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Máquinas Elétrica I – Blogger

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Aula 01 - Histórico do Eletromagnetismo

Figura 01 - Magnes e a Magnetita.

Segundo o historiador grego clássico Plínio, o magnetismo palavra deriva do


nome de um jovem pastor chamado Magnes, que acha que sua equipe de ferro
ponta é atraída para pedaços de magnetita natural (óxido de ferro magnético) no
Monte Ida, Grécia . Após algumas observações, o pastor concluiu que essa
atração era exercida por uma espécie de rocha a que se deu o nome de
Magnetite em 1000 AC.
Coube ao filósofo grego Tales de Mileto (625-556 a.C.) propor uma primeira
explicação para os fenômenos magnéticos. Ele atribuía as propriedades de
atração e repulsão da magnetita (um ímã natural) ao fato de ela ter “uma alma
própria”.
Também é atribuío ao grego Thales de Mileto descobriu uma reserva fóssil, cujo
nome em grego é elektron, que adquiria a propriedade de atrair corpos leves
quando atritadas na lã.
Esse fato ficou praticamente esquecido até 1600, quando o médico inglês
William Gilbert (1544-1603), retornando as observações de Thales, inventou o
pêndulo elétrico, o que tornou possível a observação de uma série de fenômenos
que se transformaram na base da ‘Eletricidade’.

Figura 02 - Thales

Os estudos nesse campo evoluíram com Otto Von Guerike (1602-1686), que
observou a repulsão entre cargas elétricas. Somente por volta de 1730 o
pesquisador francês Charles Du Fay (1698-1739) demonstrou claramente que a
força elétrica pode ser atrativa ou repulsiva. Na metade do século XVIII,
Benjamin Franklin, estadista e cientista americano, admite a transferência de
eletricidade de um campo para outro, quando são atritados, e imagina a
eletricidade como um fluido, referindo-se aos estados elétricos como um excesso
ou uma deficiência desse fluido. Ao excesso atribui sinal positivo (+) e à falta, um
sinal negativo (-).
No final do século XVIII o francês Charles Augustin de Coulomb (1736-1806),
utilizando a balança de torção, formulou a lei da força elétrica, conhecida como
Lei de Coulomb.
As noções de campo elétrico, potencial elétrico e capacitância foram introduzidas
através dos teoremas de Gauss, de Laplace e de Poisson.
Ilustração do livro De magnete , de William Gilbert, um dos primeiros tratados
experimentais de física. O desenho mostra como magnetizar uma barra de ferro
martelando-a, enquanto ela é mantida alinhada na direção norte-sul.
Quase dois milênios depois, no ano de 1600, uma
importante obra foi publicada pelo médico e físico inglês William Gilbert (1544-
1603): De magnete [Sobre o magneto]. Nesse livro, ele explicou por que as
bússolas apontam a direção norte-sul. Gilbert afirmou que a Terra era um
gigantesco ímã que emitia “eflúvios”, atraindo os outros ímãs. Essa é uma obra
de grande importância, considerada um dos primeiros tratados experimentais de
física, pois Gilbert chegou a essa explicação a partir da construção de um modelo
esférico feito de magnetita para representar a Terra, que ele chamou de “terrela”.
Essa estranha magia da atração que os ímãs (ou materiais magnéticos) exercem
entre si fascina muito nosso imaginário. Albert Einstein (1879-1955) conta em
suas notas autobiográficas que, quando tinha entre 4 ou 5 anos de idade, após
se recuperar de uma enfermidade, ganhou do seu pai uma bússola e esse objeto
o fascinou. Ele não compreendia como a agulha mudava de posição se nada
estava encostando nela. O episódio foi considerado por ele determinante para
estimular sua curiosidade científica.
A eletricidade dinâmica se desenvolve com a descoberta da pilha por Alexandre
Volta (1745-1826), em 1800, revelando-se a corrente elétrica e a resistência
elétrica. Tornou-se necessário medir essas grandezas e outras situações, que
foram de interesse de cientistas como Ampère, Ohm, Pouillet, Joule, Faraday e
Kirchoff, cujos trabalhos permitiram a construção de equipamentos como o
amperímetro e o voltímetro.
A descoberta da corrente elétrica reativou os conhecimentos sobre fenômenos
magnéticos já conhecidos muitos séculos antes da descoberta de Thales de
Mileto. Acredita-se que foram observadas pela primeira vez numa antiga cidade
da Ásia Menor, chamada ‘Magnésia’, de onde teriam se originados os seguintes
termos: magnetita, magnética, magnetismo e etc.

Em 1820 o físico dinamarquês Hans Christian Oersted (1777-1851) verificou que


uma bússola magnética sofria deflexão quando colocada nas vizinhanças de um
fio que conduz corrente elétrica. Tal observação, relacionando a eletricidade com
o magnetismo, levou muitos cientistas ilustres, entre os quais Michael Faraday
(1791-1867), Lorentz, Biot, Savat, Ampère, Joseph Henry, Lenz e etc, a fazer
pesquisas que conduziram à demonstração de que existe uma interligação entre
eletricidade e magnetismo. Essas descobertas introduziram uma revolução
econômica e industrial, proporcionando grande parte do bem-estar que
desfrutamos hoje.

Aula 02 - Fundamentos de Magnetismo

Um ímã atrai objetos que tenham


ferro na sua constituição e por isso diz-se que tem propriedades Magnéticas, as
quais alteram a zona do espaço que o envolve, criando à sua volta um campo
magnético.
Este campo magnético é mais intenso junto às extremidades do ímã. O ímã
apresenta dois pólos, o Pólo Norte (N) e o Pólo Sul (S). Ao aproximar dois ímã,
estes podem sofrer atração ou repulsão, conforme a orientação dos seus pólos.
Assim, ao aproximar dois ímã com pólos opostos, estes atraem-se e com pólos
iguais, estes repelem-se. As agulhas magnéticas são ímã artificiais, que podem
rodar facilmente em torno de um eixo. Quando colocadas próximo de um ímã
orientam o seu Pólo Sul para o Pólo Norte do ímã e vice-versa.

I - nas primeiras observações


realizadas a respeito dos ímãs foi possível verificar que eles tinham a capacidade
de interagir entre si e também atraíam pequenos pedaços de ferro. Percebeu-se
também que colocando limalhas de ferro próximas ao ímã, elas se aglomeravam
em sua extremidade. As regiões onde as limalhas aglomeravam passou a ser
chamada de polos do ímã. Convencionou então o polo norte e o polo sul.
II – colocando um ímã suspenso por um fio, de modo que ele possa girar
livremente, percebeu-se que ele sempre se posiciona em direção ao norte-sul
geográfico do lugar onde está suspenso. Sendo assim, convencionou que o polo
norte do ímã é aquele que aponta para o norte geográfico e polo sul é a
extremidade que aponta para o sul geográfico.

III – os ímãs exercem, entre si, forças


de ação mútua de atração e repulsão, conforme a posição em que são postos
um frente ao outro. Portanto, dizemos que os polos iguais de um ímã exercem
forças de repulsão e os polos diferentes exercem força de atração quando
colocados próximos.
IV– outra propriedade observada nos ímãs foi a capacidade de inseparabilidade
de seus polos. Essa capacidade permite ao ímã, quando for quebrado, criar
novos polos, isto é, independentemente do quanto ele seja quebrado, sempre
surgirão os polos norte e sul no ímã.
Força entre Pólos Magnéticos

Os ímãs têm dois pólos bem definidos, um N e outro S. Um pólo unitário pode
ser considerado como aquele que repele um pólo exatamente semelhante,
colocado a 1 centímetro de distância, com uma força de 10 micronewtons.
A lei de Coulomb para o magnetismo diz que a força entre dois pólos magnéticos
é diretamente proporcional ao produto das intensidades magnéticas dos pólos e
inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas. A força é de
repulsão e os pólos magnéticos forem iguais ou de atração se os pólos
magnéticos forem diferentes.
As linhas de fluxo de um campo magnético são coletivamente chamadas fluxo
magnético, para o qual se usa o símbolo F, a letra grega Phi. A unidade de fluxo
de indução magnética no Sistema Internacional de Unidades é o weber (wb).
Este arquivo pode ser baixado em: Aula 02 - Fundamentos de Magnetismo.

Aula 03 - Fundamentos de Eletrostática


Vários experimentos de eletrização
por atrito foram realizados por Tales, Fracastoro, Gilbert, , Nollet, Dufay e
Desaguliers. O primeiro deste fenômenos de eletrostática foi descoberto com o
âmbar (resina fossilizada chamada de “elektron"), mais ou menos há 25 séculos,
pelo filósofo grego Tales, da cidade de Mileto (640 – 540 a.C.). Ele observou que
o âmbar, depois de atritado, adquire a propriedade de atrair corpos leves. O
âmbar atritado (friccionado na pele de gato) atraía vários tipos de objetos
pequenos, tais como: fio de cabelo, folha seca, e felpas de tecidos.

Eletrostática por Tales de Mileto

Na primeira experiência cortamos vários pedacinhos de papel e os deixamos


sobre a mesa. Pegamos também um pente plástico ou então uma régua plástica.
Também pode ser utilizado o corpo rígido de uma caneta, desde que feito de um
único material para evitar a ocorrência de efeitos mais complicados (isto é, a
caneta não deve ter partes metálicas, etc). Então aproximamos o pente de
plástico dos papeizinhos, sem tocar neles. Nada acontece nos papeizinhos ao
aproximar o pente dos papeizinhos.
Agora atritamos o pente no casaco
de lã ou em uma folha de papel (como o papel toalha, papel higiênico ou
guardanapo de mesa), esfregando-o rapidamente para frente e para trás.
Em seguida aproximamos o canudo atritado dos papeizinhos, novamente sem
tocá-los, apenas chegando bem perto. Observa-se que a partir de uma certa
distância eles pulam para o pente atritado e alguns papeizinhos ficam grudados
nele. Podemos afastar o canudo da mesa que eles continuam grudados nele,
veja figura.
Na figura temos um pente atritado longe de papeizinhos e o pente atritado atrai
os papeizinhos ao se aproximar deles.
Definições: Em geral se diz que o corpo de plástico que não foi atritado e que
não atrai os pedacinhos de papel está eletricamente neutro ou, simplesmente,
neutro. Também se diz que o corpo de plástico, ao ser atritado, adquiriu uma
carga elétrica ou que ficou eletrizado, eletrificado, carregado eletricamente ou,
simplesmente, carregado. O processo é chamado de carga por atrito, eletrização
por atrito ou de eletrificação por atrito. A atração entre estes corpos é chamada
algumas vezes de atração elétrica ou de atração eletrostática.
Eletrostática com o Perpendículo de Fracastoro

O instrumento elétrico mais antigo inventado pelo


homem foi criado por Girolamo Fracastoro (1478-1553), ele foi um poeta, médico
e filósofo de Verona. Fracastoro é mais conhecido por seus trabalhos de
medicina, especialmente epidemiologia, sendo dele a denominação de sífilis
para uma conhecida doença venérea.
Fracastoro apresentou este instrumento em um livro que publicou em 1546. Ele
o utilizou para mostrar que o âmbar atritado atrai não apenas palha e gravetos,
mas também um outro pedaço de âmbar e até mesmo um metal como a prata.
Foi ele também quem descobriu que o diamante tem a capacidade de atrair
corpos leves ao ser atritado, assim como o faz o âmbar atritado.

Pela descrição anterior vem que


Fracastoro deveria prender na parte inferior de seu perpendículo um pequeno
pedaço de âmbar ou de prata. Ao aproximar um âmbar atritado do perpendículo,
teria observado que este pedaço de âmbar ou de prata se afastava da vertical,
aproximando-se do âmbar atritado. A vantagem do perpendículo é que atração
do fio contrabalança o peso do corpo. Isto é, a atração gravitacional da Terra é
equilibrada pela tração do fio. Isto facilita a observação do movimento horizontal
do pequeno corpo que está suspenso na parte inferior do fio. Suponha que, em
vez disto, o pedacinho de âmbar estivesse solto sobre uma mesa. Neste caso
seria difícil, devido ao peso e à densidade destes corpos, observar este
pedacinho de âmbar ou de prata sendo suspenso no ar e sendo atraído por um
âmbar atritado que se aproximasse por cima dele.
Eletrostática com o Versório de Gilbert
Um dos cientistas que deu início às pesquisas modernas sobre o magnetismo e
sobre a eletricidade foi William Gilbert (1544-1603), um médico inglês. Em 1600
ele publicou um livro muito importante na história da ciência, "Sobre os Imãs e
Corpos Magnéticos e sobre o Grande Imã, a Terra". Nesta obra relata muitas
descobertas relevantes sobre magnetismo.
Na sua época a orientação da bússola era explicada por um alinhamento dos
polos magnéticos da bússola com os polos da esfera celeste. Gilbert propôs pela
primeira vez a ideia de que a Terra é um grande ímã, fornecendo assim um
modelo para a orientação da bússola explicada por sua interação magnética com
a Terra. No segundo capítulo de seu livro ele descreve diversas experiências de
eletrostática com o intuito de distinguir os fenômenos associados ao ímã dos
fenômenos associados ao âmbar. Para istro construiu o versório de Gilbert.

Versório é um instrumento que


normalmente consiste de duas partes: um membro vertical, que age como um
suporte fixo em relação à Terra, e um membro horizontal capaz de girar
livremente sobre o eixo vertical definido pelo suporte. Ele é similar a uma bússola
magnética em sua construção, exceto pelo fato do membro horizontal não ser
magnetizado como ocorre na bússola. Conceitualmente, a habilidade do membro
horizontal poder girar livremente significa que este instrumento é muito sensível
a torques externos muito pequenos. Portanto, pode ser usado para detectar
estes torques da mesma forma como uma bússola detecta o torque magnético
exercido pela Terra.
Quando em repouso, o versório vai apontar para uma direção horizontal arbitrária
(ele pode apontar ao longo da direção Leste-Oeste, por exemplo, ou pode
apontar para uma árvore específica).
Aproxima-se um plástico (canudo, régua, ...) neutro de um versório metálico, sem
tocá-lo. Observa-se que nada acontece. Atrita-se o plástico e repete-se a
experiência com o plástico atritado. Neste caso observa-se que os versórios
feitos de todos os metais são orientados pelo plástico atritado, tendendo a ficar
apontando para o plástico. O mesmo ocorre se o versório for feito de papelão ou
de madeira. Esta experiência mostra que o plástico atritado influencia corpos
próximos.
Cargas negativas e positivas de Dufay
Charles François
Cisternay Dufay (1698-1739), com suas experiências utilizando uma folha de
ouro, eletrificado com haste de vidro atritada, a folha foi repelido pela haste, mas
foi atraído por outro haste de resina atritada e este foi o ponto de partida para
uma descoberta de grande importância na história da eletricidade: "Há dois
diferentes tipos de eletricidade, muito diferentes uma das outra: um chamado
eletricidade vítreo e outros resinoso. O primeiro é o de vidro, quartzo, pedras
preciosas, pêlos e muitas outras substâncias, o segundo é o âmbar, goma-laca,
seda, linha, papel e outros organismos ".
Ao realizar experiências com vários corpos electrificados, descobriram que
podem ser separados em dois grupos: um primeiro grupo que consiste em
organismos cujo desempenho é igual à de uma barra de vidro é friccionado com
seda. Neste caso, podemos ver que tudo desse conjunto corpos eletrizados se
repelem é, dito hoje, que esses corpos são eletrificados positivamente , ou que,
quando friccionado, adiquiriu uma carga elétrica positiva.
O segundo grupo é constituído pelos corpos que se comportam como uma barra
de borracha dura (resina) esfregado com um pedaço de pele de gato. Pode-se
também observar que todos os corpos deste grupo repelem, mas atrair os corpos
do grupo anterior.
Desses corpos é dito hoje em dia que são eletrificadas negativamente , ou que
adquiriram carga negativa Dufay e chegou à seguinte conclusão: Existem dois
tipos de eletricidade, chamou de eletricidade positiva ou vítreo e outras resinosas
ou negativo. As cargas elétricas do mesmo tipo repelem e de tipo diferente
atraem.
Os eletroscópios de Jean-Antoine Nollet inventou um eletroscópio com
lâminas de ouro em 1750. Eletroscópio são instrumentos destinados a verificar
a existência de carga elétrica em um determinado corpo. O eletroscópio do tipo
folhas é o mais conhecido.

Esse tipo de eletroscópio é formado por duas finas


lâminas de ouro presas numa das extremidades de uma haste metálica, sendo
que na outra extremidade dessa mesma haste é presa uma esfera de material
condutor. Tal sistema é acondicionado dentro de uma ampola de vidro, suspenso
e totalmente isolado. Quando se aproxima um corpo eletrizado da esfera
condutora, as lâminas de ouro do eletroscópio se abrem, pois o corpo eletrizado
induz na esfera condutora, cargas de sinal contrário às dele, produzindo assim
a repulsão entre as folhas. Quando está neutro, as lâminas permanecem
fechadas. Se você afastar o corpo eletrizado as lâminas retornam à situação
inicial, mas se você encostá-lo na esfera haverá eletrização por contato e as
lâminas se abrirão. Os eletroscópios detetam apenas se um corpo está ou não
eletrizado, não detetando o tipo de sinal de sua carga.
Atração de líquidos de Desaguliers

Na experiência trabalhamos com


substâncias sólidas. Agora vamos ver o efeito do âmbar ou do plástico atritado
sobre líquidos. Novamente o ideal é aproximar um canudo (estando ou não
atritado) do líquido, mas sem que exista o toque entre ambos.
Abre-se uma torneira e deixa-se escorrer de forma contínua um fino filete de
água. Aproxima-se um canudo de plástico neutro do filete e nada acontece.
Agora atrita-se o canudo e repete-se a experiência. Neste caso observa-se que
o filete de água curva-se visivelmente no sentido do canudo! Isto é mais
facilmente observado quando aproximamos o canudo atritado da parte superior
do filete, onde a água tem uma velocidade menor. Às vezes a atração é tão
grande que o filete de água encosta no canudo.
Uma experiência análoga a estas parece ter sido realizada pela primeira vez por
Jean Théophile Desaguliers (1683-1744) em 1741.

Este arquivo pode ser baixado em: Aula 03 - Fundamentos de Eletrostática.

Aula 04 - Fundamentos de eletromagnetismo

A descoberta do Magnetismo remonta a 3000 a.C., quando na Ásia Menor um


pastor observou que a ponta metálica do seu cajado era muitos vezes atraída
pelo solo. Após algumas observações, o pastor concluiu que essa atração era
exercida por uma espécie de rocha a que se deu o nome de Magnetite.
Também na Grécia Antiga, um filósofo de nome Tales observou que pequenos
objetos eram atraídos pelo âmbar, depois de friccionado. Como não havia
explicação para este fenômeno, atribuía-se a esta resina fóssil um poder mágico.
Muitos séculos mais tarde, descobriu-se que outros materiais, depois de
friccionados, também atraíam outros corpos. Esta propriedade passou a chamar-
se eletricidade, que deriva do grego Elektron, que significa âmbar.
Em 1800 Alessandro Volta fez uma interessante descoberta que permitiu uma
melhor compreensão dos fenômenos elétricos. Alessandro Volta consegue
finalmente construir uma pilha, a pilha de Volta, o que permitiu inúmeras
pesquisas no que diz respeito aos fenômenos elétricos.

