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Cultura Documentos
Dilma Rousseff
Ministério da Educação
Fernando Haddad
Reitor
Alan Kardec Martins Barbiero
Vice-Reitor
José Expedito Cavalcante
2011
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
CDD 371.8298081
Créditos editorais
Coordenadora do Curso
UFT Profª. Denilda Caetano de Faria
Coordenador de Textos
UFT Denilson Barbosa de Castro
Autores
Profª. Drª Kátia Maia Flores
Prof. Cincinato Mendes da Silva
Profª. Maria Silva de Souza
Eugislane Moreira Lima Karajá
Prof. Jackson Carlos da Silva
Profª. Cleide Araújo Mecenas
Prof. Pedro Heber Estevam Ribeiro
Profª. Rosemary Negreiros de Araújo
Equipe de Produção
Produção e Tecnologia
Coordenação de Flávia Lucila Tonani (UFT)
Produção
Revisão
Coordenação do Profª. Margareth Leber de Macedo (UFT)
Módulo
Comitê Editorial
UFT Flávia Lucila Tonani
UFT Denilda Caetano de Faria
UFT Denilson Barbosa de Castro
Apresentação
Sumário
Educação para Diversidade e Cidadania
I. Introdução 14
V. Avaliação 46
VII. Escolha 65
VIII. Chat 67
X. Anexo II - Legislação 83
V. Referências 126
Módulo 3 - Público da Desigualdade Social
Autora: Cleivane Peres Reis
I. Introdução 130
I. Unidade 1 191
I. Introdução
V. Avaliação
VII. Escolha
VIII. Chat
X. Anexo II - Legislação
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
I. Introdução
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educativas de jovens e adultos excluídos do acesso e permanência na escola regular,
na idade própria.
A Educação a Distância surge, nas relações da atual sociedade, como uma mo-
dalidade que tem condições de atender às demandas educacionais que se apresentam
com maior possibilidade de concretizar mudanças no panorama educacional. O pa-
norama complexo e dinâmico da EaD faz com que os limites territoriais percam sen-
tido, constituindo-se a questão num desafio muito particular a ser enfrentado pelos
legisladores. O encurtamento geográfico não se dá somente pelo encurtamento das
distâncias físicas, mas também simbólicas e existenciais. A EaD democratiza o acesso,
promove a equidade, aumenta a flexibilidade, diminui o custo per capita, favorece au-
tonomia de aprendizagem para toda a vida e liberdade na sua acepção mais profunda,
que inclui a escolha e reflexão das pessoas na vivência social.
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É importante destacar ainda que, por ser uma modalidade de “educação for-
mal” pouco explorada no Brasil, a educação a distância assume, dentro da nova or-
ganização econômica e social que se desenha com o constante e rápido desenvolvi-
mento da tecnologia, uma nova dimensão, proporcionando o acesso à informação e
ao conhecimento. Com a popularização do acesso à Internet, novas formas de comu-
nicação e de interação passaram a propiciar a troca de conhecimentos, desconside-
rando as distâncias físicas e temporais (perspectiva assíncrona). No atual estágio da
sociedade, encontramo-nos diante de um modelo totalmente novo de organização
social, baseado na combinação da tecnologia da informação e da comunicação, pro-
vocando mudanças importantes nos valores, nas tendências e mentalidade instala-
das e nas estruturas políticas e econômicas da sociedade e, sem sombra de dúvida,
na educação.
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II. Histórico do Sistema UAB e da EAD
O Ensino a Distância é um sistema tecnológico de co-
municação bidirecional, que pode ser massivo e que substitui
a interação pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, como
meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de
diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e
tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível
dos alunos.
GARCIA ARETIO, L.
A Educação a Distância não é um fenômeno novo. Na realidade, tem sido um modelo de ensino-
-aprendizagem para muitos indivíduos durante os últimos cem anos. Conforme relato de Donadel
(2000, p. 17 e 18, citado por Belloni 1998), a Educação a Distância surgiu em 1833, na Suécia, onde um
curso por correspondência foi o primeiro a ser registrado. Isaac Pittman oferece na Inglaterra, em 1840,
cursos de taquigrafia por correspondência. Fundou sua própria escola no ano de 1843, oferecendo cur-
sos de instrução de taquigrafia via correspondência. Iniciou essa nova forma de transmissão de conhe-
cimentos (denominada ensino por correspondência) com o intuito de dar formação a grupos de pes-
soas que, por motivos geográficos, econômicos e sociais, não podiam se deslocar aos centros de ensino
tradicionais. Em 1881, o fundador da Universidade de Chicago, William Rainey Harperin, e também
seu primeiro reitor, disponibilizou um curso de Hebraico por correspondência com grande sucesso.
Em 1886, em Berlin, o primeiro curso de línguas foi organizado e dirigido por Gustav Langenscheidt.
No ano de 1889, o Queen’s College do Canadá também ofereceu cursos de correspondência obtendo
ótimos resultados nesse novo esforço educacional.
Em 1892 a Universidade de Wisconsin-EUA usou o termo “Educação a Distância”
pela primeira vez. Com o advento do rádio, o governo norte americano autorizou
pela primeira vez uma estação de rádio educacional. Sua licença foi autorizada à
Universidade dos Santos dos Últimos Dias de Salt Lake City em 1921. Pouco tempo
depois, em 1922, a Universidade de Wisconsin e a Universidade de Minnesota re-
ceberam autorizações para estabelecer suas próprias estações de rádio educacional.
A Universidade de Iowa se tornou, em 1945, a primeira organização a transmitir
mundialmente um programa educacional por televisão (SAETTLER, 1990, citado
por Becker 2002).
A EDUCAÇÃO A DISTÂN-
Na década de 70 surgiu a chamada “Open Universities”, usando material
CIA NÃO É UM FENÔMENO impresso, transmissões pela TV, rádio, recursos de áudio e vídeo, telefone, satélites
NOVO. NA REALIDADE, e TV a cabo. Hoje, as tecnologias utilizadas pelo modelo de educação a distância
TEM SIDO UM MODELO são evoluções propiciadas por sistemas digitais de telecomunicações. Esse avanço
DE ENSINO/APRENDIZA- tornou possível ao Open College do Canadá transmitir cursos de educação a dis-
GEM QUE TEM ATENDIDO
tância via satélite para mais de 30 cidades e comunidades em Ontário.
MUITOS INDIVÍDUOS DU-
RANTE OS ÚLTIMOS CEM
ANOS. Tendo como objeto de análise a tecnologia utilizada nos programas de edu-
cação a distância através dos tempos, é possível dividir sua história em três perío-
dos ou fases distintas:
A primeira fase foi um período marcado por produções textuais, que eram baseadas em um
processo de auto-aprendizagem com apoio apenas de materiais impressos. Essa fase durou até 1960,
segundo Saba (1997), e Roberts (1996), citados por Landim (1997).
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A segunda fase abrange o período entre 1960 e 1980. Ficou conhecida como a
geração analógica, cuja base foi a auto-aprendizagem. Nessa fase materiais impres-
sos complementados por recursos tecnológicos, tais como a multimídia, eram muito
utilizados.
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I - avaliações de estudantes;
Outro aspecto que deve se destacar é o que coloca a EaD no mesmo patamar de importância
do ensino superior presencial. Observe o que diz o artigo 3º, no seu parágrafo 2º: “Os cursos e progra-
mas a distância poderão aceitar transferência e aproveitar estudos realizados pelos estudantes em cur-
sos e programas presenciais, da mesma forma que as certificações totais ou parciais obtidas nos cursos
e programas a distância poderão ser aceitas em outros cursos e programas a distância e em cursos e
programas presenciais, conforme a legislação em vigor”.
Os textos legais e as normas oficiais passam a tratar da educação a distância como uma estraté-
gia de acesso à educação de qualidade, direito do cidadão e dever do Estado e da sociedade.
A educação a distância deixa de pertencer ao elenco de projetos sempre designados como “ex-
perimentais”, ao sabor de momentâneas e autoritárias arbitrariedades, tanto a favor quanto contra,
sem qualquer respeito a resultados educacionais concretos. Um dos grandes desafios é a superação,
ainda nesse contexto, dos preconceitos e temores que consideram a EaD um “barateamento” do ensi-
no, um caminho para a privatização completa do ensino ou uma forma de esvaziar o ensino regular.
A EaD de que trata a LDB é a mesma educação de que sempre tratamos e que sempre concebe-
mos como direito preliminar de cidadania, dever prioritário do Estado Democrático, política pública
básica e obrigatória para ação de qualquer nível de governo, conteúdo e forma do exercício profissio-
nal de educadores.
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UFT participasse do consórcio, mesmo com o Edital fechado, por entender que havia fatores nos quais
a contribuição da UFT seria válida. O convite foi aceito pela UFT, pois era uma possibilidade de traba-
lhar com uma instituição que tinha experiência e sucesso em EaD.
Começaram então as discussões para elaboração do programa – que tinha como ponto principal
a busca da qualidade na oferta dessa modalidade de ensino, nos mesmos padrões almejados pelo ensi-
no presencial. Dessas discussões definiu-se pela oferta do curso de Licenciatura em Biologia.
A princípio, os campi participantes seriam Araguaína, Porto Nacional e Gurupi. O projeto desse
primeiro edital tinha como mantenedor principal o MEC. A UFT e as demais IFEs participantes entra-
vam com o programa do curso. Os docentes (remunerados via bolsa do FNDE) eram responsáveis pela
elaboração do material e pela monitoria. Cada polo, inicialmente, tinha 25 alunos e dois professores
tutores.
O Processo Seletivo para preenchimento das primeiras turmas foi realizado no ano de 2005, com
a oferta de 75 vagas distribuídas nos campi de Arraias, Gurupi e Araguaína para o curso de licencia-
tura em Biologia. Das vagas oferecidas, 90 % delas foram destinadas a professores da rede pública de
ensino.
O processo de ensino e aprendizagem envolve dois tutores: o presencial, que fica no campus ou
polo, e o “virtual” ou a distância, contatado pelos alunos quando há necessidade. Em essência, quando
o aluno não consegue sanar suas dúvidas pelo tutor a distância, ele deve buscar o tutor presencial.
Em 2006 foi realizado um segundo Processo Seletivo para preenchimento de 200 vagas distri-
buídas nos Campi de Arraias, Gurupi, Araguaína e Porto Nacional, para o curso de licenciatura em
Biologia. Vagas exclusivas para professores da rede pública.
No ano seguinte, já pela Universidade Aberta do Brasil – UAB foi realizado Processo Seletivo
para 75 vagas, distribuídas nos polos de Ananás, Nova Olinda e Wanderlândia para o curso de Licen-
ciatura em Biologia.
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links (ou lexias) recursos diversos em localidades também diversas, em tempo real e de forma interati-
va. Com essa ferramenta, o processo educativo pode usar e abusar da multivocalidade, da escolha de
percursos autônomos, da visualização de processos com simulações, de recursos audiovisuais.
Para Silva (2006), a interatividade emerge com a instauração de uma nova configuração tecno-
lógica (no sentido das tecnologias informáticas conversacionais) e de uma nova dimensão mercadoló-
gica (no sentido da busca de diálogo entre produtor-produto-cliente). Para o autor, isso acontece nas
transformações que ocorrem nas esferas sociais, onde a busca de autonomia por parte dos indivíduos
diminui a passividade, introduzindo-os num ambiente polifônico, polissêmico, que emerge com o
enfraquecimento dos grandes referenciais postos na sociedade em períodos anteriores. Com as novas
tecnologias interativas a relação do usuário com a imagem, com o texto, com o conhecimento renova-
-se e, agora, as mediações acontecem em outro ambiente denominado virtual ou ciberespaço.
APRENDIZAGEM
MODALIDADE TRADICIONAL (metáfora da MODALIDADE INTERATIVA (metáfora do
árvore) hipertexto)
RACIONAL: organiza, sintetiza, hierarquiza, INTUITIVA: conta com o inesperado, o acaso,
causaliza, explica. junções não lineares, o ilógico.
E na sala de aula virtual? Como as representações sociais podem ser desenvolvidas? Nesse caso,
as tecnologias devem ser vistas como geradoras de oportunidades. As representações, palavras, sím-
bolos, senhas, no espaço cibernético ganham uma nova dimensão e se tornam um dos principais desa-
fios das “escolas virtuais” para proporcionar a existência de uma ambiência de ensino; não esquecendo
que os processos de interação social e de comunicação são inerentes à atividade de ensinar. Nesse
sentido, as novas tecnologias digitais devem ser vistas como uma grande aliada no processo de ensino
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e aprendizagem.
O conhecimento agora não pode ser entregue aos alunos em bandejas, as uni-
versidades precisam complementar seus materiais com um direcionamento de como
os alunos podem encontrar informações sozinhos. Na medida em que os conteúdos
perdem seu valor, as instituições precisam construir sua expertise para dar apoio a
grandes números de alunos a distância, para se diferenciar de seus competidores;
portanto, os modelos de apoio (support models) precisam ser aprimorados e divulga-
dos, pois materiais de curso excelentes não serão suficientes para atrair alunos.
Na cibercultura:
• O emissor não emite mais, no sentido que se entende habitual-
mente, uma mensagem fechada. Oferece um leque de elementos
e possibilidades à manipulação do receptor.
A leitura hipertextual:
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Na cibercultura o professor precisa repensar a sua prática educativa/comunicativa, no dizer de
Silva (2006), pois o professor pressupõe a participação-intervenção do aprendiz. Participar é muito
mais que responder “sim” ou “não”, é muito mais que escolher uma opção dada. Participar é modi-
ficar, é interferir na mensagem. Ele não propõe uma mensagem fechada, ao contrário, oferece infor-
mação em redes de conexões permitindo ao receptor ampla liberdade de associação e significações. O
professor:
• formula problemas;
• provoca situações;
• arquiteta percursos;
Para Rada (2004), uma nova linguagem educacional, decorrente da tecnologia e da conectivida-
de, muito diferente daquela a que estávamos habituados, gradativamente será incorporada aos pro-
cessos naturais de ensino e aprendizagem. Essa linguagem será mais ideogramática com a inclusão
de ícones, formas mais complexas e abstratas de classificação do conhecimento, pois a taxonomia do
livro não corresponde à multimodalidade do hipertexto, em que interagem textos, sons, imagens e
representações tridimensionais.
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Nesse contexto, os sujeitos da educação e sua atuação devem ser vistos dentro
de uma nova perspectiva – a interatividade – que não é novidade em si. Silva (2006)
sintetiza os fundamentos dessa interatividade: o emissor pressupõe a participação-
-intervenção do receptor, ou seja, é mais do que escolher uma opção dada; nesse
caso, participar é modificar, é interferir na mensagem. Comunicar é uma produção
conjunta da emissão e da recepção onde os dois polos codificam e decodificam de
forma síncrona ou assíncrona; o emissor disponibiliza a possibilidade de múltiplas
redes articulatórias, proporcionando ao receptor ampla liberdade de associações e
significações.
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• criar relacionamentos pessoais online;
no, de aprendizagem, de perfil do estudante que deseja formar; a partir dessa opção, de como se desenvolverão
O Projeto Pedagógico deve apresentar claramente sua opção epistemológica de educação, de currículo, de ensi-
O tutor na educação a distância é um professor. Letwin (2001) aponta que nas perspecti-
vas tradicionais da modalidade a distância era comum sustentar que o tutor dirigia, orientava,
apoiava a aprendizagem dos alunos, mas não ensinava. A tarefa do tutor consistia em assegurar
o cumprimento dos objetivos, oferecendo um apoio, pois a auto-suficiência dos materiais fazia
do tutor um mero “acompanhante” funcional para o sistema a distância.
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4.1 Componentes do sistema de educação a distância
4.1.1 Sistema administrativo – refere-se aos componentes organizacionais essenciais da gestão.
Nesse sistema incluem-se as equipes multidisciplinares (professores, tutores, diagramadores, web-
desingners, entre outros), os recursos materiais, físicos e financeiros, e os procedimentos básicos da
articulação institucional.
4.1.2 Serviços de apoio ao aluno – processos comunicativos voltados para os alunos na orienta-
ção dos aspectos gerais do processo educativo, dos aspectos regulatórios e acadêmicos.
4.1.5 Acompanhamento tutorial – o papel do tutor no sistema EaD é primordial. Cabe a ele
acompanhar e mediar o processo de aprendizagem do aluno. Cabe ao tutor orientar os alunos a respei-
to do material e dos procedimentos pedagógicos, além de motivá-los no decorrer do curso ao enfren-
tamento e superação das dificuldades enfrentadas pelo caminho. O tutor é, em suma, um mediador da
aprendizagem do aluno e da sua permanência no sistema.
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riedade de momentos presenciais para:
Os cursos na modalidade a distância da UFT têm seus estudos e atividades realizados por meio
de estratégias fundamentadas na auto-aprendizagem, em trabalhos colaborativos e na articulação de
estudos teóricos com a prática profissional dos próprios alunos.
Todas as atividades e estudos propostos para os cursos devem ser acompanhadas a distância
pelos tutores acadêmicos, e, também, por tutores presenciais que atuam nos polos.
Os projetos pedagógicos devem estabelecer mecanismos para que os alunos possam realizar
consultas virtuais para aprofundamentos e solucionar dúvidas junto aos professores autores dos mó-
dulos.
Os cursos devem incluir também, em sua Proposta Pedagógica, estratégias que levem os alunos
à experimentação de práticas de produção cooperativa com a formação de grupos de trabalho inter-
disciplinar.
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ternet);
• descrever as modalidades comunicacionais síncronas e
O Guia de es-
assíncronas - videoconferência, chats na internet, fax, telefo-
nes, rádio – que serão utilizadas para promover a interação
tudos pode ser
em tempo real entre alunos, tutores e professores; considerado
• descrever estratégias a serem utilizadas para facilitar a in-
teração entre alunos, por meio de atividades coletivas, pre- um aprofunda-
senciais ou via ambientes de aprendizagem, adequadamente
desenhados e implementados para o curso, que incentivem mento do plano
a comunicação entre colegas e a aprendizagem colaborativa.
de ensino e é
voltado especifi-
4.2.3.4 Material didático camente para o
Cada disciplina conta com o apoio de material instrucional específico ao aluno. Seu obje-
desenvolvimento do curso, elaborado pelo professor autor. Esse material pode tivo é fornecer
ser impresso e/ou virtual.
as informações
O conteúdo a ser estudado deve ser disponibilizado na Plataforma do necessárias so-
Curso em ambiente digital colaborativo (MOODLE). As atividades de cada dis-
ciplina devem ser organizadas para serem desenvolvidas em períodos de uma bre as diretrizes
semana. Como estratégia de aprendizagem as disciplinas devem ser apresen-
tadas por bimestre em grupos de duas ou três disciplinas juntas, para que os
básicas para
alunos se concentrem em um número menor de disciplinas. abordar o con-
teúdo e desen-
O encadeamento das disciplinas deve ser feito seguindo uma estrutura
lógica crescente de aprofundamento do curso. Não deverão existir pré-requisi- volver as ativi-
tos formais entre as disciplinas, mas a apresentação delas por bimestre deverá
indicar uma sequência de crescimento dentro do curso.
dades propostas
na disciplina.
O material didático deve ainda atender as seguintes orientações:
• cobrir de forma sistemática e organizada o conteúdo pre-
conizado pelas diretrizes curriculares de cada área do co- O guia de estu-
nhecimento, com atualização permanente;
dos é um do-
• ser estruturado em linguagem dialógica, de modo a pro-
mover a autonomia do aluno, desenvolvendo sua capacida- cumento dinâ-
de para aprender e controlar o próprio desenvolvimento;
• estabelecer um módulo introdutório que leve ao domínio
mico, que pode
de conhecimentos e habilidades básicos, referentes à tecno-
logia utilizada e que também forneça uma visão geral da
incluir as varia-
metodologia em educação a distância a ser utilizada no cur-
so, tendo em vista ajudar seu planejamento inicial de estu-
ções a cada ano,
dos em busca da autonomia; de acordo com
• detalhar que competências cognitivas, habilidades e atitu-
des o aluno deverá alcançar ao fim de cada unidade, módu- a necessidade
lo, disciplina, oferecendo-lhe oportunidades sistemáticas de
auto-avaliação; de introduzir
• dispor de esquemas alternativos para atendimento de alu- mudanças ou
nos com deficiência;
avanços tecno-
• indicar bibliografia obrigatória e complementar, bem
como sites complementares para incentivar o aprofunda- lógicos a serem
mento e complementação da aprendizagem.
incorporadas.
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4.3 Orientações gerais para a elaboração do Guia de estudos ofe-
recido no âmbito da UAB/UFT
Esse documento, baseado no modelo utilizado pela UAB/UNB tem como objetivo apresentar
orientações gerais para a elaboração do Guia de Estudos a Distância, componente obrigatório dos Cur-
sos de Graduação com oferta no âmbito da UAB/UFT.
A Educação a Distância não é outra educação, pois, coerentemente com o processo educativo, traz
em si uma equivalente concepção de educação. No entanto, trata-se de modalidade de ensino com ca-
racterísticas peculiares expressas em uma organização e estrutura próprias, tipos de atores envolvidos
(professores, tutores, equipes de apoio tecnológico e administrativo etc.), distintos recursos didáticos
(textos, vídeos etc.) e o uso, imprescindível, de tecnologias de mediação da comunicação pedagógica
(por exemplo: Internet, Ambientes Virtuais de Aprendizagem - AVA). Nesse sentido, exigirá de alunos
e professores saberes e práticas que se distingam do processo didático convencional que habitualmen-
te exercitam.
O Guia de Estudos deverá ser disponibilizado, em época própria, tanto para o candidato ao Cur-
so a ser ofertado como para aqueles que já se encontram matriculados, a fim de que possam consultá-lo
para orientar-se em relação à tomada de decisão de suas escolhas e em relação à localização em seu
percurso formativo.
Deve ser disponibilizado na forma impressa e na página web do Curso e contemplar as seguin-
tes informações:
Além disso, o Guia deve ser estruturado em duas partes essenciais, com conteúdos específicos.
A primeira compreende Informações Gerais sobre a disciplina e a segunda apresenta o Plano de Tra-
balho com informações e orientações para seu desenvolvimento.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
1ª PARTE
Apresentação
Identificação
Curso:
Semestre:
Ementa:
Créditos:
Carga horária:
Período de duração:
Equipe docente
Contextualização
Conhecimentos prévios
Objetivos de aprendizagem
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Conteúdos da disciplina
Metodologia
Por outro lado, na definição das atividades, deverão ser articulados tempo/créditos/conteú-
dos da disciplina, considerando atividades teóricas ou práticas.
- horas dedicadas à realização de atividades práticas, tanto de caráter individual, como coleti
vo (interação em fóruns, chat etc.), elaboração de trabalhos, projetos etc.;
Tutoria e acompanhamento
O estudante deverá ser informado sobre as funções do professor e do tutor ao longo do tra-
balho. Informar as funções dos tutores presencial e a distância, as articulações entre ambos e com o
professor autor, o atendimento no polo e a forma de acompanhamento que irão realizar com os alunos
no âmbito da disciplina.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Avaliação da aprendizagem
Glossário
2a PARTE
Considerações Iniciais
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Sugestão de detalhamento do Plano de Trabalho
II) fomentar e disseminar a cultura de EaD na UFT e na comunidade externa, projetan do, im-
plementando e gerenciando os recursos necessários ao processo de ensino-aprendizagem a dis-
tância.
II) propor, fomentar, difundir e implementar as políticas de EaD e de uso de tecnologias educa-
cionais em nível de ensino, pesquisa e extensão da UFT;
III) assessorar e prestar suporte técnico na execução de atividades na área de Educação a Dis-
tância (EAD), atuando como agente de inovação dos processos de ensino e aprendizagem e no
fomento à incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação aos métodos didáticos
pedagógicos da UFT;
IV) difundir o uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA nas atividades de ensino,
pesquisa e extensão;
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
4.4.2 PROGRAD
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vo vinculados ao curso.
Os campi universitários são unidades responsáveis pela execução do ensino, pesquisa e ex-
tensão, em múltiplas áreas do conhecimento. A eles estão vinculados os cursos de graduação e pós-
-graduação, assim como as unidades de pesquisa e os programas de extensão. Esses campi têm uma
organização acadêmica não burocrática, responsável pela operacionalização didática e científica das
atividades de ensino, pesquisa e extensão e pela administração do pessoal docente, discente e técnico-
-administrativo. Configuram-se como unidades orçamentárias, dispondo de autonomia relativa, de
acordo com as normas pertinentes.
O polo é a referência física que conta com uma infra-estrutura de equipamentos de informática
e serve de local para atendimento e estudo. Assim, os polos ajudam a manter o vínculo dos alunos
com a Universidade.
Nos polos os alunos contam com a seguinte estrutura: salas de estudo, microcomputadores
conectados à internet, supervisão acadêmica, laboratórios didáticos, biblioteca, recursos audiovisuais,
local para realização de seminários, serviço de distribuição de material didático e contato com os tuto-
res.
O polo é o espaço para as atividades presenciais tais como: avaliações, atividades individuais
e em grupos, eventos culturais e científicos, mas é, sobretudo, o local onde o aluno encontra semanal-
mente o seu tutor presencial, para orientação e esclarecimento de dúvidas.
O polo pode colaborar, ainda, com o desenvolvimento regional, uma vez que pode contar com
atividades diversificadas, como: cursos de extensão, atividades culturais, consultoria para a comuni-
dade, entre outras.
Atualmente o sistema UAB conta com os seguintes polos no estado do Tocantins: Ananás,
Araguacema, Araguaína, Araguatins, Arraias, Campos Lindos, Cristalândia, Dianópolis, Guaraí, Gu-
rupi, Mateiros, Miracema, Nova Olinda, Palmas, Pedro Afonso, Porto Nacional, Taguatinga, Tocanti-
nópolis, Wanderlândia.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Mapa de localização dos pólos e cursos em oferta pela UFT / DTE no estado do Tocantins.
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4.5 Atribuições dos atores em sistemas de EaD (coordenadores,
professores, profissionais multidisciplinares e tutores)
4.5.1 Coordenador de polo
Responsável pelas condições para a permanência do aluno no curso, criando um vínculo mais
próximo com a universidade, responsável pelas atividades acadêmicas dos cursos ofertados nos polos.
Cabe ao coordenador fazer a gestão do polo; fornecer informações necessárias aos coordena-
dores UAB para instrumentalização na elaboração de projetos e planejamento de ações; mediar as rela-
ções entre os partícipes da UAB - Governo Federal, Estados e Municípios; planejar e articular horários
e calendários de uso dos espaços e equipamentos do polo; acompanhar atividades desenvolvidas pelos
tutores presenciais, entre outras.
4.5.2 Tutoria
A tutoria será desempenhada por profissionais que demonstrem não só conhecimento do con-
teúdo da área, mas também competência para trabalhar com grupos, orientar e estimular estudos. Será
não somente um professor, mas, sobretudo, um animador. Espera-se selecioná-los entre professores da
rede de ensino, alunos das pós-graduações ou outros profissionais de nível superior que apresentem
os requisitos citados.
Esta proposta prevê dois tipos de tutorias: a tutoria presencial e a tutoria a distância.
A tutoria presencial será realizada nos polos, através de professores especialmente treinados
para exercê-la, e será individual e grupal quando necessário.
A tutoria presencial individual estará disponível todos os dias da semana, e visará, sobretudo,
a orientação de estudos e o acompanhamento do aluno na sua adaptação à modalidade de ensino. Terá
o papel de ajudá-lo na organização dos horários, na maneira de estudar, na superação das dificuldades
de ser um “aluno a distância”.
A tutoria presencial grupal ocorrerá sempre que as atividades dos componentes curriculares
exigirem trabalhos coletivos. Terá o papel de organização e dinamização dos grupos, estimulando o
trabalho cooperativo.
O atendimento individual se dará uma vez por semana ao aluno que o procure, mas também
será grupal, organizando e promovendo o compartilhamento de experiências, o confronto das ideias,
a formação de atitudes.
Funções
• Ser responsável por uma turma de 35 a 40 alunos no polo.
• Auxiliar o aluno a resolver dúvidas com relação à utilização dos recursos tecnológicos, reque-
ridos e utilizados no módulo em desenvolvimento.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Funções
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principal de integrar o aluno ao fluxo do curso.
4.5.4 Professores
Nos cursos de EaD a participação dos professores supera a mediação do processo ensino
aprendizagem. As funções dos professores são muitas, o que requer que sejam altamente qualificados.
São funções dos professores:
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Nenhum ator do sistema UAB / FNDE poderá acumular mais de uma bolsa.
FLUXO
1 DA PROPOSTA
Levantamento de demanda
Aprovação da demanda por parte do Fórum de Apoio à Formação Estadual
Elaboração do Projeto Pedagógico do Curso
Aprovação pelos órgãos colegiados do Campus: Colegiado de Curso e de Cam-
pus
Encaminhamento do Projeto de Curso a PROGRAG, PROPESQ ou PROEX de
acordo com a natureza do mesmo
Aprovação pelo CONSEPE
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Aprovação do pedido de oferta por parte do Sistema UAB, incluindo aprova-
ção dos polos a serem contemplados com o curso
2 FORMAÇÃO DA EQUIPE ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA
Seleção da equipe: secretário, professor (conteudista e formador), webdesigner,
coordenador de tutoria, diagramador e revisor.
Lançamento de edital para tutores
Seleção do Tutor presencial e a distância
3 MATERIAL DIDÁTICO
Impressão do material didático (quando já estiver elaborado)
Inclusão no módulo na Plataforma Moodle
Elaboração dos conteúdos regionais e locais
Diagramação e finalização dos módulos locais para revisão
Impressão dos Módulos
Inclusão do módulo local na Plataforma Moodle
4 CAPACITAÇÃO DA EQUIPE
Capacitação dos tutores e professores
Elaboração dos Guias de Curso e Planos de Curso
Elaboração do cronograma do curso com definição de prazos para cada mó-
dulo, datas para os encontros presenciais, aulas práticas (quando houver) e
avaliações
O calendário acadêmico deverá seguir o calendário acadêmico geral da UFT,
exceto excepcionalmente.
5 PROCESSO SELETIVO DOS ALUNOS
Lançamento de Edital de Seleção de alunos
Realização do Processo Seletivo
Matrícula dos alunos selecionados
6 CURSO
Aula inaugural
Apresentação do PPC e do calendário acadêmico
Monitoramento da Plataforma
Realização dos encontros presenciais: aulas práticas, avaliações estágios, entre
outros
Visitas de acompanhamento nos pólos
Reuniões periódicas com professores e tutores
Avaliação semestral do curso
7 AVALIAÇÃO
Avaliação periódica dos módulos e disciplinas (ver item 5.1)
Fechamento das atividades do curso
Avaliação dos cursos pelo Comitê de Avaliação
Encontro para apresentação das avaliações dos cursos
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
5 - Avaliação
I - Avaliação da aprendizagem
II - Avaliação institucional
Organização didático-pedagógica:
• material didático;
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• o modelo de educação a distância adotado (uma soma dos itens anteriores combina
da com análise do fluxo dos alunos, tempo de integralização do curso, interação, evasão, entre
outros);
• apoio à participação dos alunos nas atividades pertinentes ao curso, bem como em
eventos externos e internos.
Instalações físicas:
Meta – avaliação:
Os itens acima contemplam os elementos essenciais de uma disciplina online e servem de refe-
rência para a avaliação periódica que o coordenador de curso deve realizar das disciplinas ou módulos
a serem ofertadas.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Elementos essenciais
1 - A disciplina apresenta conteúdos básicos para a introdução dos alunos aos conceitos/teorias
tratados na disciplina.
2 - O conteúdo cumpre a ementa curricular do Projeto Pedagógico e é coerente com os objetivos de
aprendizagem e as necessidades de formação do aluno.
3 - Os conteúdos são apresentados numa ordem sequencial adequada às escolhas epistemológicas.
4 - Os conteúdos estão adequados ao nível de conhecimento prévio do estudante.
5 - Os conteúdos são atualizados e relevantes para a formação dos estudantes.
6 - Os conteúdos dos textos didáticos elaborados pelos professores apresentam linguagem clara e
adequada aos estudantes.
7 - Os conteúdos dos textos didáticos elaborados pelos professores buscam promover a interdisci-
plinaridade, evitando uma proposta fragmentada e descontextualizada do projeto pedagógico do
curso.
8 - O conteúdo lança mão de recursos como imagens, simulações, vídeos, som etc., que reforcem e
fortaleçam o aprendizado.
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9 - Há indicação e disponibilização de materiais de estudo complementares (textos, websites, vídeos,
laboratórios virtuais etc.).
10 - O conteúdo do texto didático está organizado de forma que instiga e estimula o aluno a buscar
o aprofundamento nos estudos por meio de pesquisas e partilha de conhecimentos com os colegas.
11 - O volume de conteúdos e atividades está adequado à carga horária da disciplina.
12 - A disponibilização e/ou indicação de textos, artigos, dissertações, vídeos etc. observa a autori-
zação e as restrições de reprodução e uso.
13 - Contém perguntas e questionamentos reflexivos correlacionados aos objetivos.
14 - Usa resumos e esquemas dos conteúdos das aulas/semanas.
15 - Inclui o glossário como atividade de aprendizagem.
16 - Inclui mapas conceituais.
Elementos essenciais
1 - Apresenta atividades com enunciado claro e objetivo.
2 - Propõe atividades diversas e adequadas e coerentes aos objetivos de aprendizagem.
3 - Indica atividades que atendam às necessidades de formação do estudante.
4 - Propõe atividades que colocam em prática (mobilizam) os conteúdos de aprendizagem.
5 - Inclui atividades que oferecem pistas para incentivar a auto-formação e a auto-avaliação.
6 - Propõe atividade considerando o tempo para execução, nível de dificuldade e volume em relação
à carga horária.
7 - Apresenta atividades individuais e coletivas que estimulam a interação e a prática colaborativa,
fortalecendo a criação da CTAR (Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede).
8 - Apresenta cronogramas que definem as atividades e fóruns das semanas e da realização de chats.
9 - Uso do calendário do Moodle para guiar os estudantes de forma autônoma no desempenho dos
estudos.
10 - Configura e disponibiliza para os alunos o recurso de Notas para que eles possam acompanhar
a sua evolução e desempenho na disciplina.
11 - Define procedimentos para garantir sigilo e segurança nas avaliações, zelando pela confiabilida-
de e credibilidade dos resultados.
12 - Estabelece um espaço virtual para a representação dos estudantes de modo a receber feedback e
aperfeiçoar os processos.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
6 - Anexo I
Introdução ao Moodle
1. O que é Moodle
O IntroduMoodle é um LMS (Learning Management System – Sistema de
gestão da aprendizagem), muitas vezes também designado de CWE (Collaborative
Work Environment), permitindo a criação de cursos online, páginas de disciplinas,
grupos de trabalho e comunidades de aprendizagem.
O Moodle é Open Source e livre, sendo distribuído sob a licença GNU Public
License (GPL). Isto significa que apesar de possuir um copyright, pode ser redistri-
buído e o seu código fonte alterado ou desenvolvido para satisfazer necessidades
específicas, desde que sejam seguidas algumas regras, como por exemplo:
50
Figura 1
Através dessa página é possível obter ajuda para criar um usuário no Moodle, caso você ainda
não esteja cadastrado.
Se o usuário já possui um cadastro, mas perdeu ou esqueceu sua senha, instruções de como
recuperar essa senha podem ser obtidas através do link “Perdeu a senha?”.
É quem administra todo o ambiente, pode ativar novos administradores (auxiliares), bem como
desativar qualquer um deles.
- Administradores Auxiliares
Possuem todos os poderes do administrador mestre, com exceção de ativar ou desativar admi-
nistradores. Assim não pode desativar o status do administrador mestre.
Professor que pode criar cursos, ou seja, ativar novas salas de aulas virtuais, ativar tutores para
tais salas, além, é claro, de poder editar o conteúdo dos respectivos cursos.
- Professor Editor
Professor que pode editar o conteúdo de um curso, o que implica em inserir, apagar, modificar
qualquer conteúdo ou configuração de um curso, além de administrar as rotinas de tutoria do curso.
Para tal necessita ser ativado como professor tutor de uma sala de aula virtual, ou pelo professor autor
de curso ou por um administrador. Não tem poderes para criar novas salas de aula virtuais nem para
ativar outros tutores para a sala em que já é tutor.
Professor que pode apenas administrar as rotinas de tutoria do curso: dar notas às tarefas dos
alunos, monitorar atividades realizadas, participar dos fóruns com status de tutor. Porém não pode fa-
zer qualquer alteração em um curso, muito menos criar salas de aula virtuais ou ativar outros tutores.
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- Estudante
- Visitante
Figura 2
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1.5 Configuração de Perfil
1 – Clique no seu nome de usuário localizado no topo na lateral direita.
Figura 3
Figura 4
Figura 5
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
5 – Esse campo permite que você selecione uma imagem que irá aparecer no
seu perfil.
Figura 6
Figura 7
Figura 8
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2. Recursos do Ambiente
o visualizar um diretório;
o inserir rótulo.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
• Nome: nesse campo irá ficar o que você deseja que apareça
como título da página.
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• Janela: você pode escolher várias configurações relacionadas ao seu formato,
como re dimensionamento, rolagem etc.
• Visível para alunos: informa se vai estar disponível ou não, para ser visualizada
pelos alunos.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Figura 11
• Nome: nesse campo irá ficar o que você deseja que apareça como título da
página.
• Visível para alunos: informa se vai estar disponível ou não para ser visuali-
zada pelos alunos.
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Figura 12
3. Pasta de Arquivos
Figura 13
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
3.2 Disponibilizar uma pasta interna (sub-pasta) para que os alunos aces-
sem-na diretamente da grade de programação do curso
Figura 14
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4. Inserindo um Rótulo
Um rótulo permite inserir HTMLs em qualquer lugar da página principal do curso, incluindo
gráficos, figuras, tabelas etc., que são utilizados para organizar os tópicos de cada sala.
5. Fórum
Discussão simples - é um único tópico em uma única página. Normalmente é usado para orga-
nizar discussões breves com foco em um tema preciso.
Fórum geral - é um fórum aberto, onde todos os participantes podem iniciar um novo tópico de
discussão quando quiserem.
Cada usuário inicia apenas UM NOVO tópico - cada participante pode abrir apenas um novo
tópico de discussão, mas todos podem responder livremente às mensagens, sem limites de quantida-
des. Esse formato é usado, por exemplo, nas atividades em que cada participante apresenta um tema
a ser discutido e atua como moderador da discussão do tema.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Figura 16
Um fórum pode ser configurado para enviar cópias das mensagens via e-mail
a todos os participantes do curso. O envio de mensagens a todos os participantes
é aconselhável nos fóruns de avisos organizativos e no início dos cursos, para que
todos se familiarizem com esta possibilidade.
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• ativar - monitoramento sempre ativo;
6. Glossário
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Figura 17
7. Escolha
A ferramenta escolha nada mais é que uma enquete que pode ser utilizada pelo professor com
diversas opções de resposta. Serve para fazer pesquisa sobre um determinado assunto.
- Limitação das opções: essa configuração permite a restrição do número de parti-
cipantes que podem selecionar uma determinada opção. Quando a possibilidade
de limitação das opções está ativada, cada opção pode ser configurada em modo
distinto. Quando o limite é atingido, ninguém mais pode escolher aquela opção.
O limite igual a zero indica que ninguém pode selecionar a opção. Se a limitação
estiver desativada, os participantes podem selecionar qualquer uma das opções
disponíveis.
- Escolha: aqui você define as opções que os participantes podem escolher. Pode
preencher o número de respostas que você desejar. Pode deixar algumas em bran-
co.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Figura 18
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Figura 19
8. Chat
15 - Nome desta sala de Chat: o nome para se identificar o Chat que está sendo criado.
• Introdução: texto descrevendo o que será discutido no Chat.
• Data do próximo Chat: indica quando o Chat estará acessível para que o bate-
-papo ocorra.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Figura 20
Figura 21
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9. Caixas Adesivas
• Buscar nos fóruns: auxilia na busca de informações nos fóruns para que não ocorra que um
tópico já existente seja cadastrado mais de uma vez.
Figura 22
Figura 23
- Alimentador RSS: essa opção configura a ativação de alimentadores RSS no fórum. RSS (Re-
ally Simple Syndication) é uma tecnologia que permite aos usuários da Internet saber de atualizações,
notícias, artigos e qualquer nova informação de algum site que contenha um feed (assinatura) em RSS.
Funciona como um e-mail, mas nesse caso você recebe diariamente as novidades na página web, com
o link dos seus sites e portais favoritos.
Figura 24
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Figura 25
Figura 26
• Últimas notícias: espaço para publicar avisos que devam ser vistos por todos
os alunos. Essa caixa adesiva segue um padrão em todas as salas do moodle.
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Figura 27
• Mensagens: caso exista alguma mensagem para o usuário, ela será exibida nesta caixa adesiva.
Figura 28
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Figura 29
Formatos de Cursos:
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Formato Semanal
O curso é organizado em unidades correspondentes a semanas, com
datas de início e fim bem definidas. Cada semana inclui atividades.
Algumas das atividades, como os diários, podem estender-se por
mais de uma semana.
Formato Tópicos
Este formato é muito parecido com o formato semanal, mas as uni-
dades lógicas são assuntos ou temas. Os tópicos não têm limite de
tempo.
Formato Social
Este formato é articulado em torno de um fórum de maior relevância,
que é publicado na página principal do curso. É um formato mais li-
vre que pode ser usado, também, em contextos que não sejam cursos
como, por exemplo, o quadro de avisos do departamento.
• Número de semanas ou tópicos: quantidade de semanas ou tópicos que
serão utilizadas no curso.
• Data de início do curso: aqui, você define a data de início do curso (em re-
lação à sua hora local). Se o formato do seu curso for ‘semanal’, isto vai afetar
a visualização das semanas. A primeira semana vai começar na data que foi
definida. Esta configuração não se aplica aos cursos que usam os formatos
‘social’ ou ‘tópicos’. Contudo, não será possível visualizar dados estatísticos
que se refiram a períodos anteriores à data de início do curso. Se o seu curso
tem uma data de início oficial, geralmente faz sentido utilizar essa data para
a configuração da data de início do curso em todos os seus formatos.
• Seções do curso escondidas: estas opções definem a modalidade de visu-
alização das seções (semanas ou assuntos da página principal) do curso que
foram marcadas pelo autor do curso como “escondidas”. A opção padrão
define que as seções aparecerão aos estudantes de forma reduzida, com a
área das atividades contraída e com a cor da seção alterada, normalmente
cinza. A seção é visualizada, mas os conteúdos da seção ficam escondidos.
Isto pode ser útil em cursos com o formato semanal, para indicar semanas de
férias, por exemplo. Se você escolher a outra opção, “seções escondidas são
completamente invisíveis”, as seções não serão visualizadas enquanto forem
marcadas como escondidas
• Quantas notícias mostrar: seleciona o número de notícias que irão aparecer
na caixa adesiva “Últimas notícias” na página inicial do curso.
• Mostrar notas: muitas atividades podem ser avaliadas mediante atribuição
de notas. Os resultados das avaliações são consultados pelos alunos na pági-
na de Notas, cujo acesso se faz por um link pré-definido na página principal
do curso. Para restringir o acesso à página de Notas apenas aos professores,
é necessário desabilitar a visualização da página aos estudantes no painel de
configuração do curso. Esse procedimento é útil também nos casos em que o
curso não prevê o uso de atividades com avaliação correspondente.
• Mostrar relatório das atividades aos alunos: o relatório das atividades de
cada usuário mostra todas as atividades daquele usuário no curso atual. O
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Figura 30
- Curso que aceita inscrição: opção que define se é possível ou não fazer a
inscrição no curso. A terceira opção limita a inscrição a um determinado pe-
ríodo.
- Aviso de encerramento de inscrição: caso deseje avisar os alunos do perío-
do restante para o término das inscrições.
- Grupos: caso existam grupos separados de usuários no ambiente.
- Disponibilidade: essa opção permite que você “esconda” completamente
o seu curso.
- Ele não irá aparecer em nenhuma listagem de cursos, exceto para os profes-
sores do curso e administradores.
- Mesmo se os estudantes tentarem acessar o curso diretamente através da
URL, sua entrada não será permitida.
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Figura 31
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Figura 32
Figura 33
O próximo passo é alocar alunos, ou tutores de acordo com a opção que foi es-
colhida para o curso. Selecione o nome do usuário do lado esquerdo e mova através
da seta para o quadro da esquerda.
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Figura 34
Figura 35
Os relatórios podem ser definidos através dos seguintes parâmetros: curso, todos os participan-
tes ou um participante específico, data, todas as atividades ou uma atividade específica, todas as ações
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Figura 36
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Figura 38
Com a edição ativada, clique em Novo evento na caixa adesiva “Próximos Eventos”.
Figura 39
• evento do usuário;
• evento do grupo;
• evento do curso;
• evento do site.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Figura 40
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Anexo II
Legislação
§ 1o. Para fins desta Portaria, caracteriza-se a modalidade semi-presencial como quaisquer ati-
vidades didáticas, módulos ou unidades de ensino-aprendizagem centrados na auto-aprendizagem e
com a mediação de recursos didáticos organizados em diferentes suportes de informação que utilizem
tecnologias de comunicação remota.
§ 2o. Poderão ser ofertadas as disciplinas referidas no caput, integral ou parcialmente, desde que
esta oferta não ultrapasse 20 % (vinte por cento) da carga horária total do curso.
§ 3o. As avaliações das disciplinas ofertadas na modalidade referida no caput serão presenciais.
§ 4o. A introdução opcional de disciplinas previstas no caput não desobriga a instituição de en-
sino superior do cumprimento do disposto no art. 47 da Lei nº 9.394, de 1996, em cada curso superior
reconhecido.
Art. 2o. A oferta das disciplinas previstas no artigo anterior deverá incluir métodos e práticas de
ensino-aprendizagem que incorporem o uso integrado de tecnologias de informação e comunicação
para a realização dos objetivos pedagógicos, bem como prever encontros presenciais e atividades de
tutoria.
Parágrafo único. Para os fins desta Portaria, entende-se que a tutoria das disciplinas ofertadas
na modalidade semi-presencial implica na existência de docentes qualificados em nível compatível ao
previsto no projeto pedagógico do curso, com carga horária específica para os momentos presenciais
e os momentos a distância.
Art. 3o. As instituições de ensino superior deverão comunicar as modificações efetuadas em pro-
jetos pedagógicos à Secretaria de Educação Superior - SESu -, do Ministério da Educação - MEC -, bem
como inserir na respectiva Pasta Eletrônica do Sistema SAPIEns, o plano de ensino de cada disciplina
que utilize modalidade semipresencial.
Art. 4o. A oferta de disciplinas na modalidade semi-presencial prevista nesta Portaria será ava-
liada e considerada nos procedimentos de reconhecimento e de renovação de reconhecimento dos
cursos da instituição.
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TARSO GENRO
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§ 4° A Coordenação Geral de Informática e Telecomunicações - CEINF da Subsecretaria de As-
suntos Administrativos – SAA do MEC, é responsável pela infra-estrutura de redes e de servidores de
aplicação do sistema SAPIEnS, em conformidade com as diretrizes da SESu.
