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Aula 01

Controle Externo p/ TCE-SP (Todos os Cargos) VUNESP - Pós-Edital

Professor: Erick Alves


Controle Externo para TCE-SP 2017
Todos os cargos
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 01

AULA 01

Olá amigo (a)!

No encontro de hoje vamos estudar as normas constitucionais


relativas ao Tribunal de Contas, com ênfase na Constituição Federal e
na Constituição do Estado de São Paulo.
Nosso foco será nas competências constitucionais do TCU e, por
simetria do TCE-SP.

Para tanto, seguiremos o seguinte sumário:

SUMÁRIO

Competências constitucionais do Tribunal de Contas ............................................................................... 2


Art. 71, CF <> Art. 33, CE/SP .................................................................................................................................... 2
Art. 74, §2º, CF <> Art. 35, §2º, CE/SP ............................................................................................................... 62
Art. 161, parágrafo único, CF................................................................................................................................. 63
Controle de constitucionalidade pelos TCs ................................................................................................... 66
Mais questões de prova ............................................................................................................................................ 70
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 83
Questões comentadas na Aula .............................................................................................................................. 85
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 99

Ao final temos o resumo e as questões que foram comentadas no


decorrer do texto, seguidas do gabarito.

Preparados?! Constituição a postos?!

Então, aos estudos!

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COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS DO TRIBUNAL DE CONTAS

As principais competências do TCE-SP são retiradas diretamente da


Constituição do Estado (CE/SP), que praticamente reproduziu, com as
devidas adaptações, as competências atribuídas ao TCU pela Constituição
Federal (lembre-se do princípio da simetria - CF, art. 75).
Na Constituição Federal, as competências do TCU estão expressas,
fundamentalmente, no art. 71, seus incisos e parágrafos. Há, porém,
outros dispositivos que conferem atribuições específicas para a Corte de
Contas, como o art. 33, §2º, art. 72, §1º, art. 74, §2º e art. 161,
parágrafo único. Grande parte dessas competências foi reproduzida na
Constituição de São Paulo, especialmente no seu art. 33, dando forma ao
princípio da simetria.
Afora as atribuições encontradas de forma expressa nos textos legais,
o STF reconhece a competência dos Tribunais de Contas para apreciar, no
exercício de suas atribuições, a constitucionalidade das leis e dos atos do
Poder Público.
Nesta aula, vamos estudar tudo isso!
Para nosso estudo, tomaremos por base a Constituição Federal, mas
sempre fazendo o paralelo com a legislação estadual. Vamos em frente!

ART. 71, CF <> ART. 33, CE/SP

Leitura obrigatória:
CF, art. 71; CE/SP, art. 33

Primeiramente, vejamos o que o caput dos dispositivos estabelece:

Constituição Estadual Constituição Federal

Art. 33. O controle externo, a cargo da Art. 71. O controle externo, a cargo do
Assembleia Legislativa, será exercido com o Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete: qual compete:

O dispositivo informa que, para auxiliar o exercício do controle


externo a cargo do Poder Legislativo, o Tribunal de Contas possui
competências próprias e privativas, enumeradas nos incisos que se

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seguem, atribuições que, frise-se, não podem ser desempenhadas por
nenhum outro órgão ou Poder, nem mesmo pelo Congresso e suas Casas
ou pela Assembleia Legislativa e Câmaras Municipais, no caso dos Estados
e Municípios. Então, compete ao Tribunal de Contas:

Emitir parecer prévio sobre as contas do Chefe do Poder Executivo

Constituição Estadual Constituição Federal

I apreciar as contas prestadas anualmente I - apreciar as contas prestadas anualmente


pelo Governador do Estado, mediante pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio a ser elaborado em sessenta parecer prévio que deverá ser elaborado em
dias, a contar do seu recebimento; sessenta dias a contar de seu recebimento;

O TCU aprecia – não julga! - as contas anuais do Presidente da


República e emite parecer prévio. O prazo para emissão do parecer
prévio é de até 60 dias a contar do recebimento das contas pelo
Tribunal. O procedimento é o seguinte1:

1. O Presidente da República apesenta ao Congresso, no prazo de 60 dias após


a abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao exercício anterior
(CF, art. 84, XXIV);
2. O Congresso envia as contas para análise do TCU (não há prazo previsto na
CF);
3. No prazo de 60 dias a contar da data de seu recebimento, o TCU aprecia as
contas, na forma de um parecer prévio, aprovado pelo Plenário do
Tribunal, que é enviado ao Congresso;
4. No Congresso, as contas e o parecer prévio do TCU são considerados pela
Comissão Mista de Orçamento (CMO) na elaboração do seu parecer, que
conclui por Projeto de Decreto Legislativo (CF, art. 166, §1º, I). O parecer
prévio do TCU não vincula o parecer da CMO; e
5. O Plenário do Congresso Nacional julga as contas do Presidente da
República ao deliberar sobre o referido Projeto de Decreto Legislativo (CF,
art. 49, IX).

Assim, por força do art. 49, IX da CF, compete ao


Congresso Nacional o julgamento das contas do Presidente da

1 Lima (2011), com adaptações.

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República. O TCU somente as aprecia e emite parecer prévio, enquanto o
parecer para julgamento é dado pela CMO, na forma de projeto de
Decreto Legislativo. O Plenário do Congresso Nacional julga as contas
do Presidente da República ao deliberar sobre tal projeto de Decreto
Legislativo.

Quem julga as contas do chefe do Poder


Executivo é o Poder Legislativo.

O Tribunal de Contas emite parecer prévio.

As contas prestadas pelo Presidente da República constituem as


chamadas contas de governo, de natureza política, que propicia uma
visão macro do desempenho da economia e das políticas sociais, em
confronto com as normas constitucionais, legais e regulamentares.

Contas de governo é o conjunto de documentos por meio do qual o chefe do


Poder Executivo submete os resultados gerais do exercício financeiro-orçamentário,
originados dos seus atos de governo ou atos políticos, de sua estrita competência, a
julgamento político do Poder Legislativo2.

As contas prestadas pelo Presidente da República consistirão nos


balanços gerais da União e no relatório do órgão central do sistema de
controle interno do Poder Executivo sobre a execução dos orçamentos de
que trata o art. 165, §5º da CF, que são os seguintes:
▪ orçamento fiscal referente aos Poderes, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público;
▪ orçamento de investimento das empresas em que o Poder
Público, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social
com direito a voto;
▪ orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta e indireta, bem
como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.
Detalhe interessante é que as contas de governo não devem trazer
apenas informações sobre a gestão do Poder Executivo, mas também
dados sobre as atividades administrativas dos demais Poderes,
fazendo com que o relatório elaborado pelo Tribunal de Contas componha

2 Aguiar e Aguiar (2008, p. 17)

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um panorama de toda a Administração Pública sob sua jurisdição, de
modo a subsidiar o julgamento a ser efetuado pelo Congresso Nacional.

O caput do art. 56 da LRF dispõe que as contas prestadas


pelo Chefe do Poder Executivo incluirão, além das suas, as
dos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário e do chefe do Ministério Público, as quais receberão parecer prévio,
separadamente, do Tribunal de Contas. Assim, a Lei prevê vários pareceres prévios a
serem emitidos pelo TC, um para o presidente de cada órgão.
Entretanto, o referido dispositivo da LRF encontra-se suspenso, em caráter
liminar, pelo STF (ADIn 2.238-5). Por esse motivo, o Tribunal de Contas, no
momento, emite parecer prévio exclusivamente em relação às contas do Chefe do
Poder Executivo, que são julgadas pelo Poder Legislativo, como previsto na
Constituição.
As contas dos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do
Chefe do Ministério Público, ao contrário, em vez de serem objeto de pareceres
prévios individuais, são efetivamente julgadas pelo Tribunal de Contas, por força do
art. 71, II da CF e em consonância com a decisão do Supremo.
Não obstante, o relatório elaborado pelo TC sobre as contas de governo, que
precede o parecer prévio, contempla informações sobre todos os Poderes e o
Ministério Público, compondo assim um panorama de toda a Administração Pública.

O parecer prévio emitido pelo TCU pode ser pela aprovação, com ou
sem ressalvas e recomendações, ou pela rejeição das contas. Todavia,
embora o parecer prévio seja conclusivo, é meramente opinativo, não
vinculando o parecer da CMO e muito menos o julgamento a cargo do
Congresso Nacional.
O parecer prévio emitido pelo TCU sobre as
contas do Presidente da República é
meramente opinativo e, por isso, não vincula o
julgamento a cargo do Congresso Nacional.

Vale lembrar que, caso o Presidente da República não preste as


contas, compete à Câmara dos Deputados tomá-las (art. 51, II, da CF).
Competência semelhante é exercida pelo TCE-SP no âmbito do Estado
de São Paulo, relativamente às contas do Governador e dos Prefeitos.
Com efeito, vejamos o que diz a Lei Orgânica do Tribunal:

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Art. 2º Ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, nos termos da


Constituição Estadual e na forma estabelecida nesta lei, compete:

I - apreciar e emitir parecer sobre as contas prestadas anualmente pelo


Governador do Estado;

II - apreciar e emitir parecer sobre a prestação anual de contas da


administração financeira dos Municípios, excetuada a do Município de São Paulo;

Vamos ver então a sistemática adaptada ao TCE-SP para emissão


desses pareceres prévios...

Contas do Governador

Por força do art. 20, VI da CE/SP, compete exclusivamente à


Assembleia Legislativa julgar as contas do Governador. O TCE-SP,
frise-se, somente as aprecia e emite parecer prévio.
O parecer prévio consistirá em uma apreciação geral e
fundamentada sobre o exercício financeiro e a execução do orçamento,
indicando, se for o caso, as irregularidades, as parcelas impugnadas, as
ressalvas e as recomendações.
As contas do Governador do Estado abrangerão a totalidade do
exercício financeiro, compreendendo as atividades do Executivo, do
Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público e do próprio
Tribunal de Contas. Ressalte-se, contudo, que o parecer prévio deve ser
restrito às contas do chefe do Poder Executivo.
O Governador deve remeter suas contas à Assembleia Legislativa
e, concomitantemente, deve enviar uma cópia ao Tribunal de Contas.
Além de outros elementos e demonstrativos previstos em atos
normativos específicos, as contas do Governador deverão conter o
balanço das contas, peças acessórias e relatório circunstanciado
do Secretário da Fazenda (LO, art. 23).
Lembrando que o TCE/SP deve emitir o parecer prévio no prazo de
60 dias, contado da data do recebimento da cópia das contas pelo
Tribunal de Contas, no Gabinete da Presidência.

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De forma semelhante ao que foi falado acima sobre a LRF, o


art. 20, VI da Constituição do Estado de São Paulo preceitua
que compete à Assembleia Legislativa do Estado
julgar, anualmente, as contas prestadas pela Mesa da Assembleia Legislativa, pelo
Governador e pelo Presidente do Tribunal de Justiça, respectivamente, do Poder
Legislativo, do Poder Executivo e do Poder Judiciário, e apreciar os relatórios sobre a
P G .
Seguindo a linha de interpretação adotada pelo STF na ADIn 2.238-5, tal
dispositivo da Constituição Estadual também poderia ser considerado
inconstitucional, no sentido de que a Assembleia Legislativa só deveria julgar as
contas do Governador, ao passo que as contas da Mesa da Assembleia Legislativa e
do Presidente do Tribunal de Justiça seriam julgadas pelo TCE-SP.
Contudo, como não há declaração de inconstitucionalidade específica em relação
ao art. 20, VI da CE/SP, penso que ele deve ser considerado correto em uma
eventual questão literal.

A fim de assegurar o cumprimento do prazo constitucional, o


Regimento Interno do TCE/SP estabelece uma série de procedimentos a
serem observados no exame e instrução do processo de contas do
Governador, tarefa que ficará a cargo de uma Diretoria Técnica e da
Assessoria Técnico-Jurídica do Tribunal, sob o comando do
Conselheiro designado Relator (RI, arts. 178 e 179).
Conforme o art. 181 do Regimento Interno, as contas do Governador
do Estado deverão ser recebidas diretamente pelo Gabinete da
Presidência do TCE/SP e imediatamente protocoladas, autuadas e
encaminhadas à Diretoria competente, em caráter de absoluta urgência,
para exame, instrução, diligência e auditagens necessárias à elaboração
do respectivo relatório. Detalhe é que é proibido, sob pena de
responsabilidade, o recebimento por qualquer outro órgão ou servidor do
Tribunal do expediente relativo às contas do Governador do Estado,
devendo o órgão ou servidor, eventualmente procurado, encaminhar
pessoalmente o portador ao Gabinete da Presidência.
Tão logo receba as contas e as encaminhe, o Gabinete da Presidência
deve dar ciência ao Relator de sua entrada no Tribunal. Ademais, o
Presidente do Tribunal deve fazer a comunicação devida na Sessão
Plenária imediata, a fim de dar ciência do prazo a todos os Conselheiros
e ao Tribunal em geral.

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O Regimento Interno ainda distribui o prazo de 60 dias internamente
entre os vários atores que possuem alguma responsabilidade na emissão
do parecer prévio.
Com efeito, os prazos máximos, todos em dias corridos, para
conclusão dos trabalhos de exame, instrução, relatório e parecer,
manifestação, conforme o caso, dos órgãos técnicos da Secretaria do
Tribunal, do Ministério Público, da Procuradoria da Fazenda do Estado e do
Relator, são os seguintes (RI, art. 183):

Órgãos técnicos da Secretaria do Tribunal

Até o 10º dia, contado da entrada da cópia


Diretoria
das contas remetidas ao Tribunal

Departamento de Supervisão da
1 dia
Fiscalização competente

Assessoria Técnico-Jurídica 2 dias

Secretaria-Diretoria Geral 2 dias

Ministério Público 2 dias

Procuradoria da Fazenda do Estado 2 dias

6 dias, contados da data em que os autos lhe


Relator forem conclusos, para apresentar seu
relatório, submetendo-o ao Tribunal Pleno

Detalhe é que, após o prazo concedido ao Relator, os dias restantes


até completar os 60 dias destinam-se à inclusão do processo na ordem do
dia, realização da Sessão de julgamento do processo, eventual pedido de
vista e nova Sessão de julgamento, publicação do parecer prévio e
providências complementares.
O Regimento permite que os dias dos prazos acima que não forem
utilizados por qualquer órgão poderão ser redistribuídos e acrescidos aos
prazos dos órgãos subsequentes, a critério do Relator.
Outro ponto de destaque é, de acordo com o art. 183, §§3º e 4º do
Regimento, as manifestações dos órgãos técnicos do Tribunal, assim
como do Ministério Público e da Procuradoria da Fazenda do Estado
terão caráter conclusivo. Note que, das instâncias listadas na tabela
acima, o Regimento só não atribui caráter conclusivo à manifestação do
Relator.

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De fato, o Relator não elabora uma manifestação conclusiva, e sim
um relatório e a própria minuta do parecer prévio, que deverá ser
apresentada ao Plenário do Tribunal para votação.
Vale ressaltar que a apreciação das contas do Governador é feita em
Sessão Extraordinária do Tribunal Pleno, convocada pelo Presidente
do TCE/SP especialmente para este fim (RI, art. 186).
Se, em Sessão, algum Conselheiro pedir vista do processo, será
ela concedida, em comum e a todos, pelo prazo de 2 dias corridos,
ficando os autos à sua disposição na Secretaria-Diretoria Geral,
fornecendo-lhes o Relator, a Diretoria competente ou os demais órgãos
técnicos as explicações que lhes forem solicitadas.
Na apreciação das contas do Governador, não poderá haver pedido
de adiamento do julgamento, conforme previsto no art. 107 do RI para os
demais processos. Na verdade, na apreciação das contas do Governador,
não poderá ser aplicado nenhum dispositivo regimental que possa
inviabilizar o estrito cumprimento do prazo constitucional de 60 dias para
emissão do parecer prévio
O parecer prévio emitido pelo TCE/SP deverá ser assinado pelo
Presidente do Tribunal e pelos Conselheiros presentes à sessão.

Contas dos Prefeitos

O julgamento das contas dos Prefeitos dos Municípios do Estado de


São Paulo compete às respectivas Câmaras Municipais. O TCE-SP, frise-
se, somente aprecia essas contas e emite parecer prévio, a exceção do
Município de São Paulo (capital Estado), cujo parecer prévio compete
ao TCM-SP.
O balanço das contas municipais deverá ser remetido ao Tribunal de
Contas até 31 de março de cada ano, juntamente com as peças
acessórias e relatório circunstanciado do Executivo e Legislativo Municipal.
O TCE/SP, por sua vez, deverá elaborar o parecer prévio sobre as
contas anuais prestadas pelos Prefeitos Municipais até o último dia do
ano seguinte ao do seu recebimento.
Se as contas não forem enviadas na forma e prazo indicados acima
(até 31 de março), o Tribunal de Contas comunicará o fato ao Legislativo
Municipal, para os fins de direito.
Da mesma forma que nas contas do Governador, o parecer prévio
sobre as contas dos Prefeitos consistirá em uma apreciação geral e

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fundamentada sobre o exercício financeiro e a execução do orçamento,
indicando, se for o caso, as irregularidades, as parcelas impugnadas, as
ressalvas e as recomendações.
Detalhe é que, segundo o art. 31, §2º da Constituição Federal, o
parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas sobre as contas dos
Prefeitos só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos membros
da Câmara Municipal. Note, que, embora o parecer prévio não vincule o
julgamento a cargo Legislativo, a Constituição impõe certa dificuldade
para que as Câmaras Municipais decidam de forma contrária à
recomendação do Tribunal de Contas. E isso é compreensível,
especialmente se considerarmos a cultura política dos nossos municípios,
em que a aproximação do Executivo com o Legislativo tende a ser maior.
Ressalte-se que, nas esferas federal e estadual, não há previsão de
quórum qualificado para derrubar o parecer prévio do Tribunal de Contas.
Uma peculiaridade relativa à apreciação das contas dos Prefeitos, é
que, caso sejam identificadas irregularidades, o Regimento Interno prevê
a possibilidade de o Tribunal abrir um prazo de defesa prévia aos órgãos
responsáveis, de 15 dias (RI, art. 194).

Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal,


nos casos em que o Prefeito acumula as funções de Chefe
do Poder Executivo e de ordenador de despesas ele não
pode se submeter ao duplo julgamento (um pela Câmara Municipal, relativo às
contas de governo, de caráter político; e outro pelo TCE-SP, relativo às contas de
gestão, de caráter técnico).
Segundo o STF, apenas a Câmara Municipal possui competência para julgar as
contas do Prefeito, inclusive suas contas de gestão, relativas à função de ordenador
de despesas.

Para finalizar o assunto, segue um texto bastante elucidativo acerca


da natureza e da finalidade do parecer prévio emitido pelo Tribunal de
Contas, com foco na realidade dos Tribunais de Contas dos Estados:

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O QUE É O PARECER PRÉVIO3


De acordo com a ordem constitucional, uma das funções
dos Tribunais de Contas dos Estados é analisar as prestações de contas dos governos
municipais e estaduais e sobre elas emitir parecer prévio.
O
preliminar do órgão de controle externo, a qual deverá, ainda, ser apreciada pelos
Parlamentos Câmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas, respectivamente.
Assim, os TCEs não julgam as contas de Prefeitos e Governadores, mas, com base em
um relatório específico, contendo a análise sobre as prestações de contas dos
titulares do Poder Executivo, emitem parecer pela aprovação ou rejeição das contas,
o qual, necessariamente, será submetido à votação dos representantes do povo. No
caso dos municípios, a posição do TCE expressa pelo parecer prévio só poderá ser
revertida pela Câmara Municipal mediante votação de, no mínimo, 2/3 dos seus
membros. Quando se tratar de contas estaduais, a reversão poderá se dar pela
maioria simples dos votos dos Deputados Estaduais.
No caso do exame das contas do Governo do Estado, o Tribunal de Contas
elabora, primeiramente, um relatório técnico com apreciação geral e fundamentada
da gestão orçamentária, patrimonial, financeira, operacional, ambiental, econômica
e fiscal do exercício. Esse relatório, que verifica também se as operações estão de
acordo com os princípios de contabilidade pública e se foram atendidos os limites de
gastos nas áreas da educação, saúde e pessoal, estabelecidos constitucionalmente, é
encaminhado ao titular do Poder Executivo para sua manifestação.
Posteriormente, o Plenário do TCE debate e vota a matéria, aprovando o parecer
prévio que será encaminhado à Assembleia Legislativa. Caberá aos Deputados
Estaduais, então, a aprovação, com ou sem ressalvas, ou a rejeição das contas anuais
do Governo. Nesse sentido, a análise global da gestão pelo TCE, de natureza técnica
e informativa, serve de base para o julgamento político-administrativo, cuja
competência, conforme determina a Constituição do Estado, é do Poder Legislativo.

3Retirado do Parecer Prévio sobre as contas do Governador do RS, relativo ao exercício de 2011.
Disponível no site do TCE-RS ou clicando aqui.

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1. (TCE/CE – Analista 2008 – FCC, adaptada) Em relação à fiscalização das


Contas do Governador a cargo do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, é
correto afirmar:
(A) A prestação de contas apresentada pelo Governador será apreciada pelo
Tribunal de Contas, mediante parecer prévio a ser elaborado em 30 dias.
(B) Após a decisão definitiva decretada pela Assembleia Legislativa, caberá
apreciação por parte do Tribunal de Contas, no prazo máximo de 10 dias, contados
da publicação da referida decisão.
(C) Ao Tribunal de Contas compete julgar, no prazo de 60 dias, contados do seu
recebimento, as contas prestadas pelo Governador do Estado.
(D) A decisão decretada pela Assembleia Legislativa será conclusiva, não cabendo
mais qualquer apreciação por parte do Tribunal de Contas.
(E) As contas sobre a execução do orçamento consistirão apenas em um relatório,
elaborado pelo órgão central de controle interno do Poder Executivo.
Comentário: Para resolver essa questão, vamos nos basear no princípio
de simetria. Vejamos:
(a) Errada. O art. 71, I da CF estabelece que o parecer prévio do TCU em
relação às contas apresentadas pelo Presidente da República deve ser
elaborado em 60 dias a contar de seu recebimento. Do mesmo prazo, 60 e não
30 dias, dispõe o TCE/SP para emitir o parecer prévio relativo às contas do
Governador, a contar do seu recebimento.
(b) Errada. Conforme estabelecido no art. 71, I da CF, a competência para
julgar as contas do chefe do Poder Executivo é do Poder Legislativo.
Portanto, após a decisão definitiva da Assembleia Legislativa sobre as contas
do Governador, não caberá qualquer tipo de apreciação por parte do Tribunal
de Contas. Este só se manifesta previamente, emitindo um parecer que, aliás,
não vincula o julgamento a cargo do Legislativo.
(c) Errada. O Tribunal de Contas não julga as contas do Governador;
apenas emite parecer prévio, no prazo de 60 dias a contar do seu
recebimento. A competência para julgar é da Assembleia Legislativa.
(d) Certa. A competência para julgar as contas do Governador é
exclusiva da Assembleia Legislativa.
(e) Errada. O relatório que precede o parecer prévio é elaborado pelo
próprio Tribunal de Contas, e não pelo órgão de controle interno.
Gabarito: alternativa “d”

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2. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC, adaptada) O Tribunal de Contas do Estado


de São Paulo emitiu parecer prévio favorável às contas anuais do Prefeito de um
município do interior do Estado. Todavia, a Câmara Municipal, composta por vinte e
um vereadores, rejeitou o parecer por decisão de onze de seus membros. É
possível afirmar que essa decisão
(A) atende os preceitos da Constituição Federal, que prevê a possibilidade de
rejeição do parecer prévio por decisão de no mínimo 50% de seus membros.
(B) contraria o previsto na Constituição Federal, que exige quórum mínimo de 50%
mais um de seus membros para a rejeição do parecer prévio.
(C) contraria o previsto na Constituição Federal, que exige quórum mínimo de 2/3
de seus membros para a rejeição do parecer prévio.
(D) atende os preceitos da Constituição Federal, que prevê a possibilidade de
rejeição do parecer prévio por decisão de no mínimo 2/5 de seus membros.
(E) atende os preceitos da Constituição Federal, que prevê a possibilidade de
rejeição do parecer prévio por decisão de no mínimo 3/5 de seus membros.
Comentário: Inicialmente, vamos ver o que dispõe a CF sobre o
julgamento das contas dos Prefeitos:
Art. 31 (...)
§2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito
deve anualmente apresentar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços
dos membros da Câmara Municipal.