Vinte anos mais tarde, em 1820, um


cientista de nome Oersted descobre, por acaso, que um fio quando percorrido
por corrente eléctrica exerce um efeito, semelhante ao de um ímã, sobre uma
agulha magnética.
Estabelece-se assim a ligação entre Eletricidade e Magnetismo.
Em 1820, Hans Christian Oersted (1777-1851) mostrou que uma bússola sofria
deflexão quando era colocada perto de um fio percorrido por uma corrente. Por
outro lado era conhecido que campos magnéticos produzem deflexão em
bússola, o que levou Oersted a concluir que correntes elétricas induzem campos
magnéticos. Com isto ele havia encontrado, então, uma conexão entre
eletricidade e o magnetismo. Ele observou também, que os campos magnéticos
produzidos por correntes elétricas, em um fio retilíneo, tinham a forma de círculos
concêntricos como mostra a figura (a). O sentido destas linhas é indicado pelo
norte da bússola. Uma outra forma de se determinar o sentido das linhas de B é
usar a regra da mão direita, a qual é mostrada esquematicamente figura (b).
Há muito tempo se observou que certos corpos tem a propriedade de atrair o
ferro. Esses corpos foram chamados ímãs. Essa propriedade dos ímãs foi
observada pela primeira vez com o tetróxido de triferro, numa região da Ásia,
chamada Magnésia. Por causa desse fato esse minério de ferro é chamado
magnetita, e os ímãs também são chamados magnetos.
A magnetita é o ímã que se encontra na natureza: é o ímã natural. Mas, podemos
fazer com que os corpos que normalmente não são ímãs se tornem ímãs. Os
ímãs obtidos desse modo são chamados ímãs artificiais. Chamamos corpo
neutro àquele que não tem propriedade magnética; corpo imantado àquele que
se tornou ímã. Chamamos imantação ao processo pelo qual um corpo neutro se
torna imantado. Teoricamente, qualquer corpo pode se tornar um ímã. Mas a
maioria dos corpos oferece uma resistência muito grande à imantação. Os
corpos que se imantam com grande facilidade são o ferro e certas ligas de ferro
usadas na fabricação de ímãs permanentes. Uma dessa ligas é o ALNICO,
composta de ferro, alumínio, níquel, cobre e cobalto.
Os principais processos de imantação são: Por indução magnética que é o
fenômeno pelo qual uma barra de ferro se imanta quando fica próxima de um
ímã. Por "aproximação" no qual uma barra de ferro neutra é colocada próxima
de um ímã, ela se imanta. Por corrente elétrica onde temos um condutor enrolado
em uma barra de ferro e percorrido por uma corrente elétrica; a barra de ferro se
torna um ímã. Como a imantação foi obtida por meio de uma corrente elétrica,
esse ímã é chamado eletroímã.
Há bastante aplicações para os eletroímãs pois conseguimos obter eletroímãs
muito mais possantes do que os ímãs naturais e ter o controle do eletroímã,
controlando a corrente que passa pelo condutor; assim, aumentando a
intensidade da corrente, o eletroímã se torna mais possante; suprimindo-se a
corrente, ele deixa de funcionar.
Indução eletromagnética
Vários cientistas colaboram com trabalhos na área de magnetismo e
eletromagnetismo. Em 1820 o físico dinamarquês Hans Oersted (1777-1851)
descobriu que a agulha magnética de uma bússola era defletida quando
colocada próxima de um condutor percorrido por uma corrente elétrica.
Até esta época a maneira conhecida de gerar corrente elétrica era através das
pilhas voltaicas. A idéia de gerar energia elétrica através do magnetismo levou
vários físicos a estudarem a possibilidade de inverter os efeitos obtidos nas
experiências de Oersted.
Michael Faraday (1791 – 1867)
acreditava que a eletricidade, o magnetismo e a gravidade poderiam ser
fenômenos descritos em uma única teoria. Após vários estudos, em 1831,
Faraday provou que a eletricidade e o magnetismo estavam ligados.
Enrolando dois fios em lados opostos de um anel metálico, com um dos fios
ligado a uma bateria e outro a um medidor de corrente, Faraday demonstrou que
a variação de um campo magnético gera corrente elétrica. O desenho abaixo
mostra o esquema da experiência de Faraday.
O fenômeno observado nesta experiência é chamado de indução
eletromagnética e serviu como base para a teoria eletromagnética que foi
desenvolvida posteriormente. Esta descoberta revolucionou a indústria e mudou
o mundo. Até hoje utilizamos este conhecimento para gerar energia elétrica em
usinas hidroelétricas e em vários aparelhos que contém um dínamo.
O dínamo é constituído por um imã fixo em um eixo móvel, ao redor deste eixo
existe uma bobina (fio condutor enrolado, constituindo um conjunto de espiras).
Não existe contato físico entre o imã e a bobina. O imã gira com a bobina ao seu
redor. Este movimento gera a variação do campo magnético do imã, surgindo
então, uma corrente elétrica no conjunto de espiras da bobina.
Permeabilidade magnética
A propriedade de um material pela qual ele muda a indução de um campo
magnético, em relação ao seu valor no ar, é chamada permeabilidade (m). A
permeabilidade do ar é a de valor unitário, mar = 1.
As permeabilidades das substâncias ditas diamagnéticas são ligeiramente
inferiores a uma unidade, ao passo que as permeabilidades de substâncias
paramagnéticas são ligeiramente maiores do que a unidade. A permeabilidade
é uma razão de densidades de fluxo e, por conseguinte, não tem dimensão.
Se uma folha de ferro cobre um ímã, não existe campo magnético acima da folha,
porque o fluxo entra no ferro e segue um trajeto inteiramente dentro do próprio
ferro. A indução magnética no ferro é maior do que no ar; por conseguinte, diz-
se que o ferro tem elevada permeabilidade. As permeabilidades de outras
substâncias ferromagnéticas também são muito altas.
À esquerda, as linhas de fluxo que cruzam o entreferro de um ímã. À direita, as
linhas de fluxo magnético acompanham o anel de ferro doce, que é mais
permeável do que o ar.

Quando colocamos uma barra de ferro doce num campo magnético, devido à
sua permeabilidade, o campo é distorcido e o fluxo magnético passa pelo ferro,
em vez de pelo ar. A barra de ferro doce se transforma num ímã, nessas
circunstâncias, com a extremidade A como pólo S e com a B como pólo N. Diz-
se que essa barra está imantada por indução. O magnetismo produzido numa
substância ferromagnética, pela influência de um campo magnético, é chamado
magnetismo induzido.
Se o campo magnético for retirado, removendo-se os dois ímãs de barra (ou o
ímã em forma de U), a maior parte do magnetismo induzido se perde; os ímãs
produzidos por indução são conhecidos como ímãs temporários. Um pedaço de
aço temperado não é tão fortemente magnetizado por indução, mas conserva
maior magnetismo residual, quando retirado do campo indutor.
O processo de imantação é um pouco mais eficiente, devido à redução da lacuna
de ar; a isso, às vezes, se dá o nome de imantação por contato. O prego se
transforma num ímã, por indução.
Histerese Magnética
A intensidade do campo magnético, H, atua sobre o material como força
imantadora, na indução magnética.
À medida que um material ferromagnético é sujeito a uma força imantadora cada
vez maior, a densidade do fluxo, B, aumenta até que o material fica saturado. Se
a força imantadora for então reduzida a zero, a imantação não retorna ao zero,
mas fica atrasada em relação à força imantadora. O retardamento da imantação
atrás da força imantadora é conhecido como histerese. Quanto maior o
retardamento, maior o magnetismo residual conservado pelo material.
A densidade do fluxo, e portanto a imantação, só pode ser reduzida a zero
invertendo-se o campo magnético e aumentando a força imantadora no sentido
oposto. A força imantadora inversa, se suficientemente aumentada, faz com que
o material torne a atingir a saturação, mas com os seus pólos invertidos.
Reduzindo a força imantadora a zero e então elevando-a no sentido original.
Este processo pode ser repetido e a imantação do material acompanha uma
curva chamada curva de histerese.
O aço temperado tem característica de histerese de 'arco denso', porquanto o
magnetismo residual é elevado; o ferro doce tem característica de 'arco fino'. A
área dentro de uma curva de histerese dá uma indicação da quantidade de
energia dissipada, ao se levar uma substância ferromagnética através de um
ciclo completo de imantação. No funcionamento de muitos dispositivos elétricos,
essa energia é desperdiçada, e aparece como calor: a característica de histerese
de um material ferromagnético é, portanto, importante consideração a ser levada
em conta no projeto desses dispositivos elétricos.
Aplicação de eletromagnetismo em Eletroímãs
Os eletroímãs, através do campo magnético que produzem, aplicam uma força
magnética em peças adequadas, as quais, por sua vez, podem ser utilizadas
para elevar uma carga, acionar um relé, afrouxar um freio sob pressão por molas,
sustentar um peça de trabalho etc. Para tanto, os eletroímãs apresentam
diferentes formas construtivas.
Em (a) temos o eletroímã de núcleo, utilizado para afrouxar freios, para
vibradores, contactores etc.; em (b) aquele de alavanca móvel, utilizado em
contactores e relés; em (c) aquele de armadura tipo pistão, utilizado em freios,
acionamento de engrenagens etc.; em (d) o tipo com núcleo em E e, em (e) o
tipo de bobina anular usados nas embreagens.

A parte móvel de um eletroímã se chama armadura. A atração que o núcleo do


eletroímã aplica sobre a armadura é tanto mais intensa quanto mais intenso for
o fluxo magnético. Assim, para um dado eletroímã a intensidade da força atrativa
(chamada força portante) sobre a armadura será tanto maior quanto mais intensa
seja a corrente elétrica e quanto menor for a distância que separa a armadura
do núcleo. Essa distância entre a armadura e o núcleo é o 'entreferro'. Na maioria
dos modelos de eletroímãs a força portante cresce ao diminuir o entreferro.

Aula 05 - Experimentos com Kit Bender

Figura 01 - Transformador Desmontável Bender

Normalmente a energia elétrica não é gerada sob a forma e parâmetros


apropriados a uma determinada utilização e, assim sendo, o problema
de alterações nos valores de tensões e correntes apareceu logo nas primeiras
aplicações industriais.
Os aparelhos imaginados para resolver tais problemas são de concepções que
datam de mais de um século.

Figura 02 - Fotos do Transformador desmontável Bender

Tais aparelhos recebem a denominação genérica de transformadores e são


melhores conhecidos sob adjetivos que especificam mais acuradamente suas
funções particulares, tais como: elevadores de tensão, abaixadores de tensão,
de isolamento, casadores de impedância, de modulação, de acoplamento, de
pulso, de saída, etc.
Vamos nos restringir ao uso de um transformador desmontável para fins
didáticos.
A figura 01 ilustra as partes que constituem esse 'kit Bender', que provavelmente
já existente em muitas escolas e faculdades.
A figura 02 temos parte das peças que constituem o kit Bender sobre a bancada.
Experimentos com o 'kit Bender'

O 'transformador utilizado no kit possui um núcleo desmontável com área de 40


x 40 mm, o qual define a potência máxima deste transformador, veja figura 03.
Figura 03 - Dimensões do núcleo

Como primário usamos a bobina de 250 espiras (ou a de 300 espiras) e como
secundário a bobina de tubo de cobre com 5 ou 6 espiras, veja figura 04.
Se a tensão aplicada é de Up = 120 VAC, a corrente no primário ficará ao redor
dos 5 A (Ip = 5 A); se usarmos a bobina de 300 espiras no primário e a de 5
espiras no secundário teremos a seguinte corrente:

Ip/Is = Ns/Np ;
Is = Ip.Np/Ns ;
Is = 5.300/5 ;
Is = 300 A .
Experimento 1 - Modo para se obter altas intensidades de correntes.
Aplicação: Solda elétrica.
Figura 04 - Aplicação de transformador - Solda Elétrica

O transformador ilustrado na figura 04 é utilizado para demonstrar o


funcionamento de uma solda elétrica.
O secundário é uma bobina de 5 espiras feitas com um tubo de cobre de parede
espessa e cerca de 1 cm de diâmetro. Quando o secundário é posto em curto
circuito a corrente assume valores de centenas de ampères.
Dois pregos (ou pedaços de arame) são colocados na parte de soldagem e,
quando entram em contato, esquentam até o rubro e, eventualmente, se fundem.

Figura 05 - Fotos do experimento (A) - Solda Elétrica

Várias tiras pequenas de metal podem ser colocadas entre os pontos de solda;
quando estes são apertados contra elas, soldam-se, veja figura 05.
uma às outras. Há um tubo isolante (fibra) separando o núcleo de ferro das
espiras do secundário.
Veja o vídeo do experimento no link: Solda Elétrica com Kit Bender .

Experimento 2 - Modo para levitar objetos. Aplicação: Anel de Thompson.

Figura 06 - Foto do experimento (B) - Anel de Thompson

O anel de Thompson ou vulgarmente anel saltitante, é essencialmente um


transformador de núcleo aberto no qual a bobina secundária se reduz a uma
única espira de fio grosso. Na prática, o secundário é um anel metálico,
normalmente de alumínio, de paredes grossas, veja figura 06.
Quando a bobina primária (250 ou 300 espiras de fio de cobre esmaltado para
corrente de 5 a 10 A) está conectada à rede elétrica (117 VAC), a corrente
induzida na bobina secundária (anel metálico de parede grossa) é muito intensa
(faça os cálculos!) e gera um forte campo magnético em seu interior.
A lei de Lenz aplicada ao sentido dessa corrente justifica a concordância das
polaridades desses dois campos (o indutor e o induzido) e a conseqüente força
de repulsão que surge no anel, fazendo-o saltar. Obviamente no sistema indutor
(núcleo e bobina primária) aparece a reação dessa força de repulsão,
comprimindo o sistema contra a mesa (ou sobre o prato de uma balança de
molas, se o intuito do experimento é constatar o valor médio da intensidade
dessa força, ou a validade da terceira lei de Newton).
É muito interessante observar o que ocorrerá quando o anel de alumínio
(material mais utilizado) é resfriado em nitrogênio líquido. Tal resfriamento
aumenta substancialmente a condutividade do material do anel, a corrente
induzida adquire valores especialmente notáveis e o anel congelado saltará
muito mais alto.

Figura 07 - Aplicação de transformador - Anel de Thompson

Se a bobina primária é 'energizada' e então abandonarmos o anel no centro do


núcleo de ferro, ele irá levitar. Se tentarmos arrastá-lo para baixo, até o topo da
bobina primária, iremos sentir uma força repulsiva muito intensa; talvez até
consigamos levá-lo até lá --- mas, prepare-se para soltá-lo rapidamente pois o
aquecimento que se manifestará será um bocado intenso.
Não nos esqueçamos da lei de Joule! A energia desenvolvida sob a forma de
calor é proporcional à resistência elétrica do anel, ao quadrado da intensidade
de corrente nele induzida e do intervalo de tempo que dura a indução.
Para uma explicação rápida do fenômeno basta informar que a bobina primária
e o anel secundário comportam-se como duas barras magnéticas cujos pólos de
mesmo polaridade se defrontam.
Para que o anel salte, o campo magnético gerado pela bobina não pode estar
confinado ao núcleo (o que acontece quando o núcleo está fechado, como na
foto ao lado). Ele deve se 'espalhar', de modo que B (vetor indução magnética)
admita um componente vertical (que é responsável pelo estrangulamento do
anel) e um componente horizontal/radial (que é responsável pela repulsão do
anel para cima).

Figura 08 - Transformador com núcleo fechado.

Se substituirmos o anel rígido por uma espiral toroidal fechada de fio de cobre,
pode-se verificar o estrangulamento do anel toroidal.
Quando o fluxo está crescendo, o sentido da força de Lorentz sobre o anel é o
de repulsão e, quando está decrescendo, é o de atração.
Este fato e a inércia do anel deveria impedir qualquer movimento, todavia, o
desequilíbrio ocorre por conta da pequena indutância do anel, que atrasa um
pouco a corrente e faz com que, numa pequena fração do ciclo, ocorra a
concordância entre o sentido da corrente e o do campo, necessário para ocorrer
a repulsão, conforme ilustração da figura 07.
Obviamente nenhuma das explicações dadas para o anel saltador aqui
apresentadas no texto acima é completa; o aluno do ensino médio ainda não tem
os recursos necessários para o entendimento da não uniformidade de campo
magnético que se origina no núcleo e seus efeitos sobre o anel. Se fecharmos o
núcleo (como na ilustração acima) o anel não mais apresentará qualquer
tendência de 'saltar'; o que justifica esse meu parágrafo sobre a 'não
uniformidade do campo'.
Com o núcleo fechado (conforme ilustração da figura 08) não ocorre considerável
espalhamento do campo para fora do núcleo, o que é indispensável para o pulo
do anel.

Veja o vídeo do experimento no link: Anel de Thompson com Kit Bender .

Experimento 3 - Modo para se obter altíssima intensidade de correntes.


Aplicação: Forno de Indução.

Figura 09 - Aplicação de transformador - Forno Magnético

Para esta experimentação usamos da "calha". Esta consiste de um aro metálico


(cobre ou latão), que comporta uma canaleta (um rebaixo) no círculo médio,
fixado a um punho de madeira. No fundo é uma chapa circular com um sulco na
região central capaz de reter uma pequena quantidade de água. Montando o
sistema como se ilustra e ligando-se a corrente primária esta água ferve em
segundos (2 ou 3 segundos!). Em 5 s toda a água já terá se vaporizado.
Colocando-se a cabeça de um palito de fósforo nesta calha (em substituição à
água), o fósforo arderá em segundos. A calha passa a ser uma espira única e de
resistência desprezível; a corrente induzida alcança a casa dos mil ampères
facilmente.
Veja o vídeo do experimento no link: Solda de Indução com Kit Bender .

Experimento 4 - Modo para se obter alta tensão - Aplicação: Chifre elétrico.


Figura 10 - Aplicação de transformador - Chifre Elétrico

O transformador elevador de tensão apresenta como primário uma bobina de


150 ou 300 espiras e como secundário uma bobina de 12 000 ou 24 000 espiras.
A razão de transformação é a mesma nos dois casos:

Figura 11 - Foto de Aplicação de transformador - Chifre Elétrico

Up/Us = Np/Ns , então, 110V~/Us = 150/12000 ==> Us = 8 800


V~
Up/Us = Np/Ns , então, 110V~/Us = 300/24000 ==> Us = 8 800
V~

Nos terminais da bobina secundário, onde teremos disponível a alta tensão


alternada, ligam-se duas varetas metálicas, dispostas na vertical, em forma de
V, lembrando um par de chifres. Eis as ilustrações da fira 10 e 11.
Os detalhes do funcionamento e as causas da subida da faísca nos chifres
podem ser vistos, em detalhes, no trabalho que trata especificamente do "chifre
elétrico".
Veja o vídeo do experimento no link: Arco Elétrico com Kit Bender .

Experimento 5 - A corrente no primário depende da carga no secundário.


Uma lâmpada de 117V/40W colocada em série com o primário (250 ou 300
espiras) acende com fraco brilho quando o secundário (que contém uma
lâmpada de automóvel de 12V/70W) está aberto.

Figura 12 - Foto de Aplicação de transformador


Correntes primário e secundário

Ao se fechar o circuito secundário, a lâmpada de 12V brilha e a lâmpada da


110V/40W brilha mais intensamente, acusando um aumento da intensidade de
corrente no primário.

Referências: Figuras e Texto retirado do site Feira de Ciências.

© Direitos de autor. 2017: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização:


21/01/2017

Aula 06 - Projeto de Pequenos Transformadores Monofásicos


Figura 01 - Transformador Monofásico

Transformador Monofásico é um equipamento elétrico usado em transformar


correntes, impedâncias e tensões. Transforma o valor da tensão, por exemplo,
de 110 Volt para 24 Volt, ou vice-versa.
Esta capacidade do transformador permitiu a grande expansão no transporte,
distribuição e utilização da energia elétrica e, juntamente com o motor de
corrente alternada, mostrou o grande interesse da utilização da corrente
alternada, numa época em que se confrontavam idéias sobre a melhor maneira
de usar a energia elétrica, se sob a forma de corrente contínua ou sob a forma
de corrente alternada.
No transformador monofásico existe um núcleo de ferro em torno do qual estão
montadas duas bobinas, uma para receber a tensão (o primário) e outra para
fornecer a tensão (o secundário).
Para projetarmos um transformador, é necessário primeiro definir o tipo e a
finalidade do mesmo, se é para uso como estabilizador, isolador de corrente ou
simplesmente como transformador de voltagem.
Figura 02 - Núcleo de Transformador

Definindo o seu uso, vamos definir as voltagens dos enrolamentos, se os


mesmos serão de uso contínuo ou intermitente e qual a potencia que
necessitamos.
Vamos fazer nosso projeto calculando a bitola do fio, numero de espiras de cada
bobina, sessão em mm² do ferro silício etc.
Neste material concentraremos o procedimento de cálculo de um transformador
abaixador com tensão de entrada de 220V, tensão de saída 24V e corrente de
saída 4A e freqüência de operação 60 hz. .
Devemos calcular a ferragem de chapas de ferro silício para transformador do
tipo encouraçado definindo as medidas da perna central (Seção Bruta = 2a x b)
que é a área do núcleo, e o numero de chapas, geralmente é 0,3556 mm.
Continuamos o cálculo passo a passo.

Figura 03 - Carretel em bobinadeira manual


Na figura 02 são determinadas as medidas proporcionais do ferro silício, no
transformador. Tanto as parte laterais quanto as superiores e inferiores (a)
devem ter as mesmas medidas, a parte central deve ter o dobro da medida (2a).
Calculamos também as espiras do enrolamentos primários sendo de fio
esmaltado derivado em duas seções (110 + 110). As espiras do enrolamentos
secundário são de fio esmaltado derivado em duas seções (12 + 12).
Os carretéis comerciais (Tabela 01) utilizados na montagem de transformadores
têm dimensões padronizadas.
A densidade de corrente que iremos trabalhar é de 4A/mm2.
Para melhorar a qualidade deste transformador, daremos uma demão de
esmalte isolante em todas as chapas de ferro silício e isolaremos cada camada
dos enrolamentos com um papel isolante de 0,1mm sendo que entre o primário
e o secundário uma camada isolante de 0,2mm.

Figura 04 - Isolação entre Bobinas

No acabamento final de todos os enrolamentos, para proteger as pontas dos


mesmos que ficarão externas, passaremos uma fita auto-adesiva de papel
isolante de 0,4mm. Podemos dar um banho de esmalte isolante no transformador
depois de pronto.
Para enrolarmos transformadores, devemos separar tiras de papel isolante, cola
branca, cadarço, carretel e chapas de aço silício.
Devemos enrolar uma espira do lado da outra, bem organizada, esta
organização é extremamente importante para caber as laminas no carretel após
tudo feito.
Para iniciar o enrolamento de um transformador , o carretel deve ter um orifício
na aba lateral, rente ao fundo do carretel, verificando o lado que permanece fora
do núcleo; as espiras devem ficar unidas, tanto quanto possível, uma das outras
para otimizar do espaço existente; o isolamento entre camadas é feito com uma
fibra de papel impermeável de baixa espessura.
A inserção de uma fibra isolante entre o final do enrolamento primário e o início
do enrolamento secundário é fundamental devido a maior diferença de potencial
existente. Use uma tensão mecânica adequada nos condutores, durante a
colocação dos enrolamentos. Esforços maiores poderão romper o fio, ou em
caso contrário, as espiras ficarão frouxas dificultando a sua acomodação.
Tabela 01 - Roteiro de Cálculo.

A saída do terminal do enrolamento deve ser feita ao lado da extremidade onde


ocorreu a entrada do enrolamento. Coloque um espaguete fino para isolar o
condutor da camada inferior. O restante da última camada, quando não tiver o
total das espiras, poderá ser preenchida por uma fibra isolante cuja espessura
deverá ser a mais próxima possível do diâmetro do fio. Desta forma a camada
ficará bem nivelada, permitindo um melhor acabamento.
O enrolamento secundário deverá ter seus terminais, no lado oposto ao do
enrolamento primário. Use uma fibra isolante final para o encerramento dos
enrolamentos e proteção do conjunto. Efetue a secagem em estufa com
temperatura controlada para retirar a umidade e providencie a impregnação com
verniz apropriado a fim de aumentar o poder de isolação, evitando a penetração
de umidade e reduzindo os efeitos da vibração entre espiras e das chapas do
núcleo. Faça uma avaliação da performace do transformador construído
efetuando os testes de resistência do isolamento, continuidade dos circuitos,
corrente a vazio, perdas no cobre e no ferro.

