Você está na página 1de 2

INTRODUÇÃO

Uma das técnicas mais comuns utilizadas atualmente para fazer o controle de pra-
gas é baseada principalmente, na utilização de produtos quı́micos, ocasionando inúmeros
problemas ao meio ambiente e afetando de forma direta e indireta a saúde humana. A de-
gradação ambiental causada pelo uso indiscriminado de pesticidas prejudica espécies que
não são alvos, principalmente inimigos naturais e polinizadores, desequilibrando assim os
ecossistemas. Ainda, o acúmulo de resı́duos no ambiente pode causar o desenvolvimento
de indivı́duos resistentes aos inseticidas (GALLO et al., 2002).
Deste modo, a busca por novas técnicas que controlem determinada praga faz-se
necessária. Assim, surgiu o conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP), que consiste
na utilização de métodos de controle variados com o objetivo de reduzir o uso de pesti-
cidas, priorizando outras alternativas de controle, como por exemplo o controle biológico
(DEGRANDE E VIVAN, 2012).
Para analisar os métodos propostos pelo MIP usamos a modelagem matemática,
pois esta descreve diversos tipos de interações entre as espécies e busca diferentes maneiras
de controlar a população de insetos-praga. Ainda, nestes modelos, podemos considerar
a estrutura espacial que é um fator indispensável para descrever de forma mais real o
problema que estamos analisando, uma vez que os habitats apresentam caracterı́sticas
distintas uns dos outros e isto interfere diretamente a dinâmica das populações.
Neste trabalho consideramos o consórcio de uma cultura principal e uma cultura
secundária, disposta de diferentes formas no domı́nio e apresenta resistência do tipo an-
tibiose, que ocorre quando o inseto se alimenta de forma natural da planta e esta exerce
um efeito adverso sobre o desenvolvimento do mesmo (LARA, 1991).
O objetivo é analisar, por meio de simulações, os efeitos que a cultura secundária
causa na densidade dos insetos-praga na cultura principal e para isto dois aspectos serão
considerados, que são: a forma como a cultura secundária está distribuı́da e a área que
2

ela ocupa.
No Capı́tulo 1, iniciamos fazendo um breve referencial teórico sobre Manejo In-
tegrado de Pragas e os métodos de controle cultural e resistência de plantas a insetos.
Ainda, serão apresentados resultados e exemplos de Equações a Diferenças Lineares e
serão definidos os modelos do tipo Redes de Mapas Acoplados.
No Capı́tulo 2, é apresentado um modelo discreto para uma única espécie em
um consórcio de culturas e considerando que a movimentação dos insetos ocorre de forma
aleatória. Num primeiro momento fazemos o estudo da dinâmica local do inseto e após isso
incluı́mos a estrutura espacial através de Redes de Mapas Acoplados. Ainda, descrevemos
a forma como iremos incorporar no modelo a heterogeneidade espacial decorrente da
presença das duas culturas. Fazendo as simulações, analisamos os efeitos que a área da
cultura secundária e sua distribuição no domı́nio causam na densidade dos insetos na
cultura principal.
No Capı́tulo 3, da mesma maneira como foi descrito no capı́tulo anterior, faremos
simulações computacionais para analisar a situação problema deste trabalho, no entanto,
consideramos que a movimentação dos indivı́duos é dependente da densidade local de
cada sı́tio.

Você também pode gostar