O “órgão competente” mencionado no art. 31 da CF é o Tribunal de


Contas responsável pelo controle externo do Município (TCE, TC dos
Municípios ou TCM, conforme o caso). No Estado de São Paulo, é o TCE-SP,
exceto em relação à capital São Paulo, que está sob a jurisdição do TCM-SP.
Pelo art. 31 da CF, o parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas
sobre as contas do Prefeito só deixará de prevalecer por decisão de dois
terços dos membros da Câmara Municipal. Atenção, pois são dois terços do
total de vereadores do Município, e não apenas dos presentes à seção.
Portanto, a decisão da Câmara Municipal apresentada no comando da
questão contraria o previsto na Constituição Federal, pois rejeitou o parecer
prévio do Tribunal de Contas por decisão de apenas 11 de seus membros,
quando tal deliberação necessitaria do voto favorável de pelo menos 14
vereadores (=2/3 de 21). Assim, correta a alternativa “c”.
Vejamos então os erros das demais:
(a) Errada, pois a decisão não atende os preceitos da Constituição
Federal, que prevê a possibilidade de rejeição do parecer prévio por decisão

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de no mínimo 2/3 e não 50% de seus membros.
(b) Errada, pois o quórum mínimo é de 50% e não de 2/3.
(d) Errada, pois a decisão não atende os preceitos da Constituição
Federal, uma vez que foi tomada por menos de 2/3 dos membros da Câmara
Municipal.
(e) Errada, pois a decisão não atende os preceitos da Constituição
Federal; ademais, o quórum mínimo é de 2/3 e não de 2/5.
Gabarito: alternativa “c”

3. (TCE/SP – Procurador 2011 – FCC) Examinar e emitir parecer sobre os


projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao
orçamento anual e aos créditos adicionais e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República, bem como examinar e emitir parecer
sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na
Constituição Federal e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária,
são competências
a) do Congresso Nacional.
b) de uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados.
c) do Senado Federal.
d) do Tribunal de Contas da União.
e) de uma Comissão mista formada por representantes do governo e da sociedade
civil, indicados pelo Presidente da República.
Comentário: Para responder à questão, necessário conhecer as
atribuições da Comissão Mista de Senadores e Deputados – atualmente
denominada Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização –
prevista no art. 166 da Constituição Federal:
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes
orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as
contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais
e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a
fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do
Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

Gabarito: alternativa “b”

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4. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe) Cabe ao TCE/RS julgar as contas a serem


prestadas anualmente pelo governador do estado e pelos prefeitos municipais, nos
termos da Lei Orgânica do TCE/RS.
Comentário: O Tribunal de Contas não julga as contas do Chefe do Poder
Executivo. Apenas emite parecer prévio. Quem julga é o Poder Legislativo,
nas respectivas esferas de governo, ou seja, Congresso Nacional (Presidente
da República), Câmara Legislativa (Governador do DF), Assembleias
Legislativas (Governadores dos Estados) e Câmaras Municipais (Prefeitos dos
Municípios).
Gabarito: Errado

5. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe) O parecer prévio sobre as contas prestadas


anualmente pelo governador do RS à Assembleia Legislativa deve obrigatoriamente
incluir recomendação pela aprovação ou pela rejeição das contas, de acordo com a
forma prevista em regulamento.
Comentário: A assertiva está correta. O parecer prévio emitido pelo
Tribunal de Contas a respeito das contas do Governador deve ser conclusivo,
isto é, deve incluir recomendação objetiva indicando se as contas merecem
ser aprovadas ou rejeitadas.
Gabarito: Certo

6. (TCU – ACE 2005 – Cespe) O controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete julgar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, em
60 dias a contar de seu recebimento.
Comentário: O TCU não julga as contas prestadas anualmente pelo
Presidente da República. De acordo com o art. 71, I da CF, o Tribunal deve
apreciá-las, mediante parecer prévio, em até 60 dias a contar do seu
recebimento. O julgamento é competência do Congresso Nacional (CF, art. 49
IX). O parecer prévio emitido pelo TCU é conclusivo, no sentido da aprovação
ou rejeição das contas, porém não vincula o julgamento efetuado pelo
Congresso. Os tópicos que estudamos sobre as contas de governo de São
Paulo seguem o modelo estabelecido na CF, ou seja, o julgamento das contas
do Governador compete à Assembleia Legislativa, após parecer prévio do
TCE-SP, enquanto o julgamento das contas dos Prefeitos compete às
respectivas Câmaras Municipais, também após parecer prévio do TCE-SP.
Gabarito: Errado

7. (TCDF – ACE 2012 – Cespe, adaptada) De acordo com a Lei Orgânica do


TCE-SP, é de competência desse tribunal julgar as contas do governador do Estado

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e elaborar relatório sintético a esse respeito, emitindo parecer definitivo, no qual o
conselheiro relator — antes de se pronunciar sobre o mérito das contas — ordena a
citação dos responsáveis.
Comentário: Por simetria com o disposto na Constituição Federal, o
julgamento das contas dos Chefes do Poder Executivo nas demais esferas de
governo compete ao Poder Legislativo local, após parecer prévio emitido pelo
Tribunal de Contas competente. No caso de São Paulo, o julgamento das
contas do governador compete à Assembleia Legislativa do Estado e não ao
TCE-SP, daí o erro. O TCE-SP, a exemplo do TCU, apenas emite parecer
prévio.
Gabarito: Errado

8. (TCU – AUFC 2011 – Cespe, adaptada) Ao julgar irregulares as contas do


chefe do Poder Executivo, o TCE-SP, no exercício de suas competências, deverá
ajuizar as ações civis e penais cabíveis.
Comentário: O quesito está errado. A competência para julgar as contas
do chefe do Poder Executivo Estadual ou Municipal, ou seja, do Governador
ou dos Prefeitos, é, respectivamente, da Assembleia Legislativa e das
Câmaras Municipais, e não do TCE-SP. O TCE-SP, no caso, apenas emite
parecer prévio em relação às contas do Governador.
O quesito também erra ao afirmar que o TCE-SP “deverá ajuizar as ações
civis e penais cabíveis”, pois tais assuntos são de competência do Ministério
Público ou dos órgãos interessados, junto ao Poder Judiciário.
Gabarito: Errado

9. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) São competências do TCU a análise técnico-


jurídica e o julgamento das contas prestadas anualmente pelo presidente da
República e a emissão de pareceres gerais.
Comentário: A questão está errada. Como se vê, esse é um assunto
batido nas provas de concurso. Nos termos do art. 71, I da CF, o TCU não
julga as contas do Presidente da República, e sim emite parecer prévio. Da
mesma forma, o TCE-SP não julga as contas do Governador, mas apenas
emite parecer prévio.
Gabarito: Errado

10. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) Caso sejam constatadas irregularidades nas
contas do presidente da República, o TCU deverá emitir parecer prévio pela
rejeição dessas contas, o que tornará o chefe do Poder Executivo inelegível para as
eleições que se realizarem nos oito anos subsequentes à emissão da referida peça
técnica.

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Comentário: A primeira parte do quesito está correta (Caso sejam
constatadas irregularidades nas contas do presidente da República, o TCU
deverá emitir parecer prévio pela rejeição dessas contas...), uma vez que o
parecer prévio do Tribunal será conclusivo. Entretanto, o parecer prévio do
TCU, por si só, não torna o chefe do Executivo inelegível, como afirma a parte
final do item. O parecer do TCU é meramente opinativo. Ademais, a decisão
sobre a inelegibilidade compete à Justiça Eleitoral. O mesmo vale para o TCE-
SP em relação às contas prestadas pelo Governador.
Gabarito: Errado

11. (TCU – TCE 2007 – Cespe, adaptada) O TCE-SP apreciará as contas


prestadas pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado, mediante parecer
prévio, ao qual caberá recurso, inclusive patrimonial, quanto à adequação.
Comentário: A questão está errada. O TCE-SP emite parecer prévio
apenas em relação às contas do Governador. Todas as demais contas
submetidas ao TCE-SP, inclusive as prestadas pelo presidente do Tribunal de
Justiça, são efetivamente julgadas pela Corte de Contas. Lembrando apenas
que, numa eventual questão literal, penso que você pode considerar o correto
o disposto no art. 20, VI da Constituição do Estado, pelo qual compete
exclusivamente à Assembleia Legislativa “tomar e julgar, anualmente, as
contas prestadas pela Mesa da Assembleia Legislativa, pelo Governador e
pelo Presidente do Tribunal de Justiça, respectivamente, do Poder Legislativo,
do Poder Executivo e do Poder Judiciário, e apreciar os relatórios sobre a
execução dos Planos de Governo”.
Gabarito: Errado

12. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) As contas anuais do presidente da República


são consolidadas e julgadas primeiramente pela Câmara dos Deputados e depois
pelo Senado Federal. Caso sejam rejeitadas, poderão implicar processo de
impeachment.
Comentário: As contas anuais do Presidente da República são julgadas
pelo Congresso Nacional (CF, 49, IX), e não por suas Casas, separadamente,
daí o erro do quesito. Não obstante, é correto que a rejeição das contas pelo
Congresso Nacional poderá implicar processo de impeachment, caso reste
configurada a prática de crime de responsabilidade (CF, art. 85).
Gabarito: Errado

13. (TCU – ACE 2008 – Cespe) As contas dos dirigentes dos Poderes e órgãos
da administração pública federal deverão ser encaminhadas, anualmente, ao TCU,
dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa.
Comentário: As contas dos dirigentes dos Poderes e órgãos da

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administração pública federal deverão ser encaminhadas ao TCU dentro dos
prazos definidos em ato normativo do Tribunal (RI/TCU, art. 192). A questão
procurou confundir o candidato, pois o prazo de 60 dias após a abertura da
sessão legislativa é o prazo de que dispõe o Presidente da República para,
anualmente, apresentar suas contas referentes ao exercício anterior ao
Congresso Nacional (CF, art. 84, XXIV).
Gabarito: Errado

14. (TCU – ACE 2008 – Cespe, adaptada) Na sua missão de apreciação das
contas anuais dos dirigentes do Governo do Estado, o TCE-SP emitirá parecer
prévio específico para cada Poder, inclusive para o Ministério Público Estadual,
impreterivelmente até o último dia do exercício em que elas tenham sido
apresentadas.
Comentário: Como já comentado, face à suspensão cautelar do caput do
art. 56 da LRF, o TCE-SP emite parecer prévio exclusivamente em relação às
contas do Chefe do Poder Executivo. Portanto, em relação às contas anuais
dos dirigentes do Governo do Estado, o TCE-SP não emite parecer prévio, e
sim julga. A emissão de parecer prévio é apenas em relação às contas do
Governador. Assim, as contas do chefe do Ministério Público Estadual são
julgadas pelo TCE-SP e não somente objeto de parecer prévio.
Ademais, o prazo para o TCE-SP emitir o parecer prévio sobre as contas
do Governador é de 60 dias a contar de seu recebimento pelo Tribunal, e não
até o último dia do exercício em que elas tenham sido apresentadas.
Gabarito: Errado

15. (TCU – ACE 2005 – Cespe) A Câmara dos Deputados não detém
competência privativa própria no exercício do controle externo.
Comentário: O quesito está errado, pois compete privativamente à
Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da
República quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60 dias
após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II).
Gabarito: Errado
16. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Nos termos da Constituição Federal de 1988, o
TCU pode apreciar contas de governo de autarquia territorial e emitir parecer prévio.
Comentário: Segundo o art. 33, §2º da CF, as contas do Governo do
Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do
TCU. A emissão de parecer prévio sobre as contas do Governo do Território é
uma competência do TCU somente, não extensível aos demais tribunais de
contas. O procedimento é o mesmo que o das contas do Presidente da
República. O TCU emite parecer prévio, no prazo de 60 dias a contar de seu

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recebimento. O julgamento fica a cargo do Congresso Nacional, após parecer
da CMO.
Gabarito: Certo

17. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) Uma das incumbências do tribunal de


contas do estado é a emissão de parecer prévio sobre as contas de prefeito
municipal, que deverá ser aprovado ou rejeitado pela câmara municipal, sempre por
maioria absoluta. Sendo divergente a posição dos vereadores, o parecer do tribunal
deixará de prevalecer por decisão de três quartos dos membros da câmara
municipal.
Comentário: Primeiramente, cabe enfatizar que a competência para emitir
o parecer prévio sobre as contas de prefeito municipal é do Tribunal de
Contas responsável pelo controle externo do Município, o qual, na maior parte
dos casos, é o Tribunal de Contas do Estado. Nos Estados da Bahia, Goiás e
Pará, todavia, esse parecer compete ao respectivo Tribunal de Contas dos
Municípios (órgão de controle externo estadual responsável pelo controle
externo de todos os Municípios do Estado), enquanto que nos Municípios do
Rio de Janeiro e de São Paulo, o parecer prévio sobre as contas do Prefeito
compete ao respectivo Tribunal de Contas Municipal. Em todos os casos, o
julgamento das contas compete à respectiva Câmara de Vereadores.
Quanto à assertiva, o erro está na expressão “aprovado ou rejeitado pela
câmara municipal, sempre por maioria absoluta”, eis que o parecer prévio só
poderá ser rejeitado por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal, nos termos do art. 31, §2º da CF:
§2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito
deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.
Gabarito: Errado

18. (TCU – ACE 2006 – ESAF) O parecer prévio sobre as contas prestadas pelo
prefeito, elaborado pelo órgão auxiliar da Câmara Municipal, é meramente
indicativo, podendo ser rejeitado pelos vereadores, por decisão tomada pela maioria
simples, presentes à deliberação a maioria absoluta dos membros da Câmara
Municipal.
Comentário: O parecer prévio emitido pelo órgão competente sobre as
contas prestadas pelo Prefeito só deixará de prevalecer por decisão de dois
terços dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, §2º). Assim, é preciso
que dois terços do total de vereadores votem contrariamente ao parecer para
ele deixar de prevalecer. Não importa o quórum da sessão: o número de votos
contrários mínimos ao parecer deve ser de dois terços do total de vereadores.
Dessa forma, pode-se dizer que o parecer prévio sobre as contas do Prefeito é
quase vinculativo, e não meramente indicativo, como diz a questão.

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Registre-se que a regra relativa à União e aos Estados é diferente, pois,
nessas esferas, não há exigência de quórum de 2/3 para aprovar o Decreto
Legislativo sobre as contas do Chefe do Poder Executivo.
Gabarito: Errado

Julgar as contas dos responsáveis por recursos públicos e dos


causadores de prejuízo ao erário

Constituição Estadual Constituição Federal

II - julgar as contas dos administradores e II - julgar as contas dos administradores e


demais responsáveis por dinheiros, bens e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos da administração direta e valores públicos da administração direta e
autarquias, empresas públicas e sociedades indireta, incluídas as fundações e sociedades
de economia mista, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público
instituídas ou mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem
estadual, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
perda, extravio ou outra irregularidade de irregularidade de que resulte prejuízo ao
que resulte prejuízo ao erário; erário público;

Podemos sintetizar o dispositivo, dizendo que o TCU e, por simetria, o


TCE-SP, julga as contas:
✓ dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens
e valores públicos, da administração direta e indireta; e
✓ dos que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte dano ao erário.

Aqui não se trata apenas de elaborar relatórios ou emitir parecer. Em


relação às contas prestadas pelos administradores públicos ou pelos que
causam dano ao erário, o Tribunal de Contas efetivamente profere um
julgamento, decidindo se as contas são regulares, regulares com
ressalva ou irregulares, com base nos elementos apresentados.
Nenhum outro órgão ou Poder possui competência para avaliar e julgar a
gestão daqueles que administram o patrimônio público federal, no caso
do TCU, e estadual e municipal, no caso do TCE-SP.
As contas submetidas pelos administradores públicos a cada exercício
financeiro para exame e julgamento do Tribunal constituem as chamadas
contas de gestão, que proporcionam uma visão pontual da gestão
levada a efeito pelos responsáveis. Possui caráter estritamente técnico.

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Contas de gestão é o conjunto de documentos pelo qual os gestores públicos


submetem os resultados específicos da administração financeira, posta em prática
mediante seus atos administrativos de gestão orçamentária, financeira, patrimonial e
operacional, a exame e julgamento do Tribunal de Contas4.

Importante ressaltar que se submetem ao julgamento ordinário anual


do TCE-SP as contas dos responsáveis de toda a Administração Pública
Estadual e Municipal, direta e indireta, de qualquer Poder.
Por sua vez, as contas dos causadores de prejuízo ao erário são
chamadas “contas especiais”, de caráter eventual, prestadas para
apuração de determinado fato que provocou dano ao patrimônio público,
identificação dos responsáveis e quantificação do prejuízo. Nos casos de
contas especiais, além das contas dos gestores públicos, também se
submetem ao julgamento eventual do Tribunal as contas de entidades
privadas e de pessoas não vinculadas à Administração Pública que
tenham concorrido para dar causa a prejuízo ao erário. É o caso, por
exemplo, de uma Organização Não-Governamental que receba repasse do
Poder Público e não destina os recursos para os fins devidos.
Repare que o TCE-SP julga as contas das pessoas
(responsáveis), não as contas do órgão/entidade, nem as pessoas em
si. As pessoas, por seu turno, são responsáveis pela gestão e pela
prestação de contas, respondendo pessoalmente por eventuais desvios ou
irregularidades e, por isso, podem ser penalizadas pelo Tribunal e, ainda,
serem chamadas a recompor o prejuízo causado. Com efeito, a
responsabilidade do administrador relativamente aos atos e fatos de sua
gestão é estritamente pessoal, só recebendo quitação após o julgamento
do Tribunal.
O conceito de responsáveis que podem ter as contas julgadas é
bastante amplo, conforme vemos no parágrafo único do art. 70 da CF:

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou


privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.

Assim, responsável é qualquer agente público que tenha atribuição


de administrar recursos financeiros e patrimoniais de órgão ou entidade

4 Aguiar e Aguiar (2008, p. 19).

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público; por exemplo: membros de comissão de licitação, membros de
órgão colegiado que, por determinação normativa, seja responsável por
atos de gestão; dirigente de unidade administrativa; gerente responsável
pela gestão patrimonial; ordenador de despesas etc.
O conceito compreende, ainda, aqueles que, mesmo não sendo
administradores ou responsáveis diretos por atos de gestão, possam ter
contribuído, por ação ou omissão, para a ocorrência de perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Inclui-se aí, além de
agentes públicos, qualquer pessoa física ou jurídica de natureza privada.
Portanto, todos os administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos têm o dever de prestar contas, isto
é, precisam demonstrar se a aplicação dos recursos públicos que tiveram
sob sua responsabilidade foi boa e regular.

As contas de governo têm como responsável apenas o


Chefe do Executivo e possuem caráter político, sendo
julgadas pelo Poder Legislativo. Já as contas de gestão
possuem caráter técnico e têm como responsáveis todos os servidores com
atribuições administrativas nas unidades da Administração Pública, de todos os
Poderes, sendo julgadas pelo Tribunal de Contas.

Os procedimentos e demais características do julgamento de contas


no âmbito do TCE-SP será nosso objeto de estudo nas aulas seguintes.

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19. (TCE/GO – Analista 2009 – FCC, adaptada) Compete ao Tribunal de Contas


do Estado de São Paulo
(A) julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens
e valores públicos da administração direta e indireta.
(B) apreciar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos apenas da administração direta.
(C) processar e julgar o Governador por crime de responsabilidade e os Secretários
de Estado por crime da mesma natureza, conexo com aquele.
(D) julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Governador, e apreciar os
relatórios sobre a execução dos planos de governo.
Comentário: Mesmo sem nunca ter estudado a Constituição de São
Paulo, mas apenas conhecendo as competências atribuídas ao TCU pela CF e
o princípio de simetria, daria para responder esse quesito. Vejamos:
(a) Certa, pois, nos termos do art. 71, II da CF, o TCU julga as contas dos
administradores públicos, da administração direta e indireta federal. Por
simetria, o TCE-SP também deve fazer o mesmo em relação aos
administradores do Estado e dos Municípios, exceto a capital.
(b) Errada, pois o art. 71, II da CF estabelece que o TCU deve julgar (e não
apenas apreciar) as contas dos responsáveis pela administração direta e
indireta. O mesmo, portanto, é válido em relação ao TCE-SP;
(c) Errada. Da mesma forma que não compete ao TCU processar e julgar
o Presidente e Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade
(tal competência é do Senado Federal, CF, art. 52, I), também não cabe ao
TCE-SP processar e julgar o Governador e Vice nesses crimes. Lembre-se: os
Tribunais de Contas não julgam crimes, apenas contas.
(d) Errada, pois as contas do chefe do Poder Executivo são julgadas pelo
Poder Legislativo e não pelo Tribunal de Contas, os quais emitem apenas
parecer prévio, nos termos do art. 71, I da CF.
Gabarito: alternativa “a”

20. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF) Quanto à prestação de contas de


pessoas jurídicas de direito privado, é correto afirmar:
a) estão obrigadas a prestar contas quando utilizar, arrecadar, guardar, gerenciar ou
administrar dinheiros, bens e valores públicos.
b) prestam contas sempre que receber recursos provenientes da União, sejam eles
em dinheiro ou bens.

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c) estão desobrigadas de prestar contas em razão de a natureza jurídica ser de
direito privado.
d) prestam contas, desde que gerenciem ou apliquem recursos arrecadados por
elas mesmas sem que tenha havido delegação para tal.
e) a apresentação de prestação de contas diretamente ao Tribunal de Contas da
União é condição essencial ao cumprimento da Constituição Federal.
Comentário: A obrigação de prestar contas que recai sobre as pessoas
jurídicas de direito privado está prevista no art. 70, parágrafo único da
Constituição Federal, de replicação obrigatória no âmbito dos Estados:
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.

