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AS POTÊNCIAS EMERGÊNTES NA

CONSTRUÇÃO DE

MULTIPOLARIDADE EXCLUSIVA:

“UM CASO DOS BRICS”

CARLOS AUGUSTO

2018
ÍNDICE
Agradecimentos ....................................................................................................................... iii

Dedicatória ................................................................................................................................ iv

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1

Objectivo Geral .......................................................................................................................... 2

Objectivos Específicos ............................................................................................................... 2

Questões de Pesquisa ................................................................................................................. 2

Hipóteses .................................................................................................................................... 2

Metodologia ............................................................................................................................... 2

ESTRUTURA DO TRABALHO .............................................................................................. 2

CAPITULO 1: REFLEXÃO TEORICA RUMO A TEORIA DE MULTIPOLARIDADE


EXCLUSIVA ............................................................................................................................. 4

1.1Teoria Neo-realismo ............................................................................................................. 4

1.1.1Contexto Histórico ............................................................................................................. 4

1.1.2Percursores ......................................................................................................................... 4

1.1.3Pressupostos ....................................................................................................................... 5

1.1.4 Aplicabilidade ................................................................................................................... 6

1.2Teoria de Multipolaridade Inclusiva ..................................................................................... 6

1.2.1 Contexto Histórico ............................................................................................................ 6

1.2.2 Precursores ........................................................................................................................ 6

1.2.3 Pressupostos ...................................................................................................................... 6

Criticas ....................................................................................................................................... 7

1.3Teoria de Multipolaridade Exclusiva .................................................................................... 7

1.3.1 Contexto Histórico ............................................................................................................ 7

1.3.2 Precursor ........................................................................................................................... 8

1.3.3 Pressupostos ...................................................................................................................... 8

i
Aplicabilidade ............................................................................................................................ 9

1.4 Complementaridade ............................................................................................................. 9

CAPITULO 2: O IMPACTO DA ASCENSÃO DAS POTENCIAS EMERGENTE, OS


BRICS NO PODER DAS VELHAS POTENCIAS ................................................................ 10

2.1 Breve Analise dos BRICS: O Que é BRICS? .................................................................... 10

2.2 Teste Teorico-empirico: A Ascensão dos BRICS e Suas Implicações no Poder das Velhas
Potencias .................................................................................................................................. 10

CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 13

Bibliografia .............................................................................................................................. 14

ii
AGRADECIMENTOS

Agradeço a deus pela força e inspiração que me deu para construir este artigo.

Agradeço também aos meus colegas da YALI- Southern Africa, pelas críticas construtivas
sobre o tema.

iii
DEDICATORIA

Dedico este trabalho a minha mãe, Gabriela.

iv
I NTRODUÇÃO

O artigo tem como tema “As Potências Emergentes na Construção de Multipolaridade


Exclusiva: Um Caso dos BRICS ”. O trabalho visa propor uma nova teoria, denominada a
Teoria de Multipolaridade Exclusiva, que surge como critica a Teoria de Multipolaridade
Inclusiva dos Estudiosos Paulo Mateus Wache e Iraê Lundin (2014), apresentada na Obra
“As Potências Emergentes na Construção de Multipolaridade Inclusiva”. Para os teóricos de
multipolaridade inclusiva, as potências emergentes como os BRICS não visam tirar o pódio
de poder das potências tradicionais, mas sim alargar o espaço deste poder.

Opondo-se a este pensamento, a teoria de multipolaridade exclusiva defende que as potências


emergentes como os BRICS visam conquistar espaços de poder controlado pelas velhas
potências. O declínio das velhas potências não será/ é um facto natural, como defendem os
teóricos de multipolaridade inclusiva, mas é um facto induzido, planificado, e querido pelas
potências emergentes.

O termo BRIC foi criado em 2001 pelo economista inglês Jim O'Neill para denominar a
quatro países Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, foi adiciona a letra "S" por causa da
entrada da África do Sul (em inglês South Africa). Desta forma, o termo passou a ser BRICS.
Estes países emergentes possuem características comuns como, bom crescimento económico.
Deste modo, o artigo faz referência a ascensão das potências emergentes, mas no caso
especifico dos BRICS, pois constituíram objecto de análise aquando se sistematizava a teoria
de multipolaridade inclusiva.

