoas evacuadas
3/6/89 Ufa, Rússia Transporte por GLN VCE 645 mortes
duto 500 feridos
24/3/89 Alasca, USA Transporte Petróleo Encalhe 40.000 ton.
marítimo 100.000 aves
11/3/91 Catzacoala Planta de Cloro Vazamento Perdas de
processo Explosão US$ 150 milhões
22/4/91 Guadalajara, Transporte por Gasolina Explosão 300 mortes
México duto
15/2/96 Mill Bay, UK Transporte Petróleo Falha 70.000 ton.
marítimo operacional 2300 pássaros mortos
/ /98 Lagos, Nigéria Transporte por Gasolina Vazamento e 650 mortos
duto explosão
/12/99 Porto de la Desastre de Acetona, ácido Corrida de Cerca de 30 mil mortos
Guaíra, Venezuela origem natural sulfúrico, ácido lama Cerca de 100 mil feridos
clorídrico, mercúrio, Mais de 500 mil pessoas sem
permanganato de água potável
potássio, nitro- Doenças e impacto social
celulose e outros.
21/09/01 Toulouse, França Indústria de Nitrato de amônio Explosão 30 mortos
fertilizantes mais de 2000 feridos
destruição raio de 5 km
19/11/02 Espanha (costa Transporte Óleo combustível Fissura no 77 mil ton vazaram para o mar
noroeste) marítimo (navio casco do navio
Prestige)
23/12/03 China Exploração gás Gás natural Vazamento e 243 mortos,
natural explosão 9000 feridos,
64 mil evacuados
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Data Local Atividade Produto Causa Consequências
20/01/04 Argélia Exploração de Gás natural Explosão 38 mortos
gás natural 74 feridos
18/02/04 Neyshabur, Irã Transporte Enxofre, gasolina e Descarri- 328 mortos
ferroviário fertilizantes lhamento e 460 feridos
explosão
22/04/04 Ryongchou, Transporte Nitrato de amônio Explosão 161 mortos (76 crianças)
Coréia do Norte ferroviário devido a 1300 feridos
mistura com destruição num raio de 500
combustível metros
/06/04 Nosratabad, Irã Transporte Gasolina Colisão 90 mortos e
rodoviário 114 feridos
30/07/04 Bélgica Transporte por Gás natural Vazamento e 18 mortos
duto explosão 120 feridos
23/03/05 Texas, USA Refinaria BP Gasolina Vazamento, 15 mortos
explosão e 170 feridos
incêndio
11/12/05 Inglaterra Armazenamento Combustível Vazamento, ~43 vítimas (2-8 fatais)
(Buncefield) explosão e
incêndio
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