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Fecundação, desenvolvimento

embrionário e gestação

Isabel Dias | CEI | Biologia 12


Formação de um novo ser

encontro do oócito II com espermatozóides

Fecundação

formação de um ovo

desenvolvimento contínuo e dinâmico, com


a duração em regra, de 40 semanas, que
termina com o nascimento

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Fecundação

 Encontro e união das células sexuais masculina e


feminina, haplóides, com fusão dos seus núcleos e
formação de um zigoto diplóide.

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Fecundação

 Pode ser:

Externa (ex. ouriço-do-mar)


- os óvulos libertam moléculas que atraem apenas
os espermatozóides dos machos da mesma espécie.

Interna (ex. mamíferos)


Exercício 8 pág. 29

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Fecundação
 Deposição na vagina de 50 a 130 milhões
de espermatozóides, no decurso de uma
ejaculação;
 Contacto dos espermatozóides com o
muco cervical, produzido por glândulas do
colo uterino em quantidade e
consistência variáveis ao longo do ciclo
sexual;
 Deslocação do oócito II em direcção ao
útero, por contracções da trompa de
Falópio e movimentos ciliares do seu
epitélio.

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 Progressão dos espermatozóides através
do colo do útero. Menos de 100 alcançam
as Trompas de Falópio, local de
fecundação;
 Encontro do oócito II e dos
espermatozóides, atraídos por uma
substância libertada pelas células
foliculares;
 Introdução de espermatozóides entre as
células foliculares e reconhecimento pela
ligação a receptores específicos da zona
pelúcida;

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 Libertação do conteúdo do acrossoma –
reacção acrossómica – com digestão local e
travessia da zona pelúcida e absorção da
cabeça do espermatozóide pelo oócito II;
 Conclusão da meiose formando-se o óvulo e o
2º glóbulo polar;
 Formação da membrana de fecundação,
impedindo a entrada de mais
espermatozóides;
 Fusão dos núcleos dos dois gâmetas
(cariogamia);
 Formação do ovo ou zigoto.

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Algumas questões...
 Refira em que fase da divisão celular se encontra o
oócito II antes do contacto com os espermatozóides.
 Indique qual é o contributo do espermatozóide na
fecundação.
 Refira que consequências acarreta para a célula
feminina a penetração de um espermatozóide.
 Descreva o processo “reacção acrossómica”.

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Embriogénese
 Após a formação do ovo, inicia-se o
desenvolvimento embrionário ou embriogénese, o
qual termina com o nascimento.
 Apesar dos fenómenos do desenvolvimento
embrionário ou embriogénese decorrerem de
modo contínuo, podem ser assinalados dois
períodos:
 Período embrionário – dura cerca de 8 semanas, ao fim
das quais todos os órgãos estão já totalmente
esboçados.
 Período fetal – dura as restantes semanas e
corresponde ao desenvolvimento dos órgãos e ao
crescimento do feto.

Exercício 9 pág. 32
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Período embrionário
 No período embrionário, o ovo, por
numerosas divisões mitóticas (início do
crescimento), forma um embrião que se
implanta no endométrio.
 Quando chega ao útero, 4 dias após a
fecundação, o embrião chama-se mórula,
flutua livremente e é alimentado por
secreções uterinas. Desenvolve-se,
passando a blastocisto.

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 O blastocisto apresenta duas partes ou
conjuntos de células:
Botão embrionário (ou massa celular interna) –
massa de células que origina o corpo fetal;
Trofoblasto – delimita uma cavidade interna
achatada para onde faz saliência o botão
embrionário. Participa na formação da placenta.

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Nidação
 Implantação do embrião (blastocisto) no endométrio
uterino 6 a 7 dias após a fecundação. As células do
trofoblasto produzem enzimas que digerem
localmente o endométrio.
 O botão embrionário continua a crescer por divisões
celulares e ocorrem movimentos de territórios
celulares (início da morfogénese
morfogénese).
 Começa a formar-se um anexo embrionário – o
córion – que possui vilosidades. Estas mergulham em
lacunas do endométrio, preenchidas por sangue
materno devido à ruptura dos capilares.
 Cerca de 11 ou 12 dias após a fecundação o embrião
encontra-se totalmente coberto pela mucosa uterina.

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Morfogénese e diferenciação celular
 O embrião desenvolve-se formando três camadas
celulares embrionárias com posições determinadas – a
endoderme, mais interna, a ectoderme
endoderme ectoderme, mais externa ,
e uma terceira, a mesoderme
mesoderme, posicionada entre as
duas primeiras.

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 A partir destas três camadas ou folhetos
embrionários constituem-se, por diferenciação
celular, os diferentes tecidos e órgãos do novo ser,
formando-se, também, estruturas transitórias (só
existem até ao nascimento), os anexos embrionários.
 Durante todo o desenvolvimento embrionário
ocorrem três processos fundamentais – crescimento,
morfogénese e diferenciação celular.