Wache e Lundi (2014:46) na obra As Potências Emergentes na Construção da


Multipolaridade Inclusiva levantam o seguinte problema:

[C] Com a emergência dos BRICS, estaria a ter lugar nas relações
internacionais uma luta pela hegemonia, para se tomar o poder dos Estados
Unidos de América, do actual Hégemon?

1
Objectivo Geral
Pretendo com o artigo:

 Contribuir para a construção de mais uma teoria das Relações Internacionais, por mim
denominada de teoria de multipolaridade exclusiva.

Objectivos Específicos
 Estudar as implicações da ascensão das potências emergentes, como os BRICS no
poder das velhas potências.

Questões de Pesquisa
 Quais as implicações da ascensão das Potencias Emergentes, no caso dos BRICS no
poder das velhas potências?

Hipóteses
Para responder esta questão de pesquisa urge colocar a seguinte hipótese:

 As potências emergentes buscam tomar o poder das velhas potências no sistema


internacional.

Metodologia
Método Histórico, Segundo Lakatos e Marconi (2003:106), o método histórico define-se por
estudar factos, indivíduos e entidades do passado para observar a sua influência nas
sociedades actuais. Este método foi usado para compreender alguns factos históricos,
políticos e económicos sobre o comportamento das potências emergentes, como os BRICS,
para depois construir pressuposto, através destas experiencias empíricas.

Em relação a técnica documental, Segundo Gil (2008:147), a técnica documental divide-se


em fontes primárias e secundárias. Fontes secundárias consiste em colecta de dados ou
informações através dos livros, fotos, filmes, jornais, enquanto fontes primárias consiste em
recolher dados através de documentos oficiais para obter informações sobre um determinado
problema. Este método foi usado para recolha de dados sobre as potências emergentes nos
livros, artigos e sites na internet.

ESTRUTURA DO TRABALHO
O artigo é constituído por uma introdução, desenvolvimento, conclusão e acervo
bibliográfico. No que concerne ao desenvolvimento, o trabalho é constituído por dois
capítulos:
2
 CAPITULO 1: REFLEXÃO TEORICA RUMO A TEORIA DE
MULTIPOLARIDADE EXCLUSIVA
 CAPITULO 2: O IMPACTO DA ASCENSÃO DAS POTENCIAS EMERGENTE,
OS BRICS NO PODER DAS VELHAS POTENCIAS.

3
CAPITULO 1: REFLEXÃO TEORICA RUMO A TEORIA DE

MULTIPOLARIDADE EXCLUSIVA
Neste capítulo apresenta-se, uma nova teoria das Ciências Socias, no
campo das Relações Internacionais, a teoria de multipolaridade
exclusiva. Antes, apresenta-se a teoria neo-realismo, e a teoria de
multipolaridade, porque ambas serviram de influencia para a
construção desta nova teoria.

1.1Teoria Neo-realismo

1.1.1Contexto Histórico
O neo-realismo surgiu, de acordo com Pecequilo (2004: 131), nos anos 1970, como uma
resposta realista aos desenvolvimentos do sistema e das análises sobre as relações
internacionais, propondo oferecer uma abordagem mais científica para o estudo da política
internacional. Os neo-realismo mantem as concepções fundamentais do realismo clássico
como a centralidade do Estado como actor na política internacional e ausência de uma
instância superior a ele para impor regras, controlo ou ordem no sistema, predominando a
anarquia. O neo-realismo é uma tentativa de reteorização da escola e uma alternativa às
abordagens liberais que ganhavam mais espaço.

1.1.2Percursores
De entre os vários precursores do neo-realismo pode-se destacar Kenneth Waltz (19791),
Barry Buzan, Richard Little e Charles Jone (19932) e Stephen D. Krasner (19853). Na sua
obra, Waltz desvia-se do determinismo do realismo puro, da lógica explicativa da política
definida em termos de poder resultante da natureza humana, para adoptar uma explicação
estrutural com base no tipo de estrutura do sistema. Para ele a estrutura internacional
influencia o comportamento dos actores internacionais (Sousa, 2005: 125).

1
Waltz, Kenneth (1979).Theory of International Politics.
2
Buzan, Barry Charles Jones and Richard (1993): The Logic of Anarchy: Neorealism to Structural Realism.
3
Krasner, Stephen (1985): Structural Conflict: The Third World Against Global Liberalism.