Portanto, a alternativa “a” está correta. Vejamos as demais:


(b) Errada, pois a condição para prestar contas é utilizar, arrecadar,
guardar, gerenciar ou administrar bens e valores pertencentes ao Poder
Público. Não é o caso, por exemplo, de um bem doado, pois este deixa de
pertencer ao Poder Público. Outro exemplo: empréstimos bancários
concedidos pelos bancos do governo; a empresa privada não é obrigada a
prestar contas desses recursos, pois eles são seus, uma vez que está
pagando por eles (juros).
(c) Errada, pois, nos termos do art. 70, parágrafo único da CF, deve
prestar contas qualquer pessoa que utilizar, arrecadar, guardar, gerenciar ou
administrar dinheiros, bens e valores públicos, ainda que de natureza privada.
(d) Errada, pois não há sentido em se falar em prestação de contas de
recursos próprios de entidades privadas.
(e) Errada, pois a entidade privada pode prestar contas, por exemplo, aos
órgãos de controle interno ou, ainda, ao órgão do Governo que lhe repassou
recursos públicos; ou seja, não necessariamente ao Tribunal de Contas. Com
efeito, essa é a situação mais comum quando se trata de entidades privadas:
tais entidades apenas prestam contas diretamente ao Tribunal de Contas nas
hipóteses que ensejam a instauração de tomada de contas especial,
notadamente, na omissão no dever de prestar contas ou quando verificado
dano ao erário. Ou seja, o mais comum é a entidade privada prestar contas ao
órgão repassador e este, por sua vez, prestar contas ao TC.
Gabarito: alternativa “a”

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21. (CGU – AFC 2008 – ESAF) A respeito do controle externo da administração


pública, a cargo do Congresso Nacional, e exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, é correto afirmar que:
a) constitui finalidade do controle externo avaliar o cumprimento das metas
previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e a execução
dos orçamentos da União.
b) compete ao Tribunal de Contas da União julgar os processos de Tomada de
Contas Especial, exceto quando envolver agentes do controle interno, que serão
julgados pela Controladoria-Geral da União.
c) o Tribunal de Contas da União pode determinar a responsabilidade solidária dos
responsáveis pelo controle interno, que não cientificarem o tribunal quanto a
irregularidades e ilegalidades, que tomarem ciência em razão de suas ações de
controle.
d) compete ao Tribunal de Contas da União aplicar as penalidades de demissão
relativas aos servidores da Controladoria-Geral da União mediante parecer prévio
do Ministro de Estado do Controle e da Transparência.
e) o Tribunal de Contas da União não julga as contas do Presidente da República e
dos Ministros de Estado, todavia as aprecia mediante parecer prévio.
Comentário:
(a) Errada. Aqui a banca prezou pela literalidade do dispositivo
constitucional. Com efeito, o art. 74, I da CF, dispõe que constitui finalidade
do sistema de controle interno – e não externo – avaliar o cumprimento das
metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e
a execução dos orçamentos da União. Todavia, essa tarefa também é
realizada pelo Tribunal de Contas, haja vista sua competência para julgar as
contas dos administradores públicos e para realizar auditorias e inspeções de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial (CF, art.
71, II e IV). Não obstante, como vimos, a banca levou em conta apenas a letra
fria da lei.
(b) Errada, pois o julgamento de contas, inclusive tomada de contas
especial, é competência própria e privativa do Tribunal de Contas, mesmo se
envolver agentes do controle interno.
(c) Certa. O sistema de controle interno possui a atribuição de auxiliar o
controle externo no exercício de sua missão institucional (CF, art. 74, IV).
Nesse mister, a Constituição conferiu aos responsáveis pelo controle interno
o dever de comunicar ao Tribunal de Contas União qualquer irregularidade de
que tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade solidária (CF, art.
74, §1º).
(d) Errada, pois o Tribunal de Contas da União não possui competência

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para aplicar penalidade de demissão a servidores da Controladoria-Geral de
União, nem de qualquer outro órgão ou entidade. Vale salientar que o mesmo
se aplica ao TCE-SP.
(e) Errada, pois o TCU emite parecer prévio apenas em relação às contas
de governo prestadas pelo Presidente da República. Todas as demais contas
submetidas ao Tribunal são por ele efetivamente julgadas. Da mesma forma, o
TCE-SP emite parecer prévio acerca das contas do Governador e julga todas
as demais.
Gabarito: alternativa “c”
22. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF) Na esfera federal, o julgamento
das contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos:
a) compete exclusivamente ao Poder Judiciário, tendo em vista que, nos termos da
Constituição Federal, o órgão de controle externo não tem o poder de julgar,
propriamente, mas apenas de apreciar tais contas.
b) é de competência própria do Poder Legislativo (Congresso Nacional), titular do
controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas da União – TCU, que sobre
elas emitirá parecer.
c) é de competência privativa do TCU.
d) é de competência própria do TCU, com possibilidade de reforma pelo Congresso
Nacional.
e) é de competência própria do TCU, que sobre elas emitirá parecer.
Comentário: Na esfera federal, o julgamento das contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos é de competência própria e privativa do TCU, e não do Poder
Judiciário, nos termos do art. 71, II da CF:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público;

O Congresso Nacional, embora titular do controle externo na esfera


federal, não tem competência para julgar contas dos administradores e
demais responsáveis por bens e dinheiros públicos. O Congresso só julga as
contas prestadas pelo Presidente da República, que possuem um caráter
macro, estratégico, relativas ao governo do país, e se submetem ao

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julgamento político do Poder Legislativo; por outro lado, as contas dos
administradores são focadas, relativas a aspectos pontuais da gestão de
determinado órgão ou entidade, e se submetem ao julgamento técnico do
TCU. Nenhum outro órgão ou Poder pode reformar um julgamento de contas
efetuado pelo TCU, nem mesmo o Congresso Nacional ou o Poder Judiciário.
Este último até pode anular uma decisão do Tribunal que apresente manifesta
ilegalidade ou irregularidade formal grave. Todavia, não pode reformar o
mérito da referida decisão, vale dizer, transformar um julgamento de contas
regulares em contas irregulares, por exemplo. O próprio TCU é que deverá
proferir novo julgamento, só que livre das impropriedades apontadas pelo
Judiciário. Portanto, a única alternativa correta é a “c”.
Gabarito: alternativa “c”

23. (TCE/PE – Auditor de Contas Públicas 2004 – Cespe) Se determinada


pessoa, ainda que não seja servidora pública, encontra-se na administração de
bens da União, compete ao TCU julgar atos por ela praticados de que resulte
prejuízo ao erário público.
Comentário: O quesito está correto, ante a parte final do art. 71, II da CF,
pelo qual compete ao TCU julgar as contas de qualquer pessoa, física ou
jurídica, pública ou privada que der causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. No caso de bens do Estado e
de Município de São Paulo, a competência é do TCE-SP.
Gabarito: Certo

24. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) Considerando que é competência exclusiva


do Congresso Nacional julgar as contas dos poderes da União, é correto afirmar
que as contas do Poder Legislativo, referentes à atividade financeira desse poder,
devem ser julgadas pelo próprio Poder Legislativo, com parecer prévio do TCU.
Comentário: Ao falar em contas referentes à atividade financeira, a
questão se refere às contas de gestão, cujo julgamento compete ao TCU, e
não ao Congresso Nacional (CF, art. 71, II); no âmbito estadual e municipal, ao
TCE-SP e não à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal. Ademais,
diante da suspensão cautelar do caput do art. 56 da LRF, somente as contas
de governo apresentadas pelo chefe do Poder Executivo serão julgadas pelo
Poder Legislativo. Aliás, vale ressaltar que não existem outras contas de
governo (por exemplo, “contas de governo do Legislativo” ou “contas de
governo do Judiciário”); contas de governo são só as apresentadas pelo
Chefe do Executivo. As contas dos demais órgãos e autoridades de todos os
Poderes serão julgadas pelo Tribunal de Contas, eis que são contas de
gestão.
Gabarito: Errado

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25. (TCU – AUFC 2011 – Cespe, adaptada) O julgamento das contas prestadas
pelos administradores públicos municipais é de competência exclusiva das
respectivas Câmaras de Vereadores.
Comentário: O item está errado, pois o julgamento das contas dos
administradores públicos municipais, assim como as dos estaduais, é
competência própria e privativa do Tribunal de Contas, não podendo ser
exercida por nenhum outro órgão ou Poder. Não obstante, recorde-se que as
contas prestadas pelo Governador ou pelos Prefeitos são julgadas pela
Assembleia Legislativa e pelas Câmaras Municipais, respectivamente; em
relação às contas do Chefe do Executivo, o Tribunal de Contas apenas emite
parecer prévio.
Gabarito: Errado

26. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Cabe ao Congresso


Nacional, como órgão titular do controle externo, julgar, em caráter definitivo, as
contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos.
Comentário: O quesito está errado, pois a competência para julgar, em
caráter definitivo, as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos federais é exclusiva do Tribunal de Contas
da União, nos termos do art. 71, II, da CF. O Congresso Nacional, embora
titular do controle externo, não pode substituir a Corte de Contas nesse
mister.
Da mesma forma ocorre no âmbito estadual e municipal, no qual a
Assembleia Legislativa e as Câmaras Municipais, embora titulares do controle
externo nas respectivas esferas de governo, não podem exercer a
competência de julgar as contas dos administradores públicos, que pertence
ao Tribunal de Contas.
Gabarito: Errado

27. (TRF/5 – Juiz Substituto 2007 – Cespe) O controle externo da Administração


Pública – contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial – é tarefa
atribuída ao Poder legislativo e ao tribunal de contas. O primeiro, quando atua
nessa seara, o faz com o auxílio do segundo, que, por sua vez, detém
competências que lhe são próprias e exclusivas e que, para serem exercidas,
independem da interveniência do Poder legislativo. Como os prefeitos municipais
assumem dupla função, política e administrativa, ou seja, a tarefa de executar
orçamento e o encargo de captar receitas e ordenar despesas, submetem-se a
duplo julgamento: um político, perante o parlamento, precedido de parecer prévio; o
outro, técnico, a cargo da corte de contas e que pode gerar um julgamento direto

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com imputação de débito e multa.
Comentário: Essa questão é um resumo do que vimos até aqui sobre
controle externo da administração pública no Brasil e o julgamento de contas.
O detalhe é em relação aos prefeitos, que são julgados duplamente, pelas
Câmaras Municipais (julgamento político) e pelos Tribunais de Contas
(julgamento técnico). Diferentemente, na esfera federal e na estadual, o
Presidente da República e os governadores somente são submetidos ao
julgamento político do respectivo Poder Legislativo.
Com efeito, os prefeitos, diferentemente dos governadores e do
Presidente da República, também são responsáveis diretos por atos de
gestão, ou seja, são ordenadores de despesa. Numa linguagem mais clara,
eles também "assinam cheques". Veja, por exemplo, uma das competências
do prefeito de São Paulo, expressa na LO do Município:
Art. 70 Compete ainda ao Prefeito:
VI - administrar os bens, a receita e as rendas do Município, promover o
lançamento, a fiscalização e arrecadação de tributos, autorizar as despesas e os
pagamentos dentro dos recursos orçamentários e dos créditos aprovados pela
Câmara Municipal;

Esse tipo de atribuição não faz parte do rol de competências dos


governadores e do Presidente da República. Estes últimos apenas exercem a
função de direção superior da administração (assim como os prefeitos),
consubstanciada na elaboração e coordenação da execução das políticas
públicas e programas governamentais, cuja prestação de contas é feita
mediante as contas de governo, julgadas pelo Legislativo. Os prefeitos, por
sua vez, além da direção superior da administração municipal, também são
responsáveis diretos por atos de gestão, como visto acima, cuja prestação de
contas é feita mediante as contas de gestão, julgadas pelo Tribunal de Contas.
Daí o duplo julgamento a que são submetidos. O gabarito da questão,
portanto, é certo.
Ressalte-se, porém, que esse entendimento, perfilhado pela doutrina e
pelos próprios Tribunais de Contas, não é o entendimento do STF.
Em 2016, no RE 848.826, o Supremo decidiu que é exclusivamente da
Câmara Municipal a competência para julgar as contas de governo e as contas
de gestão dos prefeitos, cabendo ao Tribunal de Contas auxiliar o Poder
Legislativo municipal, emitindo parecer prévio e opinativo, que somente
poderá ser derrubado por decisão de 2/3 dos vereadores.
Portanto, a jurisprudência atual do STF é no sentido de que o Tribunal de
Contas não tem competência para julgar as contas dos Prefeitos, em
nenhuma hipótese, muito embora alguns atos praticados pelo chefe do
Executivo Municipal tenham a natureza de atos de gestão. Na visão da

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Suprema Corte, por simetria com a norma constitucional aplicável ao plano
federal, o Tribunal de Contas apenas emite parecer prévio em relação às
contas do Prefeito; o julgamento é competência privativa da Câmara
Municipal.
Aproveitando o assunto, vale mencionar que, no mesmo julgado, o STF
decidiu que, em caso de omissão da Câmara Municipal, o parecer emitido pelo
Tribunal de Contas não gera a inelegibilidade prevista no artigo 1º, inciso I,
alínea “g”, da Lei Complementar 64/1990. Este dispositivo, que teve sua
redação dada pela Lei da Ficha Limpa, aponta como inelegíveis aqueles que
“tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas
rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de
improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente,
para as eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir
da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do artigo 71 da
Constituição Federal”. Para o Supremo, como o parecer do Tribunal de Contas
é opinativo, ele não seria apto a produzir consequências como a
inelegibilidade.
Gabarito: Certo

28. (CGU – AFC 2012 – ESAF) As contas de gestão do TCU são julgadas pela(o)
a) Congresso Nacional.
b) Câmara dos Deputados.
c) Tribunal de Contas da União.
d) Senado Federal.
e) Supremo Tribunal Federal.
Comentário: O art. 71, II da CF, que trata do julgamento das contas de
gestão, preceitua:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público;

Portanto, quaisquer contas de gestão que envolvam recursos públicos


federais são julgadas pelo TCU, inclusive as dele próprio, referentes às suas
atividades administrativas (contratação de pessoal, aquisição de bens etc),
cujos responsáveis são os servidores da Secretaria e o Presidente do
Tribunal. Por isso, correta apenas a alternativa “c”.
Vale ressaltar que o §2º do art. 56 da LRF, que não foi suspenso pelo

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STF, determina que a CMO emita parecer sobre as contas do TCU.
§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo
previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da
Constituição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais.

Perceba que o Poder Legislativo não julga as contas do Tribunal. A CMO


apenas emite um parecer. Os gestores do TCU recebem quitação do próprio
Tribunal e não do Congresso Nacional. E o TCU não precisa aguardar o
parecer da CMO para julgar suas próprias contas, pois esse parecer não
vincula o julgamento. Na verdade, ante a suspensão do caput do art. 56, não
tem qualquer função prática. O que acaba acontecendo é que o TCU envia
suas contas para a CMO quase que apenas “para constar”.
Por fim, saliente-se que essa sistemática (TC julga suas próprias contas)
não necessariamente é replicada nas demais esferas de governo.
Em alguns Estados, as contas do Tribunal de Contas são julgadas pela
Assembleia Legislativa. Nesse caso, o TC não se pronuncia sobre suas
próprias contas. Seus gestores recebem quitação do Poder Legislativo. E o
parecer emitido pela comissão equivalente à CMO possui uma função mais
efetiva, que é subsidiar o julgamento a cargo do Parlamento. Como vimos, o
STF já apreciou o assunto e não viu problemas.
Em São Paulo, por exemplo, o art. 36 da Constituição local preceitua que
o “Tribunal de Contas prestará suas contas, anualmente, à Assembleia
Legislativa, no prazo de sessenta dias, a contar da abertura da sessão
legislativa”. O art. 20, XXVI, por sua vez, diz que compete exclusivamente à
Assembleia Legislativa “apreciar, anualmente, as contas do Tribunal de
Contas”. Com base nesses dispositivos, podemos dizer que as contas do
TCE-SP são julgadas pela Assembleia Legislativa.
Há ainda o caso dos Tribunais de Contas dos Municípios, responsáveis
pelo controle externo dos municípios do Estado (existentes na BA GO e PA).
Segundo entendimento do STF na ADI 687, tais tribunais, por serem órgãos
estaduais, devem prestar contas perante o Tribunal de Contas do Estado, e
não perante a Assembleia Legislativa.
Gabarito: alternativa “c”

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Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos de pessoal

Constituição Estadual Constituição Federal

III - apreciar, para fins de registro, a III - apreciar, para fins de registro, a
legalidade dos atos de admissão de pessoal, legalidade dos atos de admissão de pessoal,
a qualquer título, na administração direta e a qualquer título, na administração direta e
autarquias, empresas públicas e empresas indireta, incluídas as fundações instituídas e
de economia mista, incluídas as fundações mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, nomeações para cargo de provimento em
excetuadas as nomeações para cargo de comissão, bem como a das concessões de
provimento em comissão, bem como a das aposentadorias, reformas e pensões,
concessões de aposentadorias, reformas e ressalvadas as melhorias posteriores que
pensões, ressalvadas as melhorias não alterem o fundamento legal do ato
posteriores que não alterem o fundamento concessório;
legal do ato concessório;

Pelos dispositivos acima, os atos de pessoal praticados no âmbito da


administração direta ou indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Estado, estão sujeitos a registro, implicando
a apreciação de sua legalidade pelo TCE-SP, da seguinte forma:

O TCE-SP aprecia a legalidade, para fins de registro:


✓ dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta.
✓ das concessões de aposentadorias, reformas e pensões.

Porém, o TCE-SP não aprecia a legalidade, para fins de registro:


✓ das nomeações para cargo de provimento em comissão.
✓ das melhorias posteriores das aposentadorias, reformas e
pensões que não alterem o fundamento legal do ato
concessório.

O TCE-SP determinará o registro dos atos que considerar legais e


recusará o registro dos atos considerados ilegais.
Apreciar para fins de registro significa que todo ato de admissão de
pessoal ou de concessão de aposentadorias, reformas e pensões somente
se completará com o respectivo registro pelo Tribunal de Contas. Efetuado

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o registro, o ato é confirmado; caso contrário, o ato é desconstituído.
Assim, se o Tribunal considerar ilegal a aposentadoria concedida a um
servidor, por não preencher os requisitos de tempo de serviço, por
exemplo, o registro do ato será negado e o órgão de origem deverá cessar
o pagamento dos proventos.
Segundo a jurisprudência do STF, os atos sujeitos a registro possuem
natureza de atos administrativos complexos, que somente se
aperfeiçoam com o registro no Tribunal de Contas.

Admissão de pessoal

Em relação aos atos de admissão de pessoal, o TCE-SP aprecia a


legalidade, para fins de registro, da administração direta e indireta do
Estado e dos Municípios (exceto da capital).
Esse exame engloba os atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, compreendendo as admissões de empregados públicos, regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), da mesma forma que os
servidores estatutários. Aprecia também as admissões em caráter
temporário, geralmente realizadas por empresas públicas e sociedades
de economia mista.
As nomeações para cargo em comissão e função de confiança
constituem a única exceção, sendo dispensadas da apreciação pelo TCE-
SP para fins de registro em vista da precariedade do vínculo com a
Administração, pois são de livre nomeação e exoneração. Vale ressaltar,
contudo, que tais nomeações somente não são submetidas a registro,
mas continuam sujeitas às demais formas de fiscalização do
Tribunal, como auditorias e inspeções, pois, apesar de serem de livre
nomeação e exoneração, devem observância aos ditames constitucionais e
legais.
Na apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal para
fins de registro, o TCE-SP avalia, fundamentalmente, se foi obedecido o
princípio do concurso público e se não está havendo acumulação ilegal de
cargos.

Aposentadorias, reformas e pensões

Quanto às aposentadorias, transferências para a reserva,


reformas e pensões, frise-se que o TCE-SP só aprecia, para fins de
registro, os benefícios concedidos no âmbito da administração direta,

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autárquica e fundacional, ou seja, não inclui as empresas públicas e as
sociedades de economia mista.
Isso porque o dispositivo somente alcança os benefícios que são
pagos com recursos do Tesouro Estadual e Municipal aos servidores
públicos, civis e militares, ou aos seus beneficiários. Assim, o TCE-SP
não aprecia as aposentadorias dos empregados públicos da
administração indireta (empresas públicas e sociedades de economia
mista) concedidas à conta do Regime Geral de Previdência Social (RGPS),
que obedece a regime específico.
É desnecessário novo registro se houver melhoria posterior que
não altere o fundamento legal da concessão do benefício como, por
exemplo, se houver aumento dos proventos do aposentado por conta da
revisão geral de remuneração prevista no art. 37, X da CF, ou por conta
da extensão de alguma gratificação concedida aos servidores ativos.
Entretanto, se, por exemplo, esse mesmo aposentado for beneficiário de
decisão judicial determinando a revisão do seu tempo de serviço e o
consequente recálculo de proventos, houve alteração do fundamento do
ato concessório, de modo que a renovação do registro torna-se
necessária.

29. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC, adaptada) Compete ao Tribunal de Contas


do Estado de São Paulo apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
(A) admissão de pessoal, inclusive as nomeações para cargo de provimento em
comissão.
(B) concessão de pensão, inclusive as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório.
(C) admissão de pessoal, inclusive os das empresas públicas municipais.
(D) concessão de pensão, ressalvadas as melhorias posteriores que alterem o
fundamento legal do ato concessório.
Comentário: Vamos analisar as alternativas à luz do art. 33, III da
Constituição do Estado de São Paulo. Repare que o dispositivo é bastante
semelhante ao estabelecido na Constituição Federal:
Artigo 33 - O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com
auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e autarquias, empresas públicas e

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empresas de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas
as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;

(a) Errada, porque as nomeações para cargo de provimento em


comissão são exceções à apreciação para fins de registro.
(b) Errada, pois as melhores posteriores que não alterem o fundamento
legal da concessão inicial de aposentadorias, reformas e pensões não são
submetidas ao registro do Tribunal de Contas.
(c) Certa. A apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal,
para fins de registro, corresponde os atos praticados tanto na administração
direta como na indireta, incluindo, assim, os atos de admissão nas empresas
públicas municipais.
(d) Errada, pois as melhores posteriores que alterem o fundamento legal
da concessão inicial de aposentadorias, reformas e pensões são sim
submetidas ao registro do Tribunal de Contas; portanto, a palavra
“ressalvadas” macula o item.
Gabarito: alternativa “c”

30. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) Compete ao Tribunal de Contas apreciar, para
fins de registro,
a) a legalidade dos atos de admissão de pessoal.
b) as aberturas de créditos adicionais à Lei Orçamentária Anual.
c) a utilização de recursos recebidos pelos servidores a título de adiantamento de
numerário.
d) as peças contábeis de empresas públicas.
e) as contas anuais prestadas por consórcios intermunicipais.
Comentário: Correta é a “a”, nos termos do art. 71, inciso III, da CF:
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento
em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;
Detalhe é que todas as demais alternativas também indicam objetos que
podem ser fiscalizados pelos Tribunais de Contas; no entanto, não se trata,
em nenhuma dessas opções, de apreciação “para fins de registro”.
Gabarito: alternativa “a”

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31. (TCE/RO – ACE 2013 – Cespe, adaptada) O ato inicial de concessão de


aposentadoria de servidor do estado de São Paulo estará sujeito à apreciação do
TCE/SP, para fins de registro ou exame.
Comentário: O quesito está correto. O Tribunal de Contas aprecia a
legalidade, para fins de registro, das concessões iniciais de aposentadorias,
reformas e pensões na administração direta, autárquica e fundacional,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do
ato concessório inicial. No que tange às concessões iniciais, apenas não são
submetidas a registro as aposentadorias dos empregados públicos da
administração indireta concedidas à conta do Regime Geral de Previdência
Social (empresas públicas e sociedades de economia mista). Como o
enunciado fala em “servidor” do estado, pode-se entender que se trata de
servidor da administração direta, cuja aposentadoria, portanto, está sujeita à
apreciação do Tribunal de Contas para fins de registro.
Gabarito: Certo

32. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Compete ao TCU apreciar, para fins de registro, a
legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, mas essa atribuição não se estende às nomeações para cargo de
provimento em comissão.
Comentário: De acordo com o art. 71, III da Constituição Federal, todo ato
de admissão de pessoal, a qualquer título, da administração direta e indireta
federal, deve ser submetido ao TCU, a fim de que o Tribunal aprecie a
legalidade para fins de registro. A única exceção refere-se às nomeações para
cargos de provimento em comissão, que são de livre nomeação e exoneração,
e não se sujeitam a registro. O mesmo se aplica no TCE-SP, em relação às
nomeações de servidores estaduais e municipais.
Gabarito: Certo

33. (TCU – ACE 2007 – Cespe, adaptada) O Tribunal de Contas do Estado (TCE-
SP) aprecia a legalidade do ato concessivo de aposentadoria e, encontrando-se
este em conformidade com a lei, procede a seu registro. Essa apreciação é
competência exclusiva do TCE-SP e visa ordenar o registro do ato, o que torna
definitiva a aposentadoria, nos termos da lei. Entretanto, se, na apreciação do ato,
detectar-se ilegalidade, não compete ao TCE-SP cancelar o pagamento da
aposentadoria, inclusive para respeitar o princípio da segregação.
Comentário: O quesito está correto. Nos termos do art. 71, III da
Constituição Federal, a competência para conceder ou negar registro ao ato
concessivo de aposentadoria é exclusiva dos Tribunais de Contas, dentro da
respectiva jurisdição. Sendo assim, na esfera estadual e municipal de São
Paulo, a competência é do TCE-SP.

