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| Religioss| dos Zstudants de Céologia | “A importéncia dada ao prepara intelectual do estudante para 0 ministério & a razio da existEncia de nossos Seminérios Teolégicos. Digam o que disserem, fagam o que fizerem, © ninistéria 6 uma “profissio erudit”; eo homem sem conhecimento & desqualificado para estes deveres independentemente dos utrostalentos que possa et, ‘Mas erudigao, embora indispensivel, no 6a coisa mais essencial para um ministro. “Apto para ensinar” sim, o ministr deve ser “apio para ensinar”;e observe que que eu digo ou melhor, 0 que Paulo diz. &“apto para ensinar” [io apto meramente para exortar, para rogar, para apelar, para_suplicar; nom ainda ‘meramente para estiicar, para dar testemunko; ‘mas para ensinar [..] Somente a eptiddo para ‘ensinar alo faz tum ministro; nem & essa sua ‘qualficagio primordial. Fla € apenas uma de tuma longa lista de requisitos que Paulo coloce come necessarios que sejam_encontrados naguele que aspiracsse elevadooficio. Todas os mais dizem respeto, nlo 3 sua qualificagio {nelectal, mas despirtual. O ministr precise ser um estudiaso, sob pena de ser abso tamente incompetente para este trabalho. Mas antes e acima de ser erudito, um ministro tem aque ser dedicado a Deus.” (B.B, Warfield) ‘ug Facto rice «Eto ta 7 ‘ua Canguaretama, 181. Fiporanca CEP 03651 - 050 -Sio Paulo - SP Fone: (11) 6957-5111 Fax: (11)6957-6644 TENN e-mail: facioligraic@mandic.com.br | B.B. Warfield Mi 300 Ae | Redigisa fun frowse! | dos Zstudantes de Teel | Geese po (evita 7 - peg LE ea Gheita © a Bithtng pen Uiptipo a fla WER RAUL, oe a Beijos pete Fase” fupyot he jpn | Gu (er! 4 wee ' Bae B.B.Warfcls Primeira Edigdo: Outubro de 1999 £ proibida a reprodugao total ou parcial desta publicaco, sem autorizagao por escrito dos editores, exceto citagdes em Tesenhas. Traduci Alafde Bemerguy Revisio: Emire Alafde Bemerguy Projeto Grafico: Heraldo F. Almeida Editora: Os Puritanos Fone: (11) 6957-3148 Impressio: Facioli Grafica e Editora Ltda Rua Canguaretama, 181 - So Paulo-SP Fone: (11) 6957-5111 - Fax: (11) 6957-6644 | PREFACIO ZB lenjamim Breckinridge Warfield (2851-1921) nasceu no estado de Kentucky, (USA). Foi um dos maiores tedlogos reformados con- servadores que defenderam a ortodoxia calvinista Estudou na Universidade de Princeton e depois de cursar seus estudos em Edimburgo e He delberg se graduou em teologia no Seminério Teolégico de Princeton. Posteriormente estudou em Leipzig, Alemanha e em 1886 foi chamado ao proprio Seminério Teolégico de Princeton como professor de Teologia Sistemética, Foi sucessor de ‘Archibald Alexander Hodge. Foi autor de muitos artigos e obras literdrias, além de editor da Revista Reformada ¢ Presbiteriana de 1890 a 1903. Sua erudigio era precisa, ampla e bem fundamentada na literatura cientifica. Suas obras se destacam por sua fidelidade & Biblia. Por isso foi um dos maiores tedlogos académicos na passagem do séculoe suas obras ainda hoje permanecem vivas entre os protestantes conservadores. ‘Como seus antecessores de Princeton, Charles Hodge e seu filho Archibald Alexander Hodge, Warfield era um calvinista vigoroso. Escreveu varias obras sobre Calvino, sobre a teologia agostiniana e sobre a Confissao de Fé de Westminster de forma que colocou seu forte calvinismo contra os ataques do liberalismo teol6gico, Warfield foi sempre forte opositor dos que defendiam as experiéncias revelacionais religiosas @ contra o perfeccionismo do movimento de Keswick, além de se colocar antag6nico aos dons extraordinérios do pentecostalismo, pois achava que tudo isso destituia a suficiéncia das Es- crituras, B. B. Warfield chegou a escrever com A. A. Hodge um famoso ensaio chamado “INSPIRA- GAO” defendendo a plena veracidade e infa- libilidade das Escrituras. Warfield sempre enfatizou o testemunho das Escrituras com respeito a sua prdpria inspiragéo. Suas obras acerca da Biblia ainda séo um guia para os evangélicos conservadores do século XX. Nunca relutou em se mostrar contra o ensino do “livre arbitrio” e considerava o pré-milenismo e 0 dispensacionalismo como aberracées. Bate extraordinério te6logo reformado nfo escreveu uma Teologia Sistemdtica, mas sua obra se caracteriza por sua reveréncia a Deus, sua preparacdo espiritual, seus amplos conhe- cimentos teoldgicos ¢ suia acurada investigagio. Warfield 6 um verdadeiro monumento a gloria de Deus. £ um exemple de ortodoxia e ortopraxia. Este pequeno livro foi traduzido com todo amor por nossa irmé Alaide Bermeguy da Igreja, Presbiteriana Central do Par ¢ visa advertir & Pardo visa advertir @ encorajar os estudantes de teologia a torem uma ‘Vida devotada ao Senhor e piedosa em melo as seus esiierados esTUdos TeoTogicos. Visa ambem chamar aatencto-datideranga evangélica da Igreja Brasileira ¢ 0 povo de Deus em geral, para a seriedade da vocagao ministerial e da necessidade de termos ministros n&o sé devidamente pre- parados do ponto de vista académico, mas acima de tudo fiéis, consagrados e santos; mesmo que, por causa disso, venham a ser perseguidos. “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus seréo perseguidos” (2 Tm 3:12) “O ministro procisa ser wm estucioso, sob pena de ser absolutamente incompetente para este trabalho. ‘Mas antes e acima de ser erudito, wm ministro tem que ser dedicado a Deus.” (B.B. Warlield). Presbitere Manoel Aeles Canale A Vina Reuiciosa pos EsTUDANTES DE TEOLOGIA Cyccarnn para lhes falar sobre a vida religiosa do estudante de teologia. Eu abor- do 0 assunto com certo temor, mas considero ele aa questao mais importante a ocupar o nosso pen- samento. Nao suspeitem, por dizer isto, que eu esteja depreciando a importancia da preparacao {intelectual para oministério. A importancia dada ao preparo intelectual do estudante para o minis- tério € a razdo da existéncia de nossos Seminari- os Teol6gicos. Digam o que disserem, fagam o que tat, andr istério @uIMAPFOTSsA erudita”;e ¢ homem sem conhocimento 6 desqualificado =o eee ee {os talentos que possa ter. Mas erudigao, embora indispensavel, néo 6 acolfa Male eseonsial pars umn ministre "Apto para ensinar”— sim, o ministo deve ser “apto para ensinar”; e observe que o que eu digo - ou me- Thor, o que Paulo diz.- 6 “apto para ensinar”. Nao opto meramente para exorar, para roger, pare apelar, para suplicar; nem ainda meramente para, testificar, para dar lestemunho; mas para ensinar. E ensino implica em conhecimento: aquele que nshinaiesconhecer ig pretisa conhecer. Em outras palavras, Pau lorequor de voot, emboka passamos néo ser mui- BB. Winfeld 9 to felizes em nossa expresso, um ministério “ins- jrutivo”, nao meramente um “inspiradox”. Somen- ‘e a aplidio para ensinar nfo faz um riinistroy ‘eid ocencna qullncaghs pehna de REN. as uma. de uma longa lista derequisios que Paulo coloca como necessarios que sejam encontrados aquele que aspira esse olevado offcio. Todas oF omats dizom sespelto- mao Sve Gualiicacto intelectual, mas a espiritual. Q mi ecisa ser um estudioso, sob pena de'ser absolutamente fncompetente para este trabalho, Mas antes e acl ina de ser erudito, um ministro tem que ser dedi- cado a Deus: nen Nada seria mais fatal, porém, do que colo- car estas duas coisas em contraposicao. Ao Te- crutar oficiais militares no discuta se ¢ melhor para os soldados torom uma porna diroita ou uma esquerda: soldados devem ter ambas as pernas. As vezes ouvimos dizer que dez minutos sobre seus joelhos lhe darao mais conhecimento verda- deiro, profundo e operante de Deus do que dez horas sobre seus livros. “O qué?”, 6 areacdo apro- priada, “dez minutos sobre seus joelhos podem produzirmais do que dez horas sobre seus livros?” Por que deveria voc deixar a Deus quando se volta para seus livros, ou sente que tem que dei- xar seus livros a fim de voltar-se para Deus? Se estudo e devogao séo tao antagénicos assim, en- téo a vida intelectual é em si mesma, condené- vel, e de forma alguma pode haver vide religiosa para um estudante, mesmo de teologia. mero. fato de ser um estudante o impediria de ter reli- ‘giao. AD Tm convidarem para Ihes Talar sobre a ee eee A Vide Religicsa des Etudantes de Fedegin 10 | vida religiosa dos estudantes de teologia fica evi- dente o reconhecimenta da absurdo que sao es. justamente porque sao estudantes de teologia, Compreende-se que vocés sio homens religiosos ~ especialmente homens religiosos para quem 0 cultivo da vidé religiosa pessoal é matéria da mais profunda importancia - de tal importéncia que vocés desejam acima de todas as coisas serem ad- vertidos dos perigos que podem assaltar sua vida espiritual, e serem dirigidos aos meios pelos quais podem fortalecé-la e aumenté-la. No caso de vooss nao pode haver “ou ... on” aqui esté — ou um estudante, ou um homem de Deus. Vocés tém que ‘ser ambos. ‘Talvez, entretanto, a intimidade do relaci- ‘onamento entre o trabalho de um estudante de teologia ¢ sua vida espiritual, mereca alguma én- fsa cher caeaencalion meee estudo incompativeis. Mas ¢ bastante possfvel {que possa haver algo em voce que os situa bem separados — ou seja, se inclinam a dividir seus estudos para um lado, ea sue vida espiritual para outzo, ¢ imaginar que o que ¢ dado a um 6 retira- do do outro. Nenhum outro erro poderia ser mais grosseiro. Beligiio ndo tira um homem de seu tra- balho; leva-o para seu trabalho com uma devo. cao de qualidade crescente. Um dos nossos hi- Ensina-me, meu Deus e Rei, Em todas as coisas ver-Te Fem tudo 0 que eu fizer, BB. Winfeld Fazé-lo como para Tl Se feitos em obediéncia é Tua Lei, Mesmo servis labores: Santo 6 labutar, so esta 6 a razdo, O mais insignificante trabalho ao Senhor. (Oque chama a atengao, nao 6 apenas 0 joi- to como George Herbert escreveu isto. Ele acres- conta, talvoz, uma quostao mais sutil, Ele nos lem- bra que um homem ollna o seu trabalho como observa uma vidraca - ou ele ndo vé nada mais que uma vidraga, ou olha através do vidro para além, para os céus em toda sua expansao. E ele nos diz claramente que nao existe nada que seja tao insignificante que as grandes palavras, “por tua causa’, néo possam glorificar Um servo, com esta subserviéncia, Serve como escravo