4
Barry Buzan, Richard Little e Charles Jone (1993), por sua vez, tentam problematizar a ideia
de que a estrutura influencia o comportamento do agente ou a estrutura está dependente das
motivações, posicionamento e capacidades dos agentes. Eles também acrescentam a ideia de
regimes e normas no sistema internacional (Joaquim, 2012:28). Krasner (1985) defendeu que
para compreender o comportamento dos Estados deve-se compreender a estrutura doméstica
desse Estado e não somente a estrutura internacional. Ele contribui com a ideia da abordagem
doméstica ou estatocentrica (Ibidem).

1.1.3Pressupostos

Segundo, Jackson e Sorensen (2007:76), Bedin et al (2003:255) e Pecequilo (2004: 132-133),


o neo-realismo são estruturados a partir dos seguintes pressupostos:

 O sistema político internacional é anárquico, composto por Estados formalmente


iguais e soberanamente responsáveis pela sua própria segurança, com diferença de
poder entre si. Mas a nível doméstico dos Estados, apesar de existir um poder politico,
há actores não-estatais que procuram prover a sua propiá segurança e promover e
proteger os seus interesses.
 Os Estados não estão, a princípio, propensos a solucionar seus conflitos recorrendo a
força militar. Dependendo do ambiente estratégico e interesses em causa de um lado
os estados e os actores não-estatais podem usar a hard power, softpower ou então o
smart power.
 Numa estrutura de tipo auto-ajuda (self-help) os actores procuram constantemente
pautar suas relações por uma concepção de equilíbrio de poder. Os Estados podem
procurar um status quo ou reajuste no sistema internacional. O mesmo ocorre a nível
domestico, apesar de existir um governo os jogadores procuram garantir o status quo
ou reajustar o sistema.
 A política internacional, bem como a política doméstica deve ser estudada a partir da
estrutura do sistema que fornece o arcabouço dentro do qual se processam as relações
politicas. Não existe entidade superior aos Estados capaz de ordenar o sistema a nível
de política internacional, mas existe a nível da política doméstica.
 A conduta dos Estados é definida segundo sua posição e capacidades dentro do
arcabouço do sistema internacional, e não somente por suas motivações puras de

5
poder. Tanto como, a conduta dos actores a nível de política domestica, deve ser
entidade segundo a sua posição, capacidades dentro da estrutura do sistema.
 Embora a sociedade anárquica produza Estados soberanos, a sua soberania não
significa que a anarquia seja incompatível com a cooperação e interdependência.
Embora exista um governo a nível domestico, não significa que neste sistema há
isenção de guerra e competição entre os actores.

1.1.4 Aplicabilidade
O neo-realismo foi usado para perceber o comportamento das potências emergentes, como os
BRICS no sistema internacional. Os BRICS são Estados soberano, e independente, que agem
num sistema internacional anárquico, como forma de satisfazer os seus interesses nacionais.
De princípio, os BRICS estão predispostos a usarem a violência para satisfazerem estes
interesses, para priorizam os métodos pacíficos, para nas correlações de forças conseguirem
alcançar estes intentos.

1.2Teoria de Multipolaridade Inclusiva

1.2.1 Contexto Histórico


A primeira vez que foi apresentada a teoria de multipolaridade inclusiva foi em 2014. A
teoria foi apresentada pelos académicos do Instituto Superior de Relações Internacionais
(ISRI), Paulo Mateus Wache e Iraê Lundin (2014), no Livro as Potencias Emergentes na
Construção da Multipolaridade Inclusiva: Uma Abordagem Comparativa das Politicas
Externas dos BRICS.

1.2.2 Precursores
Paulo Mateus Wache e Iraê Lundin (2014) são os percursores da teoria de multipolaridade
inclusiva, porque foram os autores que desenvolveram e sistematizaram os pressuposto desta
teoria. Eles apresentaram a teoria no Livro as Potencias Emergentes na Construção da
Multipolaridade Inclusiva: Uma Abordagem Comparativa das Politicas Externas dos BRICS.

