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3481 TURISMO SEGURO

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Índice

1.Fundamentos de saúde e segurança no trabalho…………………………………2


1.1− Regulamento de saúde e segurança dos estabelecimentos comerciais,
escritórios e serviços…………………………………………………………………………………2
1.2− Regime jurídico do enquadramento da segurança, higiene e saúde no
trabalho……………………………………………………………………………………………….…20
1.3− Regime jurídico dos acidentes e das doenças profissionais…………………..21
1.4− Risco efectivo e risco potencial………………………………………………………….23
1.5− Causalidade dos acidentes de trabalho………………………………………………24
1.6− Classificação dos acidentes de trabalho………………………………………………
25
1.7− Participação dos acidentes………………………………………………………………..27
1.8− Controlo estatístico da sinistralidade………………………………………………….28
2.Ambiente de trabalho…………………………………………………………………..30
3.1− Principais causas motivadoras de riscos associados…………………………….30
3.2− Medidas de protecção e prevenção……………………………………………………34
3.3− Modos de actuação em caso de acidente……………………………………………40
3.4− Técnicas de Socorrismo – caracterização e aplicação………………………..…42
3. Legislação – animação turística………………………………………………….…45
5.1− Direitos e deveres dos trabalhadores………………………………………………...45
5.2− Tipo de vínculos contratuais…………………………………………………………..…45
5.3− Condições específicas de exercício da profissão……………………………….…46
5.4− Responsabilidades das unidades hoteleiras, unidades de restauração,
transportadoras, etc……………………………………………………………………………….50

Bibliografia.....................................................................................................5
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1.Fundamentos de saúde e segurança no trabalho

1.1− Regulamento de saúde e segurança dos estabelecimentos


comerciais, escritórios e serviços

Decreto-Lei n.º 243/86 de 20 de Agosto


Aprova o Regulamento Geral de Higiene e Segurança do Trabalho nos
Estabelecimentos Comerciais, de Escritório e Serviços

Objectivo
O presente Regulamento tem por objectivo assegurar boas condições de higiene e
segurança e a melhor qualidade de ambiente de trabalho em todos os locais onde se
desenvolvam actividades de comércio, escritório e serviços.

Campo de aplicação
 O presente Regulamento aplica-se à Administração Pública, aos
estabelecimentos ou locais de trabalho, instituições e organismos seguintes,
quer públicos, quer cooperativos ou privados:
o Estabelecimentos ou locais onde os trabalhadores exerçam a actividade
do comércio;
o Estabelecimentos ou locais, instituições e organismos onde os
trabalhadores exerçam a actividade de escritório;
o Todos os serviços ou locais de quaisquer estabelecimentos, instituições
e organismos onde os trabalhadores exerçam principalmente a
actividade de escritório não compreendidos no artigo seguinte e aos
quais não se aplique outra legislação ou outras disposições que
regulamentem a higiene e segurança na indústria, nas minas, nos
transportes ou na agricultura.

Outras entidades abrangidas


 Este Regulamento aplica-se igualmente aos estabelecimentos ou locais de
trabalho, instituições ou organismos:
 Que prestem serviços de ordem pessoal;
 Correios e serviços de telecomunicações;
 Hotéis, pensões e similares;
 Restaurantes, cantinas, cafés e noutros locais similares onde se sirvam
refeições ou bebidas;
 Estabelecimentos ou locais destinados a espectáculos, divertimentos
públicos ou recreativos.

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 Os locais ou instalações de trabalho com características provisórias ficam


abrangidos por este Regulamento.

Condições gerais dos locais de trabalho

Espaço unitário do trabalho


 Todo o trabalhador deve dispor de um espaço suficiente e livre de qualquer
obstáculo para poder realizar o trabalho sem risco para a sua saúde e
segurança.
 Para efeito do número anterior, os locais de trabalho devem satisfazer os
seguintes requisitos:
 A área útil por trabalhador, excluindo a ocupada pelo posto de trabalho
fixo, não deve ser inferior a 2 m2 e o espaço entre postos de trabalho
não deve ser inferior a 80 cm;
 O volume mínimo por trabalhador não deve ser inferior a 10 m3;
 O pé direito dos locais de trabalho não deve ser inferior a 3m,
admitindo-se, nos edifícios adaptados, uma tolerância até 2,70m;
 Os locais destinados exclusivamente a armazém, e desde que neles não
haja permanência de trabalhadores, podem ter como tolerância limite
2,20 m de pé direito.

Assentos
 Devem ser postos à disposição dos trabalhadores assentos apropriados e em
número suficiente, de modo que possam sempre que seja compatível com a
natureza do trabalho, realizá-lo na posição de sentado.
 Nos postos de trabalho fixos devem ser postos à disposição dos trabalhadores
assentos facilmente higienizáveis, confortáveis, funcionais, anatomicamente
adaptados aos requisitos do posto de trabalho e à duração do mesmo.

Conservação e higienização
 Todos os locais de trabalho, zonas de passagens, instalações comuns e ainda
os seus equipamentos devem estar conveniente e permanentemente
conservados e higienizados.

Limpeza diária e periódica


 Devem ser limpos diariamente:
a) Os pavimentos;
b) Os planos de trabalho e seus utensílios;
c) Os utensílios ou equipamentos de uso diário;
d) As instalações higieno-sanitárias, como vestiários, lavabos, balneários,
retretes e urinóis, ou outras comuns postas à disposição dos trabalhadores.

 Devem ser limpos periodicamente:


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a) Paredes e tectos;
b) Fontes de luz natural e artificial;
c) Os utensílios ou equipamentos de uso não diário;
d) As instalações referidas no n.º 1, alínea d), que serão ainda sujeitas a
desinfecção.

Operações de limpeza e desinfecção


 As operações de limpeza e desinfecção devem ser feitas:
a) Por forma que não levantem poeiras;
b) Fora das horas de trabalho, ou, durante as horas de trabalho, quando
exigências particulares a tal obriguem e possam ser feitas sem inconveniente
grave para o trabalhador;
c) Com produtos não tóxicos ou irritantes, designadamente nas instalações
higieno-sanitárias, como vestiários, lavabos, balneários, retretes e urinóis, e em
outras instalações comuns postas à disposição dos trabalhadores.
Desperdícios
 Os desperdícios ou restos incómodos devem ser colocados em recipientes
resistentes e higienizáveis com tampa, que serão removidos diariamente do
local de trabalho.
 Quando os desperdícios ou restos forem muito incómodos ou susceptíveis de
libertarem substâncias tóxicas, perigosas ou infectantes, devem ser
previamente neutralizados e colocados em recipientes resistentes cuja tampa
feche hermeticamente. A sue remoção do local de trabalho deve ser diária ou
no final de cada turno de trabalho, conforme os casos.
 Cada posto de trabalho deve ter recipiente ou dispositivo próprio.

Atmosfera de trabalho
 A atmosfera de trabalho bem como a das instalações comuns devem garantir a
saúde e o bem-estar dos trabalhadores
 Os diversos locais de trabalho bem como as instalações comuns devem conter
meios que permitam a renovação natural e permanente do ar sem provocar
correntes incómodas ou prejudiciais aos trabalhadores
 Os postos de trabalho que libertem ou produzam produtos incómodos, tóxicos
ou infectantes devem estar providos de dispositivos de captação local e
respectiva drenagem, de modo a impedir a sua difusão no ambiente de
trabalho.
 Os postos de trabalho que utilizem produtos incómodos, tóxicos ou infectantes
devem estar isolados dos restantes postos de trabalho, não comunicando
directamente entre si.
 Nos compartimentos cegos ou interiores, ou quando a ventilação pelo processo
previsto no n.º 2 não for suficiente, devem ser instalados meios que assegurem
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a renovação forçada do ar, não provocando correntes ou arrefecimentos


bruscos prejudiciais.
 Os meios destinados à renovação natural ou forçada da atmosfera de trabalho
e das instalações comuns devem obedecer aos seguintes requisitos:
a) Não produzir nem admitir na atmosfera de trabalho e das instalações
comuns substâncias incómodas, tóxicas, perigosas ou infectantes;
b) O caudal médio de ar fresco e puro a ser admitido na atmosfera de
trabalho deve tender a, pelo menos, 30 m3 por hora e por trabalhador.
O caudal poderá ser aumentado até 50 m3 sempre que as condições
ambientais o exijam;
c) Os dispositivos artificiais de renovação do ar devem ser silenciosos.
 Nos compartimentos cegos ou interiores, sempre que a entidade fiscalizadora
reconheça a potencialidade de risco grave, pode ser exigível a adopção de um
sistema de ventilação de emergência.

Temperatura e humidade
 Os locais de trabalho, bem como as instalações comuns, devem oferecer boas
condições de temperatura e humidade, de modo a proporcionar bem-estar e
defender a saúde dos trabalhadores.
a) A temperatura dos locais de trabalho deve, na medida do possível,
oscilar entre 18ºC e 22ºC, salvo em determinadas condições
climatéricas, em que poderá atingir os 25ºC.
b) A humidade da atmosfera de trabalho deve oscilar entre 50% e 70%.
c) Sempre que da ventilação natural não resulte uma atmosfera de
trabalho conforme as alíneas anteriores, deve-se procurar adoptar
sistemas artificiais de ventilação e de aquecimento ou arrefecimento,
conforme os casos.
d) Os dispositivos artificiais de correcção da atmosfera trabalho não
devem ser poluentes, sendo de recomendar os sistemas de ar
condicionado, locais ou gerais.
 Os trabalhadores não devem ser obrigados a trabalhar na vizinhança imediata
de instalações que produzam radiações térmicas elevadas ou um arrefecimento
intenso, a menos que se tomem medidas apropriadas de protecção.
 Os radiadores, convectores ou tubagens de aquecimento central devem ser
instalados de modo que os trabalhadores não sejam incomodados pela
irradiação do calor ou circulação de ar quente.

Alterações bruscas de temperatura

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 Os trabalhadores não devem ser sujeitos, em consequência das condições do


ambiente de trabalho, a variações bruscas de temperatura consideradas
nocivas à saúde, pelo que devem ser protegidos com equipamento individual.
 Para efeitos do disposto no número anterior, devem instalar-se câmaras de
transição para que os trabalhadores se possam aquecer ou arrefecer
gradualmente até à temperatura exterior.
 Os trabalhadores que exerçam tarefas no exterior dos edifícios devem estar
protegidos contra as intempéries e a exposição excessiva ao sol.
 A protecção deve ser assegurada, conforme os casos, por abrigos ou pelo uso
de fato apropriado e outros dispositivos de protecção individual.

Pausas no horário de trabalho


 Sempre que os trabalhadores estejam submetidos a temperaturas muito altas
ou muito baixas em consequência das condições do ambiente de trabalho,
devem ser adoptadas medidas correctivas adequadas ou, em situações
excepcionais, ser-lhes facultadas pausas no horário de trabalho ou reduzida a
duração deste.