de Deus, Varre uma sala como Tua ordenanga, Fé-lo-d bem, e bom é 0 desempenho seu. Em tudo isso, a doutrina é a mesma: a sa- ber, a doutrina fundamental da moralidade pro- testante, de qual se desenvolve todo o sistema ético-cristdo. E a grande doutrina da “vocagao”, a doutrina de que o melhor servigo que podemos oferecer a Deus 6 justamente cumprirmos nossos deveres -nosso modesto, caseiro dever, qualquer que seja ele. As pessoas, na Idade Média, nao pensaram assim; ofS abriram uma fenda entre a vida religiosa ea secular, e aconselhavara aq ‘que desejava ser religioso a dar as costas-a9.que Bes ceceene nl alr ale pecs A Veda Religiesa des Etulantes de Feclgia que ha no mundo-"o mundo, a came eo diabo' como aizemos—mas ao trabalho comunrco mU- do, 0 ginero de ocupagéo que constitura tarela, [ao a SS ee HeRanne sei eeen tas Cans Professor Doumergue eloquentemente coloca: “nto Lutero veio, e, com mais consisténcia ain- da, Calvino, proclamando a grande idéia de ‘vo- cacao’, uma idéia e uma palavra que se encon- ram na Ingua de todos os povos protestantes ~ trabalho, chamado, vocagio ~ ¢ que faltava nos idiomas dos povos da antigiidade e da cultura ‘medieval. ‘Vocagio’~ é 0 chamado de Deus, diri- gidoa cada homem, quem quer que ele seja, para colocar sobre ele um trabalho espectfico, qual- ‘quer que seja este, Os chamados, assim, bem como aqueles que os recebem, ficam em completa igual- dade uns com os outros. O prefeito é prefeito de Deus; o médico é médico de Deus; o comerciante € comerciante de Deus; o operario € operério de Deus. Toda a vocacio, liberal como dizemos, ou ‘manual, tanto a mais humilde e inferior na apa- réncia quanto a mais nobre e gloriosa é dada por Deus e de direito divino.” Fala-se do direito divi- no dos reis! Aqui esté o direito divino de todo trabalhador, de cujo trabalho ninguém precisa se envergonhar, se apenas for um trabalhador bom ehonesto. “Somente a preguiga”, acrescenta 0 Pro- fessor Doumergue, “6 desprezivel, e enquanto 0 Romanismo multiplica suas Ordens, com voto de pobreza, a Reforma bane o ocioso de suas cida- des’. BB. Woofeld Contudo, como estudantes de teologia a vocacéo de vocés 6 estudar teologia; ¢ estudé-la diligentemente, em conformidade com a exigén- cia apostélica: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo 0 corago, como para o Sonhor.” E precisa- mente por isto que vocés sao estudantes de teolo- gia; este 60 “dever imediato” de vocés. Negligen- iar um dever nao é uma pratica religiosa frutife- ra. Dr. Charles Hodge, em suas deleitaveis notas autobiogréficas, disse 0 seguinte sobre Philip Lindsay, 0 professor mais popular na Faculdade de Princeton om sous dias um homem desajado ‘por quase todas as principais faculdades dos EUA { ara ocupar o cargo de presidente — “ele disse & te que néo estuda, Isso 6 impossivel: vod nao pode edificar uma vida religiosa exceto se come ‘car com a execugio fiel de seus simples deveres diérios. Nig importa se vocé gosta desses deve- (# Voce pode considerar que esta falando pre- 4 cisamente deles quando canta “emvislahares”, 6 "a. mais insignificahte trabalho”. Mas voce tem A ue fielmente entregar-se a si mesmo a08 S6US 65 tudos, sev Schone ESET SOT um homem espiritual. ‘Nenhum cardter piedoso pode ser edificado no a WO Af Meg alicerce do dover nogligenciado. nossa classe que nés descobririamos que um dos melhores preparativos para a morte era um co- nhecimento meticuloso da gramatica grega”. “Esse”, comenta Dr. Hodge, com seu jeito singu- Jar, “era 0 seu modo de nos dizer que devemos cumprir nosso dever”. Certamente, todo homem que aspira ser espiritual tem que comegar por fa~ zer o seu dover, seu dever Sbvio, sua tarefa did- tia, o trabalho especifico que se encontra a sua frente, a ser feito neste tempo e lugar especifico. Seeste trabalho é 0 estudo, entao sua vida religi- osa depende nada mais fundamentalmente do ‘que, esomente, estudar: Vocé pode considerar um pai que negligencia seus deveres paternais, um filho que fracassa em suas obrigacdes de devo- Go filial, um artesdo que sistematicamente acu- mula seu trabalho e torna assim possuidor de um emprego ruim, um operdrio que ndo é nada mais ‘quo alguém que serve vista de outros, como sen- do homens espirituais tanto quanto um estudan- A Vide Religivsa dos Eudantes de Feclogian 4.4. | Hé certamente algo errado com a vida es- piritual de uma estudante de teologia que néo estuda. Mas isto néo quer dizer exatamente que tudo osté certo com a sua vida religiosa, se ele estuda. £ possivel se estudar ~ mesmo teologia — inteiramente com um espirito secular. EU disse, ainda ha pouco, que o que a religiao fez 6 enviar ‘um homem ao seu trabalho com uma devogio de maior qualidade. Ao dizer isto, eu quis expressar a palavra “devocio” em seus dois sentidos ~ no sentido d3 “aplicagao zelosa” e no sentido de “exercicio roligioso”, as duas definicdes que se encontram no dicionério. Um homem verdadei- ramonte religioso estudaré, qualquer coisa que se tore dever seu estudar, com “devogio” em am- bos sentidos. Isso 6 0 quo. religiao faz por ele: fa- o-4 cumprir seus deveres, cumpri-los rigorosa- mente, cumpri-los “no Senhor”. Mas no caso de ‘muitos ramos do estudo, nao hé nada nos t6picos ‘estudados que tenda diretamente a preencher a vida religiosa, que mexa com as emogdes religi BB. Wnfeld espirituais. Se nds as estudamos “no Sonhor", é (. 