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Torno Mecânico
Torno Mecânico é uma máquina ferramenta destinada a executar operações de usinagem cilíndrica externa ou
interna como eixos, luvas, polias, pinos, roscas, cones, e outras operações que normalmente são feitas por
furadeiras, fresadoras, etc.
O torno tem como característica o movimento rotativo contínuo realizado pelo eixo árvore, conjugado com o
movimento de avanço da ferramenta de corte que remove o material em forma de cavaco. Esta ferramenta pode
trabalhar deslocando-se paralelamente (operação denominada de tornear) ou perpendicularmente ao eixo da peça
(operação denominada de facear). Quando isso acontece em metais, denomina-se operação de usinagem.
Cavaco – Material que é removido da peça pela ferramenta durante o processo de usinagem. Tem formatos e
tamanhos diferentes, conforme o trabalho e o material utilizado.
Usinagem - Processo de fabricação que confere novas formas, dimensões e acabamento da superfície de uma peça.
2 . Torneamento
É a operação por intermédio da qual um sólido indefinido é feito girar ao redor do eixo da máquina operatriz
(Torno) que executa o trabalho de usinagem, ao mesmo tempo em que uma ferramenta de corte executa movimento
de translação retirando material perifericamente, de modo a transformá-lo numa peça bem definida, tanto em relação
à forma como às dimensões.
No torneamento, é necessário que tanto a peça quanto a ferramenta estejam devidamente fixados. As peças a serem
torneadas são presas por meio de um acessório chamado de placa universal de três castanhas, onde a peça
cilíndrica ou hexagonal regular é fixada de forma centralizada, ou na placa de quatro castanhas quando a peça for
de outros formatos. A ferramenta é fixada no porta ferramentas através dos parafusos de aperto.
Ferramenta →
← Peça
← Porta Ferramentas
↑
Placa de três castanhas
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Para executar o torneamento, são necessários três movimentos relativos entre a peça e a ferramenta: corte, avanço e
penetração.
1 - Movimento de Corte: é o movimento principal que permite cortar o material. O movimento é rotativo e realizado
pela peça.
2 - Movimento de Avanço: é o movimento que desloca a ferramenta ao longo da superfície da peça, gerando um
levantamento repetitivo ou contínuo de cavacos durante vários cursos ou voltas.
Perfilar superfícies.
Furar
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3 . Cuidados com a Segurança
Extremo cuidado é necessário ao operar este tipo de máquina ferramenta, pois por ter suas partes giratórias,
necessariamente expostas, pode provocar graves acidentes, por isso, é necessário seguir rigorosamente as Normas
de Segurança. Antes de iniciar qualquer operação no torno, lembre-se sempre de usar os equipamentos de proteção
individual (EPIs).
2 – Recomendam-se manter os cabelos curtos, para evitar o contato destes com a máquina. Para cabelos longos
usar rede de segurança.
5 – Evitar o uso de joias durante as aulas de oficina (anel, pulseiras, brincos cordão, etc.)
8 – Mantenha as mãos distantes da peça, da placa e do porta ferramenta quando o torno estiver em movimento.
Observação:
Ao encerrar qualquer trabalho de torneamento, deve-se proceder a limpeza e a lubrificação das guias, barramentos e
demais partes da máquina.
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4 . Principais Partes do Torno Mecânico Horizontal
a – placa
b – cabeçote fixo
c – caixa de engrenagens
e – carro transversal
f – carro principal
g – barramento
h – cabeçote móvel
Placa de Três e de Quatro Castanhas: Servem para efetuar a fixação da peça a ser usinada e a sua centralização.
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Cabeçote Fixo: Está fixado sobre o barramento à esquerda do operador. É a parte mais importante do torno. Tem
como finalidade principal, transmitir movimento de rotação para a peça a ser torneada, ao fuso e à vara.
Recâmbio: É composto pela grade, eixos e engrenagens. Tem como função, transmitir o movimento de rotação do
cabeçote fixo para a caixa Norton (caixa de roscas e avanços).