O roteiro para cálculo de transformadores pode ser baixado em: Aula 01 - Projeto
de pequenos Transformadores Monofásicos.

Aula 07 - Manutenção com uso de Instrumentos de Medições Analógicos

Os instrumentos de medições elétrica geralmente são usados para fazer


acompanhamento em uma instalação elétrica, o monitoramento de uma
instalação elétrica é muito importante na prevenção de possíveis problemas que
pode prejudicar um sistema de fornecimento de energia elétrica, podendo assim
provocar interrupções de energia gerando perca na produção ou outros tipos de
transtorno.
Os instrumentos de medições pode ser usados em sistema operacional, onde os
operadores de painéis usam os mesmos para controlar sua produtividade.
Existem diversos tipos de instrumentos de medições , desde os mais simples até
os mais sofisticados que são os que se usam na automação.
Os instrumentos de medições mais usados nas montagens mais simples são,
medidores voltímetros, medidores amperímetros, medidores horímetros,
medidores de temperatura, medidores rpm e outros mais, já em painéis mais
sofisticados que é o caso da automação são usados, medidor transmissor de
vazão, medidor de nível e outros mais.
Existem medidores analógicos e digitais a gosto do cliente. Existem medidores
digitais que possuem varias funções facilitando assim na instalação, ao invés de
usar diversos aparelhos, usa um só com várias funções.
Voltímetros analógicos são ideais para montagem em painéis elétrico onde se
torna preciso o monitoramento das tensões elétricas,os instrumentos de
medições voltímetro analógicos são de fáceis instalações e de fácil
entendimento,a escala de medição pode ser dimensionada conforme sua
aplicação. A utilização destes tipos de instrumentos de medições em circuito
trifásico se torna necessário o uso de uma chave de aferição e uma chave
seletora ou pode-se também usar um por fase, fica a critério do seu cliente.
Voltímetros digital são menos usados por ter uma precisão um pouco duvidosa
e necessitando de algumas aferições,mas também são muito útil, e de fácil
leitura, geralmente estes tipos de instrumentos de medições já sai de fábrica
aferidos por seus fabricantes. Os voltímetros digitais são de fáceis instalação em
painéis, e de alta visibilidade, facilitando assim seu monitoramento a noite ou em
ambiente com deficiência de iluminação, cada instrumento tem sua aplicação.
Amperímetros analógicos tem uma ótima aceitação no mercado,tem boa
durabilidade e medições precisas; Os amperímetros tem por objetivo monitorar
a corrente de um motor elétrico ou até mesmo de um sistema elétrico operacional
completo, estes modelos de amperímetros são muitos usados em quadro de
distribuição de baixa tensão monitorando toda a instalação elétrica. Os
amperímetros são instalados em painéis elétricos e precisam de um
transformador de corrente (TC), para que o mesmo possa fazer a leitura de
monitoramento de uma corrente elétrica.
Amperímetros digitais tem a mesma precisão dos instrumentos de medições
analógicos, seu uso se torna de grande importância em montagens nos painéis
de operação em áreas não automatizadas, sua alimentação é independente
127/220 volts, estes instrumentos de medições também necessita de um
transformador de corrente (TC) para que possa monitorar a corrente elétrica,
ótima visualização noturno,e de fácil instalação.

Informações gerais sobre Instrumentos Analógicos podem ser obtidos


em: Informações Técnicas Gerais .
Indicadores analógicos de painel
Os indicadores analógicos de painel são instrumentos utilizados em aplicações
em que se necessita da indicação de uma grandeza qualquer como tensão,
corrente, resistência, temperatura, pressão, etc. São instrumentos de medição
onde a corrente elétrica que percorre uma bobina tem uma intensidade que
determina a deflexão da agulha. Assim, para usar tais instrumentos basta
converter a grandeza desejada em uma tensão ou corrente equivalente
(análoga) e aplicá-la ao instrumento, daí a sua denominação “instrumento
analógico”.

A base de funcionamento dos


indicadores analógico é um medidor de correntes muito baixas chamado de
Galvanômetro de D'Arsonval, o qual consiste de uma bobina que pode ser
movimentada e que está colocada entre os polos de um imã. Quando circula
corrente pela bobina haverá uma interação entre o campo do imã fixo e do
eletroímã fazendo aparecer forças que provocarão um deslocamento da bobina
móvel, deslocando junto um ponteiro o qual dará uma indicação no mostrador.
O ângulo deslocado será proporcional à intensidade da corrente através da
bobina. Se calibrarmos a escala poderemos efetuar uma medida de corrente.
Os principais elementos construtivos de um galvanômetro de bobina móvel são:
o mostrador ( escala) e o ponteiro; o imã permanente, a bobina móvel e o sistema
de suspensão. As principais características de do aparelho são: resistência
interna (Ri) e corrente de fundo de escala ( IGM) e sensibilidade (S). Um
instrumento que tem fim de escala de 50mA, terá uma sensibilidade de 1 /50mA
= 20KW/V.
1.1 - Escala
A escala é um elemento importante nos instrumentos analógicos, já que é sobre
ela que são feitas as leituras. Entre suas muitas características podem-se
ressaltar as seguintes:
• Fundo de escala:
representa o máximo valor que determinado instrumento é capaz de medir sem
correr o risco de danos.

• Linearidade: característica que diz respeito à maneira como a escala é


dividida. Quando a valores iguais correspondem divisões iguais, diz-se que a
escala é linear (ou homogênea), como aquelas mostradas na figura ao lado.
Caso contrário, a escala é chamada não-linear (heterogênea).

• Posição do zero: a posição de repouso do ponteiro, quando o instrumento não


está efetuando medidas (zero) pode variar muito: zero à esquerda, zero à direita,
zero central, zero deslocado ou zero suprimido (aquela que inicia com valor
maior que zero).
Na figura acima são mostrados alguns tipos de escalas que se diferenciam
quanto à posição do zero. Costuma-se explicitar a posição do zero através da
designação da escala.
Por exemplo: 0 – 200 mA - miliamperímetro, escala com zero à esquerda. 120 –
0 -120 V - voltímetro, escala com zero central. 40 – 0 – 200 V - voltímetro, escala
com zero deslocado. 10 – 200 Amperímetro, escala com zero suprimido.

1.2 - Características de Medidores


Os painéis dos instrumentos de medidas analógicos normalmente apresentam
gravados em sua superfície uma série de símbolos que permitem ao operador o
conhecimento das características do aparelho.

• Tipo de instrumento: Os símbolos para alguns dos principais tipos de


medidores são mostrados na tabela onde há a Simbologia de instrumentos de
medidas elétricas.

• Tensão de prova: É simbolizada por uma estrela


encerrando um algarismo, o qual indica a tensão (em kV) que deve ser aplicada
entre a carcaça e o instrumento de medida para testar a isolação do aparelho.
Na ausência de algarismo, a tensão de prova é igual a 500 V.
• Posição: Instrumentos de painel usualmente são projetados para
funcionamento na posição vertical, porém outras posições podem ser viáveis. A
figura ao lado mostra as possíveis posições de instrumentos de painel, bem
como a simbologia usada para sua representação. O uso de um instrumento em
posição diferente daquela para a qual foi projetado pode ocasionar erros
grosseiros de leitura.

• Classe de exatidão: A classe de um instrumento fornece o erro admissível


entre o valor indicado pelo instrumento e o valor real, levando-se em
consideração o valor do fundo de escala.
É indicada no painel do instrumento por um número expresso em algarismos
arábicos. Por exemplo, se amperímetro de classe 0,5 tem amplitude de escala
de 0 a 200 mA, isto significa que o erro máximo admissível em qualquer ponto
da escala é 1 mA. Portanto, se o aparelho indicar 50mA, a variação admissível
será 50 +/- 1 mA; se estiver indicando 150 mA, a variação será igualmente
150 +/- 1 mA.

1.3 - Erros em Medidas

Erros em Medidas é o desvio observado entre o valor medido e o valor


verdadeiro. Na prática é impossível eliminar todos os erros e há um valor aceito
como verdadeiro. A precisão revela o rigor com que um instrumento de medida
indica o valor de uma certa grandeza.
A Exatidão é o limite de erro, garantido pelo fabricante de um instrumento, que
se pode cometer em qualquer medida efetuada pelo mesmo, o qual deve ser
tomado como uma porcentagem do valor de plena escala de um instrumento. O
Valor de Plena Escala é o máximo valor da grandeza que um instrumento pode
medir.
Erros grosseiros são ocasionados devidos à falta
de atenção, enganos nas leituras e anotações de resultados. São de inteira
responsabilidade do operador. Para evitá-los é necessário proceder a repetição
dos trabalhos, mas é necessário sobretudo, que se trabalhe com muita atenção.
Erros ligados às deficiências do método, do material empregado ou da avaliação
da medida do operador devido á erros de graduação da escala, de ajuste entre
pinos e eixos, assim como de componentes elétricos tendem a crescer com a
idade do instrumento devido a: Oxidação; Desgaste dos contatos entre peças
móveis e fixas.Variação dos coeficientes de elasticidade de molas.
Já os erros de Leitura são devidos a influência do operador e dependem das
características do sistema de leitura. São resultados do ângulo de observação
(paralaxe) do operador.

Esses erros podem ser


limitados usando-se dois ou mais operadores e/ou equipando o instrumento com
um espelho junto à escala.

Como exemplo temos: Um Wattímetro, com escala linear, fundo de escala


de 1200 watts, com principio de funcionamento eletrodinâmico, utilizado
em tensão alternada de até 1000 volts na posição vertical, com erro máximo
de 6 watts.

2 - Tipos de Medidores
2.1 - Sistema ferro Móvel

Medidores de ferro móvel

Os medidores de ferro móvel podem ser utilizados para medir CC ou CA de baixa


frequência, podendo ainda ser utilizados para medir formas de onda não
senoidais.
Estes medidores possuem baixa classe de exatidão, por isso, são medidores
mais baratos. É comum encontrá-los nos painéis de equipamentos como
estabilizadores e geradores elétricos. O galvanômetro de ferro móvel é composto
de: parte móvel conectada ao ponteiro, elemento ferro magnético fixo, elemento
ferro magnético móvel e bobina fixa que recebe a corrente a ser medida.
Funcionamento: a bobina de excitação (4) é onde é aplicada a corrente a ser
medida; o material ferroso, sobre o qual a bobina é enrolado é fixa; quando uma
corrente circula na bobina, o material ferroso transforma-se num eletro imã
gerando um campo magnético, que aparece ao redor e por dentro do tubo. Este
campo magnético provoca o movimento da parte móvel (3) que é inserida dentro
da parte fixa, tendo liberdade de girar em seu interior. A parte de ferro móvel (3)
é acoplada a um ponteiro que gira na frente de uma escala graduada e a
estrutura deste ponteiro é preso a uma mola fixa (1) para amortecimento. Desta
forma, quando a corrente é aplicada à bobina de excitação, provocará o giro do
ponteiro até o ponto em que a força aplicada ao ferro móvel for equilibrado pela
reação da mola. Neste ponto o ponteiro para e a leitura poderá ser feita. Quando
a corrente é retirada da bobina de excitação, a mola exercerá uma força no
ponteiro, trazendo-o de volta à origem. O Sistema Ferro Móvel é utilizado para a
medição de tensão e corrente alternada senoidal. As escalas dos instrumentos
ferro móvel não são lineares e tem seu início suprimido entre 10 e 20% do final
da escala, sendo sua melhor faixa de visualização entre 30 e 80% do valor final.
Os instrumentos usados na medição de corrente alternada classe 1,5 podem ter
o valor do campo de medição (escala) dotados de uma faixa de sobrecarga de
campo para suportarem picos de curta duração sem danificar o ponteiro
(geralmente em partidas de motores), tendo como padrão o valor de 2 X o valor
do campo de medição (escala) a ser utilizada. São utilizados também com TC
"transformador de corrente" ( ... .I5A) e TP "Transformador de Potencial" ( ...
.1110, 220V).

Informações sobre Instrumentos Analógicos do tipo Ferro Móvel podem ser


obtidos em: Instrumento Tipo Ferro móvel .

2.1.1 Atração com Núcleo Mergulhador

Os Instrumentos de Atração com Núcleo Mergulhador é uma variação dos


instrumentos de Ferro Móvel são também conhecidos como instrumentos
ferromagnéticos ou eletromagnéticos. O seu princípio de funcionamento é
baseado na ação do campo magnético, criado pela corrente a medir percorrendo
uma bobina fixa, sobre uma peça de ferro doce móvel.
Neste instrumento (ferro móvel) de “atração” ou de “núcleo mergulhador”, a
corrente I circulando pela bobina fixa, faz surgir um campo magnético que atrai
o núcleo de ferro doce, dando uma leitura proporcional a corrente circulante.

3.1.2 - Instrumentos de Repulsão

Os Instrumentos de Repulsão são uma


variação dos instrumentos de Ferro Móvel são também conhecidos como
instrumentos ferromagnéticos ou eletromagnéticos.
O seu princípio de funcionamento é baseado na ação do campo magnético,
criado pela corrente a medir percorrendo uma bobina fixa, sobre uma peça de
ferro doce móvel.
A corrente i, ao percorrer a bobina fixa, imanta as duas lâminas de ferro doce A1
e A2 no mesmo sentido, criando assim uma força de repulsão entre elas. A1 é
fixa à bobina e A2 é móvel e solidária ao eixo, ao qual está também solidário o
ponteiro.

2.2 - Medidores de Bobina Móvel


O arranjo básico de um medidor de
bobina móvel é composto de um eletroíma (bobina móvel), fixado a um eixo que
pode girar. O ponteiro é preso a este eixo, e um ímã permanente é colocado
próximo ao eletroíma, fixo à carcaça. Quando a corrente elétrica é estabelecida
no fio que forma o eletroíma, este criará na região um outro campo magnético,
havendo uma superposição desse campo com o criado pelo ímã na região.
A força magnética de interação entre o ímã permanente e o eletroíma moverá
este último por estar fixado ao eixo móvel, deslocando consigo o ponteiro. Como
a intensidade da força magnética depende da corrente elétrica, o ponteiro gira
mais quanto maior for a corrente. Ao girar, o eletroíma comprime uma mola de
formato espiral; assim, o ponteiro estabiliza-se quando as forças magnética e
elástica se equilibram. Esse conjunto, funcionando dessa maneira, é
denominado galvanômetro. Ele está presente em todos os medidores elétricos
que utilizam ponteiros, como medidores de tensão (voltímetros) e de corrente
elétrica (amperímetros). Quando um galvanômetro é utilizado para medir a
corrente elétrica em um circuito, o fio do eletroíma deve ser conectado em série
a ele. Para medir tensão em um circuito, o eletroíma deve ser conectado em
paralelo a ele.
O medidor de bobina móvel é usado na medição de tensão e corrente contínua.
Como a deflexão é proporcional a corrente, as escalas são lineares e o sentido
da corrente determina (positivo ou negativo) o sentido do movimento do ponteiro.
O zero pode ser deslocado para qualquer posição da escala (zero central ou zero
suprimido). Devido a alta sensibilidade deste sistema, ele é indicado para onde
uma pequena variação pode influenciar no resultado de uma medição, induzindo
a erros. Este medidores são utilizados com Shunts em paralelo para ampliar a
escala de valores medidos.
O sistema de medição eletrodinâmico consiste de uma bobina móvel (Bb) e uma
fixa (Ba).
Perante a passagem de determinada corrente, as bobinas apresentarão a
mesma polaridade e assim levarão o ponteiro à deflexão, por repulsão.
A corrente que alimenta a bobina móvel é levada a esta por meio de 2 molas
espirais, que, simultaneamente, desenvolvem uma força contrária ao
deslocamento angular. Numa inversão do sentido da corrente, ambas as bobinas
invertem ao mesmo tempo a sua polaridade. Com isto, as condições de repulsão
entre as bobinas não se alteram e a deflexão do ponteiro se dá sempre para o
mesmo lado. Por esta razão, o instrumento pode ser utilizado tanto em corrente
contínua quanto alternada.

Informações sobre Instrumentos Analógicos do tipo Bobina Móvel podem


ser obtidos em: Instrumento Tipo Bobina Móvel .

2.3 - Medidores Eletrodinâmicos

A principal aplicação deste tipo de instrumento é


encontrada nos medidores de potência (Wattímetros). ϕ. O amortecimento é
obtido por uma câmara com ar, tal como no instrumento de ferro móvel.
Como a potência é obtida do produto da tensão pela corrente, a bobina fixa é
dimensionada como bobina de corrente, e a móvel como de tensão. A potência,
em watts, pode assim ser obtida diretamente por simples leitura.
Na medição de potências em corrente alternada, a potência indicada é a potência
útil, porque apenas aquela parte da corrente efetuará um trabalho, que estiver
em fase com a tensão, e assim seu valor P = U x I x cos
Às vezes são empregados instrumentos de medição blindados por uma chapa
de ferro, para evitar influências magnéticas presentes no ambiente externo.
Neste tipo, a bobina fixa é montada dentro de um anel de ferro fechado e
laminado, evitando-se assim a formação de correntes parasitas. A precisão do
instrumento é menor devido ao ferro.

Informações sobre Instrumentos Analógicos do tipo Eletrodinâmicos podem


ser obtidos nos links: 01 - Instrumento do Tipo Wattímetro e 02 - Instrumento do
Tipo Cossifímetro .

2.4 - Medidores de Lâminas Vibratórias

Os Indicadores para Frequência (Hz) com Sistema de Lâminas Vibratórias são


usado para medição de frequência.
Este sistema consiste em um conjunto de lâminas montadas longitudinalmente
a uma bobina que através de corrente alternada produz um campo magnético
alternado que causa vibração das lâminas por ressonância. A vibração de cada
lâmina corresponde a frequência da corrente alternada. A medição é feita através
de ligação direta F/F ou F/N. As Lâminas são fabricadas de aço temperado,
cobreada e calibradas cada uma à ressonância indicada na escala. O intervalo
de frequência entre as linguetas é de 0,5 Hz.
Assim a frequência da rede elétrica a ser medida é ligada á uma bobina e cria o
movimento oscilatório de igual frequência em uma bobina, denominando-se
excitador ao primeiro sistema (bobina) e ressonante ao segundo (lâmina). A
lâmina de aço submetida à influência de um campo magnético alternado vibrará
com amplitude máxima quando a frequência do campo magnético coincida com
a frequência própria da ressonância da lingueta.
Estas lingüetas possuem as extremidades anteriores dobradas e de cor branca,
ajustando-se mecanicamente para que possuam diferentes freqüências de
oscilação própria, dispondo-se uma ao lado da outra. Se são excitadas mediante
um campo alternado de um eletroímã, por ressonância, oscilará com a máxima
intensidade a lingueta, cuja freqüência própria coincida com a da corrente
excitante. As lingüetas vizinhas oscilam também, mais ou menos, de maneira
que, segundo seja o aspecto da oscilação do conjunto, permite realizar uma
leitura direta ou tomar um valor médio da frequência medida.

Informações sobre Instrumentos Analógicos do tipo Lâminas


Vibratórias podem ser obtidos em: Instrumento Tipo Lâminas Vibratórias .

2.5 - Medidores de Fio Térmico de Dilatação


Instrumentos com fio térmico utiliza-se a dilatação ,devido ao calor, de um fio
fino, fixado a uma mola e a uma bobina.
A dilatação ou contração do fio movimenta o ponteiro.
O calor dissipado varia com o quadrado da corrente que passa pelo condutor.
Desta forma a escala não é linear.
Uma das aplicações dos instrumentos de medida com Fio Térmico de Dilatação
para medida de intensidade e de tensão em corrente contínua e alternada está
ilustrado ao lado e é composto de : Mola (1), Amortecedor eletromagnético (2) e
Fio Térmico (3).
Informações sobre Instrumentos com Fio de Dilatação podem ser obtidos
em: Descritivo Sistema Bimetálico .

2.6 - Medidores Bimetálicos

Os Medidores Bimetálicos baseiam-se


no fenômeno da dilatação linear dos metais com variação da temperatura. Uma
das aplicações é o Termômetro Bimetálico, que consiste em duas lâminas de
metais com coeficientes de dilatação diferentes sobrepostas, formando uma só
peça , variando-se a temperatura do conjunto, observa-se um encurvamento que
é proporcional à temperatura.
A dilatação acontece quando uma barra de metal ligada a outra barra de metal
diferente são aquecidas ou esfriadas, resultará diferentes alterações nos
comprimentos que irá produzir um arqueamento da barra. Os mais usados e
precisos termômetros desse tipo exploram a diferença de dilatabilidade entre
materiais como latão, ferro e cobre, etc. Para isso, constroem-se lâminas
bimetálicas de forma espiraladas que se curvam, conforme aumentam ou
diminuem a temperatura. Nesse movimento, a lâmina arrasta, em sua
extremidade, um ponteiro que percorre uma escala graduada onde é realizado
aleitura da temperatura.