Iluminação
 Os locais de trabalho ou de passagem dos trabalhadores e as instalações
comuns devem ser providos de iluminação natural ou complementar artificial,
quando aquela for insuficiente por inviabilidade do cumprimento do preceituado
no n.º 3.
 A iluminação nos locais de trabalho deve ser adequada aos requisitos de
iluminação das tarefas a executar e obedecer aos valores insertos no
Regulamento Tipo de Segurança nos Estabelecimentos Industriais da
Organização Internacional do Trabalho, com as necessárias adaptações,
enquanto não forem publicadas normas portuguesas.
 A superfície dos meios transparentes nas aberturas destinadas à iluminação
natural não deve ser inferior a um terço da área do pavimento a iluminar e
nalguns casos poderá atingir um meio, se a entidade fiscalizadora o reconhecer
necessário.
 Sempre que os requisitos da tarefa de um posto de trabalho o exijam e sejam
reconhecidos pela entidade fiscalizadora, deve ser aplicada sobre o mesmo
iluminação local, como complemento do sistema de iluminação geral.
 A iluminação artificial não deve poluir a atmosfera de trabalho e deve ser,
sempre que possível, eléctrica.

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 Além da iluminação mínima e adequada aos requisitos das tarefas dos diversos
postos de trabalho, as fontes de iluminação devem satisfazer os seguintes
requisitos:
a) Serem de intensidade uniforme e estarem distribuídas de modo a
evitar contrastes muito acentuados e reflexos prejudiciais nos locais de
trabalho, em especial nos planos de trabalho;
b) Não provocarem encandeamento;
c) Não provocarem excessivo aquecimento;
d) Não provocarem cheiros, fumos ou gases incómodos, tóxicos ou
perigosos;
e) Não serem susceptíveis de variações grandes de intensidade.
 Nos casos em que a tecnologia o exija, devem ser fornecidos aos trabalhadores
meios ópticos adequados.
 Os locais onde trabalham grande número de pessoas devem estar providos de
sistema de iluminação de emergência e de segurança para garantir a
iluminação de circulação e da sinalização de saídas, conforme as disposições
regulamentares em vigor.

Iluminação de segurança e sinalização de emergência


 Devem ser previstos sistemas de iluminação de segurança e de sinalização
luminosa de emergência em casos de interrupção de corrente para locais onde
se reúna um grande número de trabalhadores ou de público ou noutros em que
a interrupção de corrente possa provocar situações de risco.

Tonalidade das paredes


 A tonalidade das paredes e tectos deve ser de modo a não absorver demasiada
luz.

Superfície das instalações e planos de trabalho


 As superfícies das instalações e dos planos de trabalho não devem provocar
reflexos prejudiciais ou encandeamento;

Ruído e vibrações
 Em todos os locais de trabalho devem eliminar-se ou reduzir-se os ruídos e
vibrações aí produzidos e limitar-se a sua propagação pela adopção de medidas
técnicas apropriadas com vista a evitar os seus efeitos nocivos sobre os
trabalhadores.
 Para efeitos do disposto no número anterior, deverão ser adaptadas as
seguintes medidas técnicas:
a) Programação do trabalho de modo a isolar os postos de trabalho
ruidosos e trepidantes dos restantes;

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b) Insonorização dos compartimentos ou locais onde existem postos de


trabalho ruidosos;
c) Fornecimento de dispositivos de protecção individual aos
trabalhadores dos postos de trabalho ruidosos, como complemento das
medidas técnicas gerais, sempre que for necessário.

Ruído ambiente
 Sempre que possível, os valores limites da exposição ao ruído e às vibrações
não devem ultrapassar os indicados nas normas portuguesas.

Dispositivos de segurança
 Os elementos móveis de motor e máquinas e eventuais órgãos de transmissão,
bem como as suas partes perigosas, devem estar convenientemente protegidos
por dispositivos de segurança, a menos que a sua construção e localização
sejam de modo a impedir o seu contacto com pessoas ou objectos.
 As máquinas antigas, construídas ou instaladas sem dispositivos de segurança
eficientes, devem ser modificadas ou protegidas, sempre que o risco existente
o justifique.

Métodos de trabalho
 Os métodos de trabalho devem ser consentâneos com as regras de segurança
e higiene do trabalho, de sanidade física e mental e o conforto dos
trabalhadores.

Ritmos de trabalho
 Os ritmos de trabalho não devem ocasionar efeitos nocivos aos trabalhadores,
particularmente nos domínios da fadiga física ou nervosa.
 Com o objectivo de prevenir ou limitar os efeitos indicados, devem prever-se
pausas no decurso do trabalho ou, caso seja possível, criar-se sistemas de
rotatividade no desempenho das tarefas.
 A prova das situações previstas deverá ser feita com base em parecer emitido
pelo médico do trabalho da empresa ou, no caso de este não existir, por
médico competente previamente designado pelas partes.

Protecção técnica e individual


 Os trabalhadores devem ser protegidos por medidas técnicas eficientes e,
complementarmente, pelo uso de dispositivos de protecção individual contra as
substâncias e processos incómodos, insalubres, tóxicos, perigosos ou
infectantes.

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Recipientes
 Os recipientes contendo substâncias perigosas devem ter:
a) Um dístico ou sinal de "Perigo";
b) O nome da substância ou uma designação de referência;
c) Na medida do possível, os conselhos essenciais relativos ao primeiro
cuidado a administrar no caso de as substâncias em causa poderem
afectar a saúde ou a integridade física dos trabalhadores.

Utilização e manipulação de substâncias insalubres, tóxicas ou perigosas


 Quando os trabalhadores utilizem, manipulem ou lidem com substâncias
insalubres, tóxicas ou perigosas, a autoridade competente poderá fixar os
cuidados e as medidas a observar através de normas relativas aos
equipamentos e meios de protecção individual.
 Os meios de protecção individual devem ser fornecidos em boas condições de
utilização, em obediência ao dever de colaboração expresso no artigo 49.º do
presente

Locais subterrâneos, cegos ou sem janelas


 Os locais subterrâneos, bem como cegos ou sem janelas, onde se executem
trabalhos regularmente e onde se manipulem substâncias incómodas, tóxicas,
perigosas ou infectantes devem ser dotados de dispositivos eficazes de
renovação do ar e dispositivos artificiais de iluminação e aquecimento, sem
viciarem a atmosfera ambiente.

Condições de trabalho
 Se a iluminação artificial e a renovação do ar dos locais subterrâneos cegos ou
sem janelas não forem suficientes, os trabalhadores, na medida do possível,
não devem trabalhar de um modo continuado, mas por rotação, que poderá ser
imposta em determinados casos, pela entidade fiscalizadora.

Armazenagem
 A armazenagem dos produtos ou substâncias incómodos, insalubres, perigosos,
tóxicos ou infectantes deve ser efectuada em compartimento próprio, não
comunicando directamente com os locais de trabalho, e obedecerá às seguintes
características:
a) Ter sistema de ventilação eficiente, de modo a impedir acumulação
perigosa
de gases ou vapores;
b) Fechar hermeticamente, de modo a evitar que os locais de trabalho
sejam inundados pelos cheiros, gases ou vapores;

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c) O pavimento deve ser escavado, de modo a poder receber o


conteúdo das embalagens que sejam susceptíveis de deterioração.

 Quando os produtos armazenados forem inflamáveis ou explosivos, simples ou


misturados, os armazéns devem dispor de uma parede frágil voltada para zona
exterior livre de habitações, instalação eléctrica blindada e antideflagrante e
ainda porta chapeada a ferro.

Armazenagem em instalações frigoríficas


 As instalações frigoríficas para armazenagem de produtos devem obedecer aos
seguintes requisitos:
a) As máquinas o as condutas de produtos frigoríficos prejudiciais à
saúde devem ser montadas e mantidas por forma a assegurar a
necessária estanquidade;
b) As instalações frigoríficas devem ser convenientemente iluminadas e
dispor de espaço suficiente para a inspecção e a manutenção dos
condensadores;
c) As portas das instalações frigoríficas devem possuir fechos que
permitam a sua abertura, tanto do exterior como do interior, e, no caso
de dispor de fechadura, devem existir dispositivos de alarme accionáveis
no interior das câmaras que comuniquem com a sala das máquinas e
com o guarda da instalação ou porteiro da empresa.

Protecção do trabalhador
 Quando o trabalho nas instalações frigoríficas tiver uma certa permanência,
deverá haver câmara intermédia, com ar condicionado, onde o pessoal possa
reaquecer-se e tomar bebidas e alimentos quentes.
 As pessoas que trabalhem no interior de instalações frigoríficas, em
permanência ou não, devem usar equipamento especial de protecção
individual, designadamente vestuário de agasalho de lã grossa, resguardo do
pescoço e cabeça e calçado protegido do frio e humidade.

Substâncias explosivas e inflamáveis - Cuidados e medidas de protecção


 Nos locais onde se arrecadem, manipulem, empreguem ou vendam substâncias
e agentes insalubres, tóxicos, perigosos, inflamáveis ou facilmente combustíveis
ou se encontrem gases, vapores ou poeiras susceptíveis de dar lugar a
incêndios ou explosões as instalações, equipamentos e utensílios empregados
não devem originar aquecimentos perigosos ou formação de chispas.

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 Para a lubrificação de máquinas e aparelhos em contacto com as substâncias


susceptíveis de explosão ou inflamáveis devem usar-se lubrificantes que não
dêem lugar a reacções perigosas com as referidas substâncias.
 Nos estabelecimentos em que se arrecadem, manipulem ou vendam
substâncias inflamáveis ou susceptíveis de explosão deve existir, pelo menos,
uma saída de emergência com portas de abrir para fora e mantidas
permanentemente livres de qualquer obstáculo.

Armazéns, arrecadações e adegas - Condições gerais


 Os armazéns, arrecadações e adegas não devem comunicar directamente com
os locais de trabalho, devendo obedecer aos seguintes requisitos:
a) Devem ter iluminação artificial, quando interiores ou subterrâneos;
b) Devem ter ventilação adequada, quando interiores ou subterrâneos;
c) Devem ter nas entradas meios portáteis de extinção de incêndios,
quando se justifique.

Empilhamento
 Quando os materiais se conservem em embalagens, o empilhamento deve
efectuar-se por forma a oferecer estabilidade.
a) O peso dos materiais empilhados não deve exceder, mesmo
temporariamente, a sobrecarga prevista para os pavimentos.
b) Não é permitido o empilhamento de materiais contra paredes ou
divisórias que não estejam convenientemente dimensionadas para
resistir aos esforços laterais.

 O empilhamento dos materiais ou produtos deve realizar-se de maneira que


não prejudique a conveniente distribuição da luz natural ou artificial, a
circulação nas vias de passagem e o funcionamento eficaz dos equipamentos
ou do material de luto contra incêndios.