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Para tanto, o Tribunal aprecia se a concessão seguiu ou não os
requisitos legais e regulamentares, como tempo de serviço, tempo de
contribuição etc. Segundo a jurisprudência do STF, o registro pelo Tribunal de
Contas aperfeiçoa o ato ou, em outras palavras, torna a aposentadoria
definitiva. Entretanto, quando o ato de aposentadoria, reforma ou pensão for
considerado ilegal pelo Tribunal, a Corte determinará ao órgão de origem que
adote as providências cabíveis, dentre elas, cessar o pagamento dos
proventos ou benefícios.
Gabarito: Certo

34. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) No ano de 2006, foram encaminhados ao


TCU, para fins de registro, atos de admissão de pessoal e aposentadoria de
magistrados e servidores de um tribunal regional, integrante do Poder Judiciário
federal. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens subsequentes.
Os atos de admissão de pessoal, bem como os atos de concessão de
aposentadorias, inclusive de magistrados, praticados no âmbito do tribunal regional
em questão, devem ser encaminhados ao TCU para fins de registro. Entretanto,
fogem a qualquer controle exercido pelo TCU as nomeações para cargos de
provimento em comissão, bem assim as alterações de aposentadoria que não
alterem o fundamento legal do ato concessório.
Comentário: O TCU aprecia a legalidade para fins de registro de qualquer
admissão de pessoal efetuada no âmbito da administração pública federal,
direta ou indireta, de todos os Poderes, excetuadas as nomeações para cargo
de provimento em comissão (CF, art. 71, III). Assim, os atos de admissão de
magistrados devem ser encaminhados ao TCU para fins de registro, uma vez
que são precedidos de concurso público, não se tratando de cargo de livre
nomeação e exoneração (CF, art. 93, I).
Entretanto, é errado dizer que as nomeações para cargos de provimento
em comissão fogem de qualquer controle exercido pelo TCU. Tais nomeações
apenas não são submetidas a registro, mas, apesar de serem de livre
nomeação e exoneração, estão sujeitas a algumas regras, como por exemplo,
a impossibilidade de nomeação de parentes até 3º grau da autoridade
nomeante (Súmula Vinculante nº 13 do STF) ou a observância dos limites da
LRF para gastos com pessoal. Assim, o TCU pode realizar uma auditoria em
determinado órgão e verificar se as nomeações para cargos de provimento em
comissão estão ou não de acordo com a lei. Veja, por exemplo, a fiscalização
do TCU 5 na folha de pagamento do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados que determinou a suspensão de parcelas acima do teto
constitucional recebidas por ocupantes de cargos em comissão ou funções

5 http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-25/senado-tcu-manda-suspender-salarios-acima-do-
teto-e-devolucao-de-valores-pagos-mais

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de confiança.
Por fim, não é demais lembrar que tais considerações também são
válidas para o controle exercido pelo TCE-SP.
Gabarito: Errado

35. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) Em conformidade com a CF, os atos


relacionados a pessoal que são apreciados pelo TCU para fins de registro ou
reexame não incluem:
a) a admissão de pessoal nas empresas públicas.
b) a admissão de pessoal nas fundações instituídas e mantidas pelo poder público.
c) as nomeações para cargo de provimento em comissão na administração direta.
d) a concessão inicial de pensão.
e) as melhorias posteriores em aposentadorias que tenham alterado o fundamento
legal da concessão inicial.
Comentário: A CF atribuiu ao TCU a competência para apreciar, para fins
de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título,
na administração direta e indireta (CF, art. 71, III), incluídas então as empresas
públicas (letra “a”) e as fundações instituídas e mantidas pelo poder público
(letra “b”). Ainda que os servidores dessas entidades se submetam ao regime
celetista, somente podem ser admitidos mediante concurso público. A única
exceção em relação aos atos de admissão refere-se às nomeações para cargo
de provimento em comissão (letra “c”), que são de livre nomeação e
exoneração. Portanto, a alternativa “c” é a resposta da questão.
Em relação às concessões de aposentadorias, reformas e pensões, os
atos apreciados pelo TCU para fins de registro compreendem as concessões
iniciais (letra “d”), assim como as melhorias posteriores que tenham alterado
o fundamento legal da concessão inicial (letra “e”). A exceção, no caso, são
as melhorias posteriores que não tenham alterado o fundamento legal, assim
como as concessões que se submetem ao Regime Geral de Previdência
Social (empregados públicos).
Lembrando que, pelo princípio da simetria, essas mesmas disposições
se aplicam ao TCE-SP, como, de fato, está presente no art. 33, III da CE/SP.
Gabarito: alternativa “c”

36. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe, adaptada) Considere que o titular de um


órgão do governo estadual tenha nomeado determinado cidadão para o cargo de
chefe do seu gabinete. Nesse caso, o TCE/SP não precisa apreciar, para fins de
registro, a referida nomeação.
Comentário: O cargo de chefe de gabinete, embora não especificado no

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enunciado, geralmente é de provimento em comissão, hipótese que se
enquadra na exceção à apreciação para fins de registro dos atos de admissão
de pessoal. Dessa forma, é correto afirmar que o Tribunal de Contas não
precisa apreciar, para fins de registro, a referida nomeação. Lembre-se,
contudo, de que a nomeação do chefe de gabinete poderá ser objeto das
demais ações de controle empreendidas pelo Tribunal, como auditorias e
inspeções, pois, embora não sujeita a registro, deve observar uma série de
ditames constitucionais e legais, a exemplo do teto constitucional, limites
com gastos de pessoal e proibição ao nepotismo.
Gabarito: Certo

37. (TCDF – Analista 2014 – Cespe, adaptada) Caso um Secretário de Estado


nomeie seu primo para cargo em comissão na respectiva secretaria, caberá ao
TCE-SP apreciar, para fins de registro, a legalidade desse ato de admissão.
Comentário: O item está errado, visto que as nomeações para cargo em
comissão constituem exceção à apreciação para fins de registro. Todavia,
como já comentado, a legalidade e a legitimidade dessa nomeação não
escapam às demais formas de fiscalização do Tribunal de Contas, podendo
ser apreciada em processos de denúncia, representação ou auditoria, por
exemplo.
Gabarito: Errado

38. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) As competências constitucionais dos


tribunais de contas incluem a apreciação da legalidade dos atos de admissão de
pessoal, para fins de registro, e as nomeações para cargos de provimento em
comissão.
Comentário: A redação do enunciado está um pouco confusa. Parece que
a parte final (“e as nomeações para cargos de provimento em comissão”) está
desconectada do restante da frase. Porém, a meu ver, o quesito está mesmo
errado, visto que as nomeações para cargos de provimento em comissão
constituem exceção à apreciação para fins de registro.
Gabarito: Errado
39. (TCDF – Técnico 2014 – Cespe, adaptada) Caso um cidadão seja nomeado
para determinado cargo em comissão na Secretaria de Planejamento, Orçamento e
Gestão, do governo estadual, caberá ao TCE-SP apreciar, para fins de registro, a
legalidade da nomeação.
Comentário: Nos termos do art. 33, III, da Constituição do Estado de São
Paulo, os atos de nomeação para cargo em comissão não são apreciados pelo
Tribunal de Contas para fins de registro, daí o erro.
Gabarito: Errado

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40. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) De acordo com o entendimento do STF,


seria constitucional lei ordinária estadual que determinasse que todos os contratos
celebrados entre o governo do estado e as empresas particulares dependessem de
registro prévio no tribunal de contas estadual.
Comentário: O quesito está errado. Como vimos, o TCU só aprecia, para
fins de registro, atos de admissão de pessoal e de concessão de
aposentadoria. Assim, em observância ao princípio de simetria, lei estadual
não pode prever o registro prévio de contratos pelo Tribunal de Contas
Estadual, visto que tal competência não está prevista na Constituição Federal
para o Tribunal de Contas da União. É o que disse o STF na ADI 916, cuja
ementa é a seguinte:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO. TRIBUNAL DE
CONTAS. NORMA LOCAL QUE OBRIGA O TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL A
EXAMINAR PREVIAMENTE A VALIDADE DE CONTRATOS FIRMADOS PELA
ADMINISTRAÇÃO. REGRA DA SIMETRIA. INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO
SEMELHANTE IMPOSTA AO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. 1. Nos termos do
art. 75 da Constituição, as normas relativas à organização e fiscalização do Tribunal
de Contas da União se aplicam aos demais tribunais de contas. 2. O art. 71 da
Constituição não insere na competência do TCU a aptidão para examinar,
previamente, a validade de contratos administrativos celebrados pelo Poder
Público. Atividade que se insere no acervo de competência da Função Executiva. 3.
É inconstitucional norma local que estabeleça a competência do tribunal de
contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o
Poder Público. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida e julgada procedente.
Medida liminar confirmada.

Gabarito: Errado

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Realizar inspeções e auditorias, por iniciativa própria ou por


solicitação do Poder Legislativo

Constituição Estadual Constituição Federal

V - realizar, por iniciativa própria, da IV - realizar, por iniciativa própria, da


Assembleia Legislativa, de comissão técnica Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
ou de inquérito, inspeções e auditoria de de Comissão técnica ou de inquérito,
natureza contábil, financeira, orçamentária, inspeções e auditorias de natureza contábil,
operacional e patrimonial, nas unidades financeira, orçamentária, operacional e
administrativas dos Poderes Legislativo, patrimonial, nas unidades administrativas
Executivo e Judiciário, do Ministério Público dos Poderes Legislativo, Executivo e
e demais entidades referidas no inciso II; Judiciário, e demais entidades referidas no
inciso II;

O Tribunal de Contas possui competência para realizar auditorias e


inspeções em qualquer unidade da Administração Pública, direta ou
indireta, de todos os Poderes e do Ministério Público. Não há exceção em
relação à ação fiscalizatória do Tribunal de Contas.
As fiscalizações realizadas pelo TC podem ser de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.
Essa fiscalização tem como foco aspectos de legalidade, legitimidade,
economicidade, eficiência, eficácia, efetividade, razoabilidade e
proporcionalidade de atos, contratos e fatos administrativos dos quais
resulte receita ou despesa.
Em especial, no exercício da sua competência fiscalizatória, o TCE-SP
deve “avaliar a execução das metas previstas no plano plurianual, nas
diretrizes orçamentárias e no orçamento anual” (CE/SP, art. 33, IV).
O TCU realiza fiscalização por iniciativa própria ou por solicitação das
casas do Congresso Nacional e respectivas comissões técnicas ou de
inquérito.
Por sua vez, o TCE-SP realiza fiscalização por iniciativa própria ou
por solicitação da Assembleia Legislativa ou de comissões técnicas
ou de inquérito do Legislativo.
A possibilidade de o Tribunal realizar fiscalizações por iniciativa
própria, sem provocação externa, em qualquer órgão ou entidade da
Administração Pública sujeito a sua jurisdição, é uma garantia de
independência conferida à Corte de Contas.

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Quanto às fiscalizações realizadas por iniciativa do Parlamento, a
solicitação, em regra, deve ser ato institucional, ou seja, deve ser
encaminhada pela Assembleia Legislativa ou por suas comissões, e não
por um deputado isolado.
Para o exercício dessa competência, o Tribunal de Contas terá amplo
poder de investigação, cabendo-lhe requisitar e examinar, a qualquer
tempo, todos os elementos necessários ao exercício de suas atribuições,
inclusive os sistemas eletrônicos de processamento e os bancos de dados,
não lhe podendo ser sonegado qualquer processo, documento ou
informação, sob pena de responsabilidade.
Como resultado das atividades de fiscalização, o TCE-SP pode adotar
uma série de medidas, dentre elas: aplicar sanções, expedir medidas
cautelares, assinar prazo para o exato cumprimento da lei, sustar a
execução de ato administrativo, determinar a instauração de tomada de
contas especial, expedir determinações e recomendações etc.

41. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Apesar de ser órgão que auxilia o Poder
Legislativo no controle externo, o TCU pode realizar, por iniciativa própria,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário.
Comentário: O item está perfeito. O auxílio ao Congresso Nacional no
exercício do controle externo não significa subordinação da Corte de Contas.
Prova disso é que os tribunais de contas podem, por iniciativa própria, sem
provocação externa, realizar fiscalizações de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial em qualquer órgão ou entidade da
Administração Pública, seja do Executivo, do Judiciário e mesmo do
Legislativo (CF, art. 71, IV). Assim, pode o TCE-SP, por exemplo, a partir de
decisão tomada com base em critérios próprios, realizar uma auditoria na
Assembleia Legislativa para apurar a eventual existência de servidores
recebendo salários acima do teto constitucional.
Gabarito: Certo

42. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) O papel dos tribunais de contas, no


exercício do controle externo, deve restringir-se à função especializada jurisdicional
ou contenciosa.
Comentário: Recorde-se que o Tribunal de Contas não exerce atividade

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jurisdicional “contenciosa”, ou seja, não soluciona conflitos entre partes,
tarefa que é reservada ao Poder Judiciário, quando provocado. Não obstante,
a Constituição Federal conferiu à Corte de Contas competência para “julgar”
as contas dos administradores públicos (CF, 71, II), mas frise-se: o julgamento
das contas é a única atividade na qual o Tribunal efetivamente julga, isto é,
exerce a função judicante. Nas demais atribuições, os TCs exercem a função
consultiva, corretiva, sancionatória, informativa, normativa, de ouvidoria,
pedagógica e, dentre as mais notáveis, a função fiscalizadora, cujo
fundamento constitucional reside no art. 71, IV.
Gabarito: Errado

43. (TCDF – Técnico 2014 – Cespe, adaptada) Caso houvesse indício de fraude
em procedimento de concessão de anistia fiscal pelo governador de São Paulo, a
realização de auditoria do TCE-SP sobre tal procedimento deveria ser autorizada
pela Assembleia Legislativa.
Comentário: O quesito está errado. Por força do art. 33, V da Constituição
Estadual, o TCE-SP possui a prerrogativa de realizar auditorias por iniciativa
própria, sem precisar de autorização alguma do Poder Legislativo, sempre
que identificar indícios de irregularidades em matérias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial. No caso, a concessão de
anistia fiscal pelo Chefe do Executivo constitui hipótese de renúncia de
receita, matéria sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas, nos termos do
art. 32, da CE/SP:
Artigo 32 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
do Estado, das entidades da administração direta e indireta e das fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas, será exercida
pela Assembléia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.
Gabarito: Errado

44. (TCU – ACE 2000 – ESAF) A fiscalização contábil, financeira e orçamentária


exercida pelo Tribunal de Contas da União atualmente:
a) faz-se sentir no julgamento das contas dos responsáveis sujeitos à sua
jurisdição;
b) exaure-se nas auditorias e inspeções feitas in loco;
c) manifesta-se no registro prévio de licitações e contratos;
d) não alcança os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário;
e) não alcança as entidades da Administração Indireta Federal.
Comentário: Vamos ver cada alternativa, lembrando que os comentários
também são válidos para a realidade do TCE-SP:

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(a) correta, pois uma das atividades mais importantes de controle


externo realizada pelo TCU é o julgamento das contas dos responsáveis
sujeitos à sua jurisdição (CF, art. 71, II);
(b) errada, pois auditorias e inspeções feitas in loco são apenas algumas
das várias atividades de fiscalização exercidas pelo TCU. Como outro
exemplo, pode-se citar a apreciação de atos de pessoal para fins de registro e
o exame de denúncias e representações;
(c) errada, pois o TCU não realiza registro prévio de licitações e
contratos, no sentido de que o pronunciamento do Tribunal seja requisito
para a validade do ato. O TCU fiscaliza licitações e contratos celebrados pela
administração pública federal, por força do art. 71, IV da CF;
(d) errada, pois o TCU pode exercer fiscalização nas unidades
administrativas de todos os Poderes (CF, art. 71, IV);
(e) errada, pois o TCU pode exercer fiscalização nas unidades da
administração direta e indireta (CF, art. 71, IV).
Gabarito: alternativa “a”

Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais

Constituição Estadual Constituição Federal

V - fiscalizar as contas nacionais das


VI - fiscalizar as aplicações estaduais em
empresas supranacionais de cujo capital
empresas de cujo capital social o Estado
social a União participe, de forma direta ou
participe de forma direta ou indireta, nos
indireta, nos termos do tratado
termos do respectivo ato constitutivo;
constitutivo;

O inciso V do art. 71 da Constituição Federal trata da competência


para o TCU fiscalizar os responsáveis pelas contas nacionais das
empresas supranacionais de cujo capital a União participe.
Empresas supranacionais são empresas das quais o governo
brasileiro participa juntamente com o governo de outros países. Exemplos
de empresas supranacionais são a Itaipu Binacional, a Companhia
Nacional de Promoção Agrícola e a Alcântara Cyclone Space, das quais o
Brasil participa juntamente com os governos do Paraguai, do Japão e da
Ucrânia, respectivamente. Cuidado para não confundir empresas
“supranacionais” ou “binacionais” com empresas “multinacionais”. As
últimas não são controladas por entes públicos, como a Coca-Cola, Fiat,
etc.

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As contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital a
União participe, de forma direta ou indireta, estão sob a jurisdição do TCU
(pois são recursos federais) independentemente do percentual da
participação da União em relação aos outros países.
Repare que compete ao TCU fiscalizar apenas as contas nacionais
da empresa supranacional, vale dizer, a jurisdição da Corte de Contas
Federal restringe-se ao montante de recursos aplicados pela União.
Adaptando o dispositivo para a esfera estadual, pode-se dizer que o
TCE-SP tem competência para fiscalizar as aplicações, diretas ou indiretas,
efetuadas pelo Estado no capital social de sociedades empresariais, ainda
que sediadas no exterior. Assim, se o Governo de São Paulo resolver
aportar recursos no capital de determinada empresa e tornar-se sócio
dela, compete ao TCE-SP fiscalizar as razões que motivaram tal aplicação
e os retornos dela advindos. A ação de controle, nesse caso, poderá
ocorrer sobre os representantes do Estado nos conselhos da empresa,
sobre os gestores da Secretaria de Governo responsável pela aplicação
ou, ainda, na hipótese de aporte indireto, sobre a empresa pública ou
sociedade de economia mista que adquiriu a participação.

45. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe, adaptada) A jurisdição do TCE/SP sobre


empresas com sede no exterior e cujo capital seja parcialmente de propriedade de
órgãos públicos estaduais somente é aplicável se a administração pública for
detentora da maioria do capital.
Comentário: Embora a Constituição Estadual não seja explícita acerca da
jurisdição do TCE/SP sobre empresas no exterior, no que diz respeito ao
percentual de participação do Estado no seu capital, vamos raciocinar como a
banca e fazer uma analogia com o disposto na Constituição Federal acerca da
jurisdição do TCU sobre as empresas supranacionais, aplicando o princípio
da simetria.
Assim, da mesma forma que a jurisdição do TCU independe do
percentual de participação da União na empresa supranacional, a jurisdição
do TCE/SP sobre empresas com sede no exterior também independe do
percentual de participação do órgão público estadual no seu capital. Portanto,
o erro está na afirmação de que a administração pública necessita ser
detentora da maioria do capital.
Gabarito: Errado

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Fiscalizar a aplicação de recursos repassados

Constituição Estadual Constituição Federal

II - fiscalizar a aplicação de quaisquer VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer


recursos repassados ao Estado e pelo recursos repassados pela União mediante
Estado, mediante convênio, acordo, ajuste convênio, acordo, ajuste ou outros
ou outros instrumentos congêneres; instrumentos congêneres, a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município;

O dispositivo da Constituição Federal confere competência do TCU


para fiscalizar a aplicação das transferências voluntárias, pelas
quais a União repassa recursos financeiros que lhe pertencem a Estados,
ao Distrito Federal e Municípios para a realização de um objetivo comum
entre as esferas de governo. Essa competência também abrange a
fiscalização dos repasses efetuados a qualquer outra pessoa, física ou
jurídica, pública ou privada.
Os instrumentos comumente utilizados para a realização das
transferências voluntárias são convênios, contratos de repasse e termos
de parceria.
De forma semelhante, então, o TCE-SP possui competência para
fiscalizar a aplicação dos recursos repassados pelo Estado para Municípios
ou para qualquer outra pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
exerça atividades de interesse público.
Em sentido inverso, o TCE-SP também deve fiscalizar a aplicação dos
recursos repassados ao Estado, especialmente pela União, uma vez que o
Estado responde pelo correto emprego desses recursos.
Os recursos repassados por meio convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres não perdem sua natureza pública, federal
ou estadual, conforme o caso, ainda que estejam sendo aplicados por
ente distinto, ou ainda, por pessoas físicas ou entidades privadas; por
isso, se sujeitam à fiscalização do Tribunal de Contas competente.
Fiscalizar a “aplicação” significa dizer que o Tribunal poderá
verificar em que e como os recursos foram gastos. Por exemplo, o TCE-
SP pode fiscalizar se o recurso repassado pelo Estado a determinada
Prefeitura para a construção de uma escola foi realmente aplicado na obra
objeto do convênio (em que) e/ou se as normas para a utilização desses
recursos, como a Lei de Licitações, foram corretamente observadas pelo
gestor municipal (como). Caso sejam constatados desvios ou outras

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irregularidades, o Tribunal poderá imputar débito e aplicar multa aos
servidores municipais responsáveis pela aplicação dos recursos. O mesmo
vale para recursos públicos repassados pelo Governo Estadual a pessoas
físicas ou entidades privadas.
Se, no mesmo exemplo, 60% dos recursos da obra tivessem vindo de
um convênio celebrado entre o Estado e a União, e apenas os 40%
restantes fossem oriundos do orçamento do Estado, então o TCE-SP, caso
verificasse irregularidades, somente poderia exigir ressarcimento até o
limite dos recursos aportados pelo Estado (40%). A recomposição da
parcela correspondente ao montante aportado pela União seria da
competência do TCU. O mesmo raciocínio seria aplicado para uma obra
executada pelo Estado com 100% de recursos da União: o TCE-SP poderia
fiscalizar o empreendimento, mas o ressarcimento de eventual prejuízo
deveria ocorrer a partir de condenação promovida pelo TCU.
Por outro lado, não compete ao TCU fiscalizar a aplicação dos
recursos oriundos das transferências constitucionais obrigatórias,
previstas no art. 159 da CF (Fundo de Participação dos Estados - FPE e
Fundo de Participação dos Municípios - FPM), que são consideradas
receitas originárias dos Estados e Municípios, embora arrecadadas e
repassadas pela União. Em relação a essas transferências, o TCU fiscaliza
somente o repasse, isto é, a entrega dos recursos aos entes
destinatários efetuada pelos órgãos da União; porém, o TCU não fiscaliza
a aplicação desses recursos, sendo tal atribuição competência dos
Tribunais de Contas dos Estados e Municípios.

46. (TCE/SP – Procurador 2011 – FCC) Além de outras atribuições


constitucionais, compete ao Tribunal de Contas da União
a) fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União a Estado,
mediante convênio.
b) apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo.
c) julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República.
d) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos
Estados.
e) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União.
Comentário: A alternativa "a" está CERTA, nos termos do art. 71, VI da
Constituição Federal:

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município;

A alternativa "b" está ERRADA, pois, nos termos do art. 49, IX da


Constituição Federal, é competência do Congresso Nacional – e não do TCU –
apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar
os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
A alternativa "c" está ERRADA, pois o julgamento das contas prestadas
pelo Presidente da República compete ao Congresso Nacional (CF, art. 49, IX,
acima transcrito). Sobre elas, o TCU apenas emite parecer prévio (CF, art. 71,
I):
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu
recebimento;

A alternativa "d" está ERRADA, pois, nos termos do art. 52, IX da


Constituição Federal, trata-se de competência privativa do Senado Federal e
não do TCU:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

A alternativa "e" está ERRADA, pois, nos termos do art. 52, V da


Constituição Federal, também se trata de competência privativa do Senado
Federal e não do TCU:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

Gabarito: alternativa “a”

47. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) Os responsáveis pela aplicação de quaisquer


recursos repassados pela União mediante acordo, à exceção de convênio, estarão
no âmbito da jurisdição do tribunal.
Comentário: O item está errado, devido à exceção apresentada. Nos

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termos do art. 5º, VII da LO/TCU, a jurisdição do Tribunal abrange “os
responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pela União,
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a
Estado, ao Distrito Federal, ou a Município.”
Gabarito: Errado

48. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe, adaptada) Organização


não governamental dotada de personalidade de direito privado que preste serviço
de interesse público e social está automaticamente sujeita à jurisdição do Tribunal
de Contas do Estado (TCE-SP).
Comentário: As entidades privadas, mesmo as que prestam serviço de
interesse público e social, só estão sujeitas à jurisdição do TCE-SP se forem
beneficiárias de recursos públicos provenientes dos orçamentos do Estado
de São Paulo. Assim, a palavra “automaticamente” torna o quesito errado.
Gabarito: Errado

Prestar informações solicitadas pelo Poder Legislativo

Constituição Estadual Constituição Federal

VIII - prestar as informações solicitadas pela VII - prestar as informações solicitadas pelo
Assembleia Legislativa ou por comissão Congresso Nacional, por qualquer de suas
técnica sobre a fiscalização contábil, Casas, ou por qualquer das respectivas
financeira, orçamentária, operacional e Comissões, sobre a fiscalização contábil,
patrimonial e sobre resultados de auditorias financeira, orçamentária, operacional e
e inspeções realizadas; patrimonial e sobre resultados de auditorias
e inspeções realizadas;

Uma das maneiras pelas quais o TCE-SP auxilia a Assembleia


Legislativa no exercício do controle externo é prestando informações sobre
suas atividades de fiscalização.
Atenção deve ser dada aos legitimados para solicitar informações ao
TCU: Congresso Nacional ou qualquer de suas comissões.
Repare que, enquanto a solicitação para realização de auditorias e
inspeções, como vimos anteriormente, pode ser feita apenas pelas
comissões técnicas ou de inquérito, a solicitação de informações
sobre o resultado das fiscalizações pode ser encaminhada por
qualquer comissão do Congresso e suas Casas.

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Já no âmbito do Estado de SP, a solicitação deve ser encaminhada
necessariamente por comissão técnica.
Vale destacar que o TCE-SP deve prestar informações não apenas em
relação às fiscalizações que tenham sido solicitadas pelo Legislativo, mas
sim sobre qualquer fiscalização exercida pelo Tribunal, mesmo aquelas
realizadas por iniciativa própria.

Aplicar sanções previstas em lei

Constituição Estadual Constituição Federal

IX - aplicar aos responsáveis, em caso de VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de


ilegalidade de despesa ou irregularidade de ilegalidade de despesa ou irregularidade de
contas, as sanções previstas em lei, que contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, estabelecerá, entre outras cominações,
multa proporcional ao dano causado ao multa proporcional ao dano causado ao
erário; erário;

Este dispositivo atribui ao TCU e, por consequência, ao TCE-SP, a


competência para aplicar sanções aos seus jurisdicionados. É o
fundamento constitucional da função sancionatória. Ao impor sanções o
Tribunal deverá permitir o contraditório e a ampla defesa.
As sanções impostas pelo Tribunal de Contas devem estar previstas
em Lei, em sentido estrito – princípio da “reserva legal”. Assim, não pode
o Regimento Interno criar alguma sanção que não esteja prevista em Lei
formal, aprovada pelo Legislativo. Mas pode ser em qualquer Lei, não
apenas na Lei Orgânica. No caso do TCE-SP, já estão previstas na sua
Lei Orgânica algumas situações passíveis de sanção pelo Tribunal (LO,
art. 101 a 109).
A multa proporcional ao dano causado erário, prevista na Constituição
Federal, é apenas uma das sanções que podem ser impostas pelo
Tribunal. A CF deixou espaço para a Lei prever outras cominações,
inclusive de caráter não pecuniário, e não só por conta de ilegalidade de
despesas, irregularidade de contas ou dano ao erário. Por exemplo, o TCE-
SP pode aplicar multa ao responsável por sonegação de processo,
documento ou informação em inspeções ou auditorias realizadas pelo
Tribunal (LO, art. 104, V).
Além da multa, a Lei Orgânica do TCE-SP prevê que o Tribunal
poderá, a título de sanção,

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▪ Inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou função de
confiança (art. 106).