Este arquivo está disponível em: Instrumentos Analógicos de Painel.pdf

Aula 08 - Testes Elétricos em Transformadores Monofásicos

Figura 01 - Transformador Mono

Os testes elétricos para determinar o estado dos enrolamentos de um


transformador deve ser executados com Mili-ohmímetro e Megômetro. Os
Testes elétricos a serem realizados são: resistência do
isolamento; resistência ôhmica.
Caso os transformadores possuam sensores de temperatura devemos:
Sensores: identificar o tipo do sensor, medir a temperatura de desligamento e
efetuar testes para certificar-se do estado de sua integridade física e capacidade
de funcionamento. Os resultados dos testes elétricos determinarão o estado dos
enrolamentos das bobinas primárias e secundárias, indicando se o mesmo está
bom ou deve ser reenrolado.
A primeira tarefa para ser realizado no ensaio de transformadores é a
identificação do primário e secundário do transformador. Isto é feito realizando a
medida de resistência dos bobinados. As medidas de Resistência do Primário e
Secundário são realizadas com a Ponte de Wheatstone.

1 - Medidas de Resistência do Primário e Secundário com Ponte de


Wheatstone
A ponte de Wheatstone é um método mais refinado de se determinar a
resistência do primário e secundário do transformador.

Ela consiste na utilização de um galvanômetro, dois resistores de resistência


conhecida (R1 e R2) e outro de resistência variável (RV), além de uma fonte de
tensão.
Quando os produtos cruzados dos resistores da ponte de Wheatstone forem
iguais, o galvanômetro não indicará nenhuma corrente elétrica no ramo CD.
Nesta situação, dizemos que a ponte está em equilíbrio.

Figura 02 - Ponte de Wheatstone

Com isso é possível determinar a resistência desconhecida. Sendo o


transformador do tipo abaixador a resistência do secundário é menor que a do
primário, logo realizando as medidas de resistência no enrolamentos é possível
determinar o primário e secundário do transformador.
Para calcular o comprimento do fio utilizado no transformador usamos a fórmula
da resistência de um fio de cobre.
Para isso devemos medir com o micrômetro o diâmetro deste fio e determinar a
seção transversal. Como exemplo temos o fio número 16 AWG (diâmetro 1,3mm)
utilizamos a 2ª lei de Ohm, a resistência R de um fio metálico uniforme e
isotrópico é dada em função de sua resistividade ρ, comprimento L e a área A
da sua secção transversal, assim: R = ρ L/A
A resistividade do cobre à 20ºC é de: 0,0172 Ω.mm

Sendo o diâmetro de 1,3 mm, seu


raio é de 0,65 mm e área é dada por:
A = πR²
A ≈ 3,14 . (0,65)²
A ≈ 1,33 mm²
Só falta agora saber a resistência do fio medida com a ponte de Wheatstone e
aplicar na fórmula e você terá um valor bem aproximado do comprimento do
fio. Com isso saberemos como o transformador foi construído.

2 - Medidas de Isolação do Transformador com Megômetro


Outro dos testes mais necessários antes de energizar qualquer motor elétrico
trifásico é medir a resistência do isolamento. A resistência de isolamento de um
motor ou gerador pode variar conforme seu tamanho ou pelas características de
seu projeto. As medidas, ainda, podem ser afetadas pelas condições de
umidade, temperatura ou pela magnitude do teste e sua duração Tem-se como
padrão considerar que a resistência mínima de um isolamento nunca poderá
estar abaixo do resultado da seguinte fórmula:
Rm = Tensão nominal em kV + 1, (em MΩ) a 40ºC

Se o equipamento estiver em outra


temperatura, será necessário efetuar os cálculos para correção ao equivalente
ao valor de 40ºC.
Passo 1: Conecte o terminal de saída cor preta do Megôhmetro no cabo 1 do
transformador e o terminal de saída cor vermelha do Megôhmetro no no cabo 2
do transformador.
Observe que estamos passando o Megôhmetro na escala de 500V, mesmo para
motores ligados internamente para menores tensões, podemos fazer a medição
da resistência do isolamento usando Megôhmetro na escala de 500V.

Figura 05 - Megômetro

Lembre-se que você está trabalhando com tensões de 500V a 5000V e, portanto,
deve tomar todos os cuidados necessários para proteger sua integridade física
e a integridade dos demais.
Antes de ligar o Megôhmetro, certifique-se se todas as medidas de segurança
estão sendo obedecidas e se você está usando os EPI´s apropriados para essa
operação. Se necessário, isole a área onde você estará realizando o teste.
Passo 2: Ligue o Megôhmetro, aperte a tecla de medida e observe o valor
medido. Estabilizado o valor, dispare o cronômetro e espere 60 segundos, com
esse tempo podemos verificar índice de polarização e absorção. Anote em uma
ficha o valor obtido, considerando a escala que você utilizou.
Conecte o terminal vermelho do Megôhmetro ao cabo 2 e repita as operações
dos passos e anote os resultados. Conecte o terminal preto do Megôhmetro ao
cabo 3 do transformador, repita as operações e anote os resultados. Como se
trata de um transformador de 8 pontas, repita as mesmas operações para os
cabos 4, 5, 6, 7 e 8 e terá concluída a medição de resistência entre bobinas
do transformador.
Para medir a resistência do isolamento contra massa, você deve proceder da
mesma forma que foi mostrado anteriormente. A diferença, agora, é que você
vai medir a resistência do isolamento contra massa e não mais contra as fases
do transformador. Observe que o cabo preto do Megôhmetro deverá ficar
firmemente fixado à carcaça do transformador.

Figura 06 - Uso de Megômetro

Da mesma forma que fizemos anteriormente, devemos registrar num formulário


os valores obtidos na medição da resistência do isolamento
do transformador contra massa. Terminado o processo de medição da
resistência do isolamento tanto entre fases do motor quanto contra massa,
podemos considerar o transformador apto a entrar em operação se os valores
obtidos atenderem ao mínimo estabelecido pela fórmula vista no início deste
trabalho.

3 - Identificação de início e fim de bobina em transformadores


Trata-se da aplicação de tensão nos enrolamentos do transformador para
obtenção do sentido de enrolamento do mesmo.
O método que pode ser utilizado para identificação de inicio e fim de bobina é
do golpe indutivo com corrente contínua.

Figura 07 - Golpe Indutivo

Liga-se os terminais de tensão superior H1 e H2 a uma fonte de corrente


contínua e instala-se um voltímetro entre esses terminais de modo a obter uma
deflexão positiva ao se ligar a fonte CC. Em seguida, transfere-se o voltímetro
para os terminais de baixa tensão, desliga-se a tensão de alimentação e
observa-se o sentido de deflexão do voltímetro; quando as duas deflexões
são em sentidos IGUAIS a polaridade é ADITIVA.

© Direitos de autor. 2017: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização:


17/02/2017

Aula 09 - Ensaios em Transformadores Monofásicos

Figura 01 - Transformador Mono

O transformador monofásico constitui a forma mais simples que conhecemos de


transformação de energia, sendo ela normalmente valores de tensão tanto para
valores mais altos como para valores mais baixos, dependendo do esquema de
ligação o mesmo.
Um transformador monofásico elementar baseia-se no principio de indução
magnética para realizar a transformação entre os níveis de energia.
A primeira tarefa para ser realizado no ensaio de transformadores é a
identificação do primário e secundário do transformador. Isto é feito realizando a
medida de resistência dos bobinados. As medidas de Resistência do Primário e
Secundário são realizadas com a Ponte de Wheatstone.
1 - Perdas no cobre e no ferro
Os transformadores em geral apresentam perdas de potência quando estão em
funcionamento, estas perdas são no cobre e no ferro.

Figura 2 - Perdas por efeito joule.

As perdas no cobre ocorrem devido ao aquecimento das bobinas, onde parte da


energia será dissipada na forma de calor. Uma das formas de reduzir as perdas
no cobre é usando ventiladores que forçam a circulação de ar.
Perdas no ferro - As perdas no ferro ocorrem devido a histerese magnética e
correntes parasitas no ferro. Para atenuar o efeito das correntes parasitas os
núcleos dos transformadores são formados por lâmina de ferro. As lâminas
interrompem as correntes parasitas, pois são isoladas entre si.

Figura 3 - Perdas por histerese magnética.

A histerese magnética é um fenômeno típico de materiais ferromagnéticos e


significa atraso ou retardo. Esse fenômeno ocorre porque materiais
ferromagnéticos se magnetizam rapidamente quando sofrem influência do
campo magnético, porém, não desmagnetizam tão rapidamente quando o
campo é retirado. Assim, existe um atraso entre o magnetizar e o desmagnetizar,
este atraso é a histerese que resulta em perdas energia.
Após identificação do Primário e Secundário vamos fazer o ensaio em vazio e
Curto Circuito do Transformador.

2 - Ensaios em Transformadores Monofásicos em curto-circuito


As perdas no cobre dos transformadores podem ser encontradas através de
ensaio. Este ensaio necessita alguns cuidados, pois o secundário do
transformador é colocado em curto circuito. Um varivolt inicialmente zerado
deverá elevar a tensão do primário até que a corrente do secundário chegue ao
seu valor nominal, um amperímetro deverá monitorar esta corrente.

Figura 4 - Ensaio em curto circuito

O secundário é curto circuitado e aumenta-se a tensão no primário até que a


corrente no secundário atinja o valor nominal. Note-se que, estando o secundário
em curto circuito, a sua impedância é quase nula, donde, a tensão necessária,
no primário, para obter essa corrente, é muito pequena. É, assim, necessário
possuir uma fonte de tensão regulável para alimentar com um valor reduzido o
enrolamento primário. Como neste ensaio a tensão no primário é reduzida, então
a corrente que flui no enrolamento (IP) é também reduzida.
2.1 - Perdas no cobre: As perdas de potência no cobre será o produto entre a
tensão (VP) e a corrente (IP) do medido no primário do transformador.
Com o mesmo ensaio podemos encontrar a tensão e corrente de curto circuito a
impedância percentual e a corrente de curto circuito.

2.2 - Tensão de curto circuito (Vcc ou UK) - A tensão de curto circuito é a


tensão no enrolamento primário capaz de fazer circular no secundário em curto
a corrente nominal.
2.3 - Corrente de curto circuito este ensaio permite conhecer, também, o valor
da corrente de curto circuito do secundário (e, através da relação de
transformação, a corrente de curto circuito do primário), fazendo uma regra de
três simples – se com uma tensão VPcc se obtém a corrente nominal no
secundário, então com a tensão nominal no primário (e um curto circuito no
secundário) obter-se-á a corrente de curto circuito.
Icc = Is / ( Vcc / Vp ) Onde: Icc = corrente de curto circuito; Is = corrente nominal
do secundário; Vcc = tensão de curto circuito do primário e Vp = tensão nominal
do primário.
O conhecimento deste valor é de fundamental importância para a determinação
de algumas grandezas relacionadas com dispositivos de proteção na instalação
elétrica, à qual o transformador pertence.

2.4 - Impedância percentual (Z%) - Uma vez medido a tensão de curto circuito
podemos calcular a impedância percentual do transformador utilizando a
seguinte expressão:
Z = (Vcurto-circuito)÷Vnominal).
Z = 0,0_ Ω
Z = _% (Para obter o resultado em percentual multiplicamos por 100).
3 - Ensaios em Transformadores Monofásicos á vazio
As perdas no ferro dos transformadores também são encontradas através de
ensaio, porém, agora o secundário fica aberto. Este não requer muitos cuidados,
basta ligar o primário com a tensão nominal e medir a corrente no primário.
Figura 5 - Ensaio á vazio.

O secundário é deixado em aberto (não ligado a qualquer carga), sendo o


enrolamento primário ligado à tensão nominal. Dado que o secundário está em
vazio, nenhuma corrente flui nele e, consequentemente:
a) nenhuma energia é transmitida para aquele ramo do circuito
b) as perdas de Joule, no enrolamento secundário, são nulas. Verifica-se,
entretanto, que o watímetro e o amperímetro, inseridos no circuito do primário,
mostram valores não nulos – esta energia é “gasta” no enrolamento primário
(Joule) e no núcleo de ferro (Eddy e histerese). Dado que o valor de RP e XP
são muito inferiores a RC e Xm, poderemos dizer que a energia gasta neste
ensaio é atribuível às perdas de Eddy e de Histerese, denominadas de perdas
no ferro – PFE. O produto tensão-corrente no primário com o secundário aberto
será a potência perdida no ferro.

4 - Rendimento - As perdas no cobre e no ferro influenciam diretamente no


rendimento (η) do transformador, esse rendimento é a relação entre a potência
de saída e a potencia de entrada.
Além deste valor de perdas, poderemos ainda determinar o fator de potência do
transformador, em vazio. Este valor é importante, pois muitas vezes o
transformador é deixado sem carga, tendo, do ponto de vista do fornecedor de
energia, energia reativa (consumida ou produzida) que importa conhecer.

5 - Perdas por Efeito Joule - As perdas por efeito Joule ocorrem em forma de
calor, devido à resistência ôhmica dos enrolamentos. Essas perdas são
conhecidas como perdas no cobre e ocorrem pelo efeito da histerese magnética
e das correntes parasitas (ou correntes de Foucault).
As perdas nos transformadores monofásicos são calculados através da fórmula:
PCU = R1 x I12 + R2 x I22
Onde:
PCU corresponde às perdas no cobre em Watts;
R1 é a resistência ôhmica do enrolamento primário, medida na temperatura de
trabalho (75ºC);
I1 é a corrente primária em plena carga;
R2 é a resistência ôhmica do enrolamento secundário, medida na temperatura
de trabalho (75ºC);
I2 é a corrente secundária em plena carga.
Pode-se observar, através da fórmula, que a perdas no cobre sofrem dois tipos
de variação, ou seja:
Através da variação da carga do transformador, pois, variando a carga, variam
também as correntes primárias I1 e correntes secundárias I2;
Através da variação de temperatura de trabalho do transformador, variam
também as resistências ôhmicas dos enrolamentos primários R1 e R2.
Para o cálculo de perda nos transformadores trifásicos, a fórmula é:
PCU = 3 (R1 x IF12 + R2 x IF22)

6. Rendimento - Você já estudou que o enrolamento primário absorve potência


elétrica, enquanto o enrolamento secundário fornece a potência elétrica.
O rendimento de um transformador é definido pela relação entre a potência
elétrica fornecida pelo secundário e a potência elétrica absorvida pelo primário.
A potência absorvida pelo primário corresponde à potência fornecida pelo
secundário mais as perdas no cobre e no ferro.
Como as perdas no cobre variam em função da temperatura, o rendimento do
transformador deve ser calculado com a temperatura em regime de trabalho, ou
seja, 75ºC
Para esse cálculo, usa-se a seguinte fórmula: η = (V2 x I2) / (V2 x I2 + PCU +
PFE) ou
η75ºC = (V2 x I2) / (V2 x I2 + PCU75ºC + PFE)
Onde: η: Rendimento na temperatura ambiente; η75ºC: Rendimento na
temperatura de trabalho; V2: Tensão secundária em Volts; I2: Corrente
secundária e, Amperes; PCU: Indica as perdas no cobre à temperatura ambiente;
PCU75ºC: Indica as perdas à temperatura de trabalho; PFE: Indica as perdas no
ferro.
Para transformadores trifásicos, a expressão é a seguinte: η = (VF2 x IF2) / (VF2
x IF2 + PCU + PFE) ou η75ºC = (VF2 x IF2) / (VF2 x IF2 + PCU75ºC + PFE)
Onde: VF2: é a tensão secundária da fase e IF2: é a corrente secundária da fase.

7. Impedância Percentual - A impedância percentual ou tensão de curto-circuito


percentual corresponde a uma parte da tensão nominal do enrolamento primário
suficiente para fazer circular a corrente nominal do enrolamento secundário,
desde que este esteja fechado em curto-circuito.
O valor da impedância percentual varia entre 3 e 9% e vem marcado na placa
dos transformadores com os símbolos Z%, Uk% ou VCC%.
Esse valor é calculado com a seguinte fórmula: Z% = (Vcc / Unp) x 100

Exemplo: Qual a impedância percentual de um transformador com as seguintes


características:
Tensão nominal do primário (Unp) = 500V
Corrente nominal do secundário (Ins) = 20ª
Tensão suficiente para fazer circular 20ª no secundário quando fechado em
curto-circuito (Vcc) = 30V.
Z% = (30 / 500) x 100 = 6%
O valor da impedância percentual (Z%) é de 6%.
A impedância percentual é um dado importante para o cálculo da corrente de
curto-circuito, cuja fórmula é: Icc = (IN2 / Z%) x 100

Exemplo: Calcular a corrente de curto-circuito do transformador do exemplo


anterior.
Icc = (20 / 6) x 100 = 333A
A corrente de curto-circuito deste transformador é 333A.

O valor da impedância percentual também é usado no dimensionamento de


dispositivos de comando e proteção do equipamento e para auxiliar a ligação em
paralelo entre transformadores.
Nesse tipo de ligação, a diferença entre as impedâncias dos transformadores
não deve exceder a 10%.
Para valores diferentes da tensão de curto-circuito (Vcc) o transformador com
tensão menor fica com a maior carga.

Este arquivo pode ser baixado em: Aula 09 -Ensaio de Transformadores


Monofásicos.
Figuras de: Clodoaldo Silva << www.clubedaeletronica.com.br >>.

© Direitos de autor. 2015: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização:


21/01/2016

Aula 10 - Energização de Transformadores Monofásicos


Ligação de Transformador Monofásico

É possível executar ligações série


/ paralelo entre transformadores individuais ou em transformadores de múltiplos
enrolamentos com a finalidade de variar a relação tensão / corrente ou variar a
potência disponibilizada ao sistema. Para executar com sucesso as ligações
série / paralelo nos terminais dos enrolamentos é necessário ter o pleno
conhecimento de suas polaridades.
Ligação série: Deve-se observar que os enrolamentos deverão ter a mesma
capacidade de corrente elétrica e os terminais dos enrolamentos podem ser
conectados com polaridade subtrativa ou aditiva, tendo como resultante a
subtração ou a adição das tensões induzidas nas bobinas.
A potência disponibilizada ao
sistema é aumentada para a conexão que utiliza a polaridade aditiva, mas será
reduzida se a conexão utilizada for subtrativa.

Ligação paralela: Neste caso deve-se observar que os enrolamentos deverão ter
a mesma capacidade de tensão elétrica e os terminais dos enrolamentos só
admitem a conexão com polaridade subtrativa. A corrente disponibilizada ao
sistema é sempre aumentada para esse tipo de conexão.
O Diagrama elétrico para energização pode ser baixado em: Aula 03 -
Energização de Transformadores Monofásicos.

Aula 11 - Energização de Transformador Trifásico

1. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A transmissão de energia elétrica só é economicamente viável se feita em


tensões elevadas. Primeiramente, através de transformadores, a tensão é
elevada a 88kV. Então, ela é transportada por meio de linhas de transmissão até
uma subestação central. Nessa subestação, com o auxílio de transformadores,
a tensão é de novo reduzida para 13,2kV ou 23kV ou outro valor adequado.
O consumo de energia se faz, pois, em baixa tensão. Assim, antes de ser
distribuída, a tensão é reduzida outra vez nas subestações.
A distribuição em baixa tensão se processa nas tensões de 110/220V e 220V e
varia de cidade para cidade, dependendo da concessionária fornecedora de
energia. Cada um desses valores requer um tipo de transformador apropriado a
essa distribuição. Isso significa que a distribuição das tensões de 110/220V é
realizada por transformadores monofásicos. Já a distribuição das tensões
127/220V se faz por transformadores trifásicos com secundário ligado em estrela
ou em triângulo.
Vão surgir diferenças entre vários tipos de transformadores trifásicos, devido às
formas como se ligam os primários e os secundários: em estrela, em triângulo e
em zig-zag. As várias combinações possíveis produzem no secundário sistemas
trifásicos com diferentes valores de tensões simples e compostas e diferentes
desfasamentos, que são identificados e denominados abaixo.
2 - TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

O transformador trifásico pode ser visto


como um conjunto de três transformadores monofásicos. Temos então três
primários e ao menos três secundários que terão de trabalhar juntos. Para
trabalharem juntos, existem alguns cuidados a serem tomados e observados a
serem feitas, e a partir destas, podemos estabelecer padrões de ligação para o
transformador trifásico e denominar esses padrões de ligação. O funcionamento
dos três conjuntos primário-secundário é semelhante ao do transformador
monofásico.
Como já sabemos, o transformador é o equipamento que permite rebaixar ou
elevar os valores de tensão ou corrente CA de um circuito. Seu principio de
funcionamento baseia-se no fato de que uma tensão é induzida no secundário
quando este é cortado pelo fluxo magnético variável gerado no primário.
O transformador é formado basicamente pelo Núcleo e pelas bobinas (primária
e secundária).
O núcleo constitui o circuito magnético do transformador. É uma peça metálica
construída com chapas de ferro-silício isoladas entre si e sobre a qual são
montadas as bobinas.
Os transformadores trifásicos, usados na distribuição de eletricidade, têm as
mesmas funções que o transformador monofásico: abaixar ou elevar a tensão.
Trabalham com três fases e são de porte grande e mais potentes que os
monofásicos.
O núcleo dos transformadores trifásicos também é constituído de chapas de
ferro-silício. Essas chapas possuem três colunas que são unidas por meio de
duas armaduras. Cada coluna serve de núcleo para uma fase onde estão
localizadas duas bobinas, uma primária e outra secundária. Por essa razão,
esses transformadores tem no mínimo seis bobinas, três primárias e três
secundárias, isoladas entre si.
As bobinas das três fases devem ser exatamente iguais. Num transformador
trifásico, cada fase funciona independentemente das outras duas como se
fossem três transformadores monofásicos em um só. Isso significa que três
transformadores monofásicos exatamente iguais podem substituir um
transformador trifásico.
Esse sistema é mais econômico, pois facilita os serviços de manutenção,
reparação e aumento de capacidade do banco de transformadores. A ligação
inicial de dois transformadores seja acrescentado quando houver aumento de
carga.