1.2.3 Pressupostos
Para Wache e Lundin (2014:50) os pressupostos da teoria de multipolaridade inclusiva são
seguintes:

6
 Os paises emergentes, como os BRICS, não buscam tomar o poder do velho
Hégemon, nem mesmo retirar o papel do Ocidente nas relações internacionais, a
história se encarregará por um declínio natural destas velhas potencias.
 As potencias emergentes como BRICS buscam compartilhar a arena deste poder,
uma vez que o seu tamanho , posição geoestratégica, e o incremento do seu poder
económico já requer , como consequência , um posicionamento mais ousado, e uma
voz activa no sistema internacional.
 Trata-se de uma nova configuração de poder inevitável pela correlação de forças no
sistema global, onde a entrada de outro não implicará a retirada de outro.

Criticas
Carlos Augusto (2014:5), no seu artigo intitulado as Potencias Emergentes na Construção de
Multipolaridade Exclusiva, levantou as seguintes criticas para a teoria de multipolaridade
inclusiva:

A teoria de multipolaridade inclusiva é bastante utópica ao afirmar que as potências


emergentes não buscam tomar o poder das potências tradicionais, pois para Augusto as
potências emergentes buscam tomar o poder do velho Hégemon, e retirar o poder do ocidente
nas relações internacionais.

Carlos Augusto, defende que a decadência do poder das velhas potencias, não será de forma
natural como Paulo Wache e Iraê Lundin acentuam, mas o declínio das velhas potencias será
construída pelas potencias emergentes através de guerras, e/ou por meio de disputas
económicas nas suas correlações de no globo.

1.3Teoria de Multipolaridade Exclusiva

1.3.1 Contexto Histórico


A teoria de multipolaridade exclusiva surge em 2014. Neste ano, Carlos Augusto frequentava
o Curso de Licenciatura em Relações Internacionais, a teoria surge como resultado da crítica
da teoria de multipolaridade inclusiva apresentada pelos seus docentes Paulo Mateus Wache e
Iraê Lundin (2014). Assim sendo, destas críticas surgiu a teoria de multipolaridade exclusiva,
como forma de suscitar o debate teórico oposto aos pressupostos apresentados pelos teóricos
da multipolaridade inclusiva.

7
1.3.2 Precursor
Carlos Augusto4 é o precursor da teoria de multipolaridade exclusiva, porque construiu e
sistematizou os pressupostos da teoria de multipolaridade exclusiva. No seu artigo, As
Potencias Emergentes na Construção de Multipolaridade Exclusiva, Augusto (2014),
constata que as potencias emergentes buscam tomar o poder das velhas potencias, e como
consequência o declínio das velhas potencias não será de forma natural, mas será um facto
induzido e criado propositalmente pelas potencias emergentes.

1.3.3 Pressupostos
Como a teoria de multipolaridade exclusiva ainda carece de aprovação e debate nas Escolas
de Relações Internacionais de Moçambique, proponho os seguintes pressupostos da teoria de
multipolaridade exclusiva:

 As potências emergentes, como os BRICS buscam tomar o poder das potências


tradicionais, e impedir a ascensão no xadrez global, de uns outros Estados, e ademais
actores. Deste modo, o declínio de poder das potências tradicionais é/ será um facto
induzido pelas potências emergentes através de guerras e disputas económicas
internacionais.
 As potências emergentes não buscam alargar o pódio de poder, mas sim diminuir este
pódio, até que se torne bipolar e/ou unipolar. As potencias emergente procuraram
ascender um poder hierarquicamente superior entre si, e em relação as potencias
tradicionais, e os demais Estados.
 Concordo com Wache e Lundin (2014:50), que se trata de uma nova configuração de
poder, mas esta configuração é evitável pela correlação de forças no mundo politico e
económico através dos jogos políticos e económicos.
 As potências emergentes não buscam a construção de um mundo politico e
económico inclusivo como se defende, mas sim lutam para a construção de um mundo
que favorece os seus interesses nacionais, em detrimento dos interesses nacionais das
potências tradicionais, e os demais actores.

4
Carlos Augusto é Licenciado em Relações Internacionais e Diplomacia, pelo Instituto Superior de Relações
Internacionais (ISRI), foi mentor e presidente de Instituto de Negociação e Gestão de Conflitos. Desenvolveu a
teoria de multipolaridade exclusiva, quando frequentava o terceiro ano de curso em 2014. Correio electrónico: //
augustistagabriel@gmail.com,

8
Aplicabilidade
Como forma de provar os pressupostos da teoria multipolaridade exclusiva, são usados todos
os pressupostos desta teoria neste trabalho para compreender a política externa da dos
BRICS, em particular da China na Africa.

