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Maurice Blanchot
(De Kafka à Kafka)
RESUMO
Esse panorama do conteúdo mental do cônego nos revela uma pessoa com as
experiências do cotidiano de dor e alegrias comuns a todo ser humano. E, também, o
fato de estar ele preparado intelectualmente para o mister a que se propõe. Mas não
somente a erudição e a técnica são os ingredientes da sua criação :
CANTIGA DE ESPONSAIS
Platão (Íon)
Este é um dos contos mais conhecidos de Machado de Assis. Como toda obra
literária, digna de assim ser nomeada, nos oferece várias interpretações, mas, a que aqui
vamos privilegiar diz respeito às razões que impedem mestre Romão de realizar o seu
desejo de criação, em outras palavras, como ele lida com os obstáculos, com a “dor” de
ser homem, finito, limitado.
que desejava ser e o que podia ser, mestre Romão tornava-se cada vez mais melancólico
e os fugazes momentos de comunhão com a música – durante a regência da missa –
não bastavam para que se apercebe-se de qual era o caminho que lhe estava reservado.
O encerramento do conto é de uma sublime ironia. O malogrado compositor, ao
sentir a aproximação da morte e considerando a vacuidade de sua ex_istência, in_siste,
porém a sua in_sistência é mais uma vez realizada de modo equivocado:
REFLEXÕES FINAIS
Ousamos, ainda, afirmar ( nos permitindo ler na obra algo sobre o autor ) que, se
biograficamente Machado está muito mais próximo de Matias do que de Romão, o
modo de proceder do Cônego é aquele que se mostraria mais apropriado, segundo uma
“Filosofia” do Bruxo. Esta nos aponta para a inevitabilidade da dor-homem, da
melancolia do cotidiano, não obstante, revela haver diferentes caminhos a seguir diante
da constatação delas, talvez, alguns sejam melhores e outros piores. O gozo e o ônus
dessa travessia é o que faz de nós seres humanos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS