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TRABALHO DOCENTE COMO

PRODUÇÃO SUBJETIVA: SEU


IMPACTO NA CRIATIVIDADE E
NO ENSINO DE HISTÓRIA

Profª Ms. Maria de Fátima M. Mariani


Centro Universitário de Brasília – UniCEUB E-mail:
fatimariani12@gmail.com
Pontos de ancoragem
 MICHEL DE CERTEAU: sujeitos “ordinários”,
em diversos momentos históricos, utilizaram
da bricolagem para driblar os tipos de
operações que minam o seu poder de fazer e
de se dar uma linguagem própria.
 maneiras do tipo “táticas”
 Ações que nem sempre explicitam os
sentidos que estão subjetivados nas
manobras.
O contraponto
 As “burlas” dos professores frente às políticas
educacionais instituídas e outras relações instituintes

 A lógica do cotidiano docente

 Constituição de sujeito: sentidos subjetivos -


possibilidades de mudança da realidade objetiva

 Criatividade: construção subjetiva de sujeitos


concretos, convivendo em contextos diferenciados e
com características pessoais e motivacionais
próprias
Objetivo
 Analisar representações do professor acerca
de sua prática com o ensino de História de
forma criativa. Procurarei estabelecer
relações “das artes de fazer” dos professores
na busca da qualidade do ensino de História
no seu aspecto crítico, transformador e
atrativo para os alunos, com as ações do tipo
tático das análises de Certeau.
A questão de pesquisa
 O recorte será retirado do cotidiano docente
na tentativa de responder à questão: em que
medida o trabalho docente influencia
percepções e produções de sentidos e como
estas significações se configuram na
expressão da criatividade do professor de
História?
Metodologia
 Epistemologia qualitativa
 GONZÁLEZ REY (2005a) analisa o qualitativo numa
perspectiva epistemológica, apresentando princípios
gerais da produção do conhecimento no campo da
psicologia.
 caráter construtivo interpretativo do conhecimento
 a legitimação do singular como instância de
produção do conhecimento científico
 compreensão da pesquisa como processo dialógico
ou de comunicação.
Participantes da pesquisa
 oito professores de História, atuando do 6º ao
9º ano do Ensino Fundamental, de escolas
públicas e particulares localizadas em
Brasília, Distrito Federal. Os professores
deverão ter no mínimo dois anos na docência
de História.
Instrumentos da produção do material
empírico

 Conversação

 Complementação de frases
Conversação
 criar condições para o diálogo fluir e o sujeito poder
expressar sua emocionalidade que, segundo
GONZÁLEZ REY (2005; 2005a), é um indicador de
sentido subjetivo.

 A conversação será iniciada com a pergunta: “Você


pode falar sobre o que é mais importante para você
no seu trabalho docente?”
Complementação de frases
 Na complementação de frases os participantes
partem de indutores curtos sugeridos pelo
pesquisador o que não significa uma limitação do
que querem informar. Pelo contrário, vários aspectos
são sinalizados favorecendo a fluência de sentidos
subjetivos que muitas vezes se deslocam do foco
que a frase está sugerindo. Para González Rey o
sujeito traz para a complementação de frases os
sentidos subjetivos que lhes são mais significativos e
que os momentos da pesquisa provocaram.
Complementação de frases
 Exemplo ilustrativo:
 A minha sala de aula: é o lugar onde fico de
2ª a 6ª
 Quando estou com meus alunos: procuro
dar o melhor de mim
 Se eu pudesse: convenceria os pais a
estudar história
 Não posso: escolher os meus alunos
A construção e análise da informação
 análise de conteúdo, nos termos da
epistemologia qualitativa é feita na forma
construtivo-interpretativa

 possibilitar que novos significados


despontem sobre o problema estudado,
afastando da idéia de busca de categorias
explicativas para a realidade.
Algumas referências
 CERTEAU, M; Giard, L; Mayol, P. (1996). A invenção
do cotidiano 1 – artes de fazer. São Paulo: Vozes.

 GONZÁLEZ REY, F. (2005a). Pesquisa qualitativa e


subjetividade: os processos de construção da
informação. São Paulo: Thomsom.

 MARIANI, M. F. M. e ALENCAR, E. M. L. S. (2005).


Criatividade no trabalho docente segundo
professores de história: limites e possibilidades.
Revista Abrapee – Psicologia Escolar e Educacional,
Itatiba, n. 9, v. 1, p. 27-36.

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