1.4 Complementaridade
Estas teorias complementam-se de seguinte maneira: O neo-realismo, como teoria abrangente
ajuda defende os actores procuram conquistar e preservar poder dentro de uma estrutura
anárquica, enquanto o a teoria de multipolaridade inclusiva preconiza que as potencias
emergentes não buscam tomar o poder das velhas potencias, e nem ocupar os seus pódios.
Por fim, a teoria de multipolaridade exclusiva, influenciados pela coima do neo-realismo, e
reage aos pressupostos da teoria multipolaridade inclusiva, defendendo que as potencias
emergentes visão tomar o poder das potencias tradicionais.

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CAPITULO 2: O IMPACTO DA ASCENSÃO DAS POTENCIAS EMERGENTE,
OS BRICS NO PODER DAS VELHAS POTENCIAS

Neste capítulo, estuda-se a ascensão das potências emergentes, BRICS


no poder das potências tradicionais. Dentre as varias potencias
emergentes a nível sistémico, e nos subsistemas regionais, escolheu-se
os BRICS, como o exemplo.

2.1 Breve Analise dos BRICS: O Que são BRICS?


O que é BRICS? Realmente, esta questão é levantada por vários pesquisadores de Relações
Internacionais. Os BRICS, são um fórum político e económico, constituído por Brasil,
Rússia, India, China, e South Africa (Africa de Sul, em Português), dai abreviando o
topónimo destes Estados, resulta em BRICS, respectivamente. Ademais, os BRICS
constituem, uma colectividade não organizada de Estados (Fonseca, 2013:21).

Os BRICS não são uma organização internacional. Entretanto, uma organização envolve ter
um acto constituinte, isto é, estatuto, no qual confere uma estrutura, objectivos, sede e
direitos e deveres dos Estados membros. Estes elementos que teoricamente caracterizam uma
organização internacional, não são encontrados nos BRICS. O que se tem na prática são
encontros multilaterais dos BRICS, para discussão de assuntos do interesse nacional dos
participantes.

Não se tem publicamente, um acordo ou tratado internacional que cria o BRICS. Não
havendo, um tratado, e uma organização corporizada os BRICS são um fórum político e
económico, que através dos quais os participantes discutem assuntos, que lhes dizem respeito
do plano internacional, ou inerente ao plano doméstico.

2.2 Teste Teorico-empirico: A Ascensão dos BRICS e Suas Implicações no Poder das
Velhas Potencias
Os BRICS são caracterizados como sendo potências emergentes, pois possuem um forte
poder perceptível, como o poderio económico e militar. O poder económico dos BRICS,
permite participar nos principais mercados internacionais, como agente exportar de bens e
serviços e, importador de matéria-prima. A oferta das suas indústrias nascentes exige também
a crescente demanda de matéria-prima no mercado internacional, em particular no subsistema

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africano. Assim como, a superprodução destas indústrias exige novos mercados para exportar
os bens manufacturados.

Os BRISC, como exemplo a China tem um alto poderio económico perceptível. A China tem
a segunda maior economia do mundo. Este desenvolvimento é resultado de aumento nos
investimentos na área de educação, principalmente técnica, investimentos em infra-estrutura
com a construção de rodovias, ferrovias, aeroportos e prédios público, assim como em
investimentos na importação na área de mineração, principalmente de minério de ferro,
carvão mineral e petróleo, e exportação de produtos manufacturados (Rocha, 2014:15).

Deste modo, os BRICS não visam em si, alargar o pódio de poder como Wache e Lundin
(2014) defendem, mas sim tomar o espaço, e poder das velhas potências. A China, antes não
era considerada a segunda maior economia de mundo, este pódio estava não mãos das
potências tradicionais. Assim sendo, as potências emergentes tem como interesse principal
conquistar o pódio de poder das potências tradicionais do sistema internacional.

O declínio de poder das velhas potencia não será um processo natural como defendem os
teóricos da multipolaridade inclusiva. O declínio das potências tradicionais será/ é provocado
e induzido pelas potências emergentes. Os BRICS, por exemplo a China tem uma forte
presença na Africa, ela importa matéria prima como carvão mineral, petróleo, e ferro, e
exporta bens para territórios que antes tinham influencias das potencias tradicionais, o que
reduz a oportunidades de investimentos destas potencias. As potencias emergentes,
planificam e desenham estratégias para a decadência do poder das velhas potencias.