▪ Declaração de inidoneidade para licitar e contratar com o Poder Público


(art. 108).

O TCE-SP pode, ainda, expedir medidas cautelares, que não são


propriamente sanções, e sim ações preventivas adotadas pelo Tribunal de
Contas com o objetivo de neutralizar situações lesivas ao erário, reais ou
iminentes, ou, ainda, situações que possam vir a obstruir o exercício do
controle externo.
A possibilidade da adoção de medidas cautelares não está prevista de
forma expressa na Constituição, mas é uma manifestação do poder geral
de cautela. Segundo o entendimento do STF, o poder geral de cautela
decorre, por implicitude, das atribuições que a Constituição
expressamente outorgou aos Tribunais de Contas. De acordo com essa
linha de raciocínio, no momento em que a Constituição atribui a
determinado órgão um rol de competências também atribui a esse órgão
poderes para alcançar tais finalidades, ainda que de forma implícita
(Teoria dos Poderes Implícitos).
Como exemplo de medidas cautelares pode-se mencionar a
suspensão de procedimentos licitatórios e a determinação à autoridade
competente para que suspenda o contrato administrativo, bem como os
pagamentos dele decorrentes. O TCE-SP também pode determinar, a
título de medida cautelar, o afastamento temporário de agente público
que esteja obstruindo fiscalizações, assim como a indisponibilidade de
bens para assegurar o ressarcimento de danos em apuração. A medida
cautelar perdura até que se decida sobre o mérito da questão suscitada.

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49. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) A CF conferiu ao TCU a competência para julgar
as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, porém não atribuiu a esse tribunal
competência para aplicar sanções aos responsáveis quando constatada a
ocorrência de ilegalidade de despesa ou de irregularidade de contas, por se tratar
de competência exclusiva do Congresso Nacional.
Comentário: O art. 71, VIII da CF conferiu ao TCU – e, por simetria, aos
demais tribunais de contas – a competência para aplicar sanções aos
responsáveis quando constatar a ocorrência de ilegalidade de despesa ou a
irregularidade de contas. Não obstante, lembre-se que as sanções impostas
pelo Tribunal devem estar previstas em Lei.
Gabarito: Errado

50. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Caso um agente público
cometa grave infração que provoque prejuízo à União, o órgão central do sistema
de controle interno do Poder Executivo federal poderá aplicar a esse agente multa
de até cem por cento do valor atualizado do dano causado ao erário.
Comentário: Os órgãos do sistema de controle interno não possuem
competência para aplicar multas pecuniárias aos responsáveis por causar
prejuízo ao erário, daí o erro. Tal atribuição, no âmbito da União, é da
competência do TCU, nos termos do art. 71, VIII da CF; por simetria, no âmbito
de São Paulo, a prerrogativa pertence ao TCE-SP.
Gabarito: Errado

Assinar prazo para cumprimento da lei

Constituição Estadual Constituição Federal

X - assinar prazo para que o órgão ou IX - assinar prazo para que o órgão ou
entidade adote as providências necessárias entidade adote as providências necessárias
ao exato cumprimento da lei, se verificada a ao exato cumprimento da lei, se verificada
ilegalidade; ilegalidade;

O dispositivo confere competência ao Tribunal de Contas para, caso


constate ilegalidade em ato ou contrato que esteja em execução (por
exemplo, uma licitação em andamento ou um contrato em vigor), impor
um prazo para que o órgão ou entidade, por intermédio dos seus

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administradores, adote providências para o exato cumprimento da
lei. Lei, nesse caso, ao contrário do inciso anterior, significa também
decreto, regimento interno, portaria, instrução normativa etc., e não
apenas as leis em sentido estrito. Ou seja, buscou-se aqui o respeito ao
princípio da legalidade e não apenas ao da reserva legal.
As providências adotadas pelo órgão ou entidade para o exato
cumprimento da lei podem envolver a correção do ato ou contrato
impugnado, ou mesmo, a sua anulação.
E se o responsável não adotar as providências determinadas pelo
Tribunal? Vamos ver o que acontece...

Sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado

Constituição Estadual Constituição Federal

XI - sustar, se não atendido, a execução do X - sustar, se não atendido, a execução do


ato impugnado, comunicando a decisão à ato impugnado, comunicando a decisão à
Assembleia Legislativa; Câmara dos Deputados e ao Senado
§ 1º - No caso de contrato, o ato de Federal;
sustação será adotado diretamente pela § 1º - No caso de contrato, o ato de
Assembleia Legislativa que solicitará, de sustação será adotado diretamente pelo
imediato, ao Poder Executivo as medidas Congresso Nacional, que solicitará, de
cabíveis. imediato, ao Poder Executivo as medidas
cabíveis.
§ 2º - Se a Assembleia Legislativa ou o
Poder Executivo, no prazo de noventa dias, § 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder
não efetivar as medidas previstas no Executivo, no prazo de noventa dias, não
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a efetivar as medidas previstas no parágrafo
respeito. anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

Se, no prazo determinado pelo Tribunal, o órgão ou entidade não


adotar as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, o
ato administrativo ou o contrato administrativo irregular poderá ser
sustado.
Sustar significa retirar a eficácia do ato ou contrato, que, então,
deixa de produzir efeitos, mas não desaparece do mundo jurídico. É
diferente da anulação, em que o ato ou contrato deixa de existir. O
Tribunal de Contas não tem poderes para, por si só, anular ato ou

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contrato, o que somente pode ser feito pela própria Administração ou pelo
Poder Judiciário.
Porém, a sustação do ato administrativo pode ser realizada pelo
TCE-SP ou, no caso de contrato administrativo, pela Assembleia
Legislativa. O procedimento é o seguinte:
➢ O TCE-SP verifica a ilegalidade de ato ou contrato em execução e
assina prazo para o exato cumprimento da lei. Caso as providências forem
adotadas no prazo determinado, o processo termina aqui. Caso negativo,
os procedimentos diferem em relação a atos e contratos.

➢ Em caso de ato administrativo: o TCE-SP susta a execução


do ato impugnado e comunica a decisão à Assembleia Legislativa.

➢ Em caso de contrato administrativo: o TCE-SP comunica o


fato à Assembleia Legislativa. Por sua vez, a Assembleia Legislativa
susta, diretamente, o contrato e solicita, de imediato, ao
Poder Executivo, as medidas cabíveis.
E se, no prazo de 90 dias, contados da comunicação do TCE-SP, a
Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo não efetivarem tais medidas,
o Tribunal decidirá a respeito da sustação do contrato.

Atente que, no plano federal, ao sustar ato impugnado, o TCU


comunica a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal,
separadamente (CF, art. 71, X); já no caso de sustação de contrato, a
comunicação do TCU é feita à instituição Congresso Nacional. Já em São
Paulo, em ambos os casos, a comunicação do TCE-SP é dirigida à
Assembleia Legislativa.
A distinção de procedimentos dependendo se a sustação for de ato ou
contrato decorre da natureza jurídica desses institutos. Enquanto o ato
administrativo é uma manifestação unilateral da Administração Pública, o
contrato administrativo é uma manifestação bilateral, resultado de um
ajuste de vontades. Assim, a sustação de contratos seria uma ação mais
complexa, por isso o processo é mais complicado, eis que envolve direitos
e obrigações entre partes e a compatibilização dos efeitos jurídicos daí
decorrentes.
Por fim, registre-se que, conforme já se pronunciou o STF6, o Tribunal
de Contas – embora não tenha competência para anular ou sustar

6 MS 23.550

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contratos administrativos – tem competência para determinar à
autoridade administrativa que promova a anulação do contrato,
ouvindo previamente a empresa contratada.
Vamos ver como esse assunto é explorado nas provas.

51. (TCE/PR – AC 2011 – FCC) No controle externo, é competência do Tribunal


de Contas
a) sustar, de imediato, contrato administrativo eivado de ilegalidade.
b) decidir a respeito de sustação de contrato administrativo, caso o Congresso
Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90 dias, não cumpram com as
atribuições constitucionais que lhes competem.
c) anular contrato administrativo, caso seja apurado em auditoria que o mesmo não
atendeu aos requisitos legais para ser celebrado, imputando pena de multa
proporcional ao dano ao erário.
d) revogar contrato administrativo impugnado quando, decorrido o prazo de 180
dias, o Congresso Nacional ou o Poder Executivo competente não o fizer.
e) sustar, anular ou revogar contrato administrativo celebrado sem prévia licitação
ou com licitação em modalidade não adequada à espécie de contrato, desde que o
Poder Executivo competente deixe de agir no prazo previamente assinado.
Comentário: Vamos examinar cada opção:
a) ERRADA, pois, ao contrário do que ocorre quando se trata de
ato administrativo, o Tribunal de Contas não tem competência para sustar, de
imediato, contrato administrativo eivado de ilegalidade, devendo comunicar o
fato ao Poder Legislativo, ao qual compete adotar a sustação e solicitar ao
Poder Executivo as medidas cabíveis.
b) CERTA. De fato, o Tribunal de Contas pode decidir a respeito da
sustação de contrato apenas caso o Poder Legislativo, ou o Poder Executivo,
no prazo de 90 dias, não cumpram com as atribuições constitucionais que
lhes competem.
c) ERRADA. O Tribunal de Contas não tem poderes para, por si só, anular
contrato administrativo, o que somente pode ser feito pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário, daí o erro.
Todavia, lembre-se de que, conforme já reconheceu o STF, o Tribunal de
Contas pode determinar que a Administração anule o contrato. Vejamos a
ementa do MS 23.550:
EMENTA: I. Tribunal de Contas: competência: contratos administrativos (CF, art. 71,

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IX e §§ 1º e 2º). O Tribunal de Contas da União - embora não tenha poder para anular
ou sustar contratos administrativos - tem competência, conforme o art. 71, IX, para
determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for
o caso, da licitação de que se originou.
Assim, conforme a decisão da Suprema Corte, quando o TCU ou, por
analogia, os demais TCs, entenderem que a única forma de conseguir sanar a
ilegalidade é por meio da anulação do contrato, pode assinar prazo para que o
órgão adote essa providência. Nesse mesmo julgado, o STF fixou a orientação
de que o TC só pode determinar a algum órgão que anule contrato
administrativo após conceder à empresa contratada a oportunidade de ampla
defesa e contraditório. Isso porque a anulação do contrato pode redundar em
situação desfavorável ao contratado, devendo, portanto, ser-lhe concedido o
direito de se pronunciar a respeito.
d) ERRADA, pois o prazo é de 90 dias e não de 180. Ademais, o correto é
sustar, em vez de revogar.
e) ERRADA, pois o Tribunal só poderia sustar o contrato na hipótese de o
Executivo ter deixado de agir após solicitação do Congresso, tendo este sido
provocado pelo Tribunal de Contas. De qualquer forma, em hipótese alguma,
o Tribunal de Contas poderia anular ou revogar o contrato, visto que tais
medidas cabem apenas à própria Administração ou, no caso da anulação,
também ao Judiciário.
Gabarito: alternativa “b”

52. (TCE/SP – Procurador 2011 – FCC) A Constituição Federal dispõe que


compete ao Tribunal de Contas da União sustar, se não atendido, a execução do
ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal. Entretanto, no caso de contrato o ato de sustação será
a) adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao
Poder Executivo as medidas cabíveis, mas se o Congresso Nacional ou o Poder
Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as referidas medidas, o Tribunal
de Contas da União decidirá a respeito.
b) proferido pelo Senado Federal, que solicitará de imediato, ao Presidente da
República as medidas cabíveis, mas se o Presidente da República, no prazo de
noventa dias, não efetivar as referidas medidas, o Tribunal competente decidirá a
respeito.
c) adotado diretamente pelo Poder Executivo, que solicitará, de imediato, ao
Congresso Nacional as medidas cabíveis, mas se o Congresso Nacional, no prazo
de trinta dias, não efetivar as medidas citadas, o Senado Federal decidirá a
respeito.
d) poderá ser adotado pelo Tribunal de Contas, quando o Congresso Nacional,

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através de resolução, expressamente autorizar.
e) será adotado diretamente pelo Presidente da República, que solicitará, de
imediato, ao Supremo Tribunal Federal as medidas cabíveis, mas se o Supremo
Tribunal Federal, no prazo de trinta dias, não efetivar as medidas previstas no
parágrafo anterior, o Tribunal de Contas da União decidirá a respeito.
Comentário: Sobre a sustação de contratos, dispõe a Constituição
Federal em seu art. 71, §§ 1º e 2º:
Art. 71 (...)
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo
Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas
cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não
efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

Das alternativas do quesito, apenas a letra "a" corresponde exatamente


ao disposto no texto constitucional. Todas as demais apresentam erros
grosseiros que não escapariam aos olhos do candidato razoavelmente
preparado.
Gabarito: alternativa “a”

53. (TCU – AUFC 2010 – Cespe, adaptada) No caso de o diretor de órgão


público não atender à determinação do TCE-SP para anular um ato, competirá ao
próprio TCE-SP sustar a execução do ato impugnado.
Comentário: O item está correto. Verificada a ilegalidade de ato
administrativo, o TCE-SP assina prazo para que o órgão ou entidade adote as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, o que pode envolver a
correção ou a anulação do ato (CF, art. 71, IX). Mas cuidado!!! Não é o TCE-SP
quem corrige ou anula o ato, mas sim o responsável, ou seja, o administrador
do órgão ou entidade que praticou o ato ilegal. Caso o responsável não adote
as providências no prazo determinado, aí sim competirá ao próprio TCE-SP
sustar (não anular ou corrigir) a execução do ato impugnado, comunicando a
decisão à Assembleia Legislativa.
Gabarito: Certo

54. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) No caso de irregularidade em contrato


administrativo, este será sustado diretamente pelo Congresso Nacional, que terá de
solicitar, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. Nessa situação, se,
no prazo de noventa dias, o Congresso Nacional permanecer inerte ou se o Poder
Executivo não adotar as medidas que lhe sejam solicitadas, caberá ao TCU emitir
decisão.
Comentário: O item está correto. Com efeito, o procedimento que vimos

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para sustação de atos e contratos em SP deriva do previsto no art. 71, §§ 1º e
2º da CF. Assim, no plano federal, a competência primária para sustar
contratos administrativos ilegais é do Congresso Nacional, que solicitará, de
imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis. Se, no prazo de 90 dias, o
Congresso ou o Poder Executivo não sanearem a ilegalidade, o TCU decidirá a
respeito, podendo decidir pela sustação ou não do contrato impugnado.
Gabarito: Certo

55. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) Compete ao TCU sustar, de imediato,


contratos comprovadamente lesivos ao patrimônio público.
Comentário: Errado, pois o TCU somente pode decidir sobre a sustação
do contrato se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo não adotarem as
medidas cabíveis no prazo de 90 dias.
Gabarito: Errado

56. (TCU – ACE 2006 – ESAF, adaptada) Desde que não se refira a contrato
administrativo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) poderá sustar a execução
de ato impugnado, se o órgão, no prazo assinado pelo TCE-SP, não adotar as
providências necessárias para a correção de ilegalidades identificadas.
Comentário: A assertiva está correta. O ato impugnado poderá ser
sustado pelo TCE-SP após transcorrido o prazo determinado sem que as
providências necessárias à correção das ilegalidades tenham sido
implementadas. Porém, isso é correto apenas para ato administrativo e não
para contrato. No caso de contrato administrativo, compete, à Assembleia
Legislativa adotar, diretamente, o ato de sustação, solicitando, de imediato, ao
Poder Executivo, as medidas cabíveis.
Gabarito: Certo

57. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe, adaptada) Se, após verificar a


existência de irregularidades em certos procedimentos licitatórios de determinada
entidade, o TCE-SP assinar prazo para que sejam adotadas providências para o
exato cumprimento da lei e, apesar disso, não forem adotadas as providências
apontadas, o próprio TCE-SP poderá sustar a execução do ato impugnado,
comunicando tal decisão à Assembleia Legislativa.
Comentário: O quesito está correto, eis que o procedimento licitatório é
um conjunto de atos administrativos. Portanto, verificada ilegalidade, o TCE-
SP assina prazo para o cumprimento da lei e, se não atendido, susta a
execução do ato impugnado, comunicando a decisão à
Assembleia Legislativa.
Gabarito: Certo

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58. (MPE/AM – Promotor 2007 – Cespe) A sustação, pelo Congresso Nacional,


de atos normativos que exorbitem do poder regulamentar configura controle
externo.
Comentário: A questão está correta, de acordo com o art. 49, V da CF.
Cuidado: O TCU susta atos administrativos (CF, art. 71, X), e o Congresso
Nacional, além dos contratos, susta atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
Similarmente, no Estado de São Paulo, o TCE-SP susta atos
administrativos e a Assembleia Legislativa susta contratos e também atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar.
Gabarito: Certo

59. (TCU – TEFC 2012 – Cespe) O TCU, se não for atendido em suas
solicitações, poderá sustar a execução de ato impugnado, comunicando a decisão à
Câmara dos Deputados e ao Senado Federal.
Comentários: O quesito está correto, nos termos do art. 71, X da CF:
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à
Câmara dos Deputados e ao Senado Federal.

Observe que, no plano federal, o TCU susta o ato e comunica a decisão à


Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, separadamente, e não apenas
Congresso Nacional.
Gabarito: Certo

60. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe, adaptada) O TCE/SP não poderá sustar de
imediato contrato que tenha sido considerado lesivo ao erário por decisão final
irrecorrível.
Comentário: O item está correto, eis que, nos termos do art. 71, §1º da
CF, a competência para sustar, de imediato, contrato lesivo ao erário é do
Poder Legislativo, após receber comunicação do Tribunal de Contas a
respeito de ilegalidade não saneada no prazo fixado.
Gabarito: Certo

61. (TCU – AUFC 2013 – Cespe, adaptada) No uso de sua função sancionadora,
pode o TCE-SP, no caso de ilegalidade, fixar prazo para que o órgão ou entidade
adote providências necessárias ao exato cumprimento da lei.
Comentário: A fixação de prazo para o exato cumprimento da lei é
atribuição inserida na função corretiva, e não na sancionadora, visto que o
objetivo dessa deliberação é corrigir a ilegalidade constatada pelo Tribunal, e
não punir o gestor. Não é por outra razão que, ao fixar prazo para o exato

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cumprimento da lei, o Tribunal deve fazer indicação expressa dos dispositivos
a serem observados, visando ao saneamento do erro. Se o gestor observar os
dispositivos indicados e corrigir a ilegalidade, não haverá imposição de
sanção alguma.
O uso da função sancionadora ocorreria apenas em momento posterior,
na hipótese de a determinação do Tribunal não ser atendida, quando então
haveria a aplicação de multa concomitantemente às providências específicas
para a sustação do ato ou contrato, conforme o caso.
Gabarito: Errado

Representar abusos ou irregularidades ao Poder competente

Constituição Estadual Constituição Federal

XII - representar ao Poder competente XI - representar ao Poder competente sobre


sobre irregularidades ou abusos apurados; irregularidades ou abusos apurados.
XIV - comunicar à Assembleia Legislativa
qualquer irregularidade verificada nas
contas ou na gestão públicas, enviando-lhe
cópia dos respectivos documentos.

O Tribunal deve representar, isto é, informar ao Poder competente


pela supervisão setorial sobre irregularidades ou abusos na administração
contábil, financeira, orçamentária e patrimonial.
Por este inciso da Constituição Federal, o Tribunal de Contas também
tem o dever de informar ao Poder competente sobre irregularidades ou
abusos apurados no exercício do controle externo, mas que estejam fora
da sua esfera de competências.
Por exemplo, se em uma auditoria o TCE-SP verificar a ocorrência de
um ilícito penal, como o crime de gestão fraudulenta, o Tribunal deve
comunicar o fato ao Ministério Público da Estadual, a quem compete
apurar e ingressar com as ações penais cabíveis junto ao Poder Judiciário.
Igualmente, caso verifique qualquer irregularidade nas contas ou na
gestão públicas, deve comunicar à Assembleia Legislativa, para que esta
possa exercer suas competências de controle político, como a instauração
de uma CPI, por exemplo.

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Encaminhar relatório de atividades ao Poder Legislativo

Constituição Estadual Constituição Federal

§ 3º - O Tribunal encaminhará à Assembleia § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso


Legislativa, trimestral e anualmente, Nacional, trimestral e anualmente, relatório
relatório de suas atividades. de suas atividades.

O TCE-SP deve encaminhar relatório de suas atividades à


Assembleia Legislativa, trimestral e anualmente.
Não esqueça que o Poder Legislativo é o titular do controle externo.
Assim, o relatório de atividades mantém o Parlamento informado sobre os
resultados das ações empreendidas pela Corte de Contas, levando a
situação geral das finanças públicas ao conhecimento do Parlamento, bem
como demonstrando as economias e ganhos provenientes da atuação do
TCE-SP.
*****
Ok pessoal, terminamos aqui o estudo das competências atribuídas
ao TCE-SP pelo art. 33 da Constituição Estadual que, como vimos, é o
espelho do art. 71 da Constituição Federal. Há ainda o §3º, que atribui
eficácia de título executivo às decisões do Tribunal de que resulte débito e
multa, assunto apresentado na aula passada. Passaremos então a estudar
outros importantes artigos constitucionais relativos ao Tribunal de Contas.
Vamos avançar!

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ART. 74, §2º, CF <> ART. 35, §2º, CE/SP

Decidir sobre denúncias

Constituição Estadual Constituição Federal

Art. 32. (...) Art. 74. (...)


§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, §2º - Qualquer cidadão, partido político,
associação ou entidade sindical é parte associação ou sindicato é parte legítima
legítima para, na forma da lei, denunciar para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ao Tribunal de Contas ou à irregularidades ou ilegalidades perante o
Assembleia Legislativa. ==68b3a==

Tribunal de Contas da União.

Uma importante competência do Tribunal de Contas é decidir sobre


denúncia apresentada por qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato.
De forma semelhante, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) dispõe
que qualquer CAPPS (cidadão, associação, partido político ou sindicato) é
parte legítima para denunciar ao Tribunal de Contas o descumprimento
das prescrições estabelecidas na referida Lei (LRF, art. 73-A).
Por meio da denúncia, os legitimados levam ao conhecimento do
Tribunal a ocorrência de irregularidades e ilegalidades que envolvam
matérias de competência da Corte de Contas, ou seja, fatos relacionados
à administração contábil financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial do orçamento da União, do Estado ou de Município.
As denúncias que preencham os requisitos de admissibilidade
(basicamente, não ser anônima e estar acompanhada de elementos
comprobatórios) deverão ser obrigatoriamente apuradas pelo Tribunal.
Ao examinar os elementos da denúncia, o Tribunal de Contas, após
as devidas apurações, decide pela procedência ou não do fato
denunciado, podendo ainda, se for o caso, impor sanções, fazer
determinações para correção de irregularidades, sustar atos ilegais, além
de outras ações inseridas no seu rol de competências.

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ART. 161, PARÁGRAFO ÚNICO, CF

Recursos do FPE e do FPM

Constituição Federal

Art. 161. Cabe à lei complementar:


(...)
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente
sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o
equilíbrio socioeconômico entre Estados e entre Municípios;
(...)
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes
aos fundos de participação a que alude o inciso II.

O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal


(FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), previstos no
art. 159, I da CF, são constituídos com parte dos recursos arrecadados
pela União por meio do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), com a finalidade de promover o equilíbrio
socioeconômico entre Estados e entre Municípios.
O art. 161, parágrafo único da CF dispõe que o Tribunal de Contas
da União efetuará o cálculo das quotas referentes a esses Fundos,
observando os critérios e procedimentos de rateio estabelecidos em Lei
Complementar7. Portanto, essa é uma competência própria do TCU,
não extensível ao TCE-SP.
Além de efetuar o cálculo das quotas do FPE e FPM, o TCU fiscaliza se
a entrega dos recursos foi realizada corretamente pelos órgãos da União
responsáveis, ou seja, se as quotas calculadas pelo Tribunal foram
observadas (RI/TCU, art. 253, I).
Já o controle da aplicação do montante entregue pela União a título
de FPE e FPM, isto é, a verificação de como e em que esses recursos
serão utilizados no destino, compete aos respectivos tribunais de contas
estaduais e municipais. No Estado de São Paulo, portanto, essa tarefa
cabe ao TCE-SP.