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Desenvolvimento do embrião
 Crescimento – por multiplicação das células
(mitose) e aumento do seu volume.
 Morfogénese – movimentos de territórios
celulares que se posicionam em função das
estruturas que vão formar. São originadas três
camadas de células embrionárias.
 Diferenciação celular – especialização
estrutural e bioquímica da ectoderme,
endoderme e mesoderme no sentido da
formação de tecidos, órgãos e sistemas de
órgãos.
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Origem de algumas estruturas

Ver quadros pág. 33


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Anexos embrionários
 Âmnio – membrana que delimita a cavidade amniótica, cheia
de líquido amniótico. Forma um saco que protege o embrião
da dessecação, de choques mecânicos e das variações
térmicas.
 Córion – membrana mais exterior que, com o âmnio, rodeia o
embrião e intervém na formação da placenta, formando uma
extensa superfície de trocas.
 Vesícula vitelina e alantóide – muito reduzidos, incorporam
o cordão umbilical.
 Placenta – órgão em forma de disco que resulta da fusão do
córion com o endométrio uterino. Responsável pelas trocas
selectivas de nutrientes e produtos de excreção entre o
embrião e o corpo materno.
Exercício 10 pág. 34
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Período fetal
 A partir das 8 semanas:
Continua o desenvolvimento com o
aumento da complexidade e a
maturação dos órgãos já formados;
Verifica-se o crescimento rápido e
modificações nas proporções do corpo;
Verifica-se uma evolução do
comportamento do feto (devido ao
desenvolvimento do sistema nervoso);
Ao fim de 40 semanas após a
fecundação, o feto está totalmente
formado e preparado para o nascimento.

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No ventre materno...

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Mecanismos que controlam o
desenvolvimento embrionário

 Gravidez
Modificações morfológicas
Modificações hormonais

Exercício 11 pág. 36

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Bloqueio dos ciclos sexuais
 A hormona gonadotropina coriónica humana (HCG),
libertada pelo embrião, impede a degeneração do
corpo amarelo (efeito semelhante ao da LH) que,
assim, continua a produzir estrogénios e
progesterona, garantindo a manutenção do
endométrio e da nidação.
A detecção da presença da hormona HCG compõe o
principal método de detectar uma gravidez nas
primeiras semanas de gestação, visto esta se encontrar
na urina da mãe.

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 Elevados valores de HCG exercem uma
retroacção negativa sobre o complexo
hipotálamo-hipófise, bloqueando o ciclo
ovárico.
 Entre as 9 e as 10 semanas dá-se o declínio da
produção de HCG, degenerando o corpo
amarelo.
 A produção de estrogénios e progesterona é
assegurada pela placenta.

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Estrogénios durante a gravidez

 Permitem a manutenção do endométrio;


 Faz com que o útero se expanda:
6,5 cm sem gravidez;
9 cm às 12 semanas;
33 cm às 40 semanas.
 Faz com que haja desenvolvimento e
maturação das glândulas mamárias.

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Progesterona durante a gravidez

 Permite a manutenção do endométrio;


 Impede a existência de contracções
prematuras;
 Faz com que haja desenvolvimento e
maturação das glândulas mamárias.

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Parto
 No último trimestre de gestação, uma complexa
interacção de hormonas induz o parto.
 A máxima concentração de estrogénios (que
dominam relativamente à progesterona) no sangue
materno desencadeia a formação de receptores de
oxitocina no útero.
 A oxitocina, produzida pelo hipotálamo e libertada
pela hipófise materna, estimula o útero a fortes
contracções. Também estimula a produção de
prostaglandinas pela placenta, aumentando mais as
contracções, num mecanismo de feedback positivo.
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Feedback
positivo

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Parto (três fases)

 Dilatação do colo uterino

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 Expulsão da criança
 Expulsão da placenta e anexos embrionários

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Resumindo...
 Final da gestação:
 Diminuição do teor de progesterona/domínio de
estrogénios;
 Contracção dos músculos uterinos;
 Deslocação do feto para o colo uterino;
 Feto exerce pressão sobre o colo uterino;
 Envio de mensagens nervosas até ao
hipotálamo;
 Produção de oxitocina (libertação ao nível da
hipófise posterior);
 Contracções uterinas mais fortes e rítmicas;
 Libertação de mais oxitocina (retroacção
positiva);
 Nascimento.
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Lactação
 A produção de leite materno é controlada por
diversas substâncias, entre as quais a hormona
prolactina, produzida pela hipófise anterior.
 Durante a gestação os níveis elevados de
estrogénios e progesterona exercem um
feedback negativo sobre a secreção da
prolactina.
 Com a expulsão da placenta os níveis de
estrogénios e progesterona diminuem,
permitindo a secreção e chegada da prolactina
às glândulas mamárias. Inicia-se a produção do 1produz-se do 1º ao 4º dia e
colostro1 e, a seguir, do leite. contém menos lípidos e
menos glícidos, mais
 A libertação de leite pelas glândulas mamárias é proteínas e mais anticorpos
controlada pela oxitocina. do que o leite produzido a
partir do 4º dia.

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Sucção pelo bebé
 As mamadas do bebé induzem dois reflexos neuro-
hormonais independentes que estimulam a secreção
de leite.
 A saída de leite ao nível dos mamilos é consequência
da sucção efectuada pelo bebé, a qual desencadeia
um mecanismo neuro-hormonal. Este inicia-se com o
estímulo de terminações nervosas existentes na zona
do mamilo e a condução dessa informação por
nervos sensitivos até ao hipotálamo.

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 A recepção dessa informação desencadeia a
actividade de neurónios hipotalâmicos produtores
de oxitocina que é libertada ao nível da hipófise
posterior.
 As células-alvo desta hormona, localizadas nas
glândulas mamárias, são então estimuladas,
contraem-se e ocorre o fluxo do leite.

A manutenção da produção de leite é controlada pela


actividade da criança que dela beneficia.

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Hipófise
posterior
Hipófise
anterior

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