3. TIPOS DE LIGAÇÃO DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS


As ligações entre as três fases do transformador trifásico podem ser feitas de
duas maneiras:
Ligação em estrela ( Y )
Ligação em triângulo ( Δ )
As ligações em estrela e em triângulo são executadas tanto no primário quanto
no secundário do transformador. Nos diagramas, as letras H e X representam
respectivamente o primário e o secundário, enquanto as extremidades dos
enrolamentos são identificados por números.

Grupo A: quando a tensão do secundário está em fase com


a tensão do primário.

As ligações do primário e do secundário podem ser combinadas de várias


formas:
Em estrela no primário e em estrela no secundário;
Em triângulo no primário e em triângulo no secundário
Em estrela no primário e em triângulo no secundário e vice-versa
Quando é necessário equilibrar as cargas entre as fases do secundário,
emprega-se a ligação em ziguezague.
Se, por exemplo, a fase 1 do secundário estiver recebendo mais carga, esse
desequilíbrio será compensado pela indução das duas colunas onde a fase 1
está distribuída.

Para que as combinações de ligações sejam realizadas, os transformadores são


divididos em dois grupos:
Grupo A: quando a tensão do secundário está em fase com a tensão do primário;
Grupo B: quando a tensão do secundário está defasada em 30º.
Dois transformadores de um pequeno grupo podem ser ligados em paralelo,
desde que exista entre eles correspondência de tensão e impedância.

Grupo B: quando a tensão do secundário está defasada em 30º.

Transformadores de grupos diferentes não podem ser ligados em paralelo.


Na tabela abaixo são apresentadas as interligações dos enrolamentos, a relação
de transformação e os tipos de ligação que podem ser feitos com os
transformadores do grupo A.
Para verificar se as ligações estão corretas, alimenta-se o transformador pelos
lides ou terminais de tensão mais elevada com uma fonte de corrente trifásica
apropriada. Em seguida, ligam-se os terminais H1 e X1 respectivamente entre si
(curto-circuito).
Finalmente, mede-se a tensão entre os vários pares de terminais. O resultado
deve ser o seguinte:
Tensão entre H2 e X3 igual á tensão entre H3 e X2;
Tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H1 e X2;
Tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H2 e X3.
Na tabela a seguir, são apresentadas as interligações dos enrolamentos, a
relação de transformação e os tipos de ligação que podem ser feitos com os
transformadores do grupo B.
Observação
NH = número de espiras do primário
NX = número de espiras do secundário
Para verificar se as ligações estão corretas, alimenta-se o transformador pelos
terminais de tensão mais elevada com uma corrente trifásica apropriada. Em
seguida, ligam-se os terminais H1 e X1 entre si.
Finalmente, mede-se a tensão entre os vários pares de terminais. O resultado
deve ser o seguinte:
Tensão entre H3 e X2 igual á tensão entre H3 e X3;
Tensão entre H3 e X2 menor que a tensão entre H1 e X3;
Tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H2 e X3;
Tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H1 e X3.

4. RESFRIAMENTO DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS


Os transformadores, quando em funcionamento, apresentam uma pequena
perda que também se manifesta sob a forma de calor. Assim, quanto maior a
potência consumida, maior é a geração de calor dentro do transformador.
Como a temperatura elevada traz danos irreparáveis ao funcionamento do
transformador, deve-se mantê-la dentro de limites seguros.
Segundo a norma ABNT (EB91), existem dois tipos de resfriamento: A seco e
Com líquido isolante
4.1. TRANSFORMADOR COM RESFRIAMENTO A SECO
Segundo a norma EB91, “transformador a seco é o transformador cujos núcleo
e enrolamento estão envoltos e refrigerados pelo ar do ambiente”.
Dentro desse grupo estão todos os pequenos transformadores e os de baixa
potência nos quais a troca de calor é feita com o ar.
Para os transformadores desse grupo que necessitem de maior refrigeração,
usam-se ventiladores que forçam a circulação do ar. Isso acontece em aparelhos
eletrônicos como microcomputadores, por exemplo.
4.2. TRANSFORMADOR EM LÍQUIDO ISOLANTE
De acordo com a EB91, “transformador em líquido isolante é o transformador
cujo núcleo e enrolamento são imersos em líquido isolante”. Esse líquido isolante
exerce duas funções: isolação e resfriamento, pois transfere para as paredes do
tanque o calor produzido.
Para cumprir essas funções, o óleo refrigerante deve possuir: Elevada rigidez
dielétrica; Boa fluidez e Capacidade de funcionamento com temperaturas
elevadas. O líquido isolante que possui essa característica é o óleo mineral.
Observação: Existe também um óleo chamado ascarel, mas seu uso é proibido
porque é altamente tóxico e, portanto, prejudicial à saúde. Os transformadores
que necessitam desse tipo de resfriamento são os trifásicos de grande potência
usados na rede de distribuição de energia elétrica.

O Diagrama elétrico para energização pode ser baixado em: Aula 04 -


Energização de Transformadores Trifásicos.

Este arquivo pode ser baixado em: Aula 04 - Ligações de Transformadores


Triásicos.

Aula 12 - Energização de Autotransformador

Fig. 01 - Tensões e corrente em um autotransformador.

O autotransformador tem apenas um único enrolamento de tensão que é comum


para o primário e secundário. Este único enrolamento é "derivado" em vários
pontos ao longo do seu comprimento para proporcionar uma porcentagem da
alimentação de tensão primária para sua carga secundária. O autotransformador
tem o núcleo magnético habitual, mas tem apenas um enrolamento, que é
comum a ambos os circuitos primário e secundário.
Portanto, em um autotransformador os enrolamentos primário e secundário são
ligados um ao outro eletricamente e magneticamente.

Fig. 02 - Autotransformador com derivações.

A principal vantagem deste tipo de transformador é que ele pode ser feito com
menor quantidade de material e muito mais barato para a mesma potência (VA),
mas a maior desvantagem é que ele não tem o isolação entre os enrolamentos
primário e secundário, uma vez que a carga é ligada a um dos lados da linha de
energia, não há isolamento linha entre a alimentação de entrada e a carga.
A secção de enrolamento principal é ligado à fonte de alimentação AC com a
parte derivada (secundário) deste enrolamento primário ligado á carga. Um auto-
transformador pode ser utilizado reduzir ou elevar a tensão, invertendo as
conexões.

Fig. 03 - Autotransformador ajustável.

Quando a corrente primária IP está fluindo através do único enrolamento na


direção da seta, tal como mostrado, a corrente secundária IS flui na direção
oposta. Portanto, na porção do enrolamento que gera a tensão do secundário,
VS a corrente que flui para fora do enrolamento é a diferença entre IP e I S
(Figura 01).
O auto-transformador também pode ser construído com mais do que um único
ponto de derivação,
com isso podem ser usados para fornecer diferentes tensões ao longo do seu
enrolamento podendo aumentar a sua tensão de saída em relação à sua tensão
de alimentação VP , como mostrado (Figura 02).

Fig. 04 - Autotransformador ajustável.

O método padrão para a marcação dos enrolamentos de um auto-transformador


é rotulá-la com letras maiúsculas. Assim, por exemplo, A , B , C , etc, para
identificar o ponto de alimentação. Em geral, a ligação de neutro é marcada como
N. Para as derivações secundárias, números são usados indicando a
porcentagem da tensão de entrada.
Há uma outra aplicação para o auto transformador que pode ser utilizado para
produzir uma tensão de CA variável a partir de um fornecimento de tensão
alternada fixa. Neste tipo de autotransformador ajustável (VARIAC) os
enrolamentos são enroladas em torno de um núcleo do tipo toróide, a parte
superior dos enrolamentos são planificadas e retiradas a isolação que é
interligada a um comutador . Uma escova de carbono faz contato com o
enrolamento para conexão de saída (Figura 03 a 05).
Um autotransformador é usado principalmente para os ajustes de tensões de
linha onde se quer mudar o seu valor ou para mantê-lo constante.

Fig. 05 - Partes de um Autotransformador ajustável.

Se o ajuste de tensão é pequeno, para cima ou para baixo, então a relação de


transformação é pequena como VP e VS são quase iguais. As correntes IP e IS
também são quase iguais, logo a porção do enrolamento que transporta a
diferença entre as duas correntes pode ser feita a partir de um tamanho muito
menor do condutor, uma vez que as correntes são muito menores economiza-se
no custo de um transformador isolador equivalente.

Este arquivo poderá ser baixado em: Aula 04 - Energização de


Autotransformadores.

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização:


20/02/2016

Aula 13 - Funcionamento de Motor de Indução Trifásico


Figura 01 - Tipos de motores.

O motor elétrico é a máquina mais simples para se obter energia mecânica


através da transformação de energia elétrica. Sendo que o motor de indução é
o mais usado entre todos os tipos de motores, pois concilia robustez, grande
versatilidade de aplicação, baixo custo, melhores rendimentos e não é poluente,
aliados ao fato de se utilizar energia elétrica como fonte de alimentação (energia
de fácil disponibilidade e baixo custo). Os tipos mais comuns de motores elétricos
são mostrados na figura ao lado.

Motores de corrente contínua: São motores que precisam de uma fonte de


corrente contínua, ou de um dispositivo que converta a corrente alternada em
contínua. Sua velocidade pode ser ajustada de acordo com a tensão aplicada.
Tem sua utilização principal nas aplicações que requeiram elevado conjugado
de partida (como tração elétrica) e controle de velocidade sobre grandes faixas,
principalmente em potências elevadas. Devido a necessidade de uma fonte de
corrente contínua, e forma construtiva tem o seu custo elevado.
Motor universal: é um tipo de motor de funciona tanto em corrente contínua
quanto em corrente alternada. O motor universal é um motor CC com excitação
série, ou seja, um motor CC cujos enrolamentos de campo e de armadura estão
conectados em série, podendo, portanto ser alimentado por uma única fonte, que
pode ser contínua ou alternada monofásica.
Motores de corrente alternada: São motores que sua alimentação é feita
através de uma fonte de corrente alternada. Podem ser classificados em
assíncronos (indução) e síncronos. As máquinas síncronas possuem velocidade
fixa e têm sua aplicação bastante limitada, devido ao alto custo. Já os motores
de indução são utilizados na grande maioria das aplicações que necessitam de
motores elétricos.

Funcionamento de Motor de Indução Trifásico


Os Motores de Indução Trifásicos são compostos basicamente de duas partes:
um estator e um rotor. O estator constitui a parte estática de um motor e o rotor
sua parte móvel.

Figura 02 - Vista explodida de motor de indução.

O estator é composto de chapas finas de aço magnético tratadas termicamente


para reduzir ao mínimo as perdas por correntes parasitas e histerese. Estas
chapas têm o formato de um anel com ranhuras internas (vista frontal) de tal
maneira que possam ser alojados enrolamentos que deverão criar um campo
magnético no estator.
O rotor, composto de chapas finas de aço magnético tratadas termicamente
como o estator, tem também o formato de um anel (vista frontal), com os
enrolamentos alojados longitudinalmente.
O motor de indução é o motor de construção mais simples. O estator e rotor são
montados solidários, com um eixo comum aos “anéis” que os compõem. A
aplicação de uma tensão nos enrolamentos do estator irá fazer com que apareça
uma tensão nos enrolamentos do rotor. Assim o estator pode ser considerado
como o primário de um transformador e o rotor como seu secundário. O espaço
entre o estator e o rotor é denominado entreferro. Os enrolamentos, ou bobinas,
são em número de três. Estas bobinas, alojadas nas ranhuras do estator, podem
ser ligadas em estrela ou triângulo. No rotor os enrolamentos, enrolados
longitudinalmente a seu eixo, podem ser realizados de duas maneiras, o que dá
origem a dois tipos de rotor: Rotor Gaiola de Esquilo e Rotor Bobinado.

Figura 03 - Campo eletromagnético em motor de indução.

O funcionamento de um motor de indução trifásico baseia-se no princípio do


acoplamento eletromagnético entre o estator e o rotor, pois há uma interação
eletromagnética entre o campo girante do estator e as correntes induzidas nas
barras do rotor, quando estas são cortadas pelo campo girante.
O campo girante é criado devido aos enrolamentos de cada fase estarem
espaçados entre si de 120º. Sendo que ao alimentar os enrolamentos com um
sistema trifásico, as correntes I1, I2 e I3 originarão seus respectivos campos
magnéticos H1, H2 e H3, também, espaçados entre si 120°.
Além disso, como os campos são proporcionais às respectivas correntes, serão
defasados no tempo, também de 120° entre si. A soma vetorial dos três campos
H1, H2 e H3, será igual ao campo total H resultante.
A composição do campo gerado pela corrente induzida no rotor com o campo
girante do estator resulta em uma força de origem magnética que gera um
conjugado no eixo do motor, tendendo a fazer o rotor girar no sentido do campo
girante. Se o conjugado é suficiente para vencer o conjugado resistente aplicado
sobre o eixo, o rotor começa a girar. A energia elétrica fornecida ao estator pela
rede é transformada em energia mecânica através do eixo do motor.
Uma última característica importante do motor de indução a ser citada é a sua
placa de identificação, que traz informações importantes, listadas a seguir:

• CV: Potência mecânica do motor em cv;


• Ip/In: Relação entre as correntes de partida e nominal;
• Hz: Freqüência da tensão de operação do motor;
• RPM: Velocidade do motor na freqüência nominal de operação;
• V: Tensão de alimentação;
• A: Corrente requerida pelo motor em condições nominais de operação;
• F.S.: Fator de serviço, quando o fator de serviço é igual a 1,0, isto implica que
o motor pode disponibilizar 100% de sua potência mecânica.

As dimensões e características de motores elétricos podem ser consultadas no


catálogo disponível no link a seguir: 14_09_024 Manual de Motores.

Os de tipos de falhas em motores trifásicos podem ser consultadas no catálogo


disponível no link: << 16_02_002 WEG Falhas em Motores trifásicos.pdf >>.

Vista explodida de motores trifásicos podem ser consultadas no catálogo


disponível no link: 16_02_012 Vista Explodida em Motores Trifásicos.pdf.

Quer saber como os motores de indução trifásicos são construídos?

Tenha a resposta assistindo o vídeo elaborado pela Catarinense Motores


Elétricos: Motores de Indução Trifásico.
Aula 14 - Inspeção em Motor de Indução Monofásicos

Construtivamente, os motores
monofásicos são semelhantes aos trifásicos, com a diferença de possuírem um
único enrolamento de fase. Sua grande vantagem é a de poderem ser ligados à
tensão de fase das redes elétricas, normalmente disponíveis em residências e
pequenas propriedades rurais - ao contrário do que sucede com as redes
trifásicas. Em contrapartida, possuem o inconveniente de serem incapazes de
partir sem a ajuda de um circuito auxiliar, o que não ocorre com os motores
trifásicos.
Em uma comparação com motores trifásicos, os monofásicos apresentam
muitas desvantagens: apresentam maiores volume e peso para potências e
velocidades iguais (em média 4 vezes); seu custo é mais elevado que os de
motores trifásicos de mesma potência e velocidade; necessitam de manutenção
mais apurada devido ao circuito de partida e seus acessórios; apresentam
rendimento e fator de potência menores para a mesma potência; apresentam
maior consumo de energia; possuem menor conjugado de partida e são difíceis
de encontrar no comércio para potências mais elevadas (acima de 10 cv).
Motores monofásicos não podem partir sozinhos porque não conseguem formar
o campo girante, como fazem os motores trifásicos. O campo pulsante sempre
tem a mesma direção e não permitindo a indução de correntes significativas nos
enrolamentos rotóricos.
Porém, se de alguma forma se puder conseguir um segundo campo com
defasagem de 90° em relação à alimentação, se terá um sistema bifásico, com
a conseqüente formação de um campo girante capaz de promover a partida,
como mostra a figura ao lado. Existem várias maneiras de proporcionar esta
defasagem. Cada uma delas corresponde a um determinado tipo de motor
monofásico, como se verá na próximas seções.

É importante salientar que após atingir certa velocidade (entre 65 - 80% de sua
velocidade síncrona), o motor pode continuar trabalhando com uma só fase. Isto
quer dizer que, após acelerado, o circuito auxiliar de partida pode ser "desligado"
sem que o motor pare.

Aula 15 - Energização de Motor Monofásico com Capacitor de Partida


O Motor Monofásico com Capacitor de Partida é semelhante ao de fase dividida.
A principal diferença reside na inclusão de um capacitor eletrolítico em série com
o enrolamento auxiliar de partida.
O capacitor permite um maior ângulo de defasagem entre as correntes dos
enrolamentos principal e auxiliar, proporcionando assim elevados conjugados de
partida. Como no motor de fase dividida, o circuito auxiliar é desconectado
quando o motor atinge entre 75% a 80% da velocidade síncrona.
Neste intervalo de velocidades, o enrolamento principal sozinho desenvolve
quase o mesmo conjugado que os enrolamentos combinados. Para velocidades
maiores, entre 80% e 90% da velocidade síncrona, a curva de conjugado com
os enrolamentos combinados cruza a curva de conjugado do enrolamento
principal de maneira que, para velocidades acima deste ponto, o motor
desenvolve menor conjugado, para qualquer escorregamento, com o circuito
auxiliar ligado do que sem ele.

Devido ao fato de o cruzamento das curvas não ocorrer sempre no mesmo ponto
e, ainda, o disjuntor centrífugo não abrir sempre na mesma velocidade, é prática
comum fazer com que a abertura aconteça, na média, um pouco antes do
cruzamento das curvas. Após a desconexão do circuito auxiliar, o seu
funcionamento é idêntico ao do motor de fase dividida.

Diagrama elétrico disponìvel em:


Motor Monofásico Capacitor de Partida

Com o seu elevado conjugado de partida (entre 200% e 350% do conjugado


nominal), o motor de capacitor de partida pode ser utilizado em uma grande
variedade de aplicações e é fabricado em potências que vão de 1/4 cv a 1,5 cv.
O diagrama elétrico da Partida Reversora por Chave Eletromecânica está
disponível no link a seguir: Motor Monofásico de capacitor de partida: 16_04_23
DM Monofásico Capacitor ;

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Ultima atualização:


25/02/2016

Aula 16 - Energização de Motor de Indução com 6 terminais


Os Motores de Indução Trifásicos são compostos basicamente de duas partes:
um estator e um rotor. O estator constitui a parte estática de um motor e o rotor
sua parte móvel.
Figura 01 - Vista Explodida MIT.

O estator é composto de chapas finas de aço magnético tratadas termicamente


para reduzir ao mínimo as perdas por correntes parasitas e histerese. Estas
chapas têm o formato de um anel com ranhuras internas (vista frontal) de tal
maneira que possam ser alojados enrolamentos que deverão criar um campo
magnético no estator.
O rotor, composto de chapas finas de aço magnético tratadas termicamente
como o estator, tem também o formato de um anel (vista frontal), com os
enrolamentos alojados longitudinalmente.
O motor de indução é o motor de construção mais simples. O estator e rotor são
montados solidários, com um eixo comum aos “anéis” que os compõem.

Figura 02 - Campo Giratório em MIT.

A aplicação de uma tensão nos enrolamentos do estator irá fazer com que
apareça uma tensão nos enrolamentos do rotor. Assim o estator pode ser
considerado como o primário de um transformador e o rotor como seu
secundário. O espaço entre o estator e o rotor é denominado entreferro. Os
enrolamentos, ou bobinas, são em número de três. Estas bobinas, alojadas nas
ranhuras do estator, podem ser ligadas em estrela ou triângulo. No rotor os
enrolamentos, enrolados longitudinalmente a seu eixo, podem ser realizados de
duas maneiras, o que dá origem a dois tipos de rotor: Rotor Gaiola de Esquilo e
Rotor Bobinado.

Figura 03 - Motor de indução trifásico


de 6 pontas na ligação Triângulo - 220 VAC.

O funcionamento de um motor de indução trifásico baseia-se no princípio do


acoplamento eletromagnético entre o estator e o rotor, pois há uma interação
eletromagnética entre o campo girante do estator e as correntes induzidas nas
barras do rotor, quando estas são cortadas pelo campo girante.
O campo girante é criado devido aos enrolamentos de cada fase estarem
espaçados entre si de 120º. Sendo que ao alimentar os enrolamentos com um
sistema trifásico, as correntes I1, I2 e I3 originarão seus respectivos campos
magnéticos H1, H2 e H3, também, espaçados entre si 120°.
Além disso, como os campos são proporcionais às respectivas correntes, serão
defasados no tempo, também de 120° entre si. A soma vetorial dos três campos
H1, H2 e H3, será igual ao campo total H resultante.
Figura 04 - Motor de indução trifásico
de 6 pontas na ligação Estrela - 380 VAC.

A composição do campo gerado pela corrente induzida no rotor com o campo


girante do estator resulta em uma força de origem magnética que gera um
conjugado no eixo do motor, tendendo a fazer o rotor girar no sentido do campo
girante. Se o conjugado é suficiente para vencer o conjugado resistente aplicado
sobre o eixo, o rotor começa a girar. A energia elétrica fornecida ao estator pela
rede é transformada em energia mecânica através do eixo do motor.
O motor de Indução de 6 pontas - São fabricados para operar com 2 tensões
relacionadas por 1,73, usualmente 220-380 V ou 380-660 V. Na tensão mais
baixa serão ligados em triângulo e na mais alta em estrela.
Já o Motor de 9 pontas - Podem ser ligados em tensões relacionadas por 2, como
220-440 V ou 230-460 V. Na tensão mais baixa os enrolamentos são ligados em
paralelo (yy - estrela paralela) e na tensão mais alta são conectados em série (Y
- estrela série).
Figura 05 - Energização de Motor de indução trifásico
de 6 pontas na ligação Estrela - Triângulo Manual.