Equipamento de extinção de incêndios


 Todos os locais de trabalho aos quais se aplica este Regulamento devem estar
providos de equipamento adequado para a extinção de incêndios, em perfeito
estado de funcionamento, situado em locais acessíveis e convenientemente
assinalados.
 O estado de funcionamento dos equipamentos de extinção, de incêndios deve
ser verificado em intervalos regulares, a acordo com as respectivas instruções
de aplicação.
 Em todos os locais de trabalho deve existir pessoal em número suficiente e
devidamente instruído no uso do equipamento de combate a incêndios.

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Instrução dos trabalhadores


 Todo o trabalhador deve estar suficientemente instruído sobre os planos de
evacuação dos locais de trabalho, para o que se deverão fazer, com certa
periodicidade, exercícios em que se ponham em prova os ensinamentos
ministrados para evacuação em caso de eventual concretização do risco de
incêndio.
 Nos locais em que haja ingresso público deverá ser fixado, de forma bem
visível, o plano de evacuação do edifício, com sinalização adequada, em
especial das saídas.

Instalações sanitárias - Requisitos e equipamentos


 As instalações sanitárias devem satisfazer os seguintes requisitos:
a) Sempre que possível, ser separadas por sexos;
b) Se situadas em edifício separado dos locais de trabalho, ter
comunicação por passagens cobertas;
c) Dispor de água canalizada e de esgotos ligados à rede geral ou a
fossa séptica, com interposição de sifões hidráulicos;
d) Ser iluminadas e ventiladas, de preferência naturalmente;
e) Ter pavimentos revestidos de material resistente, liso e impermeável,
inclinados para ralos de escoamento providos de sifões hidráulicos;
f) Ter paredes de cor clara e revestidas de azulejo ou outro material
impermeável até, pelo menos, 1,5 m de altura.

 As instalações sanitárias devem dispor do seguinte equipamento:


a) Um lavatório fixo;
b) Uma retrete com bacia à turca ou de assento com tampo aberto na
extremidade anterior, por piso ou por cada 25 homens ou fracção
trabalhando simultaneamente;
c) Um urinol, na antecâmara da retrete e na proporção da alínea
anterior;
d) Uma bacia de assento com tampo aberto na extremidade anterior,
por piso ou por cada 15 mulheres ou fracção trabalhando
simultaneamente.
 O equipamento das instalações sanitárias deve satisfazer as seguintes
condições:
a) As retretes, munidas de autoclismo, devem ser instaladas em
compartimentos separados, com, pelo menos, 0,8 m de largura e 1,3 m de
comprimento, ventilados por tiragem directa para o exterior e com porta
independente e provida de fecho;

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b) Quando as retretes forem reunidas em grupo, as divisórias dos


compartimentos devem ter a altura mínima de 1,8 m e o seu bordo inferior não
poderá situar-se a mais de 0,2 m acima do pavimento;
c) Os urinóis, munidos de dispositivos de descargas de água, devem ser de fácil
escoamento e lavagem. Quando em grupo, devem ser separados por baias
laterais distantes entre si, pelo menos, 0,6 m;
d) Os lavatórios devem estar providos de sabão não irritante e,
preferencialmente, de dispositivos automáticos de secagem de mãos ou toalhas
individuais de papel.

Chuveiros
 Quando a natureza do trabalho o exija, particular e nomeadamente quando o
trabalhador manipule substâncias tóxicas, perigosas ou infectantes, deverá
existir um chuveiro por cada grupo de dez trabalhadores ou fracção que
cessem simultaneamente o trabalho.

Vestiários
 Devem ser postos à disposição dos trabalhadores vestiários que lhes permitam
mudar e guardar o vestuário que não seja usado durante o trabalho.

Armários individuais
 Os vestiários devem dispor de armários individuais sempre que os
trabalhadores exerçam tarefas em que haja necessidade de mudança de roupa
e na medida da área disponível dos estabelecimentos existentes.
 Deve haver tantos armários individuais quanto os trabalhadores do mesmo
sexo e separados para homens e mulheres.

Medidas e características
 Os armários individuais devem ter as medidas e características fixadas nas
normas portuguesas.

Trabalhadores expostos a substâncias tóxicas, irritantes ou infectantes


 Nos casos em que os trabalhadores estejam expostas a substâncias tóxicas,
irritantes ou infectantes, os armários devem ser formados por dois
compartimentos independentes para permitir guardar a roupa de uso pessoal
em local diferente do destinado ao fato de trabalho.

Refeitórios
 Quando sejam fornecidas refeições aos trabalhadores, devem dispor de uma ou
mais salas destinadas exclusivamente a refeitório, com meios próprios para

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aquecer a comida, não comunicando directamente com os locais de trabalho,


instalações sanitárias ou locais insalubres.
 A superfície dos refeitórios deve ser calculada em função do número máximo
de pessoas que os possam utilizar simultaneamente e tendo em conta os
requisitos seguintes: Até 25 pessoas, 18,5 m2; De 26 a 74 pessoas, 18,5 m2
mais 0,65 m2 por pessoa acima de 25; De 75 a 149 pessoas, 50 m2 mais 0,55
m2 por pessoa acima de 74; De 150 a 499 pessoas, 92 m2 mais 0,50 m2 por
pessoa acima de 149; De 300 pessoas ou mais, 255 m2 mais 0,40 m2 por
pessoa acima de 499.
 Os refeitórios devem ser providos de bancos ou cadeiras e de mesas em
número suficiente, devendo estas ter tampo liso sem fendas e de material
impermeável.
 À entrada do refeitório deve haver, pelo menos, um lavatório fixo para os
trabalhadores que nele tomem as refeições, com dispositivos automáticos de
secagem de mãos ou toalhas individuais de papel.
 As paredes e pavimentos devem ser lisos e laváveis e aquelas, de preferência,
pintadas de cor clara.
 Os refeitórios devem dispor, de preferência, de iluminação e ventilação
naturais.
 É proibido tomar refeições nos postos de trabalho.
 Todos os trabalhadores que manipulem produtos irritantes, tóxicos ou
infectantes não podem entrar nos refeitórios com os fatos de trabalho.

Água potável
 Deve ser posta à disposição dos trabalhadores, em locais facilmente acessíveis,
água potável em quantidade suficiente e, se possível, corrente.
 Devem ser distribuídos copos individuais aos trabalhadores ou instalados
bebedouros de jacto ascendente

Dispositivos de protecção individual


 Deve existir à disposição dos trabalhadores vestuário de trabalho e ou
dispositivo de protecção individual contra os riscos resultantes das tarefas e
operações efectuadas sempre que sejam insuficientes as medidas técnicas de
higiene e segurança de carácter geral.
 O equipamento de protecção individual e o fato de trabalho não devem ser
utilizados como meio de substituir qualquer protecção ou medida técnica eficaz,
mas antes como recursos de segurança complementar.

Primeiros socorros - Requisitos mínimos

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 Todo o local de trabalho deve possuir um posto de primeiros socorros ou


armários, caixas ou bolsas com conteúdo mínimo destinado a primeiros
socorros, adequadamente distribuídos pelos vários sectores de trabalho.
 O conteúdo dos postos, armários, caixas e bolsas de primeiros socorros deve
ser mantido em condições de assepsia, convenientemente conservado,
etiquetado e imediatamente substituído após a sua utilização.
 As condições indicadas no número anterior devem ser controladas por um
responsável, indicado pela empresa, com o curso de socorrista.
 Junto dos armários, caixas ou bolsas de primeiros socorros devem existir
instruções claras e simples para os primeiros cuidados a pôr em prática em
cada caso de urgência.

Deveres de colaboração
 As entidades competentes, os trabalhadores e os empregadores devem
colaborar entre si de modo a observarem-se as condições que assegurem a
realização do objectivo previsto

Dever das partes


Os trabalhadores devem ser informados das questões de higiene e segurança relativas
à sua actividade profissional.

 Os trabalhadores devem estar especialmente informados:


a) Dos riscos para a saúde inerentes às substâncias nocivas que
utilizam ou possam vir a utilizar ou manipular no decurso do seu
trabalho, mesmo no caso de produtos cujo uso não seja habitual no
estabelecimento;
b) Da necessidade de utilizarem convenientemente equipamento e
dispositivos de protecção individual ou colectiva.
 Constitui dever dos empregadores assegurar eficazmente a informação referida
nos números anteriores.
 Os trabalhadores, para além de cooperarem no cumprimento das obrigações
que incumbem aos empregadores, devem:
a) Cumprir as prescrições de segurança e higiene estabelecidas na
legislação aplicável ou concretamente determinadas pela entidade
patronal ou seus representantes;
b) Utilizar, correctamente e segundo as instruções do fabricante e do
empregador, os dispositivos técnicos gerais ou individuais de higiene e
segurança que por este lhes são postos à disposição.

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1.2− Regime jurídico do enquadramento da segurança, higiene e


saúde no trabalho

Legislação Efectiva
a) Lei dos Acidentes de trabalho
b) Condições de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
c) Prescrições mínimas de Segurança e Saúde no trabalho
d) Organização e funcionamento das actividades de Segurança e Higiene no
Trabalho
e) Segurança e Saúde nos locais de trabalho
f) Segurança e Saúde das condições de trabalho
g) Prescrições mínimas de Segurança e Saúde

a) Lei dos Acidentes de Trabalho


Lei instituída a 13 de Setembro de 1997, referente aos vários tipos de acidentes de
trabalho, e às reparações emergentes por esses acidentes, por parte das entidades
patronais.

b) Condições de Segurança, Higiene e Segurança no Trabalho


Lei-quadro, que visa dotar o país de referências estratégicas e de um quadro jurídico
global, que garanta uma efectiva prevenção de riscos profissionais, dar cumprimento
integral às obrigações sobre Segurança, Saúde dos Trabalhadores e Ambiente de
Trabalho, e institucionalizar formas eficazes de participação e diálogo de todos os
interessados na matéria de segurança, saúde dos trabalhadores e ambiente de
trabalho.

c) Prescrições mínimas de Segurança e Saúde no trabalho


Decreto-Lei de 1 de Outubro de 1993 constituído por 6 art.ºs, que é um instrumento
de acção destinado a orientar actuações quando se trate de conceber, projectar e
instalar locais destinados a postos de trabalho, integrando especificações e exigências
com vista a prevenir riscos profissionais e a garantir a protecção da segurança e da
saúde.

d) Organização e funcionamento das actividades de Segurança e Higiene no


Trabalho
Decreto-Lei de 14 de Novembro constituído por 4 capítulos, que faz impender sobre as
entidades empregadoras a obrigação de organizar actividades que remetam para a
regulamentação própria, aspectos atinentes ao regime da organização e
funcionamento dos serviços, bem como os relativos às qualificações dos técnicos que
asseguram tais funções.

e) Segurança e Saúde nos locais de trabalho


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Turismo seguro

Decreto-Lei de 1 de Outubro de 1993, relativo às prescrições mínimas de segurança e


de saúde nos locais de trabalho, nomeadamente materiais, máquinas e equipamentos
de trabalho.

f) Segurança e Saúde das condições de trabalho


Decreto-Lei de 14 de Novembro de 1995 que estabelece os princípios que visam
promover a segurança, higiene e saúde no trabalho. O seu âmbito de aplicação
abrange todos os ramos de actividade, nos sectores público, privado ou cooperativo e
social.

g) Prescrições mínimas de Segurança e Saúde


Decreto-Lei de 16 de Março de 1999, que determina a verificação obrigatória dos
equipamentos de trabalho no início da sua utilização, a intervalos regulares e quando
ocorrerem factos excepcionais que possam afectar gravosamente a sua segurança. São
regulamentados os requisitos mínimos de segurança de alguns equipamentos de
trabalho, designadamente equipamentos móveis e para elevação de cargas, e ainda,
definidas regras sobre a utilização dos equipamentos de trabalho.