1; Somente porque fazemos "por sua causa’, seguin-~! do o principio que trona “varrer uma sala” um | stode adoracéo. Teawa ‘Com teologia nao 6 assim, Em todos os seus ramos, a teologia tem como seu tinico fim fazer Dow [o: o estudante de evado om sua larefa didtia A presenca de Deus, e ali ‘gonservado. Pode um homem religioso estar na presenga de Deus e nao ser isto um ato de adora- slot posstes , como id disse, se estudar até ‘mesmo teologia com um espitito puraments se- Cular Mas com colo ste pease saa um homem impio, ou pelo menos para um ho- mem sem religido. E aqui vou lhe passar um cri- tério pelo qual vocé pode discernir 0 seu estado espiritual, e um instrumento para avivar a sua vida religiosa. Vocés fazem suas tarefas didrias de estudantes de teologia como “exercicios reli- giosos"? Se nao, olhem para si mesmos: cortamen- te nao esta tudo bem com a condigao espiritual de um homem que se ocupa diariamente das coi- sas divinas com um coracao frio e impassivel. Se sim, alegrem-se. Mas, em todo caso, examinem 80 a resposta é sim! E que assim considerem as ‘suas tarefas sempre com mais abundancia. O que quer que vocé tenha feito no passado, cumpra no futuro todos os seus estudos teolégicos como “exercicios espirituais”. Esta 6 a grande regra de uma vida religiosa rica e saudavel para um estu- dante de Teologia. Ponha seu coragio em seus estudos; nao meramente ocupe sua mente com BS gu aueprovoquom, especificamente,reagdes SI A Vide Rebyisa des Edants de Frchgia 16 eles, mas ponha seus coragao neles. Eles colocam vocts diria ea cada hora na propria presenca de Deus; sous caminhos, seu procedimento com os homens, a infinita majestade de seu Ser formam a verdadeira matéria de seus estudos. Tire as san- dalias dos pés diante desta santa presenca! Nos, de fato, ouvimos com freqiiéncia que © grande perigo dos estudantes de Teologia resi- de precisamente em seu constante contato com as coisas divinas, Isto pode vir a parecer-lhes co- mum, porque as coisas divinas se trouaraa costu- meiras. Como o homem ordinério respira 0 ar e se aquece na luz do Sol sem nunca pensar que é Deus em sua bondade que faz Seu Sol nascer so- bre ele, embora seja ele mau, ¢ que 6 Deus que envia chuva sobre ele, embora ele seja injusto; assim voc8s podem vira cuidar talvez da mobilia do santuério sem nunca pensar além do absolu- to material terreno do qual ela 6 feita. As pala- vras que falam da terrivel majestade de Deus ou de sua bondade gloriosa podem vir a ser meras palavras para voce - palavras hobraicas e gregas, ‘com etimologias e flexes. Os raciocinios que es- tabelecem os mistérios das atividades salvadoras Ele podem vir a ser meros paradigmas légicos para voc, com premissas e conclusoes, sem dii- vida apropriadamente formuladas, e triunfante- ‘mente convincentes, porém sem maior significa- do que vé além de suas préprias conclusbes l6gi- cas e formais. Os passos imponentes de Deus no processo redentivo podem tomar-se para vocé uma mera série de fatos hist6ricos, de curiosa interacéo na produgao de condicées sociais re- BB. Worfeld 17 ligiosas peculiares. Eles apontam talvez para ques- ‘Ges que se tornam alvo de nossa sagaz conjetura, mas iguais a tantos outros fatos que ocofrem no tempo e espaco em nossa percepgéo. Esse contato constante é 0 grande perigo. Porém, ease é o grande perigo, apenas porque 6 também o grande privilégio, Considere esse gran- de privilégio, 0 seu. maior perigo ¢ que as gran- des coisas da religiéo podem se tornar comuns para voce! Outros homens, oprimidos pelas con- igdes duras da vida, mergulhados na luta didria por pao, talvez desnorteados om todo caso pela ‘tremendo peso do mundo sobresi ea terrivel roda- viva do trabalho secular, acham dificil conseguir tempo e oportunidade para parar e considerar se existem coisas tais como Deus, religiao e salva- sao do pecado que os regem e os mantém cali- vos. E essas coisas sa a propria atmosfera da vida de voces; voo8s as respiram por todos os poros; elas os rodeiam, os circundam, os pressionam por todos os lados. Tudo isso enquanto representa perigo no tornar-se comum para vocés! Deus os perdoe, vocts esto em perigo de tomarem-se far- tos de Deus! Voces sabem que perigo é este? Ou, me- hor, deixem-me colocar a questo de outra for- ma: vocés esto ciontes de quais sao os seus pri- vilégios? Vocés estéo fazendo pleno uso deles? Vocés estio, através do constante contato com as coisas divinas, crescendo em santidade, tornan- do-se acada dia mais e mais homens de Deus? Se 1ndo, voces estéo endurecendo! E eu estou aqui A Vide Pliyieea des Etuclntes de Fesogin 48 | hoje para adverti-los a tomar seriamente seus es- tudos teolégicos, néo meramente como um de- ver, feitos para Deus. Nao meramente como um dever possuidor de um carater divino, mas como um