Diagrama elétrico disponível em : Motor Trifásico com Reversão


Manual: 16_04_25 Trifásico Reversão Manual ; e em Motor Trifásico com
Trifásico YD Manual: 16_04_26 Trifásico YD Manual ;

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização:


21/04/2016.
Postado por Prof. Sinésio Gomes às 01:00 Nenhum comentário:

Aula 17 - Energização de Motor de duplo enrolamento

Baseado em que a rotação de um


motor elétrico (rotor gaiola) depende do número de pólos magnéticos formados
internamente em seu estator, o motor de enrolamentos separados possui na
mesma carcaça dois enrolamentos independentes e bobinados com números de
pólos diferentes. Ao alimentar um ou outro, se terá duas rotações, uma chamada
baixa e outra, alta.
Motor com enrolamentos independentes consiste em dois estatores
enrolamentos eletricamente independentes e normalmente conectados em
estrela, sem conexão comum com ambos os enrolamentos.
Cada um dos enrolamentos do motor foi construído para uma determinada
velocidade, e podem ser utilizados separadamente, conforme necessário.
Motor de indução trifásico com Enrolamentos Separados

As rotações dependerão dos dados construtivos do motor, não havendo relação


obrigatória entre baixa e alta velocidade. Exemplos: 6/4 pólos (1200 /1800 rpm);
12/4 pólos (600/1800 rpm).
Ao alimentar uma das rotações, deve-se ter o cuidado de que a outra esteja
completamente desligada, isolada e com o circuito aberto, pelos seguinte
motivos: não há possibilidade de o motor girar em duas rotações
simultaneamente; nos terminais não conectados à rede haverá tensão induzida
gerada pela bobina que está conectada; caso circule corrente no enrolamento
que não está sendo alimentado surgirá um campo magnético que interferirá com
o campo do enrolamento alimentado; não é interessante que circule corrente no
bobinado que não está sendo utilizado, tanto por questões técnicas como
econômicas (consumo de energia). Essas são as razões pela quais os
enrolamentos destes motores são fechados internamente em estrela (Y).

Diagrama elétrico disponível em : Motor Trifásico de dois


bobinados: 16_04_10 Motor Trifásico de dois bobinados ;
© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Ultima atualização:
02/04/2016

Aula 18 - Energização de Motor Dahlander

F1 - Velocidade
síncrona
de motor

Os motores assíncronos em corrente alternada tem a sua operação na produção


de um campo magnético rotativo produzido pelos três bobinas fixas com um
desfasamento de 120° e correntes alternadas com o mesmo ângulo de fase
elétrica. A velocidade do motor não depende do valor da tensão, mas o valor da
frequência da rede de energia AC e o número de pares de pólos magnéticos da
máquina, conforme fórmula abaixo, onde: N : Velocidade em rotações por minuto
(rpm); f : frequência em Hz; ep : Número de pares de pólos.
Deduz se, portanto, que as técnicas mais significativas para variar a velocidade
de um motor de indução em um ponto envolve a modificação do número de pólos
que têm a máquina ou alterar o valor da frequência.
Quanto a sistemas para variar a velocidade de agir sobre o número de pólos do
motor incluem: Os motor de enrolamentos independentes e o motor Dahlander
ou a modificação da frequência da rede elétrica com uso de conversores de
frequência.
Motor de indução trifásico Dahlander
O Motor de indução Dahlander proporciona velocidades diferentes em um
mesmo eixo. Na grande maioria, são para apenas um valor de tensão, pois as
religações disponíveis geralmente permitem apenas a troca das velocidades. A
potência e a corrente para cada rotação são diferentes.
Este
é um motor com enrolamento especial que pode receber dois fechament
os diferentes, de forma a alterar a quantidade de pólos,
proporcionando, assim, duas velocidades distintas, mas sempre com relaç
ão 1:2. Exemplos: 4/2 pólos (1800/3600 rpm); 8/4 (900/1800 rpm).

A ligação Dahlander permite uma


relação de pólos de 1:2 o que corresponde a mesma relação de velocidade.
Quando a quantidade de pólos é maior a velocidade é mais baixa, quando é
menor a velocidade é mais alta. Isso decorre da Formula : n = 120 x f x (1-s) / p,
quando a freqüência é 60 Hz, onde n = velocidade , p o número de pólos, s =
escorregamento e f a freqüência.

Diagrama Elétrico de Motor Dahlander D / YY Manual: 16_04_27 Dahlander


D/YY Manual .

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Ultima atualização:


02/09/2016

Aula 19 - Energização de Motor de Indução com 12 terminais


O motor de indução trifásico com
rotor em gaiola de esquilo é constituído por um núcleo de chapas
ferromagnéticas, isoladas entre si, sobre o qual são colocadas barras de
alumínio (condutores), dispostas paralelamente entre si e unidas nas suas
extremidades por dois anéis condutores, também em alumínio, que provocam
um curto-circuito nos condutores.
O estator do motor é também constituído por um núcleo ferromagnético
laminado, nas cavas do qual são colocados os enrolamentos alimentados pela
rede de corrente alternada trifásica. A vantagem desse rotor é que resulta em
uma construção do induzido mais rápida, mais pratica e mais barata. Trata-se de
um motor robusto, barato, de rápida produção, que não exige coletor (elemento
sensível e caro) e de rápida ligação na rede.
As barras condutoras da gaiola esquilo são colocadas geralmente com uma certa
inclinação para evitar as trepidações e ruídos pela ação eletromagnéticas entre
os dentes das cavas do estator e do rotor. A principal desvantagem é que o
torque de partida é reduzido em relação à corrente absorvida pelo estator.
O Motor de 12 pontas - Havendo 12 terminais disponíveis, é possível a ligação
em 4 tensões diferentes, usualmente 220-380-440-760 V. Estes doze terminais
de interligação referem-se a seis conjuntos de bobinas que constituem o motor
elétrico. Para cada nível de tensão requerido teremos uma forma de realizar o
fechamento de suas bobinas. São basicamente quatro tipos de fechamento, são
eles: Duplo Triângulo (220V); Dupla Estrela (380V); Triângulo (440V) e
Estrela (760V).
Motor de indução trifásico de 12 pontas na ligação Duplo Triângulo.

Fechamento Duplo Triângulo - Este tipo de fechamento fará com que seja
possível a conexão motor na menor tensão suportada por ele, em nosso exemplo
220V. Partindo do pressuposto que independente da tensão de alimentação, o
motor de 12 pontas sempre receberá em seus Enrolamentos o mesmo nível de
tensão e que em nosso exemplo, cada bobina permanecerá com 220V, temos o
esquema elétrico de um fechamento para a tensão de 220V que por sinal é a
menor tensão que este motor suporta. Tendo em vista que este fechamento
assemelha-se com um circuito paralelo, o fechamento duplo triângulo ao ser
conectado a rede de alimentação de 220V recebe em cada uma de suas bobinas
os mesmos 220V da rede elétrica.

Motor de indução trifásico de 12 pontas na ligação Dupla Estrela.

Fechamento Dupla Estrela - Neste fechamento temos a disposição das


bobinas do motor a fim de alimentá-lo com uma tensão de 380V. Por se tratar do
mesmo motor, temos que levar em consideração que cada bobina do motor
elétrico trifásico receberá um nível de tensão de 220V, desta maneira vamos
realizar o fechamento considerando as características de Tensão de Fase e
Tensão de Linha aplicado aos seu enrolamentos,observe: Com a Tensão de
Linha de380V representadas em R, S e T temos, respectivamente, as Tensões
de Fase de 220V em cada uma das bobinas, sendo que este tipo de fechamento
“comporta-se” como um circuito em série, logo, existe a divisão de tensão entre
os conjuntos de bobinas associados.

Motor de indução trifásico de 12 pontas na ligação Triângulo Série.

Fechamento Triângulo - Quando a necessidade é interligar o motor a uma


tensão de 440V, então realizamos o fechamento triângulo. Levando em
consideração as características apresentadas anteriormente, permitiremos
através deste fechamento que cada um dos enrolamentos receba o mesmo nível
de tensão dos fechamentos duplo estrela e duplo triângulo, ou seja, 220V. Veja
que no fechamento em triângulo o motor será configurado a fim de receber a
tensão de 440V, observe que, teoricamente a tensão de fase seria de 440V mas
o fato de associarmos os enrolamentos em série permite que esta tensão seja
dividida entre os dois enrolamentos fazendo com que cada um receba 220V.
Motor de indução trifásico de 12 pontas na ligação Estrela Série.

Fechamento Estrela - Quando há necessidade de interligar o motor de 12


pontas em um nível elevado de tensão fazemos o uso do fechamento estrela
para o motor de 12 pontas. Levando em consideração as características
apresentadas anteriormente, permitiremos através deste fechamento que cada
um dos enrolamentos receba o mesmo nível de tensão dos fechamentos duplo
estrela e duplo triângulo, ou seja, 220V. Observe que os conjuntos de bobinas
são associados em série a fim de garantir a distribuição da tensão de fase de
forma proporcional a cada uma. Sendo a tensão de Linha (Alimentação ) de 760V
podemos deduzir que a tensão de fase será de 440V.

Para inverter o sentido de rotação de um motor trifásico, basta que se troquem


duas fases da alimentação.

Aula 20 - Energização de Motor de indução com rotor bobinado


O Motor de Indução Trifásico com rotor bobinado difere do motor de rotor em
gaiola de esquilo apenas quanto ao rotor, constituído por um núcleo
ferromagnético laminado sobre o qual são alojadas as espiras que constituem o
enrolamento trifásico, geralmente em estrela.
O três terminais livres de cada uma das bobinas do enrolamento trifásico são
ligados a três anéis de deslizamento de escovas colocados no eixo do rotor e
por meio de escovas de grafite estacionadas no estator. Esses três anéis são
ligados exteriormente a um reostato de partida constituído por três resistências
variáveis, ligadas também em estrela. Desse modo, os enrolamentos do rotor
também ficam em circuito fechado. A função do reostato de partida, ligado aos
enrolamentos do rotor, é reduzir as correntes de partida elevadas, no caso de
motores de elevada potência. A medida que o motor ganha velocidade, as
resistências são, progressivamente, retiradas do circuito até ficarem curto-
circuitadas (retiradas), quando o motor passa a funcionar no seu regime
nominal.

O motor de rotor bobinado também funciona com os elementos do rotor em curto-


circuito (tal como o motor de rotor em gaiola de esquilo), quando atinge o seu
regime nominal.
O motor de indução de rotor bobinado substitui o de rotor em gaiola de esquilo
em potências muito elevadas devido ao abaixamento da corrente de partida
permitido pela configuração do rotor. Os motores de indução de rotores
bobinados são muito empregados quando se necessita de partida a tensão plena
de armadura, com grande conjugado de partida e corrente de linha moderada na
partida.
Por intermédio do dimensionamento, os resistores do reostato fazem o motor
trabalhar com escorregamento muito maior que o convencional (> 5%), fazendo
com que se consiga um conjugado de partida maior.
Esse tipo de motor pode ser usado também em máquinas que
necessitam de controle de rotação, pois, conforme se retira ou insere
resistência ao rotor, sua velocidade varia.
Nesta situação deve-se compensar a carga no motor para evitar o
sobreaquecimento, já que a auto-refrigeração diminui. O valor das resistências
de partida, bem como suas potências, deve ser dimensionado especificamente
para cada motor conforme as necessidades de torque na partida. Na placa de
identificação pode-se ver a tensão e a corrente do rotor, valores que servirão de
bases para
cálculos. O comando dos circuitos para a instalação desses motores dev
e ser projetado para que o motor não dê partida se as resistências não
estiverem na posição exata (máxima resistência), para evitar o uso
incorreto. Estes motores são mais caros que os de rotor em curto, e exi
gem
maiores cuidados de manutenção. Os inversores de freqüência e os soft-
starters têm tomado o mercado deles.

Diagrama elétrico disponível em Motor Trifásico de Rotor Bobinado: 16_04_05


Motor Trifásico de Rotor bobinado ;

Aula 21 - Energização de Motor Corrente Contínua Composto


Figura 01 - Motor CC

Os motores de corrente contínua surgiram como uma forma de solucionar os


problemas onde há a necessidade de controle e variação de velocidade e torque
em máquinas elétricas acionantes, pois sua velocidade pode ser continuamente
alterada mediante a variação da tensão de alimentação. Além disso, os motores
CC apresentam torque constante em toda a faixa de velocidade. O motor de
corrente contínua é constituído de: Estator e Rotor.
Partes Constituintes – Estator:
1 - Carcaça que é a estrutura que suporta todas as demais partes. Também tem
por função conduzir o fluxo magnético de um pólo ao outro.
2 - Pólos de Excitação Principal: constitui um núcleo magnético formado por um
conjunto de chapas laminadas. Têm por função produzir o fluxo magnético. As
suas extremidades são mais largas e constituem as sapatas polares;
Figura 02 - Partes do Motor CC

3 - Enrolamento principal de campo: o enrolamento principal de campo é


bobinado sobre o pólo de excitação principal. É alimentada em corrente contínua
e estabelece assim um campo magnético contínuo no tempo;
4 - Enrolamento auxiliar de campo: igualmente alojado sobre o pólo principal.
Tem por função compensar a reação da armadura reforçando o campo principal;
5 - Pólos de Comutação: são alojados na região entre os pólos e constituídos
por um conjunto de chapas laminadas justapostas;
6 - Enrolamentos de Comutação: são percorridos pela corrente de armadura,
sendo ligados em série com este. Têm por função facilitar a comutação e evitar
o aparecimento de centelhamento no comutador,
7 - Enrolamento de Compensação: são alojados em ranhuras na superfície dos
pólos de excitação (sapatas polares). Têm por finalidade eliminar os efeitos do
campo da armadura e melhorar a comutação. É mais comum em máquinas de
alta potência, devido ao custo adicional de fabricação e dos materiais;
8 - Conjunto Porta-Escovas: o porta-escovas é a estrutura mecânica que aloja
as escovas. É montado de tal forma que possa ser girado para um perfeito ajuste
da comutação da máquina e as escovas são constituídas de material condutor e
deslizam sobre o comutador quando este gira; elas são pressionadas por molas
contra a superfície do comutador. As escovas também conectam o circuito
externo da máquina com o enrolamento da armadura.
Partes Constituintes – Rotor

Figura 03 - Enrolamentos Motor CC

9 - Núcleo Magnético: é constituído de um pacote de chapas de aço magnético


laminadas, com ranhuras axiais para alojar o enrolamento da armadura;
10 - Enrolamento da Armadura: é composto de um grande número de espiras
em série ligadas ao comutador. O giro da armadura faz com que seja induzida
uma tensão neste enrolamento;
11 - Comutador: é constituído de lâminas de cobre (lamelas) isoladas umas das
outras por meio de lâminas de mica (material isolante). Tem por função
transformar a tensão alternada induzida numa tensão contínua;
12 - Eixo: é o elemento que transmite a potência mecânica desenvolvida pelo
motor a uma carga a ele acoplada.
Enrolamentos do Motor de Corrente Contínua
O enrolamento do rotor denomina-se armadura cujas bobinas com terminais 1 e
2 serão alimentadas através das escovas e comutador e produzirão o campo
magnético que irá reagir com o campo magnético do estator, criando torque e
movimento, e geralmente é constituído por fios de seção maior.
Figura 04 - Funcionamento Motor CC

O estator é formado por um ou mais enrolamentos. O enrolamento Shunt do


estator com terminais 5 e 6 é formado por muitas espiras de fio de menor seção.
O enrolamento Série do estator com terminais 3 e 4 é formado por poucas
espiras de fio de seção maior. O enrolamento do estator é denominado
enrolamento de campo ou enrolamento de excitação.
O enrolamento série pode conter um ou mais pólos, os pólos do estator são
sempre salientes, de chapa de ferro silício. O estator pode abrigar 2, 4, 6 ou mais
pólos, que vão interferir na velocidade máxima do motor.
O conjunto comutador/escovas, que constitui a parte frágil dos motores de
corrente contínua, para haver uma boa comutação, além de escovas adequadas,
pressão de contato correto, porta escovas adequados, é necessária uma
manutenção constante e especializada. No motor de corrente contínua a linha
neutra é o ponto de ajuste ideal para a posição das escovas. Esta posição
corresponde ao ponto em que as bobinas do rotor estão perpendicularmente
posicionadas em relação ao campo fixo do estator; quando não há tensão
induzida na bobina, este é o melhor instante para ocorrer a comutação.
Figura 05 - Bobinas Motor CC

Funcionamento de um motor DC
Uma vez que as correntes elétricas produzem campos magnéticos, a bobina,
parte do rotor, quando energizada, se comporta como um ímã, criando um
campo magnético Norte e um Sul, no rotor. Como os polos opostos se atraem, a
bobina gera um torque sobre o rotor que se movimentará no sentido anti-horário,
conforme se observa nos itens a e b da figura. Assim, o polo Norte do imã inferior
ficará alinhado ao polo Sul da bobina (rotor). Quando a bobina girar 90 graus
(item c da figura), não haverá mais torque. Nesse instante ocorrerá a inversão
do sentido da corrente na bobina (rotor). Então a bobina continuará girando no
sentido anti-horário até que seu polo Norte fique alinhado com o polo Sul do imã,
fechando, assim, um ciclo completo de 360 graus e invertendo novamente o
sentido de giro da corrente da bobina (item d da figura 05).
Figura 06 -Diagrama Elétrico
para energização do Motor CC Compound

Controle de velocidade no motor DC


O controle de velocidade de rotação de um motor DC é diretamente proporcional
à tensão e à corrente aplicadas aos terminais de alimentação. Quanto maior a
tensão aplicada, maior a corrente e, consequentemente, maior a velocidade e o
torque do motor.
O Motor de Corrente Contínua Composto se enquadra na categoria de motores
de rotor bobinado, e é composto de bobinas de campo série S1 e S2; de bobinas
de campo shunt de F1 F2 ligados ao enrolamento da armadura A1 e A2, como
mostrado na a figura 06.

Diagrama elétrico para energização do Motor de Corrente Contínua


Compound: 16_04_24_DM_Motor de Corrente Contínua_Compound .

Aula 22 - Energização de Motores Monofásicos

Figura 01 - Motores monofásicos.

Os motores monofásicos são assim chamados porque os seus enrolamentos de


campo (estator) são ligados diretamente a uma fonte monofásica. Entre os vários
tipos de motores elétricos monofásicos, os motores com rotor gaiola destacam-
se pela simplicidade de fabricação e, principalmente, pela robustez,
confiabilidade e manutenção reduzida. Por terem somente uma fase de
alimentação, não possuem um campo girante como os motores polifásicos, mas
um campo magnético pulsante.
Isso impede que tenham torque de partida, tendo em conta que no rotor se
induzem campos magnéticos alinhados ao campo do estator.
Para solucionar o problema de partida, utilizam-se enrolamentos auxiliares, que
são dimensionados e posicionados de forma a criar uma segunda fase fictícia,
permitindo a formação do campo girante necessário para a partida. Assim,
teremos um enrolamento de armadura com duas partes: um enrolamento
principal, que é conectado diretamente à rede de alimentação.
A outra parte é o enrolamento secundário que pode ser ligado em série com um
capacitor e esse circuito é ligado em paralelo com o circuito principal. Desta
maneira, a corrente elétrica que circula pelo enrolamento auxiliar está adiantada
em aproximadamente 90° da corrente do enrolamento principal.
01 - Motor Monofásico com Imã Permanente
No motor monofásico de Imã Permanente o rotor é um ímã permanente que gira
entre dois eletroímãs estacionários. Como os eletroímãs são alimentados por
corrente alternada, seus pólos invertem suas polaridades conforme o sentido da
corrente inverte. O rotor gira enquanto seu pólo norte é 'puxado' primeiramente
para o eletroímã esquerdo e 'empurrado' pelo eletroímã direito.

Figura 02 - Esquema de Motor de imã permanente

Cada vez que o pólo norte do rotor está a ponto de alcançar o pólo sul de um
eletroímã estacionário, a corrente inverte e esse pólo sul transforma-se um pólo
norte. O rotor gira continuamente, terminando uma volta para cada ciclo da
corrente alternada. Como sua rotação é perfeitamente sincronizada com as
reversões da C.A, este motor é denominado 'motor elétrico síncrono da C. A.'. O
motor da bomba d'água de máquinas de lavar roupa, por exemplo, são desse
tipo. Os motores de C.A síncronos são usados somente quando uma velocidade
angular constante é essencial para o projeto.
Veja dados técnico de motores com polo distorcido no link: << 16_03_001 Motor
Monofásico – Imã Permanente e Shaded-Pole >>

Figura 03 - Motor Polo Distorcido.

02 - Motor Monofásico com Campo Distorcido Motor de indução monofásico


com campo distorcido ou pólos sombreados (Shaded–Pole) apresenta um
enrolamento auxiliar curto-circuitado.
O motor de campo distorcido se destaca entre os motores de indução
monofásicos, por seu método de partida, que é o mais simples, confiável e
econômico.
Uma das formas construtivas mais comuns é a de pólos salientes, sendo que
cerca de 25 a 35% de cada pólo é enlaçado por uma espira de cobre em curto
circuito. A corrente induzida nesta espira faz com que o fluxo que a atravessa
sofra um atraso em relação ao fluxo da parte não enlaçada pela mesma.
O resultado disto é semelhante a um campo girante que se move na direção da
parte não enlaçada para a parte enlaçada do pólo, produzindo conjugado que
fará o motor partir e atingir a rotação nominal.
Figura 04 - Esquema de Motor de imã permanente
e Gráfico de Torque x Velocidade

O sentido de rotação depende do lado que se situa a parte enlaçada do pólo,


conseqüentemente o motor de campo distorcido apresenta um único sentido de
rotação. Este geralmente pode ser invertido, mudando a posição da ponta de
eixo do rotor em relação ao estator.
Os motores de campo distorcido apresentam baixo conjugado de partida (15 a
50% do nominal), baixo rendimento (35%) e baixo fator de potência (0,45).
Normalmente são fabricados para pequenas potências, que vão de alguns
milésimos de cv até o limite de 1/4cv. Pela sua simplicidade, robustez e baixo
custo, são ideais em aplicações tais como: ventiladores, exaustores,
purificadores de ambiente, unidades de refrigeração, secadores de roupa e de
cabelo, pequenas bombas e compressores, projetores de slides, toca discos e
aplicações domésticas.
Veja dados técnico de motores para micro ventiladores no link: << 16_03_002
Motor Monofásico – Micro ventiladores >>.