§ 7° Toda informação prestada em forma de arquivo e referenciada ou não nos processos arqui-
vados, poderá ser excluída da base de dados do MEC, a critério da SESu, sendo de inteira responsabi-
lidade da instituição, em caso de interesse, a conservação dos documentos originais.
§ 8° A obtenção de usuário e senha, para acesso ao sistema SAPIEnS/MEC, deverá ser solicitada
por meio das orientações contidas na tela de abertura do sistema, sendo que o registro do usuário e
fornecimento de senha pela SESu não caracteriza abertura de processos de credenciamento e autori-
zação de cursos.
§ 10 O registro gerado pela instituição no SAPIEnS/MEC somente será considerado como pro-
cesso formal junto ao MEC quando a documentação exigida pela legislação for recebida pelo protocolo
da SESu e registrada no Sistema de Informações de Documentos - SIDOC.
Art. 2° A protocolização de processos no Sistema SAPIEnS somente será efetivada após o pa-
gamento no Banco do Brasil S.A, da importância de R$ 1.000,00 (um mil reais), individual para cada
processo, por meio de Guia de Recolhimento da União - GRU SIMPLES, contendo os seguintes dados:
Nome do Contribuinte/Recolhedor: o nome da Instituição ou pessoa que está efetuando o recolhimen-
to; Nome da Unidade Favorecida: Secretaria de Educação Superior; Código de recolhimento: 28832-2;
Número de Referência: o nº do CNPJ da Instituição; Competência: mês e ano do recolhimento; Venci-
mento: dia, mês e ano do recolhimento; CNPJ ou CPF do Contribuinte: o nº do CNPJ ou CPF do Reco-
lhedor; UG/Gestão: 150011/00001; (=) Valor do Principal: 1.000,00; (=) Valor Total: 1.000,00.
§ 1° O recolhimento definido no caput refere-se aos custos inerentes à análise documental es-
tabelecida no Art. 3° da Portaria MEC nº 3.643/2004, no caso de processos de credenciamento e re-
credenciamento de instituições de educação superior (IES), credenciamento para oferta de cursos de
pós-graduação lato sensu, credenciamento e recredenciamento de instituições de educação superior
para oferta de cursos superiores a distância, de autorização, reconhecimento e renovação de reconhe-
cimento de cursos superiores, bem como de transferência de mantença, aumento e remanejamento de
vagas de cursos reconhecidos, desativação de cursos, descredenciamento de instituições.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
III - o estatuto;
IV - o regimento interno;
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Art. 8° Para a protocolização dos pedidos de credenciamento e recredenciamento de instituições
de educação superior para oferta de cursos superiores a distância exige-se apresentação dos documen-
tos previstos nos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII do artigo 3° desta Portaria, e outros em consonância
com a legislação específica vigente.
Parágrafo único. Caberá à SESu ou à SETEC encaminhar, de acordo com a natureza do curso, o
respectivo relatório da avaliação in loco ao Conselho Nacional de Educação com recomendação sobre
o credenciamento ou recredenciamento de instituições de educação superior para oferta de cursos
superiores a distância.
§ 1° Nos casos previstos no caput deverá haver previsão dos cursos no Plano de Desenvolvi-
mento Institucional aprovado, bem como a instituição deverá atualizar os documentos previstos no
art. 20, do Decreto 3.860/2001;
§ 2° Do requerimento de que trata o caput deste artigo deverá constar a denominação e a moda-
lidade do curso, a área de conhecimento de vinculação, o ato de autorização do curso e de credencia-
mento da instituição de educação superior, o endereço para a oferta do curso.
§ 2° Do requerimento de que trata o caput deste artigo deverá constar a denominação e a moda-
lidade do curso, a área de conhecimento de vinculação, o ato de autorização do curso e de credencia-
mento da instituição de educação superior, o endereço de funcionamento do curso, conforme consta
no SiedSup.
Art. 11 A protocolização de pedido de cursos fora de sede pelas universidades está condiciona-
da a apresentação dos documentos previstos nos incisos I, III, IV, V e VI do artigo 3° desta Portaria.
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Parágrafo único. Nos processos referidos no caput deverá haver previsão dos
cursos no Plano de Desenvolvimento Institucional aprovado, bem como a atualiza-
ção dos documentos previstos no art. 20, do Decreto 3.860/2001.
Parágrafo Único. Nos processos referidos no caput deverá ser apresentado re-
latório de auditoria independente, bem como a atualização dos documentos previs-
tos no art. 20 do Decreto 3.860/2001.
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apontadas, o processo retornará ao curso regular de análise.
Art. 18 Das decisões proferidas pela SESu e SETEC cabe recurso administrativo ao Secretário de
Educação Superior ou ao Secretário de Educação Profissional e Tecnológica.
Art. 19 Os prazos para interposição de recurso iniciam a partir da ciência ou da divulgação ofi-
cial da decisão recorrida, excluindo- se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
Art. 20 O recurso será interposto por meio de requerimento, formulado eletronicamente por
intermédio do sistema SAPIEnS, expondo o recorrente os fundamentos do pedido de reexame,
§ 2° A consulta a que se refere o parágrafo anterior será obrigatória para a instrução de recursos
contra decisões proferidas em processos de credenciamento e recredenciamento de universidades e
centros universitários e de autorização e reconhecimento dos cursos superiores previstos nos artigos
27 e 28 do Dec. nº 3.860, de 9 de julho de 2001.
§ 3° Na hipótese prevista no parágrafo anterior não se aplica a vedação de que trata o caput
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deste artigo.
Art. 26 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, ficando revoga-
das as Portarias n.º 637, de 13 de maio de 1997; nº 639, de 13 de maio de 1997; nº 641,
de 13 de maio de 1997; nº 877, de 30 de julho de 1997; nº 946, de 15 de agosto de 1997;
nº 323, de 31 de janeiro de 2002; nº 859, de 24 de outubro de 2002, nº 3.131, de 8 de
novembro de 2002, n.º 301, de 7 de abril de 1998, nº 2.402, de 9 de novembro de 2001;
n° 1.647, de 25 de novembro de 1999; n° 064, de 12 de janeiro de 2001; n° 445, de 31 de
março de 2000 e demais disposições em contrário.
TARSO GENRO
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DECRETO Nº 5.622, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2005.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos
IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o que dispõem os arts. 8o, § 1o, e 80 da Lei no
9.394, de 20 de dezembro de 1996,
DECRETA:
CAPÍTULO I
Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade
educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre
com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores
desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
I - avaliações de estudantes;
Art. 2o A educação a distância poderá ser ofertada nos seguintes níveis e modalidades
educacionais:
a) seqüenciais;
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b) de graduação;
c) de especialização;
d) de mestrado; e
e) de doutorado.
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seus órgãos, organizar, em regime de colaboração, nos termos dos arts. 8o, 9o, 10 e 11 da Lei no 9.394,
de 1996, a cooperação e integração entre os sistemas de ensino, objetivando a padronização de normas
e procedimentos para, em atendimento ao disposto no art. 80 daquela Lei:
Parágrafo único. Os atos do Poder Público, citados nos incisos I e II, deverão ser pautados
pelos Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância, definidos pelo Ministério da Educação,
em colaboração com os sistemas de ensino.
CAPÍTULO II
I - especialização;
II - mestrado;
III - doutorado; e
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
II - educação especial; e
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instituição deverá solicitar credenciamento junto ao Ministério da Educação.
Art. 12. O pedido de credenciamento da instituição deverá ser formalizado junto ao órgão
responsável, mediante o cumprimento dos seguintes requisitos:
III - plano de desenvolvimento escolar, para as instituições de educação básica, que contem-
ple a oferta, a distância, de cursos profissionais de nível médio e para jovens e adultos;
VIII - apresentar corpo docente com as qualificações exigidas na legislação em vigor e, pre-
ferencialmente, com formação para o trabalho com educação a distância;
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Art. 13. Para os fins de que trata este Decreto, os projetos pedagógicos de
cursos e programas na modalidade a distância deverão:
a) os respectivos currículos;
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tes nessas atividades, quando for o caso.
Art. 14. O credenciamento de instituição para a oferta dos cursos ou programas a distância
terá prazo de validade de até cinco anos, podendo ser renovado mediante novo processo de avaliação.
§ 1o A instituição credenciada deverá iniciar o curso autorizado no prazo de até doze meses,
a partir da data da publicação do respectivo ato, ficando vedada, nesse período, a transferência dos
cursos e da instituição para outra mantenedora.
Art. 14. O credenciamento de instituição para a oferta dos cursos ou programas a distância
terá prazo de validade condicionado ao ciclo avaliativo, observado o Decreto no 5.773, de 2006, e nor-
mas expedidas pelo Ministério da Educação. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007)
§ 1o A instituição credenciada deverá iniciar o curso autorizado no prazo de até doze meses,
a partir da data da publicação do respectivo ato, ficando vedada a transferência de cursos para outra
instituição. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007)
Art. 15. O ato de credenciamento de instituições para oferta de cursos ou programas a dis-
tância definirá a abrangência de sua atuação no território nacional, a partir da capacidade institucional
para oferta de cursos ou programas, considerando as normas dos respectivos sistemas de ensino.
§ 2o Os cursos das instituições integrantes dos sistemas estaduais cujas atividades presen-
ciais obrigatórias forem realizados em pólos de apoio presencial fora do Estado sujeitam-se a auto-
rização, reconhecimento e renovação de reconhecimento pelas autoridades competentes do sistema
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M3
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
III - intervenção;
IV - desativação de cursos; ou
CAPÍTULO III
98
CAPÍTULO IV
§ 1o Os cursos ou programas criados conforme o caput somente poderão ser ofertados nos
limites da abrangência definida no ato de credenciamento da instituição.
§ 3o O número de vagas ou sua alteração será fixado pela instituição detentora de prer-
rogativas de autonomia universitária, a qual deverá observar capacidade institucional, tecnológica e
operacional próprias para oferecer cursos ou programas a distância.
Art. 21. Instituições credenciadas que não detêm prerrogativa de autonomia universitária
deverão solicitar, junto ao órgão competente do respectivo sistema de ensino, autorização para abertu-
ra de oferta de cursos e programas de educação superior a distância.
I - o prazo de reconhecimento; e
Art. 23. A criação e autorização de cursos de graduação a distância deverão ser submetidas,
previamente, à manifestação do:
II - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no caso dos cursos de Direito.
Parágrafo único. A manifestação dos conselhos citados nos incisos I e II, consideradas as
especificidades da modalidade de educação a distância, terá procedimento análogo ao utilizado para
os cursos ou programas presenciais nessas áreas, nos termos da legislação vigente.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
100
a) plano de desenvolvimento institucional;
Art. 30. As instituições credenciadas para a oferta de educação a distância poderão solicitar
autorização, junto aos órgãos normativos dos respectivos sistemas de ensino, para oferecer os ensinos
fundamental e médio a distância, conforme § 4o do art. 32 da Lei no 9.394, de 1996, exclusivamente
para:
I - a complementação de aprendizagem; ou
II - em situações emergenciais.
101
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Art. 32. Nos termos do que dispõe o art. 81 da Lei no 9.394, de 1996, é per-
mitida a organização de cursos ou instituições de ensino experimentais para oferta
da modalidade de educação a distância.
102
instituição no respectivo sistema de ensino, podendo ainda aplicar, em ato próprio, as sanções previs-
tas no art. 17, bem como na legislação específica em vigor.
Art. 34. As instituições credenciadas para ministrar cursos e programas a distância, auto-
rizados em datas anteriores à da publicação deste Decreto, terão até trezentos e sessenta dias corridos
para se adequarem aos termos deste Decreto, a partir da data de sua publicação. (Revogado pelo De-
creto nº 6.303, de 2007)
Art. 35. As instituições de ensino, cujos cursos e programas superiores tenham completado,
na data de publicação deste Decreto, mais da metade do prazo concedido no ato de autorização, deve-
rão solicitar, em no máximo cento e oitenta dias, o respectivo reconhecimento.
Fernando Haddad
103
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M3
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
104
§ 3° A instituição poderá requerer a ampliação da abrangência de atuação, por meio do aumento
do número de polos de apoio presencial, na forma de aditamento ao ato de credenciamento, nos ter-
mos do § 4° do art. 10 do Decreto nº 5.773, de 2006.
§ 6° O pedido de ampliação da abrangência de atuação, nos termos deste artigo, somente poderá
ser efetuado após o reconhecimento do primeiro curso a distância da instituição.
§ 3° Os cursos referidos no § 2° cuja parte presencial for executada fora da sede, em polos de
apoio presencial, devem requerer o credenciamento prévio do polo, com a demonstração de suficiên-
cia da estrutura física e tecnológica e de recursos humanos para a oferta do curso, pelo sistema federal,
na forma do artigo 2°.
§ 4° Os cursos das instituições integrantes dos sistemas estaduais cujos momentos presenciais
obrigatórios forem realizados em polos de apoio presencial fora do Estado sujeitam-se a autorização,
reconhecimento e renovação de reconhecimento das autoridades do sistema federal.
§ 6° Os cursos de EaD ofertados pelas instituições dos sistemas federal e estaduais devem estar
previstos no Plano de Desenvolvimento Institucional apresentado pela instituição por ocasião do cre-
denciamento.
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M3
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
FERNANDO HADDAD
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EDUCAÇÃO PARA
DIVERSIDADE E CIDADANIA
Módulo 2
AMBIENTE ESCOLAR
Sumário
APRESENTAÇÃO
Prezado Cursista,
A disciplina com a qual daremos início a este curso de aperfeiçoamento abor-
dará os conceitos da aprendizagem, sendo que, nesse contexto, o ambiente escolar
será nosso principal foco, pois sendo um dos fatores determinantes para o sucesso da
aprendizagem do aluno, faz-se necessário que tenhamos clareza sobre quais aspectos
esse ambiente pode atuar como fator de sucesso ou interferir na aprendizagem.
110
I. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS À
APRENDIZAGEM
O DIREITO SOCIAL DA APRENDIZA-
GEM NA ESCOLA
Objetivos Específicos
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Para Piaget, as estruturas cognitivas são padrões de ação física e mental infe-
rior a atos específicos de inteligência e correspondem a estágios do desenvolvimen-
to infantil. Em seus estudos, define quatro estruturas cognitivas primárias (estágios
de desenvolvimento), a saber: sensorial-motor, pré-operações, operações concretas e
operações formais. “No estágio sensorial-motor (0 a 2 anos), a inteligência assume a forma
de ações motoras. A inteligência no período pré-operação (3 a 7 anos) é de natureza intuitiva.
A estrutura cognitiva durante o estágio de operações concretas (8 a 11 anos) é lógica, porém
depende de referências concretas. No estágio final de operações formais (12 a 15 anos), o ato de
pensar envolve abstrações.” (Wikipedia.org/teorias da aprendizagem)
Jerome S. Bruner, psicólogo nascido nos Estados Unidos, trouxe também uma
grandiosa contribuição para o avanço nos estudos acerca do processo de absorção dos
conhecimentos que levam à aprendizagem.
A teoria de Bruner reúne, de maneira bastante coerente, contribuições do ma-
turacionismo e ambientalismo. Segundo ele é a partir da contribuição de ambos que
a criança organiza os diversos modos de representação da realidade, utilizando as
técnicas oriundas de sua cultura.
O desenvolvimento cognitivo da criança depende do uso de técnicas de ela-
boração da informação, com a finalidade de codificar a experiência, considerando os
diversos sistemas de representação ao seu dispor.
Bruner afirma ser o aprendizado um processo ativo, onde o aprendiz constrói
novas ideias ou conceitos a partir de seus conhecimentos já adquiridos e dos que estão
em estudos, baseado em sua estrutura mental inata. O aprendiz seleciona e transfor-
ma a nova informação, faz deduções, cria hipóteses e estabelece decisões a partir uma
estrutura cognitiva.
Essa estrutura cognitiva (modelos e esquemas mentais) dá significado e organi-
zação para as novas experiências, possibilitando ao aprendiz aumentar seu conheci-
mento além dos conceitos estudados, por meio da relação das novas informações com
os conhecimentos já adquiridos.
O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) permanece vivo por meio de
sua obra que ainda está em pleno processo de descobertas e discussões nas mais diver-
sas partes do planeta. “Ele foi um pensador complexo e tocou em muitos pontos nevrálgicos
da pedagogia contemporânea”, diz Teresa Rego, professora da Faculdade de Educação
da Universidade de São Paulo. Ela enfatiza como exemplo os pontos de contato entre
os estudos de Vygotsky acerca da linguagem escrita e o trabalho da argentina Emília
Ferreiro, a mais influente dos educadores ainda vivos.
O extenso trabalho produzido por Vygotsky, embora em curto espaço de tem-
po, aponta para o tema da criação da cultura. Aos educadores, em especial, interessam
os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía às relações sociais
um papel de destaque nesse processo, tamanha importância pode ser facilmente per-
cebida na corrente pedagógica que se originou de seu pensamento denominado de
socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.
Esse universo ainda pautado em teorias, apesar de todos os avanços, nos dá
uma dimensão do quanto é necessário termos um conhecimento mais elaborado acer-
ca desse complexo processo de apreensão do conhecimento formal, bem como, de
uma linha definida, alicerçada em uma das muitas teorias para nortear o trabalho
pedagógico no ambiente escolar.
Em nossa cultura, infelizmente, ainda é prática o uso do senso comum quando
o assunto é ensino. O Brasil, ao longo desse processo de desenvolvimento, formalizou
diversas políticas, inclusive, no campo da formação de professor, o que tem possi-
112
bilitado grandes avanços no sentido da consolidação de políticas educacionais que
sejam capazes de sanar as lacunas que impedem os reais avanços para a efetivação da
aprendizagem do aluno.
No espaço da escola é salutar que tenhamos sensibilidade e discernimento para
percebermos as pequenas, porém essenciais, nuances no ambiente, que sejam fatores
determinantes para a efetivação do processo de aprendizagem.
Em meio a tantas demandas, movimentações, ações internas e externas não pla-
nejadas, porém a serem executadas pela escola, muitas vezes nos perdemos em peque-
nas e valiosas situações que passam despercebidas e impedem que tenhamos sucesso
no fazer pedagógico. É comum não nos atermos ao ambiente escolar como um fator
determinante para a formalização da aprendizagem.
Sabemos que uma boa escola é aquela que dá condições para que a aprendiza-
gem de todos os alunos aconteça e assegure a eles uma caminhada de sucesso. Para
que esse objetivo seja alcançado é fundamental que todos os atores estejam envolvidos
nessa tarefa.
Ao inserirmos uma nova postura para com o ensino, é necessário que conhe-
çamos os princípios essenciais de construção do conhecimento no ambiente escolar,
assim como os fatores capazes de facilitar a aprendizagem do aluno.
Nessa perspectiva, conhecer as leis e diretrizes que regem a educação brasileira
é requisito básico para qualquer educador.
O Plano Nacional de Educação - PNE estabelece o norte a ser seguido para que
as políticas nacionais de educação saiam do campo teórico e tenham suas propostas
efetivadas no espaço escolar.
113
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M2
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
114
A efetivação dos interesses individuais, sobrepondo-se aos da coletividade e
à ideia de propriedade privada em detrimento à propriedade comum inaugura uma
relação estabelecida na desigualdade.
Segundo Silva e Cruz, citado por Abreu (1998), “com as novas relações sociais
estabelecidas, as sociedades passaram a buscar políticas para garantir as particulari-
dades advindas do novo contexto contemporâneo.”
Nessa perspectiva, o Brasil com um histórico de incertezas e indefinições acerca
do que compete a cada uma das esferas de governo, busca encontrar caminhos que
possam estabelecer a competência de cada um. Segundo Abreu, citando Justo, até a
Constituição de 1988
Ainda sobre a questão afirma Abreu citando Bedê (in Aleraro, 1997, p. 5) “o
ensino municipal era considerado um subsistema que se atrelava ao sistema estadual. O estado
repartia com o município a responsabilidade pelo ensino fundamental uma relação em que o
município desempenhava um papel suplementar, praticamente excluído das decisões normati-
vas”. (ABREU, 1998)
A Constituição de 1988 organizou a estrutura dos sistemas municipais de ensi-
no ao lado dos demais (estados e Distrito Federal), instituiu o regime de colaboração
e estabeleceu a atuação prioritária dos municípios sobre o ensino infantil (pré-escolar)
e fundamental. A partir de então, as legislações pertinentes vêm buscando cada vez
mais reforçar a necessidade do envolvimento de todos, seja da esfera pública, privada
ou da sociedade em geral no sentido de que a educação é uma obrigação de todos e
que o sucesso do aluno e consequentemente seu futuro passam necessariamente pela
disponibilidade de doação, envolvimento, seriedade e reflexão sobre o fazer pedagó-
gico e a formação do cidadão enquanto ser social e agente transformador.
Assim, cabe à escola e a seus agentes buscarem meios capazes de consolidar
as políticas educacionais que garantam não somente o direito à educação, mas que
essencialmente assegurem práticas pedagógicas significativas para o aluno, possibili-
tando-lhe transformar esse aprendizado em ações concretas. É esse aprendizado sig-
nificativo que irá garantir a construção de seu espaço na sociedade, que precisa de seu
conhecimento, iniciativa e criatividade para dar conta do processo de transformação
social, essencial para o desenvolvimento da nação.
115
#
M2
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Atividades
4) Enquanto ator desse processo, o que você pode fazer para assegurar esses
direitos em sua plenitude?
INCLUSÃO SOCIAL
Objetivos Específicos
116
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
Nessa abordagem vamos buscar entender a
necessidade da autonomia escolar e o envolvimento
de todos na construção e vivência do projeto Político
Pedagógico da escola.
A Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, do art. 12 ao art. 15, trata da
gestão democrática, elaboração do Projeto Político
Pedagógico, bem como da progressiva autonomia
pedagógica, administrativa e financeira.
A organização do trabalho pedagógico está intimamente ligada ao envolvimen-
to de todos que, direta ou indiretamente, se inserem nesse processo, bem como, de sua
autonomia.
É nesse ambiente de participação de que trata o texto acima que o Projeto Polí-
tico Pedagógico deve ser pensado e construído. Além de refletir a realidade escolar, o
Projeto Político Pedagógico deve refletir também as necessidades e anseios da comu-
nidade em que está inserida a escola. A união da comunidade escolar com a comuni-
dade local para a construção do PPP pode mudar radicalmente a realidade social e
pedagógica desse espaço e de todos os assistidos por ela.
117
#
M2
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Em seu planejamento o docente deve explicitar onde pretende chegar, pois não
há mudança se não houver um direcionamento a seguir.
Segundo Libâneo “O planejamento do trabalho docente é um processo de racionali-
zação, organização e coordenação da ação do professor, tendo as seguintes funções: explicar
princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho; expressar os vínculos entre o posicionamento
filosófico, político, pedagógico e profissional das ações do professor; assegurar a racionalização,
organização e coordenação do trabalho; prever objetivos, conteúdos e métodos; assegurar a uni-
dade e a coerência do trabalho docente; atualizar constantemente o conteúdo do plano; facilitar
a preparação das aulas.” (LÍBANEO, 1994)
Assim, podemos perceber que o fazer pedagógico para ser efetivo e eficaz pre-
cisa, indubitavelmente, ter como alicerce a autonomia, aqui entendida de maneira am-
pla como define a legislação educacional (pedagógica, administrativa e financeira). O
projeto pedagógico precisa refletir a realidade e ser construído e vivenciado por todos
os atores inseridos no processo da aprendizagem, e, ainda, consistir num planejamen-
to docente comprometido com a construção do saber e com a formação do ser social
(aluno), agente natural de transformação.
“A escola contribui para a reprodução da ordem social. No entanto, ela também partici-
pa de sua transformação.” (PATITAT, 1994)
Nessa perspectiva, a contrapartida da autonomia da escola está diretamente
atrelada à sua responsabilidade de prestar contas, não só no âmbito financeiro, mas
de suas ações e decisões por meio dos resultados obtidos, especialmente como forma
de retorno social.
INCLUSÃO SOCIAL
A inclusão social tem uma abrangência, que pode
ser usada em contextos diversos, referindo-se a questões
sociais variadas.
De maneira geral, inclusão social é um termo usado
para referir-se à inserção de indivíduos que se apresen-
tam com algum tipo de deficiência, na escola, nos ambien-
tes sociais ou no mercado de trabalho. Como também,
pode ser aplicado à inserção de pessoas que não tiveram
as mesmas oportunidades na sociedade na qual estão in-
seridas por questões diversas (econômica, racial, religiosa, etc.).
A legislação brasileira ao mencionar o Estado democrático de direito assina-
la como um dos fundamentos a dignidade da pessoa humana (C.F.art. 1º, inciso II).
Nesse sentido, a inclusão assume um caráter obrigatório e uma responsabilidade por
parte de todos. Ao Estado cabe dar condições para que essa inclusão, seja ela em que
aspecto for, se realize.
118
A legislação de que trata o assunto é ampla: Leis, Decretos, Resoluções, Parece-
res e Deliberações em âmbito nacional e internacional buscam dar garantias e promo-
ver a inclusão.
A Constituição brasileira em seu art. 208, inciso III garante “atendimento educa-
cional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular
de ensino”. O termo “preferencialmente” nos remete à ideia de inclusão. Ainda na
Constituição, o art. 227, em seu inciso II estabelece: “criação de programas de preven-
ção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou
mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência, me-
diante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens
e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos”.
Outras legislações também se ocupam do tema, destacamos aqui a Lei nº
7.853/89, que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiências, sua integração social
e pleno exercício de direitos sociais e individuais; a Lei nº 10.098/00, que estabelece
normas gerais e critérios básicos para a promoção de acessibilidade das pessoas por-
tadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências; e a LDB
nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), Capítulo V, que trata da
Educação Especial em seus art. 58/59/60.
Nesse contexto, diversos documentos de caráter internacional também discu-
tem e referendam a temática em questão, veja a seguir alguns deles:
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M2
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
um aluno com alguma deficiência no ambiente escolar era uma tarefa quase que im-
possível. Pois, se por um lado, havia toda uma cultura de exclusão e discriminação
por parte da sociedade, por outro, os profissionais da educação, em suas salas de aula
já superlotadas, não possuíam, ou não possuem formação e condições nem mesmo
para perceber esse aluno, muito menos para auxiliá-lo nesse complexo processo de
inserção.
As políticas atuais que tratam do tema em questão buscam, principalmente, por
meio da sensibilização, chamar a atenção da sociedade para a urgência em se corrigir
essa grande lacuna social.
Incluir socialmente um cidadão, de forma alguma significa dar-lhe migalhas ou
contemplá-lo com políticas paternalistas que continuem colocando- o à margem da
sociedade.
Essa inclusão seja ela no campo educacional, social, digital, econômico ou ou-
tros, precisa estar fundamentada em políticas capazes de dar garantias e condições
necessárias para que o cidadão possa encontrar espaços e profissionais competentes
que o ajudem na conquista de seu espaço, bem como, de uma sociedade que o acolha
pela sua capacidade, e não pelo sentimento de piedade ou dívida.
Atividades
Após a exposição dos temas acima, verifique o que você entendeu. Se
necessário, faça uma releitura ou consulte outras fontes.
120
III. ENFRENTAMENTO DO PRECON-
CEITO E DISCRIMINAÇÃO
COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE
NO AMBIENTE ESCOLAR
Objetivos Específicos
4 - estabelecer com a equipe de trabalho uma rotina que leve o aluno a uma
atitude de respeito e cooperação entre todos.
121
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M2
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
122
“homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos
desta Constituição”. (art.5º inciso I)
Na busca por uma sociedade mais igualitária, socialmente justa, livre de estere-
ótipos, que possa gozar de sua plena liberdade legalmente estabelecida, a escola é um
espaço fundamental para que tenhamos a possibilidade de construção de pensamen-
tos e atitudes que considerem o ser social como único e, portanto, livre para fazer suas
escolhas ou professar suas “diferenças”.
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M2
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Atividades
Para reforçar seu entendimento sobre o que estudamos nesta unidade, respon-
da às questões abaixo:
124
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
REFERÊNCIAS
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e praticas. 5 ed. Goi-
ânia: Alternativa, 2004.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm. Acesso
em: 30.mar.2011.
PORTAL DO MEC: governo Federal. Função social da escola. [online] Disponível em:
http://www.portal.mec.gov.br. Acesso em 15 de Out. 2010].
VALENTE, Ivan e ROMANO, Roberto. In: Educ. Soc., Campinas, v. 23, n. 80, setem-
bro/2002, p. 96-107. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br e em http://www.
scielo.br/pdf/es/v23n80/12926.pdfem. Acesso em: 25.maio.2011PONCE, 1994
www.revistaescola.abril.com.br
www.scribd.com/funcaosocialdaescola
126
Módulo IV, Progestão, p.15
PATITAT, 1994
SILVA, 2008
127
EDUCAÇÃO PARA
DIVERSIDADE E CIDADANIA
Módulo 3
PÚBLICO DA DESIGUALDADE SOCIAL
Sumário
I. Introdução
I. INTRODUÇÃO
Muito bem, está realizada a sua primeira atividade em nosso módulo, foi muito
importante ter postado a pergunta para que todos/as os/as seus/uas colegas possam
conversar com você, não se preocupe em ser sincero e não ter tido tempo de pesquisar
uma resposta, o ideal mesmo é que você não tenha tido nenhum tipo de influência.
Os objetivos desta apostila baseiam-se na correlação entre o que vem a ser di-
versidade cultural e a construção de uma linha de pensamento que circula pelo senso
comum. Devemos estar voltados para a ideia de que vivemos em um mundo plural
e desigual, onde todas as pessoas dentro de suas indivualidades apresentam carac-
terísticas que as distinguem das outras. Mas, há pontos principais desta discussão.
Aceitamos facilmente a diferenciação social ou cultural? Olhamos para as diferenças
pessoais e aceitamos a diversidade cultural? Acreditamos que exista uma diversidade
cultural entre as pessoas?
PARE E PENSE:
130
Poderíamos dizer que estamos sempre agindo segundo as orientações do senso
comum e, não necessariamente seguindo as nossas orientações. A partir desses prin-
cípios, devemos ter claramente que as temáticas constantes neste módulo são nor-
teadoras para que possamos observar que, estando em uma escola, seja ela de qual
modalidade de ensino for, há sempre uma representação cultural existente em seu
interior, pode ser uma representação da maioria, mas sempre há um grupo ou pessoas
que diferem do contexto estudado.
Ao comentarmos a educação no campo, quilombola, de jovens e adultos e dos
outros temas constantes neste trabalho, estaremos situando-os em seu contexto, mas
é, principalmente, importante que você faça uma adaptação desses assuntos à sua
escola. Você cursista deve saber que a exemplificação social não pode estar presente
apenas no seu local de pesquisa, mas que, mesmo estando fora de seu ambiente social,
você deve propor a seus/uas alunos/as que idealizem uma proposta pedagógica.
Há uma infinidade de situações que podem nos remeter a estarmos agindo se-
gundo os conceitos sociais que nos foram propostos pela tradição ou pelo senso co-
mum. A necessidade de reflexão do “por quê” das coisas é necessário. Você precisa
avaliar como vê o seu mundo. Desde pequeno/a são os/as nossos/as pais, mães ou
responsáveis que somados à nossa comunidade manipulam ou determinam os com-
portamentos a serem seguidos. Mas, que comportamentos são esses? Quem os deter-
minou e por quê?
Para Refletir
Avalie alguns destes comportamentos. Se desejar converse com os/
as seus/uas colegas de turma e poste alguns destes pensamentos que são
realizados por você ou seus/uas paremtes ou amigos/as.
Agimos então sob um vértice que distingue a nossa conduta social, principal-
mente, por um padrão comportamental. Isso é determinado pelo comportamento mú-
tuo. Refere-se ao que acreditamos ser comum/igual a todos. Essa forma de pensar está
centrada nos conceitos de Habermas, ele nos diz que ao optamos por um determinado
pensamento moral, esse irá fixar-se na razão, ou seja, se acreditamos que um determi-
nado comportamento é o correto, então ele será o nosso vértice, irá determinar a nossa
conduta social. O condicionante mais determinante do pensamento baseia-se quando
este pensamento é aceito pela maioria das pessoas.
Nesse sentido, voltamos à construção do senso comum entre as pessoas, em um
determinado momento agimos segundo os princípios da maioria. Por exemplo, um
grupo de pessoas decide que linchar uma outra pessoa por causa de uma determina-
da situação pode ser a melhor forma de se fazer justiça. Se esse pensamento estiver
presente em todos/as aqueles/as que estão envolidos na situação, pode haver um
momento em que essas pessoas não param para pensar se a atitude é ou não correta,
apenas agem em conjunto segundo uma moral que foi criada e aceita pelo grupo. Essa
“moral” pode influenciar um grupo enorme de pessoas, dependerá de determinadas
situações, mas há aqueles que não aceitam esta “imposição” e procuram ter uma outra
visão do que seria um conceito coerente de moral.
Olhar para a diversidade cultural pode ser uma forma de não querer ser igual a
todos/as. Isso se traduz em um comportamento que é diferente ao padrão social domi-
nante. Essa maneira de pensar também pode ser vista ao contrário, um grupo pequeno
de pessoas pode excluir a maioria segundo os seus princípios. A relação mais próxima
seria a dicotomia entre pobres e ricos, entre homo e heterosexuais, entre transexuais
131
#
M3
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
O processo de olhar o outro e ver que ele tem as suas diferenças em relação a
mim, que ele/a tem seus pares e eu os/as meus/inhas, é um processo lento e difícil.
Isso porque nem sempre estamos atentos a olhar a diversidade como algo normal ou
natural. Olhamos, certas vezes, como algo bizarro e completamente fora de sentido à
minha moral.
Para aprofundarmos melhor os conteúdos que abordaremos em nossa apostila,
precisamos que você esteja disposto a modificar o seu olhar social.
132
e foram incorporados aos conceitos sociais vigentes. Isso ocorreu também nas popu-
lações quilombolas, mas muito devegar em algumas e quase imperceptível em outras.
Todos nós produzimos cultura e a repassamos aos nossos/as descendentes,
mas algumas populações quilombolas, isoladas ou com difícil acesso à comunicação,
vivem distantes do convívio social que não seja o do próprio local. Assim, encontra-
mos em seu seio social tradições e formas culturais próprias, e essas manifestações
devem ser catalogadas e preservadas. Várias organizações não-governamentais, pes-
quisadores e órgãos governamentais procuram preservar a cultura negra no Brasil e
buscam manter vivas essas tradições culturais.
Podemos apontar que os passos mais concistentes para a preservação dessas
culturas são os de dar posse da terra aos quilombolas, promover a manutenção de con-
dições sociais dignas, bem como garantir a preservação e a perpetuação dessa cultura
tão rica. Esses são fatores dentre muitos outros de enorme necessidade.
Observamos que em todas as ações sociais a educação é o veículo que melhor
condiz para qualquer perspectiva de sucesso social. Compete-nos interagir com nos-
sos/as alunos/as e com a comunidade escolar para que possamos respeitar e pro-
mover a manutenção dessas culturas. Podemos estar contribuindo para a sua perpe-
tuação cultural a partir de atividades que promovam, por exemplo, o conhecimento
de tais populações, criando condições para que os/as nossos/as alunos/as possam
estar cientes de que há pessoas vivendo em condições que ainda hoje chamamos de
Quilombos.
Esse pensamento pode se fazer presente em sala de aula mesmo que não exis-
tam comunidades quilombolas no seu município. Há necessidade de nos relacionar-
mos, abordarmos e debatermos sobre a cultura e forma de vida dessas populações.
Quem sabe não há condições de sua escola promover um passeio, uma palestra com
um quilombola ou com um pesquisador. Há muitas formas de abordar esse tema em
sala de aula.
Mas, ao abordarmos o tema da educação quilombola, primeiro devemos com-
preender sucintamente alguns conceitos. A palavra quilombo soa para nós como algo
de um passado muito distante, voltamos ao Brasil colônia ou quando se formou o Qui-
lombo dos Palmares. Aprendemos e ensinamos esses e outros conteúdos relacionados
às comunidades negras na disciplina de História, mas esquecemos que ainda existem
muitos quilombos no Brasil e no estado do Tocantins.
Particularmente no estado do Tocantins, a Fundação Palmares reconhece 25 co-
munidades quilombolas, são elas: Lagoa da Pedra e Mimoso em Arraias; São José e
Chapada de Natividade, em Chapada de Natividade; Córrego Fundo e Malhadinha,
em Brejinho de Nazaré; Distrito do Morro São João, em Santa Rosa do Tocantins; Po-
voado do Prata e arredores em São Félix do Tocantins; Redenção em Natividade; Pro-
jeto da Bavieira, em Aragominas; São Joaquim e áreas vizinhas, em Porto Alegre do
Tocantins; Associação Comunitária dos Quilombolas de Barra de Aroeira, em Santa
Tereza do Tocantins; Laginha e áreas vizinhas, em Porto Alegre do Tocantins; Coca-
linho e arredores, em Santa Fé do Araguaia Tocantins; Grotão, em Filadélfia; Mata
Grande, em Monte do Carmo do Tocantins; Santa Maria das Mangueiras, em Dois Ir-
mãos do Tocantins; Curralinho do Pontal, em Brejinho de Nazaré Tocantins; Dona Jus-
celina, em Muricilândia do Tocantins; Rio das Almas, em Jaú do Tocantins; Lajeado,
em Dianópolis; Carrapato, Ambrósio, Formiga, Mumbuca e arredores, em Mateiros.
As últimas a serem reconhecidas e certificadas foram as comunidades de Curra-
linho do Pontal, no município de Brejinho de Nazaré; Dona Juscelina, no município de
Muricilândia; Lajeado, em Dianópolis e a de Rio das Almas, localizada no município
de Jaú do Tocantins.
133
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Para Refletir
EM SEU MUNICÍPIO A SEMEC OU SEDUC REALIZOU
CAPACITAÇÃO PARA QUE TODOS/AS OS/AS PROFESSORES/AS
POSSAM SE ADEQUAR À LEI 10.639/03?
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noções de mudanças para os/as nossos/as filhos/as ou para os/as nosso/as alunos/
as. As transformações estão centradas em todos/as nós. Não haverá repasse de infor-
mações se não houver mudanças de conceitos.
A educação para as comunidades negras urbanas, rurais ou quilombolas inicia-
-se a partir das temáticas da diversidade, da singularidade, da história e da esperança.
É necessário rever todas as formas de aprendizado e desejar construir o novo.
PARE E PENSE:
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Essa correlação é contundente quando abordamos uma maneira de pensar que
é muito usual no meio agrícola, onde o trabalhador deve ser “bruto” e não precisa ter
muito conhecimento, basta apenas saber assinar o nome. Há situações que se repetem
e se transformam modificando apenas os seus atores.
Vamos supor uma situação de vida. Há bem pouco tempo atrás quando a filha
de um peão foi trabalhar na cidade, na casa do dono das terras e, consequentemente,
passou a estudar, esta ao adquir um saber que até então não ocorria em sua casa, pois
no máximo a educação chegava às séries iniciais, passou a ser vista de outra forma.
Ao retornar à sua casa e demosntrar seus conhecimentos, no caso, ler e escrever com
fluência, foi induzida a lecionar para os/as filhos/as dos outros peões da fazenda e
uma irmã mais nova irá, no caso, assumir o seu lugar na casa dos patrões na cidade.
Essa história pode parecer uma invenção, mas, há um enorme fundo de verdade. Os
personagens podem ter outras nuances, mas o contexto é singular a nossa realidade.
Na criação do estado do Tocantins essa situação era mais comum. Atualmente
a Secretaria de Educação do Estado do Tocantins já não apresenta mais esse profissio-
nal, mas ainda há lugares no estado com enorme carência de profissionais, ocorrendo
então o chamado “desvio de função”, que são professores/as lecionando com gradu-
ação diferente daquela que cursou.
Mesmo assim, não podemos quantificar maus ou bons profissionais por essa
situação, o que devemos averiguar são os mecanismos de ensino que são aplicados em
sala de aula. Apenas a graduação não garante um bom ensino.
A educação do campo caracteriza-se por apresentar várias deficiências, princi-
palmente, quanto às questões da má formação dos/as profissionais envolvidos, au-
sência de políticas públicas para o atendimento e para a melhorira da qualidade dos
serviços prestados em geral, bem como a desorganização no proceso de gestão da edu-
cação. Além dessas características, em muitos municípios há deficiência de estradas,
muitas são precárias ou os/as alunos/as andam longos períodos até chegar ao ponto
que o ônibus escolar passa (rota). Há também uma ineficiência ao atendimento à saúde
das pessoas do campo.
Existem aspectos que são ainda mais complexos, tais como a baixa auto-estima
dos/as alunos/as, muitos não visualizam continuar/concluir seus estudos e frequen-
tar um curso superior ou técnico. Além dessas características e estigmas que são in-
culcados pelo senso comum nas populações do campo, muitas escolas não possuem
acesso à Internet, em muitos locais somente utilizam o serviço se for por satélite,
tornando-o caro para o município, ou existe, mas o sinal só é captado no meio urbano
ou no prédio da prefeitura.
Todas essas características são ainda mais agravadas quando olhamos para a
realidade escolar. As escolas não apresentam um currículo diferenciado, que atenda
às especificidades locais. Geralmente, os/as professores/as ministram seus conteúdos
seguindo apenas o livro didático, como se estivessem no meio urbano e em muito des-
qualificam a cultura local, não incorporando nos currículos saberes que são específicos
para a educação no campo, para os alunos/as dessas escolas.
As escolas não apresentam hortas em seu ambiente escolar, justifica-se que como
os/as alunos/as lidam com a “roça” o tempo todo, não há necessidade de realizar tal
atividade, mas não são abordadas novas técnicas de plantio, trocas de experiências,
cursos de aperfeiçoamento, nada disso é validado no currículo e calendário escolar.
Outro aspecto que não é relevado é a horta medicinal, poucas escolas apresen-
tam aos seus/uas alunos/as uma cultura que perpassa de geração em geração e que é
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desvalorizada por toda a sociedade, o uso medicinal de ervas e plantas é utlizado por
algumas famílias, mas não é repassado a toda comunidade.
Sei que essas críticas podem não estar ligadas ao seu município ou comunidade,
mas são pontos que devemos pensar, porque o estado do Tocantins apresenta um
elevado índice populacional na área rural e estas características estão, sim, presentes
em boa parte de seus municípios.
A nós professores/as o que nos compete ao nos defrontarmos com tais situa-
ções? Podemos até questionar este conteúdo uma vez que alguns de vocês cursistas
moram no meio urbano, mas, como estamos falando no decorrer deste módulo e deste
curso, vivemos juntos em um mesmo planeta, no mesmo país e estado, devemos estar
cientes de tudo o que acontece conosco como um todo.
A Lei de Diretrizes e Bases Nacional nº 9394/96, aponta-nos que:
Assim, a LDB 9394/96 afirma que todos “os processos formativos” devem ser
desenvolvidos, e isto se faz presente em todos os aspectos que foram abordados neste
módulo. A mesma Lei aborda a educação do campo e faz-nos um alerta para a diver-
sidade que lá também se faz presente:
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de en-
sino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades
da vida rural e de cada região, especialmente:
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IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
PESQUISE NA INTERNET.:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012002.pdf
http://www.forumeja.org.br/ec/files/1%C2%AA%20Confer%C3%AAncia_%201.pdf
http://www.forumeja.org.br/ec/files/1%C2%AA%20Confer%C3%AAncia_%201.pdf
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Para Refletir
SE A EDUCAÇÃO É UM DIREITO DE CADA CIDADÃO
BRASILEIRO, POR QUE AINDA EXISTEM PESSOAS QUE NÃO
INICIARAM OU NÃO CONCLUÍRAM SEUS ESTUDOS?
A escola não chegou a todos os brasileiros. Esta realidade possui uma longa his-
tória. Ela começa com o desapreço que nossos colonizadores ibéricos tinham para com
a leitura e a escrita a ser dada aos habitantes deste país. Para eles, não fazia sentido
propiciar educação escolar a uma colônia enorme e, que com ela, todo o processo de
educação e conscientização, toda esta emancipação poderia suscitar em seus habitan-
tes a consciência política e fazê-los pleitear a sua independência. Além disso, sendo
escravocrata, negava-se a quem não fosse “homem bom” o direito de sentar em bancos
escolares.
Essa realidade tem a ver com um país que, desde a sua formação foi bastante in-
justo com os que com seu trabalho construíram uma Nação que se apresenta desigual
no processo de distribuição de renda, desigual no acesso aos bens sociais necessários
e a uma participação política consciente. Até hoje esse padrão de desigualdade se es-
tende para a educação escolar.
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A existência da Educação de Jovens e de Adultos visa reparar essa situação, mas
a situação é em si mesma intolerável do ponto de vista da cidadania.
Podemos afirmar que essas características estão intimamente associadas a um
determinado tipo de escola que nem sempre conseguiu acolher e entender os diferen-
tes perfis de alunos que a procuram. Somos todos iguais e diferentes ao mesmo tempo.
Em certos momentos de nossa história, a escola confundiu igualdade com uniformida-
de e diferença com inferioridade (para muitos) e superioridade (para poucos). Por isso
mesmo não houve leis que permitissem o acesso de negros e índios à escola. Muitas
dessas leis incentivavam instalação de escolas nas cidades, deixando de lado as escolas
do campo (da roça).
Em relação às mulheres, a sua permissão ao acesso à educação foi ainda mais
proibitivo, acreditava-se que o lugar delas seria o de ficar em casa e que não necessi-
tavam de leitura e de escrita. Esse pensar somente foi alterado a partir de meados do
século passado.
A alienação da sociedade construiu-se ao longo de vários anos, em que pessoas
não letradas não podiam votar. Essa realidade começou a ser modificada com a Cons-
tituição Federal de 1988.
O acesso à educação qualifica as pessoas ao mundo do trabalho, e essa inserção
não será completa se não vier acompanhada, concomitantemente, com as exigências
da cidadania. Essa qualificação está associada ao grau de instrução que o cidadão tem,
quanto maior sua instrução melhor qualificação ele terá.
O sentimento de participação social é a condição para ser cidadão, ser sujeito
de direitos implica na necessidade peremptória da educação escolar. Ela não só abre
o caminho para ser votado como também abre mais espaços para tomadas de decisão
coletivas e para a ampliação dos espaços de participação. Além disso, ela é uma fonte
indispensável para que o cidadão possa usufruir aspectos múltiplos da cultura, como
as artes visuais, a literatura e o lazer.
De qualquer modo, é certo que há um “espírito do tempo” que implica a consci-
ência do acesso aos conhecimentos da escola como uma chave importante para se ler o
mundo e a sociedade em que vivemos e neles atuar crítica e dignamente.
Por isso, a educação de jovens e adultos é um direito tão importante. Ela é tão
valiosa que é uma condição prévia a muitas outras coisas de nossa sociedade: ler li-
vros, entender cartazes, escrever cartas, sentar-se ao computador, navegar na rede
mundial de computadores, votar, ser votado, assinar o nome em registros, ler um
manual de instruções, participar mais conscientemente de associações, partidos e de-
senvolver o poeta, ou o músico, ou o artista que reside em cada pessoa.