exercicio espiritual, carregado em si mesmo de béngaos espirituais para vocés; apropriado por sua propria natureza para encher suas mentes coracio e alma e vida com pensamentos divinos © sentimentos e aspiragoes e realizagdes. Vocés nunca iro prosperar em sua vida espiritual no Seminério Teolégico até o dia em que o trabalho do vocés, no Serinétio, se torne um exercicio es- piritual, do qual vocés, a cada dia, obtém engran- decimento do coracao, elevacio de espirito, e deleite na adoracao de seu Criador e seu Salva- dor, Eu nfo es estou aconselhando, vocés ve- Ho, a fazer de sous estudos de Teologia seus tini- cos exercicios espirituais. Eles sao exercicios ¢s- pitituais da mais recompensadora espécie; ¢ sua Vida religiosa iré om muito deponder do tratamen- to que vooés derem a eles como tais. Mas hé ou- tras atividades religiosas que exigem sua pronta alengéo que nao podem ser negligenciados sem deixar de causar 0 mais grave dano para a vida espiritual de vooés, Eu mo rofiro particularmente agora as reunides formais periédicas do Semind- Ho. Eu espero ser perfeitamente claro aqui tante enfatico. Nenhum homem podo oxcluir-se dos cultos regulares da comunidade & qual per- tence, sem sérios prejuizos para sua vida espiri- tual pessoal. Nao é sem razo que 0 apéstolo co- Joca as duas exortagses juntas: “guardemos firme BB. Worfsld 19 confissao da esperanga, sem vacilar,” e “ndo deixemos de congregar-nos”. Quando ele nos or dena a “no deixarmos de nos congregar’, ele tem em mente, como mostra o termo que ele empre- ga, as reunides periddicas, formais da comunida- de, e preiende colocarno coragao e mente de sous leitores seus deveres para com a igreja das quais eles so membros, da mesma forma como séo os seus deveres para consigo mesmos. E quando ele actescenta “como 6 costume de alguns”, ele pre- tende trazer também uma palavra de censura, ‘em sua ordem, Podemos ver seu lébio torcer quan- do ole diz isto. Quem sao essas pessoas, que s40 tao fortes, téo supremamente santas, que nao pre- cisam da freqiiéncia aos cultos normais; e qu sendo do fortes ¢ santas, nao dao também sua ajuda as reunides de culto? Entretanto, por mais que o culto normal soja necessario para os homens em geral, essa necessidede é como nada comparada aquela que existe no meio de um grupo de homens jovens, como o sao vocts. Voces estao reunidos aqui por tum propésito religioso, na preparacio parao mais alto servigo religioso que pode ser executado por homens ~ a diregao de outros na vida religiosa. Isso significa que voods tém tudo em comum com 0s que dirigirao, exceto o culto? Vocés estio reu- nidos aqui, separados de seus lares e de tudo 0 que esses lares significam; de suas igrojas nas quais vocés foram criados, e de tudo 0 que a membresia dessas igrejas significam; de todo 0 poder da influéncia natural e social da religiao ~ ‘endo devern vooés mesmos formar uma comuni- SA Vide Relagicsa des Extudantes de Trologia 20 | dade, com vida organica espiritual e expresso religiosa préprias? Eu digo deliberadamente, que ‘um grupo de homens jovens, vivendo separados, em uma vida comunitéria, como a que vocés es. tao e devem estar vivendo, néo pode manter uma vida religiosa saudével, plena, rica e individual, @ menos que estejam dando expresso organica & sua vida religiosa como uma comunidade, e isso de uma maneira formal, periédica, com cultos normais. Nada pode tomar o lugar desse culto nor- mal, organico, da comunidade se reunindo como comunidade, em momentos pré-estabelecidos, ¢ como uma fungao regular da vida corporativa da ‘comunidade. Sem isto vocés deixam de sor uma comunidade religiosa ¢ carecem desse apoio e fir meza, desse estimulo e incentivo, que vem ao in- dividuo da vide orgénica da comunidad a qual pertencem, Na minha opinigo, estou absolutamente convencido que em uma instituigéo como esta 0 corpo discente inteiro deveria reunir-se, tanto de manha como a noite, todo dia, para orar; e deve- ria ajuntar-se duas vezes aos domingos em culto formal. Sem esta freqiéncia minima de cultemor- mal no acho que 0 seminério possa preservar muito do seu carster de instituicao distintivamen- tereligiosa—cuja vida institucional é primordial- mente uma vida religiosa. Eno acho que indivi- dualmente os alunos aqui reunidos possam, ton- do essa expresséo menor plena da vida religiosa organica da instituicao, apresentar oalto nivel de vida espiritual que eles, como estudantes do teo- logia, devem viver. Vocés verdo que eu nao estou BB Winfeld ‘a1 meramente exortando-os a “irem a igreja”. “Ir & igreja” é sempre muito bom, Mas 0 que eu estou exortando a fazer 6 irem as suas igreja —a compa- recerem e participarem ativamente de cada reu- nigo da instituigo como instituigao. Deste modo vocés fardo sua parte quanto a dar a instituicéo ‘uma vida religiosa orgénica, ¢ vocés receberao da vida religiosa organica da instituigéo apoio e ins- piragao para suas vidas religiosas pessoais. Es- ses, vocés nao podem conseguir em nenhum ou- tro lugar e nem podem se dar ao luxo de perder ~ isto é, se vocés se importam com sua vida cres- cimonto