03 - Motor Monofásico com Capacitor Permanente


Figura 05 - Esquema de Motor de capacitor permanente

No Motor Monofásico com Capacitor Permanente (Permanent-Split Capacitor)


o enrolamento auxiliar e o capacitor ficam permanentemente energizados. O
efeito deste capacitor é o adiantamento da corrente no enrolamento auxiliar
aumentando, com isso, o conjugado máximo, o rendimento e o fator de potência,
além de reduzir sensivelmente o ruído.
Construtivamente são menores e isentos de manutenção pois não utilizam
contatos e partes móveis, como nos motores anteriores. Porém, seu conjugado
de partida normalmente é inferior ao do motor de fase dividida (50% a 100% do
conjugado nominal), o que limita sua aplicação a equipamentos que não
requeiram elevado conjugado de partida, tais como: máquinas de escritório,
ventiladores, exaustores, sopradores, bombas centrífugas, esmeris, pequenas
serras, furadeiras, condicionadores de ar, pulverizadores, etc. São fabricados
normalmente para potências de 1/50 a 1,5 cv.

Figura 06 - Torque x Velocidade em


Motor de capacitor permanente

No gráfico há características do conjugado x velocidade. O baixo torque de


partida ocorre pois o capacitor não está dimensionado para proporcionar o
equilíbrio na partida, mas para condições de rotação nominal.
Eliminando o interruptor centrífugo pode reduzir significativamente o custo de
fabricação.
Veja dados técnico de motores com polo distorcido no link: << 16_03_004 Motor
Monofásico com Capacitor Permanente >>.

04 - Motor monofásico com fase dividida com dois terminais


O Motor Monofásico de Fase Dividida (Split-phase) possui um enrolamento
principal e um auxiliar (para a partida), ambos defasados no espaço de 90 graus
elétricos. O enrolamento auxiliar cria um deslocamento de fase que produz o
conjugado necessário para a rotação inicial e a aceleração.

Figura 07 - Esquema de Motor de fase dividida

Quando o motor atinge uma rotação de cerca de 75% da velocidade nominal o


enrolamento auxiliar é desconectado da rede através de uma chave que
normalmente é atuada por uma força centrífuga. Após desligamento do
enrolamento auxiliar o motor continua a rodar através de em um único campo
oscilante, o que em conjunto com a rotação do rotor, resulta em um efeito de
campo rotativo. Como o enrolamento auxiliar é dimensionado para atuação
somente na partida, seu não desligamento provocará a sua queima.
O ângulo de defasagem que se pode obter entre as correntes do enrolamento
principal e do enrolamento auxiliar é pequeno e, por isso, esses motores têm
conjugado de partida igual ou pouco superior ao nominal, o que limita a sua
aplicação a potências fracionárias e a cargas que exigem reduzido ou moderado
conjugado de partida, tais como máquinas de escritórios, ventiladores e
exaustores, pequenos polidores, compressores herméticos, bombas centrífugas,
etc. Normalmente são construídos em potências fracionárias que não excedem
¾ de CV.
Figura 08 - Gráfico de Torque x Velocidade

Um motor de fase dividida não tem nenhuma capacitância no circuito auxiliar. A


mudança de fase em relação à corrente principal é conseguida por utilização de
condutores muito finos para alcançar uma elevada resistência à relação de
reatância. O aumento da resistência do enrolamento auxiliar traz como
consequência o fato dele só poder ser utilizada durante a partida.
Um motor de fase dividida tem o torque significativamente menores devido à
redução do ângulo de fase entre as correntes do enrolamento principal e auxiliar.
05 - Motor monofásico com fase dividida com 4 terminais

Figura 09 - Ligação de Motor de fase dividida

O Motor monofásico com fase dividida pode ser construído com dois ou quatro
terminais. Quando construído com dois terminais é destinado apenas a um valor
de tensão, e não pode ser adaptado a diferentes valores de tensão. Assim, a
tensão aplicada na placa deve ser igual à tensão da rede de alimentação. Outro
inconveniente é o fato de não ser possível a inversão do seu sentido de rotação,
pois ele tem somente dois terminais em que são ligados os condutores de fase
(L) e neutro (N). A inversão dos cabos de alimentação fase e neutro não provoca
a inversão do sentido de giro.
Figura 10 - Esquema de Motor de capacitor de partida

No caso de ter acesso ás 4 pontas dos enrolamentos ou a 3 ( uma delas é a


comum ), pode,os medir a resistência Ohmica dos dois enrolamentos, o
enrolamento auxiliar ( enrolamento de arranque ) tem aproximadamente o dobro
da resistência do enrolamento de trabalho, o interruptor é ligado durante o
arranque. Caso encontre dois enrolamentos com a mesma resistência, então é
um motor que trabalha com capacitor permanente, devemos ligá-lo exatamente
do mesmo modo mas tendo atenção que a chave de partida que abre após o
arranque não é montada.

Diagrama elétrico disponível em:


15_02 _002 Motor Monofasico Polo Distorcido.pdf

No Motor monofásico com quatro terminais o enrolamento é dividido em duas


partes iguais. Torna-se possível a instalação do motor a dois valores de tensão,
que são chamados de tensão maior e tensão menor.
O valor de tensão maior é sempre igual a duas vezes o valor de tensão menor,
sendo que os valores mais utilizados são 220V para o de maior tensão e 110V
para o de menor tensão. Não é possível inverter o sentido de rotação desse
motor. Pelo diagrama a seguir, os terminais 1 e 2 são conectados a uma metade
e os terminais 3 e 4 à segunda metade do enrolamento. As duas partes do
enrolamento devem ser ligadas em série se a tensão de alimentação for de 220V.
Se a tensão de alimentação for 110V, as duas partes do enrolamento devem ser
ligadas em paralelo, como mostra a figura ao lado.
Veja dados técnico de motores com polo distorcido no link: << 16_03_004 Motor
Monofásico com duas tensões >>.

06 - Motor monofásico com fase dividida e capacitor de partida

Figura 11 - Esquema de Motor de capacitor de partida


e Gráfico de Torque x Velocidade

O Motor Monofásico com Capacitor de Partida é semelhante ao de fase dividida.


A principal diferença reside na inclusão de um capacitor eletrolítico em série com
o enrolamento auxiliar de partida.
O capacitor permite um maior ângulo de defasagem entre as correntes dos
enrolamentos principal e auxiliar, proporcionando assim elevados conjugados de
partida.
Como no motor de fase dividida, o circuito auxiliar é desconectado quando o
motor atinge entre 75% a 80% da velocidade síncrona. Neste intervalo de
velocidades, o enrolamento principal sozinho desenvolve quase o mesmo
conjugado que os enrolamentos combinados.
Diagrama elétrico disponível em:
15_02 _002 Motor Monofasico Capacitor de Partida.pdf

Para velocidades maiores, entre 80% e 90% da velocidade síncrona, a curva de


conjugado com os enrolamentos combinados cruza a curva de conjugado do
enrolamento principal de maneira que, para velocidades acima deste ponto, o
motor desenvolve menor conjugado, para qualquer escorregamento, com o
circuito auxiliar ligado do que sem ele.
Devido ao fato de o cruzamento das curvas não ocorrer sempre no mesmo ponto
e, ainda, o disjuntor centrífugo não abrir sempre na mesma velocidade, é prática
comum fazer com que a abertura aconteça, na média, um pouco antes do
cruzamento das curvas. Após a desconexão do circuito auxiliar, o seu
funcionamento é idêntico ao do motor de fase dividida.

Com o seu elevado conjugado de partida (entre 200% e 350% do conjugado


nominal), o motor de capacitor de partida pode ser utilizado em uma grande
variedade de aplicações e é fabricado em potências que vão de 1/4 cv a 1,5 cv.

07 - Motor Monofásico com Dois Capacitores

Figura 12 - Esquema de Motor de dois capacitores


e Gráfico de Torque x Velocidade

O Motor monofásico com dois Capacitores é uma "mistura" dos 2 anteriores:


possui um capacitor de partida, desligado através de chave centrífuga quando o
motor atinge cerca de 80% de sua rotação síncrona, e um outro que se encontra
permanente mente ligado.
Com isso, possui todas as vantagens daqueles motores: alto conjugado de
partida, alta eficiência e fator de potência elevado. No entanto seu custo é
elevado e só é fabricado para potências superiores a 1 cv.
O motor com dois capacitores (Two Value Capacitor) é um motor que utiliza as
vantagens dos dois anteriores: arranque como o do motor de capacitor de partida
e funcionamento em regime idêntico ao do motor de condensador permanente.
08 - Motor Monofásico de Pólos Salientes

Figura 13 - Esquema de Motor de polo saliente


e Gráfico de Torque x Velocidade

O motor Monofásico de pólos salientes é uma variação do motor de campo


distorcido, que se destaca entre os motores de indução monofásicos por seu
processo de partida, que é o mais simples, confiável e econômico. Uma das
formas mais comuns de motores de indução monofásicos é a de polos salientes,
ilustrada esquematicamente na figura.
Observa-se que uma parte de cada polo (em geral 25% a 35% do mesmo) é
abraçada por uma espira de cobre em curto-circuito. A corrente induzida nesta
espira faz com que o fluxo que a atravessa sofra um atraso em relação ao fluxo
da parte não abraçada pela mesma. O resultado disto é semelhante a um campo
girante que se move na direção da parte não abraçada para a parte abraçada do
polo, produzindo conjugado que fará o motor partir e atingir a rotação nominal.
Diagrama elétrico disponível em:
15_02 _001 Motor Monofasico Capacitor Permanente.pdf

O sentido de rotação, portanto, depende do lado em que se situa a parte


abraçada do polo. Consequentemente, o motor de campo distorcido apresenta
um único sentido de rotação. Este geralmente pode ser invertido, mudando-se a
posição da ponta de eixo do rotor em relação ao estator.
Quanto ao desempenho dos motores de campo distorcido, apresentam baixo
conjugado de partida (15% a 50% do nominal), baixo rendimento e baixo fator
de potência. Devido a esse fato, eles são normalmente fabricados para
pequenas potências, que vão de alguns milésimos de cv até 1/4 cv. Pela sua
simplicidade, robustez e baixo custo, são ideais em aplicações tais como:
movimentação de ar (ventiladores, exaustores, purificadores de ambiente,
unidades de refrigeração, secadores de roupa e de cabelo), pequenas bombas
e compressores e aplicações domésticas.
© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Ultima atualização:
03/03/2016

Aula 23 - Energização de Motor Universal

Figura 01 - Motor Universal


Chama-se motor universal um tipo de motor de funciona tanto em corrente
contínua quanto em corrente alternada. Na verdade, um motor universal é um
motor CC com excitação série, ou seja, um motor CC cujos enrolamentos de
campo e de armadura estão conectados em série, podendo, portanto ser
alimentado por uma única fonte, que pode ser contínua ou alternada monofásica.
Este tipo intermediário de motor denominado motor universal, esse motor pode
funcionar tanto com alimentação DC como AC.

O Motor de Corrente Contínua é construído com ímãs permanentes e um


comutador que dá o torque inicial para 'disparar' o movimento. Esta é a condição
necessária que algum 'pólo' altere sua polaridade para garantir a rotação do
rotor.
O modo mais comum para produzir essas reversões é usar um comutador. A
corrente flui ora num sentido ora no outro, no rotor desse motor CC, graças às
escovas. Essas escovas tocam o comutador do rotor de forma que a corrente
inverte seu sentido a cada meia volta do rotor.

Figura 02 - Funcionamento de Motor Universal

Em sua forma mais simples, um comutador apresenta duas placas de cobre


encurvadas e fixadas (isoladamente) no eixo do rotor; os terminais do
enrolamento da bobina são soldados nessas placas. A corrente elétrica 'chega'
por uma das escovas (+), 'entra' pela placa do comutador, 'passa' pela bobina
do rotor, 'sai' pela outra placa do comutador e 'retorna' á fonte pela outra escova
(-). Nessa etapa o rotor realiza sua primeira meia-volta.
Nessa meia-volta, as placas do comutador trocam seus contatos com as escovas
e a corrente inverte seu sentido de percurso na bobina do rotor. E o motor CC
continua girando, sempre com o mesmo sentido de rotação.
Porém, se substituirmos os ímãs permanentes dos estatores dos motores DC
por eletroímãs e ligarmos (em série) esses eletroímãs no mesmo circuito do rotor
e comutador, teremos um Motor Universal.
Nos motores universais, tanto estator como rotor são eletroímãs com bobinas
em série e concordância. Este motor 'girará' corretamente quer seja alimentado
por corrente contínua ou corrente alternada.

Figura 03 - Partes do Motor Universal

A diferença notável entre motor universal e motor DC é que se você alimentar o


motor universal com fonte DC, ele não inverterá o sentido de rotação se você
inverter a polaridade da fonte (como acontece com o motor DC), continuará a
girar sempre no mesmo sentido. Se você quiser realmente inverter o sentido de
rotação de um motor universal deverá inverter as ligações nos eletroímãs dos
estatores para inverter seus pólos.
Os motores universais possuem elevado torque em baixa rotação, para um certo
valor de corrente de armadura. Essa característica torna os motores universais
adequados para acionamento, em corrente alternada, de vários
eletrodomésticos (liquidificadores, aspiradores de pó, furadeiras), bem como
acionamento de veículos elétricos de transporte de massa (trens, carros
elétricos, metrô).
Figura 04 - Diagrama elétrico de Motor Universal

Motores universais são usados, por exemplo, em batedeiras elétricas,


aspiradores de pó etc. Em tais motores, com o tempo de uso, haverá desgastes
nas escovas de carvão e deverão ser substituídas. Basta você levar um
pedacinho da escova velha até uma loja de ferragens, comprar o par de escovas
novas adequadas e repor no motor; uma operação bastante simples.
© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização:
10/09/2016.

Aula 24 - Energização de Motor de Corrente Contínua com Imãs Permanentes

O Motor de Corrente Contínua é construído com ímãs permanentes e um


comutador que dá o torque inicial para 'disparar' o movimento. Esta é a condição
necessária que algum 'pólo' altere sua polaridade para garantir a rotação do
rotor.

O modo mais comum para produzir essas reversões é usar um comutador. A


corrente flui ora num sentido ora no outro, no rotor desse motor CC, graças às
escovas. Essas escovas tocam o comutador do rotor de forma que a corrente
inverte seu sentido a cada meia volta do rotor.
Em sua forma mais simples, um comutador apresenta duas placas de cobre
encurvadas e fixadas (isoladamente) no eixo do rotor; os terminais do
enrolamento da bobina são soldados nessas placas. A corrente elétrica 'chega'
por uma das escovas (+), 'entra' pela placa do comutador, 'passa' pela bobina
do rotor, 'sai' pela outra placa do comutador e 'retorna' á fonte pela outra escova
(-). Nessa etapa o rotor realiza sua primeira meia-volta.
Nessa meia-volta, as placas do comutador trocam seus contatos com as
escovas e a corrente inverte seu sentido de percurso na bobina do rotor. E o
motor CC continua girando, sempre com o mesmo sentido de rotação.
© Direitos de autor. 2017: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização:
21/06/2017.

Aula 25 - Energização de Motor de Passo

Os motores de passo são dispositivos eletromecânicos que convertem pulsos


elétricos em movimentos mecânicos que geram variações angulares discretas.
O rotor ou eixo de um motor de passo é rotacionado em pequenos incrementos
angulares, denominados “passos”, quando pulsos elétricos são aplicados em
uma determinada sequência nos terminais deste.
Os Motores de Passo são muito utilizados em dispositivos computadorizados
como drives, CD Rom, etc. Estes motores especiais que controlam os ângulos
de giro de seus rotores. Em vez de girar continuamente, estes rotores giram em
etapas discretas; os motores que fazem isso são denominados 'motores de
passo'.

O rotor de um motor de passo é


simplesmente um ímã permanente que é atraído, sequencialmente, pelos pólos
de diversos eletroímãs estacionários, como se ilustra:
Num motor de passo, o rotor é atraído por um par de pólos do estator e a seguir,
por outro. O rotor movimenta-se por etapas discretas, pausando em cada
orientação, até que novo comando do computador ative um jogo diferente de
eletroímãs.
Estes eletroímãs são ligados/ desligados seguindo impulsos cuidadosamente
controlados de modo que os pólos magnéticos do rotor se movam de um
eletroímã para outro devidamente habilitado.
A rotação destes motores é diretamente relacionada aos impulsos elétricos que
são recebidos, e a sequência em que tais pulsos são aplicados reflete
diretamente na direção em que o motor gira. A velocidade em que o rotor gira é
fornecida pela frequência de pulsos recebidos, e o tamanho do ângulo
rotacionado é diretamente relacionado com o número de pulsos aplicados.
Motores de Passo de Relutância Variável
O estator é formado por quatro polos (eletroímãs) usinados, de forma que as
extremidades dos eletroímãs apresentem ranhuras, chamadas de dentes. O
rotor é um círculo cuja circunferência é dentada como se fosse uma engrenagem.
Cada dente do rotor corresponde a um polo saliente. O número de dentes do
rotor determina o número de passos que devem ser executados para que o rotor
execute um giro de 360 graus.
O controle de velocidade e do sentido de giro deste tipo de motor de passo
depende unicamente da ordem de energização das bobinas e dos detalhes
mecânicos do rotor.

Motores de Passo de Imã Permanente


O motor é muito parecido com o motor de relutância variável. A diferença é que
o rotor do motor de passo de imã permanente é composto por ímãs, o que dá a
esse motor uma característica muito importante.
Ele mantém sua última posição
mesmo quando desenergizado. Ao energizar uma das fases, é criado um campo
magnético. Assim, um torque é gerado pela atração do pólo gerado com o pólo
oposto do imã permanente.
Este tipo de motor tem um ímã permanente em um eixo liso, gerando uma
mecânica mais simples e barata. A vantagem desse tipo de motor é o fato dele
ter um campo magnético permanente que se soma ao campo magnético das
bobinas, dando uma potência, ou torque, maior na partida. A desvantagem desse
tipo de motor é o fato deles terem um passo maior, com menor precisão. Quando
um estator é ativado, o eixo se alinha com o campo magnético até o estator ser
desligado e o estator seguinte ligado.
Motores de Passo Híbridos

O motor é mais caro do que o de ímã permanente, mas oferece melhor


desempenho com respeito à resolução de passo, torque e velocidade. Ângulos
de passos típicos de motores híbridos estão entre 3,6º a 0,9º (100-400 passos
por volta). O motor híbrido combina as melhores características do motor de imã
permanente e do motor de relutância variável. O rotor é multidentado como no
motor de relutância variável e contém um ímã permanente ao redor de seu eixo.
Os dentes do rotor fornecem um melhor caminho que ajuda a guiar o fluxo
magnético para locais preferidos no GAP de ar.
Este tipo de motor mistura a mecânica mais sofisticada do motor de Relutância
Variável com a potência do ímã permanente no eixo, dando um torque maior com
maior precisão nos passos, que podem variar entre 3,6° e 0,9° graus, contra 7,5°
a 15° graus para o de ímã permanente.

O eixo do motor é construído com dois grupos de dentes, um com o POLO SUL
saliente e o outro com o POLO NORTE, de modo que os dentes fiquem
alternados.
Semelhante aos tipos anteriores, as bobinas devem ser ligadas em sequência
para o eixo poder girar.

Tipos de pólos de motores de passo

Geralmente têm duas fases e


podem ser bipolar ou unipolar. Nos motores unipolares são usados dois
enrolamentos por fase e costumam ter um contato em comum, resultando em
cinco, seis ou oito conexões. Nos modelos onde a conexão comum dos dois
pólos é separada, são seis conexões externas e nos modelos onde a conexão
comum é soldada internamente, são cinco conexões externas. Os de oito
conexões externas contêm a conexão em comum dos dois pólos separada e
facilitam a ligação em série ou paralela das bobinas. Eles são chamados de
unipolares e facilitam o projeto por não necessitar de ligação reversa nos pólos.
Os modelos com cinco ou seis conexões têm as bobinas ligadas em série e
necessitam da capacidade de reverter as ligações entre as bobinas.

Ligação reversa é um tipo de ligação muito comum entre motores onde os pólos
A e B da bobinas podem ser ligados ao positivo e negativo respectivamente, ou
invertida, negativo e positivo respectivamente.
Os Motor de Passo Bipolar usam uma ligação por pólo e necessitam que o
circuito de controle possa reverter o sentido da corrente para acionar as bobinas
de forma correta.
A diferença é apenas como os enrolamentos (estatores) do motor estão
interligados entre si. O nome Unipolar (um polo) ou Bipolar (dois polos) vem do
fato que nos unipolares a corrente circula pelas bobinas apenas em uma direção
(ex. do fio comum para a phase A+ ou do comum para a phase B- e etc.). Já nos
bipolares a corrente circula em ambas as direções em cada bobina, hora da
Phase B+ para a B- hora da B- para a B+.
© Direitos de autor. 2017: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização:
21/06/2017.

Aula 26 - Energização de Motor Monofásico com Campo Distorcido

Motor de indução monofásico com campo distorcido ou pólos sombreados


(Shaded–Pole) apresenta um enrolamento auxiliar curto-circuitado.
O motor de campo distorcido se destaca entre os motores de indução
monofásicos, por seu método de partida, que é o mais simples, confiável e
econômico.

