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TEORIA DOS JOGOS

Professor: Rafael Luís Spengler

Setembro de 2017
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BREVE HISTÓRICO
John von Neumann & Oskar Morgenstern: “Theory of Games and
Economic Behavior” (1944)
John F. Nash: “Non-cooperative Games” (tese, 1951)
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• Concorrência perfeita:
• Monopólio:
• Entre esses extremos:
interações estratégicas
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JOGO-EXEMPLO
• Suponha que um professor de Economia decida
inovar na avaliação em sua disciplina.
• Em vez de realizar provas, o conceito final dos
alunos será definido a partir de um jogo, com as
seguintes regras:
– Os alunos serão alocados em pares, por
sorteio;
– Cada aluno poderá escolher entre dois
símbolos: @ e #;
– Os alunos não podem se comunicar;
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JOGO-EXEMPLO (cont.)
• Conceitos finais serão dados do seguinte modo:
– Se você escolher @ e seu colega escolher #,
você ficará com Conceito A e seu colega com
Conceito D
– Se os dois escolherem @, ambos ficarão com
Conceito C
– Se você escolher # e seu colega escolher @,
você ficará com Conceito D e seu colega com
Conceito A.
– Se os dois escolherem #, ambos ficarão com
Conceito B.
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Matriz de “resultados”
Colega
@ #

Você @ C , C A , D

# D , A B , B
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Matriz de payoffs
Colega
@ #

Você @ 6 , 6 10 , 0

# 0 , 10 8 , 8
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• Um jogo necessita de três
elementos:
– Jogadores
– Estratégias
(regras ou planos de ação)
– Payoffs
(tudo o que importa
para um jogador)
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Uma matriz de payoff:
Jogador B

Esquerda Direita

Cima 1 , 2 0 , 1
Jogador
A
Baixo 2 , 1 1 , 0
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Estratégia dominante

• É a melhor
estratégia,
independemente
da ação do outro
jogador.
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Estratégia dominada

• É a estratégia que gera


payoffs inferiores
para um jogador.
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Eliminação de Estratégias Dominadas
Jogador 2

Y W

A 1,0 3, 1
Jogador
B 2,1 2, 2
1
C 0, 4 1, 2
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EQUILÍBRIO DE NASH
Quando a
escolha de A é a melhor dada
a escolha de B,
ao mesmo tempo em que
a escolha de B é a melhor
dada a escolha de A
diz-que há um Equilíbrio de Nash
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EQUILÍBRIO DE NASH (Ex.:)
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Estratégias PURAS e MISTAS

• Equilíbrios de Nash podem ser:


– Em estratégias puras: cada agente escolhe
uma estratégia definitiva.
– Estratégias mistas: agentes randomizam suas
estratégias (i.e., atribuem uma probabilidade
para cada escolha e jogam de acordo com
essas probabilidades).
• Exemplo: “Pedra, papel, tesoura”; “par ou ímpar”
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DILEMA DOS PRISIONEIROS

• Dois suspeitos de um crime estão em


celas separadas, incomunicáveis;
• Cada um tem duas possibilidades:
–Confessar o crime, incriminando o
outro;
–Não confessar.
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DIL. PRISIONEIROS (cont.)
• Se só um deles confessar:
este estará livre e o outro
cumprirá 6 anos de prisão;
• Se ambos confessarem:
ambos cumprirão 3 anos
de prisão;
• Se nenhum deles confessar:
ambos cumprirão 1 ano de
prisão.
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DIL. PRISIONEIROS (matriz)

Suspeito B

Confessa Não
confessa
Confessa -3 , -3 0 , -6
Suspeito
A Não -6 , 0 -1 , -1
confessa
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• Equilíbrios de Nash são Pareto-


eficientes?

Recordando: Eficiência de Pareto é


uma situação em que não é possível
melhorar a utilidade de um agente
sem piorar a utilidade de outro.
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Resposta: Não necessariamente!

• A estratégia (NC, NC) é eficiente no


sentido de Pareto.
• A estratégia (C,C) é ineficiente no
sentido de Pareto.

Contudo, em vários jogos os conceitos podem


coincidir.
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JOGOS REPETIDOS

• Reputação
• Cooperação

• Estratégia dependerá
do jogo ser jogado
finitas ou infinitas
(indefinidas) vezes.
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• Dilema dos prisioneiros jogado 10 vezes;


• Dilema dos prisioneiros jogado
indefinidamente;

• “Tit for tat” (“olho por olho”).


Funciona bem pois:
– Punição é imediata para a burla;
– Estratégia de perdão (só pune uma vez);
– Cooperação.
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Estimulando um cartel
• Duopólio: similar a Dilema dos Prisioneiros.
– Ambas com alto preço  alto lucro
– Firma 2 é estimulada a baixar um pouco o preço,
capturando clientes da outra;
– Firma 1 é estimulada a baixar mais o preço,
recapturando seus clientes e angariando os da outra;
– E assim sucessivamente...
• E.N.: Quando ambas estiverem operando no
menor preço possível.
– Mas se for jogado indefinidamente, outro resultado é
possível.
– Como cada uma sabe que a outra jogará tit-for-tat, é
melhor não entrar em uma guerra de preços.
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JOGOS SEQUENCIAIS
• Um jogador move-se antes do outro;
• Representação: forma extensiva.
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Jogo na forma extensiva
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Barreiras à entrada
• Monopolista se defronta com a ameaça de
entrada de um novo concorrente
• Decide entre:
– Cortar os preços;
– Não cortar.
• Empresa entrante decidirá entre:
– Continuar fora do mercado;
– Entrar.
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Barreiras à entrada
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Principais conceitos
• Jogo: jogadores, estratégias e payoffs (ganhos)
– Em jogo sequencial, o padrão de tempo das escolhas também importa
• Estratégia dominante: é a melhor estratégia, independemente da ação do
outro jogador.
• Estratégia dominada: é a que gera payoffs inferiores para um jogador
• Equilíbrio de Nash: Quando a escolha de A é a melhor dada a escolha de B,
ao mesmo tempo em que a escolha de B é a melhor dada a escolha de A
• Equilíbrios de Nash podem ser:
– Em estratégias puras: cada agente escolhe uma estratégia “definitiva”.
– Estratégias mistas: agentes randomizam suas estratégias
• Eficiência de Pareto é uma situação em que não é possível melhorar a
utilidade de um agente sem piorar a utilidade de outro.
• Estratégia dependerá do jogo ser jogado finitas ou infinitas vezes
• Questões como reputação e credibilidade importam.
• Em jogos sequenciais, utiliza-se forma extensiva e indução retroativa
(“trabalha-se de trás para frente”)
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Muito obrigado!

rafaelspengler@gmail.com
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Referências adicionais

• Open Yale – Curso de Teoria dos Jogos:


http://oyc.yale.edu/economics/econ-
159/lecture-1
• VARIAN, Hal R. Microeconomia.
• Tese de John Nash:

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