Caixa Norton: É um conjunto formado de carcaça, eixos e engrenagens e tem como função, transmitir a rotação do
recâmbio para o fuso de guia (execução de roscas) e para a vara de avanços (execução de torneamento liso).
Porta Ferramentas (Torre): Serve para fixar as ferramentas de usinagem presas por meio de parafusos.
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Carro Principal ou Carro Longitudinal: É uma das partes principais do torno que se desloca ao longo do
barramento conduzindo o carro transversal, a espera (carro superior) e o porta ferramentas, manual ou
automaticamente.
Barramento: São superfícies planas e paralelas que sustentam as partes principais do torno, servindo de guia para o
carro principal e o cabeçote móvel no deslizamento longitudinal. Essas guias servem também para o perfeito
alinhamento entre os cabeçotes, fixo e móvel.
Cabeçote Móvel: Parte do torno que se desloca sobre o barramento e fixado na posição desejada. Serve para
suportar a contra ponta para apoiar um dos extremos da peça a ser torneado, fixar mandril de haste cônica para furar
com broca no torno e deslocar lateralmente a contra ponta para tornear peças cônicas de pequena conicidade.
Anel Graduado (Colar): É um dispositivo que controla o movimento dos carros relacionando um determinado
número de divisões do anel com a penetração necessária para efetuar o corte. Para remover certa espessura de
material, “dar um passe”, ou seja, fazer avançar a ferramenta contra a peça na medida determinada, a fim de que o
trabalho se execute de modo preciso.
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Avental: É onde ficam localizados os acionamentos automáticos, longitudinal e transversal.
Carro Transversal: Situado sobre o carro longitudinal, pode movimentar-se manual ou automaticamente deslizando
sobre a mesa no sentido transversal.
Carro Superior ou Espera: Situado sobre o carro transversal recebe o porta ferramentas e tem na base um círculo
graduado que ao girar para direita ou esquerda nos dá o ângulo desejado para o torneamento cônico manual.
Fuso: É um vergalhão cilíndrico, provido de rosca em quase toda sua extensão. Usado exclusivamente para
aberturas de roscas. Sua rotação determina o avanço longitudinal do carro principal para cada tipo de rosca.
Vara: É um vergalhão cilíndrico liso que tem em quase todo o seu comprimento um rasgo de chaveta. Serve para
realizar o avanço automático do carro transversal e longitudinal necessários ao torneamento liso.
Carros:
Escala em Graus
Para Inclinação
Do Carro Superior
Carro
Transversal
Colar do Carro
Transversal
Carro
Longitudinal
Alavanca do
Automático dos Colar do Carro
Carros Longitudinal
Manípulo do
Carro Manípulo do Carro
Transversal Longitudinal
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5 . Acessórios do Torno Mecânico
O torno tem vários tipos de acessórios que servem para auxiliar na execução de muitas operações de torneamento.
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6 . Ferramentas de Corte para Torno
1 - Aço Rápido
A ferramenta de aço rápido chamado de Bits é a mais comum no processo de usinagem. Possui além do carbono,
vários outros elementos de liga, tais como tungstênio, cromo, vanádio, molibdênio e cobalto, que são responsáveis
pelas propriedades de resistência ao desgaste e da resistência de corte a quente até 550ºC. As ferramentas de aço
rápido são comercializadas em forma de bastões de perfis quadrados (Fig.1), redondos (Fig.2) ou lâminas (Fig.3) no
qual um dos extremos recebe forma própria, com ângulos determinados por meio das operações de esmerilhamento
e afiação (Fig.4). Elas são classificadas em esquerda e direita.
Fig.1
Fig.2
Fig.3 Fig.4
Os exemplos abaixo mostram alguns tipos de ferramentas de aço rápido afiadas na forma desejada.
Ferramenta para Ferramenta para Ferramenta para tornear Ferramenta para roscas Ferramenta para roscas
alisar a passo fino. sangrar ou bedame. interno (furos pequenos). triangulares (55° ou 60°). triangulares internas (55° ou 60°).
Ferramenta para desbastar Ferramenta para desbastar Ferramenta para desbastar Ferramenta para facear Ferramenta para facear
o passo grosso. a direita. a esquerda. direita. esquerda.
2 - Metal Duro
Metal duro ou Carboneto metálico, conhecido popularmente como “Widia”, compõe as ferramentas de corte muito
utilizadas na usinagem dos materiais na mecânica. O metal duro apresenta-se em forma de tungstênio, tântalo,
cobalto e titânio, que misturados e compactados na forma desejada tornam-se uma peça acabada de metal duro em
forma de pastilha. Sua dureza mantém-se inalterada até uma temperatura de 800°C.
As pastilhas (widia) são apresentadas em diversas formas e classes adequadas a cada operação. A escolha das
pastilhas é feita por meio de consultas a tabelas específicas dos catálogos de fabricante.
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As pastilhas podem ser fixadas por soldagem, sendo afiáveis, ou mecanicamente, por meio de suportes especiais
que permitem intercâmbio entre elas e nesse caso não são reafiáveis.
Para realizar um trabalho de qualidade e precisão, é indispensável a utilização de ferramentas bem apoiadas,
centradas, com o gume de corte afiado e geometria adequada ao trabalho e material a ser usinado. Por isso, para
cada operação no torno exige uma ferramenta apropriada para desbastar, facear, filetar ou abrir roscas, sangrar
(cortar) etc. A forma da ferramenta certa é um dos principais fatores para o rendimento e de um trabalho seguro em
todas as operações executadas em máquinas ferramenta.
Se a forma de uma ferramenta não está apropriada para uma determinada operação, além de por em risco o próprio
torneiro, ainda está sujeita a quebrar a ferramenta e não obter o rendimento desejado. Veja alguns exemplos abaixo.
Observação:
A ponta da ferramenta deve coincidir com o centro geométrico da peça, ou situar-se exatamente na altura do centro
da contra ponta.(Fig. 1 e 2). Ao fixar a ferramenta, deve-se observar se é necessário colocar um ou mais calços de
aço para obter a altura desejada da ferramenta. (Fig. 1).
Ponta rotativa ou contra ponta
Ferramenta ↑
Fig.1 Fig.2
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7 . Parâmetro de Corte
Para uma operação de usinagem, o operador considera dois fatores: Avanço de Corte (s) e Velocidade de Corte (vc).
Avanço de Corte (s) é o deslocamento da ferramenta ou da peça a cada rotação do eixo principal e é expresso em
mm/rotação. Esses valores estão reunidos em tabelas, manuais, catálogos dos fabricantes de ferramentas e demais
documentos técnicos ou fixados no torno.
Velocidade de Corte é o espaço que a ferramenta percorre cortando um material dentro de um determinado tempo.
Embora exista uma fórmula que expressa a velocidade de corte, ela é fornecida por tabelas, manuais, catálogos e
demais documentos técnicos. A velocidade de corte é indicada pelas letras Vc e seu valor é expresso em metros por
minuto (m/mim).
1º - Material a Tornear;
2º - Diâmetro desse Material;
3º - Material da Ferramenta;
4º - Operação a ser Executada.
Ferro Fundido 20 25 8 70 85
Maleável
Ferro Fundido 15 20 8 65 95
Cinzento
Ferro Fundido 10 15 6 30 50
Duro
Bronze 30 40 10 até 25 300 380
rpm =
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8 . Operações Fundamentais no Torno
8.1 – Tornear: É desbastar a superfície externa ou interna de um sólido. Esta operação é obtida pelo deslocamento
da ferramenta paralelamente ao eixo de rotação da peça. A peça para tal operação, geralmente é presa na placa
universal ou na de castanhas independentes.
8.2 – Torneamento Cilíndrico Externo: É uma das operações mais executadas no torno mecânico, para se obter
formas cilíndricas definitivas (eixos e buchas) como também preparar o material para outras operações.
8.3 – Torneamento Cilíndrico Interno: Consiste em construir uma superfície cilíndrica interna pela ação da
ferramenta. Esta operação é conhecida também como Broquear. É executado no torneamento de buchas, furos de
polias, de engrenagens, furos roscados, etc.
8.4 – Facear: É desbastar a superfície plana que constitui a base de um sólido. Esta operação é obtida pelo
deslocamento da ferramenta perpendicularmente ao eixo de rotação da peça. O faceamento é a primeira operação a
ser executada numa peça. Sua finalidade é preparar uma face de referência para marcar um comprimento e permitir
a furação sem desvio da broca.
8.5 - Sangramento e Abertura de Canais: A operação de sangrar no torno é muito usada pelo torneiro na abertura
de canais e no corte de peças. A ferramenta usada nessa operação é denominada Ferramenta de Sangrar ou
Bedame. Este tipo de ferramenta tem a ponta frágil, e por isso é necessário muito cuidado na sua utilização.
a - Sangrar é uma operação que consiste em cortar (separar) uma peça em duas no torno, com uma ferramenta
especial chamada Bedame, que penetra perpendicular ao eixo do torno.
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b – Abrir Canais é uma operação que consiste em fazer gargantas nas peças através do bedame, sem que ocorra a
separação (corte) da peça.
8.6 - Perfilamento: A operação de perfilar consiste em obter superfícies côncavas e convexas sobre o material. É um
processo de torneamento no qual a ferramenta desloca segundo uma trajetória retilínea radial ou axial (avanço e
penetração) visando a obtenção de uma “forma” definida, determinada pelo perfil da ferramenta. A ferramenta usada
é a ferramenta de forma ou de perfilar (ferramenta com a mesma forma do perfil que se deseja dar à peça) que
permitem a execução de sulcos côncavos e convexos, arredondamento de arestas e de perfis esféricos e
semiesféricos. O controle da forma do perfil pode ser feito por meio de moldes ou modelos chamado gabaritos.
8.7 - Furação: A furação no torno é um processo mecânico de usinagem destinado a obtenção de um furo
geralmente cilíndrico na peça, com auxilio de uma broca helicoidal. O torno permite executar:
a - Furos de formas e dimensões determinadas chamados de furos de centro, em materiais que precisam ser
trabalhados entre duas pontas ou entre a placa e a ponta. Esse tipo de furo, feito com a broca de centrar, também é
um passo prévio para se fazer um furo com broca comum.
b - Furos cilíndricos por deslocamento de uma broca montada no cabeçote e com o material em rotação. Podendo ser
um furo definitivo ou um furo de preparação do material que deva ser posteriormente torneado no seu interior por uma
ferramenta que se desloca paralelamente ao eixo do torno. Essa operação é também conhecida como broqueamento
ou torneamento interno, que permite fazer canais internos, facear interno, abrir roscas internas e obter furos
cilíndricos com diâmetros exatos.
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8.6 - Recartilhar: É uma operação que tem como finalidade produzir estrias ou sulcos paralelos ou cruzados em
determinadas peças, com uma ferramenta denominada Recartilha. A superfície estriada resultante recebe o nome de
recartilhado. A finalidade do recartilhado é de preparar uma superfície rugosa que possibilite segurá-la com firmeza.
O torneamento de peças cônicas externas e internos é uma operação muito comum na indústria mecânica. Para fazer
isso, o torneiro tem três processos a sua disposição: através da inclinação do carro superior, através do
deslocamento do cabeçote móvel e através do aparelho conificador.
a) Inclinação do Carro Superior: É o método mais usado para tornear peças cônicas de pequeno comprimento.