Os BRICS têm um forte poderio militar perceptível. As suas capacidades militares conferem-
lhes o poder de intervir em alguns conflitos internacional de longa duração e alta intensidade,
assim como participar em operações de paz a nível internacional. Entres os BRICS, Por
exemplo a Rússia tem um forte poder naval, aérea e exército profissional, e capacidades
ofensivas e defensivas que conferem-lhe o poder de intervir militarmente. A Rússia, intervém
militarmente na Síria, Iraque e Ucrânia (Adam, 2012:51).

Sem dúvidas, a ascensão da Rússia vem colocar em causa o poder e pódio das potências
tradicionais, como os Estados Unidos. Entretanto, a Rússia não pretende alargar o pódio de
poder, tal como Wache e Lundi (2014) defendem, mas sim reduzir este pódio através de
exclusão das velhas potencias, para de seguida controlar estes espaços, e assim satisfazer os
seus interesses nacionais. Na Síria, pelas correlações de forças, percebe-se que Rússia tem o

11
intento de excluir do pódio de poder os Estados Unidos, para poder ter acesso aos recursos de
poder deste Estado. Na Ucrânia, a Rússia tomou o poder da Crimeia, passando a ter controlo
absoluto deste território, em um território antes, com grande influência das velhas potências.

Contudo, as potências emergentes não buscam a construção de um mundo politico e


económico inclusivo como se defende. Os BRICS, como por exemplo a Rússia e China não
lutam de facto para a construção de um mundo politico e económico inclusivo, mas sim lutam
para a construção de um mundo que favorece os seus interesses nacionais, em detrimento dos
interesses nacionais das potências tradicionais, e os demais actores. Entretanto, no limiar
destes intentos terão que excluir as velhas potencias do pódio de poder, um facto que ocorre
através de engajamento construtivo, e correlações de forças entre os actores .

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CONCLUSÃO
Em linhas gerais, conseguiu-se alcançar os objectivos anunciados na introdução deste
trabalho. Deste modo, conclui-se que as potências emergentes, como foi exemplo dos BRICS
visão tomar o poder das velhas potências. As potências emergentes não pretendem alargar o
pódio de poder, mas sim reduzir este pódio, tornando-o bipolar, por fim unipolar através de
exclusão ou declínio das potências tradicionais destes pódios.

O declínio das potências tradicionais não é um facto natural, mas sim algo induzido e
planificado pelas potências emergentes. As potencias emergentes planificam investimentos
directo estrangeiros, em espaços, que outrora tinham uma forte presença das potencias
tradicionais, e organizam e robustecem as suas empresas, multinacionais e outros
stakeholders para fazer face a concorrência as potencias tradicionais. Fortificam o seu
poderio militar, para fazer face as correlações de forças nos diversos subsistemas do mundo
politico e económico.

As potências emergentes não procuram construir um mundo politico e económico inclusivo,


mas sim desconstruir este mundo politico e económico percebido como sendo dominado
pelas velhas potencias. Esta desconstrução é evitável, pois no contexto de correlações de
forças as velhas potencias reagirão-agirão, a estas aspirações das potências emergentes como
forma de garantir o status quo na balacing of Power. Resultando, em guerras como ocorre na
Síria, entre a potência emergente a Rússia e a potência tradicional os Estados Unidos de
América, e resultando em disputas económicas pelo controlo de mercados internacionais.

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Bibliografia
Adam, Gabriel Pussim (2012): A Rússia como Grande Potencia e Parceira da China. IPEA.
Brasil.

Augusto, Carlos A. Gabriel (2014): As Potencias Emergentes na Construcao de


Multipolaridade Exclusiva: Uma Reflexao Sobre As Politicas Externas dos BRICS para
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Confronto, 1º Edição, Gradiva:, Portugal.

Fonseca, Gelson (2013): BRICS: Notas e Questoes: In O Brasil, os BRICS e a agenda


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Jackson, Robert, Sorensen, Georg (2007): Introduction to International Relational: Theory


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Lakatos, Eva Maria et Marina Marconi (2003): Fundamentos de Metodologia Cientifica, 5ª


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Rocha, Erico Real Pinto (2014): A Ascensao da China na Economia Global e os seus
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Wache, Paulo, Irae Lundin (ed/s)-(2014): Reflexao Teorica Conceptual Rumo ao Paradgma
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