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RESUMO
Este trabalho trata da avaliação do transporte de carga na rodovia BR-364, trecho Cuiabá-
Porto Velho. O objetivo é avaliar o comportamento do transporte de carga efetuado por
caminhões, a partir da identificação das principais características do tráfego. Dentre os
resultados encontrados destacam-se a idade média da frota, a relação entre valor das cargas e
os custos dos fretes e uma conclusão sobre o excesso de carga e superoferta de espaço.
ABSTRACT
This work treats of the evaluation of the load transport in the highway BR-364, between
Cuiabá,MT and Porto Velho,RO. The objective is to evaluate the behavior of the load
transport made by trucks, starting from the identification of the principal characteristics of the
traffic. Among the found results they stand out the medium age of the fleet, the relationship
between value of the loads and the costs of the freights and a conclusion on the load excess
and empty slots on the trucks.
1- INTRODUÇÃO
Este artigo trata da “Avaliação do Transporte de Carga na Rodovia BR-364, Trecho Cuiabá-
Porto Velho”. O trabalho foi elaborado com base na análise dos fluxos detectados na
contagem volumétrica classificatória e pesquisa origem/destino, realizadas em outubro/2002
no posto da Polícia Rodoviária Federal e no Posto de Fiscalização da Fazenda, localizados na
BR-364 na divisa MT/RO, distante cerca de 15 km da cidade de Vilhena,RO.
Os levantamentos de campo relatados são as contagens volumétricas do tráfego e
pesquisa origem/destino feitos pelo Núcleo de Estudos de Logística e Transporte da
Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia da UFMT para o Sistema de
Gerenciamento do Transporte de Carga em Mato Grosso.
A justificativa para execução do trabalho teve como ponto de partida obter respostas
para as seguintes questões: existe correlação entre a idade média da frota e o custo do frete?;
existe superoferta ou ociosidade de espaço nos caminhões que trafegam pela BR-364?
Além da introdução, o artigo está dividido em mais 6 itens, que resumidamente tratam
do seguinte: 2- Conhecimento do problema, que aborda o corredor de transporte da BR-364 e
as variáveis do custo de transporte como produção regional, valor agregado à carga, fretes
cobrados e o mercado do transporte; 3- Contagem volumétrica de tráfego, que descreve os
métodos utilizados no levantamento e apresenta os resultados obtidos com a contagem
volumétrica classificatória; 4- Pesquisa origem destino, com as informações obtidas nas
entrevistas com os condutores e as características dos veículos utilizados, as cargas e os fretes
cobrados e um perfil dos motoristas; 5- Carga por eixo, que identifica a carga máxima por
eixo e apresenta a tipologia dos veículos de carga; 6- Resultados obtidos, no qual são feitas
considerações sobre a origem e o destino das cargas, a espécie e o valor das cargas e dos
fretes e tonelagem, e é feita uma análise da ociosidade e da superoferta de espaço nos
caminhões; 7- Conclusões e sugestões, contendo as principais conclusões e as sugestões que
podem contribuir para a melhoria do transporte de carga na BR-364 em Mato Grosso.
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2-CONHECIMENTO DO PROBLEMA
2.1- O Corredor de transporte da BR-364
O corredor Noroeste é composto por duas pernadas bem definidas: uma rodoviária a outra
aquaviária. A primeira se inicia na região produtora de Sapezal e Campo Novo dos Parecís,
constituída pela rodovia MT-235 trecho Campo Novo do Parecis-Comodoro e pela BR-364
trecho Comodoro-Porto Velho, cortando todo o Estado de Rondônia. A segunda parte do
corredor é constituída pela Hidrovia Madeira-Amazonas com 1.065 km no rio Madeira e da
foz deste através do rio Amazonas até Itacoatiara, localizada cerca de 50 km a jusante da foz.
O projeto foi implantado pela Hermasa Navegação, do Grupo MAGGI, que em 2001
embarcou 3 milhões de toneladas (GEIPOT, 1999).
