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2) O que são elementos de conexão e sua relação com o direito internacional privado?
O elemento de conexão são normas estabelecidas pelo direito internacional privado que indicam
o direito aplicável a uma ou diversas situações jurídicas unidas a mais de um sistema jurídico.
Pode-se chamar também de normas indiretas ou indicativas, devido apontar o direito que irá
aplicar no caso concreto nas relações particulares com conexão internacional, mas sem solucioná-
lo, apenas indicam.
3) Do que se trata a cooperação jurídica internacional e quais suas espécies de acordo com
o novo CPC?
A cooperação jurídica internacional pode ser definida como a união de esforços entre os países
com a finalidade de proporcionar aos seus nacionais a realização da Justiça. Ela pode ser requerida
com base em acordos internacionais, bilaterais ou multilaterais, firmados em âmbito regional ou
global, cuja tramitação se opera por meio de Autoridades Centrais. Na ausência de normativo
internacional específico, ou se existindo o mesmo não puder ser aplicado, em razão do pedido
estar fora do alcance de suas disposições, a cooperação poderá ser requerida com fundamento
na reciprocidade, caso em que a tramitação se fará pela via diplomática, por intermédio do
Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Vale observar que a "cooperação jurídica internacional" é uma expressão bastante ampla e pode
se referir a diferentes e variadas espécies de cooperação. Ela pode se dividir em cooperação ativa
e passiva. A cooperação ativa é aquela solicitada por autoridades brasileiras para a realização de
diligências no estrangeiro. Já a cooperação passiva é aquela requerida por autoridades
estrangeiras para cumprimento de diligências no Brasil. Na prática, os pedidos de cooperação
ativa mais comumente encaminhados ao estrangeiro têm por finalidade a prática de atos
processuais de simples tramitação (citação, intimação, notificação e entrega de documentos) ou
de instrução probatória (oitiva e interrogatório).
Para que a decisão estrangeira seja homologada no Brasil, é preciso que ela seja definitiva (não
pode estar pendente de recurso) (§ 1º do art. 961 do CPC 2015);
• Uma decisão que no estrangeiro não é considerada judicial, ou seja, uma decisão que no
estrangeiro não foi proferida pelo Poder Judiciário no exercício de sua função típica, pode, mesmo
assim, ser homologada no Brasil se aqui, em nosso país, ela for considerada decisão judicial. É o
que prevê o § 1º do art. 961 do CPC 2015: "É passível de homologação (...) a decisão não judicial
que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.";
• A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução
provisória no processo de homologação de decisão estrangeira (§ 3º do art. 961).
• Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em
tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira (§ 4º do art. 961).
a) Petição inicial;
c) Procuração;
d) Para oitiva de testemunha ou depoimento pessoal, deverá acompanhar a carta rogatória os
quesitos (perguntas) a serem feitos à pessoa designada pelo juízo estrangeiro;
e) Outras peças consideradas indispensáveis pelo juízo rogante, conforme a natureza da ação; e
f) Tradução de todos os documentos enviados. A tradução deve ser providenciada pelas partes
interessadas.
Toda a documentação deverá ser enviada em duas vias. Com exceção dos Estados Unidos da
América, que deve ser em três vias.
Por fim, ressalta-se que essas orientações de caráter geral devem ser complementadas com
eventuais requisitos específicos do país destinatário, que podem ser consultados no Capítulo
orientações por países.
O auxílio direto é instrumento usado atualmente para facilitar a realização de atos internacionais
entre os países e se caracteriza pelo peculiar fato de que o país requerente abre mão do exercício
de sua jurisdição interna e por conseguinte soberania, solicitando que o próprio país na qual se
deseja ver um dado ato judicial ou administrativo cumprido e que se faz necessário para o negócio
jurídico realizado se concretizar, podendo ser ativo e passivo.
Ou seja, tanto o Brasil recebe pedidos de países para que os atos aqui se realizem, utilizando-se
da autoridade central, a qual intermediará junto aos órgãos competentes, fazendo inclusive
internamente o próprio pedido acaso a mesma não seja diretamente responsável para feitura do
ato ou o Brasil requer no mesmo estilo ao país que haja necessidade de realização de um ato,
tudo inclusive devidamente previsto em tratados e acordos internacionais.
A competência material, como a própria nomenclatura sugere, indica quais as matérias que podem
ser objeto de julgamento pelo Tribunal Penal Internacional.
De acordo com o artigo 5º do Estatuto de Roma, o TPI tem competência para julgar os crimes de
genocídio, contra a humanidade, crimes de guerra e o crime de agressão.
O TPI foi criado em 17 de julho de 1998, o documento foi resultado de um longo período de
discussão da Comissão de Direito Internacional da ONU acerca da criação de um Tribunal
internacional permanente. O estatuto passou a vigorar em 1º de julho de 2002, quando conseguiu
o quórum de 60 países ratificando a convenção
O Tribunal Penal Internacional rege-se pelo princípio da complementariedade porque ele tem
competência complementar e subsidiária.
De acordo com a orientação do princípio da complementariedade, entende-se que o TPI não deve
intervir nos sistemas judiciais internos (nacionais), que continuam com a responsabilidade de
investigar e processar os crimes cometidos nos respectivos territórios. A competência do TPI é
subsidiária e restringe-se às hipóteses nas quais a Justiça repressiva interna não se mostre capaz
de cumprir sua missão.
A Constituição Federal veda a extradição de brasileiros natos. Não obstante, o Brasil é signatário
do Estatuto de Roma que prevê a possibilidade de entrega de indivíduos que tenham cometido
crimes contra a humanidade, independentemente de sua nacionalidade. Por conseguinte, o
brasileiro nato a depender das circunstâncias poderá ser entregue à jurisdição do Tribunal Penal
Internacional.