Esses últimos aspectos, uma vez reparada a falta social de que tantos foram víti-
mas, devem ser encarados como o caminho mais qualificado para se falar em educação
de jovens e de adultos. Trata-se do desenvolvimento das capacidades de cada um e o
usufruto prazeroso delas.
Ao entrar em um curso de Educação de Jovens e Adultos, o estudante não estará
apenas sendo alfabetizado. Isto é muito pouco para o conteúdo do direito à educação.
Além da alfabetização, etapa propedêutica, o aluno deve ter acesso aos conhecimentos
que todo o indivíduo que frequenta a escola na idade convencional está recebendo.
Conhecer o mundo em que vive para poder agir sobre ele com consciência crítica e
efetividade, sobretudo em nosso tempo, não pode dispensar a escolaridade plena. Por
outro lado, ser cidadão no Brasil e no mundo é poder se aproximar de outros povos e
de outras culturas.
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PESQUISA:
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O desafio de uma reentrada na vida escolar é o reconhecimento de um direito
desde sempre havido e que agora poderá ser posto a serviço de um cidadão mais ativo
e em vista de uma sociedade brasileira que venha a ser mais igual e mais justa.
A visão de mundo de uma pessoa que retorna aos estudos depois de adulta,
após um tempo afastado da escola ou mesmo daquela que inicia sua trajetória escolar
nessa fase da vida, é bastante peculiar. Protagonistas de histórias reais e ricos em ex-
periências vividas, os alunos jovens e adultos configuram tipos humanos diversos. São
homens e mulheres que chegam à escola com crenças e valores já constituídos.
Nas cidades, as escolas para jovens e adultos recebem alunos com traços de
vida, origens, idades, vivências profissionais, históricos escolares, ritmos de aprendi-
zagem e estruturas de pensamento completamente variados. A cada realidade corres-
ponde um tipo de aluno e não poderia ser de outra forma, são pessoas que vivem no
mundo adulto do trabalho, com responsabilidades sociais e familiares, com valores
éticos e morais formados a partir da experiência, do ambiente e da realidade cultural
em que estão inseridos.
Ao escolherem o caminho da escola, os jovens e adultos optam por uma via
propícia para promover o seu desenvolvimento pessoal: os alunos da EJA trazem con-
sigo uma visão de mundo influenciada por seus traços culturais de origem e por sua
vivência social, familiar e profissional. Podemos dizer que eles trazem uma noção de
mundo mais relacionada ao ver e ao fazer, uma visão de mundo apoiada numa adesão
espontânea e imediata às coisas que vêem.
Abertos à aprendizagem, eles vêm para a sala de aula com um olhar que é, por
um lado, um olhar receptivo, sensível; e, por outro,um olhar ativo, curioso, explora-
dor; olhar que investiga, olhar que pensa.
Os conhecimentos de uma pessoa que procura tardiamente a escola são inúme-
ros e adquiridos ao longo de sua história de vida. Enfatizaremos, nessa publicação,
duas espécies de conhecimentos, originados das experiências de vida dos alunos e
alunas: o saber sensível e o saber cotidiano.
Olhar, escutar, tocar, cheirar e saborear são as aberturas para nosso mundo in-
terior. Ler e declamar poesia, escutar música, ilustrar textos com desenhos e colagens,
jogar, dramatizar histórias, conversar sobre pinturas e fotografias são algumas das
atividades que favorecem o despertar desse saber sensível.
A segunda espécie de saber dos alunos jovens e adultos é o saber cotidiano. Por
sua própria natureza, ele se configura como um saber reflexivo, pois é um saber da
vida vivida, saber amadurecido, fruto da experiência, nascido de valores e princípios
éticos, morais já formados anteriormente, fora da escola.
O saber cotidiano possui uma concretude, origina-se da produção de soluções
que foram criadas pelos seres humanos para os inúmeros desafios que enfrentam na
vida e caracterizam-se como um saber aprendido e consolidado em modos de pensar
originados do dia-a-dia. Esse saber, fundado no cotidiano, é uma espécie de saber das
ruas, frequentemente assentado no “senso comum” e diferente do elaborado conheci-
mento formal com que a escola lida. É também um conhecimento elaborado, mas não
sistematizado. É um saber pouco valorizado no mundo letrado, escolar e, frequente-
mente, pelo próprio aluno.
Além disso, a escola que os alunos têm em seu imaginário, aquela que conhe-
cem porque já passaram por ela anos atrás ou porque acompanham o cotidiano de
seus filhos, nem sempre é aquela com que se deparam nos primeiros dias de aula. Nes-
ses casos, esperam encontrar o modelo tradicional de escola, ou seja, com pontos co-
piados na lousa, um lugar onde predominam aulas expositivas, onde o(a) professor(a)
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localizado no extremo norte do Estado, próximo à confluência dos rios Araguaia e
Tocantins e está delimitado a Oeste com o Estado do Pará e a Leste com o Estado do
Maranhão.
Os municípios de Araguatins, Augustinópolis, Axixá do Tocantins, Buriti do
Tocantins, Carrasco Bonito, Esperantina, Itaguatins, Praia Norte, Sampaio, São Mi-
guel do Tocantins, São Sebastião do Tocantins e Sítio Novo do Tocantins compõem o
Território. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a
população do Território é de 104.095 habitantes, sendo que 63.327 habitantes residem
na zona urbana e 40.768 habitantes moram na zona rural; ou seja, aproximadamente
38% da população do Território encontram-se na área rural.
Essa região foi marcada por intensos conflitos agrários pela posse da terra du-
rante as décadas de 70 a 80, onde se opunham de um lado os trabalhadores rurais da
região nordeste do país, principalmente, população oriunda dos estados do Maranhão
e Piauí, e de outro lado, os fazendeiros e investidores da região centro/sul do país
que se apropriavam de grandes extensões de terra para a prática da pecuária de corte,
motivados pelos incentivos fiscais oferecidos pelo Governo Federal como forma de
promover o crescimento econômico e a ocupação da Amazônia.
Nessa área conhecida como o “corredor Carajás” porta para o transporte dos
minérios extraídos no estado do Pará, assistiu-se um forte processo de “grilagem” e a
expropriações violentas das famílias dos agricultores/as. As perseguições e assassina-
tos de posseiros foram práticas correntes nas áreas em questão.
O histórico de formação do Território, extraído do Plano Territorial de Desen-
volvimento Rural Sustentável do Bico do Papagaio (2006), mostra que a luta pela re-
sistência se fortaleceu com a vinda de missionários/as da Comissão Pastoral da Terra
(CPT), que foram muito importantes no apoio aos trabalhadores/as rurais. Nesse
contexto, merece destaque a figura de Padre Josimo, que lutou ao lado dos trabalhado-
res/as rurais, promovendo um amplo processo de conscientização em uma época de
acirrados conflitos na região, ocasionando o seu assassinato por pistoleiros encomen-
dados por grileiros de terras da região. Padre Josimo tornou-se, assim, um símbolo de
resistência, de luta pela posse da terra e pelos direitos dos trabalhadores/as do campo.
Na década de 80 foram criados na região os Sindicatos dos Trabalhadores Ru-
rais (STR´s), com o apoio da CPT. Dessa forma foram sendo organizados, articulados e
implementados um amplo processo de reivindicação pela reforma agrária e pela posse
da terra. Na segunda metade dos anos 80 o Governo Federal, através do Instituto Na-
cional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), iniciou de fato as ações da refor-
ma agrária na região, desapropriando latifúndios improdutivos, demarcando a terra e
implantando os Projetos de Assentamentos (P.A`s). Ainda de acordo com os dados do
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Bico do Papagaio (2006), o
Território totaliza um número de 71 assentamentos de Reforma Agrária.
Em função desses acontecimentos, a população da região continuou a se or-
ganizar transformando os municípios que formam o Território do Bico do Papagaio
numa das regiões do Estado reconhecidas como de maior poder de mobilização e de
articulação social.
Na segunda metade da década de 90, com o aumento expressivo no número de
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Entre outras privações observadas, é marcante também o relato dos jovens so-
bre sua exclusão do direito à educação e à cultura. Ainda mais forte é a reivindicação
por renda, pois trabalho tem muito, porém sem reconhecimento financeiro e sem va-
lorização. Sob esses aspectos considera-se que se estamos a pensar em novos paradig-
mas para a Educação do Campo, há necessidade de revermos parte das especificida-
des até então defendidas, especialmente nas Diretrizes para a Educação do Campo,
avançando nos questionamentos sobre os débeis limites do rural e do urbano para
esse ciclo de vida.
É notório também o fato de a velhice no campo não ser tratada como um tempo
de direitos. Todavia, a aproximação desses sujeitos nos revela os valores e as particula-
ridades das relações sociais construídas por homens e mulheres, cujo trabalho de uma
vida inteira esteve sempre ligado à vida da natureza, sendo marcante também a força
e o peso da espiritualidade nesse tempo da vida.
É assim, considerando que
Para Refletir
Que expectativas as populações do campo têm em relação à
educação escolar?
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Tornam-se necessárias políticas públicas transversais à perspectiva de gênero,
articuladas com os Ministérios da Justiça, da Educação, da Saúde, do Planejamento.
Estas deverão atuar no sentido de transformar as relações, incorporando a ideia de
que os Direitos das Mulheres são Direitos Humanos. Acrescenta-se a necessidade de
incorporação da dimensão de gênero, também em espaços sociais, tais como família,
escola e igreja.
Em busca por espaços de articulação em defesa de seus direitos e maior com-
prometimento social e aperfeiçoamento das políticas públicas na perspectiva de gê-
nero, as mulheres continuam envolvidas politicamente, para o enfrentamento dessa
problemática.
As relações familiares são permeadas por relações de poder, nas quais as mu-
lheres, como também as crianças, obedecem ao homem, tido como autoridade máxima
no núcleo familiar. Assim sendo, o poder do homem é socialmente legitimado, seja no
papel de esposo, seja no papel de pai.
Essa imposição normativa constrói relações familiares permeadas pelo medo,
de modo que qualquer desvio dos padrões naturalizados, de família poderá desenca-
dear conflitos. A maioria dos casos de violência contra crianças e adolescentes é mar-
cada por relações interpessoais assimétricas e hierárquicas. A vitimação física ocorre
no processo de disciplinamento, contudo, pais que utilizam a punição como medida
disciplinar mostram para seus filhos que a violência consiste numa forma apropriada
para resolver seus conflitos.
Pode-se falar, portanto, da violência inter-geracional, uma vez que, como não
foram aprendidos outros modelos de relações familiares, homens e mulheres tendem
a reproduzir história de violência vivenciada ainda quando crianças ou adolescentes.
Enquanto instituição social básica que determina o desenvolvimento do indi-
víduo, a família, a depender da forma como estrutura o processo de socialização e
educação, pode ao mesmo tempo ser fator protetor ou de risco.
Embora, as relações interpessoais de violência estivessem presentes no cotidia-
no da relação familiar, isso sempre esteve socialmente invisível por conta da autorida-
de outorgada ao masculino e cristalizada na estrutura familiar.
Ainda que a família não cumprisse seu papel de sociabilidade e afetividade, a
naturalização do direito de punir a mulher e os filhos, ambos considerados de eterna
propriedade masculina, afastava as possibilidades de intervenções de poder por parte
de outras figuras de autoridade. Dessa forma, a família era considerada um espaço
sagrado, acima do poder do Estado, e desvinculada das transformações políticas e
econômicas.
Todavia, pais que exercem abuso do poder disciplinar e coercivo, violam os
direitos essenciais das crianças, uma vez que a vivência de violência doméstica repre-
senta transgressão do poder de proteção do adulto e coisificação da infância. Dessa
forma, nega-se o direito garantido a partir de 1988, quando as crianças e adolescentes
passam a ser considerados sujeitos de direito, o que também se faz presente no Esta-
tuto da Criança e do Adolescente, em 1990. Esse reconhece inclusive que pode ocorrer
de a criança ser vítima de violência doméstica, devendo ser protegida pelo Estado.
Percebe-se, portanto, que só a partir de estudos sobre a temática família é que se
revela o caráter inter-geracional da violência doméstica, e que se reconhece esse fenô-
meno enquanto ato moralmente condenável, justificando, a partir daí, a intervenção
do Estado.
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Para Refletir
De que outras formas a escola pode interromper o ciclo de violências
de gênero e geracional?
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Apenas esses dispositivos legais bastariam para que ninguém negasse a qual-
quer pessoa com deficiência o acesso à mesma sala de aula de crianças ou adolescentes
sem deficiência. Mas o argumento que vem logo em seguida é sobre a impossibilidade
prática de tal situação, principalmente diante da deficiência mental. Tal ponto será
abordado no item 4.2. Orientações Pedagógicas, em que se demonstrará não só a via-
bilidade, mas os benefícios de receber, na mesma sala de aula, a todas as crianças.
Assim, quando nossa Constituição Federal garante a educação para todos, sig-
nifica que é para todos mesmo, em um mesmo ambiente, e esse pode e deve ser o mais
diversificado possível, como forma de atingir o pleno desenvolvimento humano e o
preparo para a cidadania (art. 205, CF).
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) (art. 58 e
seguintes), o atendimento educacional especializado será feito em classes, escolas, ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos,
não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular (art. 59, § 2º).
O entendimento equivocado desse dispositivo tem levado à conclusão de que é
possível a substituição do ensino regular pelo especial. A interpretação a ser adotada
deve considerar que esta substituição não pode ser admitida em qualquer hipótese,
independentemente da idade da pessoa. Isso decorre do fato de que toda a legislação
ordinária tem que estar em conformidade com a Constituição Federal. Além disso, um
artigo de lei não deve ser lido isoladamente.
A interpretação de um dispositivo legal precisa ser feita de forma que não haja
contradições dentro da própria lei. A interpretação errônea que admite a possibilidade
de substituição do ensino regular pelo especial está em confronto com o que dispõe a
própria LDBEN em seu artigo 4º, inciso 122 e em seu artigo 6º, e com a Constituição
Federal, que também determina que o acesso ao Ensino Fundamental é obrigatório
(art. 208, inc. I). A Constituição define o que é educação, não admitindo o oferecimento
de Ensino Fundamental em local que não seja escola (art. 206, inc. I) e também prevê
requisitos básicos que essa escola deve observar (art. 205 e seguintes). Outra situação
da LDBEN que merece atenção é o fato de não se referir, nos artigos 58 e seguintes, a
atendimento educacional especializado, mas à Educação Especial.
Esses termos, atendimento educacional especializado e Educação Especial, para
a Constituição Federal não são sinônimos. Se nosso legislador constituinte quisesse re-
ferir-se à Educação Especial, ou seja, ao mesmo tipo de atendimento que vinha sendo
prestado às pessoas com deficiência antes de 1988, teria repetido essa expressão que
constava na Emenda Constitucional nº 01, de 1969, no Capítulo do Direito à Ordem
Econômica e Social.
Em nossa Constituição anterior, as pessoas com deficiência não eram contem-
pladas nos dispositivos referentes à educação em geral. Esses alunos, independente-
mente do tipo de deficiência, eram considerados titulares do direito à Educação Espe-
cial, matéria tratada no âmbito da assistência. Pelo texto constitucional anterior ficava
garantido aos deficientes o acesso à educação especial. Isso não foi repetido na atual
Constituição, fato que, com certeza, constitui um avanço significativo para a educação
dessas pessoas.
Assim, para não ser inconstitucional, a LDBEN ao usar o termo Educação Espe-
cial deve fazê-lo permitindo uma nova interpretação, um novo conceito, baseados no
que a Constituição inovou, ao prever o atendimento educacional especializado e não
Educação Especial em capítulo destacado da Educação. Defendemos um novo concei-
to para a Educação Especial, pois essa sempre foi vista como a modalidade de ensino
que podia substituir os serviços educacionais comuns, sem qualquer questionamento
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a respeito da idade do aluno para quem os serviços comuns estavam sendo totalmente
substituídos.
Por mais palatável que seja essa possibilidade, dado que muitas crianças e ado-
lescentes apresentam diferenças bastante significativas, não podemos esquecer que es-
ses alunos têm, como quaisquer outros, direito indisponível ao acesso à educação, em
ambiente escolar que não seja segregado, juntamente com seus pares da mesma idade
cronológica. A participação desses alunos deve ser garantida nas classes comuns para
que se beneficiem desse ambiente escolar e aprendam conforme suas possibilidades.
Portanto, o direito ao atendimento educacional especializado previsto nos arti-
gos 58, 59 e 60 da LDBEN (Lei 9394/96) e também na Constituição Federal, não subs-
titui o direito à educação (escolarização) oferecida em classe comum da rede regular
de ensino. Vale lembrar que a LDBEN utiliza as expressões serviços de apoio especia-
lizado na escola regular e atendimento especializado como sinônimos de atendimento
educacional especializado e apenas diz que este pode ocorrer em classes ou escolas
especiais, quando não for possível oferecê-lo em classe comum. A LDBEN não diz que
a escolarização poderá ser oferecida em ambiente escolar a parte.
A tendência atual é que o trabalho da Educação Especial garanta a todos os alu-
nos com deficiência o acesso à escolaridade, removendo barreiras que impeçam a fre-
quência desses alunos às classes comuns do ensino regular. Assim sendo, a Educação
Especial começa a ser entendida como modalidade que perpassa como complemento
ou suplemento, todas as etapas e níveis de ensino. Esse trabalho é constituído por um
conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio colocados à disposição
dos alunos com deficiência, proporcionando-lhes diferentes alternativas de atendi-
mento, de acordo com as necessidades de cada um.
O atendimento educacional especializado é uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiência. São con-
sideradas matérias do atendimento educacional especializado: Língua brasileira de
sinais (Libras); interpretação de Libras; ensino de Língua Portuguesa para surdos;
Sistema Braile; orientação e mobilidade; utilização do soroban; as ajudas técnicas, in-
cluindo informática adaptada; mobilidade e comunicação alternativa/aumentativa;
tecnologias assistivas; informática educativa; educação física adaptada; enriquecimen-
to e aprofundamento do repertório de conhecimentos; atividades da vida autônoma e
social, entre outras.
A educação inclusiva garante o cumprimento do direito constitucional indis-
ponível de qualquer criança de acesso ao Ensino Fundamental, já que pressupõe uma
organização pedagógica das escolas e práticas de ensino que atendam às diferenças
entre os alunos, sem discriminações indevidas, beneficiando a todos com o convívio e
crescimento na diversidade.
Posterior à LDBEN, surgiu uma nova legislação, que como toda lei nova, revoga
as disposições anteriores que lhe são contrárias ou complementa eventuais omissões.
Trata-se da Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Dis-
criminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência, celebrada na Guatemala.
O Brasil é signatário desse documento, que foi aprovado pelo Congresso Nacio-
nal por meio do Decreto Legislativo nº 198, de 13 de junho de 2001, e promulgado pelo
Decreto nº 3.956, de 08 de outubro de 2001, da Presidência da República. Portanto, no
Brasil, ele tem tanto valor quanto uma lei ordinária, ou até mesmo (de acordo com o
entendimento de alguns juristas) como norma constitucional, já que se refere a direi-
tos e garantias fundamentais da pessoa humana, estando acima de leis, resoluções e
decretos. Trata-se de documento que exige agora mais do que nunca, uma reinterpre-
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tação da LDBEN. Isto porque a LDBEN, quando aplicada em desconformidade com a
Constituição (como visto no item anterior), pode admitir diferenciações com base em
deficiência, que implicam em restrições ao direito de acesso de um aluno com defici-
ência ao mesmo ambiente que os demais colegas sem deficiência.
A Convenção da Guatemala deixa clara a impossibilidade de tratamento desi-
gual com base na deficiência, definindo a discriminação como toda diferenciação, ex-
clusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, consequência
de deficiência anterior ou, percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o
efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por par-
te das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades
fundamentais (art. 1º, nº 2, a.). O direito de acesso ao Ensino Fundamental é um direito
humano indisponível, por isso as pessoas com deficiência, em idade de frequentá-lo,
não podem ser privadas dele.
Para Refletir
SUA ESCOLA SEGUE AS NORMAS LEGAIS DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL E DA CONVENÇÃO DA GUATEMALA?
Assim, toda vez que se admite a substituição do ensino de alunos com deficiên-
cia em classes comuns do ensino regular, unicamente pelo ensino especial na idade de
acesso obrigatório ao Ensino Fundamental, esta conduta fere o disposto na Convenção
da Guatemala. Por ser um tratamento diferenciado em razão da deficiência, a Edu-
cação Especial tem sido um modo de tratamento desigual aos alunos. Sendo assim,
esta modalidade não deve continuar desrespeitando as disposições da Convenção da
Guatemala nesse sentido.
O acesso à educação, em qualquer nível, é um direito humano inquestionável.
Assim, todas as pessoas com deficiência têm o direito de frequentar a educação escolar
em qualquer um de seus níveis.
A Convenção da Guatemala esclarece que não constitui discriminação a dife-
renciação ou preferência adotada para promover a integração social ou o desenvol-
vimento das pessoas com deficiência, desde que a diferenciação ou preferência não
limite em si mesma o direito à igualdade dessas pessoas e que elas não sejam obriga-
das a aceitar tal diferenciação ou preferência (art. 1º, nº 2, b.). Assim, as diferenciações
ou preferências são admitidas em algumas circunstâncias, mas a exclusão ou restrição
jamais serão permitidas se o motivo for a deficiência.
Ainda que o encaminhamento a escolas e classes especiais não seja visto como
uma exclusão ou restrição, mas como mera diferenciação, se em nossa Constituição
consta que educação é aquela que visa o pleno desenvolvimento humano e o seu pre-
paro para o exercício da cidadania (art. 205), qualquer dificuldade de acesso a um
ambiente marcado pela diversidade, que reflita a sociedade como ela é, como forma
efetiva de preparar a pessoa para a cidadania, seria uma diferenciação ou preferência
que estaria limitando em si mesma o direito à igualdade dessas pessoas.
Essa norma, portanto, também reforça a necessidade de dar nova interpretação
à LDBEN, de modo que não seja mais permitida a substituição do ensino comum pelo
especial. Vale repetir: o que está escrito na LDBEN como educação especial deve ser
entendido como atendimento educacional especializado, nos termos da Constituição
Federal, sob pena de incompatibilidade. Quando o atendimento educacional especia-
lizado não substitutivo for prestado em salas de aula ou em ambientes segregados, só
poderá ocorrer mediante a aceitação da pessoa com deficiência ou de seu responsável,
não estando ela obrigada a aceitar o tratamento diferenciado.
153
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M3
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
PESQUISE E COMENTE:
154
Em ambas as circunstâncias ficam evidenciadas as necessidades de redefinir e
colocar em ação novas alternativas e práticas pedagógicas, que favoreçam a todos os
alunos, o que implica na atualização e desenvolvimento de conceitos e em metodolo-
gias educacionais compatíveis com esse grande desafio. Mudar a escola é enfrentar
uma tarefa que exige trabalho em muitas frentes.
Destacaremos as transformações que consideramos primordiais para que se
possa transformar a escola na direção de um ensino de qualidade e, em consequência,
inclusiva. Temos que agir urgentemente, principalmente colocando a aprendizagem
como eixo das escolas, porque as escolas foram feitas para os alunos aprenderem.
Devemos garantir que professores, alunos, gestores, merendeiras, guardiães
escolares, pais, mães ou responsáveis e a comunidade escolar como um todo se envol-
vam na aprendizagem como um fim, uma meta única a ser seguida. Todos os alunos
devem aprender segundo seus tempos espaciais, cognitivos, psicológicos e lúdicos,
garantindo o atendimento educacional especializado, de preferência na sua própria
escola.