A rodovia BR-364 trecho Cuiabá-Porto Velho, antiga BR-29 teve sua construção
iniciada em 1956, no governo do Presidente Juscelino Kubitschek. Foi o primeiro passo no
sentido da abertura do oeste brasileiro e interligando-o ao resto do país. Por mais de 20 anos, a
rodovia não recebeu pavimentação, o que dificultava o escoamento da produção agropecuária
(SUFRAMA, 2002).
No início da década de 1970 o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
(DNER) deu início ao projeto de pavimentação da rodovia BR-364 no trecho Cuiabá-Porto
Velho, com extensão aproximada de 1.452 km. Inicialmente foi aproveitado o traçado
original, que saía de Cuiabá na direção norte, passando por Jangada, Nobres e Posto Gil,
infletindo para oeste nesse local, e se desenvolvendo a partir daí sobre o divisor das bacias
Amazônica e Platina, até alcançar a localidade de Barracão Queimado, a partir de onde volta a
se dirigir para o rumo noroeste, penetrado em Rondônia através de Vilhena (ETEL, 1980).
O projeto original foi submetido ao Banco Mundial (BIRD) em 1978, que propôs a
alteração do traçado, com duas outras alternativas: a primeira passando por Barra do Bugres e
Tangará da Serra até onde hoje se localiza o entroncamento com a rodovia MT-170, Fazenda
Itamarati Norte, voltando a partir daí a percorrer o divisor na Chapada dos Parecis, até
Barracão Queimado, que assim se denomina pelo fato de ter abrigado uma acampamento da
Camargo Corrêa (encarregada da abertura da estrada na década de 1950) que foi cenário de
escaramuças com os índios Cinta Larga na década de 1950. No local havia vestígios da luta,
com ruínas do que sobrou do acampamento.
A segunda alternativa seguia na direção de Cáceres, pelo traçado da BR-070 e daí,
após atravessar a ponte sobre o rio Paraguai, segue na direção do vale do Guaporé,
efetivamente alcançado na altura do km 145, e após atravessar o rio Guaporé em Pontes e
Lacerda, inicia a subida para o planalto, alcançando Barracão Queimado já no alto da
Chapada dos Parecis. Esta última alternativa veio a ser aprovada pelo BIRD que liberou então
os recursos e as obras de pavimentação tiveram início efetivo em 15 de setembro de 1981
(ETEL, 1985).
A importância do corredor de transporte da Rodovia BR-364 está ligada ao estudo de
Eixos (BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, 2000) e à Rede
Internacional de Transporte da Amazônia (GEIPOT, 1997). A BR-364 tem como função
assegurar a ligação da Amazônia Ocidental com o Sul e Sudeste através do Centro-Oeste,
conforme descrito no PPA 2000-2003 - Plano Plurianual de Investimentos do Governo Federal
para o período que se estende até 2007. Tem um papel importante na manutenção da política
industrial do País, pois é por ela que se faz o suprimento do Distrito Industrial da Zona Franca
de Manaus (ZFM) e o escoamento da produção do principal pólo eletro-eletrônico do Brasil
(MIRANDA, 2000).
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2.3- Tráfego
O tráfego é composto por vários tipos de veículos que se diferenciam de acordo com o
tamanho, o peso e a velocidade, sendo sua classificação medida em percentagem para cada
tipo de veículo. Os veículos comerciais se classificam, em leves (2 eixos), médios (3 eixos) e
pesados (5 eixos em diante). De acordo com DNER (1997) o volume de tráfego é o número
de veículos que passam por uma determinada via, em um determinado período de tempo, que
pode ser medido em um ou ambos os sentidos da via, tendo como unidade de tempo o ano, o
dia ou hora, cada qual com sua característica e finalidades seguintes:
- Volume anual: obtido através de volumes mensais durante um ano, cujas principais
grandezas permitem obter: a) índice de acidentes; b) estimativa da receita para a implantação
de pedágios e c) estudo da tendência de variação do tráfego;
- Volume médio diário: obtido através de volumes horários medidos durante as 24 horas do
dia, ininterruptamente, que fornecem os seguintes índices ou indicadores: a) distribuição
horária do tráfego; b) medida da demanda atual na via e c) programação de melhorias básicas.