Esse processo consiste em inclinar o carro superior da espera de modo a fazer a ferramenta avançar manualmente
ao longo da linha que produz o corte no ângulo de inclinação desejado. Pode ser externo ou interno.
Para esse processo, é necessário calcular a inclinação do carro superior, e a fórmula usada é sempre:
Exemplo: Calcular a inclinação do carro superior para tornear uma peça cônica com 100mm de comprimento,
diâmetro maior 50mm e diâmetro menor 20mm.
próximo de 0,15 é 0,1495 que corresponde a 8°30’ que será inclinação do carro superior. (α = 8°30’).
b) Deslocamento do Cabeçote Móvel: Esse processo consiste em deslocar transversalmente o cabeçote móvel
(contra ponta) por meio de um parafuso de regulagem, fazendo com que a linha de centro do torno e a linha de centro
da peça formem o ângulo desejado do cone. Usa-se este processo para cones longos.
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Para calcular o deslocamento do cabeçote móvel (contra ponta), usam-se duas fórmulas:
1 - Quando o comprimento do cone não for total, ou seja, não atingir todo o comprimento da peça, a fórmula é:
M= sendo:
Exemplo: Calcule o deslocamento do cabeçote móvel (contra ponta) para tornear uma peça com as seguintes
dimensões: Ø maior 30mm, Ø menor 26mm, comprimento total da peça 180mm e comprimento do cone 100mm.
Exemplo: Calcular o deslocamento do cabeçote móvel (contra ponta) para tornear a seguinte peça cônica:
D = 40mm, d = 38mm, L = 120mm e C = 120mm.
c) Aparelho Conificador: É um aparelho muito usado para tornear peças cônicas em série. Na parte posterior do
torno coloca-se o copiador cônico que pode ser inclinado no ângulo desejado. O deslizamento ao longo do copiador
comanda o carro transversal, que para isso, deve estar destravado. Quando o carro principal (ou longitudinal) avança,
manual ou automaticamente, conduz o movimento comandado pelo copiador cônico. O movimento, resultante do
deslocamento longitudinal do carro e do avanço transversal da ferramenta, permite cortar o cone desejado.
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8.8 - Roscas
Rosca é uma saliência de perfil constante, uniformemente cortado que se desenvolve em forma de hélice em uma
superfície externa de um cilindro ou cone e no interior de um furo do mesmo tipo. Estas saliências recebe o nome de
filete. A distância entre dois filetes consecutivos, medido paralelamente ao eixo da peça é chamado de Passo da
Rosca. Fig.1.
A rosca é um recurso mecânico de grande importância e constante aplicação,pois, possibilita a união não permanente
de peças e a facilidade de desmontá-las, quando necessário, possibilita também o movimento de avanço de um
elemento de máquina, quando há movimento de rotação em uma das partes do conjunto; uma morsa ou um fuso de
um torno mecânico são bons exemplos da aplicação desse recurso.
A execução de roscas é um dos processos mais complexos de usinagem, exigindo do Torneiro muita habilidade e
atenção. A rosca também pode ser executada com machos e tarraxas, empregando-se o próprio torno como apoio.
As roscas têm algumas medidas que devem ajustar entre si, como, diâmetro externo, diâmetro interno, passo da
rosca e ângulo de hélice da rosca. Se uma dessas medidas estiver incorreta, o ajuste ou a transmissão de forças ou
movimentos entre a rosca interna (peça fêmea) e a rosca externa (peça macho) será deficiente. Fig.1.
Fig.1
Quanto ao perfil, as roscas podem ser triangular, dente de serra, trapezoidal, quadrada e redonda.
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Representação Normal do Perfil da Rosca (Seção do Filete)
Perfil Triangular
A rosca triangular é a mais comum. É utilizada em parafusos e porcas de fixação, uniões e tubos.
Perfil Trapezoidal
A rosca trapezoidal é utilizada em órgãos de comando das máquinas operatrizes para transmissão de movimento
suave e uniforme. (fusos de máquinas e prensas).