Mas, como todas essas necessidades e anseios podem ser garantidos? Devemos
estimular a formação contínua e a valorização do professor. Impingir políticas públi-
cas apenas para efeito de propaganda é algo que não deve ser praticado. Há necessi-
dade de qualificar e valorizar o profissional da educação, pois ele é o responsável pela
tarefa fundamental da escola - a aprendizagem dos alunos.
Todos devem participar ativamente das Redes de Proteção da Criança e do
Adolescente, devem notificar os casos suspeitos ou confirmados de violência a esses
jovens e abrir espaços para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criativida-
de e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas por professores, administradores,
funcionários e alunos, pois são habilidades mínimas para o exercício da verdadeira
cidadania.
Para Refletir
Que outras medidas, de natureza administrativa e pedagógica,
podem ser assumidas pelas escolas rumo a um melhoramento contínuo do
ensino e, portanto, à inclusão das pessoas deficientes?
155
#
M3
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Antes de iniciarmos este tema, devemos ter em mente qual reflexão fazemos
sobre o que vem à ser orientação sexual. Qual é a sua orientação sexual? Sou hete-
rossexual, homossexual, bissexual, travesti, transexual ou o quê? Afetivamente, qual
forma deseja relacionar-se? Antes de evoluirmos nos condicionantes deste módulo,
você precisa refletir sobre qual é a sua orientação sexual.
Devemos também refletir sobre como nossos/as alunos/as se manifestam em
relação a essa pergunta. Como construir uma proposta metodológica de ensino base-
ada em conceitos sociais ligados à religião, ao senso comum e à tradição? Nosso papel
como educador não é o de destruir conceitos, dizer que está errado ou certo, mas o
de desconstruir e reconstruir paradigmas. O desvelar ideias é o que nos motiva como
educador/a.
A Constituição Federal de 1988 assegura-nos o direito à liberdade de pensa-
mento e expressão. Determina em seu
Nesse sentido é vedada pela C.F./88 qualquer forma de discriminação. Para
que isto ocorra, é necessário que estejamos voltados realmente para a diversidade.
Mas, como analisá-la se nos defrontamos sobre a orientação sexual das pessoas. Pro-
mover uma conceituação ou definição de algo que eu antes mesmo de debruçar meus
conhecimentos já determino conceitos sobre o assunto é muito complicado.
Assim, ao fundamentarmos nosso olhar para a C.F./88, podemos observar que,
segundo Maria Berenice Dias:
156
Ao refletirmos sobre o pensamento de Dias, verificamos que ela aborda o pré-
-conceito como “tratamento discriminatório” algo que é injusto e inconstitucional. En-
tão, nos aponta que, a
Mas, também devemos observar que a constante troca de parceiros nos relacio-
namentos afetivos entre homossexuais ou homoafetivos podem gerar relações homo-
eróticas, que baseiam-se em relações carnais sem o envolvimento afetivo.
Esta visão pode estar demonstrada numa constante quando versamos sobre o
homossexualismo a partir do senso comum. O primeiro olhar é o da promiscuidade.
Esta determinante não pode ser uma máxima. Nas relações homo ou hetero há a pros-
micuidade, o que não estamos acostumados a ver é o que nos defronta, mas o que
157
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M3
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
pode ser novidade para mim pode não ser para outro.
Assim, ao olharmos para os/as nossos/as alunos/as em nossas escolas e concei-
tuá-los segundo uma definição que não se tem ideia de como surgiu, é definitivamente
uma forma de discriminação muito severa. Essa prática ocorre entre alunos/as, pro-
fessores/as, gestores/as e funcionários/as. O ambiente escolar permeia o preconceito.
O Governo Federal ratificou vários acordos internacionais sobre a homofobia,
mas o primeiro passo para promover realmente uma política de combate a discrimi-
nação sexual ocorreu em 2004.
158
• Criar o Subcomitê sobre Educação em Direitos Humanos no Ministério da
Educação, com a participação do movimento de homossexuais, para acompa-
nhar e avaliar as diretrizes traçadas (Brasil sem Homofobia, 2004, pp. 22 e 23).
159
EDUCAÇÃO PARA
DIVERSIDADE E CIDADANIA
Módulo 4
Atualizações da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional
Sumário
para o debate
marco teórico
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
APRESENTAÇÃO
162
I. A questão racial no Brasil: apontamen-
tos para o debate
Pensar num país que conhece e respeita sua história é pensar num país que
reconhece e preserva sua diversidade. A educação é um dos eixos centrais para a cons-
trução de uma nação livre e soberana, com cidadãos que valorizam suas raízes e se
reconhecem como herdeiros de uma tradição de lutas e conquistas.
Neste capítulo você vai participar do debate sobre a questão racial no Brasil, os
contextos históricos que permearam as correntes de pensamento de cada sociedade e
os antecedentes das Leis que visam à promoção da igualdade e do respeito à diversi-
dade entre os cidadãos brasileiros.
Essa discussão é importante porque o professor é o principal agente propaga-
dor de mudanças estruturais na sociedade. Por meio da educação, podemos construir
uma comunidade atenta à sua especificidade, que respeita e valoriza as diferenças
entre seus membros. Educar para a diversidade é educar para a vida.
META DA AULA
As discussões apresentadas aqui darão suporte para a contextualização da
questão racial (negros/brancos) e da presença do indígena em nossa sociedade, en-
volvendo os aspectos históricos e teóricos de relevância sobre o tema. Trata-se de uma
proposta de compreender os elementos, os atores sociais e os valores estabelecidos em
seus diferentes momentos históricos, abordando a presença do negro e do indígena
na sociedade brasileira, na tentativa de mapear os antecedentes que levaram à imple-
mentação da Lei 10.639/03 e 11.645/08, consideradas um marco para a promoção da
igualdade e do respeito à diversidade em nosso país.
OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
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M4
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
INTRODUÇÃO
A questão racial no Brasil sempre despertou debates e diferentes posicionamen-
tos, políticos e ideológicos, de acordo com os ciclos históricos. Num primeiro momen-
to, a sociedade colonial brasileira apoiou e incentivou a vinda de mão-de-obra escrava,
proveniente do tráfico negreiro, logo nos anos iniciais do período de colonização.
Há registros que indicam que as primeiras expedições portuguesas chegadas ao
Brasil, entre 1516 e 1526, já traziam negros escravos vindos de Portugal, presenças co-
muns na vida da metrópole. A chegada da primeira leva de escravos vindos da África
para o Brasil deu-se em 1549, na cidade de São Vicente, litoral paulista. O rei D. João
III, soberano de Portugal e de seus territórios, concedeu a cada colono, a partir de 1558,
o direito de importar até 120 escravos para os trabalhos na colônia (MATTOSO, 1990).
Durante todo o período do Brasil colonial, a mão-de-obra escrava, formada pela
população negra trazida do continente africano e de seus descendentes nascidos no
país, foi a principal força de trabalho da economia açucareira. Os escravos estavam
presentes no campo e nas cidades. Aqueles que não eram do eito , do engenho ou da
plantação de café, trabalhavam na casa do senhor nos serviços domésticos. Nas cida-
des, eram utilizados como meio de transporte (liteiras), trabalhadores alugados que
exerciam diversas funções associadas ao trabalho braçal ou subalterno.
A população brasileira negra, nascida durante o período colonial, não tinha
direitos como outros membros da sociedade. Os escravos eram considerados bens,
um patrimônio de seu proprietário. Poderiam ser vendidos, alugados ou trocados por
outro bem, de acordo com as oscilações do mercado. Somente os escravos alforriados
poderiam viver em liberdade, porém sem direitos políticos.
Estima-se que entre os séculos XVI e XIX de 3 a 18 milhões de escravos africanos
tenham entrado no Brasil, até a extinção do tráfico, em 1850. Não existem registros
precisos, pois quase todo material foi queimado, sob ordens do então Ministro da
República Ruy Barbosa, em despacho histórico de 14 de dezembro de1890 .. Costa
(1996, p. 82), acredita que:
164
A abolição era entendida como um presente e, enquanto tal, uma
dádiva não – negociada. O problema é que dissimulou um processo
de luta e confronto, e transformou-se tudo em uma imagem de supe-
ração lenta, ordenada, gradual e controlada pelo Estado. Com isso,
foram-se os direitos e qualquer tipo de reivindicação.
É nessa fase histórica, situada no final do século XIX e início do séc. XX, que
seriam formalizadas e institucionalizadas as ideias que reforçam a discriminação da
população negra até os dias de hoje. Os conceitos de hierarquização das raças e da
superioridade da raça branca eram defendidos com foro de legitimidade científica. As
elites brasileiras absorveram esse pensamento e o futuro do país era tido como incerto,
pois a união de raças era condenada (SCHWARCZ, 1996).
As teorias raciais vigentes no final do séc. XIX ao invés de considerarem cada
indivíduo em sua autonomia, entendiam o sujeito como herdeiro de um conjunto de
atributos físicos e morais ligados à raça a qual pertencia. Os principais defensores
dessas ideias foram Gobineau (1853), que publicou “Essai sur l’inégalité des races humai-
nes” e Le Bon (1894) com “Les lois psychologiques de l’evolution des peuples” , autores que
acreditavam que as raças constituiriam características imutáveis, e que o cruzamento
entre elas causaria efeitos catastróficos. Enalteciam a existência de raças puras e atri-
buíam à miscigenação, a degeneração racial e social. Era a discriminação racial com
bases científicas.
No Brasil, essas teses encontraram um campo vasto para se proliferar. Nina
Rodrigues (1894) argumentava que seria necessária a criação de dois códigos penais
- um para brancos e outro para negros - justificando que algumas raças eram mais
propensas ao crime que outras. No caso específico do negro brasileiro, nesse período
165
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
166
A não inserção do negro na economia brasileira vai marcar de forma contun-
dente a formação social da comunidade negra, com consequências que até hoje podem
ser percebidas em nossa sociedade. Estereótipos negativos como a vadiação e malan-
dragem, a falta de ambição, o comodismo, a indolência, a preguiça, a imoralidade, a
violência e todos demais vícios vão sendo incorporados como atributos da população
negra. Aos poucos, esses valores sedimentam-se e aderem como qualificativos aos
negros e mestiços brasileiros, tornando o dia-a-dia desses brasileiros um desafio de
sobrevivência e perseverança.
Para Refletir
Para você, quais sãos os valores atribuídos à população negra nos dias de hoje
? São diferentes dos valores do início do séc. XX?
E em relação à população branca européia?
Pondere sobre os elementos comuns e os conflitos raciais no Brasil nos dias de
hoje.
167
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M4
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
como a de Amparo ao Trabalhador Brasileiro Nato, assinada por Vargas em 1931, que
garantia que dois terços dos empregados em estabelecimentos industriais fossem bra-
sileiros natos; ou a lei Afonso Arinos, de 1951, que transformava o preconceito racial
em contravenção penal.
Ao longo das décadas de 30, 40 e 50 as ideias de raça e branqueamento vão
cedendo lugar ao ideal de “povo brasileiro”. Os aspectos da cultura africana mere-
ceram destaque principalmente em relação às artes e à musicalidade. Aos poucos foi
se consolidando a construção de uma nação cordial, rica em elementos culturais e
homogênea em termos de projetos desenvolvimentistas. No entanto, apesar de não ser
reconhecida pela maioria da população, a discriminação à população negra continua
latente e vigorosa, estabelecendo dificuldades ao acesso à moradia, saúde e educação.
No período dos governos militares o ideal da democracia racial volta a ganhar
força, fortalecido pela negação de que no Brasil existiria discriminação contra o negro.
Na avaliação de Jaccoud (2009), o mito passa a ser dogma:
Em 1970, o Ministro das Relações Exteriores declara que “não há discrimina-
ção racial no Brasil, não há necessidade de tomar quaisquer medidas esporádicas de
natureza legislativa, judicial ou administrativa para assegurar a igualdade de raças
no Brasil” (apud TELLES, 2003, p. 58). De fato, a questão racial desaparece do debate
público nacional. É somente com o processo de redemocratização do país que o tema
das desigualdades raciais retorna à cena, mas largamente diluído no debate sobre jus-
tiça social. Apoiada na interpretação do desenvolvimento como a questão nacional
maior, a temática da desigualdade se identifica quase que exclusivamente com a da
distribuição de renda.
Enquanto isso ocorre, a sociedade brasileira vai assumindo uma forma dife-
rente de lidar com o racismo e o preconceito racial contra o negro. De certa forma,
o cidadão comum brasileiro percebe que existe racismo no Brasil e que a população
negra sofre discriminação. No entanto, esse mesmo cidadão não se reconhece como
racista ou discriminador, muito embora afirme ter presenciado situações de racismo
e/ou discriminação racial. É o que Fernando Rodrigues (1996) chamou de “racismo
cordial”, a constatação de que as pessoas não se reconheciam como racistas, mas em
algum momento manifestavam concordância com ideias de conteúdo racista ou eram
coniventes com atitudes discriminatórias em relação ao negro.
Dessa forma, a discriminação racial no Brasil assume uma perspectiva dife-
renciada em relação a países como EUA e África do Sul, por exemplo, onde é mais
evidenciada, às claras. Por aqui, o preconceito é dissimulado, quase imperceptível,
mas arraigado o suficiente para constranger e deixar marcas profundas na população
negra. Baixos salários, poucas oportunidades de ascensão social, marginalidade, de-
semprego, falta de moradia, educação e saúde. Ser negro no Brasil é ter de conviver
com uma realidade que mistura doses de preconceito e intolerância com pequenos
toques de cordialidade. Afinal, “quem não tem um pé na cozinha”?
168
A militância negra encontra nas atividades das ONGs um forte instrumento de
persuasão política e ideológica em relação à presença do negro na sociedade brasilei-
ra. A criação da Fundação Cultural Palmares, em 1988, e o reconhecimento de Zumbi
como herói nacional, em 1995, são marcos simbólicos dessas conquistas.
A atuação do Movimento Negro foi fundamental no processo. Trabalhando de
forma organizada em diversos setores da sociedade fez ganhar força o projeto de que
a inserção do negro na sociedade era uma dívida política dos setores públicos, em
relação ao passado histórico vivenciado no país. A adoção de políticas de ações afir-
mativas, as ações pontuais em relação à qualificação profissional do jovem negro, a
implementação do sistema de cotas e diversas agendas de valorização da presença da
comunidade negra na sociedade brasileira foram postas em debate a partir da realiza-
ção da Marcha Zumbi dos Palmares contra o Racismo, pela Cidadania e pela Vida, em
1995, e da forte atuação na III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discri-
minação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, em setembro de 2001, em Durban
(África do Sul).
A criação da Seppir - Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial consolida esse novo momento, tendo o desafio de promover o enfrentamento às
formas institucionalizadas de discriminação e preconceito arraigadas historicamente
na construção política do país.
A Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003 é o coroamento do processo de reconhe-
cimento da influência da cultura negra na sociedade brasileira e da legitimação da
importância histórica da presença dos africanos e seus descendentes para a constru-
ção do Brasil, enquanto nação soberana. Sua publicação torna obrigatória a inclusão
desses conteúdos nos currículos, em especial nos de Educação Artística, História e
Literatura das escolas de ensino fundamental e médio. São conteúdos referentes à His-
tória e Cultura Afrobrasileiras, à luta dos negros no Brasil e sua contribuição social,
econômica e cultural na formação da sociedade brasileira. Pensar na inclusão
da temática do negro na educação formal de nossos jovens é atuar de maneira signi-
ficativa na construção de um novo Brasil. É acreditar que a escola pode desempenhar
um papel essencial no fortalecimento de valores que criem um ambiente propício para
o desenvolvimento de sentimentos e crenças numa sociedade igualitária, de respeito
mútuo e que promova o despertar de indivíduos plenos, capazes de despertar suas
potencialidades em prol da justiça e da cidadania.
Você, como educador, está sendo convidado a fazer parte deste processo. Até
aqui, discutimos as raízes históricas e os contextos que levaram ao preconceito e à
discriminação da população negra. Falamos das diferentes correntes teóricas e ideoló-
gicas que permearam o pensamento do brasileiro nesses séculos de história. Percebe-
mos que a imagem negativa em relação ao negro foi construída ao longo da sociedade
escravocrata, reforçada pelo ideal de branqueamento dos primeiros anos de República
e disfarçada com a cordialidade nos tempos modernos.
Agora, o desafio é construir uma nova página de nossa história. Escrever um
livro que reconheça a cultura afrobrasileira em sua especificidade, que redesenhe a
presença do negro em nossa sociedade, que discuta a cor da brasilidade com matizes
que reforcem a beleza que temos e o que somos.
Você quer ajudar a escrever esta história?
4
Expressão popular utilizada para sinalizar a presença de negro na ancestralidade familiar. Foi utilizada pelo ex-presiden-
te da República Fernando Henrique Cardoso em um dos seus discursos, na tentativa de demonstrar uma proximidade com
as camadas sociais da população negra. A expressão denota preconceito ao referir-se ao “lugar” do negro na cozinha da
casa grande, num trabalho subalterno, ao mesmo tempo se aproxima do racismo cordial, pelo fato de indicar que o negro
está bem próximo, dentro de casa.
169
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M4
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
170
sem, contudo, ser uma imposição. Nossa preocupação aqui não é o detalhamento das
orientações previstas nas Diretrizes, mas apresentar algumas discussões para que elas
possam ser postas em prática.
O primeiro passo para a implementação das Diretrizes é o planejamento, a or-
ganização do Projeto Pedagógico do Curso. É nesse momento que as articulações entre
as disciplinas, a escolha dos conteúdos, a previsão dos recursos necessários e funda-
mentalmente a construção do modelo de “escola” que se quer construir será delimita-
do. Não é possível pensar as partes, sem pensar o todo. O ensino da História e Cultura
Afro-brasileira e Africana deve estar conectado a um ensino da História Brasileira, que
por sua vez está ligado ao de Literatura, que é complementado pelo de Artes e assim
por diante. O conteúdo programático não deve ser um instante, um recorte no tempo
e sim, a construção de um processo.
As Diretrizes citam nominalmente as disciplinas de Educação Artística, Lite-
ratura e História do Brasil e complementa “... sem prejuízo das demais”, ou seja, as
demais disciplinas do curso também devem estar articuladas ao projeto. Por exemplo,
é possível falar de matemática entre os povos africanos, seus sistemas de contagem e
métrica, além de sua língua e cultura. Por sua vez, as disciplinas podem dialogar entre
si, contemplando o mesmo conteúdo dentro das especificidades de cada disciplina. É
possível estudar o Barroco, no âmbito das Artes, da Literatura, da História etc. e falar
da presença da população negra em todos esses diferentes contextos.
É relevante salientar a importância que a comunidade assume nessa nova esco-
la. Para destacar a presença do negro na sociedade é só sair às ruas, voltar-se para a fa-
mília de cada um dos alunos, recontar as estórias de cada grupo. Em cada localidade,
a influência da cultura afro-brasileira se desenha de alguma forma. Seja nas festas po-
pulares, nas danças, nas manifestações folclóricas, na religião, nas artes, nas tradições,
na culinária, na língua falada, há sempre a presença marcante dos afrodescendentes.
Essa história precisa ser contada e rememorada. Os mais jovens precisam va-
lorizar suas origens. Esse trabalho de campo pode ser muito prazeroso para profes-
sores, alunos e comunidade. Organizar grupos de alunos para a pesquisa de campo é
enriquecedor porque desloca o ambiente de aprendizagem do espaço da sala de aula
para a experiência da vida. Por outro lado, convidar as personalidades da comunidade
para fazer seu relato dentro da escola é também educar, criar vínculos e trocar conhe-
cimentos.
Outro aspecto importante desse trabalho é criar um ambiente acolhedor para
o aluno. A escola é um dos locais em que as diferenças são mais realçadas, em que os
valores que circulam pela sociedade encontram corações jovens e sedentos de conhe-
cimentos para se estabelecer. Por isso, é fundamental que sejam reforçados compor-
tamentos positivos em relação à diversidade e que os relatos de experiências pessoais
encontrem uma escuta criteriosa, responsável e discreta.
171
#
M4
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
receptivo a este novo conhecimento, deve estar aberto à discussão de novos valores e
para tanto é necessário criar um clima propício para essa troca.
Não se trata de transformar a aula num espetáculo. O que se espera é que o
professor demonstre interesse pelo que está transmitindo, organize a sua aula com
procedimentos bem definidos, a fim de que seja possível estabelecer com um aluno
um caminho a ser trilhado.
Sabemos que estes recursos nem sempre estão ao alcance nas escolas brasileiras,
porém o material fundamental para uma boa aula é um professor motivado e o uso
de uma metodologia adequada. Uma técnica simples que pode trazer bons resultados
com os alunos da educação fundamental é a leitura de textos da literatura com perso-
nagens negras, atentando para a faixa etária de cada grupo.
O artigo “Leitura e infância: abordagem analítica sobre o negro na literatura
infantil” (Cunha; Silva; Santos, 2010), apresenta a aplicação da técnica de leitura com
alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental numa escola de rede municipal de en-
sino da cidade de Palmas, no Tocantins. Embora o trabalho de campo não tenha sido o
foco principal da pesquisa, o relato da experiência das pesquisadoras pode contribuir
para o enriquecimento de nosso debate.
5
Optamos por preservar as identidades das crianças.
172
“Ela tinha olhos bem pretinhos, a pele
da cor de uma pantera negra e os ca-
belos encaracolados, também muito
esperta”.
“O racismo não existe neste livro,
ele mostra que pessoa negra tem uma
beleza muito grande”.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Segundo dados do site da Funai, vivem hoje no Brasil cerca de 460 mil índios,
distribuídos entre 225 sociedades indígenas, que perfazem cerca de 0,25% da popula-
ção brasileira. Esse dado populacional considera somente os indígenas que vivem em
aldeias, havendo estimativas de que, além desses, há entre 100 e 190 mil vivendo fora
das terras indígenas, inclusive em áreas urbanas. Há também 63 referências de índios
ainda não-contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconheci-
mento de sua condição indígena.
Para ser considerado indígena nos dias de hoje, o critério é o da auto-identifica-
ção, ou seja, é índio quem se reconhece e é reconhecido pelo grupo como sendo indíge-
na. O que pode abrir precedentes para que pessoas alheias às comunidades se passem
por indígenas a fim de obter vantagens como a partilha de terras, por exemplo.
Mas nem sempre foi assim. Tudo que a gente conhece como Brasil e parte de ou-
tras terras limítrofes com o território brasileiro eram ocupadas por povos indígenas. O
que estudamos como “descoberta do Brasil” na verdade foi um capítulo de dominação
e morte de milhares de habitantes nativos que já viviam aqui.
Os povos indígenas representam a população nativa do Brasil. São genuina-
mente brasileiros natos. Já vivenciavam a experiência da sustentabilidade séculos an-
tes desse nome ser criado. Colhiam, caçavam, pescavam e viviam em comunidade.
Relacionavam-se com suas divindades, faziam suas festas, seus rituais e suas guerras.
Dominavam seus territórios e disputavam a liderança com outros grupos. Viviam.
A busca pela expansão territorial e de riquezas fez com que aportassem por
aqui os europeus, no séc. XVI. Queriam ouro, queriam terras, queriam gente para civi-
lizar. Queriam almas para catequizar. Estima-se que à época do descobrimento viviam
de 1 a 10 milhões de indígenas em território brasileiro.
O relato de Pero Vaz de Caminha ao rei de D. Manuel de Portugal já indicaria
os projetos para a nova terra:
174
O contato com os novos visitantes foi aos poucos se tornando hostil. As doen-
ças trazidas pelos europeus dizimaram grande parte da população indígena que não
possuía armas para lutar contra as enfermidades brancas. À medida que mais portu-
gueses foram chegando e adentrando-se para o interior do território, novos conflitos
foram ocorrendo. Populações inteiras de grupos indígenas foram mortas em nome do
processo de ocupação do território brasileiro.