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- Volume horário: determinado através de variações horárias, não cíclicas, somente para as
horas de pico e para vias urbanas, que fornecem os seguintes indicadores: a) estudo de
capacidade das vias; b) projetos geométricos e c) programas de controle de tráfego.
No caso deste trabalho, a contagem foi feita ao longo das 24 horas, durante 7 (sete)
dias, ininterruptos, que permitiu calcular o volume médio diário (VMD), que é o quociente
entre a quantidade de veículos anotados durante o período da contagem e o número de dias.
A pesquisa origem/destino (O/D) é um tipo de levantamento que permite identificar o
comportamento dos fluxos, que fornece elementos para o planejamento, projeto e operação do
sistema viário, do deslocamento de veículos e cargas, bem como, identificar a natureza e
caracterização dos deslocamentos de cargas. Ela é feita através de questionários em pontos
específicos tanto internamente à região quanto em pontos de acesso, tais como estradas,
postos rodoviários, pedágios, dentre outros (AGEM, 2003).
Essa pesquisa serve para fornecer subsídios para a implantação de políticas públicas
regionais para o sistema viário, uso do solo e sistemas de transportes, bem como indicar
medidas de curto, médio e longo prazo para a mitigação dos impactos verificados e melhoria
da qualidade de vida e acessibilidade na região.
De acordo com AGEM (2003), ao identificar por meio de extrapolação estatística, os
dados levantados num certo número de questionários é possível obter a projeção dos dados e a
identificação dos diversos deslocamentos tanto da carga que se movimenta internamente à
região, como aquelas que vêm de outros locais. Com esses dados é possível elaborar projetos
de adaptação física e operacional das vias utilizadas nos deslocamentos, segmentar os horários
de utilização, bem como caracterizar o tipo de carga para um controle específico do tráfego.
carga é a mais valiosa dentre aquelas que trafegam na BR-364. Todavia, o escoamento dessa
produção é marcado por forte sazonalidade, sintonizado com os humores do mercado e da
produção industrial do País. O pico da produção da ZFM coincide com o último trimestre do
ano. Os veículos que fazem esse transporte trafegam em comboios, sob forte proteção de
escolta armada, monitorada via satélite on-line, não trafegam à noite, a frota é constituída por
veículos novos e têm freqüência aleatória como medida de segurança (MIRANDA, 2000).
Um comboio com 6 caminhões com carga da ZFM forneceu os seguintes dados:
- peso da carga = 128,83 t
- valor da carga = R$ 8.760.000,00
- valor do frete = R$ 30.000,00
- valor unitário da carga = R$ 1.460.000,00
- valor unitário do frete = R$ 232,86/t
- relação valor da carga/frete = 292,00
Num patamar inferior tem-se o frete da madeira. Esse valor segundo os caminhoneiros
apresenta uma variação que resulta da situação econômica do País, principalmente da
construção civil. Para comparar o valor do custo de transporte da madeira serrada, selecionou-
se uma sub-amostra aleatória de 6 (seis) veículos carregados, no sentido Porto Velho-Cuiabá.
As características do transporte estão resumidas adiante:
- peso da carga = 177,64 t
- valor da carga = R$ 715.240,14
- valor do frete = R$ 22.800,00
- valor unitário da carga = R$ 119.206,69
- valor unitário do frete = R$ 128,35/t
- relação valor da carga/frete = 31,37
Finalmente, aplicou-se o mesmo procedimento para o frete mais baixo levantado na
pesquisa, que é o da soja. É a frota mais nova, em razão da necessidade de custo de
manutenção mínimo, e capacidade máxima de carga, sem o que o frete não é viável. Isso se
deve ao fato da volatilidade do preço das commodities. O pano de fundo de todo esse
transporte reside na falta de carga de retorno, que tem como conseqüência o tráfego de
carretas bi-articuladas (treminhões, rodotrens e bitrens) vazias, no percurso Sapezal-Porto
Velho (VERZELLETI, 2003).