Perfil Quadrado
A rosca quadrada está quase em desuso, mas ainda é utilizada em parafusos e peças sujeitas a choques e grandes
esforços. (morsas).
Perfil Redondo
A rosca redonda é usada em parafusos de grandes diâmetros e que devem suportar grandes esforços, geralmente
em componentes ferroviários. É usada também em lâmpadas e fusíveis pela facilidade na estampagem.
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As ferramentas de usinagem para construir os filetes das roscas têm os ângulos de corte adequados para cada um
dos tipos de rosca pretendida, empregando-se o avanço automático do TORNO para “espaçar” os filetes na distância
adequada (existem tabelas de avanço para cada tipo de rosca).
Sendo assim, para abrir uma rosca triangular do sistema métrico, a ferramenta deverá ter perfil triangular com ângulo
de 60°. Para uma rosca triangular do sistema inglês Whitworth, a ferramenta terá um ângulo de 55°.
Os ângulos das ferramentas são obtidos com o verificador de ângulos, conhecidos como Escantilhão fig.1 e 2. É
também usado no posicionamento da ferramenta com o eixo longitudinal, perpendicular ao eixo da peça fig.3.
Sistema de Roscas
O sistema de rosca é uma padronização de normas indispensáveis para a construção das mesmas. Assim, a
padronização de um determinado sistema prevê o diâmetro do parafuso, o passo da rosca em milímetros ou o
número de fios por polegada, o seu perfil, a profundidade do filete, em fim, todas as características necessárias para
construir qualquer peça rosqueada.
As roscas de perfil triangular são fabricadas segundo três sistemas normalizados: O Sistema Métrico ou Internacional,
O Sistema Inglês ou Whitworth e o Sistema Americano.
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No sistema métrico, as medidas da rosca são determinadas em milímetros. Os filetes têm forma triangular, ângulo de
60°, crista plana e raiz arredondada.
No sistema Whitworth, as medidas da rosca são dadas em polegadas. Nesse sistema, o filete tem forma triangular,
ângulo de 55°, crista e raiz arredondadas. O passo da rosca é determinado dividindo-se uma polegada pelo número
de filetes contidos em uma polegada e é indicado por “f.p.p”. (fios por polegada).
No sistema americano, as medidas da rosca são expressas em polegadas. O filete tem forma triangular, ângulo de
60°, crista plana e raiz arredondada. Nesse sistema, como no whitworth, o passo da rosca é determinado dividindo-se
uma polegada pelo número de filetes contidos em uma polegada e é indicado por “f.p.p”. (fios por polegada).
Nos três sistemas, as roscas são fabricadas em dois padrões: Normal (grossa) e Fina.
No sistema whitworth, a rosca normal (grossa) é caracterizada pela sigla BSW (British Standard Whitworth – padrão
britânico para roscas normais). Nesse mesmo sistema, a rosca fina é caracterizada pela sigla BSF (British Standard
Fine – padrão britânico para roscas finas).
No sistema americano, a rosca normal (grossa) é caracterizada pela sigla NC (National Coarse) e a rosca fina pela
sigla NF (National Fine).
Exemplos:
a) 3/4" BSW (10 f.p.p) - significa rosca Whitworth grossa, com ¾” de diâmetro e passo
da rosca de 10 fios por polegada.
b) 3/4" BSF (12 f.p.p) - significa rosca Whitworth fina, com ¾” de diâmetro e passo da
rosca de 12 fios por polegada.
c) M10 x 1,5 - significa rosca métrica grossa de 10mm de diâmetro e 1,5mm de passo.
e) 3/4” NC (10 f.p.p.) - significa rosca americana grossa, com ¾” de diâmetro e passo da
rosca de 10 fios por polegada.
f) 3/4” NF (16 f.p.p.) - significa rosca americana fina, com ¾” de diâmetro e passo da
rosca de 16 fios por polegada.