7 Lei Complementar 62/1989 (FPE) e Lei Complementar 91/1997 (FPM)

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A competência dos tribunais de contas locais deriva do fato de que os
recursos do FPE e FPM são considerados receitas estaduais e
municipais de origem. À União cabe apenas arrecadá-los e passá-los
adiante, por força de mandamento constitucional.
Existem outras situações em que a União, por determinação
constitucional ou legal, transfere recursos às demais esferas de governo.
Como exemplo, pode-se mencionar o IPI-Exportação, que divide a
arrecadação do IPI com os Estados produtores, proporcionalmente ao
valor das respectivas exportações de produtos industrializados. Em
relação ao repasse do IPI-Exportação, o TCU também efetua o cálculo
das quotas e fiscaliza a entrega dos recursos aos Estados e ao Distrito
Federal, cabendo aos tribunais de contas locais a fiscalização da
aplicação dos recursos, da mesma forma que no caso do FPE e FPM.

O percentual da arrecadação do IR e IPI a ser destinado ao FPE


e FPM já está definido na Constituição: 21,5% para o FPE e 24,5% para o FPM
(art. 159, I8). O TCU não efetua esses cálculos.
O cálculo realizado pelo TCU refere-se ao percentual de participação de cada
Estado e Município nesses Fundos, considerando informações relativas à população
fornecidas pelo IBGE. O TCU também não calcula o valor a ser repassado, mas
apenas os coeficientes, ou quotas, de participação.
As mesmas considerações valem para o IPI-Exportação, que corresponde a 10% da
arrecadação do IPI, conforme definido na CF (art. 159, II).

Vale ficar atento em relação aos fundos constitucionais do Norte


(FNO), Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO). Não os confunda com o FPM
e FPE somente por estarem previstos na Constituição Federal! Os recursos
do FNO, FNE e FCO são federais e, por isso, o TCU, e não os tribunais de
contas locais, fiscaliza a aplicação desses recursos.

8 Alterado pela EC 55/2007 e pela EC 84/2014.

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TCU: calcula as quotas; fiscaliza a entrega


FPE TCE-SP: fiscaliza a aplicação pelo Estado

TCU: calcula as quotas; fiscaliza a entrega


FPM TCE-SP: fiscaliza a aplicação pelos Municípios (exceto a capital)

62. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) Não é competência do TCU fiscalizar a


aplicação, pelos municípios, de recursos do FPM. Consoante disposto na
Constituição Federal, ao TCU compete efetuar o cálculo das cotas referentes a
esse fundo e também ao Fundo de Participação dos Estados.
Comentário: A parcela de recursos do IR e IPI destinada aos Fundos
de Participação (FPE e FPM) constitui receita originária dos Estados, DF e
Municípios. Por determinação constitucional, a União somente arrecada e
passa adiante esses recursos, cabendo aos entes da federação destinatários
decidir como eles serão aplicados. Uma vez que os recursos do FPE e FPM
não são federais, mas sim estaduais e municipais, respectivamente, o
controle da sua aplicação pelos Estados e Municípios compete aos
respectivos dos tribunais de contas locais; portanto está fora da
competência do TCU. Não obstante, a Constituição conferiu ao TCU a
atribuição de calcular as quotas referentes a esses Fundos, isto é, os
coeficientes individuais de participação de cada ente da federação no
Fundo, de acordo com as normas e critérios estabelecidos em Lei
Complementar (CF, art. 161). Ademais, o TCU fiscaliza se a entrega dos
recursos do FPE e do FPM foi realizada corretamente, de acordo com as
quotas calculadas, pelos órgãos da União responsáveis.
Gabarito: Certo

Para terminar, vamos estudar uma importante competência dos


Tribunais de Contas reconhecida pelo STF: o controle de
constitucionalidade de leis e atos normativos do Poder Público.

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELOS TCS

Súmula 347 do STF


O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.

Pela Súmula 347, o STF reconhece que os Tribunais de Contas, no


exercício de suas atribuições, pode exercer controle de
constitucionalidade.

A Súmula 347 diz apreciar, que


equivale a negar a aplicação, mas
é diferente de declarar.

Apreciar a constitucionalidade, ou negar a aplicação de dispositivo


inconstitucional, é exercer controle difuso, ou seja, incidental, no caso
concreto, com efeitos entre as partes, e apenas em matérias da
competência do Tribunal de Contas. Declarar a inconstitucionalidade,
por outro lado, é controle abstrato, cuja competência é exclusiva do Poder
Judiciário.
Já sabemos que os Tribunais de Contas apreciam aprecia a legalidade
de atos administrativos, e que o exame de legalidade consiste em verificar
se os atos estão em conformidade com leis, decretos, regimentos,
estatutos etc. O controle de constitucionalidade exercido pelos Tribunais
de Contas é uma extensão desse controle de legalidade.
Para entender melhor, imagine a seguinte situação: determinada
Secretaria de Governo contratou serviços para a execução de uma obra
sem realizar licitação, sendo que a contratação não se enquadrava em
nenhuma das hipóteses de dispensa ou inexigibilidade previstas na Lei de
Licitações. A decisão do gestor foi tomada com base em um Decreto do
Poder Executivo que dispensou a Secretaria da realização de licitações, em
quaisquer condições. Então, pergunta-se: a conduta do gestor pode ser
considerada legal, por estar de acordo com o referido Decreto? De forma
mais clara: o TCE-SP, ao examinar a contratação sob o aspecto da
legalidade, deverá considerar como critério de análise o Decreto do Poder
Executivo, que permite a dispensa de forma afrontosa à Lei e à
Constituição, ou deverá levar em conta a própria Constituição, que
prescreve a necessidade de licitação para a contratação de obras públicas?

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É claro que, se o TCE-SP fundamentar sua decisão no Decreto,
aprovando a conduta do gestor, a própria decisão do Tribunal estará
afrontando a Constituição. O controle de legalidade, nesse caso, deve se
fundamentar na Lei Maior, afastando a incidência da norma
inconstitucional no caso concreto, mas sem declarar a
inconstitucionalidade em tese da norma do Executivo. Ou seja, o
Decreto ainda permanecerá no mundo jurídico, porém sem efeitos no caso
concreto examinado pelo Tribunal, isto é, o Tribunal negará a aplicação
do Decreto no caso. É esse o sentido da Súmula do STF.
Por fim, vale mencionar que a competência dos Tribunais de Contas
para apreciarem a constitucionalidade de leis e atos normativos
não afasta o reexame da matéria pelo Poder Judiciário.

63. (TCE/MA – Analista 2005 – FCC) No exercício de suas atribuições, os


Tribunais de Contas:
a) podem apreciar a constitucionalidade de leis e dos atos do Poder Público.
b) podem apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público,
somente quando provocado.
c) podem apreciar a constitucionalidade das leis, mas não dos atos do Poder
Público.
d) não podem apreciar a constitucionalidade das leis, mas tão somente dos atos do
Poder Público.
e) não podem apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
Comentário: Nos termos da Súmula 347 do STF: “O Tribunal de Contas,
no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis
e dos atos do Poder Público”. Como se vê, não há necessidade de
provocação, ou seja, o Tribunal pode apreciar a constitucionalidade por
iniciativa própria. Portanto, das alternativas apresentadas, somente a primeira
está correta.
Gabarito: alternativa “a”

64. (TCE/MA – Procurador 2005 – FCC) Insere-se no rol das competências


institucionais do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão apreciar a
constitucionalidade
a) das leis e dos atos dos Poderes Públicos estadual e municipais
b) das leis dos Poderes Públicos estadual e municipais, sendo-lhe vedado apreciar

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a constitucionalidade dos atos desses Poderes
c) dos atos dos Poderes Públicos estadual e municipais, sendo-lhe vedado apreciar
a constitucionalidade das leis desses Poderes.
d) das leis e dos atos dos Poderes Públicos municipais, sendo-lhe vedado apreciar
a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público estadual.
e) das leis e dos atos do Poder Público estadual, sendo-lhe vedado apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos dos Poderes Públicos municipais.
Comentário: Questão semelhante a anterior. O detalhe aqui é saber que a
competência do Tribunal de Contas para apreciar a constitucionalidade das
leis e dos atos do Poder Público abrange as esferas estadual e municipal.
Portanto, correta apenas a opção “a”.
Gabarito: alternativa “a”

65. (TCU – TCE 2007 – Cespe, adaptada) Considere que uma lei estadual
dispense concurso público para o provimento do cargo de consultor legislativo da
Assembleia Legislativa. Nesse caso, quando o TCE-SP for apreciar essas
nomeações, deixará de aplicar a lei, julgando com fundamento na Constituição.
Esse controle feito pelo tribunal é denominado controle abstrato da
constitucionalidade.
Comentário: A primeira parte do quesito, que diz que o TCE-SP deverá
deixar de aplicar a lei, está correta. A referida lei, ao dispensar o concurso
público para provimento do cargo de consultor da Assembleia Legislativa,
flagrantemente afronta o disposto no art. 37, II da Constituição Federal, que
estabelece a necessidade de aprovação prévia em concurso para a
investidura em cargo ou emprego público. Portanto, o TCE-SP deve afastar a
incidência da lei inconstitucional ao apreciar as nomeações dos consultores,
decidindo apenas com base na própria Constituição Federal. Assim, a
nomeação de um consultor sem concurso deveria ser considerada ilegal pelo
TCE-SP, mesmo se a Administração da Assembleia Legislativa invocar a
referida lei como fundamento para sua defesa.
Não obstante, a parte final do quesito está errada, pois esse tipo de
controle de constitucionalidade exercido pelo TCE-SP opera efeitos somente
no caso concreto, ou seja, é controle difuso, incidental, e não abstrato, em
tese, como afirma o quesito. O controle abstrato de constitucionalidade é da
competência privativa do Poder Judiciário, portanto, fora da esfera de
atribuições do Tribunal de Contas.
Gabarito: Errado

66. (TCE/PE – Auditor das Contas Públicas 2004 – Cespe) Somente o Tribunal
de Contas da União (TCU) pode afastar a aplicação de uma lei federal por
inconstitucionalidade. Aos tribunais de contas dos estados e dos municípios é

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vedada essa prerrogativa.
Comentário: Os Tribunais de Contas apenas podem apreciar a
constitucionalidade de leis e atos normativos no caso concreto, mas não
declarar uma lei ou ato inconstitucional, retirando-a do mundo jurídico. Tal
prerrogativa é extensiva aos tribunais de contas dos estados e dos
municípios. Por exemplo: se, ao examinar determinado ato de gestão
praticado por um de seus jurisdicionados com base em lei federal, o TCE-SP
avaliar que a aludida lei federal não condiz com a Constituição, deve afastar
sua incidência no caso concreto, independentemente da origem da lei, sob de
pena de sua decisão também afrontar a Constituição.
Gabarito: Errado

67. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe) O TCU pode declarar a


constitucionalidade de uma lei, bem como negar sua aplicação.
Comentário: O TCU poder apreciar a constitucionalidade de uma lei e
negar a aplicação, porém não lhe é facultado declarar a constitucionalidade,
que é controle abstrato, em tese, privativo do Poder Judiciário, daí o erro.
Gabarito: Errado

68. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) A constitucionalidade de lei que estabeleça a


concessão da aposentadoria em condições especiais a determinada categoria de
funcionários públicos federais poderá ser apreciada pelo Tribunal de Contas da
União.
Comentário: A assertiva está correta. Mas lembre-se de que o TCU, assim
como os demais Tribunais de Contas, só aprecia a constitucionalidade em
casos concretos, com efeitos inter partes. Por exemplo: considere que o
Tribunal está deliberando sobre um processo em que se analisa, para fins de
registro, a legalidade do ato administrativo que concedeu aposentadoria para
determinado servidor com base na lei apresentada no comando da questão.
Nessa hipótese, o Tribunal poderia apreciar a constitucionalidade da referida
lei, e caso a considerasse não harmônica com a Carta Magna, poderia deixar
de aplica-la no caso em exame, ou seja, passaria a examinar a legalidade do
ato de aposentadoria tomando por base outras normas, e não aquela
considerada inconstitucional.
Gabarito: Certo

Pessoal, terminamos aqui a parte teórica da aula de hoje. A seguir,


disponibilizei mais algumas questões comentadas para vocês brincarem.
Considero que resolver questões é a técnica mais eficaz de estudo!

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MAIS QUESTÕES DE PROVA

69. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) Nos termos da Constituição Federal, a inspeção
de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial em uma
unidade do Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário pode ser realizada, pelo
Tribunal de Contas, por iniciativa de
a) sindicato
b) associação de classe
c) associação sem fins lucrativos
d) partidos políticos
e) comissão técnica ou de inquérito
Comentário: A resposta da questão está no art. 71, inciso IV da
Constituição Federal, pelo qual compete ao Tribunal de Contas:
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

Portanto, correta apenas a alternativa “e”.


Gabarito: alternativa “e”

70. (TCE/GO – Analista 2009 – FCC) Sobre as disposições constitucionais


referentes ao controle externo das entidades governamentais, considere:
I. A abrangência dos controles se restringe à legalidade e à legitimidade dos atos
praticados pelos gestores.
II. Qualquer cidadão é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades
ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
III. Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar as contas prestadas
anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser
elaborado em noventa dias a contar de seu recebimento.
IV. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União,
sob pena de responsabilidade solidária.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) II e IV.

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(D) III.
(E) III e IV.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa, à luz da CF:
(I) Errada, pois além da legalidade e da legitimidade, o controle externo
das entidades governamentais também abrange a economicidade, a aplicação
das subvenções e a renúncia de receitas, nos termos do art. 70, caput da CF.
(II) Certa, nos exatos termos do art. 74, §2º da CF. Lembrando que,
segundo o mesmo dispositivo, além dos cidadãos, qualquer partido político,
associação ou sindicato também são partes legítimas para apresentar
denúncia ao Tribunal de Contas.
(III) Errada, pois o prazo para emissão do parecer prévio é de 60 dias e
não de 90 dias, nos termos do art. 71, I da CF.
(IV) Certa, nos exatos termos do art. 74, §1º da CF.
Portanto, está correto o que se afirma apenas em II e IV.
Gabarito: alternativa “c”

71. (TCE/RS – Auditor Público Externo 2011 – FMP) Sobre o Sistema de


Controle Externo brasileiro, assinale a alternativa correta.
(A) A Constituição Federal, ao usar a expressão “julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis”, transformou o Tribunal de Contas em
órgão jurisdicional.
(B) Caso o Presidente da República não apresente as contas anualmente ao
Congresso Nacional dentro do prazo de 60 dias após a abertura da sessão
legislativa, cabe ao Senado Federal proceder, de ofício, à tomada das contas.
(C) O julgamento efetivado pelos tribunais de contas que impute aos responsáveis
débito ou multa terá eficácia de título executivo. Isso significa dizer que tais títulos
possuem eficácia plena, devendo a ação ser proposta pelo ente público beneficiário
da condenação.
(D) Todas as contas dos gestores públicos brasileiros, inclusive dos chefes de Poder
ou órgão no âmbito da União, serão julgadas pelo TCU.
(E) Devido ao pacto federativo, o Tribunal de Contas da União (TCU) não pode
fiscalizar os recursos repassados pela União ao Estado do Rio Grande do Sul via
convênio, por exemplo. Neste caso, cabe ao Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Sul exercer o controle dos recursos que foram descentralizados para o
Estado.
Comentário: Vamos examinar cada alternativa à luz da Constituição
Federal:

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(a) Errada. “Julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis” é competência do Tribunal de Contas da União prevista no art.
71, II da CF, extensível aos demais tribunais de contas. Embora possam julgar
contas, os TCs são órgãos administrativos, e não jurisdicionais, ou seja, não
integram o Poder Judiciário. Aliás, os tribunais de contas não integram
nenhum Poder: são órgãos autônomos e independentes, de forma semelhante
ao Ministério Público.
(b) Errada. Compete privativamente à Câmara dos Deputados (e não ao
Senado Federal) proceder à tomada de contas do Presidente da República
quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60 dias após a
abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II).
(c) Certa. Nos termos do art. 71, §3º da CF, as decisões dos tribunais de
contas que imputem débito e multa terão eficácia de título executivo, ou seja,
tais decisões são instrumentos hábeis o suficiente para deflagrar a execução
judicial da dívida, dispensando até mesmo a inscrição em dívida ativa.
Ademais, como afirma o quesito, a propositura da ação de cobrança junto ao
Judiciário deve ser promovida pelos órgãos próprios do ente destinatário dos
valores devidos.
(d) Errada. Em todos os níveis da federação, as contas do Chefe do Poder
Executivo, conhecidas como contas de governo, não são julgadas pelo
Tribunal de Contas, mas sim pelo Poder Legislativo. Sobre as contas de
governo, os TCs apenas emitem parecer prévio. Por outro lado, as contas de
todos os demais administradores e responsáveis por bens e valores públicos
são julgadas pelos tribunais de contas, cada qual na sua jurisdição.
(e) Errada. Os recursos repassados mediante transferências voluntárias
(convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres) não perdem
a natureza que tinham na origem. Assim, os recursos repassados pela União
não deixam de ser federais; os recursos repassados pelo Estado não deixam
de ser estaduais; da mesma forma em relação aos recursos eventualmente
decentralizados pelos Munícipios. Portanto, o controle da aplicação dos
recursos repassados via convênio pela União ao Estado do Rio Grande do Sul
compete ao tribunal de contas legitimado para efetuar o controle externo dos
recursos de origem federal, ou seja, o TCU, e não o TCE-RS.
Gabarito: alternativa “c”

72. (CVM – Analista 2010 – ESAF) De acordo com a Constituição Federal, ao


Tribunal de Contas da União compete, no exercício do Controle Externo:
a) realizar, por determinação do Presidente da República, inspeções e auditorias de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

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b) fiscalizar a aplicação das transferências constitucionais obrigatórias feitas pela
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
c) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de concessão de
aposentadorias, reformas e pensões, inclusive as melhorias posteriores que alterem
o fundamento legal do ato concessório.
d) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social
a União participe, de forma direta ou indireta, ressalvados os casos em que a
participação não implique controle do capital votante.
e) apreciar as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário.
Comentário: As principais competências do TCU estão dispostas nos
incisos do art. 71 da CF. Portanto, vamos analisar as alternativas à luz desse
dispositivo, buscando a resposta correta:
(a) Errada, pois o TCU realiza inspeções e auditorias por iniciativa própria,
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou de Comissão técnica ou de
inquérito; jamais por determinação do Presidente da República (CF, art. 71, IV).
(b) Errada, pois os recursos das transferências constitucionais
obrigatórias feitas pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios (notadamente FPE, FPM – CF, art. 159) são considerados estaduais,
distritais e municipais de origem. Por isso, a fiscalização da aplicação desses
recursos compete aos respectivos tribunais de contas estaduais e municipais,
e não ao TCU. Por outro lado, compete ao TCU fiscalizar a aplicação das
transferências voluntárias efetuadas pela União aos demais entes mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres (CF, art. 71, VI).
Diferentemente, os recursos oriundos das transferências voluntárias da União,
embora aplicados pelos Estados, DF e Municípios, não deixam de ser federais,
por isso são fiscalizados pelo TCU.
(c) Certa, nos termos do art. 71, III, da CF. Em relação aos atos de
concessão de aposentadorias, reformas e pensões, constituem exceção à
apreciação para fins de registro pelo TCU apenas “as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato concessório”. Por sua vez, as
melhorias que o alterem estão sim sujeitas ao registro pela Corte de Contas.
(d) Errada, pois a jurisdição do TCU sobre as contas nacionais das
empresas supranacionais de cujo capital a União participe independe do
percentual de participação nacional no capital votante. A única condição é
haver previsão no tratado constitutivo sobre a fiscalização a ser exercida pelo
TCU (CF, art. 71, V).
(e) Errada. A banca considerou a literalidade do art. 71, II da CF, o qual
dispõe que compete ao TCU julgar – e não apreciar – as contas daqueles que

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derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo
ao erário. A rigor, é óbvio que, para julgar, o Tribunal deve antes apreciar tais
contas. Mas, como disse, a banca considerou a literalidade do dispositivo, até
para procurar confundir o candidato com o termo “apreciar”, que aparece no
art. 71, I, da CF, relativo às contas prestadas pelo Presidente da República.
Sobre as contas do Presidente da República, o TCU apenas aprecia e emite
parecer prévio, isto é, não julga, pois o julgamento compete ao Congresso
Nacional (CF, art. 49, IX).
Gabarito: alternativa “c”

73. (MPU – Analista 2004 – ESAF) Sobre processo legislativo e fiscalização


contábil, financeira e orçamentária, marque a única opção correta.
a) A matéria constante de proposta de emenda à constituição rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa,
salvo se a nova proposta for apoiada por um número de parlamentares superior ao
exigido para a sua aprovação.
b) Compete ao Tribunal de Contas da União comunicar ao Congresso Nacional os
casos de ilegalidade de despesas apurados, a fim de que tome as providências
necessárias para a aplicação aos responsáveis das sanções previstas em lei.
c) O projeto de lei de iniciativa do presidente da República, em regime de urgência
constitucional há mais de quarenta e cinco dias, uma vez aprovado na Câmara dos
Deputados será revisto pelo Senado Federal, sobrestando, desde seu recebimento
pelo Senado Federal, todas as demais deliberações dessa casa legislativa, até que
se ultime a sua votação.
d) Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de registro, a
legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas ou pensões e as
melhorias posteriores, ainda que essas melhorias não alterem o fundamento legal do
ato concessório.
e) As medidas provisórias que perderem sua eficácia por rejeição tácita ou expressa
continuarão disciplinando as relações constituídas e decorrentes de atos praticados
durante a sua vigência, se o Congresso Nacional não editar, até sessenta dias após
a rejeição, um decreto legislativo disciplinando os efeitos da aplicação dessas
medidas provisórias.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, em busca da que está
correta:
(a) Errada - CF, art. 60, §5º.
(b) Errada, pois embora o TCU tenha a atribuição de “representar ao
Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados” (CF, art. 71, XI),
a aplicação das sanções previstas em lei por parte do TCU não depende de

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comunicação ao Congresso Nacional ou a qualquer outro órgão ou Poder.
Com efeito, dentre as competências do TCU, encontra-se a aplicação de
sanções para penalizar a má gestão de recursos públicos (CF, art. 71, VIII):
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
As sanções que o TCU pode aplicar devem estar previstas em Lei, em
sentido estrito (princípio da “reserva legal”) e não se restringem a multas
pecuniárias. O Tribunal também pode, por exemplo, inabilitar o responsável
para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança.
(c) Errada – CF, art. 64, §2º.
(d) Errada, pois, nos termos do art. 71, III da CF, as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato concessório de aposentadorias,
reformas e pensões não são submetidas ao registro do Tribunal de Contas.
(e) Certa – CF, art. 62, §11.
Gabarito: alternativa “e”

74. (MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento 2008 – ESAF) São


competências constitucionais do Tribunal de Contas da União, no exercício do
controle externo, exceto:
a) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais.
b) apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal e de concessão de
aposentadorias, reformas e pensões civis e militares.
c) fiscalizar o cumprimento das normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, com ênfase no que se refere ao cumprimento,
pela União, dos limites das despesas com pessoal.
d) apurar denúncias apresentadas por qualquer cidadão, partido político, associação
ou sindicato sobre irregularidades ou ilegalidades.
e) julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos.
Comentário: Vamos analisar as alternativas à luz da CF, como pede o
quesito, em busca da opção errada:
(a) Certa, nos termos do art. 71, V da CF.
(b) Certa, nos termos do art. 71, III da CF.

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(c) Errada, pois a competência do TCU para fiscalizar o cumprimento das
normas de responsabilidade fiscal está prevista na própria LRF, mas não na
Constituição Federal.
Com efeito, a LRF (art. 59) atribui aos Tribunais de Contas a
responsabilidade de fiscalizar o cumprimento das normas daquela lei, com
ênfase no que se refere a:
➢ Atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;
➢ Limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a
Pagar;
➢ Medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ou dos montantes
das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;
➢ Destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos;
➢ Cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.
➢ Alertar aos Poderes ou órgãos, quando constatar:
o a possibilidade de limitação de empenho e movimentação financeira;
o que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite;
o que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de
crédito e da concessão de garantia encontram-se acima de 90% dos
respectivos limites;
o que os gastos com inativos e pensionistas encontram-se acima do limite
definido em lei;
o a ocorrência de fatos que comprometam os custos ou os resultados dos
programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.

(d) Certa, nos termos do art. 74, §2º da CF:


§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal
de Contas da União.

(e) Certa, nos termos do art. 71, II da CF.


Gabarito: alternativa “c”

75. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF) Assinale a opção que, segundo a
Constituição Federal, indica uma exceção às atribuições do Tribunal de Contas da
União.
a) Sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado.
b) Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social
a União participe direta ou indiretamente.
c) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República.

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d) Representar ao Poder competente sobre irregularidades e abusos.
e) Fiscalizar a aplicação de recursos transferidos a qualquer título aos Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Comentário: Vamos analisar as alternativas à luz do art. 71 da CF,
buscando a que não representa uma competência do TCU:
(a) Certa, nos termos do art. 71, X, da CF. Tratando-se de ato
administrativo, o TCU tem competência para sustá-lo diretamente, se verificar
ilegalidade e o órgão ou entidade não adotar, no prazo determinado pelo
Tribunal, as providências necessárias ao exato cumprimento da lei. Por outro
lado, se a ilegalidade for verificada em contrato administrativo, a competência
primária para adotar a sustação é do Congresso Nacional. Da mesma forma, o
Congresso Nacional só efetua a sustação caso o órgão ou entidade não adote
as providências necessárias ao exato cumprimento da lei no prazo
determinado pelo TCU.
(b) Certa, nos termos do art. 71, V da CF.
(c) Certa, nos termos do art. 71, I da CF. O TCU aprecia as contas
prestadas anualmente pelo Presidente da República mediante parecer prévio,
que deverá ser elaborado em 60 dias a contar do recebimento das contas pelo
Tribunal. Lembrando que o julgamento das contas prestadas pelo Presidente
da República compete ao Congresso Nacional (CF, art. 49, IX).
(d) Certa, nos termos do art. 71, XI da CF.
(e) Errada, pois, nos termos do art. 71, VI da CF, o TCU fiscaliza a
aplicação apenas das transferências voluntárias da União para Estados, DF e
Municípios, realizadas mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres. Portanto, a expressão “a qualquer título” macula a
alternativa. Por exemplo, o TCU não fiscaliza a aplicação das transferências
constitucionais obrigatórias, a título de FPE e FPM (CF, art. 159). Tais recursos,
embora arrecadados e repassados pela União, constituem receitas originárias
dos Estados, DF e Municípios.
Gabarito: alternativa “e”

76. (TCU – ACE 2005 – Cespe) De acordo com as normas infraconstitucionais, o


TCU tem competência para julgar as contas dos gestores da administração federal
direta e indireta. Mas, em relação às contas de governo da República, o Tribunal
deve apenas apreciá-las e emitir parecer prévio, pois cabe ao Congresso Nacional
julgá-las com base nos pareceres emitidos pela Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional de que trata o art. 166
da Constituição Federal.

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Comentário: A competência para o TCU julgar as contas dos gestores da
administração federal direta e indireta provém da própria Constituição (CF,
art. 71, II) e não da legislação infraconstitucional, daí o erro do quesito. Da
mesma forma, a Constituição determina que o julgamento das contas
prestadas pelo Chefe do Executivo Federal (contas do Presidente da
República) é de competência do Congresso Nacional (CF, art. 49, IX), cabendo
ao TCU apenas apreciá-las e emitir parecer prévio (CF, art. 71, I). Norma
infraconstitucional não pode alterar tais competências do TCU e do
Congresso. Da mesma forma, no âmbito do Estado de São Paulo, a
competência para o TCE-SP julgar as contas dos gestores e para emitir
parecer prévio sobre as contas do Governador provém da Lei Maior do Estado,
seguindo o modelo estabelecido na Constituição Federal, de modo que tais
competências não podem ser alteradas por legislação de hierarquia inferior.
Gabarito: Errado

77. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Os tribunais de contas se revestem da


condição de juiz natural das contas anuais prestadas pelos chefes do Poder
Executivo, cabendo-lhes processar e julgar as autoridades competentes.
Comentário: Quem julga as contas dos chefes do Poder Executivo, nas
esferas federal, estadual e municipal, é o Poder Legislativo, representado pelo
Congresso Nacional, pelas Assembleias Legislativas e pelas Câmaras
Municipais, respectivamente. O julgamento não é competência dos tribunais
de contas, que apenas emitem parecer prévio.
Gabarito: Errado

78. (TCU – TCE 2007 – Cespe) Entre as atribuições do TCU, destaca-se o


julgamento das contas prestadas pelos administradores públicos e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos federais, que demonstrem
prejuízo ao erário. Conforme o entendimento doutrinário e jurisprudencial, essas
decisões vinculam a administração pública.
Comentário: A questão está correta. O julgamento das contas dos
administradores e demais responsáveis que demonstrem prejuízo ao erário
federal (tomadas de contas especiais) é competência própria e privativa do
TCU (CF, art. 71, II). No caso de prejuízo aos cofres do Estado de São Paulo, a
competência é própria e privativa do TCE-SP. Nem mesmo o Poder Judiciário
pode reformar um julgamento de contas proferido pelo TCU ou pelo TCE-SP.
Lembre-se da jurisprudência do STF: “No julgamento das contas de
responsáveis por haveres públicos, a competência é exclusiva dos Tribunais
de Contas, salvo nulidade por irregularidade formal grave ou manifesta
ilegalidade.” Por isso, é correto afirmar que a decisão do Tribunal no
julgamento de contas vincula a Administração Pública.
Gabarito: Certo

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79. (TCU – ACE 2005 – Cespe) O controle externo, a cargo do Congresso
Nacional, é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete
apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
e mantidas pelo poder público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento
em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório.
Comentário: A assertiva está correta, pois reproduz literalmente o art. 71,
III da Constituição Federal. Por isso é importante que os principais
dispositivos da legislação sejam lidos durante o estudo, pois não são raras as
questões em que a banca exige o texto “seco” da Lei.
Gabarito: Certo

80. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Considere a seguinte situação hipotética.


Em decorrência de convênio celebrado entre a União e o Distrito Federal (DF) para a
execução de obra pública, foi definido que aquela entraria com 80% dos recursos
necessários à execução do objeto do convênio, cabendo ao DF apenas completar a
diferença. Nessa situação, haja vista a evidente competência do TCU, ficará
afastada a competência do TCDF para exercer processos de fiscalização ou
instaurar processos de contas.
Comentário: Na situação apresentada, a competência do TCU ficaria
restrita aos 80% repassados pela União, não afastando, de forma alguma, a
competência do TCDF em relação aos recursos distritais aportados na obra. O
TCU ou o TCDF poderiam até fiscalizar a obra como um todo, pois seria de
pouca efetividade um exame parcial do empreendimento. Mas se o TCU, por
exemplo, constatar algum prejuízo, somente poderia julgar e imputar débito
para exigir o ressarcimento dos 80% repassados pela União. Em relação ao
montante aportado pelo DF, a competência seria do TCDF.
Gabarito: Errado

81. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Entre as competências atribuídas pela


CF exclusivamente aos tribunais de contas no exercício do controle externo,
somente a aplicação de sanções depende de norma infraconstitucional para o seu
exercício.
Comentário: De fato, analisando as competências atribuídas ao TCU
diretamente pela Constituição, somente a aplicação de sanções depende de
norma infraconstitucional para o seu exercício; no caso, depende de Lei em
sentido estrito (CF, art. 71, VIII). Mas a dependência da Lei é apenas em relação
à previsão dos atos reprováveis e das respectivas cominações, vale dizer, a
Lei não pode retirar do TCU, ou dos demais TCs, a competência para aplicar

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sanções aos seus jurisdicionados. Todas as demais competências das Cortes
de Contas atribuídas pela CF podem ser exercidas sem a necessidade de Lei –
apesar de muitas delas estarem reproduzidas nas leis orgânicas dos Tribunais
– e somente podem ser retiradas ou modificadas por Emenda à Constituição.
Gabarito: Certo

82. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) Os municípios que receberem transferências


voluntárias à conta de recursos do orçamento da União estão sujeitos à fiscalização
do TCU em relação a essas e a todas as demais despesas realizadas por conta dos
respectivos orçamentos.
Comentário: A fiscalização do TCU sobre os Estados, Distrito Federal e
Municípios recai apenas sobre recursos de transferências voluntárias,
realizadas mediante convênios, ajustes ou outros instrumentos congêneres
(CF, art. 71, VI). Tais instrumentos são acordos de vontade em que as partes
possuem interesses mútuos. Os recursos do orçamento da União repassados
por meio de transferências voluntárias não deixam de ser federais e, por isso,
estão sujeitos à fiscalização do TCU. Já a fiscalização das demais despesas
realizadas pelos Estados e Municípios a conta dos respectivos orçamentos é
de competência dos respectivos Tribunais de Contas Estaduais ou Municipais,
daí o erro. Vale registrar que os recursos oriundos de financiamentos
onerosos tomados pelos Estados e Municípios junto a bancos públicos
federais, como os financiamentos concedidos pelo BNDES para a realização
das obras de construção e reforma dos estádios para a Copa do Mundo de
2014, pertencem aos respectivos entes tomadores, ou seja, são recursos
estaduais ou municipais, de modo que sua aplicação, não se sujeita à
fiscalização do TCU, e sim dos respectivos TCE e TCM. Isso porque, do ponto
de vista da União, os recursos emprestados deverão retornar aos cofres do
Tesouro, acrescidos de juros, à medida que as parcelas do financiamento
forem sendo honradas. Ou seja, uma vez que o Estado ou Município paga por
esses recursos (por meio do pagamento de juros), tais recursos lhe
pertencem, estando fora da jurisdição do TCU. Nesse caso, o TCU tem
competência para fiscalizar somente o BNDES, no sentido de verificar, por
exemplo, se as normas para concessão do financiamento foram cumpridas e
se as garantias previstas foram constituídas, a fim de assegurar o retorno dos
recursos emprestados. Já o controle da aplicação dos recursos na construção
dos estádios é da competência dos Tribunais de Contas locais.
Gabarito: Errado

83. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) A sustação da execução de contrato é um tipo


de medida corretiva requerida pelo TCU, cabendo a decisão final exclusivamente ao
Congresso Nacional, dada a sua natureza essencialmente política.

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Comentário: É certo que a sustação de contrato compete, primariamente,
ao Poder Legislativo, representado pelo Congresso Nacional no plano federal e
pelas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais nas esferas estadual e
municipal respectivamente. Todavia, o Tribunal de Contas também pode
decidir pela sustação de contrato, na hipótese de o Poder Legislativo ou o
Poder Executivo não adotarem, no prazo de 90 dias, as medidas cabíveis para
sanear a irregularidade verificada pelo Tribunal (CF, art. 71, §2º). Portanto, o
quesito erra ao afirmar “cabendo a decisão final exclusivamente ao Congresso
Nacional”. Ademais, a sustação da execução de contrato não possui “natureza
essencialmente política”. Ao contrário, é procedimento técnico, por isso pode
ser adotado pelo Tribunal de Contas, ainda que em caráter residual, diante da
omissão do Legislativo.
Gabarito: Errado

84. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Embora não possam, em tese, apreciar
a constitucionalidade de lei regularmente aprovada, os tribunais de contas podem
apreciar a constitucionalidade de lei no caso concreto de determinada despesa sob
seu exame.
Comentário: Os Tribunais de Contas podem “apreciar” a
constitucionalidade de leis e atos normativos, ou seja, exercer controle de
constitucionalidade difuso, incidental, no caso concreto, e somente em
matérias de sua competência (Súmula 347 STF). Assim, a questão está correta.
Por outro lado, lembre-se que aos Tribunais de Contas não é facultado
“declarar” a constitucionalidade de leis e atos normativos, ainda que em
matérias da sua competência, pois o controle de constitucionalidade abstrato,
em tese, é da competência exclusiva do Poder Judiciário.
Gabarito: Certo

85. (TCDF – Procurador 2012 – Cespe) Embora os TCs não detenham


competência para declarar a inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos
em abstrato, eles podem, no caso concreto, reconhecer a desconformidade formal
ou material de normas jurídicas com a CF, deixando de aplicar, ou providenciando a
sustação, de atos que considerem inconstitucionais.
Comentário: É verdade que os TCs não possuem competência para
declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos em abstrato. Eles
apenas possuem competência para apreciar a constitucionalidade no caso
concreto, com efeitos entre as partes. Isso significa que, se entender que
determinada lei ou norma é contrária à Constituição, o TC deixa de aplica-la no
caso concreto. Mas a lei ou o ato normativo não deixa de existir ou de produzir
efeitos fora do caso apreciado pelo Tribunal. A banca considerou correta a
questão, embora a expressão “providenciando a sustação de atos que

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considerem inconstitucionais” possa dar a entender que o TC suspende os
efeitos da norma de forma geral, o que não é verdade.
Gabarito: Certo

*****

Ufa! Por hoje é só. Vimos bastante conteúdo, mas não podemos
relaxar na preparação. Lembre-se do lema:

Treinamento difícil, combate fácil!

Até a próxima!

Bons estudos!

Erick Alves

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RESUMÃO DA AULA
➢ COMPETÊNCIAS CONTITUCIONAIS DO TCU e, por simetria, DO TCE-SP

Competências do art. 71, próprias e privativas Observações

Apreciar as contas anuais prestadas pelo Chefe do O parecer prévio é conclusivo, mas não vinculante. O
Poder Executivo, mediante parecer prévio. julgamento é a cargo do Poder Legislativo.

Julgar as contas dos responsáveis por recursos Examina e julga contas de gestão. Única atribuição
públicos e dos causadores de prejuízo ao erário. da função judicante.

Exceções: (i) admissão: cargos em comissão;


Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos (ii) aposentadorias, reformas e pensões: melhorias
de pessoal. posteriores que não alterem o fundamento legal da
concessão; aposentadorias à conta do RGPS.

Realizar inspeções e auditorias, por iniciativa própria Em qualquer unidade da administração pública direta
ou por solicitação do Poder Legislativo. e indireta, de todos os Poderes.

Fiscalizar as contas nacionais das empresas TCE-SP: fiscalizar as aplicações do Estado e


supranacionais, nos termos do tratado constitutivo. Municípios em empresas privadas.

Refere-se a transferências voluntárias. Fiscaliza a


Fiscalizar a aplicação de recursos pela União a E, DF e aplicação: em que e como os recursos foram gastos.
M ou a pessoa física ou jurídica privada. Os recursos repassados não perdem a natureza que
tinham da origem.

Prestar informações solicitadas pelo Poder Para auxiliar no controle externo.


Legislativo

Lei em sentido estrito. Pode prever outras sanções,


Aplicar sanções previstas em lei.
além da multa proporcional ao dano ao erário.

Lei em sentido amplo (decreto, regimento, portaria


Assinar prazo para cumprimento da lei.
etc.).

- Comunica a decisão à Assembleia Legislativa;


- A sustação de contrato compete ao Legislativo;
Sustar, se não atendido, a execução do ato
- O TCE-SP só decide pela sustação do contrato se o
impugnado.
Poder Legislativo ou o Poder Executivo não
adotarem as medidas cabíveis no prazo de 90 dias.

Representar abusos ou irregularidades ao Poder Aplica-se a matérias fora da competência do TC.


competente. Ex: ilícitos penais.

Encaminhar relatório de atividades ao Poder Expõe a situação das finanças públicas e demonstra
Legislativo, trimestral e anualmente. os benefícios provenientes da atuação do TC.

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Outras competências constitucionais Observações

Podem apresentar denúncia: qualquer cidadão, partido


Apurar denúncias (art. 74, §4º)
político, associação ou sindicato.

No prazo de 30 dias após solicitação da Comissão.

Cabe ao Poder Legislativo sustar a despesa não


Emitir pronunciamento conclusivo sobre autorizada, caso a Comissão permanente, com base no
despesa não autorizada (CF, art. 72, §1º). pronunciamento do TC, considerar que o gasto pode
causar dano irreparável ou grave lesão à economia
pública.

Competência para calcular as quotas é do TCU, não


extensível ao TCs locais.

Calcular quotas e fiscalizar a entrega dos O TCU não calcula o valor a ser repassado, mas apenas os
recursos do FPE e do FPM (CF, art. 161, coeficientes, ou quotas, de participação de cada Estado
parágrafo único) ou Município nesses Fundos.

Por sua vez, o controle da aplicação dos recursos compete


aos TCs locais, e não ao TCU.

Competência do TCU, não extensível ao TCs locais.


Emitir parecer prévio sobre as contas do
Governo do Território (CF, art. 33, §2º) Procedimento idêntico ao das contas do Presidente da
República. Quem julga é o Congresso Nacional.

➢ CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS E ATOS DO PODER PÚBLICO:

Súmula 347 do STF

O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos
atos do Poder Público.

APRECIAR DECLARAR

Características do controle exercido pelos TCs

✓ controle difuso ou incidental;


✓ no caso concreto;
✓ com efeitos entre as partes;
✓ apenas em matérias da competência do Tribunal de Contas.

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (TCE/CE – Analista 2008 – FCC, adaptada) Em relação à fiscalização das Contas do


Governador a cargo do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, é correto afirmar:
(A) A prestação de contas apresentada pelo Governador será apreciada pelo Tribunal de
Contas, mediante parecer prévio a ser elaborado em 30 dias.
(B) Após a decisão definitiva decretada pela Assembleia Legislativa, caberá apreciação por
parte do Tribunal de Contas, no prazo máximo de 10 dias, contados da publicação da
referida decisão.
(C) Ao Tribunal de Contas compete julgar, no prazo de 60 dias, contados do seu
recebimento, as contas prestadas pelo Governador do Estado.
(D) A decisão decretada pela Assembleia Legislativa será conclusiva, não cabendo mais
qualquer apreciação por parte do Tribunal de Contas.
(E) As contas sobre a execução do orçamento consistirão apenas em um relatório,
elaborado pelo órgão central de controle interno do Poder Executivo.

2. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC, adaptada) O Tribunal de Contas do Estado de São


Paulo emitiu parecer prévio favorável às contas anuais do Prefeito de um município do
interior do Estado. Todavia, a Câmara Municipal, composta por vinte e um vereadores,
rejeitou o parecer por decisão de onze de seus membros. É possível afirmar que essa
decisão
(A) atende os preceitos da Constituição Federal, que prevê a possibilidade de rejeição do
parecer prévio por decisão de no mínimo 50% de seus membros.
(B) contraria o previsto na Constituição Federal, que exige quórum mínimo de 50% mais um
de seus membros para a rejeição do parecer prévio.
(C) contraria o previsto na Constituição Federal, que exige quórum mínimo de 2/3 de seus
membros para a rejeição do parecer prévio.
(D) atende os preceitos da Constituição Federal, que prevê a possibilidade de rejeição do
parecer prévio por decisão de no mínimo 2/5 de seus membros.
(E) atende os preceitos da Constituição Federal, que prevê a possibilidade de rejeição do
parecer prévio por decisão de no mínimo 3/5 de seus membros.

3. (TCE/SP – Procurador 2011 – FCC) Examinar e emitir parecer sobre os projetos de


lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos
créditos adicionais e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da
República, bem como examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais,
regionais e setoriais previstos na Constituição Federal e exercer o acompanhamento e a
fiscalização orçamentária, são competências
a) do Congresso Nacional.
b) de uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados.
c) do Senado Federal.

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d) do Tribunal de Contas da União.
e) de uma Comissão mista formada por representantes do governo e da sociedade civil,
indicados pelo Presidente da República.

4. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe) Cabe ao TCE/RS julgar as contas a serem prestadas
anualmente pelo governador do estado e pelos prefeitos municipais, nos termos da Lei
Orgânica do TCE/RS.

5. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe) O parecer prévio sobre as contas prestadas


anualmente pelo governador do RS à Assembleia Legislativa deve obrigatoriamente incluir
recomendação pela aprovação ou pela rejeição das contas, de acordo com a forma prevista
em regulamento.

6. (TCU – ACE 2005 – Cespe) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, é


exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete julgar as contas
prestadas anualmente pelo presidente da República, em 60 dias a contar de seu
recebimento.

7. (TCDF – ACE 2012 – Cespe, adaptada) De acordo com a Lei Orgânica do TCE-SP, é
de competência desse tribunal julgar as contas do governador do Estado e elaborar relatório
sintético a esse respeito, emitindo parecer definitivo, no qual o conselheiro relator — antes
de se pronunciar sobre o mérito das contas — ordena a citação dos responsáveis.

8. (TCU – AUFC 2011 – Cespe, adaptada) Ao julgar irregulares as contas do chefe do


Poder Executivo, o TCE-SP, no exercício de suas competências, deverá ajuizar as ações
civis e penais cabíveis.

9. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) São competências do TCU a análise técnico-jurídica e o


julgamento das contas prestadas anualmente pelo presidente da República e a emissão de
pareceres gerais.

10. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) Caso sejam constatadas irregularidades nas contas do
presidente da República, o TCU deverá emitir parecer prévio pela rejeição dessas contas, o
que tornará o chefe do Poder Executivo inelegível para as eleições que se realizarem nos
oito anos subsequentes à emissão da referida peça técnica.

11. (TCU – TCE 2007 – Cespe, adaptada) O TCE-SP apreciará as contas prestadas pelo
presidente do Tribunal de Justiça do Estado, mediante parecer prévio, ao qual caberá
recurso, inclusive patrimonial, quanto à adequação.

12. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) As contas anuais do presidente da República são
consolidadas e julgadas primeiramente pela Câmara dos Deputados e depois pelo Senado
Federal. Caso sejam rejeitadas, poderão implicar processo de impeachment.

13. (TCU – ACE 2008 – Cespe) As contas dos dirigentes dos Poderes e órgãos da
administração pública federal deverão ser encaminhadas, anualmente, ao TCU, dentro de
60 dias após a abertura da sessão legislativa.

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14. (TCU – ACE 2008 – Cespe, adaptada) Na sua missão de apreciação das contas
anuais dos dirigentes do Governo do Estado, o TCE-SP emitirá parecer prévio específico
para cada Poder, inclusive para o Ministério Público Estadual, impreterivelmente até o último
dia do exercício em que elas tenham sido apresentadas.

15. (TCU – ACE 2005 – Cespe) A Câmara dos Deputados não detém competência
privativa própria no exercício do controle externo.

16. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Nos termos da Constituição Federal de 1988, o TCU pode
apreciar contas de governo de autarquia territorial e emitir parecer prévio.
17. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) Uma das incumbências do tribunal de contas do
estado é a emissão de parecer prévio sobre as contas de prefeito municipal, que deverá ser
aprovado ou rejeitado pela câmara municipal, sempre por maioria absoluta. Sendo
divergente a posição dos vereadores, o parecer do tribunal deixará de prevalecer por
decisão de três quartos dos membros da câmara municipal.
18. (TCU – ACE 2006 – ESAF) O parecer prévio sobre as contas prestadas pelo prefeito,
elaborado pelo órgão auxiliar da Câmara Municipal, é meramente indicativo, podendo ser
rejeitado pelos vereadores, por decisão tomada pela maioria simples, presentes à
deliberação a maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.
19. (TCE/GO – Analista 2009 – FCC, adaptada) Compete ao Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo
(A) julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos da administração direta e indireta.
(B) apreciar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos apenas da administração direta.
(C) processar e julgar o Governador por crime de responsabilidade e os Secretários de
Estado por crime da mesma natureza, conexo com aquele.
(D) julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Governador, e apreciar os relatórios sobre
a execução dos planos de governo.

20. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF) Quanto à prestação de contas de pessoas
jurídicas de direito privado, é correto afirmar:
a) estão obrigadas a prestar contas quando utilizar, arrecadar, guardar, gerenciar ou
administrar dinheiros, bens e valores públicos.
b) prestam contas sempre que receber recursos provenientes da União, sejam eles em
dinheiro ou bens.
c) estão desobrigadas de prestar contas em razão de a natureza jurídica ser de direito
privado.
d) prestam contas, desde que gerenciem ou apliquem recursos arrecadados por elas
mesmas sem que tenha havido delegação para tal.
e) a apresentação de prestação de contas diretamente ao Tribunal de Contas da União é
condição essencial ao cumprimento da Constituição Federal.