1.3− Regime jurídico dos acidentes e das doenças profissionais

A Constituição da República Portuguesa, no artigo 63.º, reconhece o direito à


segurança social, que abrange a protecção nos acidentes de trabalho e nas doenças
profissionais.

Por sua vez, o artigo 59.º da Constituição consagra o direito de todos os trabalhadores
à assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença
profissional, bem como à prestação de trabalho em condições de segurança, higiene e
saúde, o que envolve a adopção de políticas de prevenção dos acidentes de trabalho e
das doenças profissionais.

De acordo com o Decreto-Lei nº 99/2003, de 27 de Agosto, artigos 281 a 301, é


“acidente de trabalho o sinistro, entendido como acontecimento súbito e imprevisto,
sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo de trabalho”.

No dia 4 de Setembro foi publicada a Lei 98/2009 que, “Regulamenta o regime de


reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação
e reintegração profissionais”. O diploma entrou em vigor no dia 1 de Janeiro 2010,
revogando assim a lei anterior, que vigorou durante 10 anos.

São ainda considerados acidentes de trabalho os ocorridos:


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Turismo seguro

 No trajecto de ida e de regresso para e do local de trabalho nos termos


definidos em regulamentação específica;
 Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar
proveito económico para a entidade empregadora;
 No local de trabalho quando no exercício do direito de reunião ou de actividade
de representante dos trabalhadores, nos termos da lei;
 No local de trabalho quando em frequência de curso de formação profissional,
ou fora do local de trabalho, quando exista autorização expressa da entidade
empregadora para tal frequência;
 Em actividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal
concedido por lei aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de
trabalho em curso;
 Fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de
serviços determinados pela entidade empregadora ou por esta consentidos.

A Doença profissional é aquela que resulta directamente das condições de trabalho,


consta da Lista de Doenças Profissionais (Decreto Regulamentar n.º 6/2001, de 5 de
Maio) e causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte.

A Lei também considera que a lesão corporal, a perturbação funcional ou a doença não
incluídas na lista serão indemnizáveis, desde que se provem serem consequência,
necessária e directa, da actividade exercida e não representem normal.
 Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do
exercício do trabalho em si.
 Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em
que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes do
trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho.

1.4− Risco efectivo e risco potencial

A avaliação de riscos é um processo imprescindível para estimar a amplitude dos riscos


que não podem ser evitados, obtendo-se, deste modo, a informação necessária para
se tomarem as decisões apropriadas sobre a necessidade de se adoptarem medidas
preventivas e, nesse caso, sobre o tipo de medidas que devem ser adoptadas.

Uma avaliação de riscos é um exame sistemático de todos os aspectos do trabalho,


com vista a apurar o que poderá provocar danos, se é ou não possível eliminar os
perigos e, em caso negativo, que medidas preventivas ou de protecção podem ser
tomadas para controlar o risco.
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Turismo seguro

Neste âmbito:
 O risco potencial está associado ao facto de a resistência do corpo,
eventualmente atingido, ser inferior a uma determinada energia (causadora do
acidente).
 O risco efectivo é a probabilidade do Homem, estar exposto a um risco
potencial

1.5− Causalidade dos acidentes de trabalho

Podemos dizer que existem duas causas principais para acidentes: as causas básicas e
as causas imediatas. Para poder prevenir acidentes é necessário, conhecer ambas e
agir em conformidade com elas.
 Causas Básicas - Podem dividir-se em factores pessoais e factores de trabalho.
Os factores pessoais relacionam-se com a falta de conhecimento, de motivação
ou até tentar poupar tempo sem as devidas precauções. Os factores de
trabalho têm haver com a falta de regulamentação, hábitos incorrectos ou a má
utilização de materiais e produtos.
 Causas Imediatas - Estas são constituídas pelos actos inseguros e condições
inseguras.

As causas do acidente, as acções humanas e condições materiais inseguras,


combinadas ou não, propiciam a ocorrência de acidentes e o acto inseguro, bem como,
as condições inseguras são as causas que precedem ou ocasionam os acidentes de
trabalho.
 Actos Inseguros - são todas as acções levadas acabo pela profissional, sem os
devidos cuidados ou com total falta de atenção (trabalhar com anéis, fios ou
objectos que podem ficar presos, não respeitar a capacidade dos elevadores,
não avisar acerca de situações graves observadas, etc).
 Condições Inseguras – prendem-se com factores de carácter técnico (condições
inseguras, falta de espaço para armazenar os produtos, pouca iluminação,
armazenamento incorrecto, etc…).

Sendo assim, a atitude correcta é a de corrigir os actos inseguros e as condições


inseguras, além de analisar e prever todas as causas e condições possíveis que possam
resultar em acidente.

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Turismo seguro

1.6− Classificação dos acidentes de trabalho

Segundo as consequências
 Morte: Acidentes com perda de vida.
 Incapacidade Permanente: Acidentes de que resulte para a vítima, com
carácter permanente, deficiência física ou mental ou diminuição da capacidade
de trabalho.
 Incapacidade Temporária: Acidentes de que resulte para a vítima incapacidade
de, pelo menos, um dia completo para além do dia em que ocorreu o acidente,
quer se trate de dias durante os quais a vítima teria trabalhado, quer não. Este
último caso configura o acidente com baixa ou incapacidade temporária
absoluta, ITA.
 Outros casos: Acidentes de que resulte incapacidade para o trabalho por tempo
inferior ao considerado para a incapacidade temporária, sem incapacidade
permanente. Estes acidentes são habitualmente designados por acidentes sem
incapacidade, SI.

Segundo a Natureza da Lesão


 - Fracturas
 - Luxações
 - Entorses e distensões
 - Comoções e outros traumatismos internos
 - Amputações e enucleações
 - Outras feridas
 - Traumatismos superficiais
 - Contusões e esmagamentos
 - Queimaduras
 - Envenenamentos agudos e intoxicações agudas
 - Efeitos das intempéries e de outros factores exteriores
 - Asfixias
 - Efeitos nocivos da electricidade
 - Efeitos nocivos das radiações
 - Lesões múltiplas de natureza diferente
 - Outros traumatismos ou traumatismos mal definidos

Segundo a Localização da Lesão


- Cabeça (excepto olhos)
- Olhos
- Pescoço (incluindo garganta e vértebras cervicais)
- Membros superiores (excepto mãos)
- Mãos
- Tronco
- Membros inferiores (excepto pés)
- Pés
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- Localizações múltiplas
- Lesões gerais

Segundo a Forma do Acidente


- Queda de pessoas
- Queda de objectos
- Marcha sobre, choque contra ou pancada por objectos
- Entaladela num objecto ou entre objectos
- Esforços excessivos ou movimentos em falso
- Exposição a, ou contacto com temperaturas extremas
- Exposição a, ou contacto com a corrente eléctrica
- Exposição a, ou contacto com substâncias nocivas ou radiações
- Outras formas de acidentes não classificados

Segundo o Agente Material


- Máquinas
- Meios de transporte e de manutenção (aparelhos elevatórios, meios de transporte
por carris,...)
- Outros materiais (recipientes sob pressão, fornos, fornalhas, ferramentas, escadas,
andaimes,...)
- Materiais, substâncias e radiações (explosivos, poeiras, gases,...)
- Ambientes de trabalho
- Outros agentes não classificados noutra parte
- Agentes não classificados por falta de dados
1.7− Participação dos acidentes

Todos os acidentes de trabalho devem ser participados às entidades competentes. A


participação é feita de acordo com uma das seguintes modalidades:
 Participação por parte do sinistrado à entidade empregadora ou à pessoa que a
represente na direcção do trabalho. A comunicação ser feita verbalmente ou
por escrito de nas 48 horas posteriores ao acidente, excepto se estas
presenciarem o acidente ou vierem a tomar conhecimento deste no mesmo
período de tempo. A participação pode ser feita pelos familiares beneficiários
legais de pensões do sinistrado
 Participação feita pela entidade empregadora à entidade seguradora que detém
a apólice do Seguro de Acidentes de Trabalho. A comunicação deverá ser feita
nos termos estabelecidos por esta a partir do momento em que o segurado
toma conhecimento do sinistro
 Participação à respectiva instituição de previdência, até ao dia 20 do mês
seguinte ao que ocorreu o acidente.
 Participação do acidente de trabalho ao tribunal competente.
Uma participação de acidente de trabalho deve conter toda a informação necessária à
caracterização do mesmo:
 Idade
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Turismo seguro

 Posto de trabalho
 Local do acidente
 Data e hora do acidente
 Indicação de testemunhas
 Descrição do acidente
 Causas possíveis
 Caracterização do acidente
 Análise das causas

A participação dos acidentes de trabalho, por escrito, é feita em impresso próprio,


regulamentado pela Portaria 137/94, de 8 de Março.

A empresa / organização deverá fazer o controlo e gestão da sua sinistralidade. Para


tal deverá manter série de registos e outros documentos que considere serem
relevantes para os objectivos a que se propõe. Alguns destes documentos poderão ser
os seguintes:
 Relatório de acidente de trabalho - Não existe um modelo tipificado de um
relatório de acidente de trabalho. O seu aspecto e a informação nele constante
dependem da organização e da sua cultura e métodos de trabalho
 Registo individual de acidentes de trabalho - Destina-se a constituir um
registo do histórico individual de acidentes.
 Registo de acidentes de trabalho e sua caracterização - Mapa de registo
mensal de todos os acidentes ocorridos. Inclui a data e hora do acidente, a sua
caracterização, baixas
 Registo dos dias de baixa que vão para além do mês do acidente -
Registo dos dias de ausência nos meses subsequentes ao mês do acidente
 Registo mensal e acumulado dos acidentes de trabalho e seus índices
- Registo dos índices estatísticos e dados necessários para o seu cálculo

1.8− Controlo estatístico da sinistralidade

Estatística da U.E.
• Ocorre 1 acidente de trabalho em cada 5 segundos, na EU;
• Morre 1 trabalhador a cada 2 horas, vítima de acidente de trabalho, na EU;
• Dois terços das 30 000 substâncias químicas mais utilizadas na EU, não foram
submetidas a testes toxicológicos completos e sistemáticos;
• Um quinto dos trabalhadores da UE - 32 milhões de pessoas – estão expostos
a agentes cancerígenos;

Estes riscos são agravados por uma informação e cumprimento inadequados das
normas de segurança. Um estudo, determinou que apenas 12% das empresas
conheciam os seus deveres legais.

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Turismo seguro

Além disso, um estudo separado revelou que 20% das Fichas de Dados de Segurança
fornecidas pelos fabricantes de substâncias perigosas continham erros. Apenas as
substâncias químicas notificadas desde 1981 são obrigatoriamente submetidas a esses
testes, embora a EU esteja a desenvolver uma estratégia para a avaliação sistemática
das chamadas substâncias químicas existentes.

Estima-se que anualmente morrem cerca de dois milhões de homens e mulheres


devido a acidentes de trabalho e a doenças profissionais. Em todo o mundo ocorrem
por ano cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e são registadas mais de 160
milhões de doenças profissionais.

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Turismo seguro

2.Ambiente de trabalho

2.1− Principais causas motivadoras de riscos associados

Incêndios
A causa de incêndio é definida como o princípio de acção, material ou pessoal, que
produz ou transmite o fogo causador do incêndio. Estas causas podem ser naturais
(originadas por fenómenos da natureza), químicas (de origem química) ou pessoais
(quando decorrem de um acidente).

Dentro das causas mais comuns de incêndios nos locais de trabalho podemos indicar:
 Sistemas de aquecimento e cozedura.
 Chaminés e sistemas de saída de fumos.
 Materiais inflamáveis.
 Aparelhos eléctricos.
 Trabalhadores e outras pessoas fumadoras.
 Entre outros…

Riscos eléctricos
As instalações eléctricas estão concebidas e deverão ser verificadas e mantidas por
forma a evitar a ocorrência de acidentes pessoais decorrentes do uso normal, como
electrocussão, explosão, queimaduras.

A manobra dos equipamentos eléctricos deve fazer-se sem perigo ou risco de lesões
para os utentes.

Trabalho com máquinas e equipamentos


As máquinas devem, de origem, estar aptas a cumprir a função a que se destinam e
não devem expor a riscos as pessoas que com elas trabalham quando se efectua
regulação ou manutenção.

Riscos associados ao trabalho com máquinas:


 Esmagamento
 Cortes
 Prisão em equipamento
 Pancadas
 Perfuração
 Projecções de partículas
 Choques eléctricos
 Riscos térmicos (chamas, explosões, radiações, etc)
 Ruído e vibrações
 Perigo de contacto ou inalação de fluidos, gases, fumos, substâncias tóxicas,
nocivas, etc.)

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Turismo seguro

Movimentação manual de cargas


A ocorrência de acidentes neste tipo de movimentações é consequência de
movimentos incorrectos ou esforços físicos exagerados, de grandes distâncias de
elevação, do abaixamento e transporte, bem como de períodos insuficientes de
repouso, especialmente quando se tratam de cargas volumosas.

A Movimentação Manual de Cargas pesadas implica o desenvolvimento de esforço


muscular. Esse esforço traduz-se numa compressão dos vasos sanguíneos e do tecido
muscular, originando uma diminuição do fluxo sanguíneo e, consequentemente, uma
diminuição do fornecimento de oxigénio e de açúcar.

Todo este quadro conduz à fadiga. A fadiga pode provocar uma redução da eficiência
do trabalho, que, em casos extremos, leva à ocorrência de acidentes de trabalho.

Movimentação mecânica de cargas


Actualmente, existe uma grande oferta de meios de movimentação mecânica de
cargas, permitindo encontrar soluções ajustadas para cada problema de
movimentação.

No entanto, nem sempre as condições de instalação e de exploração permitem obter


as melhores condições de segurança nos locais de trabalho.

Posturas no trabalho
Os agentes ergonómicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados com:
 Exigência de esforço físico intenso,
 Levantamento e transporte manual de pesos,
 Postura inadequada no exercício das actividades,
 Exigências rigorosas de produtividade,
 Períodos de trabalho prolongadas ou em turnos,
 Actividades monótonas ou repetitivas

Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco
produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias,
curáveis em estágios iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo,
chamadas genericamente de lesões por esforços repetitivos

As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga


muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos.

Iluminação

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Turismo seguro

Uma iluminação adequada no local de trabalho contribui para que as condições do


mesmo não provoquem tensões psíquicas e fisiológicas. Nesta perspectiva, todos os
locais de trabalho devem oferecer boa visibilidade aos seus funcionários.

Caso a iluminação esteja adaptada ao local de trabalho esta pode proporcionar um


aumento de produtividade, motivação, desempenho geral, etc. Se a iluminação for
inadequada pode conduzir a eventuais atrasos na execução das tarefas, induzir stress,
dores de cabeça, fadiga física e psíquica, etc.

Trabalhos com equipamentos dotados de visor


O avanço da tecnologia tem contribuído para o aperfeiçoamento das ferramentas de
trabalho, como é o caso dos computadores. No entanto, a sua instalação tem sido feita
sem se ter em atenção as regras básicas da ergonomia existentes sobre o assunto.

Horas de trabalho contínuo com écrans podem levar não só à fadiga visual mas
também à fadiga postural, uma vez que se está muito tempo na mesma posição rígida
ou estática.

Produtos e Atmosferas perigosas


Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são
lançadas no ambiente de trabalho através de processos de pulverização, fragmentação
ou emanações gasosas. Essas substâncias podem apresentar-se nos estados sólido,
líquido e gasoso.

Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do


trabalhador por: Via respiratória, digestiva Epiderme ou Via ocular.

No âmbito dos riscos associados a agentes químicos existem quatro tipos de agentes,
que pelo seu elevado grau de perigosidade para o ser humano, devem ser
referenciados, e são:
• Os cancerígenos;
• O cloreto de vinilo monómero;
• O amianto;
• O chumbo;

Ruído
O ruído é um agente físico que pode afectar de modo significativo a qualidade de vida.
Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado medidor de pressão sonora, e
a unidade usada como medida é o decibel ou abreviadamente dB.

Sem medidas de controlo ou protecção, o excesso de intensidade do ruído, acaba por


afectar o cérebro e o sistema nervoso.
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Turismo seguro

Em condições de exposição prolongada ao ruído por parte do aparelho auditivo, os


efeitos podem resultar na surdez profissional cuja cura é impossível, deixando o
trabalhador com dificuldades para se relacionar com os colegas e família, assim como
dificuldades acrescidas em se aperceber da movimentação de veículos ou máquinas,
agravando as suas condições de risco por acidente físico.
2.2− Medidas de protecção e prevenção

Protecção contra incêndio


Consideram-se medidas de protecção contra incêndios:
 A formação do pessoal em assuntos de segurança do trabalho em geral e de
incêndio em particular.
 O treino do pessoal em reacção ao alarme.
 O treino das evacuações.
 O treino do pessoal na utilização de meios de combate a incêndios no seu
inicio.
 O respeito por todo o pessoal das normas de actuação recomendadas para
situações de alarme de incêndio.

Princípios básicos do fogo:


 Combater de imediato nos primeiros cinco minutos
 Dar o alarme de incêndio
 Desligar a energia eléctrica
 Accionar os bombeiros
 Avaliar o incêndio.

Prevenção de riscos eléctricos

 O comando dos circuitos de iluminação é efectuado, normalmente, a partir dos


respectivos quadros eléctricos, os quais se devem encontrar sempre fechados,
e desimpedidos.
 Todas as massas metálicas devem estar ligadas à terra.
 Os aparelhos de iluminação e restantes equipamentos eléctricos, localizados no
exterior devem ser estanques.
 O sistema de iluminação de emergência deverá funcionar durante o tempo
suficiente para permitir a evacuação em segurança de todos os ocupantes. Os
equipamentos deste sistema devem ser periodicamente testados, no mínimo
duas vezes por ano.
 As instalações e os equipamentos eléctricos deverão estar protegidos contra
contactos directos, de modo a proteger as pessoas dos riscos de contacto com
peças em tensão.

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Turismo seguro

 Todos os equipamentos eléctricos devem estar protegidos com dispositivos


sensíveis a correntes diferenciais/residuais, os quais deverão ser
periodicamente testados, no mínimo duas vezes por ano.
 Deverá ser substituída, imediatamente, toda a aparelhagem partida ou
danificada.

Protecção no trabalho com máquinas


Medidas a aplicar aos trabalhadores:
 Informar as condições de utilização das máquinas
 Informar a conduta a seguir quer em situação normal, quer face aos incidentes
previsíveis
 Informar sobre as conclusões retiradas da experiência, permitindo assim evitar
certos riscos.

Protecção na movimentação manual de cargas


De forma a minimizar os riscos e, consequentemente, as lesões, nas actividades de
transporte de cargas, existem várias medidas de prevenção que se deverão tomar:
 A redução das cargas (os valores-limite da carga variam consoante idade, sexo,
duração da tarefa, frequência do movimento de elevação e transporte e
capacidade física do trabalhador);
 A correcta escolha do pessoal que desempenha essas actividades;
 A formação sobre técnicas correctas de movimentação de cargas;
 A utilização de Equipamentos de Protecção Individual adequado (vestuário,
luvas e calçado);
 A utilização de meios mecânicos auxiliares (carros de mão, rolos, patins,
ventosas, pinças ou garras, ou imans);
 A readequação do espaço de trabalho.

Prevenção na movimentação mecânica de cargas


Muitas das medidas de prevenção são comuns aos diversos tipos de equipamentos de
movimentação mecânica de carga, outras serão específicas de cada tipo. Das comuns
são exemplo:
• Não ultrapassar a carga máxima de funcionamento dos equipamentos.
• Não efectuar qualquer intervenção no equipamento com este em
funcionamento.
• Utilização de EPI adequado, pelos trabalhadores.

Prevenção de más posturas no trabalho


A análise e intervenção ergonómica traduz-se em:

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Turismo seguro

 Melhores condições de trabalho


 Menores riscos de incidente e acidente
 Menores custos humanos
 Formação com o objectivo de prevenir
 Maior produtividade
 Optimizar o sistema homem / máquina.

Exemplos de posturas correctas:

Exemplos de posturas correctas:

Prevenção contra iluminação inadequada


Para tarefas normais (leitura, montagens de peças e operações com máquinas)
recomenda-se:
 200 lux - para tarefas com bom contrastes, sem necessidade de percepção de
muitos detalhes,
 Aumentar a intensidade luminosa à medida que o contraste diminui e se exige
a percepção de muitos detalhes;
 Uma intensidade maior pode ser necessária - reduzir as diferenças de brilhos
no campo visual, ex.: na presença de uma lâmpada ou de uma janela no
campo visual;
 As pessoas idosas e com deficiência visual requerem mais luz.

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Turismo seguro

Para aumentar a eficiência e a qualidade dos ambientes de trabalho deve-se usar a


complementação entre a luz artificial (lâmpadas e sistemas de controlo) e a luz
natural (janelas, portas).

Prevenção no trabalho com equipamentos dotados de visor


Colocar o écran de modo a que:
 Com a cabeça direita, os seus olhos estejam dirigidos para a parte superior do
écran;
 ajustar o teclado de maneira a que os seus punhos e mãos estejam direitos
quando escreve;
 certificar-se que os seus ombros e cotovelos estão relaxados;
 se tiver dificuldade em manter os punhos e mãos esticadas enquanto escreve,
utilizar uma pequena toalha junto ao teclado.

É importante alternar posturas, devendo:


 variar a inclinação do encosto;
 alternar a postura sentada com a postura de pé;
 alternar o trabalho com écrans com outro trabalho administrativo;
 fazer pausas de 5 a 10 minutos por cada hora e meia de trabalho contínuo com
écrans.

Protecção em atmosferas perigosas


Com o fim de proteger o trabalhador, os Valores Limite de Exposição referenciados na
legislação portuguesa, devem ser cumpridos. Deve ser feita igualmente a identificação
dos contaminantes para, de seguida, se efectuar a respectiva medição da sua
concentração.

Mediante os valores obtidos há que tomar medidas, devendo recorrer-se a


equipamento de protecção individual sempre que possível, bem como a alterações no
processo produtivo que permitam a redução das emissões de poluentes. Estas
alterações podem ser ao nível do equipamento ou de matérias-primas.

Estes agentes químicos específicos, embora se enquadrem no âmbito dos riscos


associados a agentes químicos gerais, têm legislação (comunitária e nacional)
específica que regulamenta os Valores Limites de Exposição, definição do tipo de
agentes e medidas de prevenção a implementar.

Prevenção no manuseio de produtos perigosos


Através de uma correcta manipulação dos produtos potencialmente perigosos,
pretende-se minimizar os riscos associados à exposição a essas substâncias.

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Turismo seguro

São enunciadas algumas regras gerais relativas ao manuseamento de substâncias


químicas, nomeadamente:
 Minimizar a exposição a substâncias químicas em geral;
 Usar o equipamento de protecção individual adequado ao trabalho a
desenvolver. Este deverá incluir sempre, bata, luvas e óculos de protecção;
 Não usar cabelos compridos soltos, pois podem estar na origem de situações
de risco, retirar pulseiras e anéis dado que as substâncias perigosas e outros
materiais podem alojar-se nestes objectos e causarem lesões na pele;
 Ler com atenção as instruções antes de iniciar qualquer trabalho;
 Conferir o rótulo do recipiente ou a FDS antes de utilizar uma substância
química, no sentido de verificar quais são as suas propriedades de risco;
 Nunca usar produtos de recipientes que não tenham rótulos legíveis. Esta regra
também se aplica a outros tipos de embalagens, que devem estar sempre
rotuladas;
 Quando se verter um líquido de um recipiente para outro, fazê-lo pelo lado
oposto ao do rótulo para evitar a deterioração deste pelo líquido;
 Não misturar substâncias químicas ao acaso, pois podem ocorrer reacções
incompatíveis, que se poderão traduzir em reacções violentas ou explosivas;
 Não colocar num recipiente qualquer substância química que dele tenha sido
retirado. Seguindo esta regra, evita-se o risco de trocas e de reacções químicas
incompatíveis;
 Depois de retirar uma substância química de um recipiente, voltar a fechá-lo,
imediatamente;
 Não tocar, cheirar ou provar qualquer substância química;
 Não fumar, comer, beber ou guardar alimentos em locais que não sejam
próprios para esse efeito, especialmente em áreas onde se localizem
substâncias químicas;
 Usar sistemas de aviso sempre que possam ocorrer situações de risco graves,
como sejam as exposições a radiações ionizantes, laser, materiais inflamáveis,
muito tóxicos ou outras situações especiais;
 A fim de evitar contaminações, não deverá usar o equipamento de protecção
fora do local de trabalho;
 Lavar-se bem antes de abandonar o local de trabalho. Evitar o uso de solventes
para limpar a pele. Estes desengorduram a pele produzindo inflamações ou
irritações. Em muitas situações a lavagem com solventes facilita a absorção
cutânea dos produtos químicos.

Protecção contra o ruído

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Turismo seguro

Consoante os valores de ruído a que o trabalhador está sujeito, a organização deverá


actuar da seguinte forma:

2.3− Modos de actuação em caso de acidente

Caso surja uma situação inesperada e súbita que tenha como consequência o
aparecimento de situações de perigo para os trabalhadores.

O empregador deve analisar e tomar medidas que permitam evitar este tipo de
consequências nomeadamente no respeitante a primeiros socorros e à luta contra
incêndios e à evacuação dos trabalhos.

Deve prever uma actuação rápida e eficaz para salvaguardar, em primeiro lugar, a
integridade e saúde dos trabalhadores, da população externa e, também, minimizar os
possíveis danos nas instalações no meio ambiente.

Como agir em caso de incêndios


 Ao notar indícios de incêndio (fumos, cheiro a queimado, estalidos), aproximar-
se a uma distância segura para observar o que está queimando e a extensão
do fogo.
 Dar o alarme através do número de emergência 112.
 Se não souber combater o fogo, ou não puder dominá-lo, sair do local,
fechando todas as portas e janelas atrás de si, mas sem trancá-las, desligar a
electricidade e o gás.
 Verificar se existem pessoas em perigo, e tentar salvá-las sem por em risco a
sua própria vida.
 Manter-se vestido, pois a roupa protege o corpo contra o calor e a
desidratação.
 Procurar alcançar um espaço aberto através do uso de escadas. Não usar o
elevador, pois a electricidade é normalmente cortada, podendo ficar parado,
sem contar que existe o risco dele abrir justamente no andar em chamas.

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Turismo seguro

 Se não puder sair, manter-se próximo de uma janela de preferência com vista
para a rua e sinalizar sua posição.
 Fechar mas não trancar a porta e, vedar as frestas desta com um cobertor ou
tapete para não entrar fumos.
 Em caso de existência de fumos manter-se junto ao chão e utilizar um lenço ou
toalha molhada sobre o nariz e boca.
 Atirar pela janela o que puder queimar facilmente como papéis, tapetes,
cortina, mas com o cuidado para não atingir quem estiver na rua.

Como agir em caso de sismo

No interior de um edifício:
 Não deve tentar sair do edifício;
 Não deve tentar sair pelas janelas;
 Deve afastar-se de janelas e painéis de vidro;
 Deve afastar-se de armários, prateleiras, objectos pesados e outro mobiliário
que possa cair;
 Não deve aceder às varandas;
 Não deve utilizar os elevadores.

No exterior de um edifício:
 Não deve reentrar no edifício, mantendo-se no exterior;
 Deve afastar-se de edifícios, muros, vedações, árvores, postes e cabos
eléctricos;
 Deve agachar-se ou deitar-se no solo e proteger a cabeça;
 Deve ir observando o que se passa em redor, mantendo-se alerta a possíveis
perigos que o obriguem a movimentar-se.

2.4− Técnicas de Socorrismo – caracterização e aplicação

Primeiro-socorro
É um tratamento inicial e temporário ministrados a acidentados e/ ou vitimas de
doenças súbita, num esforço de preservar a vida, diminuir a incapacidade e minorar o
sofrimento.

Consiste, conforme a situação, na protecção de feridas, imobilização de fracturas,


controlo de hemorragias visíveis, desobstrução das vias respiratórias, reanimação e
ventilação artificial.

Um socorrista não substitui nem o médico nem a enfermeira, mas pode impedir toda e
qualquer acção intempestiva, alertar e ajudar, evitando o agravamento do acidente.

RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL BOCA-NARIZ


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Turismo seguro

Quem tiver uma paragem respiratória sofrerá provavelmente danos cerebrais ao fim de
cerca de quatro minutos. Com a aplicação de ventilação artificial, conhecida
vulgarmente por respiração artificial, insufla-se ar nos pulmões da vítima até esta
conseguir respirar de novo.

Procedimento:

Limpe o rosto da vítima, vire-lhe a cabeça para o lado e


retire-lhe rapidamente qualquer corpo estranho.

Coloque uma das mãos na testa e outra sob o pescoço


da vítima e incline-lhe a cabeça bem para trás para
abrir as vias respiratórias.

Com uma das mãos, mantenha


fechada a boca da vítima. Ponha a sua boca sobre o
nariz da vítima e faça quatro insuflações.

Retire a boca e espere que o peito da vítima se esvazie de


ar. Repita. (Se a vítima for um bebé ou uma criança
pequena, deve abarcar o nariz e a boca.)

Quando a vítima começar a respirar por si, ponha-a na POSIÇÃO LATERAL DE


SEGURANÇA. CHAME UMA AMBULÂNCIA.

POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA


Excepto nos casos de suspeita de fractura da coluna vertebral ou do pescoço, vire o
corpo da vítima inconsciente, mas ainda a respirar, para a posição lateral de
segurança, o que impedirá que sangue, saliva ou a língua obstruam as vias
respiratórias.

Procedimento:
Ajoelhe-se ao lado da vítima, volte-lhe a cabeça para si e incline-a para trás para lhe
abrir as vias respiratórias.

Estenda ao longo do corpo da vítima o braço que ficar mais perto de si. Cruze o outro
braço sobre o peito. Cruze a perna mais afastada sobre a que está mais próxima.

34
Turismo seguro

Ampare a cabeça da vítima com uma das mãos e com a outra agarre-a pela anca mais
afastada.

Vire a vítima de bruços, puxando-a rapidamente para si e amparando-a com os


joelhos.

Puxe a testa da vítima para trás, de modo a que a garganta fique direita. Assim, as
vias respiratórias manter-se-ão desimpedidas, o que permite que a vitima respire
livremente..

Dobre o braço que fica mais próximo de si para lhe sustentar o tronco. Dobre a perna
mais próxima para servir de apoio ao abdómen.

35
Turismo seguro

Retire o outro braço de debaixo do corpo. CHAME UMA AMBULÂNCIA.

3. Legislação de trabalho

3.1− Direitos e deveres dos trabalhadores

Em matéria de segurança no trabalho, constituem direitos do trabalhador:


 Trabalhar em condições de segurança e saúde;
 Receber informação sobre os riscos existentes no local de trabalho e medidas
de protecção adequadas;
 Ser informado sobre as medidas a adoptar em caso de perigo grave e iminente,
primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação de trabalhadores;
 Receber formação adequada em matéria de segurança e saúde no trabalho
aquando da contratação e sempre que exista mudança das condições de
trabalho;
 Ser consultado e participar em todas as questões relativas à segurança e saúde
no trabalho;
 Ter acesso gratuito a equipamentos de protecção individual;
 Realizar exames médicos antes da sua contratação e depois periodicamente;
 Receber prestação social e económica em caso de acidente de trabalho ou
doença profissional;
 Afastar-se do seu posto de trabalho em caso de perigo grave e iminente;
 Possuir o mesmo nível de protecção em matéria de segurança e saúde,
independentemente de ter um contrato sem termo ou com carácter temporário;
 Recorrer às autoridades competentes (Autoridade para as Condições do
Trabalho e Tribunais de Trabalho).
.
Neste âmbito, constituem deveres do trabalhador:
 Cumprir as regras de segurança e saúde no trabalho e as instruções dadas pelo
empregador;
 Zelar pela sua segurança e saúde e por todos aqueles que podem ser afectados
pelo seu trabalho;

36
Turismo seguro

 Utilizar correctamente máquinas, aparelhos, instrumentos, substâncias


perigosas e outros equipamentos e meios colocados à sua disposição;
 Respeitar as sinalizações de segurança;
 Cumprir as regras de segurança estabelecidas e utilizar correctamente os
equipamentos de protecção colectiva e individual;
 Contribuir para a melhoria do sistema de segurança e saúde existente no seu
local de trabalho;
 Comunicar de imediato superiormente todas as avarias e deficiências por si
detectadas;
 Contribuir para a organização e limpeza do seu posto de trabalho;
 Tomar conhecimento da informação e participar na formação sobre segurança
e saúde;
 Comparecer aos exames médicos;
 Prestar informações que permitam avaliar a sua aptidão física e psíquica para o
exercício das funções que lhe são atribuídas.