A ideia que temos hoje de país foi construída a partir da visão do europeu colo-
nizador, mas o país indígena já existia antes dos portugueses aportarem nesses mares
e terras. Ao longo do processo colonizador, mais grupos foram sendo sistematicamen-
te mortos, para que as terras fossem ocupadas e as riquezas que interessavam à Coroa
fossem extraídas. Essa história a gente não costuma ler nos livros didáticos.
A Lei nº 11.645, de 10 março de 2008, acrescenta ao contexto da Lei 10639/03 o
tema do indígena:
175
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
176
preciso nessa dinâmica. Valorizar as culturas afro-brasileiras e indígenas, construindo
um outro olhar sobre o processo de formação do país, com respeito às diferenças e
legitimando a diversidade.
Para Refletir
Qual é o lugar do índio na sociedade atual?
Como é visto o índio em sua comunidade? Qual sua contribuição para a cultura
local?
Desde 2007, a Lei 11.525 torna obrigatório o conteúdo sobre os direitos da crian-
ça e do adolescente no Ensino Fundamental. O objetivo é fazer com que os próprios
alunos tenham conhecimento sobre seus direitos e que se tornem elementos ativos na
defesa deles.
O Estatuto da Criança e do Adolescente foi aprovado em 1990 e representa um
marco para a proteção dos direitos da criança. A partir desse momento ela passa a
ser reconhecida como sujeito de direito, ou seja, como cidadã. O ECA estabelece a
responsabilidade de pais, escola, instâncias de governo no nível municipal, estadual e
federal sobre a garantia do acesso à educação, moradia, alimentação, saúde e demais
condições fundamentais para o pleno desenvolvimento da cidadania das crianças .
A lei assegura o direito de crianças e adolescentes a ter acesso à educação funda-
mental, pública e gratuita e que sejam preparados para o exercício pleno da cidadania.
Garante também o atendimento educacional especializado aos portadores de defici-
ência, atendimento em creche e pré-escola aos menores de seis anos de idade, além de
defender o provento de recursos suplementares necessários ao seu desenvolvimento
como material didático, transporte, alimentação e assistência à saúde.
O Estatuto prevê também que os pais têm obrigação de matricular seus filhos
na rede regular de ensino e que os estabelecimentos e seus dirigentes devem informar
o Conselho Tutelar caso verifiquem a constância de faltas injustificadas, marcas de
violência, maus-tratos e atitudes que firam o bem-estar do aluno.
As atividades de trabalho na infância estão proibidas. O menor só pode exercer
atividade laborial a partir dos 14 anos, assim mesmo na condição de aprendiz. Esse é
um dos direitos da criança e do adolescente mais desrespeitado em nosso país. Cons-
tantemente é possível testemunhar o trabalho extenuante de crianças que precisam
ajudar no sustento familiar. Como mão-de-obra barata, são aproveitadas no mercado
de trabalho sem ter o direito de viver dignamente sua infância e frequentar a escola.
É previsto no Estatuto que as crianças e adolescentes têm direito ao entrete-
nimento sadio e gratuito, ao lazer e diversão adequados à sua idade. Os espetáculos
devem trazer indicação da classificação de idade recomendada, a programação de rá-
dio e televisão devem trazer temas recomendados para o público infanto-juvenil com
finalidades educativas, informativas e culturais.
177
#
M4
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
178
Os aspectos defendidos pelo Estatuto também podem ser divididos em unida-
des temáticas para facilitar a discussão dos conteúdos. Pode-se, por exemplo, eleger
a questão da saúde, em outro momento a questão da educação e assim por diante. A
ideia de integrar os temas debatidos no Estatuto com os conteúdos das disciplinas
regulares é sempre bem vinda.
Para Refletir
Na sua visão, o Estatuto da Criança e do Adolescente representa um avanço ou
um retrocesso?
Muitos opinam que o ECA é impossível de ser aplicado na prática. O que você
acha disso?
179
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M4
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Para que cumpra bem sua função, os jogos devem ser bem elaborados, com
tarefas claras e etapas a serem desenvolvidas com a finalidade de permitir que as
diversas habilidades e talentos de cada membro do grupo possam ser aproveitadas.
Enquanto isso, é possível envolver os conteúdos de estudo de campo com informações
sobre a região a ser explorada.
Os jogos devem permitir que cada participante possa desenvolver suas habi-
lidades em conjunto com as do grupo. Devem ser evitadas tarefas que exijam uma
qualificação técnica específica ou que reforcem a ideia de superioridade entre os mem-
bros. O método quer reforçar comportamentos positivos, atitudes de cooperação e
de respeito e não legitimar estereótipos como os relacionados à força física, peso ou
altura. As atividades devem ser programadas para serem desenvolvidas pelo grupo,
em cooperação. A ideia é que “juntos venceremos”.
Outro aspecto a ser conduzido nos jogos cooperativos é o objetivo a ser alcança-
do e a premiação final. Atividades que lidem com a solidariedade e o respeito mútuo
são bem desenvolvidos com a técnica.
Um exemplo de aplicação desse método é propor uma atividade de campo com
os alunos na comunidade. Vamos supor que o objetivo que se deseja alcançar é a legi-
timação e valorização da cultura negra na região. Poderiam ser propostas tarefas que
legitimassem a participação das pessoas comuns na cultura local. Tarefas como: a) en-
contrar um morador da comunidade que saiba cantar uma cantiga de roda tradicional
e gravar o registro desse canto ou reproduzi-lo para os colegas; b) relatar a vida de um
dos moradores mais antigos da comunidade; c) descobrir uma receita de um doce de
origem africana que alguém da cidade faça etc. O resultado final das tarefas poderia
ser apresentado na praça da cidade ou em algum lugar público com a presença dos
“talentos” descobertos pela equipe.
Essas são algumas técnicas que podem ser utilizadas na implementação das
Leis que discutimos neste Módulo. O importante é perceber que quaisquer que sejam
as metodologias utilizadas, o objetivo final é criar uma ambiente saudável para o de-
senvolvimento das habilidades e potencialidades de cada aluno. O respeito à diversi-
dade e às diferenças começa pelo respeito à individualidade de cada um.
JUNTANDO AS PEÇAS
180
Atividades
1. Leia o texto abaixo e produza uma reflexão relacionando o mito da demo-
cracia racial e a presença do preconceito e da discriminação na escola nos dias
de hoje .
181
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M4
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
REFERÊNCIAS
CUNHA, Bethânia Carvalho; SILVA, Iunete Lopes da; SANTOS, Jaciene Cabral dos.
Leitura e infância: abordagem analítica sobre o negro na literatura infantil. Palmas:
Editora da Universidade Federal de Palmas, 2010. (no prelo).
SILVA, Aracy Lopes; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. A temática indígena na esco-
la: novos subsídios para professores de 1ºs e 2ºs graus. Brasília, MEC/MARI/UNESCO,
1995.
SITES PESQUISADOS
182
183
EDUCAÇÃO PARA
DIVERSIDADE E CIDADANIA
Módulo 5
PNDH E PNEDH: fontes e articulações
Autores: Alexandre Antônio
Gíli Náder
Sumário
para o debate
marco teórico
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M5
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
1
E, como poderá ser visto ao longo do texto, como é intensa, nesse caso a interpenetração entre espaço e
tempo!
186
contrário, há todo um estímulo no sentido de uma passividade, que recebe, ainda,
uma intensificação adicional do incontável número das absorventes exigências a se-
rem atendidas pela maioria dos integrantes da espécie para assegurarem sua simples
(?) sobrevivência. Por tudo que foi dito, não é, certamente, essa a postura induzida
pelos moldes em que se dá atualmente o repasse de informações: muito ao contrário,
há todo um estímulo no sentido de uma passividade. Tal passividade é, também, in-
tensificada adicionalmente pelas incontáveis exigências que a maioria dos integrantes
da espécie humana (os seres humanos) devem atender para assegurarem sua simples
(?) sobrevivência.
Cumpre, ainda, para concluir a abordagem desse, mais atual do que nunca,
descompasso entre informação e conhecimento, mencionar o porquê de sua ocor-
rência. Em minha percepção, ele tem como principal razão de ser o fato de que, na
contemporaneidade, mais do que em qualquer outro tempo histórico, o conheci-
mento tem evidenciada e fortalecida a sua dimensão de mercadoria, em detrimento
de seu caráter de patrimônio universal do gênero humano.3 É bem verdade que essa
dimensão de mercadoria incorporada ao conhecimento surge com o próprio advento
do capitalismo como modo de produção, que tem como princípio de funcionamento
a apropriação privada de tudo aquilo que seja coletivamente produzido, instituindo,
assim, as mercadorias- o conhecimento, entre elas-, a sobre-exploração do trabalho- a
mais-valia- e o lucro. Mas isso nunca foi tão explícito e intenso como nos tempos pre-
sentes Ora, assim sendo, o acesso ao conhecimento e ao direito de produzi-lo, para
uso próprio, bem como aos desdobramentos deles decorrentes [ao que decorre de tal
conhecimento e direito], são restringidos, tornando-se propriedades privadas dos que
dispõem de capital para assegurá-los, nos termos pro(im)postos pelo capitalismo.
O outro conflito- talvez, na visão de outros, não seja este o termo mais ade-
quado para designá-lo- que gostaria de ressaltar como elemento relevante para as
reflexões subseqüentes - é aquele decorrente da caracterização dos nossos tempos
como os da “sociedade (ou temporalidade) do espetáculo”, que acaba contrapondo,
uma vez mais e de maneira atualizada, essência e aparência. O espetáculo é uma efe-
méride: tem começo, meio fim, com duração previamente estabelecida; não prescinde
de bastidores: aquilo que não se mostra, se esconde; e tem o propósito de potencializar
um discurso, principalmente, em suas virtualidades de sedução.4 Para a temática que
está aqui sendo tratada, a projeção da espetacularização do real é feita, ainda hoje,
embora tendo perdido alguma força comparativamente a tempos anteriores recentes,
pelo “politicamente correto”. Nele, é como se a violação ou a supressão concretas de
direitos pudesse ser solucionada na esfera das palavras, na qual o dito substituiria
o (não) feito. Trata-se de armadilha extremamente perigosa, porque apaziguadora e
paralisante, no campo de atuação que visamos intervir. Se, por um lado, as ações não
podem prescindir das palavras: falar é ato, ação), afinal, não podemos ter a ilusão de
que o avesso seja o contrário, por outro lado, a palavras corretas devem corresponder
ações consistentes. Caso contrário, essas palavras serão ocas, vazias.
2
É evidente que os processos de ”afogamento” e de perda de perspectiva hierárquica frente às informações
recebidas são objeto de um forte reforço, não por acaso (veja adiante), por parte dos meios de comunicação
de massa (mídia) privados. À guisa de exemplo, não é demais lembrar a forma organizativa - quantidade e
seqüência das informações - do Jornal Nacional da Rede Globo.
3
Por mais repetitivo que possa parecer, não é demais chamar a atenção para o quanto essa questão é afeita
aos DH/EDH: o processo de assegurar a apropriação de um patrimônio universal é um direito, também
universal; já o processo de possibilitar o acesso a uma mercadoria, é um negócio. No caso aqui em tela,
o par focalizado é composto por conhecimento (patrimônio x mercadoria) e educação (direito x negócio).
A respeito, tendo em mente os distintos contextos (nacional-internacional, em cada caso) de produção de
cada um deles, compare a redação do Art. 205 da Constituição Federal de1988, em vigor, com a do Art. 2º
da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96-LDB).
187
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M5
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Uma vez delineado o palco no qual e para o qual serão desenvolvidas nossas
reflexões- que buscam fundamentar politicamente ações educacionais no campo dos
DH, a EDH-, cumpre iniciá-las resgatando, num primeiro momento, as condições e o
próprio conteúdo do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH).
Lançado em 1996, no governo Fernando Henrique Cardoso (1º mandato), pela
Presidência da República e pelo Ministério da Justiça, o PNDH, em seus propósitos
manifestos, vislumbra uma vinculação indissociável entre os DH e a forma política
democrática, sendo esta a via por ele utilizada para conferir ao Estado papel abso-
lutamente indispensável na promoção, na efetivação, na valorização, na proteção e
na repressão às violações dos DH. Nessa perspectiva, o plano tem como fontes não
apenas as lutas desenvolvidas e condensadas pelos movimentos sociais e entidades
brasileiras atuantes no campo dos DH, mas também um extenso conjunto de precei-
tos pactuados em organismos internacionais (ONU, principalmente, em suas variadas
instâncias, por temática e abrangência) aos quais o Brasil é filiado. Assim, é nessa con-
dição de país/ nação filiado(a) que o Brasil deve referendar tais preceitos5 e, também,
estabelecer normatização nacional que busque implementar sua efetivação, tanto na-
cional como internacionalmente. Em conformidade com essas raízes e os pressupostos
assumidos, como não poderia deixar de ser, o PNDH é, sobretudo, um vasto conjunto
de propostas de ações governamentais, organizado tematicamente. Um dos eixos te-
máticos organizativos intitula-se “Educação e Cidadania. Bases para uma Cultura de
Direitos Humanos”, que comporta dois sub-eixos: ‘Produção e Distribuição da Infor-
mação e Conhecimento’ e ‘Conscientização e Mobilização pelos Direitos Humanos’,
isto é, a educação como direito-fim e como direito-meio, respectivamente.6 O conteú-
do do PNDH abrangido nesse eixo antecipa, ainda que implicitamente, a necessidade
de um planejamento mais específico das ações educacionais voltadas aos DH.
Em 2002, ainda no Governo Fernando Henrique Cardoso (2º mandato), é lan-
çado o PNDH II, simultaneamente substitutivo e complementar do PNDH, dessa
vez apenas pelo Ministério da Justiça. Seu caráter é nitidamente mais pragmático
do que aquele do primeiro Plano e ele se constitui, quase que exclusivamente, num
extenso elenco de propostas de ações governamentais. Sua organização temática é
significativamente distinta daquela contida no texto do PNDH: nele, aparece, nova-
mente, a questão da educação como direito-fim, embora separada da vertente cultural,
a qual se faz presente associada ao lazer; e a dimensão da educação como direito-meio
fica diluída nos âmbitos dos diversos outros direitos específicos, na qualidade de ins-
trumentos/mecanismos para a sua promoção. No PNDH II, ainda, a abordagem ex-
plícita da necessidade de um planejamento próprio das ações educativas em DH não é
feita, embora o conjunto proposto induza, quase imponha, esse referido planejamento.
Em dezembro de 2006, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva (1º mandato,
último ano), é lançado o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNE-
DH), numa parceria entre a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidên-
cia da República (SEDH/PR), Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Justiça
(MJ). Como indica o próprio nome, ele é voltado para a concretização da vertente
educação como direitomeio. Afinal de contas, para o atendimento da educação como
direito-fim, a competência para tal concerne ao Plano Nacional de Educação (PNE),
4
Sobre a potencialização de um discurso, no caso do espetáculo, entendido como um recorte interessado e
interesseiro do real, não custa lembrar Irving Berlin, não há melhor negócio que o espetáculo (There’s no
business like show bussiness). Esse discurso tem algumas características bem demarcadas: a) a criação de
uma ilusão de identidade entre protagonista(s) e platéia, que , na verdade, jogam papéis claramente distin-
tos; b) a perspectiva da adoção, pela platéia, de uma idéia e/ ou uma ideologia, uma forma de pensar e ver
o mundo, na qual estão pré-selecionados os elementos a serem realçados e aqueles a serem sombreados
(para o que olhar, o que não ver).; c) por fim, na direção apontada, a busca de efeitos instantâneos, ime-
diatos, usando, para tanto, todos os recursos possíveis, da pirotecnia aos apelos (intensos) à emotividade.
Tais características podem ser claramente identificadas, por exemplo, nos “shows” das “megastars” do rock
e, até mesmo, na recente cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos (Pequim, 2008).
188
que já existe (Lei 10172/01).7 Assim sendo, o PNEDH trabalha a partir de um recorte
de espaços prioritários de atuação, quais sejam: “educação formal” (subdividida, cor-
retamente, ao meu ver, tendo em mente as respectivas peculiaridades, em ‘educação
básica’ e ‘educação superior’), “educação não-formal”, “educação dos profissionais do
sistema de justiça e segurança” e, por fim, “educação e mídia”.
Antecedendo o detalhamento de cada um dos espaços, que será apresentado
logo adiante neste texto8, é formulado um conjunto de linhas gerais de ação relativos
a: desenvolvimento normativo e institucional, produção de informação e conhecimen-
to, realização de parcerias e intercâmbios internacionais, produção e divulgação de
materiais, formação e capacitação de profissionais, gestão de programa s e projetos
e, finalmente, avaliação e monitoramento. No que tange aos espaços de atuação prio-
ritários, em cada um deles é formulada a concepção norteadora dessa atuação e os
princípios dela 7 Concedo-me, aqui, o direito de me omitir a respeito da avaliação
da qualidade com que o PNE em vigência bem como sua implementação, articulada
à atual legislação educacional brasileira adicional, vêm desempenhando seu papel.
No entanto, apenas à guisa de um breve comentário, uma comparação, em termos
internacionais, do percentual do respectivo Produto Interno Bruto (PIB) destinado por
cada país ao financiamento da educação pública, parâmetro planetariamente adota-
do em medidas da qualidade educacional, deixa o Brasil em situação extremamente
desconfortável. 8 Não há neste material a intenção de substituir a leitura do PNEDH.
Visa-se, aqui, tão somente, propor um roteiro facilitador da leitura a ser feita e, a partir
da visão do PNEDH detida por este autor, apresentar um brevíssimo conjunto de re-
flexões a ser submetido à análise do leitor. advindos. Na seqüência, é apresentado um
conjunto de ações programáticas.
Para a educação básica, os alicerces da concepção defendida encontram-se na
multidimensionalidade do processo educativo, que não é apenas cognitivo mas tam-
bém afetivo e comportamental; e na indispensável articulação entre escola e comuni-
dade.
Para a educação superior, na autonomia universitária, nos fins da educação su-
perior (LDB), na indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensão e na democra-
cia interna das instituições. Nesse caso, ainda, assim como no anterior, um alicerce
adicional é o caráter público da atividade educativa, levando a uma valorização das
instituições públicas de ensino.
No que se refere à educação não-formal, o foco está na sua relevância como ação
promotora da emancipação e autonomia de cada e de todos os integrantes da espécie.
No que diz respeito aos profissionais de Justiça e Segurança, a questão central é
a construção de seu compromisso com os valores democráticos, e, na perspectiva colo-
cada por esses valores, sua participação na construção efetiva de sistemas conspícuos
de Justiça e Segurança, submetidos a controle social.
Para, concluir, em educação e mídia, as grandes questões encontram-se no ca-
ráter público que deve ter o direito à informação e na necessária atenção que deve ser
dada ao poder da mídia como vetor de formação de opinião.
É com base nesses pontos de apoio específicos que o PNEDH, em cada um dos
espaços prioritários de atuação, apresenta os respectivos conjuntos de propostas de
ações programáticas.
Isso posto, cabe-nos, por um lado reconhecer, de um modo geral, o acerto das
intenções formuladas e, também, sermos zelosos fiscalizadores de sua implementação.
Para tanto, é necessário atuarmos, simultaneamente, como agentes diretos no proces-
so, desempenhando nele o papel específico que nos cabe (professores de instituições
189
#
M5
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
REFERÊNCIAS:
Nacional- LDB)
(PNEDH). 2006.
190
UNIDADE 1
Objetivos Específicos
Esta Unidade está organizada de forma que você possa:
1 - reconstruir a trajetória histórica do conceito de direitos humanos que levou à
emergência e à afirmação da doutrina no mundo contemporâneo;
2 - contextualizar historicamente o debate acerca do conceito dos direitos hu-
manos;
3 - problematizar a questão dos direitos humanos em relação aos processos de
violência urbana, de democratização política, de combate à desigualdade social,
da organização dos movimentos sociais e da luta de classes.
Atividades
Aula 01
Agora é com você. Antes de prosseguirmos, verifique o que entendeu sobre
o tema abordado. Para isso, responda às questões abaixo. Em caso de dúvida releia
o texto. Você terá que buscar outras fontes para consultar e responder algumas das
questões. Procure relacionar conceitos e definições com o seu cotidiano no seu local
de trabalho.
Questões:
1) Caracterize a expansão marítima e comercial européia nos séculos XV e XVI.
2) Por que podemos afirmar que o termo “descobrimento das Américas” é inade-
quado sob a perspectiva dos povos que aqui viviam?
3) Quem foram Karl Marx, Hegel e Dussel?
4) Procure saber se na Democracia Ateniense as mulheres e escravos votavam. Ca-
racterize a famosa Democracia.
5) Defina voto censitário. O voto censitário é democrático?
6) O que é o etnocentrismo?
7) Conceitue o eurocentrismo?
A Deusa Europa
191
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M5
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Para Refletir
“Os brasileiros pobres têm muito a temer em relação aos preparativos para o
Campeonato Mundial de Futebol a ser realizado no Brasil, se pararmos para pensar
mais profundamente no que está acontecendo no Rio de Janeiro”.
Observatório das Violências Policiais – SP/2008
Para ler mais: http://outrapolitica.wordpress.com/2008/06/20/seguranca-
publica-politica-de-confronto-ou-de-exterminio/
Será que defender os direitos humanos é colaborar com a impunidade e
com o aumento da violência? Qual a sua opinião? O texto da nossa primeira aula
ajuda a refletir a questão?
192
Atividades
Aula 02, 3 e 4
AULAS 2, 3 E 4.
Antes de prosseguirmos, verifique o que entendeu sobre a aula em foco. Para
isso, responda às questões abaixo. Não se esqueça de consultar outras fontes para
responder algumas das questões. Em caso de dúvida releia o texto, busque outras
abordagens sobre os fatos e conceitos.
Questões:
Aula 2
Aula 3
7) Relacione as lutas promovidas pelo movimento operário europeu nos séculos XIX
e XX com a ideia de existência de “direitos sociais”.
8) O que é capitalismo?
Aula 4
10) Por que a Igreja Católica teria tardiamente incorporado a ideia moderna de
direitos humanos?
193
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M5
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Para Refletir
Para Refletir
194
UNIDADE 02
Objetivos Específicos
Atividades
Aula 05, 6 e 7
AULAS 5, 6 e 7.
Agora vamos ao nosso debate. Antes de prosseguirmos, verifique o que entendeu
sobre o tema abordado. Para isso, responda às questões abaixo. Em caso de dúvida
releia o texto. Você terá que buscar outras fontes para consultar e responder algu-
mas das questões.
Questões
Aula 05
1) Caracterize o Código de Hamurabi?
2) O que venha a ser Cultura? É possível relacionar cultura com Direitos Humanos?
Justifique.
3) Por que podemos afirmar que a adoção de um modelo único para a expressão e a
proteção dos Direitos Humanos seria contraditória com a própria luta pelos direitos
humanos?
195
#
M5
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Aula 06
4) É possível afirmar que a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de
1789, seja a afirmação política da vitória de uma classe social revolucionária? Procu-
re ler esses direitos, pesquise.
5) Qual foi a importância do movimento operário para superar a visão limitada do
liberalismo na luta pelos direitos humanos?
Aula 07
6) Por que teriam surgido os Direitos Humanos da Terceira Geração?
7) Você considera válido debater direitos humanos para melhorar a qualidade de
vida da população brasileira? Explique.