No que diz respeito à incidência de caminhões vazios, VERZELLETI (2003)
identificou no posto pesquisado a média diária de 35 veículos, sendo 10 no sentido Cuiabá-
Porto Velho e 25 no sentido oposto. Deste último, cerca de 20 veículos (80% dos quais
carretas e articulados) têm como destino a região de Sapezal, em busca da soja. Os números
que resumem o valor agregado ao transporte de soja estão indicados estão assinalados adiante:
- peso da carga = 218,47 t
- valor da carga = R$ 241.998,00
- valor do frete = R$ 11.457,00
- valor unitário da carga = R$ 40.333,00
- valor unitário do frete = R$ 52,44/t
- relação valor da carga/frete = 21,12
Resumidamente, o valor da carga determinado na pesquisa, segundo esses 3 tipos de
carga está assinalado nos gráficos 1 a 4 adiante.
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De posse desses dados identificou-se o fator K, uma correlação entre o valor da carga
e o custo do frete, que está assinalada no gráfico 4 adiante, que ressalta a diversidade do perfil
da carga que escoa pelo corredor da BR-364.
alcançada a média de 1.544 veículos, variando entre o mínimo de 1.282 veículos (quarta feira)
e o máximo de 1.848 veículos (sábado). Na tabela 1 adiante está resumido o resultado das
contagens volumétricas com seus principais indicadores.
Tabela 1 – Indicadores do volume médio diário
Volume
Dia VMD Hora de pico Fator direcional
de pico
23/10 - quarta-feira 1.718 100 5 – 6h 1,02
24/10 - quinta-feira 1.444 111 10 – 11h 1,16
25/10 - sexta-feira 1.539 105 15 – 16 h 1,08
26/10 – sábado 1.474 96 9 – 10 h 1,04
27/10 – domingo 1.848 179 13 – 14 h 0,84
28/10 – segunda feira 1.282 98 7–8h 0,75
29/10 - terça-feira 1.505 99 9 – 10 h 0,86
Total / Média 10.808 113 - -
No gráfico 5 adiante é representado o VMD do posto pesquisado, com base nas
contagens efetuadas ao longo dos 7 (sete) dias em que a pesquisa foi feita.
2 eixos
2C 5,5 16 t
(toco)
FONTE: TRANSPORTE MODERNO (1996), VERZELLETI (2003)
Carreta
2S3 15 43
simples
Carreta
3S3 17 47
dupla
Treminhão 3S2S2 20 60
Gráfico 10- Marca dos caminhões Gráfico 11- Marca das carretas
A idade média da frota leva para o ano de 1994 o ano modular de fabricação da frota,
podendo-se estimar a capacidade instalada nos dois períodos antes e depois dessa data.
Gráfico 13- Caminhões com tacógrafo Gráfico 14- Caminhões com rastreador
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De acordo com CNT (2002), o número de roubos de cargas no Brasil triplicou nos
últimos 8 anos, e o valor dessas cargas roubadas cresceu 5 vezes. A grande preocupação com
a segurança, faz com que as empresas gastem mais com a segurança, que muitas vezes não
são suficientes para evitar tais furtos ou roubos, com roteiros ineficientes, pouco uso da
capacidade para diminuir os riscos e os gastos com segurança (rastreador, bloqueador, alarme,
dentre outros).
Do ponto de vista do VMD, não há qualquer problema que afete a precisão dos
números levantados e reportados no item 3- Contagens volumétricas, o que realmente
interessa nessa análise é o percentual de veículos vazios, que significa espaço ocioso. A
amostra de veículos vazios, medido durante 7 dias indicou a seguinte composição média
diária:
a) sentido Cuiabá-Porto Velho: 1 caminhão de 2 eixos; 2 caminhões de 3 eixos; 5 carretas de
5 eixos e 2 carretas de 6 eixos.
b) sentido Porto Velho-Cuiabá: 2 caminhões de 3 eixos; 3 carretas de 5 eixos; 2 carretas de 6
eixos; 14 carretas de 7 eixos e 4 carretas de 9 eixos (rodotrem).
Segundo CNT (2002), nos anos de 2000 e 2001 a incidência do custo do seguro no
valor dos fretes saltaram de 3% para 9%, em decorrência do aumento do roubo de carga. Uma
elevação tão drástica dessas alíquotas reduziu a percentagem de carga coberta por seguros.
Como os embarcadores vêm resistindo assumir as despesas com os prêmios de cobertura da
carga, o que se vê hoje em todo o País é essa baixa porcentagem de carga segurada.