3.2− Tipo de vínculos contratuais

O contrato de trabalho consiste num acordo entre a entidade patronal e o funcionário,


onde o funcionário compromete-se a prestar os seus serviços, intelectual ou manual,
em troca de uma retribuição monetária mensal.

Contrato de trabalho a termo certo


Um contrato de trabalho a termo certo é um contrato celebrado entre a entidade
empregador e o funcionário para fins de satisfação de necessidades temporárias da
empresa. Um contrato a termo certo é celebrado e renovado por um período máximo
de 3 anos.

Contrato de trabalho a termo incerto


Um contrato de trabalho com termo incerto é um contrato celebrado entre uma
empresa e o funcionário com o objectivo de suprir necessidades temporárias da
empresa

Contrato de trabalho sem termo


Um contrato de trabalho sem termo é um contrato celebrado entre a entidade patronal
e o funcionário sem uma duração pré-estabelecida.
Contrato de prestação de serviços
Contrato de prestação de serviço é aquele em que uma das partes se obriga a
proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual, com ou
sem retribuição.

37
Turismo seguro

Em síntese, o contrato de trabalho tem como objecto a prestação de uma actividade, e


como elemento típico e distintivo, a subordinação jurídica do trabalhador, traduzida no
poder do empregador conformar ordens, directivas e instruções, a prestação a que o
trabalhador se obrigou.

Diversamente, no contrato de prestação de serviços, o prestador obriga-se à obtenção


de um resultado, que efectiva por si, com autonomia, sem subordinação à direcção da
outra parte.

3.3− Condições específicas de exercício da profissão

Os prestadores de serviços de animação turística apresentam diferentes níveis de


organização, profissionalismo e exigências de licenciamento. Porém, todos têm de
garantir que as actividades são desenvolvidas sem ameaçar a saúde do praticante nem
atentar contra a sua segurança física.

Assim, devem garantir:


 Capacidade técnica para organizar as actividades que oferecem;
 Profissionais qualificados e com formação adequada;
 O cumprimento de regras de segurança e das práticas internacionalmente
aceites;
 Equipamentos e instalações em boas condições e adequados aos participantes;
 Informação ao praticante sobre as actividades;
 Planos de emergência e evacuação, em caso de acidente;
 Uma prática não nociva à natureza.

Prevenção:
Comparadas com outras práticas desportivas, estas actividades implicam um risco
acrescido para os praticantes, pois dependem da interacção das forças da natureza
instáveis com a actuação do homem.

Contudo, quando praticadas de acordo com procedimentos de segurança correctos e


formação adequada, apresentam níveis de segurança satisfatórios.

Factores importantes a considerar para uma prática segura:


 Saber ler e interpretar as condições naturais do meio e de meteorologia;
 Ter consciência das capacidades físicas e psíquicas dos indivíduos que as
praticam;
 Conhecer os tipos e níveis de intensidade das actividades a praticar para
escolher as mais adequadas para cada indivíduo;
 Ter qualificações adequadas às actividades a organizar,

38
Turismo seguro

 Saber usar correctamente o equipamento;


 Ter informação sobre os comportamentos e práticas adequadas;
 Saber actuar nos primeiros socorros e colaborar em situações de resgate
consoante o nível de dificuldade da actividade.

Não existe segurança absoluta nestes desportos. Mas é possível garantir uma prática
mais segura, adoptando medidas que reduzam os riscos e minimizem os danos em
caso de acidente.

Prevenção de acidentes
Um acidente não acontece por acaso e com as devidas precauções pode ser evitado.
Eis os principais factores a acautelar pelo prestador para oferecer um serviço seguro.

Capacidade técnica para organizar as actividades


Todas as actividades têm de ser planeadas antecipadamente. Só assim saberá
responder às situações que podem ocorrer no decurso da prática. Deve ser feito um
diagnóstico e identificados os perigos humanos ou ambientais, para se definirem os
níveis de risco.

A responsabilidade e a partilha de tarefas dos profissionais envolvidos no terreno e das


equipas de apoio devem estar previamente definidas, por actividade e grupo de
praticantes, com indicação expressa do número de monitores.

É importante realizar simulações e treinos prévios para familiarizar os praticantes com


a actividade. Também são determinantes para os profissionais acautelarem problemas
que possam surgir.

Formação dos profissionais


Um factor-chave para a oferta de um serviço de qualidade e com segurança é a
formação dos seus profissionais.

Para isso, é indispensável que tenham qualificações ajustadas às actividades (tanto as


equipas no terreno como as que supervisionam). Indicamos-lhe as mais importantes:
 Estar habilitados para dominar tecnicamente as actividades;
 Conhecer e manusear os materiais;
 Ler e interpretar as condições naturais do meio;
 Conhecer a resistência dos materiais;
 Ter conhecimentos de primeiros socorros e de resgate, nomeadamente
técnicas de reanimação, de acordo com a actividade e o nível de dificuldade
em que trabalham;
 Saber reagir em situações de fadiga e stresse.

Verificar as condições do meio natural e do equipamento

39
Turismo seguro

Deve ter capacidade técnica para avaliar as condições do meio natural e analisar os
riscos inerentes às condições físicas e climáticas (como descargas de barragens ou
modificações das marés e dos ventos).

Deve caber nos procedimentos de segurança do prestador de serviços verificar as


condições técnicas dos equipamentos. A sua manutenção é muito importante, devendo
existir um registo com a sua periodicidade. O equipamento deve ser mantido em
espaços de acondicionamento ou armazenagem em boas condições.

Todos os equipamentos devem ser adequados à função e cumprir as normas de


certificação internacionais.

Informação ao praticante
Muitos acidentes devem-se à falta de informação dos praticantes, por
desconhecimento do uso correcto do equipamento ou comportamentos desadequados.
Assim, a entidade que organiza as actividades deve informar o praticante sobre:
 Contra-indicações médicas e/ou físicas da actividade;
 Possíveis riscos inerentes à sua prática;
 Comportamentos seguros a adoptar pelos praticantes;
 Práticas proibidas e prejudiciais aos outros participantes na actividade;
 Equipamento necessário (no rafting, por exemplo, o fato isotérmico de
neoprene, um colete homologado, capacete, botas isotérmicas);
 Instruções sobre o uso correcto do equipamento e das infra-estruturas ou
espaços.

Emergência e resgate
É fundamental prever planos de emergência e resgate para minimizar os danos de um
acidente.

O prestador tem de estar preparado para agir com rapidez e eficácia. Para isso, deve
ter procedimentos de emergência e evacuação organizados e prontos a implementar
no terreno.

Os planos de emergência devem incluir os primeiros socorros (como kit de primeiros


socorros), técnicas de reanimação e utilização de equipamento de regaste.

Já os planos de evacuação devem permitir a ligação eficaz entre as zonas de prática


dos desportos e o sistema de emergência médica.

Nestas situações, é essencial um sistema de comunicações e alerta. Assim, este deve


assegurar uma rede de comunicações que permita dar o alerta para a equipa de
prevenção e para o sistema de emergência médica (112).

40
Turismo seguro

5.4− Responsabilidades das unidades hoteleiras, unidades de


restauração, transportadoras, etc.

Procedimentos de segurança em alojamento turístico

Protecção contra incêndios


Para garantir a segurança dos hóspedes no que a incêndios diz respeito, todos os
alojamentos turísticos devem:
 Ter um Plano de Segurança;
 Reduzir os riscos de deflagração de incêndios;
 Impedir a propagação de fogo e fumos;
 Permitir a evacuação rápida e segura de todos os ocupantes do
estabelecimento;
 Permitir a intervenção eficaz dos serviços de bombeiros e de todos os que
devam actuar em caso de emergência;
 Dispor de sistemas de alarme e de alerta apropriados;
 Dispor de iluminação e sinalização de segurança;
 Dispor de adequados meios de controlo de fumos;
 Afixar em lugares adequados instruções de segurança;
 Dispor de equipamentos técnicos (instalação eléctrica, de gás, de ventilação, de
aquecimento) e de aparelhos que funcionem em boas condições de segurança;
 Dar instrução adequada ao pessoal relativamente às acções a desenvolver em
caso de fogo.

A probabilidade de incêndio deve ser uma hipótese sempre presente na mente de


qualquer colaborador de unidades de alojamento turístico. No caso de acontecer, o
funcionário deve manter a calma, agir rapidamente mas de uma forma serena e:
 Estabelecer caminhos de evacuação do estabelecimento;
 Garantir a estabilidade dos elementos estruturais do edifício em relação ao
fogo;
 Não utilizar materiais altamente inflamáveis;
 Ajudar na evacuação rápida e segura de todos os ocupantes do
estabelecimento;
 Ter instrução adequada relativamente às acções a desenvolver em caso de
fogo.

Protecção contra roubos e furtos


Para garantir a segurança dos hóspedes no que a roubos e furtos diz respeito, todos os
alojamentos turísticos devem:
 Ter cofres individuais nas habitações;
 Ter cofre do hotel, normalmente, instalado na portaria;
 Ter circuitos internos de televisão;
 Ter chaves electrónicas para as habitações;
 Ter identificação para os hóspedes;

41
Turismo seguro

 Ter controlo das entradas e das áreas adjacentes.

Procedimentos de segurança em unidades de restauração


Todos os intervenientes numa cadeia alimentar têm a responsabilidade de assegurar a
segurança dos produtos alimentares nas fases em que intervêm, independentemente
das actividades que desenvolvem.

A restauração, do ponto de vista sanitário é um sector muito complexo, devido á


quantidade e variedade de alimentos que são manipulados. À semelhança de outros
sectores alimentares, a aplicação de adequadas medidas práticas de higiene na
manipulação de alimentos é essencial.

Cada estabelecimento tem as suas características, estruturas e dimensões próprias; no


entanto, do ponto de vista da higiene e segurança alimentar, todos devem cumprir um
conjunto de requisitos mínimos definidos na legislação aplicável.