espiritual. Ser membro ativo de um com po espiritual vivo é a condigao de um funciona- mento espiritual saudavel. Eu espero que voces nao vao me dizer que as reuniées de culto do Seminério sao muito fre- qiientes, ou cansativas. Isto iria somente denun: ciar a mé situagao da propria vitalidade religiosa de voo8s. Os pés daquele cujo coracéo é aqueci- do com sentimentos roligiosos voltam-se para 0 santuério, eo leva, com passos alegres, & casa de oragao. Eu tenho ouvido que hé alguns estudan- tes que nao acham disposigao para oragao nas primeiras horas de uma manha de inverno; e fi- cam consados demais para orar depois de um dia de trabalho duro, e por isso nao acham proveito- so dedicarem-so.a oracdes i tardinha. Esses acham ‘a pregacéo no domingo de manha enfadonha e tediosa e nao encontram a Cristo nos cultos ves- pertinos do domingo. Paroce que jé ouvi essas Coisas antes; @ seré um pastorado excepcional 0 de vocés, se nao ouvirem algo bem parecido an- A Vide Religion des Estudantes de Trologia 2.2 tes de completarem os primeiros seis meses de pastorado. Esso tipo de afirmacdes vocé encon- tra todo dia nas ruas; elas sao a expressao habitu- al de um coragao entediado ou que esté perden- do o encanto religioso. Elas nao sao o sintoma romissor que esperamos encontrar naquele cuja vida esta nas alturas espirituais. Sem diivida, aqueles que ministram coisas espirituais deveri- am trazer essas questdes no coracéo. E aquele que recebe essa ministracao doveriat@-1as no também ‘corago. Deixem-me dizer-Ihes honestamente que a pregagio que voces acham tediosa nao iré mais parecer-lhes assim se fielmente obedecerem o preceito do Mestre: “Vede, pois, como ouvis” Se vocé nd achar a Cristo no auditorio é porque néo © trouxe consigo, ali; se depois de um dia co- mum de trabalho voc8 est muito cansado para reunir-se com seus companheiros, no fim do dia, em oragao, é porque o impulso para orar esté fra- co em seu coracdo. Se nio ha fogo no piilpito, cabe a vocé acendé-lo nos bancos. Nenhum ho- mem pode fracassar em encontrar-se com Deus no santuario, se ele traz Deus consigo para ali. Como é fécil transferir a culpa de nossos ‘coragées frios para os ombros de nossos lideres religiosos! £ refrescante observar como Lutero, ‘com seu. bom senso vivaz, lidow com reclama- (es de falte de atrativos em suas pregagées. Ele 1ndo as tinha proferido para agradar pessoas, dis- se ele, ¢ a fungdo delas nao era atrair ou entreter; a fungao de suas progagdes ora ensinar a verdade salvadora de Deus, e, se elas assim o faziam, era frivolo que pessoas em perigo de perecer por fal- BB. Wanfeld 23 ta da verdade rejeitassem o vaso em que esta ver- dade lhes era oferecida. Quando o povo de Torgau, por exemplo, quis demitir seus pastores, devido, disseram, a suas vozes serem muito fracas para encher as igrejas, Lutero simplesmente respon- deu: “Esse é uma velho ditado: é melhor ter algu- ‘ma dificuldade em ouvir o evangelho do que nao ter qualquer dificuldade em ouvir o queesté bem longe de ser 0 evangelho”, “As pessoas nao po- dem ter seus ministros exatamente como elas os desejam,” declarou ele outra vez, “elas deveriam agradecer a Deus pela Palavra simplesmente”, ¢ no requerer que St. Agostinho ¢ St. Ambrésio ‘stivessom progando para oles. Se um pastor agra- da ao Senhor Jesus e ¢ fiel a Ele, - e nao hé nin- guém téo grande e poderoso quanto Deus, ele deve se agradar de tal pastor também. A questéo, -vejam, é que os homens que esto famintos pela verdade e conseguem alcangé-la nao deve ser tao exigentes com relacao a tigela na qual a ver- dade Ihes é servida. E eles nao o serdo. Mas por que deverfamos recorrer a Lutero? Nao temas 0 exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo? Somos methores do que Ele? Certamente, se alguma vez houve alguém que podia alegar justamente que 0 culto da comunidade nao tinha nada a lhe ofere- cer, esse foi o Senhor Jesus Cristo. No entanto, todo sabado nés O encontramos sentado em seu Tugar no meio das pessoas que adoravam, e néo havia nenhum ato do culto que ele se sentisse autorizado a descartar. Mesmo em suas atitudes mais exaltadas, ¢ ap6s suas experiéncias mais ele- vadas, Ele trangiiilamente tomava sou lugar com © resto do povo de Deus, compartilhando com A Vide PRebgiose des Etudantesde Teclogia 24 eles 0 culto normal da comunidade. Ao retornar daquela grande cena do batismo, quando os prd- prios céus se rasgeram para testificar que Deus nEle se compraz; das tentacdes do deserto, e da- quela primeira grande viagem na Galiléia, reali- zada, como somos explicitamente informados, “no poder do Espirito”; Ele voltou, como diz 0 texto, “aNazaré, onde fora criado, e” — assim prossegue a maravilhosa narrativa ~ “Ele entrou, segundo 0 seu costume, na sinagoga, no dia do sébado,” “Se- gundo o seu costume”, Jesus Cristo formou o hé- Dito de encontrar-se aos sabados no lugar reser- vado para o culto, no lugar ao qual ele pertencia. Isto “é um lembrete”, como bem insiste William Robertson Nicoll, “a respeito da verdade que nés, em nossa espiritualidade fantasiosa, estamos