Para Refletir
Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão de 1789: o patriotismo revo-
lucionário toma emprestado a iconografia familiar dos Dez Mandamentos.
Moisés e Os Mandamentos
196
Qual teria sido o objetivo dos revolucionários franceses em apresentar a
“Declaração” ao povo remetendo-se às tábuas dos Dez Mandamentos?
Para Refletir
Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão de 1789: o patriotismo revo-
lucionário toma emprestado a iconografia familiar dos Dez Mandamentos.
UNIDADE 03
Objetivos Específicos
Esta Unidade está organizada de forma que você possa:
197
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Atividades
Aula 08, 09, 10 e 11
Antes de prosseguirmos, avalie o que entendeu sobre a história dos direitos
humanos. Para tanto, algumas questões foram elaboradas com a intenção de con-
cluir essa primeira etapa. Em caso de dúvida releia o texto e pesquise outras fontes
para responder algumas das questões. Agora, vamos ao trabalho.
Questões
Aula 08
1) O que é o neoliberalismo?
2) Relacione a globalização com a violação dos direitos humanos.
3) Qual o papel do Estado na questão dos direitos humanos?
4) Quais são as violações mais comuns cometidas no Brasil e na América Latina?
Aula 09
Aula 10
Aula 11
198
Para Refletir
Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão de 1789: o patriotismo revo-
lucionário toma emprestado a iconografia familiar dos Dez Mandamentos.
Leia!
UNIDADE 04
Agora, estaremos desenvolvendo a etapa final dos nossos estudos, ou seja,
abordando a questão da educação para e em direitos humanos.
Objetivos Específicos
Esta Unidade está organizada de forma que você possa:
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#
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Atividades
Aula 12, 13, 14, 15 e 16
Questões
Aula 12
1) Caracterize a Ditadura Militar instaurada no Brasil por meio do Golpe Militar de
1964.
2) O que foi a Era Collorida?
3) Qual foi a importância de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes na
Educação brasileira?
4) O que seria CIDADANIA ATIVA na opinião da Professora Benevides?
5) Relacione as virtudes republicanas e democráticas apresentadas pela Professora
com a realidade tocantinense.
6) Qual a sua conclusão acerca das orientações metodológicas formuladas pela Pro-
fessora indicadas no processo de formação dos formadores?
Aula 13
7) O que é a Ética dos direitos e deveres?
8) Qual a importância da sensibilização para os Direitos Humanos numa proposta
de EDH?
9) Para Bosi, o trabalho de campo é fundamental nas atividades com pré-adolescen-
tes e adolescentes. Quais são as sugestões do autor?
Aula 14
10) Para o Cardeal Paulo Evaristo Arns, de São Paulo, “a educação é sempre ideo-
lógica e o ensino politicamente neutro é apenas um mito da filosofia liberal, a qual
exclui as atividades políticas das demais atividades da sociedade civil”. Você con-
corda? Explique.
11) Selecione uma série do ensino fundamental e elabore um programa educativo
que aborde a questão dos direitos humanos a partir das recomendações de Frei Betto.
200
Aula 15
12) “A educação em matéria de DDHH deve ir acompanhada do exercício prático de
direitos e deveres na vida diária”. O que você entende dessa frase?
Aula 16
13) Resuma as recomendações metodológicas apontadas pela Professora Olguin
para o ensino dos direitos humanos.
Para Refletir
Leia o artigo do Professor Alexandre A. G. Náder, PNDH e PNEDH: fontes e arti-
culações, para posteriormente responder as seguintes questões:
• Como se efetiva a articulação escola e comunidade para efetivamente se
viabilizar um ensino pautado pela EDH?
• Quais são os princípios norteadores da educação para os direitos humanos
previstos no PNEDH?
UM DESAFIO!
Selecione uma IMAGEM representativa para cada um dos artigos da Declaração
Universal dos Direitos Humanos (aula 10).
É para concluir!
• Você deve elaborar um esboço de um projeto que pretende implantar a
EDH na escola onde você trabalha. Como e o que você faria?
• Prepare um plano de aula abordando uma questão que envolva o debate
sobre direitos humanos.
201
EDUCAÇÃO PARA
DIVERSIDADE E CIDADANIA
Módulo 6
Educação Ambiental
Autores: Marcelo Vidigal Rocha
Sumário
APRESENTAÇÃO
Prezado Cursista,
A disciplina que dará início a este curso de aperfeiçoamento abordará os con-
ceitos da educação ambiental, sendo que o conhecimento do docente e sua prática será
nosso foco principal, pois sendo esse um dos fatores determinantes para o alavanco
na aprendizagem do aluno, faz-se necessário conhecer o ambiente em que se vive,
respeitá-lo e integrar-se a ele, e esse processo começa através da educação.
Nessa perspectiva de uma educação que forme o indivíduo de maneira que ele
contribua com a sociedade em que vive, o estudo da educação ambiental vem favore-
cer o contato do homem com a natureza de uma forma respeitosa, usando os recursos
de forma sustentável.
Apesar dos avanços relacionados à temática, no que se refere à discussão e re-
flexão, ainda há muito a ser feito. O papel da escola e do professor é mediar essas
discussões e trabalhar para integrar esses conhecimentos na vida cotidiana do aluno
dentro da escola e na comunidade.
No decorrer deste módulo, você educador terá contato com textos diversos que
abordarão toda teoria referente à educação ambiental, além de sugestões de como
trabalhar essa temática dentro do espaço escolar, das relações construídas nesse am-
biente, das várias legislações acerca do tema e do papel social e formador que a escola
exerce, não só sobre o aluno, mas considerando, ainda, a relevância que essa contribui-
ção e essas experiências poderão trazer à comunidade.
Nosso objetivo é conhecer as características ambientais da escola e da comuni-
dade local, isto é, elementos culturais, históricos e costumes para proporcionar ações
que venham promover uma postura ética, crítica e ativa, com o intuito de garantir um
relacionamento saudável entre homem e meio ambiente. Despertar para os problemas
ambientais da sua escola, da comunidade, da cidade e do planeta como um todo, rela-
cionando o tratamento que é dado ao meio ambiente com a qualidade de vida destas
e das futuras gerações.
1
E, como poderá ser visto ao longo do texto, como é intensa, nesse caso a interpenetração entre espaço e
tempo!
204
I. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AM-
BIENTAL
Apesar de ter se tornado mais popular no século XX, a palavra ecologia foi uti-
lizada pela primeira vez, em 1869, por Ernest Haeckel1 . Na época, o conceito de eco-
logia estava relacionado com “os estudos das relações entre espécies e seu ambiente”
(FEHIDRO).
EM DESTAQUE
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/monismo.
html
1
Disponível em: http://www.infoescola.com/biografias/ernest-haeckel/ Acessado em 09 dez 2010.
2
Para obter mais informações sobre o órgão, acesse http://www.iucn.org/. Há informações disponibilizadas
em espanhol.
205
#
M6
EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
1.1 – Conferências
Linha do Tempo
a) Conferência de Estocolmo
Em 1972, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em Es-
tocolmo, inseriu a questão ambiental nas agendas oficiais internacionais. O objetivo
da reunião, entre outros, foi o de lançar os primeiros passos do que se tornaria, mais
tarde, o conceito de desenvolvimento sustentável.
http://educacao.uol.com.br/geografia/ult1701u11.jhtmafia/ult1701u11.jhtm
3
Idem
4
206
“Esta Conferência é considerada um marco político internacional para o sur-
gimento de políticas de gerenciamento ambiental. Ali foram propostos novos
conceitos como o do Ecodesenvolvimento. A Conferência também constituiu
o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no dia 05 de junho de
cada ano.” (FEHIDRO)
O resultado final foi a elaboração de um Plano de Ação Mundial, cujo objetivo
era o de orientar a preservação e a melhoria do ambiente humano. Outro resultado
importante foi a criação do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente –
que recebeu o nome de PNUMA – que visava monitorar o avanço dos problemas
ambientais no mundo.
Apesar das ideias apresentarem divergências, a Conferência mostrou a necessi-
dade de se criarem políticas ambientais, com o intuito de buscar “uma nova forma de
desenvolvimento para o mundo”. Ao final do evento, foi elaborado um Plano de Ação
que recomendou o desenvolvimento de novos métodos e recursos instrucionais para
a Educação Ambiental e a capacitação de professores.
VEJA
<http://ambientes.ambientebrasil.com.br/edu-
cacao/educacao_ambiental/educacao_ambiental.
html>
b) Congresso de Belgrado
Já em 1975, acontece o Congresso de Belgrado, na antiga Iugoslávia. O evento
se concentra no debate sobre uma “nova ética planetária”. Em questão estavam pon-
tos importantes para o desenvolvimento humano, como combate ao analfabetismo,
à fome, à poluição, à pobreza e à exploração humana. A proposta era que nações do-
minantes não se beneficiassem mais de outras menos favorecidas como na época do
colonialismo.
O resultado do encontro foi a criação de um Programa Internacional de Edu-
cação Ambiental (PIEA), pela UNESCO, que até os dias de hoje tem continuamente
atuado na EA internacional e regionalmente.
207
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
d) Rio-92
A Rio-92, que ficou mais conhecida como Eco-92, discutiu, entre outros assun-
tos, a questão da Mudança Climática, dando origem ao Protocolo de Kyoto, objeto de
negociações nas conferências internacionais sobre o clima. O Protocolo, segundo MO-
REIRA (2001, p. 24), propunha “a redução gradativa dos níveis de emissão de dióxido
de carbono” no mundo. Contudo, ficou evidente que a maior parcela das emissões de
poluentes que contribuem para o “efeito estufa” é emitida pelos países desenvolvidos.
No Brasil, após a Rio-92, até 1998, não houve manifestação de interesse pelas
autoridades competentes, tanto privadas quanto públicas, no tocante à preservação
do meio ambiente. Nesse mesmo ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI)
elaborou a “Declaração de Princípios da Indústria para o Desenvolvimento Sustentá-
vel”, iniciando um novo ciclo de interação entre meio ambiente e economia no meio
empresarial.
ACESSE
<http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revis-
ta-chc-2007/183/voce-sabe-o-que-e-o-protocolo-
-de-kyoto/?searchterm=MEIO%20AMBIENTE>.
Atividades
Publicação de Jornal
Os alunos poderão escrever histórias curtas que deverão ser reunidas em um
jornal. O objetivo é formar uma publicação impressa que deverá ser feita de papel
ou cartolina. Não se esqueça de acrescentar ilustrações e/ou fotos aos textos para
que fiquem com aparência de jornal.
Sugestão: o trabalho também pode ser feito no formato livro ou revista.
Público-alvo: comunidade escolar, amigos, vizinhos e familiares.
5
Nosso Futuro Comum é o relatório no qual se encontra o conceito de desenvolvimento sustentável mais
difundido no mundo. “Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades”.
208
Atividades
Campanha Ecológica
Reúna os alunos em grupos e proponha a elaboração de cartazes,
que alertem sobre a importância da preservação do meio ambiente.
Público-alvo: comunidade escolar, amigos, vizinhos e familiares.
Sugestões de frases: Cuide dos Animais; Respeite a vida; Jogue o
lixo no lixo; Ecomomize água; Plante árvores.
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
a) Desenvolvimento Sustentável
Surgido nos anos de 1970, o conceito de desenvolvimento sustentável se baseia
na “necessidade de considerar os aspectos sociais do ambiente e as suas relações entre
a economia, o ambiente e o desenvolvimento; a adoção das perspectivas locais e glo-
bais; a promoção da solidariedade internacional, etc.”8
Segundo Valenti, desenvolvimento sustentável é um “conjunto de ações que
leva a uma combinação entre o bem-estar humano e o bem-estar dos ecossistemas”9.
Para o autor, desenvolvimento não é sinônimo de crescimento, mas sim da maneira
como uma atividade é praticada.
Foi a partir da Rio-92 que o conceito de desenvolvimento sustentável se popu-
larizou no mundo, surgindo, inclusive, um número significativo de instituições, as-
sociações e fundações (privadas e/ou mistas) que investiram na difusão da educação
ambiental. Segundo o relatório da FEHIDRO, algumas ONGs ambientalistas se asso-
ciaram ou firmaram parcerias com instituições de pesquisa nacionais e internacionais
e começam a investir nos conceitos e práticas da EA.
Para Pesquisar
Sobre o conceito de Desenvolvimento Sustentável, acesse:
•http://www.espacoacademico.com.br/051/51goncalves.htm
• http://www16.fgv.br/rae/artigos/835.pdf
•http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/
desenvolvimento_sustentavel/
b) Conservacionismo
Também chamado de conservação dos recursos naturais, o conservacionismo
pode ser entendido como a “preocupação em utilizar adequadamente os aspectos da
natureza que o homem transforma ou consome”10. Contudo, conservar não significa
não utilizar. Pelo contrário, os recursos podem e devem ser utilizados, mas de forma
racional, ou seja, de acordo com as necessidades da população, visando sempre o bem-
-estar das futuras gerações.
No Brasil, existem diferentes entidades que trabalham com propósitos conser-
vacionistas. Exemplos: a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA) e a Fun-
dação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN). Veja a seguir, alguns dos
objetivos dessas instituições:
210
• enfrentamento da questão da rápida deterioração dos recursos hídricos;
• análise e diagnóstico dos grandes fenômenos de degradação da natureza, in-
cluindo a espécie humana;
• estudo e formulação de banco de dados que sirvam de base para a conserva-
ção e utilização dos recursos naturais.
ACESSE
<http://www.ipaac.org.br/site/>
c) Socioambientalismo:
O socioambientalismo é uma das principais vertentes da educação ambiental, e
tem como um dos maiores defensores o educador Paulo Freire. Essa corrente se baseia
“nos ideais democráticos e emancipatórios da Educação Popular, e lhe acrescenta, a
dimensão ambiental buscando compreender as relações de sociedade e natureza para
intervir nos conflitos socioambientais”.
No Brasil, o socioambientalismo se desenvolve nos anos de 1980, a partir de
fatores históricos e sociopolíticos que vão ser fundamentais para que as ideias da cor-
rente ganhem força e se consolidem junto à sociedade. Segundo Lima (2009), esses
fatores são:
• a redemocratização do regime político a partir da década de 1980;
• a substituição do governo militar por um governo civil, embora ainda a partir
de eleições indiretas;
• o surgimento de movimentos sociais e de ONGs com novas feições autono-
mistas e participativas;
• o amadurecimento da problemática ambiental no país;
• a ampliação do debate social e ambiental com a constituição de novos fóruns
regionais, nacionais e internacionais;
• a consequente aproximação entre setores dos movimentos sociais e dos movi-
mentos ambientalistas.
Vale ainda ressaltar que a Rio-92 foi muito importante no que diz respeito à
consolidação do socioambientalismo, na medida em que “estimulou o diálogo entre
grupos representantes de ambos os movimentos, permitindo a descoberta de reivin-
dicações e objetivos de luta convergentes que mereciam ser cultivados” (LIMA; 2009).
Chico Mendes e Marina Silva são considerados nomes importantes dessa corrente.
ANOTE
211
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
A Educação Ambiental sempre será norteada por princípios que devem ser base
para elaboração de programas e projetos de trabalho. Seguem os princípios conside-
rados os mais relevantes:
ANOTE
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.
htm>
212
3.1 - Legislação Ambiental
O primeiro ato do governo brasileiro com as questões voltadas à legislação am-
biental aconteceu em 1981, com a Lei Federal 6.938, que estabeleceu a Política Nacio-
nal do Meio Ambiente. Foi a primeira vez que o Brasil adotou mecanismos de gestão
colegiada e participativa, através da criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA).
SAIBA MAIS
<http://www.mma.gov.br/conama/>
LEMBRETE
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constitui%C3%A7ao.htm>
213
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
SAIBA MAIS
<http://www.mma.gov.br>
214
A formação e a atualização de pessoal são tratadas no parágrafo 3º da Lei e
apresentam as alternativas curriculares e metodológicas para a capacitação de recur-
sos humanos, possibilitando um novo campo de pesquisa e experiências em EA.
A lei apoia também as ações e experimentos locais e regionais na produção do
material didático, estimulando a elaboração de banco de dados da Educação Ambien-
tal.
3.2 - O ProNEA
Coordenado pelo órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, o
Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) tem como objetivo garantir,
na esfera educacional, a relação equilibrada das várias estruturas da sustentabilidade
(ambiental, social, ética, cultural, econômica e política) no desenvolvimento do país,
melhorando a qualidade de vida de toda a população.
O ProNEA surge como proposta de ser um instrumento articulador da cria-
ção de ambientes de interação entre os órgãos do governo federal em uma iniciativa
privada em constante exercício transverso, cujo objetivo é monitorar e avaliar, susten-
tavelmente, os impactos socioambientais negativos e positivos das políticas públicas.
Conheça então os princípios fundamentais do ProNEA:
Para Refletir
- Na sua opinião, o que a sociedade pode fazer para mudar a sua relação
com a natureza?
215
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Para Pesquisar
O Inep disponibiliza em seu site uma seção com
artigos científicos sobre Ambiente e Educação. Para
pesquisar o material, acesse:
http://www.inep.gov.br/
216
Para isso, o professor deve estar preparado para trabalhar a temática, se predis-
pondo desde sua formação inicial nas licenciaturas e no magistério. Conhecimentos
e experiências da práxis pedagógica também são fundamentais para a sua formação,
pois se aprende, principalmente, com as trocas de experiências.
“A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará sequência ao seu pro-
cesso de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa um
exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova.” (APROMAC). <http://
www.apromac.org.br/ea005.htm>
- o aprofundamento conceitual;
Tudo isso pode ser discutido em encontros e seminários voltados para a Edu-
cação Ambiental.
Esses encontros devem instigar o professor a refletir sobre a educação e no meio
ambiente sob uma perspectiva inovadora, tendo como base a consciência cidadã quan-
to ao acesso aos bens ambientais, colocando em destaque sua responsabilidade pela
sustentabilidade local e do planeta.
A formação continuada dos professores em serviço é uma prática necessária.
Grupos diversificados da sociedade, como universidades, ONGs e secretarias de edu-
cação podem e devem ser parceiras nessa formação, por serem fortes atores sociais,
fortalecem as políticas e discussões locais sobre educação ambiental.
http://www.remea.furg.br/mea/remea/vol4c/daniel.htm
12
Idem
13
217
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
LEIA
<http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/
coordenador-pedagogico/entrevista-sueli-furlan-
-educacao-ambiental-escolas-meio-ambiente-sus-
tentabilidade-529870.shtml>
218
5 - NOVAS TECNOLOGIAS NA EDU-
CAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRU-
MENTOS PARA TRANSFORMAÇÃO
<http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/materias_295360.
shtml >
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
Acesse: <http://www.criancamaissegura.com.br/blog/wpcontent/uploa-
ds/2009/11/CARTILHA_TecnologianaEducacao.pdf>
Nesse contexto, o grande impacto da tecnologia não é permitir que os alunos
procurem informações na internet ou que conversem com seus amigos através das re-
des sociais. Em decorrência do uso da tecnologia é que os alunos podem usar amplas
modalidades de construção que as tecnologias digitais oferecem para anunciar seus
interesses intelectuais e científicos, suas indignações com os problemas ambientais
globais, criando novos artifícios, seja um documentário, um programa de computa-
dor, um sistema de coleta de dados ambientais.
Quando se refere a novas tecnologias para educação, quase sempre estão fa-
zendo referência á comunicação interpessoal e a publicação de material eletrônico em
blogs, web, correios eletrônicos etc. Mesmo esse tipo de tecnologia sendo necessário
ele ainda é o de menor potencial pedagógico. Dialogar, publicar, criar páginas na web
é um grande avanço, mas a questão principal não é publicar qualquer material.Deve
começar o questionamento sobre o que publicar, pois não adianta publicar fantásticas
páginas web com pesquisas irrelevantes ou malfeitas. A tecnologia deve ser uma fer-
220
ramenta estudos mais aprofundados e rigorosos, projetos que venham ser diferencial
na sociedade e motivadores para novos trabalhos. Apresentações carregadas de efei-
tos especiais e publicações na internet devem ser mera consequência de um trabalho
bem elaborado.
O inicio de qualquer uso de tecnologia educacional deve ser o aprofundamento
de um fenômeno. O computador não pode ser usado apenas como uma maquina de
apresentação, pois assim está perdendo o seu potencial. É importante lembrar que
tecnologias de publicações como os blogs14 e wikis permitem que os alunos tenham
controle de seus trabalhos mantendo-se muito mais motivados.
Outro importante uso das tecnologias a favor da educação é realizado através
da Educação a Distância.
Para Refletir
- De que forma a tecnologia poderá contribuir para a
ampliação e o desenvolvimento da Educação Ambien-
tal nas escolas brasileiras?
- Como poderemos aplicar essas tecnologias na Insti-
tuição onde atuamos?
PROPOSTA DE ATIVIDADE
Atividades
Desenvolva um blog ou um wiki com as atividades realizadas, incluindo fotos
e textos dos próprios alunos.
14
Blog – Um site cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos,
ou posts. Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática pro-
posta do blog, podendo ser escrito por um número variado de pessoas, de acordo com a política do blog.
Disponível em: www.wikipédia.org
15
Wikis – Coleção de muitas páginas interligadas e cada uma delas pode ser visitada e editada por qualquer
pessoa. O que torna bastante prática, a reedição e futuras visitas. Disponível em: www.wikipédia.org
221
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIACAS
DIAS, Genebaldo Freire, 1949 – Educação ambiental: princípios e práticas – 9 ed. – São
Paulo – Gaia 2004.
MELLO, Soraia Silva de; TRAJBER, Rachel - Vamos cuidar do Brasil : conceitos e
práticas em educação ambiental na escola – Brasília: Ministério da Educação, Coorde-
nação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio Ambiente, Departamento de
Educação Ambiental : UNESCO, 2007.
POLICIONI, Maria Célia Focesi; PHILIPPI, Arlindo Jr. - Educação ambiental e susten-
tabilidade – Barueri/SP – Manole – 2005.
Sites Pesquisados
<http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/monismo.html> Acesso em 2 de out. de 2010.
<http://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/educacao_ambiental/educacao_am-
biental.html> Acesso em 18 de Nov. de 2010.
<http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2007/183/voce-sabe-o-que-e-o-
-protocolo-de-kyoto/?searchterm=MEIO%20AMBIENTE> Acesso em 29 de novem-
bro de 2010.
<http://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/programas_ambientais/agenda_21_
escolar_-_implantacao.html> Acesso em 5 de dez. de 2010.
<http://www.ufmt.br/revista/arquivo/rev10/educacao_ambiental_e_desenvolvim.html>
Acesso em 7 de dez. de 2010.
<http://www.caunesp.unesp.br/eventos/Seminario_Aquicultura_Sustentavel_
ago_2008/palestras/Conceitos_de_sustentabilidade_Dr_Wagner_Valenti.pdf>
<http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustenta-
vel/> Acesso em 12 de dez. de 2010.
223
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EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm> Acesso
em 29 de novembro de 2010.
<http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/coordenador-pedagogico/entrevista-
-sueli-furlan-educacao-ambiental-escolas-meio-ambiente-sustentabilidade-529870.
shtml> Acesso em 29 de novembro de 2010.
<http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/materias_295360.shtml> Acesso
em 29 de dez de 2010.
<http://www.criancamaissegura.com.br/blog/wpcontent/uploads/2009/11/CARTI-
LHA_TecnologianaEducacao.pdf> Acesso em 14 de nov de 2010.
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Informações sobre os autores
Kátia Maia Flores
Paulo Fernando de Melo Martins
Mara Velôso Cavalcante
Euzeni Pedroso Grimm
Marcelo Vidigal Rocha
Cleivane Peres dos Reis
Edna de Mello Silva
KÁTIA MAIA FLORES