Uma das formas construtivas mais comuns é a de pólos salientes, sendo que
cerca de 25 a 35% de cada pólo é enlaçado por uma espira de cobre em curto
circuito. A corrente induzida nesta espira faz com que o fluxo que a atravessa
sofra um atraso em relação ao fluxo da parte não enlaçada pela mesma.
O resultado disto é semelhante a um campo girante que se move na direção da
parte não enlaçada para a parte enlaçada do pólo, produzindo conjugado que
fará o motor partir e atingir a rotação nominal. O sentido de rotação depende do
lado que se situa a parte enlaçada do pólo, conseqüentemente o motor de campo
distorcido apresenta um único sentido de rotação. Este geralmente pode ser
invertido, mudando a posição da ponta de eixo do rotor em relação ao estator.
Os motores de campo distorcido
apresentam baixo conjugado de partida (15 a 50% do nominal), baixo rendimento
(35%) e baixo fator de potência (0,45). Normalmente são fabricados para
pequenas potências, que vão de alguns milésimos de cv até o limite de 1/4cv.
Pela sua simplicidade, robustez e baixo custo, são ideais em aplicações tais
como: ventiladores, exaustores, purificadores de ambiente, unidades de
refrigeração, secadores de roupa e de cabelo, pequenas bombas e
compressores, projetores de slides, toca discos e aplicações domésticas.

Postado por Prof. Sinésio Gomes às 01:00 Um comentário:

Aula 27 - Energização de Motor Monofásico de Pólos Salientes

O motor Monofásico de pólos salientes é uma variação do motor de campo


distorcido, que se destaca entre os motores de indução monofásicos por seu
processo de partida, que é o mais simples, confiável e econômico. Uma das
formas mais comuns de motores de indução monofásicos é a de polos salientes,
ilustrada esquematicamente na figura.
Observa-se que uma parte de cada polo (em geral 25% a 35% do mesmo) é
abraçada por uma espira de cobre em curto-circuito. A corrente induzida nesta
espira faz com que o fluxo que a atravessa sofra um atraso em relação ao fluxo
da parte não abraçada pela mesma. O resultado disto é semelhante a um campo
girante que se move na direção da parte não abraçada para a parte abraçada do
polo, produzindo conjugado que fará o motor partir e atingir a rotação nominal.
O sentido de rotação, portanto, depende do lado em que se situa a parte
abraçada do polo. Consequentemente, o motor de campo distorcido apresenta
um único sentido de rotação. Este geralmente pode ser invertido, mudando-se a
posição da ponta de eixo do rotor em relação ao estator.
Quanto ao desempenho dos motores de campo distorcido, apresentam baixo
conjugado de partida (15% a 50% do nominal), baixo rendimento e baixo fator
de potência. Devido a esse fato, eles são normalmente fabricados para
pequenas potências, que vão de alguns milésimos de cv até 1/4 cv. Pela sua
simplicidade, robustez e baixo custo, são ideais em aplicações tais como:
movimentação de ar (ventiladores, exaustores, purificadores de ambiente,
unidades de refrigeração, secadores de roupa e de cabelo), pequenas bombas
e compressores e aplicações domésticas.

Aula 28 - Energização de Motor Monofásico de Fase Dividida

O Motor Monofásico de Fase Dividida (Split-phase) possui um enrolamento


principal e um auxiliar (para a partida), ambos defasados no espaço de 90 graus
elétricos. O enrolamento auxiliar cria um deslocamento de fase que produz o
conjugado necessário para a rotação inicial e a aceleração.
Quando o motor atinge uma
rotação de cerca de 75% da velocidade nominal o enrolamento auxiliar é
desconectado da rede através de uma chave que normalmente é atuada por uma
força centrífuga. Após desligamento do enrolamento auxiliar o motor continua a
rodar através de em um único campo oscilante, o que em conjunto com a rotação
do rotor, resulta em um efeito de campo rotativo. Como o enrolamento auxiliar é
dimensionado para atuação somente na partida, seu não desligamento
provocará a sua queima.
O ângulo de defasagem que se pode obter entre as correntes do enrolamento
principal e do enrolamento auxiliar é pequeno e, por isso, esses motores têm
conjugado de partida igual ou pouco superior ao nominal, o que limita a sua
aplicação a potências fracionárias e a cargas que exigem reduzido ou moderado
conjugado de partida, tais como máquinas de escritórios, ventiladores e
exaustores, pequenos polidores, compressores herméticos, bombas centrífugas,
etc. Normalmente são construídos em potências fracionárias que não excedem
¾ de CV.

Um motor de fase dividida não tem


nenhuma capacitância no circuito auxiliar. A mudança de fase em relação à
corrente principal é conseguida por utilização de condutores muito finos para
alcançar uma elevada resistência à relação de reatância. O aumento da
resistência do enrolamento auxiliar traz como consequência o fato dele só poder
ser utilizada durante a partida.

Um motor de fase dividida tem o


torque significativamente menores devido à redução do ângulo de fase entre as
correntes do enrolamento principal e auxiliar.

Postado por Prof. Sinésio Gomes às 01:00

Aula 29 - Energização de Motor Monofásico com Capacitor Permanente

No Motor Monofásico com Capacitor


Permanente (Permanent-Split Capacitor) o enrolamento auxiliar e o capacitor
ficam permanentemente energizados. O efeito deste capacitor é o adiantamento
da corrente no enrolamento auxiliar aumentando, com isso, o conjugado
máximo, o rendimento e o fator de potência, além de reduzir sensivelmente o
ruído.
Construtivamente são menores e isentos de manutenção pois não utilizam
contatos e partes móveis, como nos motores anteriores. Porém, seu conjugado
de partida normalmente é inferior ao do motor de fase dividida (50% a 100% do
conjugado nominal), o que limita sua aplicação a equipamentos que não
requeiram elevado conjugado de partida, tais como: máquinas de escritório,
ventiladores, exaustores, sopradores, bombas centrífugas, esmeris, pequenas
serras, furadeiras, condicionadores de ar, pulverizadores, etc. São fabricados
normalmente para potências de 1/50 a 1,5 cv.
No gráfico há características do conjugado x velocidade. O baixo torque de
partida ocorre pois o capacitor não está dimensionado para proporcionar o
equilíbrio na partida, mas para condições de rotação nominal.
Eliminando o interruptor centrífugo pode reduzir significativamente o custo de
fabricação.

Aula 30 - Energização de Motor Monofásico com Dois Capacitores


O Motor monofásico com dois Capacitores é uma "mistura" dos 2 anteriores:
possui um capacitor de partida, desligado através de chave centrífuga quando o
motor atinge cerca de 80% de sua rotação síncrona, e um outro que se encontra
permanente mente ligado.

Com isso, possui todas as vantagens daqueles motores: alto conjugado de


partida, alta eficiência e fator de potência elevado. No entanto seu custo é
elevado e só é fabricado para potências superiores a 1 cv.
O motor com dois capacitores (Two Value Capacitor) é um motor que utiliza as
vantagens dos dois anteriores: arranque como o do motor de capacitor de partida
e funcionamento em regime idêntico ao do motor de condensador permanente.

Aula 31 - Energização de Motor monofásico com dois e quatro terminais


O Motor monofásico com dois terminais é destinado apenas a um valor de
tensão, e não pode ser adaptado a diferentes valores de tensão. Assim, a tensão
aplicada na placa deve ser igual à tensão da rede de alimentação. Outro
inconveniente é o fato de não ser possível a inversão do seu sentido de rotação,
pois ele tem somente dois terminais em que são ligados os condutores de fase
(L) e neutro (N). A inversão dos cabos de alimentação fase e neutro não provoca
a inversão do sentido de giro.

No caso de ter acesso ás 4 pontas dos enrolamentos ou a 3 ( uma delas é a


comum ), pode,os medir a resistência Ohmica dos dois enrolamentos, o
enrolamento auxiliar ( enrolamento de arranque ) tem aproximadamente o dobro
da resistência do enrolamento de trabalho, o interruptor é ligado durante o
arranque. Caso encontre dois enrolamentos com a mesma resistência, então é
um motor que trabalha com capacitor permanente, devemos ligá-lo exatamente
do mesmo modo mas tendo atenção que a chave de partida que abre após o
arranque não é montada.
No Motor monofásico com quatro terminais o enrolamento é dividido em duas
partes iguais. Torna-se possível a instalação do motor a dois valores de tensão,
que são chamados de tensão maior e tensão menor.

O valor de tensão maior é sempre igual a duas vezes o valor de tensão menor,
sendo que os valores mais utilizados são 220V para o de maior tensão e 110V
para o de menor tensão. Não é possível inverter o sentido de rotação desse
motor. Pelo diagrama a seguir, os terminais 1 e 2 são conectados a uma metade
e os terminais 3 e 4 à segunda metade do enrolamento. As duas partes do
enrolamento devem ser ligadas em série se a tensão de alimentação for de 220V.
Se a tensão de alimentação for 110V, as duas partes do enrolamento devem ser
ligadas em paralelo, como mostra a figura ao lado.

Aula 32 - Enrolamento Concêntrico de Motores trifásicos

A maneira mais conveniente de


associar vários condutores de um enrolamento é distribuí-los em forma de
bobinas e a distribuição deve ser feita de tal modo que formem grupos. As
bobinas de cada grupo são ligadas entre si, apresentando cada grupo um início
e um fim, colocados uniformemente nas ranhuras do núcleo do estator para gerar
o campo magnético. Os enrolamentos dos motores CA podem ter diversas
formas e distribuições, dentre as quais destacamos o enrolamento concêntrico
O nome enrolamento concêntrico (ou em cadeia) é associado ao de uma
corrente, devido a analogia que existe entre os grupos de bobinas (posição
relativa entre eles) e os elos das correntes. No enrolamento concêntrico o
formato das suas bobinas normalmente é oval e o enrolamento é constituído por
grupos contendo duas, três e até mais bobinas de tamanhos diferentes (com o
mesmo centro de referência).
Cada ranhura pode conter um ou
mais lados de bobinas e o número de espiras por bobina em um grupo pode
variar em função da distribuição nas ranhuras. Este tipo de enrolamento pode
ser executado manualmente ou utilizando formas pré-moldadas ou ainda
máquinas automáticas para colocação do enrolamento.
Exemplo: Rebobinagem de motor trifásico de 5 CV; 2 polos; 220/380 VAC; 14/8
A; Concêntrico com ligação tipo Série; 24 ranhuras; 2 grupos de bobinas por fase
formando 4 bobinas por fase de 33 espiras cada bobina; passo do enrolamento:
1:10:12; comprimento do estator: 109 mm; diâmetro interno do núcleo: 90 mm ;
Fio para o enrolamento: nº- 16 AWG ( pegue o valor da corrente em 380 V e
divida por 7 - o resultado é o n°- do fio em mm², 8 / 7 = 1,14 mm², fio mais
próximo 16 WAG = 1,3 mm² ).

Para a confecção, colocação e ligação das bobinas


que formam o enrolamento devemos conhecer de antemão suas principais
características: sendo que o Número de Bobinas é determinado em função do
número de dentes do estator, número de pólos e do tipo de enrolamento.

1 - O Passo Polar é determinado pela distância em dentes entre o início de duas


bobinas interligadas da mesma fase. O passo polar define a região onde será
concentrado um pólo magnético formado por esta bobina.
2 - O Passo da Bobina é a distância em dentes compreendida entre os dois
lados da mesma bobina.

Quando o passo de bobina for igual ao passo polar, este


é denominado de passo de bobina inteiro; caso seja menor que o passo polar é
denominado de passo de bobina fracionário.
No projeto dos motores elétricos o passo ideal é determinado através de ensaios
em laboratórios até se obter o melhor rendimento da máquina, não desprezando
o custo de produção. Para calcular usamos as seguintes expressões:
Enrolamento meio imbricado Yb = Yp – (2q –1) e para Enrolamento imbricado
Yb = Yp – (q –1).
Os enrolamentos meio imbricado são geralmente projetados com bobinas de
passo fracionário (5/6 do passo polar) pois este tamanho além de economizar
material (cobre) reduz as harmônicas das f.e.m. induzidas nos enrolamentos,
resultando em menores perdas por correntes parasitas e histerese.

3 - Número de Pólos de um motor CA afeta diretamente sua velocidade, ou


seja, de desejamos um motor com elevada rotação este deverá apresentar o
mínimo de pólos magnéticos.

A maneira pela qual os grupos de bobinas são


interligados também influi na formação dos pólos. A equação a seguir nos
fornece a relação entre as grandezas freqüência da rede de alimentação, número
de pólos e velocidade do motor, onde: P = número de pólos; f = freqüência das
correntes que alimentam o enrolamento (Hz) e n = velocidade síncrona (rpm).
4 - Número de Bobinas por Pólo e Fase é o número de bobinas que participa
da formação de cada pólo, conforme o tipo de enrolamento.

Para o enrolamento meio


imbricado e enrolamento imbricado temos o cálculo a seguir. Se a interligação
dos grupos de bobinas resultar em pólos consequentes, o número de bobinas
por pólo/fase dobra de valor (observe se todos os grupos possuem o mesmo
número de bobinas).

5 - Passo de Fase - Para o funcionamento perfeito do campo girante deve haver


uma simetria da defasagem elétrica das fases (120 o elétricos), com a
defasagem mecânica dos 3 enrolamentos.

O início de cada enrolamento deve apresentar uma


defasagem de 120 o geométricos. Isto é conseguido dividindo o total de dentes
do estator por 3.

6 - Ligações - Os motores trifásicos podem apresentar desde 3 até 12 terminais,


conforme as tensões de trabalho definidas pelo fabricante, sempre permitindo a
inversão de rotação. A identificação dos terminais no motor trifásico pode ser
feita através de números ou letras com a seguinte equivalência: 1=U; 2=V; 3=W
; 4=X; 5=Y e 6=Z.

7 - Diagrama de motores elétricos bobinado


Os desenhos de esquemas são formas de representação de um diagrama
elétrico. No caso de um diagrama de motores, são formas de desenhos
esquemáticos nos quais se representam bobinados de estatores e suas ligações
internas de modo a demonstrar os detalhes essenciais de cada circuito.

Os desenhos de esquemas de
bobinados podem ser: Planificados, Frontal ou circulares e Simplificados.
Desenho de esquema planificado: Os esquemas planificados representam um
estator como se estivesse cortado e estirado sobre um plano, com todos os
grupos de bobinas e conoxões. Na figura ao lado está mostrado um esquema
planificado de bobinas de um motor.

Os esquemas frontais são constituídos a partir da frente do bobinado e


apresentam todas as ranhuras das bobinas. O esquema indica através de traços,
a posição relativa das bobinas e suas interligações no conjunto que forma a
estrutura elétrica do motorDeve-se fazer o desenho de esquema com linhas ou
traços diferentes, como linhas largas e estreitas, pontilhadas, tracejadas, etc.
Pode-se também representar os traçosem diversas cores partes como:
Bobinados pertencentes a diferentes fases, caso do motor trifásico; Bobinados
com diferentes funções, caso dos motores monofásicos com bobina de arranque
e de trabalho.
Na figura acima está mostrando um esquema cicular ou frontal.
Desenho de esquema simplificado: O esquema simplificado representa todo um
grupo de bobinas por apenas uma bobina ou meia bobina. Esse esquema mostra
as conexões para formar as polaridades.A figura a seguir mostra um esquema
simplificado de bobinado de um motor mostrando a formação de polaridade.

© Direitos de autor. 2017: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização:


21/06/2017.

Aula 33 - Trabalho, Potencia Elétrica, Mecânica e Rendimento em Motores de


indução
A potência mecânica é definida como sendo a força aplicada sobre um corpo,
para deslocá-lo uma certa distância em um determinado intervalo de tempo.

Figura 01 - Força e Potência.

James Watt foi um engenheiro que celebrizou-se por seu trabalho a respeito e
foi o criador dos termos watts e hp (Horse Power).
Em avaliações que ele realizou junto aos cavalos que retiravam carvão das
minas, Watt concluiu que em média, cada cavalos era capaz de içar dos fundos
das minas, cerca de 330 libras (149.7 kg) de carvão, por uma distância de 100
pés (30.48 metros) em um intervalo de 1 minuto (60 Segundos), ou seja, 33000
lb.ft/min (746,7 W). Tal potência ficou conhecida e é utilizada até hoje, como
sendo o equivalente a 1 hp.
O Trabalho e Potência Mecânica de um motor é definido pela força do motor. A
Força é o produto da massa pela aceleração, peso é uma força que age sobre a
massa pela aceleração da gravidade (g = 9,81 m/s2), sua unidade é N ou Kgf.

Define-se como trabalho mecânico o produto da força aplicada a um determinado


corpo pelo deslocamento do mesmo, sua unidade é o [Nm] ou [J]. O trabalho
necessário para elevar um corpo de 150 kgf a uma altura de 30 m é: 4500 Kgf.m
Força, Potencia Mecânica e Elétrica em Motores
Força é o produto da massa pela aceleração, peso é uma força que age sobre
a massa pela aceleração da gravidade (g = 9,81 m/s2), sua unidade é N ou Kgf.
Define-se como trabalho mecânico o produto da força aplicada a um determinado
corpo pelo deslocamento do mesmo, sua unidade é o [Nm] ou [J]. O trabalho
necessário para elevar um corpo de 150 kgf a uma altura de 30 m é: 4500 Kgf.m
.

Figura 02 - Potência mecânica.

A potência mecânica é o trabalho mecânico realizado na unidade de tempo (1


j/s = 1 watts). A potência mecânica necessária para elevar um corpo de 150 kgf
a uma altura de 30 m em 60 segundos é: 75 Kgf.m/s. Como a força (da
gravidade) que se opõe ao movimento é de 9,81 m/s2, temos 75 x 9,81 = 736
Watts = 1 cv.
Para movimentos circulares, a distância é substituída pela velocidade periférica,
isto é, pelo caminho percorrido em metros na periferia da peça girante em um
segundo.
Onde: v = Velocidade angular em m/s, d = Diâmetro da peça em metros e n =
Velocidade em rpm.

Figura 03 - Potência elétrica ativa.

A potência elétrica (P) é calculada pela fórmula ao lado que representa o


consumo de energia. Onde: U = tensão da rede em volts; I = intensidade da
corrente em amperes e cos* é o fator de potência.
Potência ativa é a parte da potência aparente que é realmente transformada em
energia. É obtida do produto entre a potência aparente e o fator de potência. Se
a carga for puramente resistiva o cos ϕ = 1, a potência ativa e a potência aparente
terão o mesmo valor.

Figura 04 - η (Rendimento)

O Fator de potência é indicado usualmente pela expressão e representa o


ângulo de defasagem da tensão em relação à corrente, além de representar a
relação entre a potência real P (ativa, efetivamente transformada em trabalho) e
a potência aparente S.
A potência aparente é a soma vetorial da potência ativa e da potência reativa Q,
potência esta que não realiza trabalho e é transferida e armazenada nos
elementos passivos (capacitores e indutores) do circuito.
O rendimento, também conhecido pelo símbolo η, representa a relação entre a
potência real ou útil Pu (efetivamente transferida para a ponta do eixo) e a
potência total absorvida da rede Pa, ambas são potências ativas. O rendimento
é calculado pela fórmula ao lado. Onde: Pu = Potência mecânica e Pa = Potência
elétrica.

Figura 04 - Rendimento.

Rendimento: também conhecido pelo símbolo η, representa a relação entre a


potência real ou útil Pu (efetivamente transferida para a ponta do eixo) e a
potência total absorvida da rede Pa, ambas são potências ativas. O rendimento
indica a eficiência do motor na transformação de energia elétrica em mecânica.
Seu valor varia de acordo com a carga do motor. Com pequenas cargas o
rendimento é baixo, ou seja, a maior parte da energia consumida é transformada
em calor. É importante dimensionar os motores para uma condição de
funcionamento entre 75% e 100% do valor nominal, onde estes apresentam
valores de rendimento mais elevados, o que proporciona uma redução nos
gastos com energia elétrica.

A rotação do motor é calculada pela fórmula ao lado que representa o as


rotações por minuto do rotor. Onde: n = velocidade nominal do eixo do motor
assíncrono; F. frequência da rede; P. pares de pólos do motor e S o
escorregamento do rotor.
É importante dimensionar os motores para uma condição de funcionamento
entre 75% e 100% do valor nominal, onde estes apresentam valores de
rendimento mais elevados, o que proporciona uma redução nos gastos com
energia elétrica.

O dispositivo mais antigo, utilizado até os dias de hoje, para medir a potência do
motor é constituído por um volante circundado por uma cinta conectada a um
braço cuja extremidade se apoia sobre a plataforma de uma balança. O volante,
acionado pelo motor, tem o seu movimento restringido pela pressão aplicada à
cinta, que transmite o esforço ao braço apoiado sobre a balança. A partir das
leituras da balança, calcula-se o esforço despendido pelo motor. Esse dispositivo
é conhecido como FREIO DE PRONY.
Com os elementos acima, sabendo-se que a periferia do volante percorre, no
intervalo de uma rotação, a distância 2π r contra a força de atrito f, aplicada pela
cinta, então, em cada rotação, tem-se:
Trabalho=2π rf. O conjugado resistente ao atrito é formado pelo produto da
leitura P da balança pelo valor do comprimento do braço de alavanca R e será
exatamente igual ao produto r vezes f, conjugado que tende a mover o braço.
Logo: r.f=P.R e, em uma rotação, Trabalho = 2π PR. Se o motor funcionar a N
rpm, o Trabalho por minuto será dado por: = 2π PRN.
A expressão acima define a potência desenvolvida pelo motor, que pode ser
expressa em HP (Horsepower) ou em CV (Cavalo-vapor), dependendo das
unidades empregadas.
Veja resumo de motores no link: 16_02_001 Manual de Motores Voges.

http://maquinaseletricasi.blogspot.com.br/

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