As salas onde se presta o serviço de restauração e de bebidas, acompanhado do


serviço de cafetaria, devem possuir equipamento e mobiliário adequados ao fim a que
se destinam.

Todos os materiais utilizados nas referidas salas devem ser resistentes, laváveis e de
fácil limpeza. Estes locais devem ser suficientemente iluminados e continuamente
ventilados.

A Segurança Alimentar assume particular importância nos nossos dias sendo, cada vez
mais, um elemento obrigatório para os consumidores. A segurança dos alimentos deve
ser uma exigência para todos os intervenientes no sector agro-alimentar.

Neste contexto, surge a Certificação que visa, entre outros aspectos, reforçar a
protecção da saúde humana e o consequente grau de confiança dos consumidores,
constituindo uma evidência do empenho da organização na obtenção de produtos de
qualidade e seguros para a saúde dos consumidores.

A APCER, entidade certificadora com experiência comprovada, disponibiliza serviços de


Certificação Alimentar, tendo por base, entre outras, as seguintes
normas/especificações:
 ISO 9001 - Sistemas de Gestão da Qualidade
 SO22000:2005 - Sistema de Gestão de Segurança Alimentar
 Codex Alimentarius
 BRC GLOBAL STANDARD – FOOD
 ERS 3002 - Qualidade e Segurança Alimentar na Restauração
 FSSC 22000 - Food Safety System Certification
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Turismo seguro

 MSC Marine Stewardship Council - Cadeia de Responsabilidad´


 GLOBALGAP
 IFS - INTERNATIONAL FOOD STANDARD

Procedimentos de segurança na área de transportes e viagens organizadas

Informação sobre a viagem


Antes do início de qualquer viagem organizada, a agência deve prestar ao cliente, em
tempo útil, por escrito ou por outra forma adequada, as seguintes informações:
a) Os horários e os locais de escalas e correspondências, bem como a indicação
do lugar atribuído ao cliente, quando possível;
b) O nome, endereço e número de telefone da representação local da agência
ou, não existindo uma tal representação local, o nome, endereço e número de
telefone das entidades locais que possam assistir o cliente em caso de
dificuldade;
c) Quando as representações e organismos previstos na alínea anterior não
existirem, o cliente deve em todos os casos dispor de um número telefónico de
urgência ou de qualquer outra informação que lhe permita estabelecer contacto
com a agência;
d) No caso de viagens e estadas de menores no País ou no estrangeiro, o modo
de contactar directamente com esses menores ou com o responsável local pela
sua estada;
e) A possibilidade de celebração de um contrato de seguro que cubra as
despesas resultantes da rescisão pelo cliente e de um contrato de assistência
que cubra as despesas de repatriamento em caso de acidente ou de doença;
f) Sem prejuízo do disposto na alínea anterior, no caso de a viagem se realizar
no território de Estados membros da União Europeia, a documentação de que o
cliente se deve munir para beneficiar de assistência médica e hospitalar em
caso de acidente ou doença;
g) O modo de proceder no caso específico de doença ou acidente.

Novas medidas de segurança na aviação civil


A União Europeia adoptou medidas de segurança que vêm restringir a quantidade de
líquidos permitidos a passar nos pontos de rastreio. Estas novas medidas de segurança
entraram em vigor pelas 00h00 do dia 6 de Novembro de 2006, em todos os
Aeroportos da União Europeia e nos Aeroportos da Noruega, Islândia e Suíça.

Estas medidas de segurança aplicam-se:

 A todos os passageiros;
 Nos pontos de rastreio de todos os aeroportos da UE; e
43
Turismo seguro

 Para todos os destinos.

Os passageiros não estão autorizados a transportar líquidos na sua bagagem de


cabina, salvo os contidos em recipientes individuais de capacidade não superior a 100
mililitros ou equivalente (100g / 3 Oz), acondicionados num saco de plástico fechado,
transparente e que possa ser aberto e fechado de novo, de capacidade não superior a
1 litro (por passageiro).

Como referência o saco não pode exceder as dimensões de 20cm x 20cm. Os artigos
devem caber comodamente dentro do saco, para que este possa ser facilmente
fechado e permita a visualização e identificação do seu conteúdo.

Entende-se por líquidos, aerossóis e géis:


 Pastas;
 Loções;
 Misturas líquido/sólido;
 Conteúdos de embalagens pressurizadas; Sendo disso exemplo pastas de
dentes, gel de cabelo, águas e outras bebidas, sopas, xaropes, perfumes,
espumas de barbear e outros artigos de consistência semelhante.

Excepções
 Líquidos, necessários para toda a viagem, que visem satisfazer fins médicos,
com prescrição médica e prova de autenticidade do líquido objecto de isenção;
 Líquidos, necessários para toda a viagem, que visem satisfazer uma
necessidade dietética especial, mediante atestado médico, e
 Comida para bebé.

Quando solicitado, o passageiro terá de fornecer ou fazer prova de autenticidade do


líquido objecto de isenção, através de prova gustatória ou epidérmica.

Responsabilidades das empresas de animação turística

Instalações
 Quando as empresas de animação turística disponham de instalações fixas,
estas devem satisfazer as normas vigentes para cada tipo de actividade e
serem licenciadas pelas entidades competentes.
 Os empreendimentos turísticos, os estabelecimentos de restauração e de
bebidas, as casas e empreendimentos de turismo no espaço rural, as casas de
natureza e as agências de viagens e turismo que exerçam actividades de
animação turística, ou se situem no local onde se processa a respectiva

44
Turismo seguro

realização, devem estar legalmente aprovados, de acordo com a legislação que


for aplicável a cada caso.

Utilização de meios próprios


 Na realização de viagens turísticas, as empresas de animação turística,
licenciadas nos termos previstos no presente diploma, podem utilizar meios de
transporte próprios, devendo, quando se tratar de veículos automóveis com
lotação superior a nove lugares, cumprir os requisitos de acesso à profissão de
transportador público rodoviário interno ou internacional de passageiros que
nos termos da legislação respectiva lhes sejam aplicáveis, sem prejuízo do
disposto nos números seguintes.
 Entende-se por meios de transporte próprios aqueles que são propriedade da
empresa, bem como aqueles que são objecto de contrato de locação financeira,
ou de aluguer de longa duração, desde que a empresa de animação turística
seja a locatária.
 O motorista do veículo deve ser portador do seu horário de trabalho e de
documento contendo a especificação do evento, iniciativa ou projecto, a hora e
o local de partida e de chegada, que exibirá a qualquer autoridade competente
que o solicite.
 As empresas de animação turística que acedam à profissão de transportador
público rodoviário interno ou internacional de passageiros podem efectuar todo
o tipo de transporte ocasional com veículos automóveis pesados de
passageiros.
 Os veículos automóveis utilizados no exercício das actividades com lotação
superior a nove lugares devem ser sujeitos a prévio licenciamento pela
Direcção-Geral de Transportes Terrestres, nos termos a definir em portaria
conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas do turismo e dos
transportes, a qual fixará igualmente os requisitos mínimos a que devem
obedecer tais veículos.

Garantias exigidas
 Para garantia da responsabilidade perante os clientes, as empresas de
animação turística devem prestar um seguro de responsabilidade civil.

Formalidades
 Nenhuma empresa de animação turística pode iniciar ou exercer a sua
actividade sem fazer prova junto da Turismo de Portugal, IP de que as
garantias exigidas foram regularmente contratadas e se encontram em vigor.
45
Turismo seguro

Seguros
As empresas de animação turística devem Prestar as seguintes garantias:
 Seguro de acidentes pessoas garantindo:
o Pagamento das despesas de tratamentos, incluindo internamento
hospitalar e medicamentos, até ao montante anual de €3.500;
o ii. Pagamento de um capital de €20.000, em caso de morte ou invalidez
permanente dos seus clientes, reduzindo-se o capital por morte ao
reembolso das despesas de funeral até ao montante de €3.000, quando
este tiver idade inferior a 14 anos.
 Seguro de responsabilidade civil:
o Garantir €50.000 por sinistro, e anuidade que garanta os danos
causados por sinistros ocorridos durante a vigência da apólice, desde
que reclamados até um ano após a cessação do contrato.
 E, ainda, se exercer actividades no estrangeiro:
o Seguro de assistência às pessoas, válido exclusivamente no estrangeiro,
garantindo:
 Pagamento do repatriamento sanitário e do corpo.
 Pagamento de despesas de hospitalização, médicas e
farmacêuticas, até o montante anual de €3.000.
 O seguro de responsabilidade civil pode ser substituído por caução de igual
montante, prestada nos termos nos números seguintes.
 Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a caução pode ser prestada por
seguro-caução, garantia bancária, depósito bancário ou títulos da dívida pública
portuguesa, depositados à ordem do Turismo de Portugal, IP.
 O título da caução não pode condicionar o accionamento desta a prazos ou ao
cumprimento de obrigações por parte da empresa de animação turística ou de
terceiros.
 Em caso de actividades de reduzido risco, o Turismo de Portugal, IP pode
dispensar o seguro de responsabilidade civil.

Âmbito de cobertura
 O seguro de responsabilidade civil visa garantir:
o O ressarcimento dos danos patrimoniais e não patrimoniais causados a
clientes ou a terceiros, por acções ou omissões da empresa de
animação turística ou dos seus representantes;
o O repatriamento dos clientes e a sua assistência até ao ponto de partida
ou de chegada quando se tratem de actividades realizadas fora do
território nacional, quando, por razões que não lhe forem imputáveis,
estes fiquem impossibilitados de prosseguir a actividade, sendo neste

46
Turismo seguro

caso obrigatória a intervenção de uma agência de viagens e turismo


devidamente licenciada pelo Turismo de Portugal, IP na contratação de
serviços a prestar fora do território nacional;
o A assistência médica e os medicamentos necessários em caso de
acidente ou doença.
 São excluídos do seguro de responsabilidade civil:
o Os danos causados aos agentes ou representantes legais das empresas
de animação turística;
o Os danos provocados pelo cliente ou por terceiro, alheio ao
fornecimento dos serviços.
 Podem ainda ser excluídos do seguro os danos causados por acidentes
ocorridos com meios de transporte que não pertençam à empresa de animação
turística, desde que o transportador tenha o seguro exigido para aquele meio
de transporte.

Bibliografia

AA VV., Manual de segurança, higiene e saúde no trabalho, Edição Compenditur: Dep.


recursos didácticos

AA VV., Manual de higiene e segurança no trabalho, Programa de formação PME, AEP

AA VV., Manual para o investidor em turismo de natureza, Vicentina: Associação para o


desenvolvimento do Sudoeste, 2005

DECO, Guia dos desportos de Natureza, 2008

Picazo, Carlos, Asistencia y Guía a grupos turísticos, Madrid, Editorial Sintesis, 1996

Webgrafia

Autoridade para as condições de trabalho


http://www.act.gov.pt

Turismo de Portugal, IP
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Turismo seguro

http://www.turismodeportugal.pt

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