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Sentido de Direção da Rosca
As roscas têm dois sentidos: Direito ou Esquerdo, denominados Rosca Direita e Rosca Esquerda.
O passo da rosca pode ser medido com um Verificador de Roscas (canivete de rosca) fig.1, com um Paquímetro fig.2
ou com uma Escala comum fig.3.
Fig.1
Fig.2
Fig.3
Atenção:
Antes de iniciar qualquer operação no torno, lembre-se sempre de usar o equipamento de proteção individual
(EPI): óculos de segurança, sapatos e roupas apropriados e rede para prender os cabelos, se necessário.
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9 . Tabela de Roscas
Rosca Métrica Grossa Rosca Comum Whitworth - BSW
Diâmetro Passo Diâmetro Diâmetro Diâmetro Diâmetro Nº de Passo Diâmetro Diâmetro
em mm em mm Médio da Broca em em mm Fios por em mm Médio da Broca
em mm em mm Polegada Polegada em mm em mm
4 0,7 3,545 3,3 1/8” 3,17 40 0,635 2,76 2,5
5 0,8 4,480 4,2 3/16” 4,76 24 1,058 4,08 3,7
6 1 5,350 5 1/4" 6,35 20 1,270 5,53 5
7 1 6,350 6 5/16” 7,93 18 1,411 7,03 6,5
8 1,25 7,188 6,8 3/8” 9,52 16 1,588 8,50 8
9 1,25 8,188 7,8 7/16” 11,11 14 1,814 9,95 9,25
10 1,5 9,026 8,5 1/2" 12,7 12 2,117 11,34 10,5
12 1,75 10,863 10,3 5/8” 15,87 11 2,309 14,39 13,75
14 2 12,701 12 3/4" 19,05 10 2,540 17,42 16,5
16 2 14,701 14 7/8” 22,22 9 2,822 20,41 19,5
18 2,5 16,376 15,5 1” 25,4 8 3,175 23,36 22,2
20 2,5 18,376 17,5 1 1/8” 28,57 7 3,629 26,25 25,5
22 2,5 20,376 19,5 1 1/4" 31,75 7 3,629 29,42 28
24 3 22,051 21 1 3/8” 34,92 6 4,233 32,21 30,25
27 3 25,051 24 1 1/2" 38,1 6 4,233 35,39 33,5
30 3,5 27,727 26,5 1 5/8” 41,27 5 5,080 38,02 36
33 3,5 30,727 29,5 1 3/4" 44,45 5 5,080 41,19 39,5
36 4 33,402 32 1 7/8” 46,62 4,5 5,645 44,01 42
39 4 36,402 35 2” 50,8 4,5 5,645 47,18 45
42 4,5 39,077 37,5 2 1/8” 53,97 4,5 5,645 50,36 48
45 4,5 42,077 40,5 2 1/4" 57,15 4 6,350 53,08 51
48 5 44,752 43 2 3/8” 60,32 4 6,350 56,26 53,5
52 5 48,752 47 2 1/2" 63,5 4 6,350 59,43 57
56 5,5 52,428 50,5 2 5/8” 66,67 4 6,350 62,61 60
60 5,5 56,428 54,5 2 3/4" 69,85 3,5 7,257 65,20 62,5
64 6 60,103 58 2 7/8” 73,02 3,5 7,257 68,38 65
3” 76,2 3,5 7,257 71,55 69
Nesta apostila contem informações importantes sobre o torno mecânico. Descreve também algumas operações que
podem ser realizadas em tornos mecânicos universais horizontais e que dependem muito da prática e habilidade do
operador. Em tornos mais avançados, como o CNC, essas operações podem ser executadas com mais rapidez,
qualidade e eficiência.
Torno é uma máquina operatriz capaz de imprimir rotação à peça e translação simultânea à ferramenta.
Janeiro de 2017
Referências Bibliográficas
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BÁSICO DE USINAGEM – TORNO MECÂNICO – APOSTILA ORGANIZADA PELO PROF.GERALDO LEÃO