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EXCLENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE

ARAPIRACA

Processo nº XXX

CARLOS, já qualificado nos autos da reclamação trabalhista que move em


face da EMPRESA GAMA, por seu advogado que esta subscreve, vem
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor, no prazo legal e
com fulcro no art. 895, I, da CLT,

RECURSO ORDINÁRIO

Requerendo remessa das anexas razões ao Egrégio Tribunal Regional do


Trabalho da 19ª Região, juntado à presente o comprovante de pagamento das
custas processuais para os devidos fins de direito.

Termos em que,
Pede deferimento.

Arapiraca, 26 de novembro de 2017.


ADVOGADO - OAB nº YYY
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO

Recorrente: CARLOS
Recorrida: EMPRESA GAMA
Processo nº XXX
Origem: VARA DO TRABALHO DE ARAPIRACA

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Egrégio Tribunal, Doutos Julgadores, preenchidos os pressupostos


recursais extrínsecos e intrínsecos de admissibilidade recursal e em que pese
o brilhantismo do MM. Juízo, a r. sentença não merece ser mantida, razão pela
qual pugna por sua reforma pelos seguintes fundamentos:

I CONTEXTO FÁTICO

O recorrente propôs reclamação trabalhista em face da recorrida,


pleiteando a nulidade da redução salarial determinada pela recorrida durante o
contrato de trabalho. A referida demanda foi julgada improcedente em primeiro
grau, sob o fundamento de que a crise que abalara aquele setor era pública e
notória, o que legitimara a ação empresarial já narrada.
Contudo, a referida decisão não merece prosperar, já que essa está
inteiramente apartada dos preceitos do ordenamento legal, conforme destaca-
se adiante.

II DO MÉRITO

Conforme abordado, o recorrente propôs a presente demanda


objetivando caracterizar a nulidade da redução salarial realizada pela recorrida.
Este fato deu-se, pois, durante o contrato de trabalho, vários empregados do
agravado tiveram seus rendimentos reduzidos, incluindo o próprio peticionário.
Como se não bastasse a situação descrita, além de sustentar a redução por 2
(dois) anos, quando o agravante foi demitido, recebeu seus consectários legais
pelo valor salário inferior, isto é, aquele montante que fora reduzido.
Neste interim, a justificativa da reclamada, ora recorrida, e admitida pela
sentença em apreço, afixa-se ao fato de que enfrentara uma crise econômica,
o que, por si só, não é outorga poderes de ir de encontro com as normas
trabalhistas pátrias.
Nota-se que o art. 2º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é
límpido ao dispor que o empregador assume os riscos da atividade, deixando
em evidência a impossibilidade de o empregador repassar as dificuldades do
negócio para o empregado. Dessa forma, evidencia-se que as possíveis
dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa são situações que
representam, na verdade, os riscos do empreendimento e não podem ser
adjudicadas aos empregados, a fim que haja um falso equilíbrio.
É fundamental ressaltar que a redução salarial configura alteração no
contrato de trabalho. Neste ponto, o art. 468 da CLT expressa de forma clara
dois fatores essenciais para que tal alteração seja válida, a saber: a
indispensabilidade da anuência do obreiro (fato que não ocorreu no caso em
tela); e, mesmo que sua concordância fosse anuída, apenas para fins
argumentativos, já que ela não ocorreu, alterações não podem culminar em
prejuízos ao empregado.
Conjugada aos supracitados dispositivos da CLT, destaca-se a
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88) que, em seu
art. 7º, VI, veda a redução de salário, salvo o disposto em convenção ou
acordo coletivo, não vistos no caso em questão, correspondendo a regramento
básico de proteção ao salário e, consequentemente, ao empregado.
Logo, não resta dúvidas de que a redução salarial resultou em grande
prejuízo ao requerente, situação a qual, por si só, já fazer jus à reapreciação do
julgado. Além do mais, analisando a questão à luz da CLT e/ou da CF/88,
percebe-se a impossibilidade da redução de salário e a ilegalidade ocorrida,
pelo que se torna imperiosa a reforma do julgado.

III REQUERIMENTOS FINAIS


Por tudo o que foi exposto, requer o conhecimento e consequente
provimento do presente recurso, para reverter o julgamento, condenando a
recorrida às custas processuais em reversão, tudo por ser medida da mais pura
e lídima Justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

Arapiraca, 26 de novembro de 2017.


ADVOGADO - OAB nº YYY

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