Além disso, alto índice de cargas sem seguro se deve ao fato de que a grande maioria
delas são commodities, ou seja, cargas de baixo valor agregado, não compensando, muitas
vezes, para o comprador da carga, devido ao alto valor do seguro aplicado pela seguradoras.
menor ou maior, no caso de treminhões e rodotrens, que devem ter autorização especial para
transitar desde que não excedam os limites de peso por eixo ou o seu equivalente em termos
de pressão transmitida ao pavimento.
Através deste levantamento pôde-se concluir, com base na amostra analisada, que não
há excesso de peso trafegando na BR-364, conforme é dito, desmentindo o mito de que os
problemas de péssimo estado da rodovia deve-se ao excesso de carga dos veículos que
utilizam aquela rodovia. Isto se dá pelo fato de que os veículos novos são construídos com
materiais e ligas mais resistentes e mais leves.
Pelo que se pode ver, não há superoferta de espaço, uma vez que as folgas observadas
são insignificantes e servem para cobrir o peso da tripulação e além de outros assessórios.
Todavia a conclusão mais importante da análise procedida, observadas as características do
levantamento e tamanho da amostra é que não existe excesso de carga por eixo, como
alardeiam outras fontes.
6- CONCLUSÕES E SUGESTÕES
A respeito das cargas oriundas da Zona Franca de Manaus, pode-se concluir que são as de
maior valor agregado que trafegam na BR-364. Em razão disso, os veículos que fazem esse
transporte são controlados desde a origem até o destino por escolta armada e rastreamento via
satélite on-line, por questões de segurança, além de outras medidas necessárias como a de não
trafegarem à noite, frota de veículos novos e não possuírem uma freqüência estabelecida para
o transporte das cargas.
Toda a carga de soja identificada na pesquisa teve como origem o Estado de Mato
Grosso, oriunda do centróide da região de Sapezal, que utiliza a rodovia BR-364 para escoar a
produção até o porto fluvial de Porto Velho, seguindo daí por diante pela hidrovia Madeira-
Amazonas.
Concluiu-se também que cresce cada vez mais o número de carretas bi-articuladas,
como treminhões, rodo-trens e bi-trens que circulam no trecho entre Cuiabá e Porto Velho
devido à necessidade de transportar maior quantidade de produtos com menor custo de frete.
Pela análise de carga por eixo realizada no levantamento da pesquisa origem destino,
concluiu-se que não há excesso de carga por eixo nos veículos de carga que trafegam na BR-
364, ao contrário do que afirmam algumas fontes.
Quanto às perguntas do tema, pode-se responder da seguinte forma:
- não existe superoferta nem tão pouco escassez de espaço nos caminhões, pois as folgas
encontradas foram pequenas, sendo estas completadas pelo peso dos tripulantes e de outros
assessórios do caminhão;
- a pesquisa mostrou que não é significativo o excesso de carga por eixo na rodovia estudada;
podendo-se deduzir que são outras as causas da fadiga precoce do pavimento, como afirmam
algumas entidades do setor público e privado;
- destaca-se, outrossim, que a pesquisa de carga por eixo foi feita com base na análise das
notas fiscais, o que pode não ser suficientemente preciso;
- a pesquisa demonstrou que a frota identificada no transporte da produção é de tamanho
adequado para as necessidades, com base na avaliação da carga por eixo e
- quanto ao valor do frete estar num valor baixo, as causas são mais complexas, em que se
deparam pela presença dos transportadores autônomos em grande número, que aceitam
qualquer tipo de carga a qualquer valor de frete.
No que diz respeito às sugestões, pode-se dividi-las em 3 vertentes: técnica,
administrativa e acadêmica.
Dentre as sugestões de natureza técnica, citam-se:
a) é necessário instalar balanças em todos os postos de fiscalização da rede rodoviária
pavimentada de Mato Grosso;
b) agilizar o visto das notas fiscais nos Postos de Fiscalização pois a sistemática atual
acarreta perdas de tempo grandes para os transportadores;
No que se refere às sugestões de cunho administrativo, destacam-se:
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