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21. (CGU – AFC 2008 – ESAF) A respeito do controle externo da administração pública, a
cargo do Congresso Nacional, e exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, é
correto afirmar que:
a) constitui finalidade do controle externo avaliar o cumprimento das metas previstas no
plano plurianual, a execução dos programas de governo e a execução dos orçamentos da
União.
b) compete ao Tribunal de Contas da União julgar os processos de Tomada de Contas
Especial, exceto quando envolver agentes do controle interno, que serão julgados pela
Controladoria-Geral da União.
c) o Tribunal de Contas da União pode determinar a responsabilidade solidária dos
responsáveis pelo controle interno, que não cientificarem o tribunal quanto a irregularidades
e ilegalidades, que tomarem ciência em razão de suas ações de controle.
d) compete ao Tribunal de Contas da União aplicar as penalidades de demissão relativas
aos servidores da Controladoria-Geral da União mediante parecer prévio do Ministro de
Estado do Controle e da Transparência.
e) o Tribunal de Contas da União não julga as contas do Presidente da República e dos
Ministros de Estado, todavia as aprecia mediante parecer prévio.
22. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF) Na esfera federal, o julgamento das
contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos:
a) compete exclusivamente ao Poder Judiciário, tendo em vista que, nos termos da
Constituição Federal, o órgão de controle externo não tem o poder de julgar, propriamente,
mas apenas de apreciar tais contas.
b) é de competência própria do Poder Legislativo (Congresso Nacional), titular do controle
externo, com o auxílio do Tribunal de Contas da União – TCU, que sobre elas emitirá
parecer.
c) é de competência privativa do TCU.
d) é de competência própria do TCU, com possibilidade de reforma pelo Congresso
Nacional.
e) é de competência própria do TCU, que sobre elas emitirá parecer.

23. (TCE/PE – Auditor de Contas Públicas 2004 – Cespe) Se determinada pessoa,


ainda que não seja servidora pública, encontra-se na administração de bens da União,
compete ao TCU julgar atos por ela praticados de que resulte prejuízo ao erário público.

24. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) Considerando que é competência exclusiva do


Congresso Nacional julgar as contas dos poderes da União, é correto afirmar que as contas
do Poder Legislativo, referentes à atividade financeira desse poder, devem ser julgadas pelo
próprio Poder Legislativo, com parecer prévio do TCU.

25. (TCU – AUFC 2011 – Cespe, adaptada) O julgamento das contas prestadas pelos
administradores públicos municipais é de competência exclusiva das respectivas Câmaras
de Vereadores.

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26. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Cabe ao Congresso Nacional,
como órgão titular do controle externo, julgar, em caráter definitivo, as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos.

27. (TRF/5 – Juiz Substituto 2007 – Cespe) O controle externo da Administração Pública
– contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial – é tarefa atribuída ao Poder
legislativo e ao tribunal de contas. O primeiro, quando atua nessa seara, o faz com o auxílio
do segundo, que, por sua vez, detém competências que lhe são próprias e exclusivas e que,
para serem exercidas, independem da interveniência do Poder legislativo. Como os prefeitos
municipais assumem dupla função, política e administrativa, ou seja, a tarefa de executar
orçamento e o encargo de captar receitas e ordenar despesas, submetem-se a duplo
julgamento: um político, perante o parlamento, precedido de parecer prévio; o outro, técnico,
a cargo da corte de contas e que pode gerar um julgamento direto com imputação de débito
e multa.

28. (CGU – AFC 2012 – ESAF) As contas de gestão do TCU são julgadas pela(o)
a) Congresso Nacional.
b) Câmara dos Deputados.
c) Tribunal de Contas da União.
d) Senado Federal.
e) Supremo Tribunal Federal.
29. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC, adaptada) Compete ao Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
(A) admissão de pessoal, inclusive as nomeações para cargo de provimento em comissão.
(B) concessão de pensão, inclusive as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório.
(C) admissão de pessoal, inclusive os das empresas públicas municipais.
(D) concessão de pensão, ressalvadas as melhorias posteriores que alterem o fundamento
legal do ato concessório.

30. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) Compete ao Tribunal de Contas apreciar, para fins de
registro,
a) a legalidade dos atos de admissão de pessoal.
b) as aberturas de créditos adicionais à Lei Orçamentária Anual.
c) a utilização de recursos recebidos pelos servidores a título de adiantamento de
numerário.
d) as peças contábeis de empresas públicas.
e) as contas anuais prestadas por consórcios intermunicipais.

31. (TCE/RO – ACE 2013 – Cespe, adaptada) O ato inicial de concessão de


aposentadoria de servidor do estado de São Paulo estará sujeito à apreciação do TCE/SP,
para fins de registro ou exame.

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32. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Compete ao TCU apreciar, para fins de registro, a
legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, mas essa atribuição não se estende às nomeações para cargo de provimento em
comissão.

33. (TCU – ACE 2007 – Cespe, adaptada) O Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP)
aprecia a legalidade do ato concessivo de aposentadoria e, encontrando-se este em
conformidade com a lei, procede a seu registro. Essa apreciação é competência exclusiva
do TCE-SP e visa ordenar o registro do ato, o que torna definitiva a aposentadoria, nos
termos da lei. Entretanto, se, na apreciação do ato, detectar-se ilegalidade, não compete ao
TCE-SP cancelar o pagamento da aposentadoria, inclusive para respeitar o princípio da
segregação.

34. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) No ano de 2006, foram encaminhados ao TCU, para
fins de registro, atos de admissão de pessoal e aposentadoria de magistrados e servidores
de um tribunal regional, integrante do Poder Judiciário federal. Considerando essa situação
hipotética, julgue os itens subsequentes.
Os atos de admissão de pessoal, bem como os atos de concessão de aposentadorias,
inclusive de magistrados, praticados no âmbito do tribunal regional em questão, devem ser
encaminhados ao TCU para fins de registro. Entretanto, fogem a qualquer controle exercido
pelo TCU as nomeações para cargos de provimento em comissão, bem assim as alterações
de aposentadoria que não alterem o fundamento legal do ato concessório.

35. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) Em conformidade com a CF, os atos relacionados a
pessoal que são apreciados pelo TCU para fins de registro ou reexame não incluem:
a) a admissão de pessoal nas empresas públicas.
b) a admissão de pessoal nas fundações instituídas e mantidas pelo poder público.
c) as nomeações para cargo de provimento em comissão na administração direta.
d) a concessão inicial de pensão.
e) as melhorias posteriores em aposentadorias que tenham alterado o fundamento legal da
concessão inicial.

36. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe, adaptada) Considere que o titular de um órgão do
governo estadual tenha nomeado determinado cidadão para o cargo de chefe do seu
gabinete. Nesse caso, o TCE/SP não precisa apreciar, para fins de registro, a referida
nomeação.

37. (TCDF – Analista 2014 – Cespe, adaptada) Caso um Secretário de Estado nomeie
seu primo para cargo em comissão na respectiva secretaria, caberá ao TCE-SP apreciar,
para fins de registro, a legalidade desse ato de admissão.

38. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) As competências constitucionais dos tribunais de


contas incluem a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal, para fins de
registro, e as nomeações para cargos de provimento em comissão.

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39. (TCDF – Técnico 2014 – Cespe, adaptada) Caso um cidadão seja nomeado para
determinado cargo em comissão na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, do
governo estadual, caberá ao TCE-SP apreciar, para fins de registro, a legalidade da
nomeação.

40. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) De acordo com o entendimento do STF, seria
constitucional lei ordinária estadual que determinasse que todos os contratos celebrados
entre o governo do estado e as empresas particulares dependessem de registro prévio no
tribunal de contas estadual.
41. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Apesar de ser órgão que auxilia o Poder Legislativo no
controle externo, o TCU pode realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

42. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) O papel dos tribunais de contas, no exercício
do controle externo, deve restringir-se à função especializada jurisdicional ou contenciosa.

43. (TCDF – Técnico 2014 – Cespe, adaptada) Caso houvesse indício de fraude em
procedimento de concessão de anistia fiscal pelo governador de São Paulo, a realização de
auditoria do TCE-SP sobre tal procedimento deveria ser autorizada pela Assembleia
Legislativa.

44. (TCU – ACE 2000 – ESAF) A fiscalização contábil, financeira e orçamentária exercida
pelo Tribunal de Contas da União atualmente:
a) faz-se sentir no julgamento das contas dos responsáveis sujeitos à sua jurisdição;
b) exaure-se nas auditorias e inspeções feitas in loco;
c) manifesta-se no registro prévio de licitações e contratos;
d) não alcança os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário;
e) não alcança as entidades da Administração Indireta Federal.
45. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe, adaptada) A jurisdição do TCE/SP sobre empresas
com sede no exterior e cujo capital seja parcialmente de propriedade de órgãos públicos
estaduais somente é aplicável se a administração pública for detentora da maioria do
capital.
46. (TCE/SP – Procurador 2011 – FCC) Além de outras atribuições constitucionais,
compete ao Tribunal de Contas da União
a) fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União a Estado, mediante
convênio.
b) apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo.
c) julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República.
d) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados.
e) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União.

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47. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) Os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos
repassados pela União mediante acordo, à exceção de convênio, estarão no âmbito da
jurisdição do tribunal.

48. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe, adaptada) Organização não
governamental dotada de personalidade de direito privado que preste serviço de interesse
público e social está automaticamente sujeita à jurisdição do Tribunal de Contas do Estado
(TCE-SP).
49. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) A CF conferiu ao TCU a competência para julgar as
contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, porém não atribuiu a esse tribunal competência para aplicar
sanções aos responsáveis quando constatada a ocorrência de ilegalidade de despesa ou de
irregularidade de contas, por se tratar de competência exclusiva do Congresso Nacional.

50. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Caso um agente público cometa
grave infração que provoque prejuízo à União, o órgão central do sistema de controle interno
do Poder Executivo federal poderá aplicar a esse agente multa de até cem por cento do
valor atualizado do dano causado ao erário.
51. (TCE/PR – AC 2011 – FCC) No controle externo, é competência do Tribunal de
Contas
a) sustar, de imediato, contrato administrativo eivado de ilegalidade.
b) decidir a respeito de sustação de contrato administrativo, caso o Congresso Nacional ou o
Poder Executivo, no prazo de 90 dias, não cumpram com as atribuições constitucionais que
lhes competem.
c) anular contrato administrativo, caso seja apurado em auditoria que o mesmo não atendeu
aos requisitos legais para ser celebrado, imputando pena de multa proporcional ao dano ao
erário.
d) revogar contrato administrativo impugnado quando, decorrido o prazo de 180 dias, o
Congresso Nacional ou o Poder Executivo competente não o fizer.
e) sustar, anular ou revogar contrato administrativo celebrado sem prévia licitação ou com
licitação em modalidade não adequada à espécie de contrato, desde que o Poder Executivo
competente deixe de agir no prazo previamente assinado.

52. (TCE/SP – Procurador 2011 – FCC) A Constituição Federal dispõe que compete ao
Tribunal de Contas da União sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Entretanto, no caso
de contrato o ato de sustação será
a) adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder
Executivo as medidas cabíveis, mas se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no
prazo de noventa dias, não efetivar as referidas medidas, o Tribunal de Contas da União
decidirá a respeito.
b) proferido pelo Senado Federal, que solicitará de imediato, ao Presidente da República as
medidas cabíveis, mas se o Presidente da República, no prazo de noventa dias, não efetivar
as referidas medidas, o Tribunal competente decidirá a respeito.

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c) adotado diretamente pelo Poder Executivo, que solicitará, de imediato, ao Congresso
Nacional as medidas cabíveis, mas se o Congresso Nacional, no prazo de trinta dias, não
efetivar as medidas citadas, o Senado Federal decidirá a respeito.
d) poderá ser adotado pelo Tribunal de Contas, quando o Congresso Nacional, através de
resolução, expressamente autorizar.
e) será adotado diretamente pelo Presidente da República, que solicitará, de imediato, ao
Supremo Tribunal Federal as medidas cabíveis, mas se o Supremo Tribunal Federal, no
prazo de trinta dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal de
Contas da União decidirá a respeito.

53. (TCU – AUFC 2010 – Cespe, adaptada) No caso de o diretor de órgão público não
atender à determinação do TCE-SP para anular um ato, competirá ao próprio TCE-SP
sustar a execução do ato impugnado.

54. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) No caso de irregularidade em contrato administrativo,


este será sustado diretamente pelo Congresso Nacional, que terá de solicitar, de imediato,
ao Poder Executivo as medidas cabíveis. Nessa situação, se, no prazo de noventa dias, o
Congresso Nacional permanecer inerte ou se o Poder Executivo não adotar as medidas que
lhe sejam solicitadas, caberá ao TCU emitir decisão.

55. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) Compete ao TCU sustar, de imediato, contratos
comprovadamente lesivos ao patrimônio público.

56. (TCU – ACE 2006 – ESAF, adaptada) Desde que não se refira a contrato
administrativo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) poderá sustar a execução de ato
impugnado, se o órgão, no prazo assinado pelo TCE-SP, não adotar as providências
necessárias para a correção de ilegalidades identificadas.

57. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe, adaptada) Se, após verificar a existência de
irregularidades em certos procedimentos licitatórios de determinada entidade, o TCE-SP
assinar prazo para que sejam adotadas providências para o exato cumprimento da lei e,
apesar disso, não forem adotadas as providências apontadas, o próprio TCE-SP poderá
sustar a execução do ato impugnado, comunicando tal decisão à Assembleia Legislativa.

58. (MPE/AM – Promotor 2007 – Cespe) A sustação, pelo Congresso Nacional, de atos
normativos que exorbitem do poder regulamentar configura controle externo.

59. (TCU – TEFC 2012 – Cespe) O TCU, se não for atendido em suas solicitações,
poderá sustar a execução de ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal.

60. (TCE/RS – OCE 2013 – Cespe, adaptada) O TCE/SP não poderá sustar de imediato
contrato que tenha sido considerado lesivo ao erário por decisão final irrecorrível.

61. (TCU – AUFC 2013 – Cespe, adaptada) No uso de sua função sancionadora, pode o
TCE-SP, no caso de ilegalidade, fixar prazo para que o órgão ou entidade adote
providências necessárias ao exato cumprimento da lei.

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62. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) Não é competência do TCU fiscalizar a aplicação,
pelos municípios, de recursos do FPM. Consoante disposto na Constituição Federal, ao
TCU compete efetuar o cálculo das cotas referentes a esse fundo e também ao Fundo de
Participação dos Estados.
63. (TCE/MA – Analista 2005 – FCC) No exercício de suas atribuições, os Tribunais de
Contas:
a) podem apreciar a constitucionalidade de leis e dos atos do Poder Público.
b) podem apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público, somente
quando provocado.
c) podem apreciar a constitucionalidade das leis, mas não dos atos do Poder Público.
d) não podem apreciar a constitucionalidade das leis, mas tão somente dos atos do Poder
Público.
e) não podem apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.

64. (TCE/MA – Procurador 2005 – FCC) Insere-se no rol das competências institucionais
do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão apreciar a constitucionalidade
a) das leis e dos atos dos Poderes Públicos estadual e municipais
b) das leis dos Poderes Públicos estadual e municipais, sendo-lhe vedado apreciar a
constitucionalidade dos atos desses Poderes
c) dos atos dos Poderes Públicos estadual e municipais, sendo-lhe vedado apreciar a
constitucionalidade das leis desses Poderes.
d) das leis e dos atos dos Poderes Públicos municipais, sendo-lhe vedado apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público estadual.
e) das leis e dos atos do Poder Público estadual, sendo-lhe vedado apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos dos Poderes Públicos municipais.

65. (TCU – TCE 2007 – Cespe, adaptada) Considere que uma lei estadual dispense
concurso público para o provimento do cargo de consultor legislativo da Assembleia
Legislativa. Nesse caso, quando o TCE-SP for apreciar essas nomeações, deixará de
aplicar a lei, julgando com fundamento na Constituição. Esse controle feito pelo tribunal é
denominado controle abstrato da constitucionalidade.

66. (TCE/PE – Auditor das Contas Públicas 2004 – Cespe) Somente o Tribunal de
Contas da União (TCU) pode afastar a aplicação de uma lei federal por
inconstitucionalidade. Aos tribunais de contas dos estados e dos municípios é vedada essa
prerrogativa.

67. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe) O TCU pode declarar a


constitucionalidade de uma lei, bem como negar sua aplicação.

68. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) A constitucionalidade de lei que estabeleça a


concessão da aposentadoria em condições especiais a determinada categoria de
funcionários públicos federais poderá ser apreciada pelo Tribunal de Contas da União.

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69. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) Nos termos da Constituição Federal, a inspeção de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial em uma unidade do
Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário pode ser realizada, pelo Tribunal de Contas, por
iniciativa de
a) sindicato
b) associação de classe
c) associação sem fins lucrativos
d) partidos políticos
e) comissão técnica ou de inquérito

70. (TCE/GO – Analista 2009 – FCC) Sobre as disposições constitucionais referentes ao


controle externo das entidades governamentais, considere:
I. A abrangência dos controles se restringe à legalidade e à legitimidade dos atos praticados
pelos gestores.
II. Qualquer cidadão é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
III. Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar as contas prestadas anualmente pelo
Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em noventa
dias a contar de seu recebimento.
IV. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena
de responsabilidade solidária.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) II e IV.
(D) III.
(E) III e IV.

71. (TCE/RS – Auditor Público Externo 2011 – FMP) Sobre o Sistema de Controle
Externo brasileiro, assinale a alternativa correta.
(A) A Constituição Federal, ao usar a expressão “julgar as contas dos administradores e
demais responsáveis”, transformou o Tribunal de Contas em órgão jurisdicional.
(B) Caso o Presidente da República não apresente as contas anualmente ao Congresso
Nacional dentro do prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, cabe ao Senado
Federal proceder, de ofício, à tomada das contas.
(C) O julgamento efetivado pelos tribunais de contas que impute aos responsáveis débito ou
multa terá eficácia de título executivo. Isso significa dizer que tais títulos possuem eficácia
plena, devendo a ação ser proposta pelo ente público beneficiário da condenação.

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(D) Todas as contas dos gestores públicos brasileiros, inclusive dos chefes de Poder ou
órgão no âmbito da União, serão julgadas pelo TCU.
(E) Devido ao pacto federativo, o Tribunal de Contas da União (TCU) não pode fiscalizar os
recursos repassados pela União ao Estado do Rio Grande do Sul via convênio, por exemplo.
Neste caso, cabe ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul exercer o controle
dos recursos que foram descentralizados para o Estado.

72. (CVM – Analista 2010 – ESAF) De acordo com a Constituição Federal, ao Tribunal de
Contas da União compete, no exercício do Controle Externo:
a) realizar, por determinação do Presidente da República, inspeções e auditorias de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
b) fiscalizar a aplicação das transferências constitucionais obrigatórias feitas pela União aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
c) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de concessão de aposentadorias,
reformas e pensões, inclusive as melhorias posteriores que alterem o fundamento legal do
ato concessório.
d) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, ressalvados os casos em que a participação não
implique controle do capital votante.
e) apreciar as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de
que resulte prejuízo ao erário.

73. (MPU – Analista 2004 – ESAF) Sobre processo legislativo e fiscalização contábil,
financeira e orçamentária, marque a única opção correta.
a) A matéria constante de proposta de emenda à constituição rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa, salvo se a
nova proposta for apoiada por um número de parlamentares superior ao exigido para a sua
aprovação.
b) Compete ao Tribunal de Contas da União comunicar ao Congresso Nacional os casos de
ilegalidade de despesas apurados, a fim de que tome as providências necessárias para a
aplicação aos responsáveis das sanções previstas em lei.
c) O projeto de lei de iniciativa do presidente da República, em regime de urgência
constitucional há mais de quarenta e cinco dias, uma vez aprovado na Câmara dos
Deputados será revisto pelo Senado Federal, sobrestando, desde seu recebimento pelo
Senado Federal, todas as demais deliberações dessa casa legislativa, até que se ultime a
sua votação.
d) Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
atos de concessão de aposentadorias, reformas ou pensões e as melhorias posteriores,
ainda que essas melhorias não alterem o fundamento legal do ato concessório.
e) As medidas provisórias que perderem sua eficácia por rejeição tácita ou expressa
continuarão disciplinando as relações constituídas e decorrentes de atos praticados durante

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a sua vigência, se o Congresso Nacional não editar, até sessenta dias após a rejeição, um
decreto legislativo disciplinando os efeitos da aplicação dessas medidas provisórias.

74. (MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento 2008 – ESAF) São competências


constitucionais do Tribunal de Contas da União, no exercício do controle externo, exceto:
a) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais.
b) apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal e de concessão de
aposentadorias, reformas e pensões civis e militares.
c) fiscalizar o cumprimento das normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, com ênfase no que se refere ao cumprimento, pela União,
dos limites das despesas com pessoal.
d) apurar denúncias apresentadas por qualquer cidadão, partido político, associação ou
sindicato sobre irregularidades ou ilegalidades.
e) julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos.

75. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF) Assinale a opção que, segundo a
Constituição Federal, indica uma exceção às atribuições do Tribunal de Contas da União.
a) Sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado.
b) Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a
União participe direta ou indiretamente.
c) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República.
d) Representar ao Poder competente sobre irregularidades e abusos.
e) Fiscalizar a aplicação de recursos transferidos a qualquer título aos Estados, Distrito
Federal e Municípios.

76. (TCU – ACE 2005 – Cespe) De acordo com as normas infraconstitucionais, o TCU
tem competência para julgar as contas dos gestores da administração federal direta e
indireta. Mas, em relação às contas de governo da República, o Tribunal deve apenas
apreciá-las e emitir parecer prévio, pois cabe ao Congresso Nacional julgá-las com base nos
pareceres emitidos pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do
Congresso Nacional de que trata o art. 166 da Constituição Federal.

77. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Os tribunais de contas se revestem da


condição de juiz natural das contas anuais prestadas pelos chefes do Poder Executivo,
cabendo-lhes processar e julgar as autoridades competentes.

78. (TCU – TCE 2007 – Cespe) Entre as atribuições do TCU, destaca-se o julgamento das
contas prestadas pelos administradores públicos e demais responsáveis por dinheiros, bens
e valores públicos federais, que demonstrem prejuízo ao erário. Conforme o entendimento
doutrinário e jurisprudencial, essas decisões vinculam a administração pública.

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79. (TCU – ACE 2005 – Cespe) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, é
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete apreciar, para fins
de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder
público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a
das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.

80. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Considere a seguinte situação hipotética. Em


decorrência de convênio celebrado entre a União e o Distrito Federal (DF) para a execução
de obra pública, foi definido que aquela entraria com 80% dos recursos necessários à
execução do objeto do convênio, cabendo ao DF apenas completar a diferença. Nessa
situação, haja vista a evidente competência do TCU, ficará afastada a competência do
TCDF para exercer processos de fiscalização ou instaurar processos de contas.

81. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Entre as competências atribuídas pela CF


exclusivamente aos tribunais de contas no exercício do controle externo, somente a
aplicação de sanções depende de norma infraconstitucional para o seu exercício.

82. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) Os municípios que receberem transferências


voluntárias à conta de recursos do orçamento da União estão sujeitos à fiscalização do TCU
em relação a essas e a todas as demais despesas realizadas por conta dos respectivos
orçamentos.

83. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) A sustação da execução de contrato é um tipo de


medida corretiva requerida pelo TCU, cabendo a decisão final exclusivamente ao Congresso
Nacional, dada a sua natureza essencialmente política.

84. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Embora não possam, em tese, apreciar a
constitucionalidade de lei regularmente aprovada, os tribunais de contas podem apreciar a
constitucionalidade de lei no caso concreto de determinada despesa sob seu exame.

85. (TCDF – Procurador 2012 – Cespe) Embora os TCs não detenham competência para
declarar a inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos em abstrato, eles podem,
no caso concreto, reconhecer a desconformidade formal ou material de normas jurídicas
com a CF, deixando de aplicar, ou providenciando a sustação, de atos que considerem
inconstitucionais.
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Controle Externo para TCE-SP 2017
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Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 01

GABARITO

1) d 2) c 3) b 4) E 5) C 6) E 7) E 8) E

9) E 10) E 11) E 12) E 13) E 14) E 15) E 16) C

17) E 18) E 19) a 20) a 21) c 22) c 23) C 24) E

25) E 26) E 27) C 28) c 29) c 30) a 31) C 32) C

33) C 34) E 35) c 36) C 37) E 38) E 39) E 40) E

41) C 42) E 43) E 44) a 45) E 46) a 47) E 48) E

49) E 50) E 51) b 52) a 53) C 54) C 55) E 56) C

57) C 58) C 59) C 60) C 61) E 62) C 63) a 64) a

65) E 66) E 67) E 68) C 69) e 70) c 71) c 72) c

73) e 74) c 75) e 76) E 77) E 78) C 79) C 80) E

81) C 82) E 83) E 84) C 85) C

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Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
Almeida, G. H. de la Roque. Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União anotada:
normativos correlatos. Belo Horizonte: Fórum, 2006.
Aguiar, A. G. Aguiar, M. P. O Tribunal de Contas na ordem constitucional. 2 ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2008.
Aguiar, U.D. Albuquerque, M.A.S. Medeiros, P.H.R. A administração Pública sob a
perspectiva do controle externo. Belo Horizonte: Fórum, 2011.
Chaves, F.E.C. Controle externo da gestão pública: a fiscalização pelo Legislativo e
pelos Tribunais de Contas. 2 ed. Niterói: Impetus, 2009.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
Lima, L.H. Controle externo: teoria, jurisprudência e mais de 500 questões. 4 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2011.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 35 ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

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