su- jeltos a esquecer: que nem o individuo mais san- to pode se dar ao luxo de dispensar as formas rogulares de devocao, e que o culto publico regu- lar da igreja, apesar de todas as suas imperfeicdes e problemas localizados, 6 a provisdo divina para © sustento da alma”. “Nao podemos achar que somos mais sébios do que o nosso Senhor a esse respeito. Se alguém poderia ter alegado que sua experiéncia espiritual era tao elevada, de manei- ra que néo haveria o requerimento de en- volvimento com 0 culto péblico, se alguém era suficiente para achar que a consagragio a co- munhdo de sua vida pessoal O isentava daquilo {que os mortais comuns precisavam, esse foi Je- ssus. Mas Ele nao fez nenhuma alegacao semelhan- le, Sébado apés sabado, invariavelmente, Ele se encontrava no local de culto, lado a lado com 0 povo de Deus, nfo meramente para dar bor BB. Wenfld 25 | | exemplo, nas por razdes mais profundas. Faz sen- Lido, entéo, que algum de nds pense que pode- ‘mos com seguranca dar-nos ao luxo de dispensar 0 costume piedoso de participacdo regular no cul- tonormal de nossa localidade?” E necessério que eu exorte Aqueles que, com satisfacao, desejam soriguais @ Cristo, a entender isso: sao vocés imi- tadores dEle nessa questao? Mas nem mesmo ainda com o mais assi- dua freqiiéncia as express6es corporativas da vida religiosa da comunidade vocé alcanga a pedra fundamental de sua dovogao. Isto deve se encon- ‘rar com clareza em seu gabinete, ou melhor, em seu coragao, em seus exercicios religiosos priva- dos, em suas aspiragdes religiosas intimas. Vocés estéo aqui como estudantes de Teologia; ¢ se fo- rem homens espirituais, vocés devem cumprir sous deveres como estudantes de Teologia; voces precisam achar diariamente alimento para suas vidas espirituais em seus estuddos teoldgicas; voces precisam penetrar fundo na vida espiritual orgé- nica da comunidade da qual fazem parte. Mas para fazer isto tudo vocds tém que manter 0 fogo da vida espiritual ardendo em sous coragées; no mais intimo de seu ser, vocés tém que ser homens de Dous. Me faltaria tempo se eu me dispusesse a expor com alguma amplitude o método de uma vida devota, Toda alma, que busca a Deus hones- ta e seriamente, O acha, e, achando-O, encontra © caminho a Ele. Uma sugestéo eu Ihes dou, es- pecialmente adaptada a voots, como estudantes do ministério: mamtenham sempre diante de suas mentes a grandeza do seu chamado. Isso quer A Vile Rebgioea ds Etudentesde Fecligia 26 | dizer ver com clareza essas duas coisas: a imensidao da obra perante vocés e a infinidade dos recursos & disposicéo de vocés. Eu acho que isso nao tem sido dito inutilmente: que se enca- rarmos a tremenda dificuldade do trabalho a nossa frente, isso iré certamente nos levar a dobrarmos ‘05 nossos joolhos; e, se dignamente calcularmos © poder do evangelho a nés confiado, isso certa- mente iré nos manter sobre nossos joelhos. Sou levado a chamar alengao especifica para essa devocao interior porque me parece que nos encontramos numa época em que é extrema- ‘mente necessério convocarmo-nos a nds mesmos Aseriedade da vida e suas questdes, ¢ & seriedade do nosso chamado como ministros para a vida toda. Oliver Lodge nos informa que “homens de cultura nao estéo se preocupando”, hoje em dia, “com os seus pecados e, menos ainda, com es suas punigées”. O Dr. Johnston Ross pregou uma hhomilia muito precisa desse texto, sobre a “jovia- lidade da busca religiosa moderna”. Em uma épo- ca como esta, talvez nao seja estranho que obser- vadores cuidadosos da vida de nossos Seminéri- ‘0s Teolégicos nos digam que a coisa mais percep- ‘tfvel neles 6 uma decadéncia do padrao de inten- sa seriedade pela qual os estudantes de Teologia foram outrora caracterizados. Vamos esperar que isso ndo seja verdado. Se for verdade, 6 um gran- de mal que 6 maior na medida em que a expres- so se aproximar mais da verdade. Eu pediria a vocés que retomassem a ter esse padrao de serie- dade, ¢ os convidaria a cultivé-la, aja serem ho- mens de Deus agora, ¢ ministros que nao preci- BB. Wanfeld 27 | ‘sam ser envergonhados no futuro, Pensem na ex- celéncia da vocagao do ministro; na grandeza da questio que esté atrelada & dignidade ou indigni- dade de vocés em exorcor a elevada fungdo de ministro; e decidam de uma vez. por todas que com a ajuda de Deus vocés serdo dignos. “Deus nao Unha mais que um Filho”, diz Thomas Goodwin, “e fez dEle um ministr mais que Aquele que fez o mundo’ Newton, “pode fazer um ministro’ ministro que soja digno. Vocé pode, claro, ser um ministro ativo, ¢ {sso nao ser obra de Deus. Vocé pode ter éxito 20 trabalho, eeu néo vou dizer que seu trabalho sera em vao~ pois Dous 6 bom e quem sabe por quais instrumentos Ele pode cumprir sua boa vontade ara com os homens? Helen Jackson ilustra, em ‘um poema, extraordinariamente bem essa expe- siéncia, a0 expor o desespero daquele cuja seme- adura, embora néo infrutifera para outros, no ‘colhe nada para sua prépria alma. Professor, entdo disse eu, teus anos: Sao eles sem alegria? Gada palavra que roferes Saindo dos Teus Iébios, retorna ela Para abengoar Tew proprio coragio? Ouga a resposta: Eu definho de fome, moendo-Ihes 0 gra, Desfaleco em labor, enquanto suas almas sao geradas. A Vide Religiosa des Estudantes de Taolegia 28 | Ela nao retrata essa questdo totalmente da maneira em que eu me refiro. Mas o que Paulo quer dizer quando profere esta terrivel advertén- cla: "Para que, tendo pregado a outros, néo venha eu mesmo a ser um desqualificado"? E ha uma adverténcia ainda mais assustadora. & 0 nosso prdprio Salvador quem nos diz que possivel Todear 0 céu e a terra para fazer um seguidor, e uma vez feito fazemo-lo duas vezes mais filho do inferno que n6s mesmos. Endo estaremos nés em pperigo terrivel de fazer nossos seguicores filhos do inferno se néo formos nés mesmos fillhos dos 6us? Mesmo as aguas de um rio nao se elevam acima da sua fonte: as torrentes espirituais séo ainda menos obedientes aos nossos comandos. Nao hé erro mais terrivel do que supor que a ati- vidade no trabalho cristéo pode tomar o lugar da profundidade dos afotos cristios. Esta 6 a razdo pela qual hoje homens bons dizem nao ao ativismo, Meneiam um tanto nega- tivamente a cabeca, acerca da tendéncia crescen- te que eles observam, entre nossos obreiros cris- tos mais jovens, datividade agitada, ao ativismo. Esso, visivelmente, custa-Ihes sua profundidade espiritual. Atividade, claro, 6bom: certamente na ‘causa do Senhor nés deveriamos correr e nao nos cansarmos. Mas néo a ponto de substituir nossa profundidade religiosa interna. Nés no podemos viver sem nossas Martas. Mas o que deveremos fazer quando, por todo o comprimento e largura da terra, nés procurarmos em vao por uma Ma~ ria? Claro, as Marias serdo to pouco admiradas elas Martas hoje quanto outrora. “Senhor", cla- BB. Winfiddd 29 ‘mou Marta, “ndo te importas que minha irmé me deixe servir sozinha?” E desde aquele tempo até ‘0s nossos dias esse clamor tem continuamente se Ievantado contra as Marias. Dizem que elas des- perdigam o precioso perfume o qual poderia ter sido dado aos pobres, quando elas o derramam a Deus, ¢ dizom que estdo imtiteis, quando se as- sentam aos pés do Mestre, Um ministro, atamente estimado pelas igrojas, ¢ regularmente citado nes~ sa sua declaragao - no como uma confissio, imaginem vocés, mas proclamando aos ‘quatros cantos como so fosse algo em que ele se gloriava que hé muito ele deixara de orar: agora ele tra- balhava, “Orar ¢ labutar", parece que nao é mais o lema, pelo menos, da vida ministerial. lema agora deve ser muito trabalho e nada de oragao; a Unica oragao que funciona, dizem-nos, com 0 mesmo cinismo com que nos dizem que Deus esta do lado dos maiores batalhoes ~6 apenas 0 traba- Tho. Vocés dirdo que este 6 um caso extremo. Gra- gas a Deus, é sim. Mas com essa tendéncia da vida moderna, que continuamente conduz tudo, eu chego a dizer isso quase impensadamente - tenham cuidado para que a atividade incessante no se tore o seu caso, ou que 0 caso de voc’s ~ inclusive neste momento presonte ~ nao possa ter nem sequer semelhanga com isso. Voc® ora? Quanto vocé ora? Quanto vocé ama orar? Que Tugar tem em sua vida a “hora tranqiila”, sozi- nho com Deus? Estou certo que, uma vez que vocés tenham_ um verdadoiro vislumbre do que é 0 ministério da cruz, para o qual esto se preparando, e do A Vila Religiosa dos Eludantes de Teclogia 30) | que vocés deveriam ser, como homens se prepa- rando para este ministério, , vocés iro orar- “Se- nor, quem é suficiente para essas coisas?”. Seus ccoragbes clamarao e suas almas em sua totalida- de sero retorcidas com a peticao: “Senor, faz- me suficiente para estas coisas”. O puritano ame- ricano Cotton Mather escreveu ha muito tempo atrés um pequeno grande livro, para servir como um guia aos estudantes do ministério. O titulo que ele lhe dew, no muito feliz, foi “Manductio ‘ad Ministerium”. Mas como um golpe de génio ele acrescentou um subtitulo que é muito mais importante: "Os anjos so proparando para soar as trombetas.” E isso que Cotton Mather chama voots, que estudam para 0 ministério: anjos, se preparando para soar as trombetas! Assumam esse nome , ¢ estejam a altura disso. Déem seus dias e noites para estarem a altura disto! E entio, talvez, quando vierem a tocar as suas trombetas nota seré pura, clara e forte, e porventura pode- 4 penetrar até sepulcros e despertar martes. BB. Warfield 31 Outros Livros editados pela Editora Os Puritanos: ‘A Profecia no Novo Testamento — George W. Knight, I ‘A alavra Final —O. Palmer Robertson ‘A Vio Purtana das Escituras — Derek Thomas ‘Avivamento na Africa do Sul —Etlo Stegen CGalvnismo — As Antigas Doutrinas da Graga — Paulo Anglada ‘Cheios do Espito — Augustus Nicodemus Lopes CConfissto de Fé de Westminster Comentada — A. A. Hodge Fazondo a ireja Crescor —W. Smith e Solano Portsla Nada Se Aorescentard —Josafé Vasconcelos O Espirito Santo Sob Ataque — Augustus Nicodemus © Outdoor de Deus — Josafa Vasconcelos Pulo,Plantador d Igrejas — Augustus Nicodemus Spurgeon e o Evangelcalismo Modemo — Paulo Anglada Sola Scriptura — Paulo Anglada

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